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Raça Brahman

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
MELISSA CAROLINE FERRARI
Brahman
UMUARAMA
FEVEREIRO/2016
MELISSA CAROLINE FERRARI
Brahman
Trabalho de Graduação apresentado à
disciplina de Criação de Gado de Corte,
do curso de Medicina Veterinária da
Universidade Estadual de Maringá – UEM
Profº Aguinaldo Y. Nakamura
UMUARAMA
FEVEREIRO/2016
Introdução
 Brahman (significado: um novo ciclo), Bos Indicus (Zebu), é uma raça bovina resultado do cruzamento de quatro outras raças: Gir, Nelore, Guzerá e Krishna Valley. Tem sua origem os Estados Unidos. Introduzido no Brasil em 1994. Um ano antes a diretoria da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu - ABCZ e da Associação Americana de Criadores de Brahaman - ABBA, alteraram a legislação o que facilitou o ingresso na raça no Brasil. 
 Desde então pelos dados dos Registros Genealógicos de Nascimento notou-se um crescente aumento da criação da raça. O Brahman é o ZEBU mais criado no mundo, existem mais de 60 associações formais de criadores, nos 5 continentes. Criadores importantes da pecuária de corte no Brasil, procurando melhorar a raça introduziram uma genética oriunda de países como Estados Unidos, Argentina, Colômbia e Paraguai.
História da Raça
 Por volta da mesma época em que os primeiros zebuínos entraram no Brasil, final do século XIX e início do XX, nos Estados Unidos também essa espécie bovina começou a fazer uma revolução na pecuária sulina, especialmente nos estados próximos ao Golfo do México, entre esses, a Louisiana e o Texas. Uma diferença existiu entre os dois países na criação do então novo gado, enquanto o nosso país se preocupou em formar grupos distintos raciais (Nelore, Gir, Guzerá) e um híbrido entre as raças indianas (Indubrasil), no hemisfério norte, foram feitos cruzamentos direcionados com as diversas raças que importadas (Nelore, Guzerá, Gir, Khrisna Valley, Sindi, Cangaiam, Tharparkar, Indubrasil e talvez outras ainda) e focaram mais nas características quantitativas.
 Os pioneiros do zebu americano estavam impressionados com aquele gado com uma corcova nas costas e o quanto ele respondia bem a poucos cuidados. Viam nele a solução do impasse para a difícil criação de raças especializadas europeias, que não se adaptavam bem ao clima do sul do país, não conseguiam produzir bem carne usando os mesmos europeus que o norte utilizava. As importações de cabeças vindas diretamente da Índia e até do Brasil foram em pequeno número (por volta de 300 cabeças) e com a maioria de machos. A formação da nova raça teve que ser por cruzamento absorvente em cima dos taurinos existentes. Isso não era o fundamental. A intenção era conseguir aumentar o contingente com aquelas características produtivas que o gado de “longas orelhas da Louisiana” (Big Eared Lousiana) possuía. E a procura daqueles exemplares era crescente.
 Os animais suportavam bem as dificuldades com o clima, os parasitas internos e externos, as doenças e convertiam melhor as pastagens de baixa qualidade. Do Brasil saiu um grupo de animais (de criadores uberabenses e fluminenses) dirigido ao México em 1924 e, devido às dificuldades que aquele outro país enfrentava, a maior parte da exportação acabou indo para os Estados Unidos. Isso foi fundamental para firmar o grupo étnico que estava em plena efervescência.
Realmente, o Brahman representou uma divisão de águas na pecuária americana. Tornou possível uma pecuária de corte rentável, usando-o como grupo étnico ou em cruzamentos com as raças europeias especializadas. Isso foi tão forte que outros países quiseram também utilizar o Brahman e o importaram. Hoje, a raça está presente em mais de 70 países e com ótimos resultados. Aquele que inicialmente era um bicho curioso, considerado somente para jardins zoológicos, passou a ser o agente modificador para acréscimo na produção de carne e até em cruzamentos de gado de leite para aumentar a rusticidade desses plantéis.
 Muitos foram os atributos que o gado tem no seu perfil que se somam e o valorizam. Entre eles: docilidade e habilidade materna. A docilidade ajuda muito no manejo do rebanho e faz com que a qualidade da carne seja melhor. Os animais ficam pouco resistentes à presença do homem, não se debatem e, no transporte até o frigorífico, não terão escoriações e áreas de perda na carcaça devido a edemas, por exemplo. A habilidade materna é importantíssima, porque bezerro bem alimentado e cuidado ganha mais peso durante a amamentação e consegue melhor desempenho no pós-desmame.
 Oficialmente, o Brahman começou no Brasil em 1994, no mês de abril, quando chegou a primeira importação vinda dos Estados Unidos sob toda a vigília do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Foi um trabalho longo, com várias pessoas se empenhando para que mais uma raça zebuína tivesse seu lugar na pecuária.
Características da Raça
 O Brahman é um gado que chama à atenção junto aos outros zebuínos. Tem uma morfologia ótima para produção de carne. Seu tórax é profundo, de costelas bem espaçadas e um ótimo volume gastrointestinal, bem funcional. Isso já denota boa capacidade respiratória e digestiva, fundamentais para um bovino produtivo. Sem oxigenação, boa troca de gases, e sem uma boa área de absorção intestinal, nenhuma raça poderá produzir bem. As raças mais precoces têm isso bem marcante. O dorso-lombo e garupa, onde se localizam as carnes mais nobres, são regiões do Brahman com bom volume e todo o posterior também é de ótimo desenvolvido, muita convexidade. E tudo isso, ainda em idade jovem. O gado é precoce. Na desmama, já se nota uma grande diferença quando comparado a outros criatórios.
 Quanto às características raciais, existem animais que vão desde o cinza bem claro (que alguns chamam de branco) até o cinza escuro com extremidades quase negras (que é uma pelagem conhecida como azulega), outros animais vermelhos em todas as nuances. Os machos, geralmente tendem a ser mais escuros que as fêmeas. A pele é preta. A cabeça tem perfil de retilíneo a subconvexo e orelhas médias, largas, com pontas arredondadas e uma leve reentrância no bordo inferior. Existem mochos de nascença e a amochação é permitida pelo Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas, feita pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), delegada do Ministério da Agricultura.
 Nas exposições agropecuárias brasileiras, é a raça de maior crescimento na participação e é crescente, em progressão geométrica, esse desempenho. Nota-se também pelos leilões que são realizados nas diversas regiões que o interesse é grande e os lotes são bem disputados. A procura de touros é grande e os compradores têm retornado para seguidas aquisições.
 Como em qualquer raça bovina, um bom balizador para se enxergar como caminha a raça é a demanda de seus machos. Se isso acontece é porque aquela genética soma para o produtor melhorar o seu produto. É interessante também a utilização da raça por pequenos produtores de leite que usam os touros Brahman ou as inseminam com eles. O bezerro nasce com mais agilidade, crescem mais sadios e com a venda de machos e fêmeas conseguem buscar reposição com menor custo. Já compram fêmea em lactação com a venda de quatro bezerros desmamados. As bezerras são vendidas para os que procuram receptoras para os programas de transferência de embriões ou fertilizações in vitro.
 O Brahman tem as qualidades zootécnicas do zebuíno, aliadas a muitas dos taurinos. Por isso, na lista estão: rusticidade, precocidade, resistência a doenças e aos endo e ectoparasitas, habilidade materna, boa conversão alimentar, docilidade, conformação frigorífica, rendimento de carcaça, qualidade de carne. Tem provado que tem “selo de qualidade” desde a seleção natural dos seus ancestrais. Reúne produtividade com qualidade, as duas palavras que mais insistimos como objetivos para todos que desejam participar do mercado mundial.
 
Raça cosmopolita
 No Brasil, a raça demonstrou que tem muito a contribuirgeneticamente para o agronegócio brasileiro, incrementando e tornando o mercado da carne mais quantitativo (maior exportador de carne do mundo) e de muita qualidade.
 Os dados do Programa de Melhoramento Genético (PMGZ), da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), do Programa de Melhoramento Genético da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP), de várias Provas de Ganho em Peso (PGPs), de muitos abates técnicos de animais puros e cruzados são comprobatórios. As análises e mensurações realizadas por ultrassonografia e os escores para várias características de Marcadores Moleculares chamam à atenção, além dos dados obtidos em mais de 70 países que criam Brahman de longa data, alguns a mais de 100 anos.
 O Brahman é a raça zebuína mais cosmopolita dentre todas. Isso não se deve pela “beleza que apresenta”, e sim pelos resultados, seja no norte ou no sul, seja até mesmo em regiões com muitas particularidades, como o Pantanal. O Brahman dá resultados e lucro. O seu grande diferencial é que, desde os primeiros cruzamentos para formação da raça, o mais importante era usar animais de um perfil econômico bem visível para a produção de carne. Formado especialmente com os sangues de Guzerá, Gir e Nelore, em acasalamentos sem receita pré-determinada, o Brahman se estabeleceu no sul dos Estados Unidos, onde solo, clima, pastagens e outros pontos do meio ambiente da região eram adversários para as raças europeias, especializadas em corte e também em leite.
 Foram executados cruzamentos absorventes em cima da base taurina ou com o uso de animais puros importados da Índia, Brasil e México. O grupo étnico tomou uma feição bem própria; mostrou que tinha estabilidade genética por ter formado outras raças. No Brasil, o registro do Brahman é feito pela ABCZ, delegada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
1º Clone da Raça Brahman no Brasil
 Em 27 de março de 2012, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) registrou o primeiro clone da raça Brahman no Brasil. A fêmea IMPE 1872, nasceu no dia 26 de fevereiro e, na data do registro, pesava aproximadamente 140 kg.
 A bezerra foi produzida com material genético da Fêmea IMPE 3, de propriedade do selecionador Luiz Carlos Monteiro, titular da Fazenda Imperial, em sociedade com o Wilson Roberto Rodrigues, da Agropecuária W2R. A fêmea IMPE 3, doadora do material genético para produção do clone, é uma das mais reconhecidas doadoras da raça Brahman. Foi campeã Vaca Adulta na Expozebu (2005), reservada Grande Campeã em Maringá (2005), reservada Grande Campeã em Umuarama (2005), grande Campeã em São José do Rio Preto (2004), reservada Grande Campeã em Presidente Prudente (2003) e progênie Campeã do Brahman Rio Show (2009).
 O registro deste primeiro clone foi feito na sede da empresa Geneal, pelo técnico de campo da ABCZ, Alisson Andrade de Oliveira. Apesar de ser o primeiro clone de Brahman registrado no Brasil, este não foi o primeiro animal da raça produzido através da técnica de Transferência Nuclear, mais conhecida como clonagem. A Austrália foi o primeiro país a produzir um clone da raça.
Produtividade
 A seleção do gado Brahman como tipo de corte, possibilitou em grande parte dos rebanhos a formação de linhagens de boa conformação. O Zebu americano, no consenso geral de técnicos e criadores, cresce mais do que as outras raças bovinas. Em relação ao Zebu da Índia, o Brahman atual é mais baixo, mais compacto e apresenta corpo muito mais profundo e musculoso. Pequenos produtores de gado de leite utilizam touros da raça Brahman em suas vacas, ou as inseminam com eles para que o bezerro tenha mais agilidade, resistência a doenças e melhor aproveitamento do animal com a venda de carne. No Brasil está sendo incentivada a criação do Brahmolando, cruza da raça Brahman com a raça Holandesa, já muito utilizada em outros países, para a produção de leite e criação extensiva. A recordista mundial de produção de leite é uma Brahmolando chamada Ubre Blanca. Ela produziu mais de 24 mil quilos numa lactação de 305 dias.
Vantagens do Brahman
 De acordo com algumas de suas características o gado Brahman, tem varias vantagens, como adaptação ao ambiente, capacidade de produção e capacidade de ganho de peso. A sua adaptação ao ambiente é definida com a habilidade dos animais para medraram na área onde se encontram, inclui a habilidade para utilizar os recursos alimentares, caminhar distâncias em busca de alimentos e água e suportar as condições climáticas dominantes. O Brahman revela acentuada tolerância ao calor, resistência às baixas temperaturas, resistência a várias enfermidades e contra os insetos e parasitos. 
 A vida produtiva do Brahman é acentuadamente mais longa que a dos representantes das raças Européias. A sua habilidade de reprodução é superior à do gado Europeu. O gado Brahman é mais fértil e vivem mais anos, devido à maior longevidade, a vaca deixa maior descendência. A produção de leite da vaca Brahman é suficiente para a criação do bezerro, tem um grande instinto maternal, tem grande capacidade para caminhar em busca de alimentos, portanto, garante assim a sobrevivência nos períodos desfavoráveis. Por ter uma capacidade de ganho de peso, o Brahman pode ser engordado e encaminhado para o corte bastante cedo, aproveitando bem as rações de alto valor nutritivo.
Estatísticas do Brahman no Brasil
 Com 18 anos de Brasil, o Brahman Brasileiro já é o terceiro maior rebanho do mundo. A raça apresentou crescimento no número de registros junto à ABCZ, só para nascimentos nos últimos seis anos, de mais de 81%. Já os criatórios que registram animais Brahman junto à mesma associação aumentaram 20% nos últimos dois anos. Esses números nos permite afirmar que, em pouco tempo, o Brasil terá o maior rebanho da raça do mundo, quando, seguramente, teremos que exportar ainda mais genética Brahman para vários países. Temos um cenário muito otimista e a ACBB trabalhar para alcançar o segundo lugar de maior rebanho Brahman do mundo ainda em 2012.
 Segundo o Anuário DBO 2011, o Brahman é a segunda raça zebuína que mais se valorizou em 2011: os 57 leilões da raça comercializaram mais de R$ 22 milhões; os reprodutores apresentaram valorização em cerca de 80% de 2005 para 2011; e as matrizes mostraram valorização de aproximadamente 50% no mesmo período.
 O Brahman é também a segunda raça zebuína de corte que mais produziu sêmen no ano de 2011. No ano passado, foi exportada genética brasileira, via centrais de inseminação, para cinco países (Angola, Argentina, Canadá, Equador e Paraguai), totalizando quase 12 mil doses, colocando a raça como a segunda maior zebuína em exportação no ano de 2011. A comercialização de sêmen da raça apresentou de 2008 a 2011, crescimento de 14,30%. Hoje nos sites das 9 principais centrais e comercializadoras de sêmen do Brasil, existe 224 opções de touros disponíveis para a produção e em comercialização. 
Atual situação da raça Brahman
 Hoje, são 1.127 criadores da raça em 22 estados da federação. Em 2012, a raça Brahman esteve presente em exposições de praticamente todas as regiões do país, entre elas na 78ª ExpoZebu e Feicorte 2012. Em 2012, o Brahman atingiu a marca de 245.501 animais registrados junto à ABCZ. 
 O crescimento no número total de registros foi de 81,97% quando comparado 2005 a 2012. Já o crescimento no número de nascimentos na raça Brahman de 2005 para 2012 foi de 97,49%. Um dos principais desafios que a raça Brahman enfrenta atualmente é a correção dos aprumos e do umbigo. Há linhagens no Brahman com cascos que poderiam ter melhor conformação, especialmente quanto a tamanho.
Referências
Gado Leiteiro. Brahmansul. Disponível em: <http://www.brahmansul.com.br/gado_leiteiro.php>. Acesso em: 13/02/16
Brahman: conheça a raça zebuína que preza pela habilidade materna e qualidade de caraça [Projeto Raças]. Beefpoint. Out. 2013. Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/racas-e-genetica/brahman-conheca-a-raca-zebuina-que-preza-pela-habilidade-materna-e-qualidade-de-carcaca-projeto-racas/>.Acesso em: 13/02/16
Santiago, Alberto Alves.. O Zebu na Índia, no Brasil e no mundo. O Zebu no mundo. São Paulo. 1985. p. 645.
Brahman (gado). Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Brahman_(gado)> Acesso em: 13/02/16
A História da Raça Brahman. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Brahman_(gado)> Acesso em: 13/02/16

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