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Fibra Bruta para Equinos

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
MELISSA CAROLINE FERRARI
MARCO AURELIO FONTANELA
FIBRA BRUTA PARA EQUINOS
UMUARAMA
FEVEREIRO 2016
MELISSA CAROLINE FERRARI
MARCO AURELIO FONTANELA
FIBRA BRUTA PARA EQUINOS
Trabalho de graduação referente à disciplina de Nutrição Animal da Universidade Estadual de Maringá - UEM
Profª Maria Jose Baptista Basbosa
UMUARAMA
FEVEREIRO 2016
Introdução
 Um mínimo de aporte alimentar de fibras é indispensável ao cavalo a fim de assegurar, ao mesmo tempo, uma perfeita higiene mental, uma fonte de lastro (ligada à porção indigestível que garante a limpeza digestiva) e um aporte energético. É fundamental ter em mente que o cavalo é um animal herbívoro, que se alimenta especialmente de vegetais, normalmente chamados de volumosos, ou simplesmente “verde”. 
 Para preservar o equilíbrio psicológico e neurovegetativo do cavalo, é importante a manutenção de uma quantidade mínima de 05 kg de Matéria Seca (alimento sem água) por dia por animal (de 500 kg), em manutenção. A ocupação alimentar é para o cavalo um fator de tranqüilização. Por isso as fibras, que aumentam a duração da ingestão e da digestão dos alimentos, são tão importantes para a integridade do cavalo. O aparelho digestivo do cavalo possui particularidades onde são exigidos altos teores de fibras na dieta para que ele possua uma ótima digestão.
 Em primeiro lugar, o estômago do cavalo é relativamente pequeno em relação ao restante do aparelho digestivo, o que o obriga a se alimentar por longos períodos (cerca de 18-19 h por dia) em regime de pastagem. A capacidade estomacal é de apenas 9% do volume total, isto é, se o volume total do aparelho digestivo tiver capacidade para 130 litros (média para um cavalo de 500 kg), o estômago terá capacidade para apenas 12 litros de alimento, incluindo sucos gástricos, gases e o próprio alimento. Esta “pequena” capacidade do estômago limita consideravelmente a ingestão de concentrados (rações) que não possuem as denominadas fibras longas, essenciais ao bom funcionamento do aparelho digestivo do cavalo.
 As rações concentradas, devido às suas características, principalmente de fibras mais curtas, são digeridas principalmente no estômago e porções iniciais do Intestino Delgado, tendo um baixo aproveitamento nas porções finais do aparelho digestivo (ceco e cólon).
 O limite de ração na dieta é de 2,5 kg por refeição, sendo o ideal ao redor de 1,5 a 2,0 kg. Havendo necessidade de complementar a dieta com volume superior, devemos administrar em várias refeições ao dia (ex.:para 6,0 kg diários, são necessárias 03 a 04 refeições; havendo necessidade de um maior volume de ração, devemos fracionar mais ainda ou procurar rações de melhor qualidade), para evitar quadros de cólicas, tão traumáticos para o animal.
 As necessidades de fibras longas na alimentação do cavalo são especialmente para o bom trânsito do alimento através do aparelho digestivo. Fibras longas são aquelas provenientes de volumosos não triturados em pequenas porções, isto é, para uma boa digestão do cavalo, devemos administrar o alimento na forma mais natural possível. O efeito de lastro das fibras possui uma relação inversa à sua digestibilidade. As fibras indigestíveis estimulam o peristaltismo (movimento de alças intestinais), contribuindo fortemente para evitar indigestões e autointoxicações.
Fibras na alimentação do Equino
 Os alimentos volumosos têm sua digestão essencialmente na porção final do aparelho digestivo (ceco e cólon), local denominado de câmara de fermentação, pois é onde ocorre uma ação mais intensa da flora intestinal, digerindo o volumoso, aproveitando mais intensamente seus nutrientes (Ácidos Graxos Essenciais - fonte energética -, proteínas e minerais). 
 A quantidade e a qualidade das fibras na alimentação do cavalo é determinante para o bom funcionamento deste órgão digestivo, cuja capacidade é de 70% do volume total (90 litros para um cavalo de 500 kg). A consistência das fezes do cavalo, principal indicador da saúde digestível do animal, está diretamente ligada ao teor de fibra na alimentação.
 Capins muito novos, recém rebrotados ou plantados, normalmente provocam quadros de diarréias leves devido aos baixos teores de fibra em sua composição. O mesmo ocorre com uma alimentação muito rica em concentrado (rações, milho, trigo, etc., superior a 50 % da dieta total), onde as fezes ficam semelhantes às de vaca, pastosas, sem consistência firme, indicando um baixo aproveitamento dos alimentos. Por outro lado, volumosos muito secos também podem causar quadros de desconforto digestivo devido a uma aceleração exagerada do peristaltismo, devido ao elevadíssimo teor de fibras indigestíveis na dieta.
 Uma boa consistência de fezes, nem pastosas nem ressecadas, indica que o alimento ficou tempo suficiente no aparelho digestivo para ter seus nutrientes aproveitados ao máximo pelo animal. É sempre conveniente ajustar os aportes alimentares em fibras quanto à sua taxa e natureza, para assegurar conjuntamente uma boa digestibilidade e uma excelente higiene digestiva. As taxas são variáveis em função da categoria em que se encontra o animal: reprodução, crescimento, trabalho ou manutenção.
 Os alimentos industriais (rações concentradas) são relativamente pobres em celulose (fibras) e devem ser considerados como um complemento das forragens volumosas. As necessidades mínimas de fibra bruta são estimadas em 15 a 18% da dieta total. Cada categoria possui necessidades diferentes, sendo algumas mais exigentes que outras. Para se suprir estas necessidades, não é possível a utilização exclusivamente de volumosos, pois a capacidade de ingestão do cavalo é inferior às suas necessidades, devido ao alto grau de especialização e seleção que o homem impôs ao cavalo. Por isso é que devemos utilizar as rações concentradas para complementar as necessidades do cavalo.
 Esta complementação não deve ultrapassar 65% do volume total de alimento ingerido por dia por animal, e deve ser adequada às suas reais necessidades. A relação volumoso/concentrado deve variar conforme a qualidade do volumoso e também do concentrado: quanto melhor a qualidade de um, menor será a quantidade de outro. Devemos sempre priorizar um concentrado de melhor qualidade para que possamos reduzir consideravelmente sua quantidade.
Necessidade Nutritiva dos Equinos
 O ingrediente da dieta equina mais importante depois da água é o volumoso (forragem). Sendo porção da dieta que vai de encontro à natureza do equino e é ela que vai proporcionar motilidade ao trato gastrointestinal do cavalo através das fibras que ela contém. As forragens tem que compor no mínimo 50% de toda a matéria seca consumida por pelo cavalo. Um equino consome 3% de seu PV em matéria seca por dia em média. Volumosos com alto teor de água, como pasto ou capim verde tem teor baixo de matéria seca, ao passo que alimentos como os fenos têm alto teor de matéria seca e baixa umidade. Os fenos têm aproximadamente duas a quatro vezes mais matéria seca que as forragens verdes. 
 Deve ser bem observado a qualidade dos alimentos fornecidos, pois de nada adianta fornecer capim à vontade se a qualidade desta forragem for questionável. Outra prática bastante comum é fornecimento de capim picado. Frequentemente são usados capins com digestibilidade menor, e no processo de moagem é incluído o caule da planta, do qual o cavalo pouco aproveita e que pode inclusive contribuir para um quadro de impactação que pode levar o animal a óbito.
 Da mesma forma, devemos observar a ração fornecida a nossos cavalos ela deve ser da melhor qualidade possível. Outro estandarte básico na alimentação equina é o fornecimento apropriado dos alimentos respeitando cada categoria. A ração mais correta para seu cavalo é aquela que atende às exigências da categoria animal a que ele pertence. Portanto seu cavalo estará sempre bem nutrido se a qualidade dos alimentos for a melhor possívele se estes alimentos forem fornecidos na quantidade mínima necessária.
•    Reprodução 
Nos primeiros oito meses de gestação, éguas adultas tem uma exigência levemente maior que as exigências de mantença porque ocorrem somente 40% do crescimento fetal. Os 60 % restantes são acumulados durante os últimos três meses de gestação. Qualquer alteração nessa fase pode levar à parição de um potro pequeno, com baixo peso e ainda, à perda de tecido corporal da égua (perda de escore).
•    Lactação
Durante o período de lactação há um aumento considerável das exigências nutricionais. A energia, a um aumento em torno de duas vezes a mantença e, sendo proporcional à quantidade de leite produzido pela égua.
•    Crescimento
Podem-se considerar dois níveis de crescimento para potros: rápido e moderado. Como para outras espécies, a necessidade dos nutrientes deve ser suprida em quantidades e proporções adequadas para que o crescimento. A diferença entre os dois níveis de crescimento são as taxas de ganho de peso, com consequentes diferenças nas concentrações de nutrientes exigidos.
•    Trabalho ou exercício
O exercício ou trabalho influenciam as exigências nutricionais dos cavalos, dependendo da intensidade, da duração, do tamanho do animal e do peso do cavaleiro. Podem afetar mais as exigências de energia e minerais como sódio, cloro, potássio e cálcio, se o animal suar muito.
Tipos de Alimentos
 Nas pastagens anuais há grande variação no conteúdo nutritivo, dependendo do tipo de pastagem e da estação de crescimento. No começo da estação de crescimento o pasto verde é alto em umidade e baixo em conteúdo energético, mais avançada a estação o conteúdo de umidade é mais baixo e o valor nutritivo é maior, porém a medida q continua a amadurecer fica mais deficiente em proteína, energia e outros nutrientes. 
 Um programa de suplementação deve ser considerado para as pastagens durante os períodos baixos em nutrientes. Também é aconselhável que a pastagem seja mista, composta de uma ou duas gramíneas com uma ou duas leguminosas. A quantidade de pasto requerido por cavalo pode ser estimada. Em medi, um cavalo adulto consome 2,5% do seu peso vivo em matéria seca (MS) por dia. Então um cavalo adulto consome 1.3 kg de MS/dia ou 340,2 kg por mês. O mínimo seria 1 ha por cavalo adulto e 0,5 ha por pônei.
Fenos: é a forma mais comum de fornecimento de volumoso para equinos. É difícil para produzir ou ate comprar um feno de boa qualidade. Há muitas variedades na produção de feno, e a compreensão dos fatores que afetam a qualidade dos fenos ajudara a selecionar os melhores fenos.
 Na seleção do feno confira o estádio de maturidade do feno, observando as folhas e as vagens das sementes. Sementes não maduras ou plantas em plena florescência devem estar presentes. As folhas são as partes da planta com maior qualidade, então procure por uma lata proporção de folhas em relação aos talos. Determine quais plantas estão no feno e a quantidade delas. Uma cor verde brilhante indica uma mínima quantidade de almejamento, branqueamento e perda de vitamina A, deve apresentar um bom cheiro, odores de mofo ou sujeira são indesejáveis, não deve haver material estranho devendo-se examinar com cuidado a presença de hastes, restolhos, ervas daninhas, sujeiras. 
 A quantidade de feno requerida pelos animais estabulados vai de 1 a 1,5% de seu peso vivo. As menores quantidades são usadas para animais de trabalho pesado, que recebem maior proporção de concentrados, e as maiores para animais em de descanso. Para animais estabulados como único alimento estes pode consumir de 12 a 15 kg em média fornece-se 1,2% do peso vivo ou 4 a 6 kg por dia por cabeça. Dois terços desse feno devem ser substituídos por forragem verde. Quando se dá feno de leguminosas a vontade os animais podem comer demais e sofrer indigestão.
Silagens: são alimentos suculentos, conservados em meio adequado na ausência de ar, após terem sido submetidos a fermentação. Geralmente são usados para o gado leiteiro e são pouco fornecidos para equinos, no entanto em alguns países elas são oferecidas para estes animais.
 A silagem de milho de boa qualidade é um alimento de valor alimentar proveitoso e pode ser consumida na base de 30 a 35 kg por cabeça dia para animal pesado e para animal mais leve 15 a 20 kg. A silagem não deve estar estragada ou mofada, pois pode ser toxica aos equinos. Como são alimentos fermentados alguns cavalos podem não querer come-los, deve-se fazer uma adaptação fornecendo pequenas quantidades aos poucos até se acostumarem. Usadas de preferência aos potros, éguas criadeiras, evitando para animais de trabalho pesado.
Palhas: possuem baixo valor nutritivo apesar disso apresentam interesse na alimentação de equinos. Levando em conta o temperamento deste animal à palha propicia uma ocupação que tem por consequência acalmar o animal, além disso, contribui para regularizar o transito digestivo e favorece uma atividade microbiana desejável no intestino grosso.
 Em países de clima frio na Europa o uso de palhas de cereais é comum, quando os cavalos permanecem estabulados e inativos no inverno. No Brasil, o uso de palhas é raro, a não ser quando os animais a apanham espontaneamente no tempo seco. Não havendo outra forragem volumosa, o cavalo pode ingerir até 25 kg de palha por dia, conforme seu tamanho.
Forragens desidratadas: em geral tem um valor alimentar elevado e são muito apreciadas pelos equinos, porém o entrave no maior uso é do elevado custo. São mais utilizadas nos EUA e França. Os cavalos de hípicas podem ser alimentados com alimentos completos aglomerados em complemento de palha ou feno, na maioria das vezes são fabricados com grandes quantidades de forragem desidratadas, em particular, de alfafa.

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