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Características dos Solos

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Intemperismo: é a alteração física e/ou química da rocha (desagregação/decomposição, respectivamente). Tem a importância na participação da formação do solo (pedogênese) e na modelação do relevo. 
Intemperismo Químico: é a quebra da estrutura química que forma a rocha, seu principal agente é a água (H2O) que, ao reagir com o gás carbônico (CO2) presente na atmosfera, torna-se ácido carbônico (H2CO3) e ocorre a diminuição do seu pH. A sua intensidade é relacionada com o ambiente que a rocha se encontra, como vegetação, temperatura e pluviosidade. Após a reação, os elementos mais solúveis são transportados pela água, ou seja, a rocha que sofreu o intemperismo se torna mais ricos em minerais menos solúveis e minerais modificados que se formaram devido à reação química. 
Intemperismo Físico: não há a alteração química nesse processo, as rochas se desagregam. Um dos fatores que influencia diretamente este processo é a alteração da temperatura e da umidade do ambiente em que a rocha se encontra, tendo a dilatação dos minerais e assim levando à fragmentação. Outro fator é a presença de água nas fissuras da rocha que, ao solidificar-se, tem o aumento de volume, o mesmo exerce uma pressão na rocha que faz desagregar-se. Também ocorre o intemperismo físico quando abaixo de uma rocha, outro corpo rochoso tende a ascender ao nível superficial, ou então o crescimento da raiz das árvores pode quebrar a rocha também, chamada de intemperismo biológico. O processo é mais intenso nas regiões onde prevalece o deserto. 
Reação do Intemperismo Químico: como dito anteriormente, o solvente mais ativo nesse processo é a água. Na maior parte encontrada, o pH da água varia entre 5 e 9, nesses ambientes o processo de intemperismo químico que pode-se observar é a hidrólise, nos ambientes onde a água tem o caráter mais ácido (pH inferior a 5) o processo se dá o nome de acidólise, sendo esses dois processos que são responsáveis pela formação das matérias que compõe o solo. 
Hidrólise: esse processo consiste na reação que acontece entre a água dissociada (H+ ou OH-) e o mineral presente na rocha (os principais são silicatos, como o feldspato, mica etc.). Quando a água da chuva reage com o gás carbônico presente no ar, ela adquire um caráter levemente ácido e uma proporção menor pode se dissociar, formando íons H+ e HCO3- (bicarbonato). Quando essa água se infiltra na rocha, o íon H+ deslocam os cátions alcalinos e alcalino-terrosos, assim sendo liberado junto com a solução. O aumento da temperatura contribui para incrementar a dissociação da água. 
Hidrólise Total: nesse caso, ocorrem 100% da eliminação de sílica e potássio. Em ambientes com a pluviosidade alta (região equatorial) e drenagem eficiente, há a diluição das soluções alteradas, por esse fator, as sílicas que geralmente são pouco solúveis ao pH de 5 à 9 podem ser totalmente eliminadas. 
KAISi3O8 + 8 H2O Al(OH)3 + 3 H4SiO4 + K+ + OH-
Hidrólise Parcial: há a permanência de partes de sílica que compõe a rocha devido à ineficiência das condições de drenagem, o potássio pode ser totalmente ou parcialmente eliminado, no primeiro caso ocorre a formação da caolita, no segundo caso, forma-se a esmectita. 
2 KAlSi3O8 + 11 H2O Si2Al2O5(OH)4 + 4 H4SiO4 + 2 K+ + 2 OH –
(hidrólise total)
2,3 KAlSi3O8 + 8,4 H2O Si3,7Al0,3 O10Al2(OH)2K0,3 + 3,2 H4SiO4 + 2 K+ + 2 OH-
(hidrólise parcial, permanência de potássio)
Acidólise: o processo ocorre principalmente as regiões mais frias do planeta devido à dificuldade de decomposição dos materiais orgânicos, formando-se então o ácido orgânico que, em contato com a água, diminui o seu pH (<5), complexando o ferro e o alumínio. 
Acidólise Total: sendo o pH da água menor que 3, ocorre a acidólise total no feldspato potássico, assim todos os elementos constituintes da rocha entram em solução, nessa situação o solo gerado é constituído principalmente com minerais primários não solúveis (ex: quartzo) 
KAlSi3O8 + 4 H+ + 4 H2O 3 H4SiO4 + Al3+ + K+
Acidólise Parcial: sendo o pH da água entre 3 e 5, não há a remoção total do alumínio. 
9 KAlSi3O8 + 32 H+ 2 Si3,5Al0,5 O10Al2(OH)2 + 1,5 Al3+ + 9 K+ + 6,5 H4SiO4
Hidratação: há a adição da água que atrai entre os dipolos das moléculas de água e as cargas elétricas que não foram neutralizadas no retículo cristalino. Alguns minerais tendem a receber mais moléculas de água em sua estrutura, podendo assim se transformar no sentido químico e físico, com isso a estrutura expande-se e pode se modificar quimicamente, assim formando um novo mineral. 
CaSO4 + 2 H2O CaSO4 . 2 H2O
Dissolução: determinadas rochas e/ou minerais tem tendência maior a se dissolver na água quando adicionada, alguns exemplos são o calcário, gipso e calcita. Os sais minerais tendem a ter fácil dissolução. A solubilidade dos minerais em água pura não é tão alta, porém ao se reagir com o gás carbônico presente no ar, essa taxa aumenta consideravelmente. 
CaCO3 Ca++ + CO32-
NaCl Na+ + Cl- 
Oxidação: o oxigênio reage com os minerais, o processo ocorre em maior parte naqueles que possuem Manganês (Mn), Ferro (Fe) e Enxofre (S). O processo é mais eficiente na presença de água/umidade, na ausência delas, a reação tem pouco efeito. 
2 FeSiO3 + 5 H2O + ½ O2 2 FeOOH + 2 H4SiO4
Distribuição dos processos de alteração superficial: são divididos em duas categorias principais: região sem alteração química e região com alteração química. O primeiro caracteriza-se como regiões onde não há a presença da água líquida, ou seja, deserto e os polos e o outro, como regiões com presença de água líquida, certa umidade e vegetações, sendo o segundo classificado de acordo com suas funções e características climáticas. 
Zona da Acidólise Total: são as zonas que estão mais perto do polo norte, como partes dos EUA, Canadá e Rússia, há o predomínio da temperatura baixa e presença de vegetações coníferas e liquens e a sua decomposição é lenta, assim fornecem complexos orgânicos suficientes para fazer com que o alumínio migre por acidólise total. Há a formação do solo rico em quartzo e em matéria orgânica.
Zona de Alitização: estão presentes em zonas tropicais, com temperaturas altas e alta umidade, com uma vegetação densa. Observa-se nessa região a associação mineral de óxi-hidróxido de Ferro e de Alumínio. 
Zona de Monossialitização: zonas presentes nos trópicos, taxa de precipitação e a média da temperatura é menor em relação ao equador. Formam-se minerais como caolinita e os óxi-hidróxidos de ferro. 
Zona de Bissialitização: representam as zonas áridas e temperadas, ou seja, maior taxa do globo terrestre (39%). Formam argilominerais secundários que são ricos em silício, isso devido à ausência de alteração e lixiviação nessa região. 
Fatores que controlam a alteração intempérica
Clima: é um dos fatores mais influentes para o intemperismo, tendo uma ação de intemperismo físico nas áreas com menor índice pluviométrico e menores temperaturas e, em regiões mais quentes e úmidas, pode-se observar maiores ações do intemperismo químico. Um subfator que é muito importante para o intemperismo é a temperatura, pois com o seu aumento acelera as reações químicas que ocorrem na rocha e acelera a evaporação, o que faz retardar o lixiviamento dos elementos solúveis. 
Topografia: esse fator tem por influência a drenagem e a taxa de infiltração da água na rocha, dependendo da sua inclinação. Quando muito íngreme, há o escoamento direto da água e forte grau de erosão, não tendo tempo de a água reagir quimicamente com a rocha. Na bacia sedimentar onde o material foi transportado pela erosão, a água permanece por muito tempo em contato com o material e a sua água vai aumentando a concentração nos elementos solúveis retirados com a reação química, assim dificultando as próximas reações com os minerais. 
Biosfera: o material orgânico em decomposição no solo libera o dióxido de carbono, assim, a presença dessa molécula pode ser cem vezes maior do que na atmosfera, tornando-a muito mais ácida e reação com a água da chuva. O ácido orgânico produzido peladecomposição e a mistura com a chuva pode extrair até mil vezes mais o ferro e o alumínio dos minerais em comparação com a água da chuva misturado com o CO2 presente na atmosfera, a presença de líquens na superfície da rocha contribui muito mais com o intemperismo químico do que uma rocha nua. 
Tempo: o tempo necessário para o intemperismo é relativo nas suas condições de clima e da composição do mineral. O tempo de intemperismo é calculado através da taxa de elementos solúveis que foram drenados após a reação. 
Material Parental: cada mineral tem sua resistência contra o intemperismo. A composição dos minerais das rochas podem fazer com que ocorra a alteração do pH das soluções que o penetram e causam o intemperismo químico. Quando a água consegue circular bem, ocorre a homogeneização do pH, porém nas partes mais profundas do perfil, onde a circulação da água é dificultada, pode-se notar a maior variância de pH da solução. A textura da rocha também é um fator que acelera ou retarda o intemperismo, uma vez que, se a rocha for porosa, há a maior
infiltração da água e com isso, ocorre a reação química. 
Produtos do Intemperismo
Solos: os produtos das desagregações das rochas devido à ação do intemperismo, dependendo do relevo, nem sempre é transportado para a bacia sedimentar. Se a região que ocorreu o intemperismo for plana ou tiver uma cobertura vegetal (que dificulta a erosão), há uma recombinação na estrutura molecular e assim, dá-se origem ao solo. Este produto é analisado e estudado por diferentes profissões em vários pontos de vista, porém o aprofundamento veio com a análise da qualidade do solo pelos agrônomos. Para a formação do solo, necessita-se a presença de vegetação que precisam de minerais, encontrando-os em rochas e tecidos orgânicos, porém os elementos necessários para o desenvolvimento da planta são escassos nas rochas e abundantes nas águas, assim o solo se encontra como o intermediário entre o sólido e o líquido. A função vital é desempenhada pelos argilominerais e húmus (decomposição de produtos orgânicos no solo), tanto para a hidratação e circulação da água como reações físico-químicas que ocorrem. Pode haver diferentes tipos de solos, cada um com o condicionamento diferente devido à vários fatores (clima, rocha parental, relevo etc.), podendo variar entre argilosos, arenosos, ricos ou pobres em material orgânico, mudança de cores, variação de espessura (dependendo do relevo) etc. 
Formação do Solo: há vários fatores para que o solo s e forme, como o intemperismo físico/químico da rocha, transformação de minerais, adição de matéria transportada por animais, vegetais ou sais minerais presentes no ar, transformações de matérias orgânicas etc. Há um fator que se chama bioturbação, que é a contribuição dos animais para a formação do solo, principalmente os vermes e formigas, com a cavação de alguns metros e a deposição de materiais orgânicos que ajudam a enriquecer o solo. Após toda essa formação, se bem desenvolvido, o solo apresentará quatro principais horizontes, denominados de O, A, B, formados pela ação da pedogênese, e o horizonte C, que compreende a alterita. 
Repartição dos Solos: com o desenvolvimento da ciência da pedologia, houve a necessidade de classificar os solos de acordo com as suas características próprias, o solo não é homogêneo, e sim heterogêneo e a sua classificação é complexa, com grupos e subgrupos, as classificações mais conhecidas são as francesas, russas e as dos EUA. 
No Mundo: no ano de 1974, foi criado um mapa mundial de acordo com a distribuição dos tipos de solos. Pode-se notar que, os tipos de solos variam de acordo com o clima e latitude, como as zonas com maiores latitudes que se caracterizam pelo clima frio, possuindo assim uma espessura do solo menor e pobre em produto orgânico, diferente das zonas equatoriais/tropicais, onde o índice de chuva é maior, o clima é mais quente e assim, a produção de solo se torna maior. Outro exemplo é a região desértica, onde a evaporação é muito intensa, nessa região encontram-se camadas no solo com sais poucos solúveis. 
No Brasil: praticamente o país inteiro se situa na zona tropical e uma pequena porção na zona equatorial, prevalece em grande parte o clima tropical úmido, exceto a região nordeste (semi-árido) e sul (subtropical). Sendo um país com forte comércio de agronegócios, houve o aprofundamento nas pesquisas. Em 2006, o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos diferenciou os solos em 13 classes diferentes. 
Latossolos: predomina 40% do território brasileiro, tem um perfil homogêneo, costumam ser profundos, podendo atingir até 2 metros de profundidade. Tem característica ácida e pobre em nutrientes (elementos alcalinos/alcalinos-terrosos).
Argissolos: assim como os latossolos, tem característica ácida, representa 20% dos solos do Brasil, o seu horizonte B é rico em argila comparado com o horizonte A. A espessura é variável, porém costumam ser menos espessos que os latossolos. 
Neossolos: predomina em regiões onde há rochas que tem mais resistência ao intemperismo, como o arenito, quartzito etc., assim não há maior taxa de pedogênese, ou seja, solos poucos evoluídos com baixa espessura. 
Depósitos Lateríticos: durante o processo da pedogênese, pode ocorrer uma formação mineral, conhecido como depósitos lateríticos ou residuais. A formação pode ocorrer como, por exemplo, quando o elemento químico com interesse econômico prevalece na rocha após a ação do intemperismo, resistindo à esta ação. O outro exemplo é a destruição do mineral primário para que forme minerais secundários mais ricos que o primeiro. Os fatores que fazem com que ocorra este depósito é o fator litológico, climático e morfotectônico. 
No Brasil: cerca de 70% do país é coberto por depósitos lateriticos, devido à boas condições nos fatores que o influenciam desde o Terciário, estando mais ausentes nas regiões nordeste e sul, por prevalecer outros climas. 
Ferro (Fe): encontram-se nos estados de MG, PA e MS. Os sedimentos foram depositados em bacias vulcano-sedimentares e, após um tempo, sofreu o processo de metamorfismo, surgindo itabirito que, ao sofrer o processo de intemperismo, ocorre a dissolução do quartzo e concentração da hematita. 
Manganês (Mn): predominam os estados de MS e AM, acumula-se na bacia vulcano-sedimentar, encontra-se nas rochas de carbonato e silicatos de manganês. 
Níquel (Ni): há o predomínio a região centro-oeste, encontra-se em rochas ultrabásicas estando presentes ao retículo cristalino como a olivina. Após esses minerais serem alterados devido à ação do intemperismo, surgem outros minerais mais ricos em níquel, como clorita e a goethita. 
Alumínio (Al): concentra-se na região amazônica, extrai-se da bauxita. Qualquer rocha pode derivar-se à bauxita, devido à abundância de alumínio nas rochas encontradas na superfície. Estas rochas sofrem a ação do intemperismo, onde os outros elementos mais solúveis recebem o processo de lixiviação, concentrando mais o alumínio na rocha. 
Nióbio/fosfato (Nb/PO43-): pode ser facilmente encontrado no oeste de MG e leste de GO. O nióbio é encontrado no mineral chamado pirocloro. O fósforo é encontrado no apatita.

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