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Resumão de Psicofisiologia

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Resumão de Psicofisiologia 
Aulas 1 e 2. 
"O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor 
que pode dar forma". (Charles Chaplin) 
Inspiração vem dos outros, motivação vem de dentro de nós. 
Homeostase - Definida como a permanente tendência dos organismos de manter a constância 
do meio interno por Walter Canon (1871-1945), é atualmente reportada como a manutenção 
do ambiente interno do organismo dentro de estreitos limites fisiológicos (Bear, 2008). O 
fundamental é entendermos que a manutenção do organismo em homeostase assegura as 
condições necessárias para uma vida livre e independente. 
Sempre que tudo está funcionando bem, temos a certeza de que nosso organismo está 
conseguindo manter-se em equilíbrio. 
Ou seja, nossa homeostase está ocorrendo adequadamente. 
A homeostase comportamental está diretamente relacionada ao conceito de preservação do 
meio interno, referindo-se a uma série de respostas comportamentais que garantem a 
preservação do indivíduo ou espécie. 
 
Comportamento Alimentar 
“O prazer da comida é o único que, desfrutado com moderação, não acaba por cansar.” 
(Jean-Anthelme Brillat-Savarin) 
Fase cefálica, fase gástrica, fase de substrato. 
Alguns neurotransmissores possuem papel importante para nosso comportamento alimentar. 
A dopamina, por exemplo, está relacionada com a estimulação do sistema dopaminérgico 
mesolímbico. 
Por exemplo, um animal consome um determinado alimento que considera muito saboroso, 
isto promove a liberação de dopamina no encéfalo, o que causa a sensação de prazer. Essa 
experiência levará o animal a buscar novamente este alimento de modo a repetir aquela 
mesma sensação prazerosa. 
Já os níveis de serotonina, no hipotálamo, estão baixos durante o período pós-absortivo, 
aumentam em antecipação à chegada de alimento e alcançam um pico durante uma refeição, 
especialmente em resposta aos carboidratos. 
Na depressão, por exemplo, esses níveis apresentam-se reduzidos no sistema nervoso central, 
o que pode explicar a sensível melhora do humor quando deprimidos consomem alimentos 
que levam ao aumento dos níveis encefálicos de serotonina, como tortas, bolos e chocolates. 
 
Aulas 3 e 4. 
Comportamento reprodutivo 
Segundo a maior parte dos dicionários, podemos resumir sexo como a conformação particular 
que distingue o macho da fêmea ou masculino do feminino, nos animais e nos vegetais, 
atribuindo-lhes um papel determinado na geração, e conferindo-lhes certas características 
distintivas. 
O gênero é definido através das diversas características biológicas e atributos que distinguem 
um macho de uma fêmea, incluindo a natureza dos cromossomos sexuais, a anatomia das 
gônadas e os órgãos genitais, ou seja, os conceitos são um tanto semelhantes. 
Bases neurais dos comportamentos sexuais 
A medula espinhal tem papel determinante, pois por ela seguem as aferências para o cérebro 
(estímulos táteis, por exemplo) e os comandos que determinarão as eferências (ereção do 
pênis e clitóris, por exemplo). 
Aprendizagem e memória 
Aquisição - Está relacionada com a entrada de um evento qualquer nos sistemas neurais 
relacionados com a memória. 
Seleção - Processo que explica que somente os aspectos mais importantes dos eventos são 
escolhidos durante a aquisição para ser armazenados em nossa memória. 
Retenção - Relacionado com a capacidade de armazenar, por tempo variável (de segundos a 
anos), aqueles aspectos importantes que foram selecionados. 
Consolidação - Permanência prolongada na memória de aspectos de um evento. 
Evocação - Lembrança (ou o acesso à informação) de um dado aspecto armazenado para ser 
utilizado mentalmente na cognição, emoção ou mesmo para expressar um comportamento. 
Como podemos descrever o processo de aprendizagem? 
A aprendizagem é considerada um processo de aquisição de informações, ou seja, a entrada 
de um evento de origem sonora, visual, emocional, etc em nosso sistema neural. 
O evento pode ter origem externa ou interna ao nosso organismo. 
Os processos de aprendizagem e memória estão sujeitos a modificações por ação de drogas ou 
outros eventos durante a formação da memória. 
Essa memória em formação sob condições particulares será considerada como uma memória 
dependente de estado, ou seja, o que aprendemos em determinado estado mental ou 
circunstâncias será mais bem lembrado no mesmo estado ou circunstância. 
Por exemplo: se você costuma comer chocolates ou beber isotônicos enquanto estuda para as 
provas, esteja preparado para ingeri-los durante as provas e cuidado para não exagerar 
(Atenção, não basta comer chocolates ou beber algo, tem de estudar de fato!). Da mesma 
forma, já reparou que eventos tristes são mais recordados quando você está triste e os alegres 
quando você está alegre? 
Sensibilização - Também chamada de pseudocondicionamento, é caracterizada por uma única 
experiência ruim que deixa o organismo em alerta por dias, ou seja, um único evento 
determina a previsão de um evento futuro e mesmo estímulos inócuos induzem a uma 
resposta vigorosa. 
Habituação - Neste tipo de aprendizagem uma experiência inócua passa a ser ignorada por 
nosso organismo, ou seja, nosso sistema perceptor passa a aceitar eventos que à primeira vista 
pudessem parecer ofensivos com as sucesivas exposições. 
Outros conceitos como o condicionamento clássico e o operante também representam outros 
mecanismos de aprendizagem, neste caso, associativas. 
Onde as informações ficam armazenadas? 
Os mecanismos são pouco esclarecidos. Mas, já sabemos, por exemplo, que o hipocampo tem 
participação fundamental na consolidação das informações adquiridas de forma explícita e que 
elas ficam temporariamente armazenadas no lobo temporal e pré-frontal. 
Como já vimos, pesquisadores na década de 1920 propuseram que todo o sistema seria 
necessário para gerenciarmos quaisquer dados no SNC, hoje já foi comprovado que as 
informações ficam distribuídas de acordo com as áreas funcionais do cérebro. 
Como se dá a consolidação? 
É influenciada por sistemas moduladores, especialmente os envolvidos com o processamento 
emocional (amígdala e lobo temporal). Depende dos estados emocionais e são diretamente 
determinadas por fatores como a atenção, motivação, dedicação etc. 
Como podemos definir Amnésia? 
A amnésia é definida de modo geral como uma perda patológica completa ou parcial da 
habilidade de recordar experiências passadas (amnésia retrógrada) ou de formar novas 
memórias (amnésia anterógrada). Esta condição pode ser de origem orgânica ou psicológica. 
As formas orgânicas de amnésia estão normalmente associadas com disfunção do diencéfalo 
ou hipocampo. 
Amnésia psicogênica hoje é conhecida como dissociativa, sendo definida pelo DSM IV como 
uma incapacidade de recordar informações pessoais importantes, em geral de natureza 
traumática ou estressante, demasiadamente extensa para ser explicada pelo esquecimento 
normal, envolve um prejuízo reversível da memória, no qual recordações da experiência 
pessoal não podem ser recuperadas em uma forma verbal (ou, se são temporariamente 
recuperadas, não podem ser completamente retidas na consciência). Causa sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras 
áreas importantes da vida do indivíduo. Apresenta-se, com maior frequência, como uma 
lacuna ou série de lacunas relatada retrospectivamente, na recordação de aspectos da história 
de vida do indivíduo. Essas lacunas habitualmente estão relacionadas a eventos traumáticos 
ou muito estressantes. Alguns indivíduos podem ter amnésia para episódios de automutilação, 
ataques violentos ou tentativas de suicídio. Com menor frequência,apresenta-se como um 
episódio exuberante com aparecimento súbito. Esta forma aguda é mais provável em tempos 
de guerra ou em resposta a um desastre natural. 
Amnésia localizada - O indivíduo não consegue recordar eventos que ocorreram durante um 
período limitado de tempo, em geral as primeiras horas após um evento profundamente 
perturbador (por ex., o sobrevivente que saiu ileso de um acidente automobilístico no qual um 
membro da família morreu, pode não ser capaz de recordar coisa alguma do que aconteceu 
desde o momento do acidente até 2 dias mais tarde). 
Amnésia seletiva - A pessoa consegue recordar alguns, mas não todos os eventos durante um 
período limitado de tempo (por ex., um veterano de guerra consegue recordar apenas algumas 
cenas de uma série de experiências de combate violento). 
Três outros tipos de amnésia — generalizada, contínua e sistematizada — são menos comuns: 
Amnésia Generalizada - O fracasso em recordar abrange toda a vida da pessoa. Os indivíduos 
com este raro transtorno em geral se apresentam à polícia, a salas de emergência ou a serviços 
de consultoria-ligação de hospitais gerais. 
Amnésia Contínua - É definida como uma incapacidade de recordar eventos subsequentes a 
um momento específico (inclusive) até o presente. 
Amnésia Sistematizada - Representa a perda de memória para certas categorias de 
informações, tais como todas as recordações envolvendo a própria família ou uma 
determinada pessoa. 
 
Hipocampo 
A remoção bilateral do hipocampo leva à incapacidade de formação de novas memórias, no 
entanto, não interfere em aquisição, mas sim na consolidação dos dados. Provavelmente esta 
estrutura está relacionada à transferência de informações da memória de curto prazo para a 
memória de longo prazo. 
Essas lesões de hipocampo não tornam o indivíduo debilitado intelectualmente ele somente 
não consegue armazenar novas experiências. Curiosamente parece não interferir no 
armazenamento de informações auditivas, que ficam descontextualizadas. 
 
 
 
Córtex Lobo Frontal 
Está associando as áreas sensitivas primárias (tato, visão e audição) as demais áreas corticais e 
ao hipocampo. 
Memória explícita ou declarativa: hipocampo, amígdala, três regiões corticais temporais 
mediais (córtex entorrinal, córtex para-hipocampal e córtex perirrinal), prosencéfalo basal, 
tálamo, córtex pré-frontal, neocórtex. 
Memória implícita ou não declarativa: gânglios basais, córtex pré-motor, tálamo, substância 
negra. 
 
Depressão Homossináptica - Uma estimulação repetida leva a uma habituação da resposta. 
Fisiologicamente ocorre declínio progressivo no potencial de ação registrado nos neurônios 
resultante de uma redução na quantidade de neurotransmissores liberada nos terminais dos 
neurônios sensoriais. 
É dita homossináptica uma vez os fenômenos ocorrem nas mesmas sinapses que são ativadas 
pela estimulação. 
Facilitação Heterossináptica - Um estímulo sensibilizante leva à ativação dos neurônios 
sensoriais, com liberação do neurotransmissor. Ocorre indiretamente, através do 
recrutamento de neurônios facilitadores. 
Inclui a ativação de sinapses adicionais ao circuito neural primário da reação de defesa. Por 
isso é chamada de facilitação heterossináptica. 
Plasticidade Neuronal - A experiência produz alterações plásticas no cérebro, incluindo o 
crescimento de dendritos e a formação de sinapses. 
É uma propriedade que permite um desenvolvimento de alterações estruturais dos circuitos 
neurais em resposta à experiência e como adaptação a condições diversas e a estímulos 
repetidos. 
 
Aulas 5 e 6. 
Mecanismos da emoção – Sistema límbico 
Principais nomes quando se fala da Teoria da Emoção: 
James (1842-1910) e Lange (1834-1900) 
Cannon (1871-1941) e Bard (1898-1977) 
Charles Darwin (1809-1882) 
 
Como já vimos atualmente áreas neurais da emoção estão agrupadas sob a denominação de 
sistema límbico (Broca). 
Hoje, sabemos que as amígdalas cerebrais são estruturas importantes no entendimento do 
comportamento emocional, ela dispara emoções a partir da interpretação de informações 
sensoriais ou internas desencadeando ajustes que serão realizados no tronco encefálico e 
hipotálamo. Lesões nas amígdalas estão diretamente relacionadas com redução da reação 
emocional, incluindo o medo. 
 
Pensamento 
“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo 
silêncio - e eis que a verdade se me revela.” Albert Einsten 
Córtex Pré-Frontal - Esta região do cérebro está principalmente relacionada com as ações 
motoras, no entanto, o córtex frontal, onde ela se encontra, participa de uma série de 
questões interessantes, como a capacidade de avaliar as consequências de planejamentos e 
ações futuras. Nosso córtex pré-frontal integra as informações que o ambiente está 
oferecendo com as nossas experiências anteriores para poder programar as respostas motoras 
apropriadas para cada estímulo. 
O objetivo desta área é simples: reunir informações sensoriais e experiências emocionais, de 
modo a produzir percepções conscientes que resultem em comportamentos específicos, que 
atendam a nossas necessidades em cada momento. 
Lesões desta área parecem desligar planejamento e ação, de modo que a pessoa, apesar de 
aparentemente compreender bem o que lhe é informado pelo ambiente, não realiza os ajustes 
motores necessários a realização de tarefas. 
 
Córtex parietotemporoccipital - É a região responsável por promover uma análise detalhada 
das diferentes modalidades sensoriais, integrando-as e traduzindo como uma função mental 
superior. 
Integra os estímulos recebidos e processados pelas áreas pré-frontais e límbicas, levando à 
expressão complexa de nossas ações. 
 
Córtex límbico - O córtex límbico está relacionado com a memória, emoção e aspectos 
motivacionais relacionados a um dado comportamento. 
O estado de nosso meio interno (homeostase alimentar, sexual, emocional e etc.) está 
diretamente relacionado com a nossa habilidade de perceber estímulos sensoriais do meio 
ambiente. Conexões entre nosso córtex pré-frontal e límbico permitem que tenhamos uma 
percepção do colorido emocional relacionado a cada experiência. 
Regiões do córtex de associação límbico: 
• Córtex orbitofrontal. 
• Porções do lobo temporal. 
• Giro de cíngulo. 
As lesões do córtex orbitofrontal promovem redução da raiva e do comportamento agressivo e 
redução da dor crônica. Esse fenômeno foi observado experimentalmente em animais de 
laboratório e posteriormente em homens com lesões devidas a acidentes traumáticos. 
 
Aulas 7 e 8. 
Linguagem 
Áreas encefálicas relacionadas à linguagem 
Os estudos que tentam explicar a linguagem humana são antigos, alguns trabalhos datam do 
século XVI. Porém, um real e recente entendimento, demonstra que praticamente todas as 
pesquisas que esclareceram a importância do encéfalo para a linguagem ocorreram a partir do 
século XX. 
Área de Broca - Pesquisando em diversos pacientes com dificuldade para utilizar a linguagem 
falada, Paul Broca propõe em 1861 que lesões nos lobos frontais do cérebro eram importantes 
para a explicação destas limitações na comunicação. Na época o assunto foi polêmico, pois, de 
certa forma, propunha a existência de uma área da linguagem específica no cérebro. Em 1863 
ele complementa suas colocações indicando o hemisfério esquerdo do lobo frontal com a área 
mais crítica nestes casos. 
 
Área de Wernickie - Karl Wernickie, em 1874, descreve outras áreas no hemisfério esquerdo 
que também estavam envolvidas com a linguagem falada. Estas áreas ficam no lobo temporal 
(entre o córtex auditivo e o giro angular). 
Estudando as afasias, ou seja, a perdaparcial ou completa das habilidades da linguagem a 
partir de lesões no encéfalo, fica mais fácil de compreender a importância das áreas de Broca e 
Wernickie para a linguagem. Cabe ressaltar que em muitas afasias não há perda de qualquer 
faculdade cognitiva ou habilidade para mover os músculos faciais envolvidos com a fala. 
 
 
 
 
Afasia de Broca - O portador apresenta grande dificuldade em falar, mesmo que tenha 
capacidade de entender o que escuta ou lê. Ou seja, a inteligência geralmente está 
preservada, mas a habilidade de se expressar pela linguagem falada não. Curiosamente há 
uma preferência por substantivos, verbos (não conjugados) e adjetivos e uma indiferença aos 
artigos e pronomes. Podemos resumir que nessa afasia a linguagem geralmente é entendida, 
mas não é produzida pelo portador. 
Lesões na área de Broca interferem diretamente na produção da fala, pois os sinais corretos 
não podem ser enviados para o córtex motor. A compreensão permanece normal, pois a área 
de Wernickie está intacta. 
 
Afasia de Wernickie - Diferindo significativamente da afasia de Broca, na afasia de Wernickie a 
fala é fluente, no entanto a compreensão é precária. Neste caso, como a região é responsável 
por transformar sons em palavras, o entendimento do que é dito fica significativamente 
prejudicado. 
Como a área de Broca está intacta o indivíduo fala, no entanto, a produção verbal não passa de 
uma locução de frases sem sentido. 
 
Afasia de condução - Ocorre por lesão nas fibras do fascículo arqueado, que comunica a área 
de Broca com a área de Wernickie. Atente que nesta afasia de condução as áreas estão 
preservadas, apenas as fibras que as comunicam estão lesionadas. 
O portador desta afasia compreende bem e fala bem, no entanto, apresenta dificuldades de 
repetição de palavras. 
 
Afasia em bilíngues - Pessoas que dominam dois idiomas ao serem acometidas, por exemplo, 
por um AVC (acidente vascular cerebral) podem desenvolver uma afasia curiosa, geralmente 
elas tendem a apresentar dificuldades com o idioma aprendido secundariamente, enquanto a 
língua-mãe pode ficar apenas parcialmente prejudicada, de acordo com a gravidade da lesão. 
Uma pessoa que aprendeu dois idiomas ao mesmo tempo (por exemplo, o paterno e o 
materno, que eram diferentes) tende a apresentar dificuldades em ambos em casos de AVC. 
 Essa particularidade é interessante e se dá pela utilização de células nervosas diferentes, 
quando aprendemos línguas em tempos distintos. 
 
 
 
 
Atenção 
A atenção está diretamente relacionada com a seletividade do processamento de informações, 
podendo estar correlacionada, por exemplo, com uma dada posição no espaço ou a uma 
característica física do ambiente: uma cor, som, odor, textura ou objeto interessante. 
Isso ocorre porque nós conseguimos sensibilizar áreas específicas de nosso cérebro que 
executam essa tarefa e acabam inibindo ou reduzindo a tarefa das demais. Esse processo é 
conhecido por atenção sensorial ou percepção seletiva. 
Observe os cinco critérios principais que são considerados para a caracterização do TDAH: 
1) É um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais frequente e severo do 
que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento. 2) 
Alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo devem ter estado presentes antes 
dos 7 anos, mas muitos indivíduos são diagnosticados depois, após a presença dos sintomas 
por alguns anos. 3) Algum prejuízo devido aos sintomas deve estar presente em pelo menos 
dois contextos (por ex., em casa e na escola ou trabalho). 4) Deve haver claras evidências de 
interferência no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional apropriado em termos 
evolutivos. 5) A perturbação não deve ocorrer exclusivamente durante o curso de um 
transtorno invasivo do desenvolvimento, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico e não é 
melhor explicada por um outro transtorno mental. 
 
A maior parte dos TDAH possui sinais de desatenção e de hiperatividade combinados, já em 
alguns portadores, ocorre apenas um ou outro. 
Para o diagnóstico da condição atual de um indivíduo devem ser considerados os sintomas nos 
últimos seis meses. Ou seja, quando se está diagnosticando um pré-adolescente por exemplo, 
vale apenas seu comportamento nos últimos seis meses, ainda que as informações de suas 
atitudes desde bebê sejam relevantes para o fechamento do diagnóstico. 
Caracterização : 
1)TDAH, Tipo Combinado. 
Este subtipo deve ser usado se : 
• Seis (ou mais) sintomas de desatenção e seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-
impulsividade persistirem há pelo menos seis meses. 
A maioria das crianças e adolescentes com o transtorno tem o Tipo Combinado. Não se sabe se 
o mesmo vale para adultos. 
 
 
 
2) TDAH, Tipo Predominantemente Desatento 
Este subtipo deve ser usado se: 
• Seis (ou mais) sintomas de desatenção e menos de seis sintomas de hiperatividade-
impulsividade persistirem há pelo menos seis meses. 
 
3) TDAH, Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo. 
Este subtipo deve ser usado se: 
Seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-impulsividade (mas menos de seis sintomas de 
desatenção) persistirem há pelo menos seis meses. A desatenção pode, com frequência, ser 
um aspecto clínico significativo nesses casos. O transtorno é muito mais frequente no sexo 
masculino, com as razões masculino-feminino sendo de 4:1 a 9:1, dependendo do contexto 
(isto é, população geral ou clínicas). A maioria dos pais observa pela primeira vez o excesso de 
atividade motora quando as crianças ainda estão engatinhando, frequentemente coincidindo 
com o desenvolvimento da locomoção independente. Entretanto, uma vez que muitos bebês 
hiperativos não desenvolvem o TDAH, deve-se ter cautela ao fazer este diagnóstico em uma 
idade muito precoce. Geralmente, o transtorno é diagnosticado pela primeira vez durante as 
primeiras séries, quando o ajustamento à escola está comprometido. 
 
Em crianças na idade escolar, os sintomas de desatenção afetam o trabalho em sala de aula e 
o desempenho acadêmico. 
Os sintomas de impulsividade também podem levar ao rompimento de regras familiares, 
interpessoais e educacionais, especialmente na adolescência. 
Na idade adulta, a inquietação pode ocasionar dificuldades ao participar de atividades 
sedentárias e a evitar passatempos ou ocupações que oferecem limitadas oportunidades para 
movimentos espontâneos (por ex., trabalhos burocráticos). 
 
Aulas 9 e 10. 
Dor 
Nociceptores e hiperalgesia: A dor, ou sensação dolorosa, pode ser percebida em qualquer 
parte do corpo, em maior ou menor intensidade. E é reportada nesta fase como algesia, que 
significa sensibilidade a dor. As fibras nervosas que estão envolvidas na percepção e 
transmissão de estímulos dolorosos, chamam-se nociceptores, elas são terminações nervosas 
livres, ramificadas e não mielinizadas, que sinalizam quando o corpo está sendo lesionado ou 
corre risco de lesão. A nocicepção permite que nós venhamos a sentir a dor, ou seja, é o 
processo sensorial que provê sinais que desencadeiam a experiência da dor. 
O que pode ativar um nociceptor, causando consequentemente uma sensação dolorosa? 
• Estimulação mecânica intensa. 
• Temperaturas extremas. 
• Falta de oxigênio no tecido. 
• Exposição a produtos químicos. 
• Outros. 
Dois tipos de fibras nervosas transmitem informações dolorosas: 
1.Aδ: levemente mielinizadas. 
2.C: não mielinizadas. 
Os nociceptores estão na maior parte dos tecidos corporais, mas são ausentes no tecido 
nervoso. 
 
A hiperalgesia é determinada por um aumento da sensibilidade, e gera a percepção de dor 
exagerada.Os nociceptores disparam diante de lesões ou potenciais lesões, já a hiperalgesia 
está relacionada com nossa capacidade de controlar a dor. Após a lesão, e consequente 
ativação dos nociceptores, os tecidos já estão lesionados, no entanto, ficam muito sensíveis a 
estímulos, um simples toque no ponto lesado pode desencadear dor extrema. 
Mas o que pode desencadear a hiperalgesia? 
Um limiar reduzido para a dor. 
Intensidade aumentada do estímulo doloroso. 
Dor espontânea. 
A hiperalgesia pode ser primária, quando ocorre dentro da área do tecido lesionado (na área 
do machucado, por exemplo) ou secundária, quando atinge o entorno da região lesionada. 
Diversas substâncias endógenas podem promover a hiperalgesia, entre elas destacam-se a 
bradicinina, as prostaglandinas e a substância P. 
Vias ascendentes - A dor e a temperatura do corpo entram em nosso sistema nervoso via 
medula espinhal, utilizando fibras que seguem diretamente para o tálamo (região do 
diencéfalo): são as vias espinotalâmicas. 
Já a informação oriunda da face (rosto) segue pelo nervo trigêmeo diretamente para o tálamo: 
São as vias trigeminotalâmicas. 
 
Regulação aferente e descendente - Antes de entendermos a regulação da dor, é 
fundamental que fique claro que a percepção dolorosa é variável de indivíduo para indivíduo. 
Além disso, dependendo do contexto comportamental a mesma intensidade de ativação 
nociceptora poderá produzir mais ou menos dor. 
Caso fibras mecanorreceptoras (táteis) de baixo limiar, como as fibras Aβ, sejam ativadas, 
inibiremos a dor em sua origem, inibindo as mensagens que seguiriam pelas vias 
espinotalâmicas, essa é dita a regulação aferente. 
No entanto, outras vias são possíveis. Como explicar a aparente ausência de dor em situações 
onde há forte envolvimento emocional? A dor diante destas situações é inibida, ou seja, de 
regulação descendente. 
O processo é o seguinte: Neurônios da substância cinzenta periaquedutal e periventricular 
(localizada no mesencéfalo), quando estimulados, promovem analgesia profunda. Enviando 
mensagens mediadas pela serotonina, essas áreas se comunicam com neurônios do bulbo 
(localizado abaixo da ponte no tronco encefálico) e estes se comunicam com a medula, 
promovendo a inibição da dor. Curioso, não? 
 
Ausência congênita de dor - Veja alguns exemplos de complicações possíveis: 
• Queimaduras diversas, mesmo em situações cotidianas como cozinhar. 
• Fraturas que não são percebidas e tratadas. 
• Escarras e úlceras de decúbito, pois o indivíduo não fica com dores no corpo e dificilmente 
muda de posição durante o sono. 
• Incapacidade de perceber alterações nas articulações, permitindo degenerações e 
deformações. 
A dor é adaptativa, é necessário que ela promova um incômodo significativo que demande 
nossa busca por cuidado. 
 
Arquitetura do sono 
O sono é estudado pelo registro polissonográfico, que representa o conjunto de dados obtidos 
pela análise de eletroencefalograma (EEG), eletrocardiograma (ECG), eletromiograma 
(atividade muscular) e eletrooculograma (atividade do globo ocular), que permite conhecer 
aspectos comportamentais, autônomos e da atividade cerebral. 
Durante o sono, a reatividade a estímulos externos é baixa, a atividade motora é baixa, a 
postura é estereotipada (deitado com olhos fechados), eletromiograma e eletrooculograma 
com baixa atividade média, redução da frequência cardiorrespiratória com redução da tensão 
arterial, redução da motilidade gastrintestinal, redução em até dois graus da temperatura 
corporal e redução da atividade metabólica. 
Os estágios do sono têm uma organização temporal característica ao longo da noite. Os 
estágios NREM 3 e 4 tendem a ocorrer da primeira terça parte à metade da noite e sua 
duração aumenta em resposta à privação do sono. 
O sono REM ocorre ciclicamente durante a noite, alternando-se com sono NREM a cada 80-
100 minutos, aproximadamente. A duração dos períodos de sono REM aumenta pela manhã. 
O sono humano também varia caracteristicamente ao longo da vida. Após uma relativa 
estabilidade, com grandes quantidades de sono de ondas lentas na infância e início da 
adolescência, a continuidade e a profundidade do sono deterioram-se ao longo da faixa de 
idade adulta. 
Essa deterioração é refletida por maior vigília e sono do estágio 1 com redução dos estágios 3 
e 4. Ou seja, o indivíduo vai tendo períodos de sono mais leve. Em vista disso, a idade deve ser 
considerada no diagnóstico de um Transtorno do Sono. 
O sono REM só ocorre em aves e mamíferos, podendo representar até 20% do TTS (tempo 
total de sono). 
Vigília: 
Corresponde a todo período entre um episódio de sono e outro, o organismo responde a 
estímulos do ambiente, apresenta comportamento ativo com atividade locomotora e motora 
normais e demonstra postura dinâmica. Representa o período em que estamos acordados. 
Sonhos: 
Para a neurobiologia o ato de sonhar representa uma experiência subjetiva da qual só 
tomamos consciência quando acordamos. É extremamente difícil de ser estudada, pois 
depende de colaboração completa do indivíduo. 
Que estrutura regula os ciclos? 
O SNC. Através de relógios biológicos que recebem informações do ambiente, logo, suas 
oscilações dependem das variações no ambiente. 
O hipotálamo, por exemplo, controla os ritmos circadianos através do núcleo 
supraquiasmático, onde encontramos núcleos de corpos celulares que recebem axônios 
provenientes de ambas as retinas (aferências: a luz atua como temporizador) e geram 
eferências para diversos núcleos hipotalâmicos (controlam as funções autonômicas viscerais) e 
talâmicos (controlam os comportamentos motivados). Lesões ou remoção bilateral destes 
núcleos tornam os períodos de atividade aleatórios. 
Esses núcleos geram os ritmos, não são responsáveis pela construção da atividade. 
O epitálamo (região onde encontramos a glândula pineal) controla os ritmos circanuais, 
monitorando as estações do ano e sincronizando funções que variam anualmente 
(hibernações, ciclos reprodutivos etc). A luz também atua como sincronizadora, no entanto, o 
sistema é mais complexo do que o hipotalâmico. A Pineal secreta melatonina que possui ação 
na redução da atividade das gônadas em diversas espécies no inverno (poucas horas de luz). 
Quanto maior a noite, maior a quantidade de melatonina secretada, mostrando que a glândula 
atua como um sinalizador de fotoperíodo. 
 
Transtornos Primários do Sono 
Insônia Primária: é caracterizada pela dificuldade de iniciar o sono ou se manter dormindo. É 
considerada ainda quando a pessoa reporta sono não reparador. Para um diagnóstico preciso 
já deve durar pelo menos um mês e estar causando comprometimento nas atividades sociais e 
ocupacionais. 
Hipersonia Primária: é caracterizada pela sonolência excessiva, que dura pelo menos um mês 
e que é reportada por episódios de sono muito prolongados ou por sono diurno exagerado. 
Assim como a insônia, deve estar causando comprometimento nas atividades sociais e 
ocupacionais para um diagnóstico preciso. Comumente está associada com excessiva 
dificuldade de acordar de manhã. Em alguns casos os cochilos diurnos são prolongados (uma 
hora ou mais) e considerados não reparadores, deixando no indivíduo uma sensação de 
sonolência. 
Narcolepsia: é caracterizada por ataques repetidos e irresistíveis de sono reparador, cataplexia 
(episódios de perda súbita, reversível e bilateral do tono muscular, com duração de segundos a 
minutos, geralmente precipitados por intensa emoção) e intrusões recorrentes de elementos 
do sono REM no período de transição entre o sono e a completa vigília (paralisia dos músculos 
voluntários ou alucinações tipo oníricas). A sonolência do indivíduotipicamente diminui após 
um ataque de sono, retornando algumas horas depois. Para diagnóstico preciso, deve ocorrer 
por mais de três meses. 
Transtorno do sono relacionado à respiração: hipopneia e apneia do sono. 
Transtorno do ritmo circadiano do sono: é caracterizado por um desajuste entre o sistema 
circadiano de sono-vigília endógeno do indivíduo, com as necessidades relativas ao tempo e 
duração do sono. Ele não leva ao sono nem a vigília e, sim, a episódios variados (ora sono, ora 
atividade) ao longo do dia, o que causa comprometimento da vida social e ocupacional. 
Transtorno de pesadelo: é caracterizado por sonhos assustadores que levam o indivíduo a 
despertar plenamente alerta; os sonhos assustadores e interrupção do sono causam 
sofrimento significativo à vida social e ocupacional. 
Transtorno de sonambulismo: é caracterizado por episódios repetidos de atividade motora 
complexa, que ocorre durante a primeira parte da noite e inclui levantar-se da cama e 
deambular pelas dependências da casa, enquanto apresenta olhar vazio e relativa ausência de 
resposta à comunicação com os outros; sendo acordado, tem uma lembrança limitada do que 
ocorreu. 
Transtorno de terror noturno: é caracterizado pela ocorrência repetida de terror durante o 
sono, com despertar abrupto, acompanhado por grito de pânico. Pode durar de 1 a 10 minutos 
nos quais se observa grande excitação e manifestações claras de medo. O indivíduo é difícil de 
despertar ou confortar, no entanto, quando desperta não reporta nenhum sonho ou apenas 
imagens fragmentadas. No dia seguinte tem amnésia para o ocorrido. 
Parassonias: caracterizadas pela presença de eventos comportamentais ou fisiológicos 
considerados anormais e que ocorrem durante o sono, em estágios específicos do sono ou nas 
transições de sono e vigília. 
 
Transtornos Secundários do Sono 
Transtorno do sono relacionado a transtorno mental: é caracterizado por queixas de 
dificuldades com o sono. E é resultante de algum transtorno mental, como os transtornos de 
humor ou ansiedade, sendo suficientemente incômodo para necessitar de atenção clínica 
específica. 
Transtorno do sono devido a uma condição médica geral: é caracterizado pelas queixas de 
baixa qualidade do sono, consequente dos efeitos fisiológicos diretos de uma doença. 
Transtorno do sono induzido por substância: é caracterizado por reclamações de dificuldades 
do sono causadas pelo uso atual ou recente de uma substância química, inclusive 
medicamentos.

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