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Princípios de Farmacodinâmica PRINCÍPIOS DE FARMACODINÂMICA A maioria dos fármacos liga-se a receptores celulares, onde iniciam uma série de reações bioquímicas que alteram a fisiologia celular. Numa determinada dose, algumas moléculas do fármaco encontram suas células-alvo, enquanto outras moléculas estão sendo distribuídas, metabolizadas e excretadas. No sítio específico da célula alvo, os fármacos exercem suas ações primárias. Podemos dividir as ações dos fármacos em três níveis: celular. do organismo. populacional. OBS.: o termo Receptores de fármacos, na verdade, é um termo geral para aquilo que chamamos de “ALVOS DE FÁRMACOS”. Ou seja, cada fármaco, que é uma molécula química, vai exercer sua ação em um alvo específico. ALVOS DE FÁRMACOS: Receptores de fármacos: os receptores em geral são proteínas ou glicoproteínas que estão presentes na superfície celular, numa organela no interior da célula ou no citoplasma. Há um número finito de receptores numa determinada célula. Desta forma, as respostas mediadas por receptores alcançam um platô na saturação do receptor (ou antes disto). FARMACOLOGIA EM NÍVEL CELULAR Teorias fármaco-receptor: as teorias que descrevem a ação dos fármacos são baseadas na aceitação de que existe um mecanismo de interação entre o fármaco e um alvo específico (receptor). Chave-Fechadura CONTROLE AUTONÔMICO DO CORAÇÃO PELO SISTEMA NERVOSO: Simpático x Parassimpático As substâncias químicas produzidas no organismo e que exercem suas ações através de receptores são denominadas ligantes endógenos ou substâncias endógenas. Como as substâncias endógenas transmitem sinais para uma célula, elas também são chamadas de mediadores químicos. Mecanimo de Ação Celular do Neurotransmissor Noradrenalina (Sistema nervoso periférico autônomo) . agonistas: fármacos que alteram a fisiologia de uma célula por ligação à membrana plasmática ou a receptores intracelulares. Um certo número de receptores deve estar ocupado por agonistas antes que ocorra uma alteração mensurável da função celular. Por ex.: uma célula muscular não se despolariza porque uma molécula de acetilcolina se liga a um receptor nicotínico e ativa um canal iônico. . antagonistas: inibem ou bloqueiam as respostas causadas pelos agonistas. Mecanimo de Ação Celular do Neurotransmissor Acetilcolina (Sistema nervoso periférico autônomo e sistema nervoso motor) ALVOS DE FÁRMACOS: ALVOS DE FÁRMACOS: Quando um fármaco se liga a um receptor, é provável que ocorra uma das seguintes ações: - abre-se ou fecha-se um canal iônico; - ativam-se mensageiros bioquímicos, muitas vezes chamados segundos mensageiros (AMPc, GMPc, Ca++, fosfatos do inositol). O mensageiro bioquímico inicia uma série de reações químicas no interior da célula, as quais transduzem o sinal estimulado pelo fármaco. - Inibe-se fisicamente a função celular normal (síntese de DNA, produção da parede celular bacteriana, síntese de proteínas). - Liga-se a função celular (promoção da transcrição de DNA pelos esteróides). ALVOS DE FÁRMACOS: ALVOS DE FÁRMACOS: ALVOS DE FÁRMACOS: CLASSIFICAÇÃO DOS AGONISTAS: . agonista forte: aquele que causa efeitos máximos, ainda que ocupe apenas uma pequena fração dos receptores numa célula. . agonista fraco: aquele que deve estar ligado a muitos receptores, mais que um agonista forte para produzir o mesmo efeito. . agonista parcial: fármaco que não consegue produzir efeitos máximos, mesmo quando todos os receptores estão ocupados por ela. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTAGONISTAS: . antagonista competitivo: compete com os agonistas pelos receptores. Durante o tempo em que um receptor está ocupado por um antagonista, os agonistas não conseguem se ligar ao receptor. É sobrepujável. . antagonista não competitivo: liga-se a um sítio diferente do domínio de ligação do agonista. Induz alteração de conformação no receptor, de tal modo que o agonista já não reconhece seu domínio de ligação. Desta forma, é considerado não-sobrepujável. . antagonista irreversível: também são não-sobrepujáveis. Estes agentes competem com agonistas pelo domínio de ligação do agonista. Diferentemente dos antagonistas competitivos, contudo, os antagonistas irreversíveis combinam-se permanentemente com o receptor. A taxa de antagonismo pode ser lentificada por altas concentrações de agonista. Uma vez ligado um antagonista irreversível a um receptor em particular, esse receptor não consegue, contudo, ser recuperado por um agonista. Outras formas de antagonismo: . antagonismo fisiológico: dois agonistas, em reações não relacionadas, causam efeitos opostos. Os efeitos se cancelam. . antagonismo por neutralização: dois fármacos ligam-se entre si. Quando combinados, ficam ambos inativos. Farmacologia em nível de organismo Muitos dos termos usados em farmacologia foram desenvolvidos para refletir observações feitas após a administração do fármaco a um animal experimental ou a uma pessoa. Portanto, os termos: eficácia, potência e curvas de dose-resposta descrevem as ações de fármacos em organismos íntegros. É mais provável que estes termos sejam usados numa situação clínica do que os termos relacionados a interações entre fármaco e receptor. . Eficácia: grau em que um fármaco é capaz de induzir efeitos máximos. Se o fármaco A reduzir a pressão arterial em 20mm e o fármaco B reduzir a pressão arterial em 10mm, então o fármaco A tem maior eficácia que o fármaco B. . Potência: quantidade de fármaco que é necessário para produzir 50% da resposta máxima que o fármaco é capaz de induzir. Por exemplo, morfina e codeína são ambas capazes de aliviar a dor pós-operatória. É necessária uma dose menor de morfina que de codeína para atingir este efeito. Portanto a morfina é mais potente que a codeína. Potência compara fármacos dentro de uma mesma classe química (corticóides; antiinflamatórios). Geralmente, têm eficácia o suficiente, se for dada uma dose alta o suficiente. Eficácia compara fármacos com diferentes mecanismos de ação. Ex.: ketoralac é um antiinflamatório não esteroidal e tem eficácia igual a da morfina, que é um hipnoanalgésico, no combate à dor pós-operatória. O paracetamol e a dipirona têm eficácia mais baixa que os dois primeiros. Nada se pode dizer sobre a afinidade das drogas com base em sua potência ou eficácia. Afinidade é medida da força de ligação ao receptor e não pode ser medida clinicamente. Um agonista de baixa afinidade pode produzir uma resposta maior que a produzida por um agonista de alta afinidade. . Curva dose-resposta: são gráficos da intensidade das ações dos fármacos contra a dose necessária para produzir aquela ação. A curva representa os efeitos em um animal ou tecido, e não em uma população. Farmacologia em Nível populacional Antes de novos fármacos serem aprovados para comercialização, sua eficácia e segurança devem ser testadas em animais e populações humanas. Os dados derivados destes estudos são apresentados com a seguinte terminologia: . EC50 (concentração efetiva em 50%): concentração do fármaco que induz efeito clínico especificado em 50% dos indivíduos aos quais é administrado. . LD50 (dose letal em 50%): concentração do fármaco que induz morte em 50% dos indivíduos aos quais é administrado. . Índice terapêutico: medida da segurança do fármaco, é a relação entre a LD50 e a EC50. . Margem de segurança: margem entre as doses terapêutica e letal do fármaco.
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