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Títulos Crédito - Nota Promissória

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Dir. Empresarial II - 04SA - Administração/Contábeis - Prof. Valmi* 
	Títulos de Crédito (Nota Promissória e Cheque - Breves considerações)
Esclarecimentos necessários:
O Código Civil contém normas sobre títulos de crédito (artigos 887 a 926) que se aplicam em caráter apenas supletivo, ou seja, se idênticas às da lei específica do título de crédito, ou na hipótese de lacuna na lei regradora (conforme art. 903 do CC). Existindo lei própria, como por exemplo a letra de câmbio e a nota promissória que são regidas por completo pela Lei Uniforme de Genebra (LU), assim também o cheque, disciplinado inteiramente pela Lei 7.357/1985 (Lei do Cheque), e a duplicata igualmente pelas normas da LU e da Lei de Duplicatas nº 5.474/1968, são essas as normas que serão aplicadas. 
	Conceito de título de crédito: documento representativo de obrigações pecuniárias, necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado.
	
	Princípios Gerais de Direito Cambiário: 
a) princípio da cartularidade (vem de cártula, nome pelo qual também é conhecido o título de crédito): para que o credor de um título de crédito exerça os direitos por ele representado, é indispensável que se encontre na posse do documento, do título. Por isso, impossível a execução judicial do crédito apenas com a cópia xerográfica do título de crédito. É necessária a apresentação do original do título, da própria cártula, para que o devedor-executado tenha certeza de que o credor não negociou o seu crédito (por ex., não transferiu por endosso).
b) princípio da literalidade (vem de literal, ou seja, conforme está escrito): não terão eficácia e não produzem conseqüências na disciplina das relações jurídico-cambiais, os atos jurídicos que não constarem do próprio título. Assim, por exemplo, um aval concedido por instrumento apartado da nota promissória, não produzirá os efeitos de aval, podendo, no máximo, gerar efeitos na órbita do direito civil, como fiança. Ou seja, se o “avalista” não assinar na própria nota promissória, e sim em outro documento, tal ato poderá, quando muito, ser considerado fiança, não aval. 
Por isso, a quitação pelo pagamento de obrigação representada por título de crédito, para maior segurança, deve constar do próprio título. Não que a quitação por documento apartado seja destituída de valor, mas a quitação passada no próprio título dá mais segurança a quem paga. 
c) princípio da autonomia: as obrigações representadas por um mesmo título de crédito são independentes entre si. Se uma das obrigações for nula ou anulável, tal fato não comprometerá a validade e eficácia das demais obrigações constantes do mesmo título de crédito. Exemplo: Antonio compra um aparelho televisor novo a prazo e emite nota promissória em favor do vendedor, Benedito. O vendedor transfere por endosso a Carlos a nota promissória como pagamento de uma dívida. Se o televisor apresentar defeito, Antonio não pode alegar tal fato para deixar de pagar o título a Carlos, atual portador. Ao contrário, deve pagar e pleitear de Benedito o ressarcimento (indenização) decorrente do defeito. 
Endosso: 
	O alienante do crédito documentado por um título de crédito é chamado endossante; o adquirente, de endossatário. 
	O endosso se traduz pela assinatura do endossante no verso do próprio título, transferindo a totalidade dos direitos de crédito, pois não existe endosso parcial, e, se for feito, será considerado nulo. Também não tem eficácia o endosso condicional (em que a transferência do crédito fica subordinada a alguma condição). 
Com o endosso, o endossante deixa de ser credor do título, posição jurídica que passa a ser ocupada pelo endossatário. 
O endosso produz, em regra, dois efeitos: 
transfere a titularidade do crédito representado no título, do endossante para o endossatário;
vincula o endossante ao pagamento do título, na qualidade de coobrigado (o Código Civil prevê o contrário no art. 914, mas como vimos, ele não se aplica aos títulos de crédito com lei específica). Contudo, pode ser ajustado o chamado endosso “sem garantia” (art. 15 da LU). Nessa hipótese, o endossante não se vincula ao pagamento. Outra exceção ao efeito da vinculação ocorre na hipótese de o endossatário de um título por endosso em branco transferir o respectivo crédito por mera tradição (entrega do título a um terceiro).
 
O endosso pode ser de duas espécies:
a) em branco, quando não identifica o endossatário.
b) em preto, quando identifica. 
Exemplos: 	“Pague-se a Carlos Silva” + assinatura (endosso em preto).
“Pague-se” + assinatura, ou “por endosso” + assinatura, ou a simples assinatura no verso do título sem nada constar (endosso em branco). 
Aval
Conceito: ocorre quando uma pessoa, chamada avalista, garante o pagamento do título em favor quase sempre do devedor principal, chamado avalizado.
O pagamento de um título de crédito pode ser total ou parcialmente garantido por aval. Assim, o aval pode garantir apenas parte da obrigação. O Código Civil proíbe o aval parcial (art. 897, § único), mas como constou dos esclarecimentos iniciais desta apostila, de acordo com a interpretação dominante do art. 903 do mesmo Código, tal proibição não se aplica aos títulos de crédito cambiários já existentes (letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque, que são regidos por legislações especiais). A divergência doutrinária a este entendimento é ínfima.
	O aval resulta da simples assinatura do avalista no anverso ou no verso do título de crédito, sob alguma expressão identificadora do ato praticado (ex.: “por aval” ou equivalente).
	A obrigação do avalista é autônoma em relação à do avalizado. Eventual nulidade da obrigação do avalizado não compromete a do avalista. Nisso resulta a principal diferença entre o aval e a fiança – dois institutos jurídicos bem distintos, mas na linguagem leiga empregados erroneamente como sinônimos. O novo Código Civil (art. 1.647, inciso III) inovou ao dispor que a pessoa casada necessita da vênia conjugal para prestar fiança ou aval, exceto se o regime de casamento for o da separação absoluta de bens. 
A principal distinção entre a fiança e o aval consiste no fato de que a obrigação do fiador é acessória em relação à do afiançado, ao passo que a obrigação do avalista é autônoma, independente da do avalizado. 
Se o avalizado, por exemplo, entrar em recuperação judicial (antiga concordata) ou falir, o aval permanece íntegro, e o credor pode acionar diretamente o avalista. 
Por outro lado, se por ex., o contrato de locação for declarado nulo, ou rescindido, a fiança também o será. Como consequência desta distinção, a lei concede ao fiador o “benefício de ordem”, inexistente para o avalista (benefício de ordem é a faculdade que a lei concede ao fiador que, se acaso não tiver renunciado expressamente a esse direito, exigir que antes de o credor penhorar seus bens, primeiro execute o afiançado, indicando bens, e se este não tiver bens ou for insuficientes, aí sim direcione a execução contra o fiador. Isso não ocorre no aval, pois o credor pode executar, à sua escolha, o emitente, o avalista, ou a ambos simultaneamente - o que geralmente ocorre). 
PRINCIPAIS TÍTULOS DE CRÉDITOS CRÉDITO CAMBIAIS
Nota Promissória – Conceito: É uma promessa de pagamento que uma pessoa (emitente) faz em favor de outra (beneficiário). 
	Requisitos:
a) a expressão “nota promissória” constante do próprio texto do título, em linguagem nacional; b) a promessa, incondicional, de pagar quantia determinada; c) o nome do beneficiário da promessa, o que significa a impossibilidade de emissão de nota promissória ao portador; d) a data da emissão; e) o local da emissão; f) a assinatura do emitente, bem como a sua identificação pelo nº de sua Cédula de Identidade, CPF, Tít. Eleitor ou Carteira Profissional; g) a data e local de pagamento, sendo que em caso de omissão, entende-se que se trata de título pagável à vista, no local da emissão. 
Obs.: Vê-se, portanto,que de todos os requisitos citados, apenas o último (letra g”) não é essencial, pois se não constar a data ou o local de pagamento, a lei já prevê a consequência.
	Quanto aos outros requisitos (letras “a” a “f”) se não constar um ou mais, o título de crédito não estará formado e por isso não poderá ser exigido através de processo de execução. 
	Deve ser frisado também que a Nota Promissória não é título de modelo vinculado, ou seja, a lei não exige uma forma especial. Qualquer documento, de qualquer formato, que contenha os requisitos acima, é considerado uma Nota Promissória, portanto, um título de crédito perfeito. 
	
Prescrição:
 
	Prescrição é a perda do direito de ação pela inércia do titular do direito durante certo lapso de tempo previsto em lei. A ação cambiária visando o recebimento da nota promissória prescreve nos seguintes prazos:
3 (três) anos a ação do portador contra o emitente e respectivo avalista;
1 (um) ano a ação do portador contra o(s) endossante(s);
6 (seis) meses a ação dos endossantes, uns contra os outros 
	Portanto, a ação executiva (art. 585, I, do Código de Processo Civil) visando o recebimento da nota promissória prescreve em 3 (três) anos do vencimento. Após a prescrição da ação execução ninguém poderá ser executado em virtude da nota promissória. Entretanto, o seu emitente poderá ser acionado através de ação ordinária, ou ação monitória, cujo prazo da prescrição é bem maior, previsto no Código Civil e no Código de Processo Civil, na qual a nota promissória servirá apenas como elemento probatório (início de prova). O avalista, cuja obrigação tenha-se originado, exclusivamente, no título de crédito, após a prescrição da execução, não poderá, em hipótese alguma, ser responsabilizado perante o credor da nota promissória. 
Cheque: (regido pela Lei federal nº 7.357/85, Lei do Cheque = LC)
Conceito - é uma ordem de pagamento à vista, sacada contra um banco e com base em suficiente provisão de fundos depositados pelo sacador (emitente) em mãos (em poder) do sacado ou decorrente de contrato de abertura de crédito entre ambos (por ex., “cheque especial”, “crédito rotativo” etc.)
	Característica essencial do cheque: é a sua natureza de ordem à vista, que não pode ser descaracterizada por acordo entre as partes. 
Qualquer cláusula inserida no cheque com o objetivo de alterar esta sua característica essencial é considerada não-escrita e, portanto, ineficaz no campo do Direito Cambiário (LC, art. 32).	
Desta forma, a emissão do cheque com data futura, a pós-datação (popularmente conhecido como “pré-datado”), não produz nenhum efeito cambial (gera responsabilidade nos campos do Direito Civil e do Direito do Consumidor), e não no âmbito do Direito Cambiário pois se se admitisse tal prática equivaleria a tratar o cheque como título de crédito a prazo, o que é incompatível com sua característica essencial (ordem de pagamento à vista).
	Contrariamente à nota promissória, o cheque é título de modelo vinculado, cuja emissão somente pode ser feita em documento padronizado, fornecido pelo banco sacado, geralmente em talões.
	Requisitos:
a) a expressão “cheque” inserida no próprio título, em linguagem nacional; b) a ordem incondicional de pagar quantia determinada; c) a identificação do banco sacado; d) o local de pagamento; e) a data da emissão; f) a assinatura do sacador (emitente), ou seu mandatário (procurador) com poderes especiais – admitido o uso da chancela mecânica, desde que previamente atendidas as condições legais – e a identificação do emitente pelo nº de seu RG, CPF, Tít. Eleitor ou CTPS. O BC também exige que o Banco sacado faça constar do cheque o mês e ano da abertura da conta.
	Cláusulas “à ordem” e “não à ordem”:
	Se o emitente quiser ter a certeza de que será o beneficiário, e apenas ele, que descontará ou depositará o cheque em sua própria conta, deve fazer inserir no cheque a cláusula “não à ordem”. Para tanto, basta riscar a expressão “ou à sua ordem” que normalmente já vem impressa no cheque e escrever sobre a mesma “não à ordem”. Se apenas riscar e nada escrever, considera-se cheque com cláusula “à ordem”, ou seja, a que permite o portador endossar o cheque e transferi-lo a terceiro pois o cheque é, naturalmente, um título “à ordem” salvo existência expressa de cláusula “não à ordem”.
	O cheque de valor superior a R$100,00 (cem reais) deve adotar a forma nominativa (Lei nº 9.069/95) e pode conter a cláusula “à ordem” ou a cláusula “não à ordem”. De acordo com o BC não há necessidade de grafar, por extenso, os centavos, e se o beneficiário for o próprio sacador, pode-se utilizar a expressão “ao emitente” no espaço destinado ao nome do beneficiário (Circulares Bacen nºs 1.825/90 e 2.094/91). 
Endosso de cheque:
 
	Desde a criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), somente é permitido um único endosso do cheque pagável no Brasil (Lei federal nº 9.311/96, art. 17, inc. I). 
	Tratando-se de cheque, o instituto do endosso deve ser analisado com outros olhos, porquanto o endosso transmite o título e garante seu pagamento. É que o endossante transfere ao endossatário o cheque e todos os direitos nele contidos. O endossante do cheque também é garantidor do emitente.
	Cláusula “sem garantia”:
	Se o endossante apenas assinar no verso do cheque, além de transferir o crédito nele consignado ficará também responsável perante o portador-beneficiário pelo seu pagamento. 	Todavia, o artigo 21 da Lei do Cheque (LC) contém uma ressalva (“salvo estipulação em contrário”). Significa que o endossante pode, mediante a inserção da cláusula “sem garantia”, transferir o cheque, sem responsabilidade por seu pagamento. Basta escrever esta expressão – “sem garantia” – no verso do cheque, normalmente acima de sua assinatura, para apenas transferir seus direitos sobre o crédito representado pelo cheque, não ficando obrigado a pagar o valor do mesmo. 
	Modalidades mais comuns:
	Dentre outras, as principais modalidades de cheques são:
a) 	cheque visado - é aquele em que o banco sacado lança declaração de suficiência de fundos, a pedido do emitente ou do portador. Somente o cheque nominal ainda não endossado comporta esta certificação. O sacado (banco) deve reservar, da conta corrente do sacador (emitente), em benefício do credor, quantia equivalente ao valor do cheque, durante o prazo de apresentação (art. 7º, § 1º, LC). 
b) 	cheque administrativo - popularmente conhecido como “cheque comprado”, é aquele sacado pelo banco contra um de seus estabelecimentos. Sacador e sacado se identificam no cheque administrativo, que somente pode ser emitido nominativamente (art. 9º, III, LC). Na prática atual o cheque administrativo substituiu o cheque visado. 
c) cheque cruzado - se destina a possibilitar a qualquer tempo a identificação da pessoa em favor de quem foi liquidado. Resulta da oposição, pelo emitente ou pelo portador, no anverso do título (“na frente do cheque”), de dois traços transversais, no interior dos quais poderá, ou não, ser designado determinando banco. Se não designado, ter-se-á “cruzamento em branco” ou geral; em havendo menção de um banco específico, ter-se-á “cruzamento em preto” ou especial. Em ambos os casos, em síntese, o cheque cruzado somente poderá ser liquidado entre bancos. 
Apresentação do cheque ao Banco sacado: 
	O cheque é pagável à vista. Como já vimos, considera-se não escrita qualquer menção em contrário. O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação.
	Os prazos para apresentação do cheque ao sacado são contados do dia da emissão:
a) 30 (trinta) dias, quando passado na praça onde deva ser pago;
b) 60 (sessenta) dias, quando passado em outra praça ou em outro país.
	
Entende-se por cheque da mesma praça, para fins de definição do prazode apresentação, aquele em que o local designado como sendo o de emissão é o mesmo município onde se encontra a agência pagadora do banco sacado, sendo de praças distintas aquele em que não coincidam o município do local que consta como sendo de emissão e o da agência pagadora. 
	O credor que não observar o prazo de lei para apresentar o cheque ao banco sacado está sujeito às seguintes conseqüências: 
perda do direito de executar os coobrigados do cheque, ou seja, os endossantes e o avalistas de endossantes, em qualquer hipótese; 
perda do mesmo direito contra o emitente do cheque, se havia fundos durante o prazo de apresentação e eles deixaram de existir, em seguida ao término deste prazo, por culpa não-imputável ao correntista (como, por exemplo, a falência do banco ou o confisco governamental - art. 47, II, e seu § 3º da Lei do Cheque). 
Um cheque não apresentado durante o prazo legal pode ser pago pelo banco sacado, desde que não se encontre prescrito e, evidentemente, tenha fundos. A não observância do prazo de apresentação, portanto, não desconstitui o título de crédito como ordem de pagamento a vista, mas importa nas graves sanções acima mencionadas.
Sustação do pagamento do cheque:
	O pagamento do cheque pode ser sustado, prevendo a lei duas modalidades de sustação:
revogação – constante do art. 35 da LC, também chamada de contra-ordem. Trata-se de ato exclusivo do emitente do cheque, praticado mediante aviso escrito, em que exponha as razões motivadoras do ato. Esta modalidade de sustação do pagamento gera efeitos apenas após o término do prazo de apresentação e, evidentemente, caso o cheque não tenha sido ainda liqüidado. Em outros termos, equivale ao ato cambial que limita ao prazo de apresentação previsto em lei a eficácia do cheque como ordem de pagamento à vista.
oposição – constante do art. 36 da LC. Ato que pode ser praticado pelo emitente ou portador legitimado do cheque, mediante aviso escrito, fundado em relevante razão de direito (extravio, furto ou roubo do título, falência do credor, etc.) Produz efeitos a partir da cientificação do banco sacado, dentro do prazo de apresentação, desde que anterior à liqüidação do título. 
Possibilidade de configuração de crime: 
A sustação, seja por revogação, seja por oposição, pode configurar crime de fraude no pagamento por cheque, nos termos do art. 171, parágrafo 2º, inciso VI, do Código Penal, se o emitente agir sem motivo justo, com o mero intuito de prejudicar o portador do cheque. 
Em ambas as hipóteses de sustação, o banco sacado não pode questionar a vontade do emitente, devendo limitar-se a cumpri-la se presentes os requisitos legais. 
Se estiver ocorrendo abuso de direito pelo emitente ou portador legitimado, ou crime de fraude no pagamento por meio de cheque indevidamente sustado, pode haver questionamento judicial pelo prejudicado em ação própria da qual o banco sacado sequer é parte. 
Cheque sem Fundos:
O pagamento feito por cheque tem efeito “pro solvendo”, ou seja, até a sua liqüidação não se extingue a obrigação a que se refere. Assim, o pagamento de aluguel por cheque sem fundos não impede o despejo do bem locado, ainda que eventual quitação (recibo) fornecida pelo proprietário ou imobiliária não faça menção ao cheque. 
As partes, no entanto, podem pactuar que o pagamento de determinada obrigação por cheque tenha efeito “pro soluto”, hipótese em que restará ao credor da obrigação apenas um direito cambial no caso de o cheque não ser liquidado por insuficiência de fundos. 
Em resumo: 
a) no efeito “pro solvendo” (que, aliás, ocorre na grande maioria dos casos, pois basta nada ser pactuado em sentido contrário) a obrigação principal permanece até a liquidação do cheque (no aluguel, por exemplo, o credor pode ajuizar ação de despejo por falta de pagamento, pois salvo expressa disposição em contrário, quem paga com cheque sem fundos, nada paga;
 b) já no efeito “pro soluto”, que para existir requer pactuação expressa, a obrigação principal deixa de existir, restando ao credor apenas o direito de executar o crédito decorrente do próprio cheque. 
	A emissão de cheque sem fundos é tipificada como crime de fraude de pagamento de cheques, nos termos do artigo 171, § 2º, VI, do Código Penal, que prevê pena de reclusão de 1 a 5 anos, além de multa. Trata-se de crime na modalidade dolosa (não por simples culpa). O pagamento do cheque, até o recebimento da denúncia importa extinção de punibilidade. 
	
Prescrição da Eficácia Executiva:
	A execução do cheque sem fundos prescreve, contra qualquer devedor, no prazo de 6 (seis) meses contados do término do prazo de apresentação a pagamento (30 ou 60 dias – cf. art. 59 da Lei do Cheque). Se se tratar de cheque pós-datado, apresentado antes da data lançada como emissão, para fins de cálculo do prazo prescricional, considera-se a data de emissão do título não aquela que nele consta, mas a da sua apresentação a pagamento. Computam-se, então, 30 ou 60 dias, conforme seja cheque da mesma ou de praças diferentes e, em seguida, os 6 (seis) meses.
	Deve ser frisado que o protesto cambial interrompe a prescrição, conforme previsto no art. 202, III, do Código Civil. O prazo interrompido recomeça a correr por inteiro a partir do ato que o interrompeu. Tal artigo prevê outras hipóteses de interrupção da prescrição.
Após o decurso do prazo prescricional do cheque, será admissível ação com base no locupletamento sem causa, no prazo de 2 (dois) anos (art. 61) ou ação monitória. 
 Ação executiva é aquela em que o juiz geralmente manda citar o devedor para pagar todo o débito atualizado, as despesas do processo e os honorários do advogado do credor em 3 dias sob pena de penhora de bens do devedor.
 	
	Se não for ajuizada a execução do cheque apresentado em tempo hábil, no prazo legal de 6 (seis) meses ocorre a prescrição da ação executiva (se houver sido protestado antes de vencer o prazo de prescrição, o credor tem mais seis meses contado do ato). 
	Embora perdido o título executivo, pela prescrição, não se perde o crédito. O credor ainda pode, no prazo de 2 (dois) anos após a prescrição, ajuizar contra o emitente do cheque e outros coobrigados, ação de enriquecimento ilícito (atualmente é comum o ajuizamento de ação monitória – CPC, 1.102A, 1.102B e 1.102C). A ação de enriquecimento ilícito prescreve em dois anos, contados do dia em que se consumar a prescrição da ação executiva. A ação monitória prescreve em 5 anos (Cód. Civil, art. 206, par. 5º, inciso I. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) pacificou o assunto com a edição em 11/12/2013 (DJe 10/02/2014), de súmula com o seguinte Enunciado: 
Súmula 503: “O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula”. 
* * *
 ( * Fontes principais: Manual de Direito Comercial, de Fábio Ulhoa Coelho, Ed.Saraiva, 2012; Curso de Direito Empresarial – Títulos de Crédito, vol.2, de Marlon Tomazette, Ed. Atlas, 2009; com pequenas adaptações e alguns acréscimos livres do Professor).
(Apostila disponibilizada pelo Professor à Turma em 14/08/2014) 
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Títulos de Crédito – Direito Empresarial II – 04SA – Administração/Contábeis – UniToledo – Prof. Valmi

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