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Apostila Direito Administrativo para concursos.

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Direito Administrativo – INSS. 
Professor: Leonardo Torres. 
 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 2 de 127 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
 
 
 
 Advogado, especialista em Direito Público, professor de Direito Administrativo dos principais cursos 
preparatórios para o ingresso na área pública e exame de ordem dos Estados do Paraná, Santa Catarina e 
São Paulo. 
 
 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 3 de 127 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
ESTADO E GOVERNO 4 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 5 
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 6 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 6 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 7 
ORGANIZAÇÃO DA ADM. PÚBLICA 9 
ATOS ADMINISTRATIVOS 17 
LICITAÇÕES (LEI 8.666/93) 26 
 LEI 8666/93 37 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 114 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 118 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 121 
AGENTES PÚBLICOS 122 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 124 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 4 de 127 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
 
 
 
 
 
ESTADO E GOVERNO 
 
O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado. Do ponto de vista sociológico, é 
corporação territorial dotada de um poder de mando originário; sob o aspecto político, é comunidade 
de homens, fixada sobre um território, com potestade superior de ação, de mando e de coerção; sob o 
prisma constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana; na conceituação do nosso Código Civil, é 
pessoa jurídica de Direito Público Interno (art. 41 do Código Civil). 
 
O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis: Povo, Território e Governo 
soberano. Povo é o componente humano do Estado; Território, a sua base física; Governo soberano, o 
elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto-
organização emanado do Povo. 
 
Não há nem pode haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse poder absoluto, 
indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se segundo a vontade livre de seu Povo e de 
fazer cumprir as suas decisões inclusive pela força, se necessário. 
 
A vontade estatal apresenta-se e se manifesta através dos denominados Poderes de Estado. Os Poderes 
de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, são o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções 
reciprocamente indelegáveis (CF, art. 2º). 
 
A organização do Estado é matéria constitucional no que concerne à divisão política do território 
nacional, a -estruturação dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de investidura dos governantes, 
aos direitos e garantias dos governados. 
 
No Estado Federal, que é o que nos interessa, a organização política era dual, abrangendo unicamente a 
União (detentora da Soberania) e os Estados-membros ou Províncias (com autonomia política, além da 
administrativa e financeira). 
 
Agora, a nossa Federação compreende a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios, 
que também são entidades estatais, com autonomia política reconhecida pela Constituição da República 
(art. 18), embora em menor grau que a dos Estados-membros (art. 25). 
 
Na nossa Federação, portanto, as entidades estatais, ou seja, entidades com autonomia política (além 
da administrativa e financeira) são unicamente a União, os Estados-membros, os Municípios e o Distrito 
Federal. 
 
Governo é a condução política dos negócios públicos. Na verdade, o Governo ora se identifica com os 
Poderes e órgãos supremos do Estado, ora se apresenta nas funções originárias desses Poderes e órgãos 
 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 5 de 127 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
como manifestação da Soberania. A constante, porém, do Governo é a sua expressão política de 
comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente. O 
Governo atua mediante atos de Soberania ou, pelos menos, de autonomia política na condução dos 
negócios públicos. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Administração Pública é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo. 
Numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização 
de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. A Administração pratica, atos de 
execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de seus 
agentes. São os chamados atos administrativos. 
O Governo e a Administração, como criações abstratas da Constituição e das leis, atuam por intermédio 
de suas entidades (pessoas jurídicas), de seus órgãos (centros de decisão) e de seus agentes (pessoas 
físicas investidas em cargos e funções). 
 
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
É o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas 
tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado, ou ainda, é o 
conjunto de normas que regem a Administração Pública. 
 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Considerações iniciais 
As fontes do Direito Administrativo são as responsáveis diretas pela criação, elaboração e 
aperfeiçoamento de toda ciência administrativista, produzindo, aprimorando e até justificando, suas 
Leis, normas internas e decisões judiciais. 
 
Em se tratando do Direto Administrativo propriamente dito, é importante ressaltar, dentre outras, 
quatro principais espécies de fontes jurídicas: a Lei, a doutrina, a jurisprudência e os costumes. 
 
As Leis 
 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 A lei, considerada em seu sentido amplo, representa importante fonte do Direito e, em se tratando do 
Direito Administrativo especificamente, representa a sua principal fonte jurídica. Tal como ocorre aos 
demais ramos do Direito, a Constituição Federal é a principal fonte do Direito Administrativo. 
 
 
É na Constituição Federal que se encontram todos os fundamentos e princípios jurídicos que irão servir 
de base para a criação das outras normas jurídicas. Por exemplo, os artigos 37 e 38, ambos da 
 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 6 de 127 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
Constituição Federal, trazem as disposições gerais concernentes aos princípios e normas que devem ser 
seguidos por toda a Administração Pública.A Constituição Federal também dispõe acerca de outras 
questões relacionadas ao Direito Administrativo, como por exemplo, os Servidores Públicos que é 
tratado em seus artigos 39 até 41. 
 
AS OUTRAS LEIS 
 
Todavia não somente a Constituição Federal constitui uma fonte jurídica para o Direito 
Administrativo.As Leis, os regulamentos, as instruções normativas, as resoluções e até mesmos as 
portarias expedidas pela Administração Pública, também, figuram como fontesjurídicas para o Direito 
Administrativo.Em se tratando de Leis, especificamente, deve-se citar como exemplo, a Lei 8112/90 que 
dispõe acerca do regime jurídico dos servidores civis da União ou a Lei 8666/93, que dispõe acerca do 
processo licitatório. Na realidade, para facilitar a compreensão, deve-se entender que constitui fonte do 
direito, todas as normas expedidas pela ou para a Administração Pública, desde a Constituição Federal 
até os regulamentos. 
 
A doutrina 
 
Quando estudiosos do Direito publicam seus estudos, pesquisas ou suas interpretações jurídicas acerca 
de determinada ponto da Lei, isso quer dizer, que foi publicada uma doutrina acerca daquele 
tema.Doutrina é a interpretação dada pelos operadores do Direito acerca de determinada questão 
jurídica.Desta forma, não se engane, a doutrina, não se presta somente a interpretar a Lei, mas também 
a todas as outras questões relacionadas ao Direito, tais como sua origem, seus princípios, objetivos e 
sua evolução. 
Existe certa divergência jurídica, quanto ao fato da doutrina representar uma fonte do Direito.Para estes 
autores, entender que doutrina representa uma fonte do Direito significa em afronta direta ao princípio 
da Legalidade. Todavia, para a maior parte dos autores, a doutrina constitui uma fonte do Direito, não 
havendo qualquer empecilho neste sentido.Inclusive, não se pode olvidar que a doutrina é 
constantemente utilizada quando da realização dos julgamentos pelos Tribunais. 
 
Jurisprudência 
Quando uma decisão judicial é proferida de forma reiterada, pode-se considerar que foi formada uma 
jurisprudência naquele sentido, ou seja, jurisprudência, nada mais é que uma reunião de várias decisões 
judiciais, acerca determinada matéria. Uma jurisprudência se cristaliza, ou seja, se pacifica, quando 
determinada matéria é julgada sempre no mesmo sentido. 
 
A jurisprudência é uma importante fonte do Direito, em se tratando de Direito Administrativo.As 
decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em questões relacionadas ao Direito 
Administrativo é um bom exemplo de jurisprudência do Direito Administrativo. 
 
 
 
 
 
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Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
Os costumes 
 
Os costumes, também, representam importante fonte do direito. Surgem através de comportamentos, 
atos ou condutas praticados reiteradamente que com o passar do tempo começam a integrar o 
cotidiano das pessoas. Em se tratando do direito Administrativo especificamente, é importante ressaltar 
a questão da "prática administrativa" como importante fonte do Direito Administrativo. É que ante a 
ausência de norma legal específica para a solução de determinado "caso", o administrador público 
decide por sempre solucionar esta questão, desempenhando determinado procedimento. 
Desta forma, como o passar do tempo, a "solução" dada pelo administrador público e sua aplicação 
reiterada, poderá se tornar "praxe" em toda Administração Pública, sendo assim, aplicada na resolução 
de todas as questões semelhantes. 
 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Em face da organização do Estado, e pelo fato deste assumir funções primordiais à coletividade, no 
interesse desta, fez-se necessário criar e aperfeiçoar um sistema jurídico que fosse capaz de regrar e 
viabilizar a execução de tais funções, buscando atingir da melhor maneira possível o interesse público 
visado. Devido à natureza desses interesses, são conferidos à Administração direitos e obrigações que 
não se estendem aos particulares. Logo, a Administração encontra-se numa posição de superioridade 
em relação a estes. A Administração Pública, na maioria de suas relações, possui um regime jurídico 
diferenciado. Para que possa exercer, de forma eficaz, as funções a ela determinadas, o interesse 
público está sobreposto a interesses particulares. Tal regime denomina-se Regime Jurídico 
Administrativo. Os princípios da Administração Pública são regras que surgem como parâmetros para a 
interpretação das demais normas jurídicas. Têm a função de oferecer coerência e harmonia para o 
ordenamento jurídico. Quando houver mais de uma norma, deve-se seguir aquela que mais se 
compatibiliza com os princípios elencados na Constituição Federal, ou seja, interpreta-se, sempre, 
consoante os ditames da Constituição. 
 
Os princípios que a Administração deverá seguir estão dispostos no art. 37, caput, da CF/88. O disposto 
no referido artigo constitucional é rol meramente exemplificativo; logo, existem outros princípios que 
poderão ser invocados pela Administração, como o princípio da supremacia do interesse público sobre o 
particular, o princípio da isonomia, entre outros. 
 
Com relação à sua abrangência, os princípios básicos da Administração alcançam a Administração 
Pública direta e indireta de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios (art. 37 da CF/88), possuindo, portanto, amplo alcance. 
 
São cinco os princípios da Administração Pública previstos no Artigo 37, caput, da Constituição Federal. 
Além destes princípios, há os previstos em legislações esparsas e os definidos pelos doutrinadores. 
 
Dispõe o Artigo 37, caput, da Constituição Federal: 
 
Artigo 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e também ao seguinte:(…) 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
 
a) Legalidade: a Administração pública só pode fazer o que a lei permite (poder-dever). 
 
b) Moralidade: a atuação do administrador deve obedecer a padrões éticos e justos de probidade e 
decoro. 
 
c) Impessoalidade: o mérito dos atos pertence à Administração e não às autoridades que as executam. 
Pode aparecer associado (ou utilizado como sinônimo) ao termo finalidade. 
 
d) Publicidade: divulgação dos atos praticados pela Administração, para conhecimento do público e 
início dos efeitos. 
 
e) Eficiência: introduzido na CF pela EC 19/98 – Reforma Administrativa – não basta a instalação de um 
serviço público, o mesmo deve atender as necessidades para as quais foi criado. 
 
 
Como já dito, além dos princípios da Administração Pública, trazidos por nossa Carta Magna em seu art. 
37, temos outros princípios previstos em legislações esparsas e os definidos pelos doutrinadores, sendo 
eles: 
 
a) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos: em razão de ter o Estado assumido a prestação de 
determinados serviços, por considerar que estes são fundamentais à coletividade, mesmo os prestando 
de forma descentralizada ou ainda delegada, deve a Administração, até por uma questão de coerência, 
oferecê-los de forma contínua, ininterrupta. Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos, o 
Estado é obrigado a não interromper a prestação dos serviços que disponibiliza. 
 
b) Princípio da Motivação: é a obrigação conferida ao administrador de motivar todos os atos que edita, 
sejam gerais, sejam de efeitos concretos. 
 
É considerado, entre os demais princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a motivação não 
há o devido processo legal, pois a fundamentação surge como meio interpretativo da decisão que levou 
à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro meio de viabilização do controle da legalidade dos atos 
da Administração. 
 
c) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particulare Princípio da Indisponibilidade: por 
força dos interesses representados pela Administração, é certo que todos os princípios básicos previstos 
no art. 37 da Constituição Federal se aplicam na atuação desta; todavia, na maioria das vezes, a 
Administração, para buscar de maneira eficaz tais interesses, necessita ainda de se colocar em um 
patamar de superioridade em relação aos particulares, numa relação de verticalidade, e para isto se 
utiliza do princípio da supremacia, conjugado ao princípio da indisponibilidade, pois, tecnicamente, tal 
prerrogativa é irrenunciável, por não haver faculdade de atuação ou não do Poder Público, mas sim 
“dever” de atuação. Por tal princípio, sempre que houver conflito entre um interesse individual e um 
interesse público coletivo deve prevalecer o interesse público. São as prerrogativas conferidas à 
Administração Pública, porque esta atua por conta de tal interesse. Como exemplos podemos citar a 
existência legal de cláusulas exorbitantes em favor da Administração, nos contratos administrativos; as 
 
 
 
 
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Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
restrições ao direito de greve dos agentes públicos; a encampação de serviços concedidos pela 
Administração etc. 
 
d) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade: os princípios acima surgem de idéias como a 
limitação de direitos, isto é, “todo direito pressupõe a noção de limite”, e da proibição do excesso, 
usada como meio de interpretação de tais princípios, pois visam a evitar toda forma de intervenção ou 
restrição abusiva ou desnecessária por parte da Administração Pública. Com efeito, tal análise deve ser 
realizada utilizando-se dos critérios e “valores atinentes ao homem médio. Na doutrina, prevalece a 
noção de que os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade se entrelaçam e se completam, ou 
seja, não são considerados separadamente. Assumem grande importância quando da atuação 
administrativa por meio do poder de polícia, e em geral na expedição de todos os atos de cunho 
discricionários. 
 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
a) Estrutura Vertical: Divide-se em Administração Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal, 
sendo que, não uma há uma gradação de autoridade (hierarquia) entre os níveis. 
 
b) Estrutura Horizontal: Compreende a Administração Direta (órgãos públicos) e Indireta (entidades 
públicas - Decreto Lei 200/67). 
 
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZACÃO ADMINISTRATIVA 
 
 A desconcentração é uma técnica administrativa, e é utilizada em toda a Administração Pública. 
 Ocorrerá a chamada desconcentração quando as pessoas políticas (União, estados membros, 
Distrito Federal e municípios) ou entidades (Por exemplo: autarquias) da Administração, encarregada de 
executar um ou mais serviços, distribui competências, no âmbito de sua própria estrutura, a fim de 
tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços. 
 
Na desconcentração existirá apenas uma pessoa jurídica (entidade ou pessoa política), isto é, a 
desconcentração sempre se opera no âmbito interno de uma mesma pessoa jurídica, constituindo uma 
simples distribuição interna de competências. 
 
Ocorre desconcentração, por exemplo, no âmbito da Administração Direta Federal, quando a União 
distribui as atribuições decorrentes de suas competências entre diversos órgãos de sua própria 
estrutura, como os ministérios (Ministério da Educação, Ministério dos Transportes etc.); ou quando 
uma autarquia, por exemplo, uma universidade pública, estabelece uma divisão interna de funções, 
criando, na sua própria estrutura, diversos departamentos (Departamento de Graduação, 
Departamento de Pós-Graduação, Departamento de Direito, Departamento de Filosofia, Departamento 
de Economia etc.). 
 
Como se vê, a desconcentração, mera técnica administrativa de distribuição interna de funções, ocorre 
tanto na prestação de serviços pela Administração Direta, quanto pela Indireta. 
 
 
 
 
 
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Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
É muito mais comum falar-se em desconcentração na Administração Direta pelo simples fato de as 
pessoas que constituem as Administrações Diretas (União, estados, Distrito Federal e municípios) 
possuírem um conjunto de competências mais amplo e uma estrutura sobremaneira mais complexa do 
que os de qualquer entidade das Administrações Indiretas. 
 
De qualquer forma, temos desconcentração tanto em um município que se divide internamente em 
órgãos, cada qual com atribuições definidas, como em uma sociedade de economia mista de um estado, 
um banco estadual, por exemplo, que organiza sua estrutura interna em superintendências, 
departamentos ou seções, com atribuições próprias e distintas, a fim de melhor desempenhar suas 
funções institucionais. 
 
Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o Estado (União, DF, estados ou municípios) 
desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas. 
 
A descentralização pressupõe duas pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade que executará o 
serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição. 
 
A descentralização administrativa acarreta a especialização na prestação do serviço descentralizado, o 
que é desejável em termos de técnica administrativa. 
 
Por esse motivo, já em 1967, ao disciplinar a denominada “Reforma Administrativa Federal”, o Decreto-
Lei nº 200, em seu art. 6º, inciso III, elegeu a “descentralização administrativa” como um dos princípios 
fundamentais da Administração Federal. 
 
A doutrina aponta duas formas mediante as quais o Estado pode efetivar a chamada descentralização 
administrativa: outorga e delegação. 
 
A descentralização será efetivada por meio de outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela 
transfere, mediante previsão em lei, determinado serviço público. 
 
A outorga normalmente é conferida por prazo indeterminado. É o que ocorre relativamente às 
entidades da Administração Indireta prestadoras de serviços públicos: o Estado descentraliza a 
prestação dos serviços, outorgando-os a outras entidades (autarquias, empresas públicas, sociedades de 
economia mista e fundações públicas), que são criadas para o fim de prestá-los. 
 
Administração Direta 
De acordo com o artigo 4o, inciso I, Dec. Lei 200/67, é representada pelos órgãos responsáveis pela 
chefia do Executivo e aqueles que lhes auxiliam diretamente. No patamar Federal é composto pela 
Presidência da República e Ministérios; no Estadual e no Distrito Federal, pelo Governador e pelas 
Secretarias; em nível Municipal, pela Prefeitura e pelas Secretarias. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
 
 
 
 
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Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
Quanto à posição Estatal: 
 
a) Órgãos Independentes: se originam da previsão constitucional. São os representativos dos 3 Poderes 
(Poder Executivo, Legislativo e Judiciário). 
 
 Não tem qualquer subordinação hierárquica; 
 Suas funções são políticas, judiciais e legislativas; 
 Seus agentes são denominados Agentes Políticos; 
 
Exemplos: 
 
Congresso Nacional, Câmara de Deputados, Senado Federal, etc. 
 
b) Órgãos Autônomos: são os localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos 
órgãos independentes ediretamente subordinados aos seus chefes; 
 
 Têm ampla autonomia administrativa, financeira e técnica; 
 São órgãos diretivos, de planejamento, coordenação e controle; 
 Seus agentes são denominados Agentes Políticos nomeados em comissão; 
 
Exemplos: 
 
Ministérios, Secretaria de Planejamento, etc. 
 
c) Órgãos Superiores: são os que detêm poder de direção, controle, decisão e comando, subordinando-
se a um órgão mais elevado. 
 
 Não gozam de autonomia administrativa nem financeira; 
 Liberdade restringida ao planejamento e soluções técnicas, dentro de sua esfera de competência; 
 Responsabilidade pela execução e não pela decisão política; 
 
Exemplos: 
 
Gabinetes, Coordenadorias, Secretarias Gerais, etc. 
 
d) Órgãos Subalternos: são os órgãos subordinados hierarquicamente a outro órgão superior; realizam 
tarefas de rotina administrativa. 
 
 Reduzido poder de decisão; 
 É predominantemente órgão de execução; 
 
Exemplos: 
 
Repartições, Seções de Expediente, etc. 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
Quanto à Estrutura: 
 
a) Órgãos Simples: refere-se a um só centro de competência. 
 
Exemplos: 
 
Posto Fiscal, Agência da Secretaria da Receita Federal, etc. 
 
b) Órgãos Compostos: representam vários centros de competência (outros órgãos menores na 
estrutura). A atividade é desconcentrada, do órgão central para os demais órgãos subalternos. 
 
Exemplos: 
 
Delegacia da Receita Federal, Inspetoria Fiscal, etc. 
 
Quanto à Atuação Funcional: 
 
a) Singular: são os que decidem através de um único agente. 
 
Exemplos: 
 
Os Ministérios, as Coordenadorias, as Seccionais, etc. 
 
b) Colegiado: decidem por manifestação conjunta da maioria de seus membros. 
 
Exemplos: 
 
Tribunais, Legislativo, Conselho de Contribuintes, etc. 
 
Quanto à Esfera de atuação: 
 
a) Centrais: abrangem todo o território de atuação. 
Exemplo: 
Os Ministérios. 
 
b) Locais: abrangem certos setores. 
 
Exemplos: 
 
As Seccionais, as Delegacias Regionais etc. 
 
Quanto à Função: 
 
a) Ativos: são aqueles que decidem ou executam as atividades administrativas. Podem ser de Direção 
Superior (decisão) ou Executivos (execução). 
 
 
 
 
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Exemplos: 
Secretarias Estaduais (decisão), Zeladoria (execução) etc. 
 
b) Consultivos: são aqueles que esclarecem, opinam etc. 
 
Exemplos: 
 
Conselhos de Impacto Ambiental. 
 
c) De controle: são órgãos de fiscalização. 
 
Exemplo: 
 
Controladoria Geral da União. 
 
Administração Indireta 
 
Entidades dotadas de personalidade jurídica própria, previstas no artigo 4o, inciso II, do Decreto Lei 
200/67. São as: 
 
AUTARQUIAS 
 
A expressão autarquia surgiu do grego autos, que significa “próprio” e arquia, que é sinônimo de 
“poder, comando”. São pessoas jurídicas de direito público criadas por lei para a execução de serviços 
públicos, contando com capital exclusivamente público, ou seja, as autarquias são regidas integralmente 
por regras de direito público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços públicos. 
Exemplos: 
 
IBAMA, CADE, INSS etc.. 
 
O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) é uma autarquia 
federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). 
 
É uma entidade responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e desenvolve 
diversas atividades para a preservação e conservação do patrimônio natural, exercendo o controle e a 
fiscalização sobre o uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, solo, etc). 
 
Também cabe a ele realizar estudos ambientais e conceder licenças ambientais para empreendimentos 
de impacto nacional. 
 
O CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é uma autarquia federal brasileira que tem 
como objetivo orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder econômico. 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
 
Tem o papel de julgar sobre matéria concorrencial os processos encaminhados pela Secretaria de Direito 
Econômico do Ministério da Justiça e a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da 
Fazenda, desempenhando os papéis preventivo, repressivo e educativo, dentro do mercado brasileiro. 
 
O Banco Central é uma autarquia de regime especial. Por força do art. 21 da CF/88, a competência para 
emissão de moedas é da União por meio do Banco Central. 
 
Também o Banco Central tem por finalidade fiscalizar as atividades desenvolvidas pelas instituições 
financeiras. 
 
 
OBSERVAÇÕES 
 
 Têm autonomia, não sendo subordinadas àquele que as criou, são apenas vigiadas (supervisão 
ministerial), podendo escolher como administrar seu patrimônio e receitas; 
 
 Criadas e extintas por lei específica (art. 37, XIX da CF/88); 
 
 São dotadas das mesmas prerrogativas da Administração Direta. Na área tributária (art. 150, § 2.º, da 
CF/88). Na área processual, art. 188 do CPC; 
 
 Seus bens são imprescritíveis (inusucapíveis), impenhoráveis e inalienáveis; 
 
 A prescrição contra elas é de cinco anos; 
 
 O regime de pessoal é o mesmo que se aplica aos servidores da Administração direta (Lei 8.112/90); 
 
 Temos também, as Autarquias sob o regime especial: 
 
As Agências Reguladoras (ANATEL, ANEEL, ANTT etc.) e as Agências Executivas (INMETRO). 
 
As primeiras (Agências Reguladoras) são autarquias que foram criadas para regular as atividades 
desempenhadas pelos particulares e certos setores do mercado, fiscalizando e controlando tais 
atividades. 
 
Já as Agências Executivas, são “títulos de qualidade conferidos às autarquias ou fundações que 
celebrem contrato de gestão com o Órgão da Administração Pública Direta a que se acham vinculadas, 
para a melhoria da eficiência e redução de custos”. 
 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
 
São pessoas jurídicas (regidas por regras de Direito Público ou de Direito Privado) sem fins lucrativos, 
criadas ou autorizadas por lei para um fim específico de interesse público, como educação, cultura e 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
pesquisa. As fundações públicas possuem autonomia administrativa, patrimônio próprio, e 
funcionamento custeado. As fundações poderão ser tanto de direito público quanto de direito privado. 
 
Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive àquelas que não integram a Administração 
indireta. No caso das fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de 
personalidade de direito público (criadas por lei), serão regidas integralmente por regras de Direito 
Público. 
 
Quando forem dotadas de personalidade de direito privado (autorizadas por lei), serão regidas por 
regras de direito público e direito privado. 
 
Tanto uma quanto outra são compostas por patrimônio personalizado. No caso da fundação pública, é 
destacado pela Administração direta,que é o instituidor para definir a finalidade pública. 
 
Como exemplo de fundações, temos: 
 
FUNASA (Fundação Nacional de Saúde); IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico Estatístico); Universidade 
de Brasília; FUNAI (Fundação Nacional do Índio); 
 
EMPRESAS PÚBLICAS 
 
Pessoas Jurídicas de direito privado, com capital inteiramente público, sendo a criação autorizada por lei 
para exploração de atividades econômicas ou para a prestação de serviços públicos. 
 
Como exemplo de empresas públicas, temos: 
 
CEF (Caixa Econômica Federal); ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) etc. 
 
OBSERVAÇÕES 
 
 Podem adotar qualquer modelo societário admitido em direito; 
 
 São sempre de direito privado; 
 
 100% do capital pertencem à Administração Pública; 
 
 Autorizadas por lei; 
 
 Seu pessoal é composto por “empregados públicos” ou “agentes temporários”, sendo regidos pela 
CLT; 
 
 Estão obrigadas a realizar licitação para suas atividades “meio”, e dispensadas para as atividades 
“fins”; 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
 De acordo com o art. 109, I, da CF, as ações nas quais sejam partes, serão processadas e julgadas na 
Justiça Federal, ressalvado, a competência da Justiça do Trabalho. 
 
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
 
Pessoas Jurídicas de direito privado, sendo a criação autorizada por lei para exploração de atividades 
econômicas ou para a prestação de serviços públicos, com a maioria do capital votante pertencente à 
Administração Pública, sob a forma de sociedade anônima. 
 
OBSERVAÇÕES 
 
 Seu pessoal é composto por “empregados públicos” ou “agentes temporários”, sendo regidos pela 
CLT; 
 
 Autorizadas por lei; 
 
 São sempre de direito privado; 
 
 Necessariamente constituídas sob a forma de S.A. (incisos I e II do art. 5º do Decreto-Lei 200/67); 
 
 Estão obrigadas a realizar licitação para suas atividades “meio”, e dispensadas para as atividades 
“fins”; 
 
 As ações nas quais sejam partes, serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, ressalvado, a 
competência da Justiça do Trabalho. 
 
CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
 
Os consórcios públicos são pessoas jurídicas de direito público ou pessoas jurídicas de direito privado. A 
Lei 11107 /05 (lei de normas gerais) inseriu em nosso ordenamento jurídico o consócio público, com 
base no art. 241 , CF, in verbis: "A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por 
meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando 
a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços 
públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à 
continuidade dos serviços transferidos". 
 
Os consórcios podem ter a personalidade de direito privado, sem fins econômicos, ou pessoa jurídica de 
direito público, assumindo nesse caso, a forma de associação pública (art. 1º, § 1º, e art. 4º, inciso IV). 
Por esse motivo, vale registrar que a lei 11017 /05 alterou o art. 41 , IV , do Código Civil para incluir 
expressamente entre pessoas jurídicas de direito público interno as associações públicas, acrescentando 
também, que essas associações públicas são autarquias (autarquia interfederativa ou autarquia 
multifederada). Os consórcios públicos com personalidade jurídica de direito público integram a 
Administração Indireta de todos os Entes da Federação consorciados. 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
ENTIDADES PARAESTATAIS 
CONCEITO 
 
São pessoas jurídicas de direito privado que colaboram com o Estado, desempenhando atividades de 
interesse público e não lucrativas e à qual o Poder Público dispensa especial proteção, cumprindo ser 
destacado, que não integram a estrutura da Administração Pública. 
 
 
COMPOSIÇÃO 
 
 Serviços sociais autônomos; 
 
 Organizações sociais; 
 
 Organizações da sociedade civil de interesse público; 
 
 Entidades de apoio (fundações, associações, cooperativas). 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Definição 
Ato jurídico, segundo o art. 185 do CC, “é todo ato lícito que possui por finalidade imediata adquirir, 
resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos”. Ato administrativo é espécie de ato jurídico, é 
ato infralegal. 
 
Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe 
faça as vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou 
extinguir direitos e obrigações. 
 
 Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em nome dele. 
Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que os 
realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público. 
 
PERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
ATO ADMINISTRATIVO PERFEITO 
 
É o ato concluído, acabado, que completou o ciclo necessário à sua formação. 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
ATO ADMINISTRATIVO VÁLIDO 
 
É o ato praticado de acordo com as normas superiores que devem regê-lo. 
 
ATO ADMINISTRATIVO EFICAZ 
 
É aquele ato que está apto a produzir os seus efeitos. As causas que podem determinar a ineficácia do 
ato administrativo são três: 
 
 A subordinação do ato a uma condição suspensiva, ou seja, o ato estará subordinado a um fato futuro 
e incerto. Enquanto o fato não acontecer, o ato será ineficaz; 
 
 A subordinação do ato a um termo inicial, ou seja, o ato estará subordinado a um fato futuro e certo. 
Enquanto o fato não acontecer, o ato será ineficaz; 
 
 A subordinação dos efeitos do ato à prática de outro ato jurídico. 
 
REQUISITOS 
São as condições necessárias para a existência válida do ato. Nem todos os autores usam a 
denominação “requisitos”; podem ser chamados elementos, pressupostos, etc. 
Do ponto de vista da doutrina tradicional, os requisitos dos atos administrativos são cinco: 
 
 Competência: agente capaz; 
 
 Objeto lícito, certo, possível e mora; 
 
 Motivo: este requisito integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de 
interesses coletivos; 
 
 Forma: somente a prevista em lei. 
 
 Finalidade: o ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado 
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder; 
 
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
 
Atributos são prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são 
as qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. 
 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE 
 
 
 
 
 
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 É a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados válidos até que se demonstre o 
contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. Isso não quer dizerque não se 
possa contrariar os atos administrativos, o ônus da prova é que passa a ser de quem alega. 
 
IMPERATIVIDADE 
 
Poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente obrigações aos administrados, 
independente da concordância destes. É a prerrogativa que a Administração possui para impor, exigir 
determinado comportamento de terceiros. 
 
EXIGIBILIDADE OU COERCIBILIDADE 
 
É o poder que possuem os atos administrativos de serem exigidos quanto ao seu cumprimento sob 
ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade, em regra, nascem no mesmo momento. 
Excepcionalmente o legislador poderá diferenciar o momento temporal do nascimento da imperatividade 
e o da exigibilidade. No entanto, a imperatividade é pressuposto lógico da exigibilidade, ou seja, não se 
poderá exigir obrigação que não tenha sido criada. 
 
AUTO-EXECUTORIEDADE 
 
É o poder que possuem os atos administrativos de serem executados materialmente pela própria 
administração independentemente de recurso ao Poder Judiciário. 
 
A auto-executoriedade é um atributo de alguns atos administrativos, ou seja, não existe em todos os 
atos 
 
Poderá ocorrer em dois casos: 
 
 Quando a lei expressamente prever; 
 
 Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos requisitos de situação 
de urgência e inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão). 
 
Exemplo: 
 
Procedimento tributário, desapropriação etc. 
 
TIPICIDADE 
 
 
 
 
 
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É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei 
como aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a Administração pretende 
alcançar existe um ato definido em lei. 
Trata-se de decorrência do princípio da legalidade, que afasta a possibilidade de a Administração 
praticar atos inominados; estes são possíveis para os particulares, como decorrência do princípio da 
autonomia da vontade. 
 
Classificação dos atos administrativos 
 
QUANTO AOS SEUS DESTINATÁRIOS 
 
 Atos gerais ou regulamentadores: São os atos administrativos expedidos sem destinatários 
determinados, com finalidade normativa, alcançando todos os sujeitos que se encontrem na mesma 
situação de fato em relação aos seus preceitos. 
 
São os regulamentos, instruções normativas, circulares, ordens de serviços, etc. 
 
 Atos individuais ou especiais: São, ao contrário, todos aqueles que se dirigem a determinados 
destinatários (um ou mais sujeitos certos), criando-lhes uma situação jurídica particular. 
 
Exemplo: 
Decretos de desapropriação; atos de nomeação; de exoneração, etc. 
 
QUANTO AO SEU ALCANCE 
 
 Internos: São atos administrativos destinados a produzir efeitos no âmbito das repartições públicas, 
destinados ao pessoal interno, como portarias, instruções ministeriais, etc., destinados aos seus 
servidores. 
 
Podem ser mesmo assim, gerais ou especiais, normativos, ordenatórios, punitivos, etc., conforme 
exigência do serviço. 
 
 Externos ou de efeitos externos: São todos aqueles que alcançam os administrados, os contratantes e, 
em certos casos, até mesmo os próprios servidores, provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios 
ou conduta perante a Administração. Tais atos só entram em vigor após sua publicação em órgão oficial 
(diário oficial) dado seu interesse público. 
 
QUANTO AO SEU OBJETO 
 
 De império ou atos de autoridade: São todos aqueles atos que a Administração pratica usando de sua 
supremacia sobre o administrado ou sobre o servidor, impondo-lhes atendimento obrigatório. 
 
 
 
 
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É o que ocorre nas desapropriações, nas interdições de atividade e nas ordens estatutárias. Podem ser 
gerais ou individuais, internos ou externos, mas sempre unilaterais, expressando a vontade onipotente 
do Estado. 
 
 Atos de gestão: São os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os 
destinatários, tal como ocorre nos atos puramente de administração dos bens e serviços públicos e nos 
atos negociais com os particulares, como, por exemplo, as alienações, oneração ou aquisição de bens, 
etc., antecedidos por autorizações legislativas, licitações, etc. 
 
 Atos de expediente: São os que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que tramitam 
pelas repartições públicas, preparando-os para a decisão de mérito a ser proferida pela autoridade 
competente. 
 
São atos de rotina interna, sem caráter vinculante e sem forma especial, praticados geralmente por 
servidores subalternos. 
 
QUANTO AO SEU REGRAMENTO 
 
 Vinculados ou regrados: São aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua 
realização, limitando a liberdade do administrador que fica adstrita aos pressupostos do ato legal para 
validade da atividade administrativa. Desviando-se dos requisitos das normas legais ou regulamentares, 
fica comprometida a ação administrativa, viciando-se a eficácia do ato praticado que, assim, toma-se 
passível de anulação. 
 
Exemplo: cobrar impostos, conceder isenção ou anistia, entre outros. 
 
 Discricionários: São aqueles atos que a Administração pode praticar escolhendo livremente o seu 
conteúdo, o seu destinatário, a sua conveniência, a sua oportunidade e o modo da sua realização. 
 
A rigor, a discricionariedade não se manifesta no ato em si, mas no poder que Administração tem de 
praticá-lo quando e nas condições que repute mais convenientes ao interesse público. 
 
Não se confunde com ato arbitrário. Discrição é liberdade de ação dentro dos limites legais; arbítrio é 
ação que excede à lei e por isto, contrária a ela. O ato discricionário, quando permitido pelo direito, é 
legal e válido; o ato arbitrário, porém, é sempre ilegítimo e inválido. 
 
Manifesta-se em função do poder da Administração em praticá-lo nas condições que julgar conveniente: 
abrir um concurso público escolhendo o número de vagas, pavimentar uma estrada, etc. 
 
QUANTO À NATUREZA 
 
 Simples: O que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado. 
 
 
 
 
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 Complexos: São os atos que se formam pela conjugação de vontades de mais de um órgão 
administrativo. Em outras palavras são aqueles que, realizados por um órgão, requerem, para a sua 
validade - e não para a formação da vontade - a aprovação de outro órgão; os que dependem de 
pareceres de órgãos consultivos, preceituados em lei; os que se compõem de atos elementares, como 
seja uma concorrência pública, cuja decisão pelo Ministério ou Secretaria de Estado requer uma série de 
atos elementares precedentes e autônomos, aos quais essa decisão está de certa forma vinculada. 
 
 Compostos: Que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte de 
outro, para se tornar exeqüível. 
 
Exemplo: autorização que depende de visto de uma autoridade superior. 
 
QUANTO AO FIM 
 
 Declaratórios de direito: São os atos que declaram a legalidade de uma situação já existente e de 
conseqüência irremovíveis diantedo Direito. 
 
 Constitutivos de direito: São os atos que dão estabilidade jurídica a um fato até então de resultados 
aleatórios. 
 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Atos normativos: São aqueles que contêm um comando geral do Poder Executivo visando à correta 
aplicação da lei. São atos infralegais que encontram fundamento no poder normativo (art. 84, IV da CF). 
 
Exemplo: 
 
Decretos; Regulamentos; Portarias e etc. 
 
 Atos ordinatórios: São aqueles que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta 
de seus agentes no desempenho de suas atribuições. Encontra fundamento no Poder Hierárquico. 
 
Exemplo: 
Ordens, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de serviço e Ofícios. 
 
 Atos negociais: São aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração visando 
concretizar negócios jurídicos, conferindo certa faculdade ao particular nas condições impostas por ela. 
É diferente dos negócios jurídicos, pois é ato unilateral. 
 
 Atos enunciativos: São aqueles que contêm a certificação de um fato ou emissão de opinião da 
Administração sobre determinado assunto sem se vincular ao seu enunciado. 
 
 
 
 
 
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Exemplo: 
 
Certidões, Atestados, Pareceres e o apostilamento de direitos (atos declaratórios de uma situação 
anterior criada por lei). 
 
 Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela Administração àqueles que 
infringirem disposições legais. Encontra fundamento no Poder Disciplinar. 
 
Exemplo: 
 
Interdição de estabelecimento comercial em vista de irregularidade; Aplicação de multas e etc. 
 
FORMAS DE EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
São formas de extinção dos atos administrativos: 
 
 Anulação, 
 
 Revogação, 
 
 Cassação, 
 
 Caducidade 
 
 Contraposição. 
 
ANULAÇÃO 
 
a) Definição: 
 
Todo ato administrativo para ser válido deve conter os seus cinco elementos ou requisitos de validade 
(competência, finalidade, forma, motivo e objeto) isentos de vícios (defeitos). Caso um desses 
elementos apresente-se em desacordo com a lei, o ato será nulo. 
 
O pressuposto da anulação é que o ato possua um vício de legalidade em algum de seus requisitos de 
formação. Com isso, podemos defini-la como sendo o desfazimento de um ato por motivo de 
ilegalidade. A anulação decorre do controle de legalidade dos atos administrativos. 
 
b) Quem pode ANULAR ato administrativo? 
 
A anulação de um ato que contenha vício de legalidade pode ocorrer tanto pelo Poder Judiciário 
(controle externo) quanto pela própria Administração Pública (controle interno). 
 
 
 
 
 
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Como exemplo, podemos citar: 
 
Ato administrativo expedido pelo Poder Legislativo poderá ser anulado tanto pelo próprio Poder 
Legislativo (Administração Pública) quanto pelo Poder Judiciário. 
 
A invalidação por via judicial dependerá, sempre, de provocação do interessado. Já a via administrativa 
poderá resultar do Poder de Autotutela do Estado, que deve extingui-lo, muito embora proveniente da 
manifestação de vontade de um de seus agentes, contenha vício de legalidade. 
 
c) Efeitos da Anulação: 
 
Uma vez que o ato administrativo ofende a lei, é lógico afirmarmos que a invalidação opera efeitos ex-
tunc, retroagindo à origem do ato, ou seja, fulmina o que já ocorreu, no sentido de que se negam hoje 
os efeitos de ontem. 
 
REVOGAÇÃO 
 
a) Definição: 
 
Ocorre no momento em que um ato válido, legítimo e perfeito torna-se inconveniente e inoportuno ao 
interesse público. O ato não possuía qualquer vício de formação, porém, não atende mais aos 
pressupostos de conveniência e oportunidade. 
 
É importante ressaltarmos que o conceito de revogação guarda estreita relação com o de ato 
discricionário, visto ser o Poder Discricionário da Administração o fundamento de tal instituto. 
 
Além disso, os atos vinculados são classificados, pelos grandes autores, como atos irrevogáveis, visto 
que neles a lei não deixou opção ao administrador, no que tange à valoração da conveniência e da 
oportunidade. 
 
Sendo assim, concluímos que a revogação decorre do controle de mérito dos atos administrativos. 
 
b) Quem pode REVOGAR ato administrativo? 
 
Por depender de uma avaliação quanto ao momento em que o ato tornou-se inoportuno e 
inconveniente, a revogação caberá à autoridade administrativa no exercício de suas funções. Seria 
inadmissível imaginar que o Poder Judiciário pudesse revogar ato administrativo, pois tal competência 
depende da experiência/ vivência do administrador público que decidirá quanto à oportunidade e 
conveniência da prática do ato. 
 
Porém, é importante reforçarmos que, atipicamente, o Poder Judiciário também emite atos 
administrativos (quando exerce a função administrativa). 
 
Nesse caso, caberá ao Poder Judiciário revogar os seus próprios atos administrativos. 
 
 
 
 
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Como exemplo, podemos citar: 
 
Ato administrativo expedido pelo Poder Legislativo poderá ser revogado, apenas, pelo próprio Poder 
Legislativo. 
 
c) Efeitos da Revogação: 
 
A revogação opera efeitos ex-nunc (proativos), ou seja, a partir de sua vigência. O ato de revogação não 
retroagirá os seus efeitos, pois o ato revogado era perfeitamente válido, até o momento em que se 
tornou inoportuno e inconveniente à Administração Pública. 
 
d) Atos Irrevogáveis 
 
O Poder Discricionário dado à Administração Pública de revogar seus atos administrativos, por questões 
lógicas não é ilimitado. Alguns atos são insuscetíveis de revogação, ou seja, são atos ditos irrevogáveis. 
Assim temos: 
 
 Os atos consumados, que já exauriram seus efeitos; 
 
 Os atos vinculados, pois nesse o administrador não tem escolha na prática do ato; 
 
 Os atos que geram direitos adquiridos os atos que integram um procedimento administrativo; 
 
 Os atos administrativos declaratórios ou enunciativos (certidões, pareceres, atestados) 
 
CASSAÇÃO 
 
Na verdade a cassação e a anulação de um ato administrativo possuem efeitos bem semelhantes. A 
diferença básica é que na anulação o defeito no ato ocorreu em sua formação, ou seja, na origem do 
ato, em um de seus requisitos de validade; já na cassação, o vício ocorre na execução do ato. 
 
Trata-se da extinção do ato porque o destinatário descumpriu condições que deveriam permanecer 
atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica. 
 
Como exemplo, temos a cassação de uma licença, concedida pelo Poder Público, sob Determinadas 
condições, devido ao descumprimento de tais condições pelo particular beneficiário de tal ato. É 
importante observarmos que a cassação possui caráter punitivo (decorre do descumprimento de um 
ato). 
 
CADUCIDADE 
 
 
 
 
 
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A caducidade origina-se com uma legislação superveniente que acarretaa perda de efeitos jurídicos da 
antiga norma que respaldava a prática daquele ato. 
 
A retirada funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência da situação 
anteriormente consentida. 
 
Ocorre, por exemplo, quando há retirada de permissão de uso de um bem público, decorrente de uma 
nova lei editada que proíbe tal uso privativo por particulares. Assim, podemos afirmar que tal permissão 
caducou. 
 
CONTRAPOSIÇÃO 
 
Também chamada por alguns autores de derrubada. Quando um ato deixa de ser válido em virtude da 
emissão de outro ato que gerou efeitos opostos ao seu, dizemos que ocorreu a contraposição. São atos 
que possuem efeitos contrapostos e por isso não podem existir ao mesmo tempo. 
 
CUMPRIMENTO (EXAURIMENTO) DE SEUS EFEITOS 
 
Ocorre quando o ato administrativo alcança os efeitos almejados. 
 
Como exemplo, podemos citar o ato que libera o servidor para gozar férias, isto é, partir do momento 
que referido servidor goza suas férias, o ato é extinto, visto que cumpriu seus efeitos. 
 
RENÚNCIA 
 
Ocorre quando o beneficiário do ato renuncia os seus efeitos. 
 
CONVALIDAÇÃO doS AtoS AdministrativoS 
 
Ocorre a convalidação de um ato administrativo, quando a Administração Pública torna válido um ato 
administrativo que possua um vício sanável e seu efeito é retrospectivo (ex tunc). 
 
 
LICITAÇÕES (LEI 8.666/93) 
 
LITICITAÇÃO 
É o procedimento administrativo, exigido por lei, para que o Poder Público possa comprar, vender ou 
locar bens ou, ainda, realizar obras e adquirir serviços, segundo condições previamente estipuladas, 
visando selecionar a melhor proposta, ou o melhor candidato, conciliando os recursos orçamentários 
 
 
 
 
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existentes à promoção do interesse público. É um ato administrativo Formal (o procedimento 
administrativo da Licitação) 
 
No âmbito do Direito Privado, se um particular resolve, por exemplo, realizar uma obra, ele poderá 
escolher livremente o construtor e o material a ser aplicado na construção. Ainda que queira optar pela 
forma mais onerosa de construir, trata-se de escolha de particular, que somente a ele diz respeito. Com 
a Administração pública, as coisas são diferentes. Isso porque o agente público não é o proprietário dos 
recursos sob sua responsabilidade, mas mero administrador deles. 
A licitação, portanto, é um procedimento administrativo que se destina a selecionar a proposta mais 
vantajosa para a Administração. 
 
OBJETIVOS 
Os objetivos da licitação são, basicamente, dois: 
 
a) Garantir a observância do Princípio Constitucional da Isonomia (ao permitir que todos os 
interessados tenham a mesma oportunidade de contratar com o Poder Público); 
 
b) Selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública. 
 
c) Promover o desenvolvimento nacional sustentável. 
 
 
DISCIPLINA LEGAL 
Compete exclusivamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios (art. 37, XXI da CF/88) e para as empresas públicas e sociedades de 
economia mista (art. 173, § 1º, III, da CF/88). 
 
A lei com as normas gerais já foi elaborada: é a Lei 8.666/93, chama-se “Lei das Licitações e Contratos”. 
 
OBRIGATORIEDADE 
Submetem-se ao dever de licitar todos os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. Além dos órgãos da Administração Direta, também se sujeitam à licitação as autarquias, as 
fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades 
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 1º da Lei 
8.666/93). 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – TJ RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO. 
 
CONTRATAÇÃO DIRETA SEM LICITAÇÃO 
Como prevê a própria Constituição (art. 37, XXI), nem sempre as contratações se fazem por meio de 
licitação. Às vezes a lei permite que ela não seja realizada, quando então se estará diante da chamada 
“contratação direta sem licitação”. 
 
A contratação direta pode se dar de duas maneiras: por dispensa de licitação (que possui duas 
espécies, licitação dispensada e licitação dispensável) ou por inexigibilidade de licitação. 
 
DISPENSA DE LICITAÇÃO 
 
a) Licitação Dispensada: 
 
A licitação dispensada poderia ser denominada “licitação já dispensada pela lei”. Aqui, o legislador já 
escolheu de maneira expressa as situações que darão causa ao afastamento da licitação, obrigando o 
administrador, em tais hipóteses, a não realizar o certame licitatório. 
 
Por exemplo, temos o caso de alienação de bens imóveis, a licitação é considerada “dispensada”, 
conforme o art. 17, I da Lei 8.666/93: 
 
“Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público 
devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: 
 
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e 
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de 
avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: 
 
... b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de 
qualquer esfera de governo...” 
 
b) Licitação Dispensável: 
 
 Essa outra espécie de dispensa de licitação, apesar de ter a denominação parecida com “licitação 
dispensada”, com ela não se confunde. Na licitação dispensável, o legislador faculta ao administrador 
público não realizar a licitação diante de certas situações descritas na Lei. 
 
Em tais casos, até seria possível realizar a licitação, mas a lei confere ao administrador a possibilidade de 
escolher, diante do caso concreto, se é conveniente ou não efetuá-la. Trata-se, portanto, de uma 
decisão discricionária. 
 
 As hipóteses (taxativas) de licitação dispensável estão previstas no extenso rol do artigo 24 da Lei de 
Licitações. Um bom exemplo está no inciso III: 
 
 
 
 
 
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Nos casos de guerra ou de grave perturbação de ordem, ainda que seja possível realizar uma licitação, 
pode ser que a situação recomende que a Administração opte por não efetuá-la, adotando o 
procedimento mais simples e rápido da dispensa, de modo a melhor atender o interesse público. 
 
INEXIGILIBILIDADE DE LICITAÇÃO 
 
A inexigibilidade de licitação surge nos casos em que a licitação não poderia ser efetuada diante de 
inviabilidade de competição. 
 
A licitação existe para permitir que todos os interessados compitam e para escolher, com base na 
competição, a melhor proposta para a Administração. Caso essa competição não seja viável, não será 
possível exigir (será inexigível) do Poder Público que ele realize a licitação. 
O artigo 25 da Lei 8.666/93 diz que será inexigível a licitação quando houver a inviabilidade de 
competição, em especial: 
 
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, 
empresa ou representantecomercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação 
de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em 
que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, 
ou, ainda, pelas entidades equivalentes; 
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no artigo 13 desta Lei, de natureza singular, com 
profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de 
publicidade e divulgação; 
 
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário 
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 
 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
 
A lei 8.666/93 prevê como modalidades de licitação a concorrência, a tomada de preços, o convite, o 
concurso e o leilão. A esse rol, deve-se acrescentar o pregão, modalidade disciplinada pela Lei 
10.520/02. 
 
CONCORRÊNCIA 
 
 È a modalidade mais complexa de licitação, realizada entre quaisquer interessados que, na fase inicial 
de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital 
para execução de seu objeto (art. 22, § 1º). 
 
Ela é utilizada nos seguintes casos: 
 
 Obras e serviços de engenharia de mais de 1 milhão e 500 mil reais; 
 
 
 
 
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 Compras e serviços que não sejam de engenharia de mais de 650 mil reais; 
 
 Compra e alienação de bens imóveis, qualquer que seja seu valor, ressalvado o disposto no artigo 19, 
que admite concorrência ou leilão para alienação de bens adquiridos em procedimentos judiciais ou 
mediante dação em pagamento (art. 23, § 3º); 
 
 Concessões de direito real de uso (art. 23, § 3º); 
 
 Licitações internacionais (art. 23, § 3º); 
 
 Alienação de bens móveis (art. 17, § 6º); 
 
 Registro de preços (art. 15, § 3º, I); 
 
TOMADA DE PREÇOS 
 
È a modalidade licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as 
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas. 
É utilizada nas licitações de médio vulto e possui como maior característica a exigência de 
cadastramento dos licitantes (art. 22, § 4º). 
 
CONVITE 
 
 É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, 
escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará, em 
local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na 
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da 
apresentação das propostas (art. 22, § 3º). 
 
O convite é a mais simples das modalidades licitatórias, utilizada nas contratações de pequeno valor. 
Nele, a lei sequer exige publicação do instrumento convocatório (a carta convite), apenas determina que 
ele seja afixado em local apropriado (normalmente, no quadro de avisos da repartição). 
 
LEILÃO 
 
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens imóveis inservíveis para 
a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou alienação de bens imóveis 
prevista no artigo 19 da Lei das Licitações, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da 
avaliação (art. 22, § 5º). 
 
 
 
 
 
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O leilão pode ser cometido por leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração, procedendo-
se na forma da legislação pertinente, e deve ter seu edital amplamente divulgado, principalmente no 
Município em que se realizará.(art. 53). 
 
CONCURSO 
 
È a modalidade licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou 
artístico, mediante a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores, conforme critérios 
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias (art. 22, § 4º). 
 
Esse concurso não é o mesmo que fazem os candidatos a cargos e empregos na Administração Pública. 
O concurso que trata a Lei de Licitações corresponde às competições em busca de um prêmio ou 
remuneração ao vencedor (como o concurso para o projeto de um novo museu). Seu julgamento será 
feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido 
conhecimento na matéria em exame, servidores públicos ou não (art. 51, § 5º). 
PREGÃO 
 
È a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor 
estimado da contratação. 
 
Bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser 
objetivamente definidos por edital, por meio de especificações usuais de mercado. Na prática, 
correspondem aos bens e serviços cujas especificações sejam padronizadas, sem necessidade de maior 
definição específica, facilmente reconhecida pelos fornecedores, com base na experiência de mercado. 
No caso de folhas de papel para copiadoras, por exemplo, basta indicar seu tamanho e destino para que 
o fornecedor identifique o produto desejado. O pregão é disciplinado pela Lei 10.520/02 e pode ser 
realizado tanto na forma presencial (com os participantes e leiloeiros presentes na sessão) como na 
forma eletrônica (em que a sessão é feita pela Internet). 
 
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO 
 
Dispõe o artigo 3º da Lei 8.666 de 21/06/93, que as licitações serão processadas e julgadas na 
conformidade dos seguintes princípios: da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, 
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento 
objetivo e dos que lhe são correlatos. 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
A atividade é totalmente vinculada, no procedimento licitatório, significa assim, a ausência de liberdade 
para a autoridade administrativa. A lei define as condições da atuação dos Agentes Administrativos, 
 
 
 
 
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estabelecendo a ordenação dos atos a serem praticados e impondo condições excludentes de escolhas 
pessoais ou subjetivas. 
Seria inviável subordinar o procedimento licitatório integralmente ao conteúdo de lei. Isso acarretaria a 
necessidade de cada licitação depender de edição de uma lei que a disciplinasse. A estrita e absoluta 
legalidade tornaria inviável o aperfeiçoamento da contratação administrativa. A lei ressalva a liberdade 
para a Administração definir as condições da contratação administrativa. Mas, simultaneamente, 
estrutura o procedimento licitatório de modo a restringir a discricionariedade e determinadas fases ou 
momentos específicos. 
 
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
 
Está totalmente relacionado a outros dois princípios, o da isonomia e do julgamento objetivo: Todos os 
licitantes devem ser tratados igualmente em termos de direitos e obrigações, devendo a Administração 
em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos sem levar em consideração as condições pessoais do 
licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo as expressamente previstas na lei ou no instrumentoconvocatório. 
 
PRINCÍPIO DA IGUALDADE 
 
Este princípio prevê o dever de se dar oportunidade de disputar o certame, quaisquer interessados que, 
desejando dele participar, podem oferecer as indispensáveis condições de garantia. É o que prevê o já 
referido artigo 37, XXI do texto constitucional. Não obstante o parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 8.666/93 
proíbe que o ato do certame admita, preveja, inclua ou tolere cláusulas ou condições capazes de frustrar 
ou restringir o caráter competitivo do procedimento licitatório e veda o estabelecimento de 
preferências ou distinções em razão da naturalidade, sede ou domicílio dos licitantes, bem como entre 
empresas brasileiras ou estrangeiras ou de quaisquer outras circunstâncias impertinentes ou 
irrelevantes para o objeto do contrato. 
 
Prevê o § 2º do mesmo artigo 3º, que no caso de empate, confere preferência, sucessivamente, aos 
bens e serviços: 
 
I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; 
II - produzidos no país; 
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. 
 
PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
 
No caso deste princípio, exigirá da Administração comportamento não apenas lícito, mas também 
consoante com a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e 
equidade, enfim as idéias comum de honestidade. 
 
A Lei n.º 8.666/93 faz referência à moralidade e à probidade, provavelmente, porque a primeira, 
embora prevista na Constituição, ainda constitui um conceito vago, indeterminado, que abrange uma 
 
 
 
 
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esfera de comportamentos ainda não absorvidos pelo direito, enquanto a probidade, ou melhor, 
dizendo a improbidade administrativa, já tem contornos bem mais definidos no direito positivo, tendo 
em vista o artigo 37, § 4º da Constituição Federal estabelece sanções para os servidores que nela 
incidem. 
 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
Duas funções exercem o princípio da publicidade. Primeiro é a objetiva, no qual permiti o amplo acesso 
dos interessados ao certame. Refere-se, nesse aspecto, à universidade de participação no processo 
licitatório. Depois, a publicidade orienta-se a facultar a verificação da regularidade dos atos praticados. 
 
Parte-se do pressuposto de que as pessoas tanto mais se preocuparão em seguir a lei e a moral, quanto 
maior for a possibilidade de fiscalização de sua conduta. Sendo ilimitadas as condições de fiscalização, 
haverá maior garantia de que os atos serão corretos. 
É a transparência, em prol não apenas dos disputantes, mas de qualquer cidadão. 
 
A Lei 8.666/93, no § 3º do artigo 3º, estatui que “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis 
ao público, os atos de seu procedimento, salvo, quanto ao conteúdo das propostas até a respectiva 
abertura." 
 
O artigo 4º, também menciona o direito de qualquer cidadão acompanhar o desenvolvimento do 
certame. 
 
DO PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO 
 
Pelo artigo 41, da Lei n.º 8.666/93, o edital é a lei interna da Licitação e, como tal, vincula ao seus 
termos, tanto aos licitantes, quanto a Administração que o expediu. Tal vinculação ao edital é princípio 
básico de toda Licitação. 
 
Nem se compreenderia, que a Administração fixasse no edital a forma e o modo de participação dos 
licitantes e no decorrer do procedimento ou na realização do julgamento se afastasse do estabelecido, 
ou admitisse documentação e proposta em desacordo com o solicitado. 
 
As regras do certame, durante todo o procedimento são inalteráveis A Administração deverá invalidá-lo 
e reabri-lo em novos moldes, caso verifique, sua inviabilidade no decorrer da Licitação. 
 
De outra banda, revelando-se, falho ou inadequado aos propósitos da Administração, o edital ou convite 
poderá ser corrigido a tempo, através de aditamento ou expedição de um novo, sempre com 
republicação e reabertura de prazo, desde que a alteração, afete a elaboração das propostas. 
 
 
 
 
 
 
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DO PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO 
 No momento da análise e julgamento das propostas, a comissão julgadora deve decidir a licitação não 
sob o influxo do subjetivismo, de sentimentos, impressões ou propósitos pessoais. 
 
Deve-se reconhecer que objetividade absoluta, só se pode garantir previamente nos certames decididos 
unicamente pelo preço. Quando entra em causa qualidade, técnica, rendimento – muitas vezes 
indispensáveis para a aferição das propostas – nem sempre será possível atingir-se o ideal da 
objetividade extrema, pois quando os bens ou serviços são fortemente aparentados nestes atributos, a 
primazia de um ou de outro dependem de apreciações irredutíveis a um plano excludente de opiniões 
pessoais. 
 
Contratos da administração pública (lei 8666/93) 
 
No dia-a-dia da atuação administrativa, o Poder Público costuma celebrar contratos com terceiros, de 
modo a poder desempenhar suas atividades institucionais. Esses ajustes são chamados de contratos da 
administração. 
O gênero “contratos da Administração” possui duas espécies: 
 
a) Contratos Administrativos: neste caso, o Estado age com todas suas prerrogativas, típicas do regime 
jurídico administrativo, impondo aos particulares cláusulas com sujeições não encontradas nos 
contratos comuns. 
 
Podemos então, conceituar os contratos administrativos como “os ajustes que a Administração Pública, 
nessa qualidade celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins 
públicos, segundo o regime de Direito Público”. 
 
b) Contratos de direito privado da Administração: são ajustes em que o Estado não se comporta como 
ente público, despindo-se de seus privilégios, aparecendo nestes contratos como se particular fosse, 
submetendo-se às normas de Direito Privado (como exemplo, podemos citar os contratos de locação em 
que o Poder Público seja locatário). 
 
Vale ser destacado, que mesmo nos contratos de direito privado da Administração, o Poder Público 
nunca se afastará totalmente do regime jurídico de direito público, como exemplo, podemos citar o 
Princípio da Legalidade e a licitação, que continuarão a ser respeitados. 
 
PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
PRINCÍPIOS: 
 
 PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA; 
 PRINCÍPIO DA LEX INTER PARTES; 
 PRINCÍPIO DA PACTA SUNT SERVANDA; 
 PRINCÍPIO DA REBUS SIC STANTIBUS; 
 
 
 
 
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 PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL; 
 PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
 CONSENSUAIS; 
 COMUTATIVOS; 
 ONEROSOS; 
 BILATERAIS OU SINALAGMÁTICOS; 
 NATUREZA INTUITO PERSONAE; 
 PRECEDIDIDOS DE LICITAÇÃO; 
 FORMAIS; 
 ESCRITOS; 
 PÚBLICOS; 
 O PRAZO É DETERMINADO; 
 SÃO CONTRATOS DE ADESÃO; 
 PRESENÇA DE CLÁUSULAS EXORBITANTES; 
 
TEORIA DA IMPREVISÃO 
 
A Teoria da Imprevisão estabelece que eventos novos, não previstos e imprevisíveis pelas partes, que 
causem reflexos na execução ou no equilíbrio econômico-financeiro do contrato, autorizam a sua 
revisão. A utilização dessa teoria restabelecerá o equilíbrio entre o

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