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DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO – TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA – Técnico Judiciário Professor SERGIO KARKACHE – Aulas 6-10 PLANO DE AULA AULA 6: receita pública: categorias, fontes AULA 7: RECEITA PÚBLICA (Continuação) Categorias (classificação – continuação) - Estágios; dívida ativa; AULA 8: DESPESA PÚBLICA: despesa pública: categorias AULA 9: DESPESA PÚBLICA: estágios; outros temas. AULA 10: suprimento de fundos; restos a pagar; despesas de exercícios anteriores. Ingressos e Receitas Considera-se ingresso ou entrada todos os bens e valores recebidos pelo Estado. Os ingressos podem ser provisórios, quando não produzem acréscimos ao patrimônio público, não se destinando a permanecer nos cofres públicos e, em regra, gerando obrigações perante terceiros. São exemplos de ingressos provisórios os depósitos, as cauções, as fianças, etc. Os ingressos, por outro lado, podem ser definitivos, quando configuram elemento que provoca acréscimo patrimonial ao Estado, sem gerar obrigações perantes terceiros, como por exemplo, os tributos, as penalidades pecuniárias, etc. Portanto, entende-se como receita pública o conjunto de ingressos definitivos, arrecadados pelo Estado e que configuram elemento novo com tendência de permanecer no erário para fins de consumo ou acumulação no patrimônio público, e não apresentando vínculo à pretensão de terceiros. São exemplos de receitas públicas as extorsões, doações, tributos, preços públicos, tarifas, dentre outras (BALEEIRO 1981). Classificação: Receitas Originárias e Derivadas Há diversas classificações para as receitas públicas, que divergem em relação aos critérios adotados. Quanto a natureza, as receitas podem ser orçamentárias, quando obrigatoriamente devem ser previstas nos orçamentos, como os tributos, contribuições, operações de crédito, alienação de bens e amortização de empréstimos; ou extraorçamentárias, que não precisam constar dos orçamentos (AROs, restos a pagar, serviços da Dívida). Segundo o critério da regularidade, as receitas podem ser ordinárias, quando seu ingresso é previsível e constante (ex.: tributos, contribuições, preços) ou extraordinárias, quando seu ingresso é imprevisível e esporádico (ex.: heranças, doações, imposto de guerra, empréstimos compulsórios). Quanto ao poder de Tributar (ou competência), as receitas podem ser federais, estaduais, municipais ou distritais, conforme o sujeito ativo. Segundo o critério econômico, adotado pela Lei 4320, as receitas podem ser correntes, quando se destinam a satisfazer despesas correntes (ou de manutenção dos serviços ou bens do Estado) ou de capital, quando se destinam a formar ou ampliar o patrimônio acumulado do Estado. Por fim, e segundo o critério da coercitividade, as receitas podem ser originárias ou derivadas. As receitas originárias, também chamadas receitas de direito privado, consiste na receita Prof. SERGIO KARKACHE www.aprovaconcursos.com.br Página 2 de 6 DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO – TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA – Técnico Judiciário Professor SERGIO KARKACHE – Aulas 6-10 oriunda da exploração do patrimônio ou da contraprestação devida em virtude da prestação de serviços públicos, devidas com base em acordos ou contratos onde o particular adquire bens ou serviços voluntariamente e possui autonomia para fazê-lo ou deixar de fazê-lo. Não se aplicam, em regra, às receitas originárias os princípios da tipicidade (CTN, art. 97), da anterioridade tributária (CF/1988, art. 150, III, “b” e “c”) e da legalidade tributária (CF/1988, art. 150, I). O Estado exercita seu ius gestionis, ou seja, o direito que possui de administrar bem os recursos e patrimônio que possui, fazendo-os gerar receitas. É corrente (embora inexato) designar estas receitas como sendo “de direito privado”, sob o argumento que a relação jurídica entre o Estado e o particular é regida por normas do Direito Civil ou Comercial. Embora esta afirmação não seja falsa (pois de fato há relações que assim são), é incompleta, na medida em que há receitas originárias oriundas de relações regidas pelo Direito Administrativo também, como se dá com as tarifas, dentro do campo do Direito Público. São exemplos de receitas originárias os foros, laudêmios, tarifas, preços públicos, aluguéis, direitos de uso. As receitas derivadas, por sua vez, consiste na receita auferida em virtude do exercício (pelo Estado) de seu ius imperii, ou seja, o direito de “imperar” ou de Administrar, dando prioridade ao interesse público frente ao privado. Estas receitas são oriundas de relações jurídicas impostas por Lei, de forma compulsória (coercitiva), uma vez que ao particular não é dada a opção de participar da relação jurídica ou não. Nas receitas derivadas, o Estado dispõe do patrimônio de seus súditos, através de atividade vinculada, sob o controle da Constituição e das demais normas jurídicas. São receitas sujeitas aos princípios da legalidade tributária, da tipicidade, da anterioridade, da vedação ao confisco e outros. São exemplos de receitas derivadas os tributos, as reparações de guerra e as penalidades pecuniárias. Há certa polêmica em torno da classificação quanto às compensações financeiras (CFEM), a que alude a Constituição, no artigo 20, § 1º. Esta norma dispõe que: É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. (CF/1988, art. 20, §1º). Não resta dúvidas que se trata de receita pública, mas resta saber de que tipo (derivada ou originária). A questão esteve indefinida entre os autores e até hoje há opiniões divergentes. Contudo, o STF, no RE 228800-5/DF, decidiu tratar-se de receita originária, posto que oriunda da exploração patrimonial, não possuindo natureza de receita tributária. Despesa Pública: Conceito O conceito mais moderno de despesa pública apresenta duas faces: a) pode significar tanto o conjunto dos gastos do Estado, ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento do serviço público; b) pode também possuir o sentido da aplicação de certa quantia em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente dentro de Prof. SERGIO KARKACHE www.aprovaconcursos.com.br Página 3 de 6 DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO – TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA – Técnico Judiciário Professor SERGIO KARKACHE – Aulas 6-10 autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo. Em face desse duplo sentido, muitos autores falam acerca de um “conceito dual” para as despesas públicas. (TORRES 2008). Despesa Pública: Classificações Há diversas classificações para identificar as espécies de despesas públicas. As mais utilizadas são as classificações segundo a natureza, a competência, a regularidade e a classificação econômica. Pelo critério da natureza, as despesas podem ser orçamentárias, quando seja obrigatória sua fixação no orçamento (como as despesas com pessoal), ou extraorçamentárias, quando não seja obrigatória sua fixação (como a liberação de depósitos judiciais). Segundo o critério da competência, as despesas podem ser federais, estaduais, municipais ou distritais, conforme o ente obrigado a realizá-la,por força da Constituição ou das normas em vigor. Quanto a regularidade, as despesas podem ser ordinárias, quando sua ocorrência for previsível e constante ao longo de diversos exercícios (p. ex., despesas de custeio, despesas com pessoal, despesas de seguridade social, despesas obrigatórias de caráter continuado); ou podem ser extraordinárias, que são despesas excepcionais ou esporádicas, tais como as despesas decorrentes de calamidades públicas, guerras, etc. E, por fim, a classificação econômica (ou critério econômico), que é a classificação adotada pela Lei 4320, e divide as despesas entre despesas correntes e despesas de capital. As despesas correntes, em resumo, são despesas necessárias para a manutenção dos serviços e da atividade pública, enquanto as despesas de capital são despesas destinadas a acumular capital público ou aumentá-lo. As despesas correntes dividem-se em despesas de custeio e transferências correntes. As despesas de custeio são despesas destinadas a manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive para atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. Transferências Correntes são as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado. As despesas de capital dividem-se, por sua vez, em Investimentos, Inversões Financeiras Transferências de Capital. São investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. Já as inversões financeiras são dotações destinadas a aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; ou constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros. Prof. SERGIO KARKACHE www.aprovaconcursos.com.br Página 4 de 6 DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO – TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA – Técnico Judiciário Professor SERGIO KARKACHE – Aulas 6-10 Por fim, temos as Transferências de Capital, que são as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública. QUESTÕES AULA 6. As receitas obtidas com cauções, fianças e consignações são: a) Receitas de capital. b) Receitas correntes. c) Receitas extraorçamentárias. d) Receitas orçamentárias. e) Receitas tributárias. AULA 7. Estágios da Receita Pública são as etapas das ações realizadas pelos órgãos e repartições encarregados de executá-las. O estágio utilizado para a arrecadação de tributos, e que se pode também aplicar a casos em que o Governo tenha direitos líquidos e certos, em virtude de leis, regulamentos ou contratos é: a) Da Arrecadação. b) Do Lançamento. c) Da Previsão. d) Do Recolhimento. e) Da Liquidação. AULA 8. Considere o seguinte demonstrativo financeiro hipotético: PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS – R$12,00 JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA – R$16,00 INVESTIMENTOS – R$2,00 INVERSÕES FINANCEIRAS – R$3,00 AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA – R$73,00 Com base nesses dados, assinale o valor correto do total das despesas de capital. Prof. SERGIO KARKACHE www.aprovaconcursos.com.br Página 5 de 6 DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO – TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA – Técnico Judiciário Professor SERGIO KARKACHE – Aulas 6-10 a) R$ 28,00. b) R$ 30,00. c) R$ 33,00. d) R$ 78,00. e) R$ 89,00. AULA 9. O ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição, é a (o) a) Fixação. b) Liquidação. c) Pagamento. d) Penhora. e) Empenho. AULA 10. Sobre restos a pagar, assinale a afirmativa correta. a) Compreendem despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro do ano seguinte, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas. b) O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício, por credor e por destinação de acordo com a modalidade de aplicação. c) Após o cancelamento da inscrição das despesas como restos a pagar, o pagamento que vier a ser reclamando poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de exercícios anteriores. d) Os restos a pagar de despesas processadas e não processadas compreendem respectivamente as despesas não liquidadas e as despesas liquidadas. e) O registro dos Restos a Pagar far-se-á por exercício e por devedor e será automático, no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho. GABARITO AULA 6 – C; AULA 7 – B; AULA 8 – D; AULA 9 – E; AULA 10 – C. Prof. SERGIO KARKACHE www.aprovaconcursos.com.br Página 6 de 6
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