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RESUMO FILOSOFIA AP3

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AULA 1 - O que é Filosofia?
Os gregos antigos criaram a palavra Filosofia e, com ela, significavam o amor pelo saber, a busca do conhecimento. A busca do saber é a busca de uma vida mais consciente. A Filosofia não é uma instrução e aquisição passiva de informações, mas sim uma atividade, uma postura ativa, que se dá no mundo, por meio de um sentimento generoso, a philía (amizade, amor), que ultrapassa as barreiras da ignorância, fazendo de cada um de nós um sophós (aquele que busca a luz).
A busca do saber se dá pela reflexão. A reflexão filosófica é um movimento do ser humano sobre si mesmo. Ser filósofo é refletir sobre o saber, é interrogar sobre ele. Como Sócrates, o filósofo é aquele que sabe que nada sabe, mas que tenta fazer a si mesmo e as outras pessoas buscarem a luz. A Filosofia, o amor ao saber, é o amor pelo discernimento, pela consciência e pela lucidez. A Filosofia é a busca do conhecimento, é a busca da luz da razão.
AULA 2 - Pensamento e discurso: a linguagem
A filosofia - o amor ao saber - pertence à esfera do que chamamos consciência. “Consciência” - o termo ciência significa epistemê, na língua grega. A diferença específica entre o saber comum (opinião), o saber científico (ciência) e o saber da filosofia.
A ciência é um modo de conhecimento que tenta formular, por meio de linguagens rigorosas, explicações gerais, racionais, dos fenômenos. Essas explicações gerais e racionais são chamadas “leis” pelos cientistas. Fenômeno - significa “aquilo que vem à luz”, que “aparece” para nós. O saber filosófico exige o desenvolvimento da consciência crítica. Filosofar, portanto, é se afastar do mundo da opinião, da doxa, e perguntar pelo saber de si mesmo e do mundo. O filósofo é o sujeito-consciência que pergunta como se dá o pensamento do objeto-mundo e do objeto-conhecimento do mundo.
“Todo mundo” a filosofia chama de “senso comum”, “opinião” ou “doxa”. A dicotomia entre doxa e epistemê é constante na história da filosofia, pois a doxa é um tipo de conhecimento não-crítico. O “todo mundo” é, na maioria das vezes, parcial, preconceituoso e cheio de falsas crenças... O “todo mundo” é o oposto da filosofia. Podemos definir a consciência como capacidade de reconhecer a relação sujeito-objeto, tendo como objeto os fenômenos, as coisas que aparecem para nós. Por isso, podemos também lhe dar o nome de consciência gnoseológica (traduzido como “teoria do conhecimento”), ou seja, consciência “conhecedora”. Podemos dizer que a consciência é uma atividade intelectual intencional, unificadora da realidade.
AULA 3 - O universo como construção discursiva
A palavra, o discurso, a linguagem, é o que há de mais distintivo no ser humano. . A linguagem é a via obrigatória de todos os caminhos do pensamento. É pela linguagem que comunicamos não somente as nossas experiências pessoais, mas por meio dela também transmitimos experiências acumuladas pela sociedade. O ser humano, possuidor do logos, pode pensar e falar. A linguagem não reside na consciência individual, pois nenhum indivíduo “possui” a linguagem, pelo contrário, a linguagem é que possui o indivíduo, posto que não pertence à esfera do eu, mas à esfera do nós.
O ser humano é, realmente, como disse Aristóteles, o ser dotado de linguagem. E tudo o que é humano passa pela linguagem. O conhecimento de si próprio e do mundo é o objetivo primeiro da Filosofia é um consenso. A linguagem não é uma simples questão de palavras soltas, isoladas,nomes isolados não significam muita coisa. O universo discursivo são frases que buscam significar alguma coisa, expressar alguma ideia e buscam tornar comum a nossa existência no mundo, dando-lhe sentido e significado.
O conhecimento é o processo de interiorização imaginária do objeto pelo sujeito, que ocorre na transcendência. A esse fenômeno do conhecimento chamamos “suspensão”. Uma simples palavra em geral só significa algo se a juntarmos a outras palavras formando a frase, a sentença, que enuncia a ideia, tirando-a do âmbito imaginário e colocando-a no mundo.
Os filósofos procuram a solução de problemas, criando teorias que se apóiam em argumentos. As diversas formas de discurso são aquilo que permite ao ser humano se inserir no seu mundo, construído e interpretado pela linguagem. Pelo discurso, o ser humano transcende do atual, do seu aqui e agora, e torna comum aquilo que pensa e sente, criando não somente as formas de vida social e histórica, mas também as formas da sua vida interior.
AULA 4 - Kosmós e “verdade”
O próprio processo de criação da linguagem, do logos, que cria o mundo humano, o universo do discurso. Universo é também um termo que designa uma criação do pensamento humano. As “cosmovisões” (visões de mundo) são imagens que garantem aos seres humanos uma visão global, coerente e estável da realidade. As cosmovisões classificam, organizam, descrevem e explicam o mundo para nós. As cosmovisões dizem aos seres humanos como devem viver, o que devem fazer, o que devem querer, enfim, criam as nossas “verdades”.
A Filosofia, desde a sua origem, preocupou-se muito com a “questão da verdade”. Essa preocupação se estende até hoje, e cremos que será uma preocupação permanente dos seres humanos. A verdade era concebida como algo acessível somente ao pensamento e, então, falava-se na inteligência (a capacidade de escolha, de decisão do ser humano) como elemento necessário da verdade. Segundo Aristóteles: O “verdadeiro” é dizer o que é, quando é, e o que não é quando não é. Desse modo, podemos afirmar: não há verdade sem enunciado
Três pólos compõem a dinâmica de qualquer processo de compreensão: o significante, o objeto e o significado. Há três tipos de signos: o ícone, o índice e o símbolo.
... chamaremos de discurso um conjunto de enunciados na medida em que eles provêm da mesma formação discursiva. Podemos apresentar algumas características gerais da noção de discurso: é contextualizado, tem normais sociais, se manifesta por sequências de palavras, etc. Nosso mundo, nosso kosmós, é um mundo discursivo. E todo signo traz em si o fato de ser um intermediário, ora revelando, ora encobrindo aquilo que pretende manifestar. 
Aula 5 - Cosmologias e cosmografias
O ser humano criou discursos para explicar, compreender e interpretar esta realidade. Esses discursos, criados a partir de abstrações intelectuais a respeito do espaço e do tempo, formaram o que chamamos de cosmologias, ou seja, discursos sobre a ordem cósmica que explicam o mundo para os seres humanos, dando sentido ao próprio mundo e à vida humana. 
COSMOLOGIA: Interpretação humana sobre a origem do mundo. Tem como função orientar nossas ações, decisões e convívio. Podem ter bases mítico-religiosas, filosóficas ou científicas. Explicam o mundo para nós e conferem sentido à nossa existência. Pertencem a diferentes grupos e condicionados historicamente.
COSMOGRAFIA: É a representação gráfica do mundo, uma imagem do mundo com base na cosmologia. São representações do mundo, que apresentam uma perspectiva específica de como a realidade está ordenada. Maior exemplo: mapas. Grande marco: passagem da visão geocêntrica para a heliocêntrica.
Os mapas são peças-chave da cosmografia, pois espelham a representação do mundo das sociedades para as quais foram elaborados, correspondendo às cosmovisões que lhes são próprias. Cosmologias e cosmografias são, portanto, discursos sobre o mundo, tornando-se referenciais de percepção, observação, interpretação e ação no mundo.
AULA 6. Os “físicos” e a construção da Filosofia como discurso específico
O que é o mundo? O que é o ser humano? Essas perguntas certamente não eram novas. Anteriormente, contudo, as respostas eram míticas. A Terra fizera nascer o céu. O mundo e o ser humano foram criados por divindades. Estas respostas eram míticas, e sua qualidade como explicação permanece sempre essencialmente a mesma: o mito é específico e concreto, explicando os fenômenos humanos e naturais por referência a acontecimentos ou ações sobrenaturais, não explicáveis em si mesmas.
A novidade do tipo de pensamentosobre o mundo à maneira de Tales e de seus sucessores consistiu no fato de terem apresentado questões generalizadas, propondo respostas gerais, racionais e “impessoais”. Os primeiros filósofos jônicos consagraram tanta atenção aos problemas cosmológicos, que Aristóteles, refere-se a eles como physikoí, teóricos da natureza. Segundo Aristóteles, a característica da cosmologia jônica residia no fato de que, assim que tais pensadores formulavam a questão o que é a natureza?, imediatamente a convertiam na pergunta de que são feitas as coisas? ou qual é a substância originária, imutável, subjacente a todas as mudanças no mundo natural de que temos conhecimento?
Para uma polis agitada como Mileto, envolvida na expansão marítima grega, o tipo de saber em cuja produção os sophoí estavam tão envolvidos era um tesouro que foi divulgado no mundo das cidades gregas.
AULA 7. A Filosofia na Grécia Antiga: os logoi, o ser e o devir
O termo dialética, e mais propriamente a expressão pensamento dialético, está em estreita relação com o vocábulo diálogo. A dialética pode ser definida, em primeiro lugar, como a arte do diálogo. Certamente, nem todas as conversas possíveis são “dialéticas”. Em um sentido mais restrito, a dialética ocorre dentro de um mesmo argumento e não deve ser dogmática, e sim crítica. No pensamento dialético, dois logoi entram em contato entre si; há duas “razões” ou “posições” entre as quais se estabelece precisamente um diálogo pelo qual se chega a, podemos dizer, um “acordo no desacordo” (sem o qual não haveria diálogo, mas a imposição de um logoi sobre o outro), a partir de sucessivas mudanças de posições dialogais induzidas por cada um dos logoi.
Do mito à razão, o processo que promovera o nascimento de um pensamento de tipo racional desenvolvera domínios da atividade humana como a astronomia, a geometria, a música etc., dando origem às cosmologias filosóficas. 
Pitágoras e seus seguidores abriram novos caminhos para o pensamento acerca da natureza, quando, pela primeira vez no mundo grego, se introduziu um tipo de pensamento que considera as relações existentes entre os termos de uma operação do entendimento, independentemente da matéria ou do conteúdo dessa operação. Com Heráclito de Éfeso, trata-se de uma nova maneira de experimentar o conhecimento: ele erige o próprio movimento – na forma visível do fogo – como garantia da harmonia. Esse pensador foi cognominado “o Obscuro”, talvez menos por seu estilo oracular do que pela suspensão em que coloca todo tipo de conhecimento.
Parmênides e sua escola de pensamento, ao afirmar que o ser é e o não-ser não é, afirma não somente os princípios de identidade e de não-contradição, mas coloca o ser exatamente onde haja o pensamento, quando afirma pensar e ser é o mesmo. 
Com Protágoras e os sofistas, vemos um grande desenvolvimento do estudo do universo discursivo humano. Esmiuçaram os estudos da linguagem e da retórica, dando ênfase aos diversos pontos de vista que, a partir dos discursos, fundam o real. A célebre frase de Protágoras: o homem é a medida de todas as coisas, significa não só que a percepção e a compreensão que temos das coisas diferem de pessoa para pessoa, de povo para povo, mas também sublinha que é apoderando-se do real pelo discurso que o ser humano torna sua a realidade, “tomando-lhe a medida”.
AULA 8. A organização do conhecimento filosófico na Grécia Clássica
Sócrates conduzia o diálogo com seus interlocutores de modo a fazê-los criticar os seus conhecimentos, as suas crenças, as virtudes e habilidades que lhes eram atribuídos, levando o interlocutor a falar sobre as suas próprias opiniões, para em seguida, interrogá-lo a respeito do sentido das palavras faladas. Com suas interrogações, em geral tornava patente a fragilidade ou a inconsistência dos argumentos de seus interlocutores, assim como a obscuridade das suas opiniões, relevando-as como meros hábitos mentais ou simples repetição de construções frasais sem base crítica. Com Platão, vimos um pensamento que harmoniza o rigor geométrico e a poesia, num movimento ativo que gera uma sabedoria que se mistura com a atividade concreta da vida; não entende um metafísico de gabinete e sem utilidade. 
Alma: o que é distintivo do ser humano. Também é determinante a busca humana pela felicidade (eudaimonia), que não pode vir das coisas exteriores, mas somente da alma. Assim como a natureza tem seu sentido na ordenação, também a alma ordenada é a alma feliz. A alma ordenada e, portanto, feliz, é a alma virtuosa. Logo, um dos temais fundamentais para Sócrates é a discussão sobre a virtude, sobre o que nos faz sermos seres virtuosos. 
Sócrates afirma que o que pretende definir é a “natureza essencial” de cada coisa, e que somente esse conhecimento nos permite compreender o que é uma determinada coisa. Essa “natureza essencial” é exatamente aquilo que Platão chama de forma ou ideia, partindo da questão socrática, mas dando-lhe uma nova interpretação, de modo que, quando perguntamos o que é x?, a definição obtida satisfaça a critérios rigorosos de verdade/validade da proposição, tal que o conceito ao qual chegamos signifique especificamente o que pensamos e seja determinativo daquele objeto e só dele.
É importante compreender que o Sócrates (seu método, concepções e preocupações) de que falamos é uma veiculação dos escritos de Platão. Sócrates foi mestre e “personagem” da filosofia de Platão.
AULA 9. Aristóteles e a consolidação da Filosofia
Pensar a presença de generalidades ou das ideias no mundo é um dos aspectos que conduzem a transição do pensamento platônico para o aristotélico. Para Aristóteles, a generalidade que percebemos, experimentamos e que expressamos por meio da linguagem não constitui um plano estruturante da realidade, acessível somente pela rememoração das ideias. Se trata da experiência mesma que temos das coisas particulares. As coisas (substâncias) já possuem em si características tanto gerais quanto particulares. A nossa percepção das coisas é uma experiência da relação entre particular e geral nas coisas. Isso é possível pois na experiência de uma coisa em particular eu posso distinguir aspectos formais e materiais, a sua forma e matéria.
A “questão dos universais” reflete, a partir do ponto de vista da linguagem, a preocupação com a possibilidade tanto de fazer afirmações gerais sobre as coisas, como a concepção acerca do modo como temos acesso aos aspectos que não são apenas particulares, determinados, acidentais, nas coisas. Se, para Platão, o conhecimento dos aspectos formais das coisas (único conhecimento verdadeiro) era dado pela contemplação das ideias, realizado pela alma antes de nascer e rememorado ao longo de nossa vida, para Aristóteles a observação sensível das coisas, uma vez submetida a regras de experimentação e indução lógica, torna possível transitarmos do domínio das opiniões e conhecer racionalmente o mundo. Os universais, compreendidos como as noções gerais que usamos para falar do que é comum entre os objetos e identificá-los, não “estão” no mundo das ideias, mas são formados a partir das percepções particulares das coisas, transformando-se em representações gerais por um processo de abstração e comparação do que é observado.
AULA 10. A Filosofia no final da Antiguidade
Passagem da Era Clássica para a Era Helenística - Ponto fundamental: legado das conquistas de Alexandre Magno. Período helenista: entre a morte de Alexandre, o Grande (323 a.C.) e a conquista pelos romanos do Egito Antigo, em 30 a.C. Difusão da cultura grega por todos os territórios conquistados por Alexandre. Da vida na pólis das decisões públicas para a cosmópolis, da convivência entre cidadãos e “bárbaros” na mesma condição de súditos. Centro das decisões não é mais a praça pública, mas o império. Afastando-se das decisões políticas, a filosofia volta-se para as questões morais, focadas na interioridade da alma humana; filosofia como uma forma de vida, conforto e orientação moral, busca da serenidade perante a morte. 
Estóicos: Importância no desenvolvimentodos estudos da Lógica – busca da análise do sentido das proposições, da relação entre proposição e mundo.
Epicurismo: O propósito da filosofia para Epicuro era atingir a felicidade, estado caracterizado pela aponia, a ausência de dor (física) e ataraxia , ou imperturbabilidade da alma. Buscar o prazer significava justamente não estar preso ou voltado exclusivamente para os desejos e vontades do corpo. Antes, tratava-se de dedicar a vida ao cultivo dos prazeres duradouros, a libertação do corpo da dor e a mente da ansiedade pelos bens e vontades imediatas.
Filosofia togata: Filosofia em língua latina; filosofia humanista, preocupação com temas sobre a vida humana, sua conduta e convivência em sociedade. 	
AULA 11. O pensamento medieval
Você deverá refletir sobre o esforço, empreendido por pensadores cristãos, de preservar, cristianizando-o, o que puderam do pensamento filosófico antigo. Nesse esforço, o ideal cultural pregado por Agostinho de Hipona é fundamental, ao insistir sobre o tema da fé em busca da inteligência. Com isso, o repúdio – muitas vezes violento – à filosofia aos poucos foi minimizado, permitindo que o Ocidente medieval pudesse se dedicar novamente à busca do pensamento racional. Ao preservarem, traduzirem e comentarem parte dos textos antigos, esses pensadores contribuíram não somente para a preservação desses textos, mas também para a criação de temas novos para a especulação filosófica.
A questão dos universais pode ser resumida na pergunta: qual é a relação existente entre as palavras e as coisas? Essa questão tange diretamente a um dos principais problemas da Filosofia em todos os tempos: a existência das ideias gerais que temos das coisas e pelas quais lidamos com as coisas. Trata-se da questão da possibilidade e da legitimidade do conhecimento humano sobre o mundo e sobre si mesmo. Desse modo, você deverá delimitar e analisar duas posições filosóficas que se contrapõem: o realismo e o nominalismo.
Consideramos, pois, que a Filosofia Medieval é aquele tipo de pensamento que, em sua inspiração religiosa latente, procurou redescobrir e repensar o mundo greco-romano. Essa Filosofia, iniciada por pensadores como Aurélio Agostinho e Boécio, traduziu e comentou Platão e Aristóteles, e encerrou-se nos embates da afirmação reflexiva da subjetividade, no início da Idade Moderna.
AULA 12. O espírito científico e o método
No início da modernidade, novas formas de pensamento e novos sistemas filosóficos nasciam. De um mundo que se encerrava a um mundo que tinha que estabelecer novas bases para a vida e sua compreensão, nasciam novas interrogações ou, por vezes, antigas questões ressurgiam com vigor. Muitas foram as pessoas que se dedicaram a pensar o novo mundo, a buscar novos caminhos para o fazer e o pensar humanos, para sua compreensão e instrumentalização. Da arte à filosofia, passando pelo surgimento da ciência moderna e as novas tecnologias, o Renascimento significou um marco na história do pensamento humano. A despeito das diferenças entre racionalistas e empiristas, podemos dizer que um novo método surgiu para buscar a solução para as novas necessidades e as novas indagações humanas, trazendo novas formas de se ver e de se perceber a vida e o kosmos e, no século XVII, a modernidade se instaurara indelevelmente no espírito humano.
FRANCIS BACON - usou o raciocínio indutivo, na tentativa de melhorar os erros cometidos por Aristóteles, e é conhecido por promover o método científico. Foi um dos primeiros a apreciar o valor da nova ciência para a vida humana. Ele acreditava que o conhecimento é poder, e ele pediu ao governo para criar instituições científicas para incentivar o avanço da tecnologia e das artes mecânicas.   Bacon critica duramente muitos filósofos anteriores a ele por suas filosofias não se preocuparem em resolver problemas práticos da vida das pessoas. O conhecimento é algo prático e quanto mais conhecimento tivermos mais poderosos seremos. Para ele os filósofos do passado fizeram uma filosofia de palavras e o que os homens precisam é uma filosofia de obras.
DESCARTES - para ele o indivíduo pensante é aquele que duvida e questiona a própria certeza que tem de si.  Maior expoente do racionalismo clássico. Para fundamentar o conhecimento, o filósofo deve rejeitar como falso tudo aquilo que possa ser posto em dúvida. A dúvida é, portanto, um momento necessário para a descoberta da substância pensante, da realidade do sujeito que pensa. Através da dúvida metódica, o filósofo chega à descoberta de sua própria existência enquanto substância pensante. A palavra cogito (penso) deriva da expressão latina cogito ergo sum  (penso logo existo) e remete ao sujeito pensante . O cogito é a certeza que o sujeito pensante tem da sua existência enquanto tal.
AULA 13. A certeza como critério da Verdade
O racionalismo de tipo cartesiano perseguia uma abstração da idéia de conhecimento, determinada pela razão do sujeito do conhecimento o empirismo partia da observação da natureza e acreditava ser o conhecimento um saber adquirido por meio das experiências perceptivas e dos sucessivos graus de abstração operados pela mente. Embora com suas diferenças específicas, os modernos concordavam todos que o conhecimento, surgindo ou
das sensações ou da razão, era ato intelectivo de um indivíduo diante do mundo.
O pensamento se nutre da cultura de todos os povos que nos antecederam. Na vida prática os nossos pensamentos e o nosso conhecimento retorna ao mundo para formar o que chamamos de cultura. 
JOHN LOCKE - melhor representante da ideia de que o sujeito do conhecimento, o indivíduo, é soberano sobre o conhecimento. Refutou a tese cartesiana das ideias inatas, defendendo que a mente humana vem ao mundo como uma tabula rasa, ou seja, como um quadro
ou papel em branco, sem nenhuma ideia inata nela inscrita.
AULA 14 – O iluminismo e o sujeito da razão
Ser esclarecido é ser iluminado, é deixar de ser ignorante e ver as coisas como realmente são. Novas ideias se produziam quando cumpriam a condição de serem claras, distintas e não contraditórias. Podemos definir o Iluminismo como a “época das Luzes”, seu precedente é o desenvolvimento das ciências naturais, a partir do qual o ser humano pensou poder dominar efetivamente a natureza.
KANT – O pensamento é o grande fato da razão e não se limita ao conhecimento. A filosofia crítica crê na possibilidade do conhecimento, persegue a possibilidade de alcançar uma verdade, mas desconfia das determinações. A tarefa a que se propõe Kant é estabelecer os princípios universais e imutáveis, a priori, da razão e da moral. Os seres humanos são meramente objetos em um mundo de objetos.
HEGEL - Hegel criticou, em suas obras, o pensamento filosófico iluminista, enquanto um pensamento que gerava uma ruptura entre sujeito e mundo. O movimento do real é entendido como um processo em três momentos (o ser-em-si; o fora-de-si e o ser-para-si). Exemplo: A semente é o ser-em-si, mas morre como semente para, então, desabrochar fora-de-si, a fi m de, desdobrando-se, tornar-se ser-para-si, ou seja, a planta em sua plenitude. Esses momentos correspondem à tese, à antítese e à síntese, que se sucedem em espiral. A dialética é a lei que determina e estabelece a auto-manifestação da ideia absoluta. Para Hegel, a dialética é responsável pelo movimento em que uma ideia sai de si própria (tese) para ser uma outra coisa (antítese) e depois regressa à sua identidade, se tornando mais concreta.
AULA 15 – Ideologia e inconsciente
O sujeito iluminista se fundamentava em uma concepção de um indivíduo autocentrado, unificado, dotado das capacidades da razão, da consciência e da possibilidade de ação.
O ser humano via-se agora incapaz de controlar e sequer de apreender a si mesmo. O sujeito que pelo Iluminismo fora informado da imensidão de “tudo” o que existe, e fora, por Kant, informado de que, mesmo sabendo que existem muitas coisas, não lhe era facultado conhecer senão suas representações e as ilusões da sua própria racionalidade, se descobria como um sernatural, corpóreo, imanente e transcendental,.
MARX – Marx realizou uma crítica à filosofia idealista de Hegel, a partir da qual elaborou as bases de seu próprio pensamento. Não são as representações e conceitos que temos da realidade que têm a prioridade nesse processo e sim, a realidade material. Para ele: a essência humana é o conjunto de relações sociais. A conceituação de alienação em Marx deriva de sua crítica ao capitalismo. O sujeito alienado é aquele que não se reconhece em si mesmo no plano psicológico e no plano social. É o sujeito do consumo, que quer ser bem-sucedido e consome objetos que logo se tornam obsoletos e sofre da doença da neofilia (amor pelas novidades), em todos os aspectos da sua vida.
 
FREUD - Uma das principais contribuições de Sigmund Freud para o pensamento ocidental foi o aprofundamento do conhecimento das motivações humanas. Freud desenvolve a teoria psicanalítica voltando-se para os processos do pensamento e da linguagem. A psicanálise é uma hermenêutica do discurso, discernindo entre imaginário e factual. O ego armazena experiências na memória, cuida das fugas e das atividades de sobrevivência, controla os instintos e os impulsos, decidindo quando e onde os desejos devem ser realizados, ou quando e onde as atividades de proteção, defesa ou busca, devem ser exercidas. A função do ego é buscar o prazer e evitar o desprazer. O método e os conceitos psicanalíticos são uma epistemé, com discurso próprios, constituídos de modo a possibilitarem a extração e expressão das inquietações criadas pelos conflitos morais entre o que se é, o que se pretende ser e o que se é impelido a ser pelos preceitos e exigências culturais em determinado tempo e lugar.
AULA 16 – A crítica ao Iluminismo e a Filosofia pós-metafísica
Dois filósofos que se tornaram marcos para o século XX, Nietzsche e Heidegger se apresentam para nós como dois dos maiores pensadores da contemporaneidade, significando o esforço de retomar o percurso da filosofia ocidental e restabelecer novas bases para ele, a partir de uma meditação sobre temas esquecidos pela tradição filosófica. Abriram novos caminhos para a Filosofia contemporânea. 
NIETZSCHE -. Para ele, a vida é vontade de potência. Para ele, aquilo que denominamos real é, na verdade, um caos. Saber ou o conhecer em Nietzsche são pensados em termos de conhecimento puro ou teoria. Não se trata realmente de um conhecer, mas de um esquematizar. O ser humano é, essencialmente, natureza e, como parte dela, partilha suas características de ordem e de desordem. A concepção ocidental do pensamento como esquematização leva a uma determinação da verdade como ilusão, porque o que se toma por verdade (a adequação da coisa ao conceito) é uma falsificação do mundo (do devir) através da esquematização. O ser humano considerado o único sujeito e todos os outros entes tornaram-se objetos. O ser humano os domina, os controla, pela representação. Desse modo, o que se considera verdade é, de fato, um erro.
HEIDEGGER – Criticando a tendência moderna de confundir o ente e o ser, Heidegger buscou distingui-los em sua filosofia. Desenvolveu em duas fases: a primeira buscou conhecer o ser por meio da existência humana. A segunda foi além do ente, tendo o ser como chave para a compreensão da existência. Para tratar a questão do ser, Heidegger, então, recorre à identidade. A aceitação de algo como verdadeiro ocorre a partir da noção de verificabilidade. Quando um enunciado é tido como verdadeiro, este não é apenas compreendido como uma simples representação ou imagem da coisa, mas como sua verdade. Heidegger chamar a nossa atenção para um ponto essencial em seu pensamento: o processo de objetificação do ente. O indivíduo moderno se apartou do mundo e objetificou-se a si mesmo. Para Heidegger, a linguagem da tradição filosófica somente falou do ente e não do ser. Para Heidegger, é preciso que o ser humano deixe de se considerar como um ente que dá a medida de todos os demais entes. O único privilégio humano, a partir de então, é o de estar em posição de assistir à manifestação do ser através da presentificação dos entes. Heidegger, portanto, buscou trazer à tona o ser, investigando o seu sentido enquanto desvelamento, ou manifestação, especialmente ao recuperar o sentido grego de verdade (alétheia). Para Heidegger, se a tradição esqueceu o ser dos entes, todo ente está presente no ser. Heidegger retoma este sentido de verdade, um sentido que foi velado pela ênfase no ente, na categorização do ente, e no sujeito do conhecimento da ciência. Verdade é o ser “vindo à luz”. Heidegger, na senda de Nietzsche, desejou substituir o sujeito, o eu cartesiano, pelo Dasein, buscando uma via interpretativa para o ser no mundo, abrindo a possibilidade para uma nova maneira de se ver e compreender não só o ser no mundo, mas a própria subjetividade do ser humano.
AULA 17 – Linguagem e hermenêutica
 O ser humano é o ser dotado de linguagem. E tudo o que é humano passa pela linguagem. Sendo assim, a linguagem e a compreensão são temas permanentes para a Filosofia. Para os historiadores, as contribuições da Lingüística, da Semiótica e Hermenêutica são, atualmente, tópicos importantes. Dados do passado, testemunhos escritos e materiais devem ser coerentemente interpretados e compreendidos. Ao historiador cabe esta função mediadora: comunicar pela escrita. Todo evento histórico ocorreu no espaço da história. A semiologia nos ensinará em que consistem os signos e quais são as leis que os governam. Hermenêutica pode ser definida, como a teoria ou filosofia da interpretação do sentido. A Hermenêutica lida com a linguagem e com o discurso. As palavras não se limitam a dizer coisas, elas também explicam, racionalizam, esclarecem coisas. As palavras significam. Um conceito-chave da Hermenêutica é tradução. A tradução é uma forma especial do processo interpretativo da compreensão. Há sempre dois mundos em diálogo para a Hermenêutica: o mundo do leitor e o mundo do texto, o mundo do espectador e o mundo da obra de arte. Em outras palavras, toda palavra, gesto ou acontecimento foi proferido ou aconteceu na história e continuou a atuar nela e, em sendo interpretado, passou a integrar a tradição histórica. Assim, passa a pertencer, por sua interpretação, no mundo histórico de compreensão das gerações futuras. A tradição histórica é, como a tradução, a mediação entre a palavra ou o acontecimento do passado e a nossa compreensão atual. A compreensão hermenêutica transcende o sentido original de um fenômeno histórico de um modo que seu autor não cogitou, nem poderia cogitar em seu tempo e lugar. A Hermenêutica lida basicamente com a tradição. Podemos dizer que um texto ou um acontecimento só se torna significativo dentro de um contexto específico e o significado está sempre em um movimento relacional com os leitores, os ouvintes, os espectadores, enfim, os participantes deste acontecimento. Desse modo, a Hermenêutica chama-nos a atenção para o fato de que um significado, não tem sentido fora de uma relação com alguém. É por isso que, em Hermenêutica, diz-se que toda interpretação é “horizontal”, ou seja, ela é processada dentro de um horizonte de significados e intenções que forma a pré-compreensão, por meio da qual todo o processo de compreensão se dá.
18 – Linguagem e fenomenologia
Fenomenologia é o discurso que tem o fenômeno como seu objeto. As coisas que conhecemos se presentificam em nossa mente pela intuição que delas temos. Para Husserl, então, a consciência tem três tipos de orientação: dirige-se à vivência concreta da intuição, dirige-se ao objeto intuído e dirige-se aos elementos reais do fenômeno.
Husserl, grande desenvolvedor desse método, buscou trabalhar aquilo que se manifesta, rompendo com a pretensão de pensar a coisa-em-si como anteriormente se fazia. Seu método consiste em dois pontos iniciais: a via negativa e a positiva. A primeira propõe uma epoché, suspensão de juízo, para analisar a coisa como é conhecida, como aparece ao sujeito. A segunda é o movimento próprio dedirigir-se a coisa após essa suspensão. Critica três métodos epistemológicos: psicologista, aristotélico e cartesiano. É importante saber que para conhecer é necessário compreender três elementos. (1) A matéria, que são os dados sensíveis. (2) A forma, que dá o sentido ao objeto apreendido pela sensibilidade. (3) A noema é o significado ideal da coisa. Para Husserl, a máxima de Descartes "Penso, logo sou" é incompleta, uma vez que o pensar inevitavelmente nos remete ao pensado, ao intencionado: consciência é sempre consciência de algo. Um movimento em relação ao mundo, de um projetar-se no mundo. A Fenomenologia de Husserl é uma das fundações do pensamento filosófico contemporâneo. Fenomenologia é o estudo da essência das coisas. Os fenômenos do mundo deveriam ser pensados pela óptica das percepções mentais de cada indivíduo, daí a importância de se estudar a essência das coisas. Um retângulo é um retângulo mesmo que as linhas paralelas sejam alteradas, não importando se são aumentadas ou diminuídas, desde que ainda se mantenham as proporções que façam-no ser um retângulo. Está aí a essência do retângulo na mente do indivíduo. Assim, a forma do retângulo sempre será preservada funcionando como um elemento imutável.
AULA 19 – Ars Rhetorica
Durante muito tempo, o termo Retórica sofreu uma desvalorização muito grande, tornando-se, para o senso comum, sinônimo de discurso artificial, declamatório, falso. Mas, no início dos anos 1960, estudiosos de Filosofia, Literatura, História e outras redescobriram a Retórica, uma arte simultaneamente prestigiosa e perigosa. A retórica é estudo da argumentação e do estilo do discurso e tem como premissa o fato de que um discurso não é jamais um acontecimento isolado. A Retórica é uma arte muito antiga, foi definida e sistematizada por sophoí da Antiguidade e teve um desenvolvimento multissecular, chegando aos nossos dias com um vigor renovado, ainda que muitas vezes apresentada com novos “rótulos”, tais como “lingüística do discurso”, “análise do discurso” etc. Podemos dizer que a Retórica é uma “filha da polis”. Os sofistas ensinavam, modelos de discursos e lugares-comuns adaptáveis a diversas ocasiões e finalidades. Os sofistas eram mestres na preparação dos políticos e dos oradores.Retórica é a união entre estilo e argumentação, A forma é parte fundamental da argumentação. A Retórica não é uma arte aplicável a todos os discursos, mas somente àqueles dotados de uma unidade de sentido e que argumentem, visando persuadir o seu destinatário.
A Retórica, no que tange ao seu objeto, o discurso, entra em cena quando se trata de: persuadir, instruir, ensinar, agradar, comover, inventar uma solução para um conflito e estabelecer o verossímil numa questão.A Ars Rhetorica é a arte do diálogo ou do contato entre um orador (ou emissor) e um auditório (ou destinatário). Não lida com “verdades, pois toda a argumentação é pessoal e dirige-se a pessoas. A modernidade rejeitou a Retórica.
Durante muito tempo a Retórica foi destituída de seu lugar. A verdade cartesiana, a tal ponto que Retórica é, para o senso comum, sinônimo de “embuste”, “empolamento”, “afetação” etc. Cinco tendências da modernidade apontadas por Wellbery: Objetivismo, Subjetivismo, Liberalismo, Alfabetização e Nacionalismo. Esses elementos combinados foram unânimes na rejeição da Retórica. A Retórica trata-se de ganhar a adesão emocional ou intelectual do público através do uso da argumentação. A Retórica não se preocupa com o verdadeiro e com o falso. A arte da Retórica compõe, então, um sistema dividido em quatro partes: a invenção, a disposição, a elocução e a ação.
Invenção – não é criar e sim pesquisar 
Disposição – é a das partes do discurso
Elocução - diz respeito à palavra e ao estilo do discurso
Ação - é a realização do discurso. Momento da performance do discurso.
Por esse processo, chega-se ao “produto” final: o discurso.
 Segundo Aristóteles, os diferentes gêneros do discurso também distinguem-se pelo tempo verbal: o discurso judiciário se refere ao passado, o discurso deliberativo refere-se ao futuro, e o discurso demonstrativo refere-se ao presente. 
A primeira função da Retórica se liga a uma das suas definições possíveis: a arte de persuadir. A Retórica diz respeito ao discurso persuasivo. Fazer alguém acreditar em algo.
Só com argumentação leva-se alguém a acreditar em algo. Argumentar é o processo de se chegar a conclusões. Em Retórica, razão e afetividade são inseparáveis. São três efeitos pretendidos pela retórica: agradar, informar e comover.
Tipos de argumentos verossímeis: de fato, de direito, por convenção e por simples constatação. Persuadir é a arte de fazer com que os outros aceitem as conclusões ou, melhor ainda, que acreditem nelas. Um discurso nunca existe isoladamente. Todo discurso existe em função de outros discursos. A Retórica tem, além disso, uma terceira função: a heurística. A Retórica só existe quando se interpreta o discurso de outrem e quando é necessário persuadir. Se é necessário persuadir, é necessário descobrir como persuadir. Quando lemos um texto, ou ouvimos um discurso, o conhecimento da Retórica pode nos ajudar a compreendê-lo. A Retórica é uma arte necessária e perigosa. Vejamos alguns exemplos de argumentos usados de modo a permitir a manipulação de um auditório: falso dilema, apelo à ignorância, apelo à força, apelo à piedade, apelo às consequências, apelo ao povo, ataques pessoais, apelo à autoridade, generalização abusiva, indução preguiçosa, depois disso\por causa disso e petição de princípio. O ser humano comunica-se desde o instante em que nasce e, mesmo depois de sua morte, através dos vestígios que deixa. Articulando o pensamento na fala, cria o mundo e torna-se o “animal que tem o logos” e que, por sua fala, toma consciência do seu ser.
AULA 20 – História e Filosofia
A História queria ser ciência e não literatura. Três postulados sobre o conhecimento histórico: a) que implicava a verdade (postulado epistemológico); b) que implicava a existência de um passado determinado e fixo (postulado ontológico); c) que seria adquirido através da aplicação de um método (postulado metodológico). Há um traço comum aos historiadores é a disposição para salientar a importância das representações discursivas, do local e do contingente, e o desejo de ressaltar o papel dos nossos próprios conceitos e atitudes na interpretação, na explicação e na escrita da História, somados a uma forte aversão contra teorias globalizantes e esquemas únicos de explicação. Croce sustentava que a História era Filosofia e a Filosofia era História e não se podia fazer uma sem a outra. Daí ser necessário elucidar a natureza da Filosofia e da História, estabelecendo as distinções entre elas, para então combiná-las de modo a produzir uma visão de mundo mais plena. A Lógica, para Croce, é a teoria do puro pensamento, liberto das interferências de outras atividades, e orienta a produção mental. Uma das grandes contribuições de Croce, na Lógica, foi o desenvolvimento do Sistema dos Distintos. O espírito humano tem duas atividades fundamentais: a atividade cognoscitiva e a atividade volitiva que, por sua vez, se dirigem ao particular ou ao universal, dando origem aos quatro Distintos, ou categorias, que são: conhecimento do individual, conhecimento do universal, volição do individual e volição do universal. Croce está na origem do atual modelo narrativo de compreensão do conhecimento histórico. Ele eleva o discurso a ponto central no saber e no fazer da História. Escrever história é uma atividade intelectual e o conhecimento histórico não é consciência, mas reconstrução racional que opera com os instrumentos da lógica. A história é uma atividade do conhecimento, é uma narrativa que explica enquanto narra. E explicar em história confunde-se com compreender e fazer compreender. O historiador faz compreender a vida humana. A história é compreensão, é um conhecimento descritivo e não é sistematização abstrata. Ao mesmo tempo, uma narrativa é uma construção lógica, posto queé discurso. Segue-se, portanto, que a História não pode ser construída como puro raciocínio, sendo necessária a intuição da experiência vivida, a fonte histórica por excelência. E a narrativa histórica tem seu valor de conhecimento verdadeiro quando traz o fato ocorrido do obscuro fundo da memória social, à luz do conhecimento. Ao trazer estes fatos à luz, a narrativa torna-se eficaz e a história torna-se um conhecimento autêntico. A Historiografia é um tipo de literatura que tem a especificidade de interpretar fatos com materialidade concreta, porque lida com os documentos como o fundamento do discurso sobre o acontecido. Hoje, pensar não se restringe a encontrar respostas a questões. É perguntar, criando novos enigmas a partir das antigas e possíveis soluções. Pensar é construir aporias, entrar em impasses e dilemas. Alguns acreditam ter atingido o conhecimento, mas a historicidade mostra: Decifra-me ou devoro-te! e obriga-nos a continuar a busca.
CONCEITOS IMPORTANTES:
INTUIÇÃO: intuição é uma visão súbita. Ela é inefável, indescritível. Ela é ponto de partida do conhecimento, a possibilidade da invenção e das descobertas. Na “Teoria do Conhecimento” a intuição tem um visível papel de destaque por que ela é peça fundamental para entender o processo de produção do conhecimento humano. Tipos: sensível, inventiva e intelectual, emotiva e volutiva.
ABSTRAÇÃO: É a ação ou efeito de abstrair, ou seja, de isolar mentalmente um elemento ou uma propriedade de um todo, para considerar individualmente.
INDUÇÃO: é um raciocínio pelo qual o espírito, a partir de dados singulares, infere uma conclusão.
DEDUÇÃO: é a modalidade de raciocínio lógico que, como seu próprio nome diz, faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de uma ou mais premissas.
ATO DE CONHECER: diz respeito ao modo que o sujeito aprende algo que lhe é exterior. O ato de conhecer é o que se estabelece entre a consciência que conhece e o objeto a ser conhecido
PRODUTO DO CONHECIMENTO: o conjunto de saberes  acumulados e recebidos pela cultura, acrescido à nossa tradição, crenças, valores, ciências, religiões, técnicas, artes, filosofia etc
APORIA - dúvida para escolher entre dois pontos de vista racionais, mas contrários.
LOGOS - Na antiga filosofia grega, a racionalidade que controla o universo. Discurso
POLIS - eram as cidades-estado da Grécia Antiga
ARCHÉ - Os primeiros filósofos, os pré-socráticos, tentaram estabelecer um "princípio" (arché) da origem e composição do Universo, recorrendo para isso à natureza (physis).
Para Pitágoras arché eram os números. Para Tales de Mileto era a água. Para Anaximandro era uma substância etérea. Para Anaxímenes era o ar. Para Heraclito de Éfeso era o fogo.
Concluindo, o arché é o princípio e realidade fundamental, aquilo de que provêm todas as outras coisas, a gênesis.
DEVIR - Processo de mudanças efetivas pelas quais todo ser passa; movimento permanente que atua como regra, sendo capaz de criar, transformar e modificar tudo o que existe; essa própria mudança.
PHYSIS - Os primeiros filósofos eram considerados sábios que tentavam responder as perguntas sobre a origem e a constituição da natureza ou cosmos. 
DOXA - opinião do senso comum
EPISTEMÉ -  conhecimento verdadeiro, a ciência verdadeira das coisas.
APONIA -  Ausência de dor.
ATARAXIA - significa tranquilidade da alma. É um conceito fundamental da filosofia epicurista e dos céticos, e pode traduzir-se como ausência de inquietação ou serenidade do espírito.

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