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Direito do Trabalho em Exercícios - FCC

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CURSO ON-LINE – DIREITO DO TRABALHO EM EXERCÍCIOS - FCC 
PROFESSORA: DÉBORAH PAIVA 
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Olá, 
Hoje resolveremos a prova de técnico judiciário do TRT da 3ª região 
(TRT/MG). Neste concurso a FCC não incluiu no conteúdo 
programático a disciplina Processo do Trabalho para o cargo de 
Técnico Judiciário, por isso na prova de hoje resolveremos somente 
questões de Direito do Trabalho. 
No Edital do TRT/Paraná a FCC incluiu o Processo do Trabalho para o 
cargo de técnico judiciário, como sempre fez em todos os concursos 
dos Tribunais Regionais do Trabalho! 
Noções de Direito do Trabalho: 
Questão 46: A formação de grupo econômico, no direito do trabalho 
brasileiro, segundo a Consolidação das Leis do Trabalho, resulta 
(A) da existência, sempre necessária, de uma holding a controlar as 
demais empresas do grupo. 
(B) da presença, indispensável, dos mesmos sócios de uma empresa 
na composição societária da outra, que com a primeira faz grupo 
econômico. 
(C) da utilização do mesmo nome de fantasia, sem o que não há falar 
em grupo econômico. 
(D) da presença de uma empresa como sócia formal da outra, desde 
que ambas sejam organizadas como sociedades anônimas. 
(E) da constatação de que uma ou mais empresas encontram-se sob a 
direção, controle ou administração de outra. 
Comentários: Configura-se grupo econômico, segundo a CLT, o fato 
de uma ou mais empresas estiverem sob a direção, o controle ou 
administração de outras empresas. 
“Sempre que uma ou mais empresas, tendo embora cada uma 
delas personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle 
ou administração de outra, constituindo grupo comercial, industrial, ou 
de qualquer outra atividade econômica, serão para os efeitos da 
relação de emprego, solidariamente responsáveis à empresa principal 
e cada uma das subordinadas.” (art. 2º, parágrafo 2º da CLT) 
Técnico Judiciário 
TRT- MG/2009
 
 
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Não se esqueçam da Súmula 129 do TST! 
Súmula 129 TST A prestação de serviços a mais de uma empresa do 
mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não 
caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo 
ajuste em contrário. 
Questão 47: O contrato de emprego, modalidade de relação de 
trabalho, caracteriza-se pelos seguintes elementos necessários e 
cumulativos: 
(A) autonomia, liberdade, pessoalidade e onerosidade. 
(B) onerosidade, subordinação, pessoalidade e natureza não-eventual 
da prestação dos serviços. 
(C) pessoalidade, caráter não-eventual dos serviços, exclusividade e 
autonomia. 
(D) subordinação, onerosidade e caráter eventual da prestação dos 
serviços. 
(E) alteridade, autonomia, liberdade e autodeterminação. 
Comentários: Para conceituar a relação de emprego é necessário 
caracterizá-la através da existência dos seguintes elementos: 
a) Trabalho prestado por pessoa natural ou física: Na relação 
contratual de emprego o empregado será sempre pessoa física ou 
natural. 
b) Pessoalidade: O empregado contratado deverá realizar o trabalho 
pessoalmente, ou seja, ele não poderá fazer-se substituir por outro 
empregado. As bancas costumam ao abordar pessoalidade utilizar os 
seguintes sinônimos: “intuitu personae em relação ao empregado” ou 
“infungível em relação ao empregado”. 
Dica 1: Uma obrigação infungível é aquela que não poderá ser 
substituída por outra da mesma espécie, qualidade e quantidade. No 
Direito do Trabalho esta expressão é utilizada no sentido de que o 
empregado não poderá fazer-se substituir por outro empregado. 
 
 
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Dica 2: Um contrato “intuitu personae” é aquele que é celebrado 
levando-se em conta a pessoa de um dos contratantes, que no caso é 
o empregado. 
c) Subordinação Jurídica: A subordinação jurídica é encarada pelo 
Direito do Trabalho sob um prisma objetivo, atuando sobre o modo de 
realização da prestação de serviços e não sobre a pessoa do 
trabalhador. 
d) Onerosidade: A onerosidade manifesta-se através do pagamento 
pelo empregador de parcelas destinadas a remunerar o empregado, 
em função do contrato empregatício pactuado. 
e) Não-eventualidade: A prestação de serviços deverá ocorrer sem 
interrupções, de forma não-eventual, ou seja, não-esporádica. 
DICA 3: Alguns doutrinadores consideram a alteridade ou ajenidad 
como elemento da relação de emprego. 
 Por alteridade/ajenidad devemos entender a prestação de 
serviços por conta alheia. O empregado presta os serviços sem correr 
os riscos do negócio ele coloca a sua força de trabalho à disposição 
do empregador em troca de pagamento de salário. 
DICA 4: A exclusividade não é elemento da relação de emprego. 
DICA 5: A assinatura da CTPS não é requisito da relação de emprego. 
Há duas importantes Súmulas referentes à relação de emprego! 
Súmula 386 do TST Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é 
legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar 
e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de 
penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. 
Devemos interpretar a Súmula 363 do TST no sentido de que 
não poderá ser declarada a relação de emprego quando um servidor 
público for contratado sem a aprovação em concurso público. 
 
 
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Súmula 363 do TST A contratação de servidor público, após a 
CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice 
no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao 
pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de 
horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos 
valores referentes aos depósitos do FGTS. 
Questão 48: Conceitua-se como subsidiária a responsabilidade 
trabalhista da empresa que 
(A) integra o mesmo grupo econômico da empresa empregadora. 
(B) presta serviços ao Estado e descumpre a legislação trabalhista. 
(C) responde pelos créditos dos trabalhadores contratados pela 
empresa que lhe presta serviços. 
(D) participa do consórcio de empregadores rurais, em relação às 
obrigações previdenciárias. 
(E) presta serviços relacionados a emprego temporário. 
Comentários: 
A responsabilidade decorrente do grupo econômico é solidária 
(art. 2º, parágrafo 2º da CLT). Assim, está errada a letra A. 
A letra B está errada porque a empresa que presta serviços ao 
Estado tem responsabilidade direta, caso seja nos moldes de 
terceirização e esta seja ilícita a responsabilidade do Estado será 
subsidiária. 
A letra C está correta e refere-se às hipóteses de terceirização 
prevista na Súmula 331 do TST. 
Súmula 331 do TST IV O inadimplemento das obrigações 
trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade 
subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, 
inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, 
das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de 
economia mista, desde que hajam participado da relação processual e 
constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de 
21.06.1993). 
 
 
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A letra D refere-se ao consórcio de empregadores rurais que 
segundo a lei do trabalho rural possuem responsabilidade solidária.A letra E menciona o trabalho temporário cuja lei menciona que 
em caso de falência de trabalho temporário a responsabilidade será 
solidária entre as empresas tomadora e prestadora de trabalho 
temporário. 
Questão 49: A licença remunerada concedida espontaneamente pelo 
empregador ao empregado é hipótese de 
(A) interrupção do contrato de trabalho. 
(B) suspensão do contrato de trabalho. 
(C) suspensão condicionada do contrato de trabalho. 
(D) extinção do contrato de trabalho. 
(E) supressão parcial do contrato de trabalho. 
Comentários: 
Há situações no contrato de trabalho em que os efeitos ficarão 
sobrestados e em outras, diminuídos no contrato de trabalho. Os 
efeitos que estou falando são as obrigações do empregador de pagar 
o salário, bem como as obrigações do empregado de prestar trabalho. 
Considera-se interrupção do contrato de trabalho quando o 
empregado não prestar o trabalho e o empregador lhe pagar os 
salários. Já na suspensão do contrato de trabalho o empregado não 
prestará o trabalho e nem o empregador lhe pagará os salários. 
A licença remunerada é uma hipótese de interrupção do contrato 
de trabalho porque o empregado não trabalha, mas recebe o seu 
salário. 
Acho importante transcrever aqui um quadro esquemático que 
apresento em minhas aulas teóricas para que vocês relembrem as 
hipóteses de interrupção e de suspensão do contrato de trabalho. 
Hipóteses de interrupção Hipóteses de suspensão 
Licença-maternidade. Acidente de trabalho ou doença 
após o 15º dia. 
Licença-paternidade. Qualquer espécie de licença não-
remunerada. 
Licença remunerada em caso de 
aborto não criminoso. 
Suspensão disciplinar prevista no 
art. 474 da CLT. 
 
 
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Interrupção Suspensão 
Acidente de trabalho ou doença 
nos primeiros 15 dias. 
As faltas injustificadas ao serviço 
Repouso semanal remunerado e 
Feriados. 
Afastamento/curso de 
qualificação profissional (476-A 
da CLT). 
No período do tempo em que tiver 
de cumprir as exigências do 
serviço militar. 
Durante a prestação do serviço 
militar obrigatório. 
Encargos públicos específicos. O afastamento/ exercício de 
cargos públicos.
Empregado membro da Comissão 
de conciliação prévia quando 
atuando como conciliador sempre 
que for convocado. 
O empregado eleito diretor de 
S.A. (S.269 TST). 
Até dois dias consecutivos em 
caso de falecimento do cônjuge, 
ascendente, descendente, irmão 
ou pessoa que, declarada em sua 
CTPS, viva sob sua dependência 
econômica. 
O empregado eleito para o cargo 
de dirigente sindical (Art. 545 § 
2º CLT). Porém caso haja 
instrumento normativo 
estabelecendo que o 
empregador pagará a 
remuneração será interrupção 
do contrato de trabalho. 
Até três dias consecutivos em 
virtude de casamento. 
Greve (art. 7º da lei 7.783/89). 
Por um dia em cada 12 meses de 
trabalho no caso de doação 
voluntária de sangue 
devidamente comprovada. 
Afastamento do empregado em 
caso de prisão. 
Até dois dias, consecutivos ou 
não, para o fim de se alistar como 
eleitor. 
Aposentadoria por invalidez (art. 
475 CLT). 
Nos dias em que estiver 
comprovadamente realizando 
provas de exame vestibular para 
ingresso em estabelecimento de 
ensino superior. 
O empregado estável somente 
poderá ser dispensado caso 
cometa falta grave (art. 492 CLT). 
Pelo tempo que se fizer 
necessário p/ comparecer a juízo. 
 
 
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Questão 50: O intervalo mínimo de refeição e repouso intrajornada, 
segundo o regramento da Consolidação das Leis do Trabalho, 
(A) é sempre de 60 minutos; pode ser reduzido mediante autorização 
da Superintendência Regional do Trabalho. 
(B) varia entre 15 e 60 minutos, de acordo com a jornada diária; pode 
ser reduzido por acordo individual. 
(C) varia entre 20 e 60 minutos, de acordo com a jornada diária; pode 
ser reduzido por acordo coletivo. 
(D) é sempre de 15 minutos; não pode ser reduzido. 
(E) varia entre 15 e 60 minutos, de acordo com a jornada diária; pode 
ser reduzido por autorização da Superintendência Regional do 
Trabalho. 
Comentários: Consideram-se intervalo intrajornada as pausas que 
ocorrem dentro da jornada diária de trabalho, com a finalidade de 
permitir o repouso e a alimentação do trabalhador. 
A assertiva E está correta de acordo com o parágrafo 3º do art. 
71 da CLT combinado com o que estabelece o seu caput. Observem: 
⇒ Quando a jornada diária de trabalho exceder de 4 horas, 
mas não ultrapassar 6 horas, o intervalo intrajornada será 
de 15 minutos, não sendo computado o intervalo na 
duração da jornada. 
⇒ Quando a Jornada diária de trabalho exceder de 6 horas, 
será obrigatória a concessão de um intervalo para repouso 
e alimentação, de no mínimo 1 hora e salvo acordo ou 
convenção coletiva não poderá exceder de 2 horas, não 
sendo computado o intervalo na duração da jornada. 
Art. 71 da CLT Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração 
exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um 
intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, 
de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em 
contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. 
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, 
entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos 
quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. 
 
 
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§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na 
duração do trabalho. 
 § 3º - O limite mínimo de 1 (uma) hora para repouso ou refeição 
poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho quando, 
ouvida a Secretaria de Segurança e Higiene do Trabalho, se 
verificar que o estabelecimento atende integralmente às 
exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando 
os respectivos empregados não estiverem sob regime de 
trabalho prorrogado a horas suplementares. 
§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto 
neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará 
obrigado a remunerar o período correspondente com um 
acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor 
da remuneração da hora normal de trabalho. 
É importante falar que a OJ 342 da SDI-1 do TST foi alterada 
recentemente pelo TST, excepcionando-se os empregados em 
empresas de transporte coletivo urbano, observem a redação atual: 
Atenção: O Tribunal Superior do Trabalho alterou a Orientação 
Jurisprudencial 342 da Seção I Especializada em Dissídios Individuais 
(SDI-1), que passará a ter a seguinte redação: 
I – É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de 
trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo 
intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e 
segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 
da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1998), infenso à negociação coletiva. 
II – Ante a natureza do serviço e em virtude das condições 
especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os 
condutores e cobradores de veículos rodoviários, empregados em 
empresas de transporte público coletivo urbano, é valida cláusula de 
acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a redução do 
intervalo, deste que garantida a redução da jornada para, no mínimo, 
sete horas diárias ou quarenta e duas semanais, não prorrogada, 
mantida a mesma remuneração e concedidos intervalos paradescanso menores e fracionários ao final de cada viagem, não 
descontados da jornada. 
 
 
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Questão 51: O adicional noturno deve ser pago aos trabalhadores que 
exerçam suas atividades entre 
(A) 20 e as 3 horas, se rurais, trabalhando na agricultura. 
(B) 20 e as 6 horas, se rurais, trabalhando na pecuária. 
(C) 21 e as 5 horas, se urbanos. 
(D) 21 e as 4 horas, se urbanos. 
(E) 22 e as 5 horas, se urbanos. 
Comentários: Nas provas de concursos de um modo geral são 
abordadas as diferenças entre o trabalho noturno urbano e rural, como 
fez a FCC nesta questão. 
 Trabalhador Rural Trabalhador Urbano 
Adicional noturno 25% 20% 
Hora noturna 60 minutos 52 minutos e 30 
segundos 
Horário noturno Lavoura – entre 21h e 
5h do dia seguinte 
Entre 22h e 5h do dia 
seguinte 
Pecuária – entre 20h 
e 4h do dia seguinte 
Questão 52: Incorrerá em justa causa, autorizando o trabalhador a 
pleitear rescisão indireta do contrato, o empregador que 
(A) conceder aumento salarial sem previsão legal. 
(B) exigir serviços contrários aos bons costumes. 
(C) cumprir rigorosamente as leis aplicáveis ao contrato. 
(D) reduzir, após autorização do Ministério do Trabalho e Emprego, o 
intervalo de refeição. 
(E) conceder equiparação salarial, independentemente de decisão 
judicial. 
Comentários: Ocorrerá a despedida ou rescisão indireta quando a 
falta grave é cometida pelo empregador. As faltas estão tipificadas no 
art. 483 da CLT. 
Art. 483 da CLT O empregado poderá considerar 
rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: 
 
 
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 a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por 
lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; 
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores 
hierárquicos com rigor excessivo; 
c) correr perigo manifesto de mal considerável; 
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) 
praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas 
de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; 
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, 
salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; 
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou 
tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. 
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços 
ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações 
legais, incompatíveis com a continuação do serviço. 
§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa 
individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de 
trabalho. 
§ 3º - Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear 
a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das 
respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até 
final decisão do processo. 
Questão 53: Não faz jus ao pagamento do Repouso Semanal 
Remunerado, o trabalhador que 
(A) trabalhe apenas cinco dias na semana, isto é, de segunda a sexta-
feira. 
(B) trabalhe no horário noturno. 
(C) exerça atividade doméstica. 
(D) não ultrapasse o limite da jornada ordinária, durante todos os dias 
da semana. 
(E) falte injustificadamente ao serviço. 
 
 
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Comentários: O repouso semanal remunerado é um direto de 
descanso de 24 horas consecutivas, previsto constitucionalmente (art. 
7º, XV da CF/88) e deverá ser preferencialmente aos domingos. 
A lei 605/49 que trata do repouso semanal remunerado 
estabelece o direito ao repouso semanal remunerado e feriados, 
dispondo que todo empregado terá direito ao repouso semanal 
remunerado de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos 
domingos e nos limites das exigências técnicas das empresas nos 
feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local. 
Os trabalhos nos feriados somente serão permitidos quando for 
indispensável segundo as exigências técnicas da empresa para a 
execução dos serviços. 
Para que o empregado tenha direito à remuneração do repouso 
semanal e aos feriados ele deverá ter assiduidade e pontualidade na 
semana, sendo assim não será devida a remuneração do repouso 
semanal e dos feriados quando sem motivo justificado o empregado 
não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, ou seja, não tiver 
cumprido integralmente o seu horário de trabalho. 
É importante frisar que a Súmula 146 do TST estabelece que o 
trabalho em domingos e feriados não compensados deverão ser 
pagos em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso 
semanal remunerado. 
Art. 1º da Lei 605/49 Todo empregado tem direito ao 
repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas 
consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites 
das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e 
religiosos, de acordo com a tradição local. 
Art. 6º da Lei 605/49 Não será devida a remuneração
quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver 
trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo 
integralmente o seu horário de trabalho. 
§ 1º São motivos justificados: 
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da 
Consolidação das Leis do Trabalho; 
b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério 
da administração do estabelecimento; 
 
 
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c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência 
do empregador, não tenha havido trabalho; 
d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em 
virtude do seu casamento; 
e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do 
trabalho; 
f) a doença do empregado, devidamente comprovada. 
§ 2º A doença será comprovada mediante atestado de médico 
da instituição de previdência social a que estiver filiado o 
empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de médico do 
Serviço Social do Comércio ou da indústria; de médico da 
empresa ou por ela designado; de médico a serviço de 
repartição federal, estadual ou municipal, incumbida de 
assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não existindo 
estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua 
escolha 
§ 3º Nas empresas em que vigorar regime de trabalho 
reduzido, a freqüência exigida corresponderá ao número de 
dias em que o empregado tiver de trabalhar. 
É importante esclarecer que a Lei 605/49 estabelece que o 
empregado perderá o direito à remuneração do repouso, mas não ao 
descanso quando na semana que antecedeu o repouso faltar ou 
atrasar(art. 6º da Lei 605/49). 
Exemplificando: Mário empregado da empresa WZ atrasou 30 
minutos para chegar ao trabalho. Ele era empregado mensalista, ou 
seja, recebia por mês. Sendo assim, o empregador poderá descontar 
o tempo referente ao seu atraso, bem como a remuneração do dia de 
repouso. 
Questão 54: Trabalhar em turnos ininterruptos de revezamento 
(A) significa não ter intervalo de refeição. 
(B) implica não gozar de folgas semanais. 
(C) corresponde a gozar de intervalo reduzido de refeição e de uma 
folga por mês. 
 
 
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(D) dá ao trabalhador o direito de jornada reduzidade seis horas 
diárias. 
(E) é trabalhar 12 horas e descansar 36. 
Comentários: O trabalho por turno é aquele em que grupos de 
trabalhadores se sucedem na empresa, cumprindo horários que 
permitam o funcionamento ininterrupto da empresa. 
A Constituição Federal estabeleceu jornada reduzida de seis 
horas para aqueles que trabalhem em turnos ininterruptos de 
revezamento. 
 Art. 7 ,XIV da CRFB/88 Jornada de seis horas para o trabalho 
realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo 
negociação coletiva. 
Sobre este tema o TST possui importante jurisprudência. 
Súmula 423 do TST Estabelecida jornada superior a seis horas e 
limitada a oito horas por meio de regular negociação coletiva, os 
empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não 
tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras. 
Súmula 360 do TST A interrupção do trabalho destinada a repouso e 
alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso 
semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 
6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988. 
Súmula 118 do TST Os intervalos concedidos pelo empregador na 
jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à 
disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se 
acrescidos ao final da jornada. 
 
OJ 360 DA SDI- 1 DO TST Faz jus à jornada especial prevista no art. 
7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas atividades em 
sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de 
trabalho, que compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o 
noturno, pois submetido à alternância de horário prejudicial à saúde, 
sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma 
ininterrupta. 
 
 
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Questão 55: O segurado que tem aposentadoria por invalidez 
concedida pelo INSS 
(A) tem seu contrato suspenso. 
(B) tem seu contrato extinto. 
(C) tem seu contrato interrompido. 
(D) poderá trabalhar, mas em turnos reduzidos. 
(E) não poderá trabalhar nunca mais, ainda que se recupere da 
doença que lhe rendeu a aposentadoria. 
Comentários: De acordo com o art. 475 da CLT, o empregado que for 
aposentado por invalidez terá o seu contrato de trabalho suspenso. 
Art. 475 da CLT O empregado que for aposentado por 
invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o 
prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação 
do benefício. 
§ 1º - Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e 
sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o 
direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, 
facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por 
rescisão do contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 
478, salvo na hipótese de ser ele portador de estabilidade, 
quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497. 
§ 2º - Se o empregador houver admitido substituto para o 
aposentado, poderá rescindir, com este, o respectivo contrato 
de trabalho sem indenização, desde que tenha havido ciência 
inequívoca da interinidade ao ser celebrado o contrato. 
Nesta questão a banca abordou apenas o dispositivo 
consolidado, mas não posso deixar de falar da jurisprudência que é a 
grande tendência dos concursos públicos. 
Observem o que diz a Súmula 160 do TST e a OJ 375 da SDI-1 
do TST! 
Súmula 160 do TST - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - 
Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco anos, o 
trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao 
empregador, indenizá-lo na forma da lei. 
 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO DO TRABALHO EM EXERCÍCIOS - FCC 
PROFESSORA: DÉBORAH PAIVA 
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Atenção: Em Abril de 2010 o TST publicou a Orientação 
Jurisprudencial 375 estabelecendo a fluência da prescrição qüinqüenal 
quando o contrato de trabalho estiver suspenso em virtude de 
aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, apenas excepcionando 
a hipótese de impossibilidade de acesso ao Judiciário. 
Nem preciso lembrá-los que por ser recente, esta OJ é tema 
certo de cair em provas de Processo do Trabalho. 
OJ 375 da SDI- 1 do TST AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA 
POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. 
PRESCRIÇÃO. CONTAGEM (DJe divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) 
A suspensão do contrato de trabalho, em virtude da percepção do 
auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, não impede a 
fluência da prescrição quinquenal, ressalvada a hipótese de absoluta 
impossibilidade de acesso ao Judiciário. 
............................................................................................................... 
Gabarito: 
46 - E 49 - A 52 - B 55 - A 
47 - B 50 - E 53 - E 
48 - C 51 - E 54 - D 
............................................................................................................... 
Resolveremos na semana vem, a prova de Analista Judiciário 
Execução de Mandados do TRT-GO/2008. 
Bons estudos! 
Até a nossa próxima aula! 
Um grande abraço, 
Déborah Paiva

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