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relatório aulas 5,6,7 - Aspectos quimicos de qualidade da água (Yovanka)

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Universidade de Brasília
Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia Civil e Engenharia Ambiental
Yovanka Ginoris
Características Químicas – pH, Alcalinidade e Dureza
Determinação do Cloro Residual (livre e combinado) e Cloretos em águas de abastecimento
Determinação de Ferro Total
Aluna: Marilia Candida Pinto Borges
Matrícula: 12/0178061
Brasília – DF, 02 de Maio de 2014
Resumo
	O controle de qualidade de águas é de suma importância para saber se tais águas estão em condições de serem utilizadas para diversos fins. Foram utilizadas 3 amostras para avaliar alguns dos parâmetros de acordo com os padrões de portabilidade estabelecidos na Portaria MS nº 2914/2011. Os resultados obtidos para esses parâmetros por meio da metodologia aplicada para cada um foram:
	Amostra
	pH
	Dureza Total
	Dureza Cálcica
	Dureza de Magnésio
	Alcalinidade Parcial
	Alcalinidade Total
	1
	5,81
	28
	22
	6
	0
	44
	2
	6,34
	14
	12
	2
	0
	32
	3
	8,46
	24
	6
	18
	6
	43
	Amostra
	Cloreto
	Cloro Residual Livre
	Cloro Combinado
	
	Ferro
MACRO
	Ferro
MICRO
	1
	106,35
	0,49
	0,63
	
	0,166
	0,42
	2
	106,35
	0,57
	0,76
	
	0,273
	0,5
	3
	177,25
	0,61
	0,75
	
	0,149
	0,34
Tabela 1 – Resultados dos parâmetros avaliados em laboratório
Introdução
Para realizar o controle da qualidade de águas é necessário que diversos parâmetros sejam definidos e avaliados conforme os padrões de portabilidade estabelecidos na Portaria MS nº 2914/2011.
Os objetivos dos experimentos realizados em laboratório foram:
Determinar o pH, dureza e alcalinidade de amostras de água de mananciais superficiais e subterrâneos.
Efetuar a determinação do cloro residual livre e combinado em amostras de água tratada
Efetuar a determinação de íons cloretos em amostras naturais
Efetuar a determinação do ferro total em águas naturais pelo método espectrofotométrico
O pH representa a atividade do íon hidrogênio na água, de forma logaritmizada, resultante inicialmente da dissociação da própria molécula da água e posteriormente acrescida pelo hidrogênio proveniente de outras fontes.
A influência do pH sobre os ecossistemas aquáticos naturais dá-se diretamente devido a seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies. Também o efeito indireto é muito importante, podendo determinadas condições de pH contribuírem para a precipitação de elementos químicos tóxicos como metais pesados; outras condições podem exercer efeitos sobre a solubilidade de nutrientes.
Alcalinidade de uma amostra de água pode ser definida como sua capacidade de reagir quantitativamente com um ácido forte até um valor definido de pH. Seus principais componentes são os sais do ácido carbônico, ou seja, bicarbonatos e carbonatos, e os hidróxidos.
A alcalinidade das águas não representa risco potencial à saúde pública. Provoca alterações no paladar e a rejeição da água em concentrações inferiores àquelas que eventualmente pudessem trazer prejuízos mais sérios. Não se constitui em padrão de portabilidade, ficando este efeito limitado pelo valor do pH. Também não é padrão de classificação de águas naturais nem de emissão de esgotos, sendo que a importância deste parâmetro se concentra no controle de determinados processos unitários utilizados em estações de tratamento de águas para abastecimento e residuárias.
Dureza de uma água é a medida de sua capacidade de precipitar sabão, isto é, nas águas que a possuem, os sabões transformam-se em complexos insolúveis, não formando espuma até que o processo se esgote. Os principais compostos que conferem dureza às águas são: bicarbonato de cálcio, bicarbonato de magnésio, sulfato de cálcio e sulfato de magnésio.
Para o abastecimento público de água, o problema se refere inicialmente ao consumo excessivo de sabão nas lavagens domésticas. Há também indícios da possibilidade de um aumento de cálculo renal em cidades abastecidas com águas duras, o que traduz um efetivo problema de saúde pública. Para o abastecimento industrial, a grande dificuldade da presença da dureza nas águas está em seu uso de sistemas de água quente. 
Nas águas naturais, a dureza é uma condição importante, por formar complexos com outros compostos, modificando seus efeitos sobre os constituintes daquele ecossistema. Por isso, a dureza é um parâmetro tradicionalmente utilizado no controle de bioensaios de avaliação de toxicidade de substâncias ou de efluentes.
O Cloro é considerado o desinfetante mundial de água para consumo humano. Classifica-se em Cloro Combinado (monocloroamina, dicloroamina e tricloroamina) e Cloro Livre (ácido hipocloroso e íon hipoclorito).
É de extrema importância, pois age sobre microorganismos patogênicos presentes na água, não é nocivo ao homem, desde que seja respeitada a dosagem requerida para a desinfecção. Pode ser aplicado em diversos pontos do tratamento de água, com diferentes finalidades.
O Cloreto é o ânion Cl- que se apresenta em águas subterrâneas e em águas superficiais de maneiras diversas.
Para as águas de abastecimento público, a concentração de cloreto constitui-se em padrão de portabilidade. O cloreto provoca sabor “salgado” na água e tem efeitos laxativos. Interfere no tratamento anaeróbio de efluentes industriais, provoca corrosão em estruturas hidráulicas e pode causar alterações na pressão osmótica em células de microorganismos.
O Ferro aparece principalmente em águas subterrâneas devido à dissolução do minério pelo gás carbônico da água.
Apesar de não constituir em um tóxico, traz diversos problemas para o abastecimento público de água. Confere cor e sabor à água, provocando manchas em roupas e utensílios sanitários. Também traz o problema do desenvolvimento de depósitos em canalizações e de ferro-bactérias, provocando a contaminação biológica da água na própria rede de distribuição.
Técnicas de Detecção
Para cada parâmetro analisado foi utilizada uma técnica de detecção específica, no entanto existem outras técnicas que poderiam ser utilizadas.
Técnicas para determinar o pH
	Técnicas existentes para a determinação do pH
	Técnica utilizada no laboratório
	Metodologia da técnica utilizada
	Erros associadas
	Método Eletrométrico (eletrodo de pH ou pH-metro).
	
X
	É o método mais preciso. Os pH-metros devem ser calibrados com “soluções tampão”, antes de sua utilização apresentando uma variação de 55 a 59 mV/unidade de pH em amas as faixas de calibração.
	Um dos erros associados à medição do pH é a calibração do aparelho a ser utilizado. No caso dos experimentos realizados no laboratório o aparelho apresentou um SLOPE = 90,5, isso pode ter causado, o que será apresentado mais à frente, uma incoerência na relação dos volumes de alaranjado de metila e pH, já que o SLOPE deve ser ≥ 95.
	Método comparativo utilizando-se o papel indicador universal de pH.
	
	
	
	“Kits” utilizados em piscinas (indicadores colorimétricos em solução líquida).
	
	
	
Tabela 2 – Técnicas para determinação do pH
Técnicas para determinar a alcalinidade
A alcalinidade das águas é determinada por meio da titulação de neutralização ácido/base, empregando ácido sulfúrico 0,01 mol/L. A titulação também neste caso pode ser acompanhada potenciometricamente ou com o emprego de indicadores ácido/base. Os limites de pH ou as soluções indicadoras são os mesmo utilizados para a determinação da acidez da água. Entretanto, trata-se do processo inverso, ou seja, a água apresenta alcalinidade até o valor inferior de pH igual a 4,5, que corresponde ao limite de conversão de bicarbonatos em gás carbônico. Desta forma, a água pode possuir acidez e alcalinidade simultaneamente na faixa de pH entre 4,5 e 8,3 devido ao equilíbrio gás carbônico/bicarbonato/carbonato, podendo neutralizar uma ação externa através do deslocamento deste equilíbrio de dois estágios, sem que o pH varie demasiadamente (efeito tampão).
Os limites de pH utilizados na determinação da alcalinidade são mostrados no diagrama a seguir:
Diagrama de alcalinidadetotal (T) e à fenolftaleína (P)
	Existem procedimentos para que se possa calcular os 3 componentes da alcalinidade, hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos, individualmente. 
	Os erros associados ao processo de determinação da alcalinidade podem ser decorrentes de diversos fatores. No experimento, foi observado a incoerência dos volumes de alaranjado de metila em relação ao pH. Isso pode ter ocorrido por meio de erro na titulação do Alaranjado de Metila não havendo a observação correta da mudança de coloração amarelada para coloração alaranjada, sendo assim adicionado um volume maior de ácido que o necessário ou a calibração errada do aparelho utilizado para aferir o pH.
Técnicas para determinar a Dureza Total e Cálcica
	Técnicas existentes para a determinação da Dureza
	Técnica utilizada no laboratório
	Metodologia da técnica utilizada
	Erros associadas
	Espectrofotometria de absorção atômica 
	
	
	
	Titulometria
	
X
	O método titulométrico utilizado foi a complexometria com EDTA sódico
	Deve-se tomar cuidado, pois a viragem de indicadores não é muito nítida (Dureza total – cor avermelhada para cor azul e Dureza cálcica – cor rosa para cor roxa). O método fica bastante prejudicado quando se tem amostras de águas poluídas.
Tabela 3 – Técnicas para determinação da Dureza
Técnicas para determinar Cloro residual livre e Cloro combinado
O cloro residual é determinado por meio de processos colorimétricos de comparação visual. Alguns destes métodos são:
	Determinação do Cloro
	Residual em águas
	Método da ortotolidina
	Reage com o cloro formando um complexo de coloração amarelo. O uso em conjunto de arsênio de sódio permite a distinção entre os residuais livre e combinado.
	Método de comparação visual do DPD
	Reage com o cloro formando um complexo de coloração roxa. Para o cloro residual livre é utilizado o “DPD Free Chlorine” e para o cloro combinado é aplicado o “DPD Total Chlorine”.
	Titulação com tiossulfato de sódio
	Há uma viragem da cor azul para incolor. Nesse processo, adiciona-se iodeto de potássio ao meio, que também deve ser acidificado com ácido acético, e o indicador é o amido.
	Solução caseira indicadora de cloro
	Ocorre por um procedimento semelhante ao anterior. Mistura-se iodeto de potássio, amido e vinagre, adicionam-se gotas dessa solução na amostra de água e se a viragem for azulada indica que a água contém cloro.
Tabela 4 – Técnicas para determinação do Cloro residual em águas
O método utilizado em laboratório para a determinação desses parâmetros foi o DPD.
Possíveis erros que podem ocorrer nesses processos podem estar associados à má calibração do equipamento (espectrofotômetro), à mudança do programa e do comprimento de onda no aparelho, à troca do conteúdo dos envelopes de “DPD Total Chlorine” e “DPD Free Chlorine”, ao tempo de espera necessário para que a reação ocorra e se possa medir o valor pelo espectrofotômetro.
Técnicas para determinar o Cloreto
Existem alguns tipos de análises titulométricas para a determinação do nível de cloreto em amostras de água. A mais difundida, e a utilizada no laboratório para determinação desse parâmetro, é conhecida por método de Mohr, que consiste em uma titulação com nitrato de prata 0,0141 mol/L.
Erros que podem estar associados à determinação do cloreto pelo método de Mohr podem ser devido à uma titulação feita da forma errada não sendo observada a mydança de cor para uma leve coloração castanha.
Há também um método alternativo através de titulação com nitrato de mercúrio, utilizando-se difenilcarbazona como indicador.
Técnicas para determinar o Ferro Total
O ferro é determinado em água através do método espectrofotométrico, através da reação de complexação com a ortofenantrolina, que reage com o ferro ferroso produzindo um complexo avermelhado.
Foi utilizado no laboratório dois métodos de determinação do ferro total.
	
	Métodos de determinação de Ferro total
	MICRO (Kit Hach)
	O espectrofotômetro é ajustado no programa 265 e o comprimento de onda de 510nm. É adicionado à amostra o conteúdo do sachê FerroVer e feita a leitura do valor final.
	MACRO
	Esse método é mais complexo. Exige mais tempo de realização e envolve processos como fervura, resfriamento e desenvolvimento de cor. A medição da cor é realizada com o uso do espectrofotômetro. É necessário preparar uma curva de calibração a partir da leitura de absorvância de cada padrão. Com isso, com a leitura da amostra é possível obter o valor de ferro correspondente à curva de calibração.
Tabela 5 – Métodos de determinação do Ferro total utilizados no laboratório
A maior possibilidade de erro para determinar o ferro total pelos métodos utilizados no laboratório está no processo “MACRO”. Um erro notado na realização do experimento foi na preparação da amostra, na qual foram acrescentados 5 mL da solução tampão acetato de amônio, volume inferior ao recomendado pela metodologia que é de 10 mL da solução tampão. Esse pequeno erro foi o suficiente para não permitir que as amostras apresentassem a coloração laranja que resultou na leitura feita no espectrofotômetro de valores negativos. Por esse motivo foram utilizados os valores das amostras da turma C para a análise do ferro total. Outros erros que poderiam ter ocorrido seria em relação a observância da fervura até a redução do volume ao valor exigido de 20 mL da amostra e também a má calibração do espectrofotômetro.
Resultados e Discussão
pH
Os valores de pH obtidos por meio da leitura no equipamento utilizado foram:
	Amostra
	pH
	1
	5,81
	2
	6,54
	3
	8,46
Tabela 6 – Determinação do pH
	O pH da água deve ser mantido na faixa 6,0 – 9,5, esse padrão é estabelecido na Portaria MS nº 2914/2011. Com isso, nota-se que apenas as amostras 2 e 3 estão dentro do valor aceitável, no entanto, deve-se levar em conta o erro na calibração do aparelho, sendo possível que o pH medido nas amostras esteja errado.
Alcalinidades Total e Parcial
A alcalinidade é determinada por meio da titulação. Se a amostra apresenta coloração rósea com a adição do indicador fenolftaleína vai ser identificada alcalinidade parcial. É necessário que se faça a titulação, se não houver coloração deve-se seguir para a segunda etapa do processo, que consiste na adição do indicador Alaranjado de Metila, que deve ser titulado até uma viragem de coloração para um salmão.
Os volumes obtidos por meio da titulação das amostras estão representados na tabela a seguir:
	
	ALCALINIDADE
	
	Amostra
	Volume (V1)
Fenolftaleína
	Volume (V2)
Alaranjado de Metila
	
	Volume de H2SO4(mL)
	Volume de H2SO4(mL)
	1
	0
	4,4
	2
	0
	3,2
	3
	0,6
	3,7
Tabela 7 – Dados obtidos por meio da metodologia aplicada
A partir desses volumes é possível calcular os valores de Alcalinidade Total e Parcial:
	
	Alcalinidade Parcial
	Alcalinidade Total
	
	Alc.par. = V1*10
mgCaCO3/L 
	Alc.total = (V1+V2)*10
mgCaCO3/L 
	Amostra
	
	
	1
	0
	44
	2
	0
	32
	3
	6
	43
Tabela 8 – Determinação das Alcalinidades Parcial e Total
A alcalinidade está diretamente ligada ao valor do pH. Observando os valores de alcalinidade nas amostras é possível perceber que só a amostra 3 apresenta alcalinidade parcial, o que está de acordo com o pH, pois esse tipo de alcalinidade só aparece em amostras com pH > 8,3.
Outro ponto a ser observado é em relação ao pH e o volume de alaranjado de metila. Há uma incoerência entre os valores do pH e do volume de metila nas amostras 1 e 2.
Amostra 1
pH = 5,81 e Volume de metila = 4,4
Amostra 2
pH = 6,54 e Volume de metila = 3,2
	Com esses resultados é notável que o volume de metila na amostra 2 deveria ser maior que na amostra 1, baseado no fato de que quanto maior o pH, maior o volume de metila. Essa incoerência pode ser decorrente da má calibração do aparelho de medição do pH, que estava com o SLOPE = 90,5, quando o recomendado é que seja ≥ 95, ou da titulação do alaranjado de metila, não havendo a observância da viragemde coloração do amarelo para o salmão.
Outro ponto importante a ser observado é a proporção das espécies que conferem alcalinidade à amostra, ou seja, a proporção dos hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos. Essa proporção é dada por meio de cálculos que estão apresentados na tabela a seguir:
	Resultado da Titulação
	Hidróxido
	Carbonato
	Bicarbonato
	P = 0
	0
	0
	T
	P < T
	0
	2P
	T – 2P
	P = T
	0
	2P
	0
	P > T
	2P – T
	2(T – P)
	0
	P = T
	T
	0
	0
Tabela 9 – Cálculo dos componentes da alcalinidade
Por meio dessa tabela acima é possível dizer a alcalinidade presente na amostra. As amostras 1 e 2, por não apresentarem alcalinidade parcial possuem apenas alcalinidade de bicarbonatos:
	Amostra
	Alcalinidade de Bicarbonatos
	1
	
Tabela 10
 – 
Alcalinidade de bicarbonatos das amostras 
1
 e 244
	2
	32
	
Já na amostra 3 é observado que existe alcalinidade parcial e que seu valor é menor que a metade da alcalinidade total, sendo assim a amostra 3 apresenta alcalinidade de carbonatos e bicarbonatos:
	Amostra
	Alcalinidade de Hidróxido
	Alcalinidade de Carbonatos
	Alcalinidade de Bicarbonatos
	3
	0
	12
	31
Tabela 11 – Alcalinidades presentes na amostra 3
A alcalinidade não se constitui em padrão de portabilidade, ficando este efeito limitado pelo valor do pH.
Durezas Total e Cálcica
A Dureza foi determinada por meio da titulometria com EDTA, os valores encontrados a partir desse processo foram:
	Amostra
	Dureza total
	Dureza Cálcica
	
	Volume de EDTA
	Volume de EDTA
	
	Branco Amostra
	
	1
	0 1,4
	1,1
	2
	0 0,7
	0,6
	3
	0 1,2
	0,3
Tabela 12 – Dados obtidos por meio da metodologia aplicada
Com esse dados obtidos é possível calcular as durezas total, cálcica e de magnésio de cada amostra:
	
	Dureza Total
	Dureza Cálcica
	Dureza de Magnésio
	
	D = (A*B*1000)/V
mgCaCO3/L
	D(Ca) = (A*B*1000)/V
mgCaCO3/L
	D(Mg) = (D – D(Ca)) mgCaCo3/L
	Amostra
	
	
	
	1
	28
	22
	6
	2
	14
	12
	2
	3
	24
	6
	18
Tabela 13 – Determinação das Durezas Total, Cálcica e de Magnésio
A dureza pode ser classificada como dureza temporária, que é aquela em que o cálcio ou o magnésio encontram-se associados a carbonatos (ou bicarbonatos), e como dureza permanente, quando o cálcio ou magnésio se associam a sulfatos. A soma das durezas temporária e permanente resulta na dureza total.
Com isso é possível estabelecer uma relação entre a alcalinidade da amostra com a sua dureza. 
A alcalinidade de bicarbonatos (e carbonatos) é equivalente à dureza temporária, sendo válidas as seguintes relações:
Se a alcalinidade de bicarbonatos < dureza total → dureza temporária ≈ alcalinidade de bicarbonatos e existe dureza permanente na amostra;
Se a alcalinidade ≥ dureza temporária → dureza permanente ≈ zero.
Com essas relações é possível ver que nas 3 amostras é identificada a dureza temporária, pois as 3 amostras apresentam alcalinidade de bicarbonatos e podem apresentar também dureza permanente. Na amostra 3 a alcalinidade é maior que a dureza temporária, logo essa amostra apresenta dureza permanente ≈ zero.
A dureza total é um padrão organoléptico de portabilidade, sendo que seu VMP (valor máximo permitido) é de 500 mg/L, logo as 3 amostras estão dentro do padrão aceitável pela legislação.
Cloreto
	O cloreto foi determinado pelo método de Mohr e os dados obtidos foram:
	Amostra
	Volume do branco
	Volume de AgNO3
	1
	0
	0,3
	2
	0,1
	0,4
	3
	0,1
	0,6
Tabela 14 – Dados obtidos por meio da metodologia aplicada 
	A partir desses dados foi possível determinar o cloreto nas amostras de água.
	
	Cloreto
	
	mgCl-/L = (A – B)*N*35450/V 
	Amostra
	
	1
	106,35
	2
	106,35
	3
	177,25
Tabela 15 – Cloretos pelo método de Mohr 
	De acordo com o padrão organoléptico estabelecido na Portaria MS nº 2910/2011 o valor máximo permitido para o cloreto é de 250 mg/L. De acordo com os dados acima é possível ver que as 3 amostras atendem ao padrão de portabilidade.
Cloro Residual Livre e Combinado
O cloro é determinado por meio do uso do espectrofotômetro pelo método do DPD. Os valores de cloro livre e cloro combinado são apresentados na tabela a seguir:
	Amostra
	Cloro Residual Livre
	Cloro Combinado
	1
	0,49
	0,63
	2
	0,57
	0,76
	3
	0,61
	0,75
Tabela 16 – Cloro residual livre e Cloro combinado
	O cloro residual livre apresenta-se na forma de ácido hipocloroso e íon hipoclorito. O cloro combinado está na forma de cloroaminas (monocloroamina, dicloroaminas e tricloroaaminas). Dentre as duas formas do cloro, o cloro residual livre reage mais rápido que o combinado e deve estar presente na água de consumo e entre as duas formas do cloro livre combinado o ácido hipocloroso é maios potente que o íon hipoclorito na ação de desinfecção.
	O experimento realizado no laboratório foi feito apenas com uma amostra na turma B, logo para complementar os resultados foram usados os dados da turma C, que são referentes às amostras 1 e 2. 
	É notável que os valores de cloro residual livre das amostras são diferentes e isso pode ter se dado ao fato do cloro livre ter uma alta reatividade, podendo assim ter causado uma perda do ácido hipocloroso. Outro fator que pode ter acarretado essa diferença pode ter sido o uso de material contaminado com o qual o ácido reage, ou ainda, os grupos podem ter trabalhado com espectrofotômetros diferentes.
	Conforme a legislação o teor mínimo de cloro livre na água é de 0,2 mg/L ou 2 mg/L para o cloro combinado. Já o valor máximo é de 5 mg/L. As cloroaminas total deve estar no limite de 4 mg/L. Com esses valores padrões é possível ver que as amostras de cloro residual livre estão dentro do valor máximo e mínimo permitidos. As cloroaminas totais também estão dentro do padrão de no máximo 4 mg/L. Esses valores são referentes ao cloro encontrado no reservatório e na rede de distribuição, levando em conta que as amostras foram retiradas diretamente da torneira, pode-se dizer que as as amostras atendem ao valor padrão estabelecido.
Ferro Total
O ferro total foi determinado por dois métodos, o “MICRO” e o “MACRO”. Os resultados obtidos por meio do método “MICRO”, que consiste apenas na leitura da amostra no espectrofotômetro foram:
	Amostra
	Ferro Total
	1
	0,42
	2
	0,5
	3
	0,34
Tabela 17 – Ferro total obtido por meio do método “MICRO” 
Para a determinação do ferro pelo método “MACRO” foram utilizados os valores das amostras 1 e 2 da turma C, pois ocorreu um erro na preparação das amostras da turma B, o que resultou em valores negativos. Foi mantida a amostra 3 com valor negativo apenas para a comparação.
	Amostra
	Ferro Total
	1
	0,009
	2
	0,207
	3
	-0,023
Tabela 18 – Valores obtidos da leitura do espectrofotômetro 
Para a determinação do ferro total foi preciso traçar uma curva analítica com valores padrões.
	Concentração mgFe/L
	Absorvância
	0,25
	0,374
	0,5
	0,507
	0,75
	0,908
	1,0
	1,637
Tabela 19 – Valores padrões para obter a curva analítica
Gráfico 1 – Curva analítica obtida por meio dos valores padrões
	Com essa curva é possível achar os valores de ferro total, que é dado pela equação da reta:
Y = 0,5417x + 0,161
	
	Ferro Total
	
	mgFe/L 
	Amostra
	
	1
	0,166
	2
	0,273
	3
	0,149
Tabela 20 – Concentrações de ferro total, obtidas por meio da curva analítica
	Encontrados os valores da concentração de ferro é possível aplicá-los à curva e verificar se estão dentro do permitido.
	
Gráfico 2 – Curva analítica obtida por meio dos valores padrões e os valores das amostras
Com isso é possível notar que a equação da reta é alterada e o erro diminuído.
Y = 0,5416x + 0,1611 e R² = 0,9548
	Os valores da concentração de Ferro Total encontrados nesse experimento tanto para o método “MICRO” quanto para ao método “MACRO” estão dentro do valor estabelecido na Portaria MS nº 2914/2011 que determina ovalor máximo permitido que o ferro total pode assumir sendo de 0,3 mg/L. No entanto, se os valores fossem mais altos que o permitido teriam que se avaliados de acordo com algumas situações o que permitiria um VMP acima do padrão. Seriam essas situações quando:
Esteja complexado com produtos químicos comprovadamente de baixo risco à saúde;
Os VMP’s dos demais parâmetros de portabilidade não sejam violados;
A concentração de ferro não ultrapasse 2,4 mg/L.
Conclusão
O controle de qualidade de águas é influenciado por diversos parâmetros diferentes e para cada parâmetro existe um padrão de portabilidade que estabelece o valor máximo permitido para cada um desses fatores. Alguns parâmetros como a alcalinidade, não constitui padrão de portabilidade e tem seu efeito limitado pelo pH.
Nos experimentos realizados em laboratório alguns parâmetros importantes foram determinados e classificados como aceitáveis de acordo com o padrão estabelecido na Portaria MS nº 2914/2011. No entanto, algumas incoerências foram observadas quando é feita a relação desses parâmetros, tais incoerências podem ser originadas de erros experimentais ou de calibração da aparelhagem utilizada.
Em suma, para fazer o controle de qualidade da água parâmetros importantes devem ser determinados e avaliados conforme o padrão de portabilidade. Deve-se observar a metodologia aplicada para que erros sejam evitados.
Bibliografia
Portaria MS Nº 2914 DE 12/12/2011 (Federal)
 RESOLUÇÃO CONAMA Nº 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005
Livro: Qualidade das águas e poluição aspectos e físico-químicos; Roque Passos Pivel e Mario Takayuki Kato;

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