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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DE BELO HORIZONTE (MG)
Rito Especial
				
				ANTÔNIO JOSÉ, brasileiro, casado maior, músico, residente e domiciliado na Rua X, nº. 0000 – Centro – Belo Horizonte(MG) – CEP nº. 11223-44, possuidor do CPF(MF) nº. 111.222.333-44, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que abaixo assina – instrumento procuratório acostado – causídico inscrito na Ordem dos Advogados de Minas Gerais sob o nº 0000, onde, em atendimento aos ditames do art. 39, inc. I, do Código de Processo Civil, indica o endereço constante do mandato para os fins de intimações, o qual comparece, para ajuizar, sob a égide dos art. 914 segs. do Estauto de Ritos, a presente
AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS
contra BANCO ZETA S/A, instituição financeira de direito privado, com filial situada na estabelecida na Rua Z, nº. 0000 – em Belo Horizonte (CE), inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. CNPJ(MF) nº. 11.222.333-0001-44, em decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas.
I - SÍNTESE DOS FATOS
				 
 				O Promovente celebrou com Requerida contrato de financiamento de veículo automotor nº 1111, este celebrado em yy/zz/xxxx, objetivamento financiamento da quantia de R$ .x.x.x.x ( .x.x.x.x.x. ), tendo como garantia de alienação fiduciária o veículo de placas HHHH-1111. (doc. 01) Este pacto fora celebrado para pagamento em 48(quarenta e oito) parcelas sucessivas e mensais de R$ .x.x.x ( .x.x.x.x ).
 				Em face de crise financeira, o Autor deixou de pagar a parcela nº 31 e seguintes. Em face disto, a Réu ajuizou a ação de busca e apreensão tombada sob o nº. 111.333.3.4444-0001, a qual tramitou perante a 00ª Vara Cível desta Capita, cuja cópia da inicial ora acosta-se. (doc. 02). Veio apreensão do bem no dia xx/yy/zzzz, cujo auto colacionamos. (doc. 03). O processo liça foi sentenciado, face a inércia do ora Autora, vindo a ser a ação julgada procedente e conlidando a posse e propriedade em nome da instituição financeira ora Ré. (doc. 04). Referida decisão transitou em julgado no dia zz/yy/xxxx. (doc. 05)
 				Passados mais de 1(um) ano do trânsito em julgado, até o presente momento o Autor não recebeu da Promovida qualquer comunicação de crédito a receber, ou débito a pagar, em face da alienação extrajudicial do bem em espécie. Foi, então, que o Autor promoveu a notificação extrajudicial da mesma, de sorte a indagar a possível venda do bem, e o valor alcançado no leilão. (doc. 06). O banco, ora Réu, mostrou-se silente e tacitamente demonstrou que não haveria interesse em prestar contas com o Autor. 
 				Diante disto, não restou outra alternativa ao Promovente, senão ajuizar a presente demanda. 
 								HOC IPSUM EST.
II – DO DIREITO.
( a ) DO INTERESSE DE AGIR
 				O interesse de agir é a necessidade ou utilidade que o Autor deve encontrar na atuação do órgão jurisdicional, de sorte, no presente caso, a tomar de processamento do leilão extrajudicial, inclusive com enfrentamento de contas(crédito e débito) em face da aludida e possível venda extrajudicial. 
 				Viu-se, nas linhas iniciais, que a Ré mostrou-se insensível e inerte quanto à pretensão do Autor, quando a notificou para, administrativamente, evidenciar todo o procedimento do possível leilão do veículo apreendido, do qual o Promovente pagou boa parte do débito até então. 
 				Restam demonstrados, portanto, a utilidade e a necessidade da presente medida. 
 				Quanto ao assunto em liça, revelamos as lições precisas de Alexandre Freitas Câmara, deve-se entender o interesse de agir como a:
 " 	Pode-se definir o interesse de agir como a 'utilidade do provimento jurisdicional pretendido pelo demandante'. Tal 'condição da ação' é facilmente compreensível. O Estado não pode exercer suas atividades senão quando esta atuação se mostra absolutamente necessária. (...)
 	O interesse de agir é verificado pela presença de dois elementos, que fazem com que esse requisito do provimento final seja verdadeiro binômio: 'necessidade da tutela jurisdicional' e 'adequação do provimento pleiteado'. (...).
 	Assim é que, para que se configure o interesse de agir, é preciso antes de mais nada que a demanda ajuizada seja necessária. (...)
 	Não basta, porém, que a ida a juízo seja necessária para que o interesse de agir esteja presente. É mister, ainda, que haja o interesse-adequação, ou seja, é preciso que o demandante tenha ido a juízo em busca do provimento adequado para a tutela da posição jurídica de vantagem narrada por ele na petição inicial, valendo-se da via processual adequada." (In, Lições de Direito Processual Civil. 23ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012, vol. 1, p. 151). 
 				Na mesma linha de entendimento são as lições de Humberto Theodoro Júnior, quando professa que:
"O interesse de agir, que é instrumental e secundário, surge da necessidade de obter através do processo a proteção ao interesse substancial. Entende-se, dessa maneira, que há interesse processual 'se a parte sofre um prejuízo, não propondo a demanda, e daí resulta que, para evitar esse prejuízo, necessita exatamente da intervenção dos órgãos jurisdicionais'.
Localiza-se o interesse processual não apenas na utilidade, mas especificamente na necessidade do processo como remédio apto à aplicação do direito objetivo no caso concreto, pois a tutela jurisdicional não é jamais outorgada sem uma necessidade, como adverte Allorio." (In, Curso de Direito Processual Civil. 51ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, vol. 1, p. 72).
 				
 				Neste sentido:
PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO. ATIVIDADE RURAL. PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. INTERESSE DE AGIR PRESUMIDO. 
1. Apesar de o STF ter reconhecido a repercussão geral do tema objeto de controvérsia, isso não se mostra suficiente a sobrestar os recursos especiais que tramitam neste Tribunal Superior. 
2. A Segunda Turma desta Corte firmou o entendimento de que o interesse processual do segurado e a utilidade da prestação jurisdicional concretizam-se nas seguintes hipóteses: recusa de recebimento do requerimento; negativa de concessão do benefício previdenciário, seja pelo concreto indeferimento do pedido, seja pela notória resistência da autarquia à tese jurídica esposada. Precedente específico: RESP 1.310.042/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/5/2012, DJe 28/5/2012. 
3. No caso concreto, o acórdão recorrido verificou estar-se diante de notória resistência da autarquia à concessão do benefício previdenciário, a revelar presente o interesse de agir do segurado. 
4. Agravo regimental não provido. (STJ; AgRg-REsp 1.331.251; Proc. 2012/0120286-5; PR; Segunda Turma; Rel. Min. Castro Meira; Julg. 16/04/2013; DJE 26/04/2013)
( b ) QUANTO À COMPETÊNCIA TERRITORIAL(FILIAL)
 				Devemos sopesar, primeiramente, que a ação de busca e apreensão tramitou nesta Capital, tendo o Réu, mais, segundo a cláusula contratual que dispunha sobre a eleição do foro, ter optado pelo domicílio do devedor. 
 				Ademais, o caso em tela enseja a aplicação do digesto consumerista, por ser originária de relação de consumo, uma vez que a instituição financeira firmou contrato de financiamento com o Autor, com garantia fiduciária, para receber deste os encargos incidentes sobre o valor subsidiado, enquadrando-se, indubitavelmente, no conceito de "fornecedor", assumindo ex vi legis, a postura de prestador de serviços, ficando sujeito aos termos e condições contratuais nos limites preconizados pela Lei nº 8.078/90.
 				Neste tocante, impende observar o que dispõe o art. 1º, da norma em comento:
"O presente Código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos artigos 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e artigo 48 de suas Disposições Transitórias".
 				Assim, por ser uma norma de ordem pública, o julgador pode se manifestar mesmo sem o requerimento da parte,de sorte a acomodar a tramitação desta ação neste juízo. 				
 				Exsurge, ainda, que, o artigo 51, inciso IV, do CDC, considera nulas de pleno direito as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
"estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade".
 				Existe, inclusive, a possibilidade de o Juiz primevo declarar sem efeito, a cláusula contratual que estabelece como foro competente, para dirimir questões advindas do ajuste, local diverso do domicílio do cliente.
 				Por outro lado, levando-se em conta que o Autor celebrou o contrato nesta Capital, junto a filial da Ré, preceitua o Estatuto de Ritos, neste tocante que, 
Art. 100. É competente o foro: 
[ . . . ] 
IV - do lugar: 
( ... ) 
 b) onde se acha a agência ou sucursal, quanto às obrigações que ela contraiu;
 
 				Neste tocante:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA SECURITÁRIA. DPVAT. COMPETÊNCIA RELATIVA (TERRITORIAL). IMPOSSIBILIDADE DE MODIFICAÇÃO DE OFÍCIO PELO JUIZ (SÚMULA Nº 33, STJ). PROPOSITURA DA AÇÃO NO FORO ONDE A SEGURADORA RÉ POSSUI FILIAL. OPÇÃO DO AUTOR. ARTS. 94 E 100, INC. IV, ALÍNEA "B", AMBOS DO CPC. 
1. Embora a competência relativa (territorial) possa ser modificada ou derrogada pela vontade das partes, não pode ser alterada de ofício pelo juiz (Súmula nº 33, STJ), fazendo-se necessário que o interessado venha a questioná-la por meio da exceção cabível; 
2. Nas demandas que versem sobre a cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) pode o requerente escolher, dentre as opções legais (foro de seu domicílio, local do fato ou do domicílio do réu. Arts. 94 e 100, inciso IV, alínea 'b', ambos do CPC), a localidade em que prefere ajuizar a ação. Agravo de instrumento conhecido e provido. Decisão cassada. (TJGO - AI 175016-25.2012.8.09.0000; Goiânia; Rel. Des. Floriano Gomes; DJGO 28/06/2012; Pág. 201)
 AGRAVO DE INSTRUMENTO. COMPETÊNCIA RELATIVA. CONHECIMENTO DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO REFORMADA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 33/STJ. SEGURO DPVAT. COMPETÊNCIA DO DOMICÍLIO DO RÉU, INCLUSIVE O DA FILIAL. AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO. 
1. A decisão agravada contém vícios insanáveis, notadamente quanto às regras acerca da competência do tipo relativa, dispostas no Código de Processo Civil. 
2. A adolescente agravante cumpriu religiosamente o disposto nos arts. 94 e 100, IV, b, do Código de Ritos, já que a Seguradora agravada possui filial (sucursal) em Fortaleza, sendo considerado este o lugar para a propositura da ação concernente a dívidas que ela terá de honrar, como é o caso do pagamento do valor do seguro reclamado perante o juízo a quo. 
3. E mais, por se tratar de competência territorial, portanto, relativa, somente pode ser argüida por via de exceção de incompetência, não podendo ser declinada de ofício, como o fez o magistrado de primeiro grau, conforme o art. 112, do Código de Processo Civil. 
4. Agravo conhecido e provido. Decisão de Primeiro Grau reformada. (TJCE - AI 9569-71.2009.8.06.0000/0; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Francisco Sales Neto; DJCE 25/02/2010) 
( c ) DO DEVER DE PRESTAR CONTAS
				A instituição financeira, no caso em espécie, está obrigada a prestar contas.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 914 – A ação de prestação de contas competirá a quem tiver:
....
II – a obrigação de prestá-las. 
 				Ora, o Autor visa com a presente querela o acertamento de uma relação jurídica, já que, a despeito de ter ficado inadimplente quanto a algumas das parcelas do financiamento, teve o veículo apreendido que foi concedido em garantia(alienação fiduciária), necessitando, por isso, da apuração judicial da existência de saldo devedor.
 				Sérgio Sahione Fadel ensina que: 
"A finalidade das ações de prestação de contas não é, ao contrário do que se possa imaginar, a simples apresentação material ou física das mesmas contas, isto é, a relação dos lançamentos de débito e crédito, acompanhados da documentação pertinente e comprobatória de recebimentos e pagamentos; é, isso sim, a fixação de um saldo devedor ou credor, por parte de quem as exige ou de quem as presta, de forma a reparar uma lesão ao direito de qualquer das partes". (In, "Código de Processo Civil Comentado". v. IV, p. 39). 
( grifo nosso ).
 				Assim, o Promovente ajuíza a presente demanda com o intuito de conhecer a quantia exata pela qual o veículo dado em garantia foi alienado em leilão, bem como para saber se há ou não saldo remanescente a seu favor, pretendendo que a Ré aponte o valor de venda do veículo, bem como discrimine as quantias acrescidas sob o total financiado e todas as tarifas e respectivas taxas aplicadas.
 				A ação de prestação de contas tem seu procedimento delineado pelo artigo 915 do CPC e seus parágrafos, em que se vislumbra a ocorrência de duas fases: na primeira, busca-se apurar se existe ou não a obrigação de prestar contas; na segunda, desenvolve-se o exame das contas com o fito de apurar-se o saldo final do relacionamento contábil discutido no processo, caso positiva a solução da primeira fase.
 				Melhor dizendo, a presente ação de prestação de contas é apropriada ao caso sub examine, na medida que visa a aferir, primeiramente, a existência de algum relacionamento jurídico do qual se extrai a obrigação ou não de prestar contas e que, por fim, resulta na apuração de um crédito ou débito, que deve ser declarado.
 				Com respeito, confira-se a doutrina de Humberto Theodoro Júnior:
"A ação de prestação de contas é uma ação especial de conhecimento com predominante função condenatória, porque a meta última de sua sentença é dotar aquele a que se reconhecer a qualidade de credor, segundo o saldo final do balanço aprovado em juízo, de título executivo judicial para executar o devedor, nos moldes da execução por quantia certa (CPC, art. 918).
(...)
Pode-se, destarte, concluir que o procedimento especial da ação de prestação de contas tem, em regra, a força de tornar certa a expressão numérica de uma relação jurídica, com o fim de impor condenação à parte devedora pelo saldo apurado; e, às vezes, apenas a força de acertar o relacionamento jurídico e econômico entre as partes." (in, Curso de Direito Processual Civil. 42ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, vol. III, p. 80-81)
 				É certo que a venda do bem apreendido, em razão do inadimplemento nos contratos de financiamento garantidos por alienação fiduciária, deve ser revertida para o pagamento do crédito e das despesas decorrentes, devendo ser entregue ao devedor o saldo apurado, se houver, nos termos do disposto no art. 2º do Decreto-lei nº 911/69, in verbis:
"No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver." 
 				Assim é que a prestação de contas é corolário lógico e jurídico da venda extrajudicial do bem, objeto de alienação fiduciária, dela não se podendo escusar o credor fiduciário, ora Ré.
				A propósito colacionamos os seguintes julgados:
AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. 
Alienação fiduciária. Retomada e venda do veículo pela credora fiduciária. Dever de prestar contas. Carência de ação afastada. Mérito examinado. Apelação provida (TJPR -; ApCiv 0992559-1; Curitiba; Décima Oitava Câmara Cível; Rel. Des. Albino Jacomel Guerios; DJPR 19/03/2013; Pág. 317)
RECURSO INOMINADO. 
Contrato de financiamento garantido por alienação fiduciária. Inadimplência. Entrega voluntária do veículo pelo consumidor à empresa fiduciária para efeito de quitaçãoda dívida. Ausência de prestação de contas sobre a venda do bem. Imputação de débito sem qualquer esclarecimento. Inscrição imerecida em órgão restritivo de crédito. Permanência da negativação por longo período. Danos morais configurados. Arbitramento em valor adequado aos fatos. Manutenção integral do julgado. Não provimento do recurso. (TJBA - Rec. 0003946-51.2010.805.0248-1; Quinta Turma Recursal; Rel. Juiz Walter Americo Caldas; DJBA 21/11/2012)
PRESTAÇÃO DE CONTAS. CONSÓRCIO. BUSCA E APREENSÃO DA MOTOCICLETA. VENDA NÃO REALIZADA. ÔNUS DA PROVA. PRESTAÇÃO DE CONTAS. 
A prestação de contas decorre da venda extrajudicial do veículo, no entanto, o devedor não pode se subordinar ao mero arbítrio do credor para receber o saldo remanescente, se acaso existente. Compete ao credor fiduciário provar a localização do veículo, bem como a não realização de sua venda. (TJMG - AC 1.0338.04.025944-6/001; Itaúna; Décima Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Fábio Maia Viani; Julg. 11/01/2007; DJMG 09/02/2007)
APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO DE FINANCIAMENTO COM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL AFASTADA. BUSCA E APREENSÃO COM VENDA DO VEÍCULO. SALDO REMANESCENTE. 
Obrigação da instituição bancária em prestar contas. Incidência do artigo 2º, do Decreto-Lei nº 911/69, e do artigo 914, II, do CPC. Primeira fase. Dilação do prazo para a prestação das contas. Impossibilidade. Incidência do § 2º, do artigo 915, do mesmo CODEX. Condenação em custas e honorários. Cabimento na primeira fase da ação de prestação de contas. Minoração dos honorários. Fixação adequada. Sentença mantida. Recurso de apelação não provido. (TJPR - ApCiv 0630909-9; Londrina; Décima Sétima Câmara Cível; Rel. Juiz Conv. Fabian Schweitzer; DJPR 24/03/2010; Pág. 191)
PRESTAÇÃO DE CONTAS. VENDA DO VEÍCULO FINANCIADO. FORMA CONTÁBIL. 
As instituições financeiras são obrigadas a prestar contas, ao devedor, do produto da venda do bem apreendido em razão do inadimplemento de contrato de financiamento, garantido por alienação fiduciária. Conforme determina a Lei Processual, as contas deverão ser apresentadas em forma mercantil, especificando-se as receitas e a aplicação das despesas, bem como o respectivo saldo, e serão instruídas com os documentos que lhes dão suporte. (TJRO - APL 100.001.2007.027553-9; Rel. Juiz Valdeci Castellar Citon; DJERO 08/05/2009; Pág. 50)
APELAÇÃO CIVEL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. 1ª FASE. SENTENÇA QUE EXTINGUE O PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO POR FALTA DE INTERESSE DE AGIR. OBRIGAÇÃO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA PRESTAR CONTAS AO MUTUÁRIO SOBRE A VENDA EXTRAJUDICIAL DO VEÍCULO OBJETO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. 
É das circunstâncias delineadas na causa de pedir, notadamente a venda extrajudicial do bem objeto de busca e apreensão, que se caracteriza do interesse de agir, correlacionado ao pedido veiculado na ação de prestação de contas. A prova da pretensão resistida da via administrativa não é necessária para configurar o interesse de agir no caso em tela. Impõe-se a procedência do pedido de a instituição financeira prestar contas ao mutuário sobre a venda extrajudicial de veículo dado em garantia de alienação fiduciária, objeto de busca e apreensão, pois apresenta a possibilidade de prejuízos ao devedor que por si só justificam sua demanda. APELO PROVIDO. (TJRS - AC 70023039043; Santo Ângelo; Décima Quarta Câmara Cível; Rel. Des. Dorval Braulio Marques; Julg. 26/06/2008; DOERS 26/08/2008; Pág. 51)
III – PEDIDOS.
								
POSTO ISSO,
como últimos requerimentos desta Ação de Prestação de Contas, o Autor expressa o desejo que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
a) Determinar a CITAÇÃO da Promovida, POR CARTA, no endereço constante do preâmbulo, para, nos termos do art. 915 da Legislação Adjetiva Civil, no prazo de cinco(05) dias, apresentar as contas, quais sejam: ( i ) demonstrar, através de documentos hábeis, a quantia exata pela qual o veículo, descrito na inicial, objeto do contrato de financiamento nº 00000, foi alienado em leilão; ( ii ) bem como indicar, com planilha de desenvolvimento de débito e seus encargos aplicados e despesas com a venda(CPC, art. 917), se há ou não saldo remanescente a favor do Autor; ( iii ) caso não tenha sido vendido, informar onde o veículo se encontra, além de prestar contas de eventuais tentativas de alienação do bem,
ou, querendo, apresentar contestação. 
b) que ao final esta demanda seja JULGADA, em sua totalidade, PROCEDENTE, condenando a Promovida a a prestar as contas no prazo de 48(quarenta e oito) horas, na forma especificada no item ´a´ acima especificado, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as contas que o Autor apresentar.
			Protesta, ademais, justificar os fatos que se relacionam com os pressupostos desta Ação Cautelar, por todos os meios admissíveis em direito, assegurados pela Lei Fundamental(art. 5º, inciso LV, da C.Fed.), notadamente pelo depoimento do Rep. Legal da Requerida, pena de tornar-se confitente ficta, oitiva de testemunhas a serem arroladas oportuno tempore, junta posterior de documentos como contraprova, perícia, tudo de logo requerido.
			Em face da incerteza de saber-se, ab inittio, do valor das contas a serem prestadas, atribui-se o valor da causa de forma estimativa no importe de R$100,00(cem reais), à luz do art. 258 do Estatuto de Ritos.
 Respeitosamente, pede deferimento.
 Belo Horizonte (MG), 00 de abril do ano de 0000.
 Fulano(a) de Tal 
		 	 Advogado(a)
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