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Prisão antes do fim dos recursos

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ĚXPŘĚȘȘǾ (ĦȚȚPȘ://ẄẄẄ.ŇĚXǾJǾŘŇǺĿ.ČǾM.BŘ/ĚXPŘĚȘȘǾ/)
Lilian Venturini 18 Fev 2016 (atualizado 19/Fev 11h19)
Mįňįșțřǿș đǿ ȘȚF mųđǻm ňǿřmǻș đǻ ěxěčųçãǿ đě pěňǻ, qųě pǻșșǻ ǻ șěř
čųmpřįđǻ mǻįș čěđǿ. Đįșčųșșãǿ ģįřǻ ěm țǿřňǿ đǻ įmpųňįđǻđě ě đě ģǻřǻňțįǻ
đǿș đįřěįțǿș įňđįvįđųǻįș. Ŀěįǻ ǻbǻįxǿ ǿș ǻřģųměňțǿș
Přįșãǿ ǻňțěș đǿ fįm đǿș řěčųřșǿș. Přóș ě
čǿňțřǻș đǻ đěčįșãǿ đǿ Șųpřěmǿ
 
O Supremo Tribunal Federal mudou o entendimento sobre o momento em que condenados devem cumprir a
pena imposta pela Justiça. A partir de quarta­feira (18), já podem ser presas pessoas condenadas por um
tribunal de segunda instância, ou seja, quando a defesa ainda pode recorrer da condenação a tribunais
superiores.
Até então, os réus podiam aguardar o recurso em liberdade e serem presos apenas quando não houvesse mais
FǾȚǾ: ČǺŘĿǾȘ ĦŲMBĚŘȚǾ/ȘȚF
 MİŇİȘȚŘǾȘ ĐǾ ȘŲPŘĚMǾ ȚŘİBŲŇǺĿ FĚĐĚŘǺĿ ĐŲŘǺŇȚĚ ȘĚȘȘÃǾ
possibilidade de rever a sentença, o chamado “trânsito em julgado”.
O novo posicionamento da Corte motivou reações contrárias por parte de entidades de direitos humanos e da
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), segundo os quais a decisão confronta a Constituição Federal.
Mas para 7 dos 11 ministros do Supremo, a aplicação da pena nestes casos é correta e não desrespeita o
direito de defesa do réu nem a Constituição. Para a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da
República), a alteração é um avanço para o sistema jurídico.
O caso de um homem condenado por roubo levou o Supremo a rever como a pena deve ser aplicada no
Brasil. A Corte negou o pedido da defesa para que ele aguardasse em liberdade a análise do recurso que
solicitava a revisão da condenação.
Como o STF é a instância máxima do Poder Judiciário, as decisões tomadas pelos ministros servem como
orientação para os demais tribunais do país, que passam a adotar a mesma regra nos julgamentos realizados
nos Estados.
A partir de agora, quando um tribunal de segunda instância (estadual ou federal) confirmar a condenação
imposta por um juiz comum (primeira instância), a pena pode ser aplicada mesmo se a defesa dele recorrer
ao Superior Tribunal de Justiça ou ao Supremo Tribunal Federal (terceira instância).
ĐİŘĚİȚǾȘ İŇĐİVİĐŲǺİȘ ĢǺŘǺŇȚİĐǾȘ
A aplicação da pena após o julgamento de um tribunal significa que a condenação imposta
por um juiz comum já foi revista e, portanto, o direito à defesa do réu foi contemplado. Esse
entendimento encontra fundamento em convenções internacionais e está de acordo com
padrões internacionais de Direitos Humanos. Além disso, a aplicação da pena não impede
que a defesa do réu busque a reversão da condenação em instâncias superiores.
ǺĢİĿİĐǺĐĚ ǺǾȘ JŲĿĢǺMĚŇȚǾȘ
A mudança restabelece a importância das decisões tomadas pelas primeira e segunda
instâncias da Justiça. O modelo anterior, com a possibilidade de mais de um recurso,
promovia o adiamento indevido da condenação do réu e esvaziava as sentenças aplicadas
pelos juízes.
FİM ĐǺ İMPŲŇİĐǺĐĚ
A aplicação da condenação nesta etapa vai garantir mais celeridade e contribui para o fim
da impunidade, já que reduzirá o tempo que o réu ficará em liberdade enquanto aguarda a
definição final da sentença. O excesso de recursos, em alguns casos, faz com que a pena
acabe prescrita, ou seja, em razão do tempo passado, o Estado perde o direito de punir o réu
mesmo se ele for culpado.
Pǿř qųě ǿ Șųpřěmǿ řěvįų ǿ ěňțěňđįměňțǿ ǻģǿřǻ
#
Țřêș ǻřģųměňțǿș fǻvǿřávěįș à mųđǻňçǻ
ǺFŘǾŇȚǺ ǺǾȘ ĐİŘĚİȚǾȘ ĐĚ ĐĚFĚȘǺ
Ao determinar a prisão quando ainda se pode recorrer, há violação ao texto da Constituição.
A Carta garante a "presunção de inocência" a qualquer cidadão e determina que "ninguém
será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Os
recursos existem para garantir a suspensão de sentenças consideradas injustas.
ČŲMPŘİMĚŇȚǾ ĐĚ PĚŇǺ İĿĚĢǺĿ
A prisão antes da condenação definitiva pode levar pessoas à prisão injustamente, já que ao
final do processo a pena pode ser reduzida ou mesmo extinta. A medida afeta
principalmente pessoas pobres, sem condições financeiras de pagar por uma defesa de
qualidade. Prisões ilegais também podem elevar os custos do Estado, que terá de pagar
indenizações aos réus.
ǺŲMĚŇȚǾ ĐǺ PǾPŲĿǺÇÃǾ ČǺŘČĚŘÁŘİǺ
A aplicação imediata da pena vai elevar o número de presos provisórios (ainda no aguardo
da condenação definitiva, se a defesa recorrer) e provocar impacto grave no sistema
carcerário. De acordo com números do Ministério da Justiça, dos 615.933 presos, cerca de
40% estão em situação provisória (sem julgamento). A Defensoria Pública de São Paulo
estima que a nova decisão provocará aumento de 25% na população carcerária e não há
vagas o suficiente. O déficit atual é calculado em 244 mil vagas.
Țřêș ǻřģųměňțǿș čǿňțřářįǿș à mųđǻňçǻ
Đěčįșãǿ ǿpõě bųșčǻ pǿř ǻģįŀįđǻđě ǻ đįřěțǿș įňđįvįđųǻįș
#
FǾȚǾ: JǺMİĿ BİȚȚǺŘ/ŘĚŲȚĚŘȘ - 23.06.2006
 
Para entidades que atuam em defesa dos direitos humanos e defensores públicos, a decisão do Supremo é um
retrocesso.
O defensor público Patrick Lemos Cacicedo, coordenador do Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria de
São Paulo, diz que os efeitos práticos da nova norma são preocupantes. Segundo ele, pesquisas já
identificaram que entre 25% e 50% dos presos provisórios tiveram a pena extinta ou reduzida após a
condenação final.
"A decisão reafirma uma política de encarceramento em massa", afirma. Para ele, o argumento de que a
medida combate a impunidade é controverso, já que o aumento de prisões pode causar danos sociais graves.
"A população carcerária do Brasil é a quarta maior do mundo. Isso é um sinal de que prender não é a
solução. Deveríamos discutir outros mecanismos, como aplicação penas alternativas", diz.
O advogado Rafael Custódio, coordenador do programa de Justiça da Conectas (ONG internacional de
direitos humanos), afirma que o Supremo demonstrou insensibilidade ao ignorar a realidade social. Para ele,
a garantia de liberdade e do direito de defesa não pode ser desrespeitada sob o argumento de que a Justiça é
morosa ou para se combater a impunidade.
 PĚŇİȚĚŇČİÁŘİǺ FĚĐĚŘǺĿ ĐĚ ČǺȚǺŇĐŲVǺȘ, ŇǾ PǺŘǺŇÁ
Entidades acreditam que mudança será questionada futuramente no
Supremo
Na avaliação do professor de direito constitucional Oscar Vilhena, a execução da pena é correta após um
julgamento de segunda instância. Ele concorda que a decisão é complexa, mas avalia que o entendimento da
Corte está amparado por convenções internacionais.
Vilhena diz que, embora o número de presos provisórios seja elevado, não é possível saber com exatidão
quantos deles foram submetidos a julgamentos de segunda instância ou de primeira instância. A decisão do
Supremo só vale para segunda instância. Portanto, segundo ele, é difícil prever qual será o impacto da
mudança.
A Associação Nacional dos Procuradores da República discorda que a decisão seja um retrocesso, já que vai
dar "eficiência e celeridade" aos processos. Em nota, a entidade afirma que a mudança não afeta o acesso à
defesa, já que continua assegurado ao réu a análise dupla do caso, primeiro por um juiz comum e depois por
um tribunal estadual.
A decisão do Supremo se refere a prisões de condenados em segunda instância. Passa ao largo, portanto, de
todo o debate sobre as prisões da Lava Jato. Apesar de já haver alguns réus condenados no escândalo de
desvios da Petrobras, as sentenças ainda são de primeira instância. Mas então por que há tanta gente presa?
É que no caso da Lava Jato as prisões são provisórias. Os denunciados, réus ou já condenados em primeira
instância não estão ali cumprindo pena. São mantidos na cadeia, segundo o juiz Sergio Moro (que comanda
a operação na primeira instância), a fim de não atrapalharem as investigações.
O juiz é criticado pelos advogados de empreiteiros em razão dessas prisões. Os defensores afirmam que a
operação mantém os acusados e réus na cadeira como forma de pressioná­los a fazer delaçãopremiada.
Moro justifica as decisões dizendo que só usa o dispositivo em último caso, dentro da legislação.
Ňǿvǻ ňǿřmǻ pǻșșǻ ǻǿ ŀǻřģǿ đǻ pǿŀêmįčǻ đǻ Ŀǻvǻ Jǻțǿ #

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