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AULA DE SOCIOLOGIA - TRABALHO E SOCIEDADE - O trabalho nas diferentes sociedades

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SOCIOLOGIASOCIOLOGIASOCIOLOGIASOCIOLOGIA
PROFESSOR: SÉRGIO LIMAPROFESSOR: SÉRGIO LIMAPROFESSOR: SÉRGIO LIMAPROFESSOR: SÉRGIO LIMA
TRABALHO E SOCIEDADETRABALHO E SOCIEDADETRABALHO E SOCIEDADETRABALHO E SOCIEDADE
A SOCIOLOGIA DO TRABALHO
A Sociologia do Trabalho e da Produção é um ramo
da Sociologia Geral que procura estudar os
fenômenos sociais relacionados ao mundo do
trabalho, isto é, os sujeitos (os trabalhadores) nos
ambientes de trabalho (fábricas, sindicatos
estruturados, etc.) e as relações macroestruturais
(sistemas produtivos, relações sociais de trabalho,
desemprego estrutural, políticas de governo, etc.)
que estejam relacionados direta ou indiretamente ao
mundo do trabalho e da produção.
(Disponível em: SANTOS, Luciano, 2012, p. 15)
O QUE É TRABALHO?O QUE É TRABALHO?O QUE É TRABALHO?O QUE É TRABALHO?
Fonte da imagem: http://www.gostodeler.com.br/materia/17419/o_mercado_de_trabalho_e_a_sociedade_atual.html
O TRABALHO COMO FATOR NEGATIVO
A origem latina da palavra trabalho está
relacionada ao tripalium, instrumento de
suplício composto por três estacas. Isso
porque, ao longo da História, o trabalho tem
sido relacionado a esforço físico e cansaço e,
em muitas sociedades, ele constituiu uma
obrigação à qual os seres humanos deveriam
se submeter.
(Disponível em: SANTOS, Luciano, 2012, p. 15)
SAIBA MAIS!
Inicialmente, o 
tripalium era 
um instrumento 
utilizado na 
agricultura, 
sendo apenas 
posteriormente 
empregado com 
fins de tortura
Suplício: tortura, 
punição corporal.
TRIPALIUM
REPRESENTAÇÃO DO TRIPALIUM
(Disponível em: SANTOS, Luciano, 2012, p. 21)
SAIBA MAIS!
Na realidade, durante 
boa parte da história 
ocidental o trabalho 
foi considerado como 
uma atividade 
depreciável, pois por 
muito tempo foi 
associado à atividade 
de escravo. Os gregos, 
no período clássico, por 
exemplo, pensavam 
que só o ócio criativo 
era digno do homem 
livre, o trabalho 
manual era 
desprezado.
Disponível em: SANTOS, Luciano, 2012, p.22
ANTIPOLIS. COLUNA SEPULCRAL DO 
TRAFICANTE DE ESCRAVOS AULUS CAPRILIUS 
TIMOLHEOS. 
O TRABALHO COMO FATOR NEGATIVO
“De algum modo esta concepção sobre o trabalho
infelizmente continua no imaginário da sociedade
brasileira contemporânea. É comum ouvirmos as
frases: “Segunda-feira é o pior dia da semana, pois
começo a trabalhar”, ou “Dia de preto” (o que mostra
a associação à escravidão, já que escravos no Brasil
eram predominantemente negros). Os fatores que
levam a essa visão negativa sobre o trabalho na
sociedade contemporânea estão mais relacionados à
própria estrutura do sistema capitalista que
desapropria o trabalhador do fruto do seu trabalho”.
(SANTOS, Luciano, 2012, p.23).
Disponível em: SANTOS, Luciano, 2012, p. 22.
O TRABALHO COMO ELEMENTO ESSENCIAL DA HUMANIDADE
Ao contrário de uma visão negativa do trabalho – ocasionada pelo processo de
exploração do Capitalismo -, devemos entender que o trabalho é, na verdade,
uma necessidade natural e essencial do ser humano, sem a qual ele não existiria.
Diferentemente dos outros animais que se adaptam passivamente ao meio
ambiente, o ser humano atua sobre ele de forma ativa, obtendo os bens materiais
necessários para sua sobrevivência e existência.
É pelo trabalho que o ser humano se humaniza e também humaniza a natureza.
O trabalho criou condições para o ser humano ir
além de seu caráter de natureza, isto é, possibilitou que ele se emancipasse da
natureza.
Trabalhar é uma atividade eminentemente humana, porque é consciente,
deliberada e com um propósito. Ela pode ter como fim a criação de bens
materiais que supram as necessidades humanas de sobrevivência (moradia,
alimentação, proteção, etc), ou necessidades culturais e psíquicas (arte,
educação, etc).
Resumidamente o trabalho é a atividade ou ação que necessita de capacidades
físicas e mentais, destinada a satisfazer as necessidades humanas.
Disponível em: SANTOS, Luciano, 2012, p. 24
O TRABALHO COMO ELEMENTO ESSENCIAL
PARA A CONSTRUÇÃOE TRANSFORMAÇÃODA HUMANIDADE
Sem o trabalho, independente do
modelo social, não existiria
humanidade
Fonte da imagem 01: https://portuguesembadajoz.wordpress.com/2008/05/12/as-profissoes/
Fonte da imagem 02: http://ipressglobal.com/mara-pereira-em-sociedades-em-comunidade/
Sem o trabalho não existe humanidade/sociedade
A DIFERENÇA ENTRE TRABALHO E EMPREGO
No dia a dia, a maioria das pessoas fala de trabalho e emprego como
se fossem a mesma coisa, no entanto, trabalho e emprego possuem significados
distintos:
O trabalho é algo bem mais antigo que o emprego, existe desde
o momento em que os seres humanos começaram a transformar a natureza
e o ambiente ao seu redor.
Já a ideia de emprego é algo mais recente na história da humanidade. O emprego é
um conceito que surgiu apenas na sociedade capitalista, por volta da segunda
metade do século XVIII, no contexto da Revolução Industrial.
No século XVIII ocorreram diversos acontecimentos (advento da Revolução Industrial,
êxodo rural, concentração dos meios de produção) que levaram a maior parte da
população, que não possuía nenhuma ferramenta para trabalhar como artesãos, a
vender seu trabalho como única forma de sobreviver. Sendo assim, restava às pessoas
oferecerem seu trabalho como moeda de troca (inclusive mulheres e crianças). Neste
momento, a noção de emprego tomou forma.
(Disponível em: SANTOS, Luciano, 2012, Pp. 25-26)
A DIFERENÇA ENTRE TRABALHO E EMPREGO
� Podemos então definir emprego como uma relação social de trabalho em
que um ser humano vende sua força de trabalho para outrem em troca de
um salário. Logo, não há emprego sem salário. Assim, a ideia de emprego
pressupõe que a força de trabalho seja transformada em mercadoria e
que ocupe um lugar como as outras no mercado capitalista.
� Na verdade, os próprios trabalhadores assumem caráter de mercadoria;
sua força de trabalho é comercializada no mercado de trabalho no qual se
encontra à mercê do arbítrio dos compradores.
� Conforme Marx (1977, p.63), “a força de trabalho é, pois, uma mercadoria,
assim como o açúcar; nem mais, nem menos. Mede-se a primeira com o
relógio; a segunda com a balança (...) o operário vende a si mesmo,
pedaço a pedaço. Vende, ao correr do martelo, 8, 10, 12, 15 horas de sua
vida, dia a dia (...)”
(Disponível em: SANTOS, Luciano, 2012, Pp. 25-26)
TRABALHO, SOCIEDADE E MODOS TRABALHO, SOCIEDADE E MODOS TRABALHO, SOCIEDADE E MODOS TRABALHO, SOCIEDADE E MODOS 
DE PRODUÇÃODE PRODUÇÃODE PRODUÇÃODE PRODUÇÃO
Fonte da imagem: http://clubedahistoria.com.br/post.php?codigo=60
A produção humana de bens materiais, por mais aparente que possa ser,
não é obra de uma pessoa isoladamente. Na verdade ela tem sempre um
caráter social.
No processo de produção de bens materiais, os seres humanos
acabam se relacionando de uma forma ou de outra, e o trabalho de cada
produtor converte-se numa partícula do trabalho social, seja nas
comunidades primitivas, seja nas sociedades mais avançadas
tecnologicamente.
Logo, trabalho e produção se relacionam estreitamente.
Para compreender então a história do trabalho é necessário compreender
também a história dos sistemas produtivos, as formas como os seres humanos
se relacionaram para transformar a natureza.
Nesta aula estudaremos a história do trabalho na sua relação com os
sistemas produtivos que a humanidade conheceu, no caso: os quatro sistemas
diferentes de relações de produção: primitivo, escravista, feudalista e
capitalista.
TRABALHO, SOCIEDADE E MODOS DE PRODUÇÃOTRABALHO, SOCIEDADE E MODOS DE PRODUÇÃOTRABALHO, SOCIEDADE E MODOS DE PRODUÇÃOTRABALHO, SOCIEDADE E MODOS DE PRODUÇÃO
Em nossa sociedade, a produção de
um objeto envolve uma complexa
rede de trabalhadores e de
trabalho. Veja, por exemplo, o
fluxogramado Ciclo de Vida de um
Produto:
TRABALHO, SOCIEDADE E MODOS DE PRODUÇÃOTRABALHO, SOCIEDADE E MODOS DE PRODUÇÃOTRABALHO, SOCIEDADE E MODOS DE PRODUÇÃOTRABALHO, SOCIEDADE E MODOS DE PRODUÇÃO
Avaliação do Ciclo de Vida de um 
Produto
Fonte: http://hottopos.com/regeq12/art4.htm
Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)
A ACV é uma ferramenta metodológica utilizada pela Ecologia
Industrial para analisar o impacto do sistema industrial nos
ecossistemas naturais, ou seja, para avaliar os impactos ambientais
em decorrência do processo de produção industrial capitalista;
O ciclo nada mais é que a história do produto, desde a fase de
extração das matérias primas, passando pela fase de produção,
distribuição, consumo, uso e até sua transformação em lixo ou
resíduo:
Produção de matéria prima – industrialização – distribuição –
comercialização – consumo e descarte.
Outros tipos de sociedade apresentam características bem diversas,
como veremos a seguir:
AS SOCIEDADES AS SOCIEDADES AS SOCIEDADES AS SOCIEDADES 
TRIBAIS E O SISTEMA TRIBAIS E O SISTEMA TRIBAIS E O SISTEMA TRIBAIS E O SISTEMA 
PRIMITIVO DE PRIMITIVO DE PRIMITIVO DE PRIMITIVO DE 
PRODUÇÃOPRODUÇÃOPRODUÇÃOPRODUÇÃO
AS SOCIEDADES TRIBAIS E O SISTEMA PRIMITIVO DE 
PRODUÇÃO
As sociedades tribais diferenciam-se
umas das outras em muitos aspectos,
mas em geral não são estruturadas
pela atividade que em nossa
sociedade denominamos trabalho;
Nelas todos fazem quase tudo, e as
atividades relacionadas à obtenção
do que as pessoas necessitam para se
manter – caça, coleta, agricultura e
criação – estão associadas aos ritos e
mitos, ao sistema de parentesco, às
festas e às artes, integrando-se,
portanto, a todas as esferas da vida
social.
Fonte da imagem: http://sociologia-ifma.blogspot.com.br/2012/04/o-trabalho-na-sociedade-tribal.html
“Quando o ser humano começou a se humanizar, o trabalho era luta constante
para sobreviver. A necessidade de se alimentar, de se abrigar, de se proteger
de outros animais era o fator que determinava a necessidade de trabalhar.
Somente o trabalho em comum possibilitava a obtenção de recursos necessários
à vida (SANTOS, Luciano, 2012, pp. 27-28)”.
CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO TRIBAL
�Divisão do trabalho por sexo e por idade;
�Os equipamentos e instrumentos utilizados no processo de produção são
simples e rudimentares;
�Não existe algo como pagamento de salários, busca pelo lucro e todos
contribuem com o sustento da comunidade;
�Todos compartilham os conhecimentos necessários à subsistência;
�Não existe uma separação entre o local do trabalho e o local de moradia ou
lazer;
�O trabalho não é tão valorizado como na maioria das sociedades ocidentais.
AS SOCIEDADES TRIBAIS E O SISTEMA 
PRIMITIVO DE PRODUÇÃO
Vários analistas, durante muito tempo, classificaram as
sociedades tribais como de economia de subsistência e de
técnica rudimentar, passando a ideia de que elas viveriam
em estado de pobreza, o que é um preconceito. Se hoje
muitas delas dispõem de áreas restritas, enfrentando difíceis
condições de vida, em geral, antes do contato com o
chamado “mundo civilizado”, a maioria vivia em áreas
abundantes em caça, pesca e alimentos variáveis.
O antropólogo estadunidense Marshall Sahlins as denomina
“sociedades da abundância” ou “sociedades do lazer”, pois
seus membros têm todas as necessidades materiais e sociais
satisfeitas dedicando um mínimo de horas ao que chamamos
trabalho.
Yanomami, da Amazônia, dedicavam pouco mais de
três horas diárias às tarefas relacionadas à produção.
LOCALIZAÇÃO PRODUÇÃO COLETIVA
Fonte: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/yanomami/569
Fonte: http://pib.socioambiental.org/en/povo/yanomami/580
Duas explicações, entre outras, podem ser apontadas para o fato de os integrantes
das sociedades tribais dedicarem menos tempo do que nós às atividades que
denominamos trabalho:
1. O MODO COMO SE RELACIONAM COM A NATUREZA, QUE É DIFERENTE DO
NOSSO:
Para os integrantes de sociedades tribais, a terra, além de ser o espaço em que
vivem, tem valor cultural, pois dá aos humanos seus frutos: a floresta fornece aos
caçadores os animais de que necessitam para a sobrevivência e os rios oferecem os
peixes que ajudam na alimentação. Em síntese, existe uma relação de intimidade
com o meio em que vivem.
2. A ESTRUTURA DAS SOCIEDADES TRIBAIS E O MODO COMO OS SEUS MEMBROS
PRODUZEM E REPRODUZEM SUA SUBSISTÊNCIA NÃO SE BASEIAM NA
NECESSIDADE DE ACUMULAR BENS E/OU ALIMENTOS, QUE ESTÃO SEMPRE À
DISPOSIÇÃO.
Integradas ao meio ambiente e a todas as demais atividades, as tarefas
relacionadas à produção não compõem, assim, uma esfera específica da vida, ou
seja, não há um “mundo do trabalho” nas sociedades tribais.
AS SOCIEDADES TRIBAIS E O SISTEMA 
PRIMITIVO DE PRODUÇÃO
AS SOCIEDADES TRIBAIS E O SISTEMA PRIMITIVO DE 
PRODUÇÃO
�O trabalho em comum leva também à propriedade comunitária dos meios de produção,
base fundamental das relações de produção nesse modelo de sociedade;
�Todos os membros da comunidade devem ter condições iguais no que se refere aos meios
de produção; ninguém pode assumir a propriedade privada deles;
�Cada elemento da comunidade recebia a sua quota de produção conforme suas
necessidades e normalmente não ficava excedente em benefício de alguém em particular;
�Com o passar do tempo, esse sistema produtivo começa a ruir devido ao desenvolvimento
das forças produtivas;
�Com o avanço da agricultura, da domesticação dos animais, da melhoria da fabricação
de instrumentos, ferramentas e, sobretudo, armas de metal, começou a ocorrer uma
verdadeira revolução no mundo do trabalho, que igualmente provocou uma revolução na
produção de bens materiais;
�Nasce o intercâmbio de produtos derivados do trabalho, primeiro entre as tribos, depois,
no centro das próprias comunidades. As tribos decompõem-se em famílias que se
convertem em unidades econômicas separadas;
�O trabalho comunitário começa a se desestruturar, e a ideia de propriedade particular
toma corpo e forma.
O TRABALHO NA O TRABALHO NA O TRABALHO NA O TRABALHO NA 
EUROPA ANTIGA E EUROPA ANTIGA E EUROPA ANTIGA E EUROPA ANTIGA E 
MEDIEVAL E O MEDIEVAL E O MEDIEVAL E O MEDIEVAL E O 
SISTEMA ESCRAVISTA SISTEMA ESCRAVISTA SISTEMA ESCRAVISTA SISTEMA ESCRAVISTA 
DE PRODUÇÃODE PRODUÇÃODE PRODUÇÃODE PRODUÇÃO
O TRABALHO NA EUROPA ANTIGA E MEDIEVAL E O 
SISTEMA ESCRAVISTA DE PRODUÇÃO
Ao mudar o sistema primitivo, o ser humano começou a desenvolver outro sistema
de produção: o escravista. O escravismo é um fenômeno presente em vários povos
da humanidade. Surgiu por volta de 3000a.C. na Mesopotâmia e no Egito, no
entanto foram os gregos e romanos os povos que tiveram no escravismo o principal
sistema de trabalho e produção.
Nas sociedades que se desenvolveram na Europa Ocidental da Antiguidade até o
fim da Idade Média, as concepções do que denominamos trabalho apresentaram
variações, mas poucas alterações.
Sempre muito desvalorizado, o trabalho não era o núcleo mais importante para
orientar as relações sociais. Estas se definiam principalmente pela hereditariedade,
pela religião, pela honra, pela lealdade e pela posição em relação às questões
públicas.
Eram esses os elementos que permitiam que alguns vivessem do trabalho dos outros.
O TRABALHO NA EUROPA ANTIGA E MEDIEVAL E O SISTEMA 
ESCRAVISTA DE PRODUÇÃO
Nas sociedades grega e romana, a mão de obra
escrava garantia a produção necessária para
suprir as necessidades da população.
Os escravos nessas sociedades eram basicamente
prisioneiros das conquistas e das guerras.
Existiam, entretanto, trabalhadores livres, como
os meeiros (agricultor que planta em terra
alheia e divide os resultados com o dono), os
artesãos e os camponeses, que também eram
explorados e oprimidos pelos senhores e
proprietários;
Na cidade-Estado grega de Atenas,por
exemplo, os senhores e proprietários integravam
a camada dos cidadãos, à qual cabia discutir os
assuntos da cidade. Para que isso fosse possível,
o trabalho escravo era fundamental.
Fonte da imagem: http://historiaonlineceem.blogspot.com.br/2015/07/grecia-antiga.html
SAIBA MAIS!
No sistema 
escravista, os 
trabalhadores foram 
expostos a vários 
castigos. Daí a ideia 
de tripalium e do 
trabalho físico ser 
visto com desprezo, 
indigno para 
homens livres.
O Coliseu de Roma, 
por exemplo, foi 
fruto do trabalho 
escravo.
Disponível em: SANTOS, Luciano, 2012, p. 29
Coliseu de Roma
LABOR, TRABALHO (OBRA) E AÇÃO
Os gregos distinguiam a atividade braçal de quem cultiva a terra, a
atividade manual do artesão e a atividade do cidadão que discute e
procura soluções para os problemas da cidade:
LABOR: é o esforço físico voltado para a sobrevivência do corpo,
sendo uma atividade passiva e submissa ao ritmo da natureza.
Exemplo: cultivo da terra, pois depende de forças que o trabalhador
não pode controlar, como o clima e as estações;
TRABALHO: o trabalho corresponde ao fazer, ao ato de fabricar, de
criar algum produto mediante o uso de um instrumento ou mesmo
das próprias mãos. Exemplo: o trabalho do artesão ou do escultor
AÇÃO: é a atividade que tem a palavra como principal
instrumento; seu espaço é o da política, da vida pública
LABOR, TRABALHO(OBRA) E AÇÃO
O labor é a atividade que existe para produzir tudo que é vital ao homem, onde
ele aqui tratado como animal laborans. O homem retira da natureza tudo que é
necessário para a manutenção da vida, está vinculado à conservação da espécie
e da vida enquanto tal, sendo que esta atividade é a que mais nos aproxima dos
animais;
O trabalho é a atividade de transformação da natureza, onde o homem é
tratado como homo faber (fabricador), e tem como virtude intelectual a
"techné" (capacidade raciocinada de produzir, inteligência produtora, técnica).
O trabalho produz um mundo artificial entre o homem e a natureza: os objetos
de uso, a poiésis (obra) que continua na terra, estabelecendo uma morada para
o homem.
A ação é a casa da política e atividade mais nobre que um homem pode exercer.
O animal socialis, através da "phronésis" (que é a capacidade de julgar numa
dada situação, além de ser uma virtude centrada no conceito de bem), age
tendo como fim a própria ação. O animal socialis (o zoon politikon de
Aristóteles) visa o bem da comunidade, busca o exercício das virtudes, seu
próprio aperfeiçoamento e, consequentemente, a felicidade.
Disponível em: http://projetofilosofia.blogspot.com.br/2008/04/labor-trabalho-e-ao.html
Fonte: http://pt.slideshare.net/JeanBartoli/comportorganizacional
AS SOCIEDADES FEUDAIS E O SISTEMA DE PRODUÇÃO FEUDAL E/OU 
DE SERVIDÃO
As possibilidades de progresso do sistema
escravista ficaram esgotadas e, ao final do
Império Romano, (476d.C.) o sistema
escravista desmoronou e deu lugar a outro
sistema, o feudalismo. Esse novo sistema
de produção baseou-se na servidão.
Nesse sistema, os senhores feudais são os
possuidores dos meios de produção e o
principal deles, na época, era a terra.
Na verdade, a própria palavra feudo vem
do latim feodum que significa as terras
que o rei distribuía entre os seus senhores
em pagamento ao apoio militar.
Fonte da imagem: http://www.coladaweb.com/historia/feudalismo
AS SOCIEDADES FEUDAIS E O SISTEMA DE PRODUÇÃO FEUDAL 
E/OU DE SERVIDÃO
No regime de servidão característico das sociedades feudais, os
servos não gozavam de plena liberdade, mas também não eram
escravos. Prevalecia um sistema de deveres do servo para com o
senhor e deste para com aquele.
Os servos eram semi-livres, pois não pertenciam ao senhor feudal,
mas estavam obrigados a viver na sua propriedade. Inclusive, nas
transações comerciais de compra ou venda das terras, os servos
eram normalmente incluídos.
Os servos trabalhavam na terra do senhor, bem como na
construção e manutenção de estradas e pontes, e em retribuição
recebiam um pequeno terreno que era trabalhado pela sua conta,
mas pagando ao senhor várias taxas, as chamadas “obrigações
servis”.
AS OBRIGAÇÕES SERVIS
O trabalho do servo envolvia uma série de obrigações para com o seu Senhor, transmitidas
por hereditariedade e em caráter compulsório (obrigatório), como por exemplo:
�Corveia: Trabalho exercido pelos camponeses no manso senhorial por alguns dias da
semana, normalmente 3 dias. Toda a produção do manso senhorial era destinada ao
senhor feudal, o que lhe garantia parte da riqueza produzida pelos camponeses;
�Talha: uma taxa que se pagava sobre tudo o que se produzia na terra e atingia todas as
categorias de trabalhadores do campo;
�Banalidades: Tributo associado à utilização de equipamentos pertencentes ao senhor
feudal, como os moinhos, estradas, fornos, tonéis de cerveja e, por simplesmente, residir no
domínio senhorial. O pagamento usual era feito com o beneficiamento da produção do
feudo, com a moenda dos grãos e a fabricação do pão para o senhor, entre outros afazeres;
�Capacitação: Tributo vinculado às populações que habitavam vilas e cidades entravadas
em um domínio feudal, ou seja, imposto por cabeça pago pelos servos ao Senhor;
�Censo: imposto sobre a renda pago pelos vilões ao Senhor, pelo produto de seu trabalho
na aldeia
�Prestações: obrigação do servo ou do vilão de dar hospedagem ao Senhor, quando em
viagens pelo Feudo;
�Mão morta: Pagamento pelo reconhecimento de um novo chefe de família após a morte
do pai. Esse pagamento normalmente era realizado com a entrega de animais de criação
pelo filho mais velho de uma família camponesa que havia perdido o pai
ESQUEMA ILUSTRATIVO DE UM FEUDO DA IDADE MÉDIA
Disponível em: SANTOS, Luciano, 2012, p. 30
ESQUEMA DO USO DO SOLO EM UM FEUDO
Fonte: http://fazendohistorianova.blogspot.com.br/2015/10/idade-media-feudalismo.html
AS SOCIEDADES FEUDAIS E O SISTEMA DE PRODUÇÃO 
FEUDAL E/OU DE SERVIDÃO
Nas sociedades feudais, os servos, os camponeses livres e os aldeãos eram os que
trabalhavam. Os senhores feudais e os membros do clero viviam do trabalho dos
outros;
Nessas sociedades, haviam outras formas de trabalho, como as atividades
artesanais, desenvolvidas nas cidades e nos feudos, e as atividades comerciais.
“Com o passar dos séculos os camponeses foram lutando com força cada vez maior
contra a opressão feudal para obter o direito de dispor livremente do produto de seu
trabalho. Até que, ao final da idade média, o comércio e as cidades vão ressurgindo
e minando esse sistema de produção. Surgem pequenas unidades artesanais, logo
começam a desenvolver grandes empresas empregando trabalhadores não
submetidos à servidão; o comércio cresce além dos mares com descobertas de novas
rotas comerciais e com a colonização da América. Nos séculos XVI e XVII realizam-se
grandes descobrimentos científicos e técnicos. Aos poucos vai se desenvolvendo no
seio da sociedade feudal um novo sistema, o sistema capitalista de produção.
Contudo, para que ele se consolidasse haveria a necessidade de uma nova classe
assumir o poder, a burguesia. Começam as revoluções burguesas, sendo a mais
importante delas, a Revolução Francesa de 1789” (SANTOS, Luciano, pp. 30-31, 2012).
Da Antiguidade até o fim da Idade
Média, o trabalho não orientava as
relações sociais. Estas se definiam pela
hereditariedade, pela religião, pela
honra, pela lealdade e pela posição em
relação às questões públicas: elementos
que permitiam a alguns viver do
trabalho dos outros.
A SOCIEDADE A SOCIEDADE A SOCIEDADE A SOCIEDADE 
MODERNA E O MODERNA E O MODERNA E O MODERNA E O 
SISTEMA CAPITALISTA SISTEMA CAPITALISTA SISTEMA CAPITALISTA SISTEMA CAPITALISTA 
DE PRODUÇÃODE PRODUÇÃODE PRODUÇÃODE PRODUÇÃO
A SOCIEDADE MODERNA E O SISTEMA CAPITALISTA DE 
PRODUÇÃO
Com aemergência do mercantilismo e do
capitalismo, a estrutura de trabalho passou
por um longo processo de mudanças.
Nos séculos XVIII e XIX, o capitalismo se
consolida, desenvolve-se e cria a sua própria
revolução: a Revolução Industrial, que
significou um fabuloso aumento da produção
material e o rendimento do trabalho.
Após a erradicação do serviço compulsório,
era preciso convencer as pessoas de que
trabalhar para os outros era bom. Foi preciso,
então, mudar a concepção de trabalho: de
atividade vil, passou a ser visto como
atividade que dignifica o ser humano.
Como a estrutura anterior se degradou? Como
os artesãos e pequenos produtores se
transformaram em assalariados?
Fonte da imagem: http://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-5711/fotos/detalhe/?cmediafile=18880989#
A SOCIEDADE MODERNA E O SISTEMA 
CAPITALISTA DE PRODUÇÃO
DE ARTESÃOS...
Os artesãos e pequenos produtores trabalhavam na própria casa;
Tinham suas próprias ferramentas e seus instrumentos;
Produziam ou obtinham, por meio de troca, as matérias-primas para produzir o
que necessitavam;
Em síntese, eram senhores das condições necessárias para sobreviver e também de
seu tempo, pois decidiam quando trabalhar ou descansar
PARA ASSALARIADOS...
Pouco a pouco, houve a separação entre a moradia e o local de trabalho;
Depois o trabalhador foi separado dos seus instrumentos;
Por fim, perdeu a possibilidade de obter a própria matéria-prima.
Os comerciantes e industriais que haviam acumulados riquezas passaram a
financiar, organizar e coordenar a produção de mercadorias, definindo o que
produzir, em que quantidade e em quanto tempo.
A SOCIEDADE MODERNA E O SISTEMA 
CAPITALISTA DE PRODUÇÃO
Essa transformação ocorreu por meio de dois processos de
organização do trabalho: o de COOPERAÇÃO SIMPLES e o de
COOPERAÇÃO AVANÇADA (OU MANUFATURAL):
Cooperação simples: o artesão desenvolvia todo o processo
produtivo, mas trabalhava para quem financiava a matéria-
prima e os instrumentos de trabalho, e definia o local e a
jornada de trabalho.
Manufatura: o trabalho continuava a ser artesanal, mas uma
pessoa não fazia tudo, do começo ao fim. Cada indivíduo
passou a fazer apenas uma parte do trabalho.
A SOCIEDADE MODERNA E O SISTEMA 
CAPITALISTA DE PRODUÇÃO
DO ARTESANATO À MANUFATURA
Na manufatura, o produto tornou-se resultado das atividades de muitos
trabalhadores;
Para a realização das atividades, o trabalhador passou a receber um salário, e
desse modo o trabalho transformou-se em mercadoria (força de trabalho) que
podia ser vendida e comprada, como qualquer outra;
O tempo de trabalho passou a ser determinado por quem lhe pagava o salário;
Surgiu, então, a maquinofatura, na qual o espaço de trabalho passou a ser a
fábrica, pois era lá que estavam as máquinas que “comandavam” o processo de
produção.
Todo o conhecimento que o trabalhador usava para produzir suas peças foi
dispensado, ou seja, sua destreza manual foi transposta para as máquinas e
assim substituída por elas.
A SOCIEDADE MODERNA E O SISTEMA 
CAPITALISTA DE PRODUÇÃO
Não foi fácil submeter os trabalhadores às
longas jornadas e aos horários rígidos, pois
a maioria deles não estava acostumada a
isso.
A maior parte da população que foi para
as cidades trabalhava anteriormente no
campo, onde o único “patrão” era o ritmo
da natureza.
EVOLUÇÃO DAS HORAS DE TRABALHO 
SEMANAL
PERÍODO INGLATERRA FRANÇA
1650 - 1750 45 a 55 horas 50 a 60 horas
1750 - 1850 72 a 80 horas 72 a 80 horas
1850 - 1937 58 a 60 horas 60 a 68 horas
Fonte: CUNHA, Newton. A felicidade imaginada: a negação do trabalho e do lazer. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 37
MUDANÇAS DE CONCEPÇÃO
As transformações ocorridas no processo produtivo
envolveram a mudança da concepção de trabalho - de
atividade penosa para atividade que dignifica o homem.
Isso aconteceu porque, não sendo mais possível contar com o
serviço compulsório, foi preciso convencer as pessoas de que
trabalhar para os outros era bom;
Enfatizava-se que as novas formas de organização do
trabalho beneficiavam a todos e que a situação presente do
trabalhador era melhor do que a anterior.
Diversos setores da sociedade colaboraram para essa
mudança:
MUDANÇAS DE CONCEPÇÃO
As igrejas procuraram transmitir a ideia de que o trabalho era um bem divino e
quem não trabalhasse não seria abençoado. Não trabalhar (ter preguiça) passou a
ser pecado;
Os governantes passaram a criar uma série de leis e decretos que penalizavam quem
não trabalhasse. Os desempregados eram considerados vagabundos e podiam ir para
a prisão. A polícia era encarregada de prender esses “vagabundos”;
Os empresários desenvolveram uma disciplina rígida no local de trabalho, além de
determinar e controlar os horários de entrada e saída dos estabelecimentos. Além
disso, havia multas para os que não obedecessem às normas fixadas;
As escolas passaram às crianças a ideia de que o trabalho era fundamental para a
sociedade. Esse conceito era ensinado, por exemplo, nas tarefas e lições e também por
meio de contos infantis;
O trabalhador estava livre apenas legalmente porque, na realidade, via-se forçado
pela necessidade a fazer o que lhe impunham. E trabalhava mais horas do que antes.
QUADRO SÍNTESE
EVOLUÇÃO ECONÔMICA DA HUMANIDADE
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/382007/
REFERÊNCIAS
BOMENY, Helena; FREIRE-MEDEIROS, Bianca; EMERIQUE, Raquel 
Balmant; O’DONNEL, Julia. Tempos modernos, tempos de 
sociologia. 2ª edição. São Paulo: Editora do Brasil, 2013 – LIVRO 
DIDÁTIVO.
SANTOS, Luciano dos. Sociologia do Trabalho. Inhumas: IFG; Santa 
Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2012
TOMAZI, Nelson Dacio Tomazi. Sociologia para o ensino médio. 3ª 
edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2013.

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