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Embriologia Ginecológica

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Embriologia Ginecológica 
 
 
Paula Dumas Figueiredo – Turma XXI 
 
 
Apesar de o sexo cromossômico e genético de um embrião ser determinado na fecundação 
pelo tipo de espermatozoide que fecunda o óvulo, as características masculinas e femininas só 
começam a se desenvolver na 7ª semana. Os sistemas genitais iniciais nos dois sexos são 
semelhantes; por esta razão, o período inicial do desenvolvimento genital é referido como 
estágio indiferenciado do desenvolvimento sexual. 
Desenvolvimento das Gônadas 
As gônadas (testículos e ovários) são derivadas de três fontes: • O mesotélio (epitélio 
mesodérmico) que reveste a parede abdominal posterior. • O mesênquima subjacente (tecido 
conjuntivo embrionário). • As células germinativas primordiais. 
Gônadas Indiferenciadas 
Os estágios iniciais do desenvolvimento das gônadas ocorrem durante a 5ª semana, quando 
uma área espessada de mesotélio se desenvolve no lado medial do mesonefro. A proliferação 
deste epitélio e do mesênquima subjacente produz uma saliência no lado medial do 
mesonefro — a crista gonadal. 
Cordões epiteliais digitiformes — os cordões sexuais primários — logo penetram o 
mesênquima subjacente. A gônada indiferenciada consiste, então, em um córtex externo e 
uma medula interna. Em embriões com o complexo cromossômico XX, o córtex da gônada 
indiferenciada se diferencia no ovário e a medula regride. Em embriões com sexo 
cromossômico XY, a medula se diferencia no testículo e o córtex regride, exceto por alguns 
remanescentes vestigiais. 
Células Germinativas Primordiais 
Estas células sexuais grandes e esféricas são visíveis, no início da 4ª semana, entre as células 
endodérmicas do saco vitelino, próximo à origem do alantóide. Durante o dobramento do 
embrião, a parte dorsal do saco vitelino é incorporada dentro do mesmo. À medida que isto 
ocorre, as células germinativas primordiais migram ao longo do mesentério dorsal do intestino 
posterior até as cristas gonadais. Durante a 61 semana, as células germinativas primordiais 
penetram no mesênquima subjacente e são incorporadas nos cordões gonádicos. A migração 
das células germinativas primordiais é regulada pelos genes estella, fi-agilis e BMP-4. 
 
 
 
 
 
 
 
Determinação do Sexo 
O sexo cromossômico e genético é estabelecido na fecundação e depende da fecundação de 
um óvulo que contenha um cromossomo X por um espermatozoide que contenha um X ou um 
Y. Antes da 7ª semana, as gônadas dos dois sexos são idênticas em aparência e são 
chamadas de gônadas indiferenciadas . O desenvolvimento do fenótipo masculino requer um 
cromossomo Y. O gene SRY para o fator determinante do testículo (FDT) foi localizado na 
região determinante do sexo do cromossomo Y. E o FDT, regulado pelo cromossomo Y, que 
determina a diferenciação testicular. Sob a influência deste fator organizador, os cordões 
sexuais primários diferenciam-se em cordões seminíferos (primórdios dos túbulos 
seminíferos). A expressão dos genes Sox9 e Fgf9 está envolvida na formação dos cordões 
seminíferos.A ausência de um cromossomo Y resulta na formação de um ovário. Dois 
cromossomos X são necessários para o desenvolvimento do fenótipo feminino. Vários genes e 
regiões do cromossomo X possuem papéis especiais na determinação do sexo. 
Conseqüentemente, o tipo de complexo cromossômico sexual estabelecido na fecundação 
determina o tipo de gônada que se diferenciará a partir da gônada indiferenciada. O tipo de 
gônada presente, então, determina o tipo de diferenciação sexual que ocorre nos duetos 
genitais e na genitália externa. A testosterona, produzida pelo testículo fetal, a 
diidrotestosterona, um metabólito da testosterona, e o hormônio antimülleriano (AMH) 
determinam a diferenciação sexual masculina normal. A diferenciação sexual feminina 
primária no feto não depende de hormônios; ela ocorre mesmo se os ovários estiverem 
ausentes e, aparentemente, não está sob influência hormonal. 
 A diferenciação sexual masculina é um processo “ativo”, requerendo a presença 
do gene SRY (região determinante do gênero), localizado no braço curto do 
cromossomo Y. Do ponto de vista cliníco, o gênero não é aparente até cerca da 
décima segunda semana da vida embrionária e depende da elaboração do fator 
de desenvolvimento dos testículos e, subsequentemente, de andrógenos pela 
gônada masculina. O desenvolvimento feminino é chamado “via de 
desenvolvimento básico do embrião humano”, necessitando não de estrogênio, 
mas da ausência de testosterona. 
As células germinativas primordiais migram a partir do saco vitelino pelo mesentério 
do intestino posterior ao mesênquima da parede corporal posterior perto do nível da 
décima vértebra torácica – o local inicial do futuro ovário. Uma vez que as células 
germinativas alcançam essa área, induze a proliferação de células nos mesonefros 
adjacentes e epitélio celômico para formar um par de cristas genitais mediais aos 
mesonefros. Isso ocorre durante a quinta semana de gestação. O desenvolvimento das 
gônadas é absolutamente dependente dessa proliferação, pois tais células dão origem 
a um agregado de células de sustentação ( os cordões sexuais primitivos) que 
envolvem as células germinativas, sem o qual as gônadas se degenerariam. 
 
Desenvolvimento dos Testículos 
O gene SRY para FDT, no braço curto do cromossomo Y, age como a chave que dirige o 
desenvolvimento da gônada indiferenciada em um testículo. A expressão do fator de 
transcrição SOX9 também é essencial para a determinação testicular. O FDT induz os cordões 
sexuais primários a se condensar e penetrar na medula da gônada indiferenciada, onde eles se 
ramificam e se anastomosam para formar a rede testicular. A conexão dos cordões sexuais 
primários — cordões seminíferos — com o epitélio de superfície é perdida quando uma 
cápsula fibrosa e espessa, a túnica albugínea, se desenvolve. O desenvolvimento de uma 
túnica albugínea densa é a indicação característica do desenvolvimento testicular no feto. 
Gradualmente, o testículo em crescimento se separa do mesonefro em degeneração e torna-
se suspenso pelo seu próprio mesentério, o mesorquídio. Os cordões seminíferos 
desenvolvem-se em túbulos seminíferos, túbulos retos e rede testicular. 
Os túbulos seminíferos são separados pelo mesênquima que dá origem às células intersticiais 
(células de Leydig). Por volta da 8ª semana, estas células começam a secretar hormônios 
androgênios — testosterona e androstenediona, que induzem a diferenciação masculina dos 
duetos mesonéfricos e da genitália externa. A produção de testosterona é estimulada pela 
gonadotrofina coriônia humana (hCG — human chorionic gonadotropin), que alcança um nível 
máximo da 8ª a 12ª semana. Além da testosterona, o testículo fetal produz uma glicoproteína 
conhecida como hormônio antimülleriano, ou substância inibidora de Müller. O AMH é 
produzido pelas células de sustentação (células de Sertoli), que continua até a puberdade, 
após o que os níveis de hormônio antimülleriano diminuem. O AMH suprime o 
desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos, que formam o útero e as tubas uterinas. 
Os túbulos seminíferos permanecem maciços (z. e., sem luz) até a puberdade, quando a luz 
começa a se desenvolver. As paredes dos túbulos seminíferos são compostas de dois tipos de 
células : • Células de Sertoli, células de sustentação derivadas do epitélio da superfície do 
testículo. • Espermatogônias, células espermáticas primordiais derivadas das células 
germinativas primordiais. As células de Sertoli constituem a maior parte do epitélio seminífero 
no testículo fetal .Durante o desenvolvimento posterior, o epitélio da superfície do testículo se 
achata para formar o mesotélio da superfícieexterna do testículo adulto. A rede testicular 
torna-se contínua com 15 a 20 túbulos mesonéfricos que se tornam os ductos eferentes 
(Latim, ductuli efferentes). Estes ductos são conectados ao ducto mesonéfrico, que se torna o 
ducto do epidídimo. 
Desenvolvimento dos Ovários 
O desenvolvimento das gônadas ocorre lentamente em embriões femininos. Os cromossomos 
X carregam genes para o desenvolvimento ovariano, e um gene autossômico também parece 
desempenhar um papel na organogênese ovariana. O ovário não é identificado 
histologicamente até aproximadamente a 10ª semana. Os cordões sexuais primários não se 
tornam proeminentes, mas penetram na medula e formam uma rede ovariana rudimentar. 
Esta estrutura e os cordões sexuais primários normalmente degeneram e desaparecem. 
Durante o início do período fetal, os cordões corticais se estendem do epitélio da superfície do 
ovário em desenvolvimento para dentro do mesênquima subjacente. Este epitélio é derivado 
do mesotélio. À medida que os cordões corticais crescem em tamanho, incorporam células 
germinativas primordiais. Com cerca de 16 semanas, estes cordões começam a se romper, 
formando agrupamentos isolados de células — os folículos primordiais — cada um constituído 
de uma ovogônia, derivada de uma célula germinativa primordial, rodeada por uma única 
camada de células foliculares achatadas, derivadas do epitélio da superfície . Durante a vida 
fetal, ocorrem mitoses nas ovogônias, produzindo milhares de folículos primordiais. 
Não se formam ovogônias após o nascimento. Apesar de muitas ovogônias degenerarem antes 
do nascimento, os dois milhões, aproximadamente, que permanecem, crescem, tornando-se 
ovócitos primários antes do nascimento. Após o nascimento, o epitélio da superfície do ovário 
se achata e forma uma camada única de células, em continuidade com o mesotélio do 
peritônio no hilo do ovário. Antigamente, o epitélio da superfície do ovário era chamado de 
epitélio germinativo, o que era inapropriado, pois está bem estabelecido agora que as células 
germinativas se diferenciam das células germinativas primordiais . No córtex, o epitélio da 
superfície fica separado dos folículos por uma fina cápsula fibrosa, a túnica albugínea. 
Conforme o ovário se separa do mesonefro em regressão, fica suspenso por um mesentério — 
o mesovário . 
 
 
Desenvolvimento dos Ductos Genitais 
Durante a 5ª e 6ª semanas, o sistema genital está num estágio indiferenciado, quando ambos 
os pares de ductos genitais estão presentes. Os ductos mesonéfricos (duetos de Wolff) 
desempenham uma importante parte no desenvolvimento do sistema reprodutor masculino , 
e os ductos paramesonéfricos (ductos de Müller) têm um papel condutor no desenvolvimento 
do sistema reprodutor feminino. Os ductos paramesonéfricos desenvolvem-se lateralmente às 
gônadas e aos ductos mesonéfricos em cada lado, a partir de invaginações longitudinais do 
mesotélio, sobre as faces laterais dos mesonefros. As bordas destas invaginações 
paramesonéfricas aproximam-se uma da outra e se fundem para formar os duetos 
paramesonéfricos . As extremidades craniais afuniladas destes duetos abrem-se na cavidade 
peritoneal.Os ductos paramesonéfricos passam caudalmente, paralelos aos duetos 
mesonéfricos, até alcançarem a futura região pélvica do embrião. Neste local, eles cruzam 
ventralmente os ductos mesonéfricos, aproximam-se um do outro no plano mediano e se 
fundem para formar o primórdio uterovaginal em forma de Y . Esta estrutura tubular se 
projeta para dentro da parede dorsal do seio urogenital e produz uma elevação — o tubérculo 
do seio. 
Desenvolvimento dos Ductos Genitais Masculinos e Glândulas 
O testículo fetal produz hormônios masculinizantes (p. ex., testosterona) e uma substância 
inibidora de Müller. As células de Sertoli começam a produzir a substância inibidora de Müller 
com 6 a 7 semanas. As células intersticiais começam a produzir testosterona na 8ª semana. A 
testosterona, cuja produção é estimulada pela hCG, estimula os ductos mesonéfricos a 
formarem os ductos genitais masculinos, enquanto a substância inibidora de Müller causa o 
desaparecimento dos ductos paramesonéfricos por uma transformação epitelial-esenquimal. 
Sob a influência da testosterona produzida pelo testículo fetal na 8ª semana, a parte proximal 
de cada ducto mesonéfrico se torna altamente convoluta para formar o epidídimo. Conforme 
o mesonefro degenera, alguns túbulos mesonéfricos persistem e são transformados em 
dúctulos eferentes . Estes ductos se abrem no ducto mesonéfrico, que se transformou no 
ducto do epidídimo (Latim, duetus epididymis) nesta região. Distalmente ao epidídimo, o 
ducto mesonéfrico adquire um espesso revestimento de tecido muscular liso e se torna o 
ducto deferente. 
 
As células de Sertoli secretam uma glicoproteína conhecida como hormônio antimulleriano 
(HAM), que causa a regressão do sistema ductal paramesonéfrico no embrião masculino e, 
talvez, seja o sinal para a diferenciação das células de Leydig a partir do mesênquima 
circundante. As células de Leydig produzem testosterona psteriormente convertida pela 
enzima 5α-redutase em di-hidrotestosterona. 
A testosterona é responsável pela evolução do sistema ductal mesonéfrico em canal 
deferente, epidídimo, ducto ejaculatório e vesícula seminal. A di-hidrotestosterona inicia o 
desenvolvimento da genitália externa masculina, da próstata e das glândulas bulbouretrais. 
Na ausência do fator de desenvolvimento dos testículos, a medula regride, e os cordões 
sexuais corticais dividem-se em grupos celulares isolados ( os folículos primordiais). 
Na ausência do hormônio antimulleriano, o sistema ductal mesonéfrico se degenera, 
embora, em pelo menos ¼ das mulheres adultas, possam ser encontrados remanscentes no 
mesovário ou junto à parede lateral do útero ou da vagina. 
O sistema ductal paramesonéfrico se desenvolve de maneira subsequente. A porção inferior 
fundida se torna no canal uterovaginal, que, mais tarde, torna-se no epitélio e nas glândulas 
do útero, bem como na parte superior da vagina. O estroma endometrial e o miométrio se 
diferenciam a partir do mesênquima circundante. 
As porções craniais não fundidas dos ductos paramesonéfricos se abrem na cavidade 
celômica (futura cavidade peritoneal) e se tornam nas tubas uterinas. 
 
Glândulas Seminais 
Uma evaginação lateral da extremidade caudal de cada ducto mesonéfrico dá origem à 
vesícula seminal. Este par de glândulas produz uma secreção que nutre os espermatozóides. A 
parte dos ductos mesonéfricos entre o ducto desta glândula e a uretra torna-se o ducto 
ejaculatório. 
Próstata 
Múltiplas evaginações endodérmicas surgem da parte prostática da uretra e penetram no 
mesênquima circundante. O epitélio glandular da próstata diferencia-se a partir destas células 
endodérmicas, e o mesênquima associado diferencia-se em um estroma denso e no músculo 
liso da próstata. 
Glândulas Bulbouretrais 
Estas estruturas do tamanho de uma ervilha desenvolvem-se de evaginações pares da parte 
esponjosa da uretra. As fibras musculares lisas e o estroma diferenciam-se a partir do 
mesênquima adjacente. As secreções destas glândulas contribuem para formar o sêmen. 
Desenvolvimento dos Ductos Genitais Femininos e Glândulas 
Em embriões femininos, os ductos mesonéfricos regridem por causa da ausência de 
testosterona, persistindo apenas remanescentes não funcionais. Os ductos paramesonéfricos 
desenvolvem-se por causa da ausência de substância inibidora de Müller. O desenvolvimento 
sexual feminino não depende da presença de ovários ou hormônios. Os ductos 
paramesonéfricos formam a maior parte do trato genital feminino. As tubas uterinas 
desenvolvem-se a partirdas partes craniais não fusionadas dos ductos paramesonéfricos . As 
porções caudais fundidas destes ductos formam o primórdio uterovaginal. Como o nome desta 
estrutura indica, ela dá origem ao útero e à vagina (parte superior). O estroma endometrial e o 
miométrio são derivados do mesênquima esplênico. 
A fusão dos ductos paramesonéfricos também une uma dobra peritoneal que forma o 
ligamento largo e dois compartimentos peritoneais — a bolsa retouterina e a bolsa 
vesicouterina .Lateralmente ao útero, entre as camadas do ligamento largo, o mesênquima 
prolifera e se diferencia em um tecido celular — o paramétrio — que é composto de tecido 
conjuntivo frouxo e músculo liso. 
Glândulas Genitais Auxiliares das Mulheres 
Brotos crescem da uretra, penetrando o mesênquima circundante, e formam as glândulas 
uretrais e as glândulas parauretrais. Estas glândulas correspondem à próstata do homem. 
Evaginações do seio urogenital formam as glândulas vestibulares maiores na terça parte 
inferior dos grandes lábios. Estas glândulas tubuloalveolares também secretam muco e são 
homólogas às glândulas bulbouretrais do homem. 
 
 
 
Desenvolvimento do Útero e da Vagina 
A parede fibromuscular da vagina desenvolve-se a partir do mesênquima circundante. O 
contato do primórdio uterovaginal com o seio genital, formando o tubérculo do seio, induz a 
formação de um par de projeções endodérmicas — os bulbos sinovaginais. Eles se estendem 
do seio urogenital até a extremidade caudal do primórdio uterovaginal. Os bulbos sinovaginais 
fundem-se para formar a placa vaginal. Mais tarde, as células centrais desta placa se 
desintegram, formando a luz da vagina. As células periféricas da placa formam o epitélio 
vaginal. Até o final da vida fetal, a luz da vagina é separada da cavidade do seio urogenital por 
uma membrana — o hímen . O hímen é formado pela invaginação da parede posterior do seio 
urogenital, resultante da expansão da extremidade caudal da vagina. O hímen geralmente se 
As glândulas genitais acessórias femininas se desenvolvem como excrescências da uretra 
(parauretral ou de Skene) e do seio urogenital definitivo (vestibular maior ou de 
Bartholin). 
rompe durante o período perinatal e permanece como uma delgada prega de membrana 
mucosa dentro do orifício vaginal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estruturas Vestigiais Derivadas dos Ductos Genitais Embrionários 
Durante a transformação dos ductos mesonéfricos e paramesonéfricos em estruturas do 
adulto, partes delas permanecem como estruturas vestigiais. Estes vestígios raramente são 
observados, a não ser que sofram transformações patológicas. 
REMANESCENTES DO DUCTO MESONÉFRICO NO HOMEM 
A vagina é formada no terceiro mês da vida embrionária. Durante a constituição do 
canal uterovaginal, o tecido endodérmico do tubérculo sinusal começa a proliferar, 
originando um par de bulbos sinovaginais, que se tornam nos 20% inferiores da 
vagina. A porção mais inferior do canal uterovaginal é ocluída por um núcleo solido de 
tecido ( a placa vaginal), cuja origem não está clara. Ao longo dos 2 meses 
subsequentes, esse tecido se alonga e se canaliza por um processo de descamação 
central, e as células periféricas se tornam no epitélio vaginal. A parede fibromuscular 
da vagina se origina do mesoderma do canal uterovaginal. 
A extremidade cranial do ducto mesonéfrico pode persistir como um apêndice do epidídimo, 
que geralmente está ligado à cabeça do epidídimo . Caudalmente aos ductos eferentes, alguns 
túbulos mesonéfricos podem persistir como um pequeno corpo, o paradídimo. 
REMANESCENTES DO DUCTO MESONÉFRICO NA MULHER 
A extremidade cranial do ducto mesonéfrico pode persistir como um apêndice vesiculoso. 
Poucos túbulos em fundo cego e um dueto, o epoóforo, correspondem aos dúctulos eferentes 
e ao dueto do epidídimo no homem. 0 epoóforo pode persistir no mesovário, entre o ovário e 
a tuba uterina. Mais próximo do útero, alguns túbulos rudimentares podem persistir como o 
paraóforo. Partes do ducto mesonéfrico, correspondentes ao dueto deferente e ao dueto 
ejaculatório, podem persistir como o dueto de Gartner, entre as camadas do ligamento largo, 
ao longo da parede lateral do útero e na parede da vagina. 
 
REMANESCENTES DO DUCTO PARAMESONÉFRICO 
NO HOMEM 
A extremidade cranial do ducto paramesonéfrico pode persistir como o apêndice do testículo 
vesicular, que está ligado ao pólo superior do testículo . O utrículo prostático, uma pequena 
estrutura em forma de saco que se abre na uretra prostática, é homólogo à vagina. O 
revestimento do utrículo prostático é derivado do epitélio do seio urogenital. Dentro deste 
epitélio, células endócrinas contendo serotonina e enolase neurônio-especlfica foram 
detectadas. O colículo seminal, uma pequena elevação na parede posterior da uretra 
prostática, é o derivado adulto do tubérculo do seio. Ele é homólogo ao hímen da mulher. 
REMANESCENTES DO DUCTO PARAMESONÉFRICO NA MULHER 
Parte da extremidade cranial do ducto paramesonéfrico que não contribui para o infundíbulo 
da tuba uterina pode persistir como um apêndice vesicular, a hidátide [de Morgagni). 
DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA 
Até a 7ª semana de desenvolvimento, as genitálias externas são semelhantes em ambos os 
sexos . Características sexuais distintas começam a aparecer durante a 9ª semana, mas as 
genitálias externas não são totalmente diferenciadas até a 12ª semana. 
No início da 4ª semana, o mesênquima em proliferação produz um tubérculo genital, em 
ambos os sexos, na extremidade cranial da membrana cloacal. As intumescências 
labioescrotais e as pregas urogenitais logo se desenvolvem em cada lado da membrana 
cloacal. A seguir, o tubérculo genital se alonga para formar o falo primordial. Quando o septo 
urorretal se funde com a membrana cloacal, no final da 6a semana, ele divide esta membrana 
em uma membrana anal, dorsal, e uma membrana urogenital, ventral. A membrana urogenital 
fica no assoalho de uma fenda mediana, o sulco urogenital, limitado pelas pregas urogenitais. 
As membranas anal e urogenital se rompem cerca de uma semana mais tarde, formando o 
ânus e o orifício urogenital, respectivamente. No feto feminino, a uretra e a vagina se abrem 
em uma cavidade comum, o vestíbulo. 
Desenvolvimento da Genitália Externa Masculina 
A masculinização da genitália externa indiferenciada é induzida pela testosterona produzida 
pelas células intersticiais dos testículos fetais. A medida que o falo cresce e se alonga para se 
tornar o pênis, as pregas urogenitais formam as paredes laterais do sulco, uretral na superfície 
ventral do pênis. Este sulco é revestido por uma proliferação de células endodérmicas, a placa 
uretral, que se estende a partir da porção fálica do seio urogenital. As pregas urogenitais 
fundem-se uma com a outra, ao longo da superfície ventral do pênis, para formar a uretra 
esponjosa. O ectoderma da superfície funde-se no plano mediano do pênis, formando a rafe 
peniana e envolvendo a uretra esponjosa dentro do pênis. Na extremidade da glande do pênis, 
uma invaginação do ectoderma forma um cordão ectodérmico celular, que cresce em direção 
à raiz do pênis para se unir à uretra esponjosa. Este cordão se canaliza e se une à uretra 
esponjosa previamente formada. Isto completa a parte terminal da uretra e desloca o orifício 
uretral externo para a extremidade da glande do pênis . Durante a 12ª semana, uma 
invaginação circular de ectoderma forma-se na periferia da glande peniana . Quando esta 
invaginação se rompe, ela forma o prepúcio — uma prega de pele de cobertura . Os corpos 
cavernosos e o corpo esponjoso do pênis se desenvolvem a partir do mesênquima do falo. As 
intumescências labioescrotaiscrescem uma em direção à outra e se fundem, formando o 
escroto. A linha de fusão destas pregas é claramente visível como a rafe escrotal . A agenesia 
do escroto é uma anomalia extremamente rara. 
Desenvolvimento da Genitália Externa Feminina 
O primórdio do falo no feto do sexo feminino torna-se gradualmente o clitóris. O clitóris, ainda 
relativamente grande com 18 semanas , se desenvolve como o pênis, mas as pregas 
urogenitais não se fundem, exceto na parte posterior, onde elas se unem para formar o 
frênulo dos pequenos lábios. As partes não fusionadas das pregas urogenitais formam os 
pequenos lábios. As pregas labioescrotais fundem-se na parte posterior para formar a 
comissura labial posterior e, na parte anterior, para formar a comissura labial anterior e o 
monte pubiano . A maior parte da pregas labioescrotais permanece não fusionada e forma 
duas grandes pregas de pele, os grandes lábios. 
 No início da quinta semana da vida embrionária, dobras de tecido se 
formam em cada lado da cloaca e se encontram anteriormente na linha 
média para originar o tubérculo genital. Com a divisão da cloaca pelo 
septo urogenital e consequente constituição do períneo, essas dobras 
cloacais são conhecidas anteriormente como pregas urogenitais e 
posteriormente como as pregas anais. O tubérculo genital começa a 
crescer. 
No embrião feminino, seu crescimento de maneira gradual diminui 
para se tornar no clitóris, e as pregas urogenitais originam os pequenos 
lábios. No embrião masculino, o tubérculo genital continua a crescer 
para formar o pênis, e as pregas urogenitais, acredita-se, fundem-se 
para envolver a uretra peniana. Na lateral das pregas urogenitais, outro 
par de dilatações se desenvolvem, conhecidos no estágio 
indiferenciado como saliências labioescrotais. Na ausência do 
androgênios, eles permanecem separados para se tornarem nos 
grandes lábios. O seio urogenital definitivo dá origem ao vestíbulo 
vaginal, no qual se abrem a uretra, a vagina e as glândulas vestibulares 
maiores. 
 
DETERMINAÇÃO DO SEXO FETAL 
A visualização da genitália externa durante a ultra-sonografia é clinicamente importante por 
várias razões, tal como a identificação de fetos com risco de apresentar distúrbios graves 
ligados ao X. 0 exame cuidadoso do períneo pode detectar genitália ambígua. Somente a 
visualização dos testículos no escroto é que permite em 100% a determinação do sexo, o que 
não é possível fazer, no útero, até 22 a 36 semanas. Infelizmente, a posição fetal impede uma 
boa visualização do períneo em 30% dos fetos. Quando ocorre diferenciação sexual normal, a 
aparência da genitália externa e interna é condizente com o complemento cromossômico 
sexual. Erros na determinação e diferenciação do sexo resultam em vários graus de sexo 
intermediário — intersexualidade ou hermafroditismo. 0 hermafroditismo implica a 
discrepância entre a morfologia das gônadas (testículos/ovários) e a aparência da genitália 
externa. As condições intersexuadas são classificadas de acordo com o aspecto histológico das 
gônadas: • Os hermafroditas verdadeiros possuem tecido ovariano e testicular na mesma 
gônada ou na gônada oposta. • Os pseudo-hermafroditas femininos têm ovários. • Os pseudo-
hermafroditas masculinos têm testículos. 
Hermafroditismo verdadeiro 
As pessoas com esta condição intersexuada extremamente rara geralmente possuem núcleos 
cromatina-positivos (contêm cromatina sexual em células observadas em um esfregaço bucal) 
e 70% delas têm uma constituição cromossômica 46, XX; cerca de 20% têm mosaicismo 
(presença de duas ou mais linhas de células) 46, XX/46, XY, e cerca de 10% têm uma 
constituição cromossômica 46, XY. As causas do hermafroditismo verdadeiro ainda não são 
bem conhecidas. A maioria dos hermafroditas verdadeiros é criada como mulher e possui 
tanto tecido testicular quanto ovariano (p. ex., um ovário e um testículo, ou um ovotestículo). 
Os ovotestículos (contendo tanto tecido testicular quanto ovariano) se formam quando o 
córtex e a medula da gônada indiferenciada se desenvolvem. Estes tecidos geralmente não são 
funcionais. 0 hermafroditismo verdadeiro resulta de um erro na determinação do sexo. 0 
fenótipo pode ser masculino ou feminino, mas a genitália externa é ambígua. 
Pseudo-hermafroditismo Feminino 
Pessoas com esta condição intersexuada têm núcleos cromatina-positivos e uma constituição 
cromossômica 46, XX. Esta anomalia resulta da exposição do feto feminino a um excesso de 
androgênios, e os efeitos são principalmente a virilização da genitália externa (aumento do 
clitóris e fusão labial . A causa comum do pseudo-hermafroditismo feminino é a HAC. Não há 
anormalidade ovariana, mas a produção excessiva de androgênios pelas glândulas supra-renais 
fetais causa masculinização da genitália externa, variando desde o aumento do clitóris até uma 
genitália quase masculina. Comumente, há hipertrofia do clitóris, fusão parcial dos grandes 
lábios e um seio urogenital persistente. Em casos muito incomuns, a masculinização pode ser 
tão intensa que resulta numa uretra clitoriana. A administração de agentes androgênicos a 
mulheres durante a gravidez pode causar anomalias semelhantes na genitália externa fetal . A 
maioria dos casos resultou do uso de certos compostos progestacionais para o tratamento de 
ameaça de aborto. Tumores maternos masculinizantes podem também causar virilização de 
fetos femininos. 
Pseudo-hermafroditismo Masculino 
As pessoas com esta condição intersexuada têm núcleos cromatina-negativos (não contêm 
cromatina sexual) e uma constituição cromossômica 46, XY. As genitálias externa e interna são 
variáveis, devido aos vários graus de desenvolvimento da genitália externa e dos ductos 
paramesonéfricos. Estas anomalias são causadas pela produção inadequada de testosterona e 
substância inibidora de Müller pelos testículos fetais. O desenvolvimento testicular nestes 
homens varia de rudimentar a normal. Defeitos genéticos na síntese enzimática de 
testosterona pelos testículos fetais e na diferenciação das células intersticiais produzem o 
pseudo-hermafroditismo masculino, através de uma virilização inadequada do feto masculino. 
SÍNDROME DA INSENSIBILIDADE ANDROGÊNICA 
Pessoas com síndrome da insensibilidade androgênica (SIA) —também denominada síndrome 
da feminização testicular — (um em cada 20.000 nascimentos vivos) são mulheres de 
aparência normal, a despeito da presença de testículos e de uma constituição cromossômica 
46, XY . A genitália externa é feminina, mas a vagina usualmente é uma bolsa em fundo cego, e 
o útero e as tubas uterinas são ausentes ou rudimentares. Na puberdade, ocorre 
desenvolvimento normal das mamas e das características femininas, mas a menstruação não 
ocorre. A orientação psicossexual de mulheres com SIA é inteiramente feminina, e, dos pontos 
de vista médico, legal e social, elas são mulheres. Os testículos são geralmente no abdome ou 
nos canais inguinais, mas eles podem descer para os grandes lábios. A ausência de 
masculinização destes indivíduos resulta da resistência à ação da testosterona em nível celular 
no tubérculo genital e nas pregas labioescrotais e urogenitais. Pacientes com SIA parcial 
exibem alguma masculinização no nascimento, tal como genitália externa ambígua, e podem 
ter clitóris aumentado. A vagina termina em fundo cego e o útero está ausente. Os testículos 
estão nos canais inguinais ou nos grandes lábios. Estes pacientes usualmente têm mutações 
pontuais na seqüência que codifica o receptor para androgênio. Usualmente, os testículos são 
removidos logo que são descobertos, pois, em cerca de um terço destas mulheres, se 
desenvolvem tumores malignos em torno dos 50 anos de idade. A SIA segue a herançarecessiva ligada ao X, e o gene que codifica o receptor para androgênio já foi localizado. 
DISGENESIA GONADAL MISTA 
Pessoas com esta condição muito rara usualmente têm núcleos cromatina-negativos, um 
testículo em um lado, e uma gônada indiferenciada no outro lado. A genitália interna é 
feminina, mas algumas vezes derivados masculinos dos ductos mesonéfricos estão presentes. 
A genitália externa varia de uma mulher normal até a de um homem normal, passando por 
estágios intermediários. Na puberdade, não ocorre nem o desenvolvimento das mamas, nem a 
menstruação, mas graus variáveis de virilização são comuns. 
HIPOSPÁDIA 
A hipospádia é a anomalia mais comum do pênis. Há quatro tipos de hipospádia: • Hipospádia 
da glande •— o tipo mais comum. • Hipospádia peniana. • Hipospádia pênis-escroto. • 
Hipospádia perineal. Em uma em cada 300 crianças do sexo masculino, o orifício uretral 
externo é na superfície ventral da glande do pênis (hipospádia glandular) ou na superfície 
ventral do corpo do pênis (hipospádia peniana). Geralmente o pênis é pouco desenvolvido e 
curvado ventralmente — chordee. As hipospádias da glande e do corpo do pênis constituem 
cerca de 80% dos casos (Fig. 12-42). Na hipospádia pênis-escroto, o orifício uretral está na 
junção do pênis com o escroto. Na hipospádia perineal, as pregas labioescrotais não se fundem 
e o orifício uretral externo está localizado entre as metades não fusionadas do escroto. Como a 
genitália externa neste grave tipo de hipospádia é ambígua, pessoas com hipospádia perineal e 
criptorquidismo (testítuculos não-descidos) são às vezes erroneamente diagnosticadas como 
pseudo-hermafroditas masculinos. A hipospádia resulta da produção inadequada de 
androgênios pelos testículos fetais e/ou de localização inadequada dos receptores hormônios 
androgênios. Estes defeitos resultam na falha de canalização do cordão ectodérmico na glande 
e/ou falha da fusão das pregas urogenitais; como conseqüência, há formação incompleta da 
uretra esponjosa (peniana). As diferenças no momento e no grau de insuficiência hormonal, 
e/ou na falha do desenvolvimento de sítios receptores, contribuem para os diferentes tipos de 
hipospádia. 
EPISPÁDIA 
Em uma de cada 30.000 crianças do sexo masculino, a uretra se abre na superfície dorsal do 
pênis. Apesar de a epispádia poder ocorrer como uma entidade separada, ela é 
freqüentemente associada à extrofia da bexiga. A epispádia pode resultar de interações 
ectodérmicas-mesenquimais inadequadas durante o desenvolvimento do tubérculo genital. 
Como conseqüência, o tubérculo genital se desenvolve mais dorsalmente do que em embriões 
normais. Logo, quando a membrana urogenital se rompe, o seio urogenital se abre na 
superfície dorsal do pênis. A urina é expelida na raiz do pênis malformado. 
AGENESIA DA GENITÁLIA EXTERNA 
Ausência congênita do pênis ou do clitóris é uma condição extremamente rara. O não-
desenvolvimento do tubérculo genital pode resultar de interações inadequadas entre o 
ectoderma e o mesênquima durante a 7a semana. Geralmente a uretra se abre no períneo, 
próximo ao ânus. 
PÊNIS BÍFIDO E PÊNIS DUPLO 
Estas anomalias são muito raras e estão usualmente associadas à extrofia da bexiga. Elas 
também podem estar associadas a anormalidades do trato urinário e ânus não-perfurado. O 
pênis bífido se forma quando dois tubérculos genitais se desenvolvem. 
MICROPÊNIS 
O pênis é tão pequeno que é quase totalmente escondido pelo panículo adiposo suprapúbico. 
Esta condição resulta de insuficiência testicular do feto e está comumente associada a 
hipopituitarismo. 
ANOMALIAS DAS TUBAS UTERINAS, ÚTERO E VAGINA 
As anomalias das tubas uterinas ocorrem raramente e somente alguns tipos foram relatados. 
Estes incluem cistos hidáticos, orifícios acessórios, falta completa ou de segmentos, duplicação 
da tuba, falta da camada muscular e falta de canalização da tuba. 
 Períneo de uma criança. A genitália externa não está presente. (Cortesia do Dr. A.E. Chudley, 
Section of Genetics and Metabolism, Department of Pediatrics and Child Health, Children's 
Hospital and University of Manitoba, Winnipeg, Manitoba, Canadá.) 
Vários tipos de duplicação uterina e anomalias vaginais resultam de interrupções no 
desenvolvimento do primórdio uterovaginal durante a oitava semana: 
 • Fusão incompleta dos ductos paramesonéfricos. 
 • Desenvolvimento incompleto de um ducto paramesonéfrico. 
 • Não-desenvolvimento de partes de um ou de ambos os ductos paramesonéfricos. 
 • Canalização incompleta da placa vaginal para formar a vagina. 
Desenvolvimento Anormal do Útero O útero duplo (Latim, uterus didelphys) resulta da não-
fusão das partes inferiores dos ductos paramesonéfricos. Ele pode estar associado a uma 
vagina dupla ou única . Em alguns casos, o útero parece normal externamente, mas é dividido 
internamente por um delgado septo . Se a duplicação envolve somente a parte superior do 
corpo do útero, a condição é denominada útero bicórneo. Se um ducto paramesonéfrico tem 
seu crescimento retardado e não se funde com o outro, desenvolve-se um útero bicórneo com 
um corno rudimentar. O corno rudimentar pode não se comunicar com a cavidade do útero. 
Um útero unicórneo se desenvolve quando um ducto paramesonéfrico não se forma; isto 
resulta em um útero com uma tuba uterina . Em muitos casos, os indivíduos são férteis, mas 
podem ter uma incidência maior de parto prematuro. 
Ausência de Vagina e Útero 
Aproximadamente uma vez em cada 5.000 nascimentos de meninas ocorre a ausência de 
vagina. Isto resulta da falta de desenvolvimento dos bulbos sinovaginais para formar a placa 
vaginal. Quando a vagina está ausente, o útero usualmente também está ausente, pois o útero 
em desenvolvimento (primórdio uterovaginal) induz a formação dos bulbos sinovaginais, que 
se fundem para formar a placa vaginal. Também pode haver outras anomalias envolvendo o 
trato urogenital e o sistema esquelético (síndrome Mayer-RokitanskyKüster-Hauser). 
 
 
 
Atresia Vaginal 
A falta de canalização da placa vaginal resulta no bloqueio da vagina. Um septo vaginal 
transverso ocorre, aproximadamente, em um em cada 80.000 mulheres. Usualmente, o septo 
é localizado na junção dos terços médio e superior da vagina. A falta de perfuração da 
extremidade inferior da placa vaginal resulta em um hímen imperfurado. As variações na 
aparência do hímen são comuns . O orifício vaginal varia de diâmetro, desde muito pequeno 
até grande, e pode haver mais de um orifício. 
 
DESENVOLVIMENTO DOS CANAIS INGUINAIS 
Os canais inguinais formam vias pelas quais os testículos descem de sua posição intra-
abdominal, através de parede abdominal anterior, para o escroto. Os canais inguinais se 
desenvolvem em ambos os sexos, por causa do estágio morfologicamente indiferenciado do 
desenvolvimento sexual. Com a degeneração do mesonefro, um ligamento — o gubernáculo 
— desce em cada lado do abdome, a partir do pólo inferior da gônada. O gubernáculo passa 
obliquamente através da parede abdominal anterior em desenvolvimento, no local do futuro 
canal inguinal. O gubernáculo prende-se caudalmente à superfície interna das intumescências 
labioescrotais (futuras metades do escroto ou dos grandes lábios). O processo vaginal, uma 
evaginação do peritônio, desenvolve-se ventralmente ao gubernáculo e forma uma hérnia 
através da parede abdominal, ao longo do trajeto formado pelo gubernáculo. O processo 
vaginal carrega à sua frente extensões das camadas da parede abdominal, as quais formam as 
paredes do canal inguinal. Nos homens, estas camadas também formam os envoltórios do 
cordão espermático e dos testículos. A abertura na fáscia transversal produzida pelo processo 
vaginaltorna-se o anel inguinal profundo, e a abertura criada na aponeurose oblíqua externa 
forma o anel inguinal superficial. 
 
 
COMPLEXOS CROMOSSÔMICOS SEXUAIS ANORMAIS 
Em embriões com complexos cromossômicos sexuais anormais, como XXX ou XXY, o número 
de cromossomos X parece não ser importante na determinação do sexo. Se um cromossomo Y 
normal estiver presente, o embrião se desenvolve como homem. Se não houver cromossomo 
Y presente ou se a região determinadora dos testículos do cromossomo Y estiver ausente, 
ocorre um desenvolvimento feminino. A perda de um cromossomo X não parece interferir na 
migração das células primordiais germinativas para as cristas gonadais porque algumas células 
germinativas foram observadas em gônadas fêmeas fetais de 45 X com síndrome de Turner. 
Entretanto, são necessários dois cromossomos X para que ocorra um desenvolvimento 
ovariano normal. 
LOCALIZAÇÃO DEFINITIVA DOS TESTÍCULOS E OVÁRIOS 
Descida dos Testículos 
A descida testicular está associada a: • Aumento dos testículos e atrofia dos mesonefros (rins 
mesonéfricos), permitindo o movimento dos testículos caudalmente, ao longo da parede 
abdominal posterior. • Atrofia dos duetos paramesonéfricos, induzida pela substância 
inibidora de Müller, que permite o movimento transabdominal dos testículos até os anéis 
inguinais profundos. • O aumento do processo vaginal, que guia os testículos pelos canais 
inguinais para dentro do escroto. Com 26 semanas, os testículos já desceram 
retoperitonealmente (externamente ao peritônio) da parede abdominal posterior para os 
anéis inguinais profundos . Esta mudança na posição ocorre com o aumento da pelve fetal e 
alongamento do tronco do embrião. O movimento transabdominal dos testículos é, em grande 
parte, um movimento relativo, que resulta do crescimento da parte cranial do abdome, 
afastando-se da parte caudal (futura região pélvica). Sabe-se pouco sobre a causa da descida 
testicular através dos canais inguinais para o escroto, mas o processo é controlado por 
androgênios (p. ex., testosterona) produzidos pelos testículos fetais. O papel do gubernáculo 
na descida dos testículos é incerto. Inicialmente ele forma uma via através da parede 
abdominal anterior, para o processo vaginal avançar durante a formação do canal inguinal. O 
gubernáculo também ancora o testículo no escroto e parece guiar sua descida para o escroto. 
A passagem do testículo através do canal inguinal também pode ser ajudada pelo aumento da 
pressão intra-abdominal, resultante do crescimento das vísceras abdominais. A descida dos 
testículos pelos canais inguinais para o escroto geralmente começa durante a 26a semana e 
leva 2 ou 3 dias. Os testículos passam externamente ao peritônio e ao processo vaginal. Após 
os testículos entrarem no escroto, o canal inguinal se contrai ao redor do cordão espermático. 
Mais de 97% de meninos recém-nascidos a termo possuem ambos os testículos no escroto. 
Durante os primeiros 3 meses após o nascimento, a maioria dos testículos que não desceu 
desce para o escroto. O modo pelo qual os testículos descem explica por que o dueto 
deferente cruza anteriormente ao ureter ; isto também explica o curso dos vasos testiculares. 
Estes vasos se formam quando o testículo está em posição alta na parede abdominal posterior. 
Quando o testículo desce, ele carrega com ele seu dueto deferente e seus vasos. Conforme o 
testículo e o dueto deferente descem, eles são embainhados por extensões de fáscias da 
parede abdominal. 
• A extensão da fáscia transversal torna-se a fáscia espermática interna. • As extensões do 
músculo oblíquo interno e de sua fáscia tornam-se o músculo e a fáscia do cremaster. • A 
extensão da aponeurose oblíqua externa torna-se a fáscia espermática externa. Dentro do 
escroto, o testículo se projeta para a extremidade distai do processo vaginal. Durante o 
período 
perinatal, o pedículo de conexão deste processo normalmente se oblitera, formando a 
membrana serosa — a túnica vaginal —, que cobre a frente e os lados do testículo. 
Descida dos Ovários 
Os ovários também descem pela parede abdominal posterior até a região inferior da borda da 
pelve. Entretanto, eles não passam da pelve e não entram nos canais inguinais. O gubernáculo 
prende-se ao útero, próximo ao local de ligação da tuba uterina. A parte cranial do 
gubernáculo torna-se o ligamento ovariano, e a parte caudal forma o ligamento redondo do 
útero . Os ligamentos redondos passam pelos canais inguinais e terminam nos grandes lábios. 
Na mulher, o processo vaginal, relativamente pequeno, geralmente se oblitera e desaparece 
muito antes do nascimento; quando este processo persiste, é denominado canal de Nuck. 
CRIPTORQUIDIA OU TESTÍCULOS NÃO DESCIDOS 
A criptorquidia (Gr. kryptos, escondido) ocorre em até 30% dos meninos prematuros e em 
cerca de 3% a 4% dos meninos a termo. Isto reflete o fato de que os testículos começam a 
descer para o escroto no final do segundo trimestre. A criptorquidia pode ser unilateral ou 
bilateral. Na maioria dos casos, os testículos descem para o escroto até o final do primeiro ano. 
Se ambos os testículos permanecem dentro ou apenas fora da cavidade abdominal, eles não 
amadurecem e a esterilidade é comum. Se não forem corrigidos, estes homens têm um risco 
significativamente maior de desenvolver tumores em células germinativas, principalmente em 
casos de criptorquidismo abdominal. Freqüentemente, testículos não descidos são 
histologicamente normais ao nascimento, mas ao final do primeiro ano são detectadas falha 
no desenvolvimento e atrofia. Testículos criptorquídicos podem estar na cavidade abdominal, 
ou em qualquer lugar ao longo da via de descida usual do testículo, mas, usualmente, eles 
ficam no canal inguinal. A causa da maioria dos casos de criptorquidia é desconhecida, mas um 
fator importante é a deficiência da produção de androgênio pelos testículos fetais. 
TESTÍCULOS ECTÓPICOS 
Após atravessar o canal inguinal, os testículos podem desviar-se de sua via usual de descida e 
alojar-se em vários locais anormais : • Intersticial (externamente à aponeurose do músculo 
oblíquo externo). • Na parte proximal da coxa mediai. • Dorsalmente ao pênis. • No lado 
oposto (ectopia cruzada). Todos os tipos de ectopia de testículo são raros, mas a ectopia 
intersticial ocorre mais freqüentemente. Testículo ectópico ocorre quando uma parte do 
gubernáculo passa para uma localização anormal e o testículo o acompanha. 
HÉRNIA INGUINAL CONGÊNITA 
Se a comunicação entre a túnica vaginal e a cavidade peritoneal não se fecha, forma-se um 
processo vaginal persistente. Uma alça do intestino pode fazer uma hérnia através dele, para 
dentro do escroto ou do grande lábio. Remanescentes embrionários assemelhando-se ao 
dueto deferente ou ao epidídimo são freqüentemente encontrados nos sacos de hérnias 
inguinais. A hérnia inguinal congênita é muito mais comum em homens, especialmente 
quando há testículos não descidos. As hérnias inguinais congênitas também são comuns em 
associação com testículos ectópicos e em mulheres com a SIA. 
HIDROCELE 
Ocasionalmente, a extremidade abdominal do processo vaginal permanece aberta, mas é 
muito pequena para permitir a formação de uma hérnia do intestino. O líquido peritoneal 
passa pelo processo vaginal aberto e forma a hidrocele do testículo. Se a parte média do 
processo vaginal permanece aberta, o fluido pode acumular-se e dar origem a uma hidrocele 
do cordão espermático. 
RESUMO DO SISTEMA UROGENITAL 
 O desenvolvimento dos sistemas urinário e genital está intimamente ligado. • O 
sistema urinário desenvolve-se antes do sistema genital. 
 Três sistemas renais sucessivos se desenvolvem: pronefro (não-funcional), mesonefro(órgãos excretores temporários) e metanefro (rins permanentes). 
 O metanefro desenvolve-se partir de duas fontes: o divertículo metanéfrico (broto 
uretérico), que dá origem ao ureter, à pelve renal, aos cálices e aos túbulos coletores; 
e o blastema metanefrogênico (massa metanéfrica de mesoderma intermediário), que 
dá origem aos néfrons. 
 No início, os rins estão localizados na pelve, mas, gradualmente, ascendem para o 
abdome. Esta migração aparente resulta do crescimento desproporcional das regiões 
lombar e sacra do feto. 
 As anormalidades do desenvolvimento dos rins e ureteres são comuns. A divisão 
incompleta do divertículo metanéfrico resulta em ureter duplo e em rim 
supranumerário. A não-ascensão do rim de sua posição embrionária na pelve resulta 
em um rim ectópico, com rotação anormal. 
 A bexiga urinária desenvolve-se do seio urogenital e do mesênquima esplâncnico 
circundante. A uretra feminina e quase toda uretra masculina têm origem semelhante. 
 A extrofia da bexiga resulta de um defeito raro da parede ventral do corpo, através do 
qual a parede posterior da bexiga urinária faz protrusão pela parede abdominal. Nos 
homens, a epispádia é uma anomalia associada comum; a uretra se abre no dorso do 
pênis. 
 0 sistema genital desenvolve-se em íntima associação com o sistema urinário ou 
excretor. 0 sexo genético é estabelecido na fecundação, mas as gônadas só começam a 
ter características sexuais na sétima semana. 
 As células germinativas primordiais formam-se na parede do saco vitelino durante a 4a 
semana e migram para as gônadas em desenvolvimento, onde se diferenciam em 
células germinativas (ovogônias/espermatogônias). 
 A genitália externa não adquire características masculinas ou femininas distintas até a 
12a semana. Os órgãos reprodutores desenvolvem-se a partir de primórdios, que são 
idênticos em ambos os sexos. 
 O sexo gonadal é determinado pelo fator determinante do testículo (FDT) do 
cromossomo Y. O FDT localiza-se na região determinante do sexo (SRY) do braço curto 
do cromossomo Y e direciona a diferenciação testicular. As células intersticiais (células 
de Leydig) produzem testosterona, que estimula o desenvolvimento dos ductos 
mesonéfricos em duetos genitais masculinos. A testosterona também estimula o 
desenvolvimento da genitália externa indiferenciada em pênis e escroto. A substância 
inibidora de Müller, produzida pelas células de Sertoli do testículo, inibe o 
desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos (primórdios dos duetos genitais 
femininos). 
 Na ausência do cromossomo Y e na presença de dois cromossomos X, os ovários se 
desenvolvem, os ductos mesonéfricos regridem, os ductos paramesonéfricos se 
transformam no útero e nas tubas uterinas, a vagina se desenvolve a partir da placa 
vaginal, derivada do seio urogenital, e a genitália externa indiferenciada se diferencia 
em clitóris e lábios (grandes e pequenos). 
 As pessoas com hermafroditismo verdadeiro têm tanto tecido ovariano quanto 
testicular, e genitália, externa e interna, variável. Erros na diferenciação sexual causam 
pseudo-hermafroditismo. O pseudo-hermafroditismo masculino resulta da falha na 
produção adequada de hormônios masculinizantes pelos testículos fetais, ou da 
insensibilidade tecidual das estruturas sexuais aos hormônios. O pseudo-
hermafroditismo feminino usualmente resulta de hiperplasia adrenal congênita (HAC), 
um distúrbio das glândulas supra-renais (adrenais) do feto, que causa produção 
excessiva de androgênios e masculinização da genitália externa. 
 A maioria das anomalias do trato genital feminino, tais como útero duplo, resulta da 
fusão incompleta dos duetos paramesonéfricos A criptorquidia e os testículos 
ectópicos resultam de anormalidades da descida dos testículos. 
 A hérnia inguinal congênita e a hidrocele resultam da persistência do processo vaginal. 
Nos homens, a ausência de fusão das pregas urogenitais resulta em vários tipos de 
hipospádia.

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