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Sistema Genital Feminino

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Anatomia 
Ginecológica 
Paula Dumas Figueiredo – Turma XXI 
 
 
Ossos do Quadril 
O osso do quadril é um osso plano e irregular e suas funções incluem as de movimento 
(participa das articulações com o sacro e o fêmur), de proteção (protege os órgãos pélvicos) e 
de sustentação (transmite aos membros inferiores o peso de todos os segmentos do corpo 
situados acima dele). Em razão destas múltiplas funções, o osso do quadril tem uma estrutura 
complexa e sua formação envolve três ossos isolados: o ílio, o ísquio e o púbis. Estas três 
peças ósseas unem-se na região onde mais se faz sentir o peso suportado pelo osso do 
quadril, isto é, no cento do acetábulo, fossa articular que recebe a cabeça do fêmur. Assim, é 
nesse ponto que ocorre a contiguidade entre o esqueleto apendicular do membro inferior 
e o cíngulo do membro inferior. Até a puberdade, as três peças ósseas que formam o osso 
do quadril permanecem unidas umas às outras por cartilagem; a partir dessa época ocorre a 
ossificação da cartilagem e o osso do quadril passa a ser único, embora as peças ósseas que 
o constituem originalmente conservem as suas denominações. 
 Vista Lateral 
No osso do quadril visto lateralmente identifica-se, facilmente, o acetábulo, fossa articular que 
recebe a cabeça do fêmur. A parede desta cavidade é interrompida, inferiormente, pela 
incisura do acetábulo. No acetábulo, é possível distinguir uma porção lisa em forma de 
ferradura, a face semilunar, e outra, situada entre os ramos da ferradura, rebaixada, a fossa 
do acetábulo, contínua com a incisura do acetábulo. A cabeça do fêmur desliza na face 
semilunar; esta, portanto, é a porção articular do acetábulo. Como já foi referido, as três peças 
esqueléticas que formam o osso do quadril estão unidas, no adulto, no nível do acetábulo, de 
modo que o ílio forma sua porção póstero-superior, o ramo superior do púbis, a sua porção 
anterior e o corpo do ísquio, a sua porção póstero-inferior. Toda a porção do ílio situada 
superiormente ao acetábulo constitui a face glútea da asa do ílio, pois serve para a fixação 
dos músculos glúteos. As áreas de origem destes músculos são demarcadas por três linhas 
curvas, nem sempre fáceis de serem identificadas, denominadas linhas glúteas posterior, 
anterior e inferior. Superiormente, o ílio termina numa margem espessa, a crista ilíaca, 
facilmente palpável no vivo. Na maior parte da sua extensão a crista apresenta lábios, interno 
e externo, os quais envolvem a linha intermédia, rugosa. A crista termina anteriormente 
numa saliência óssea, a espinha ilíaca ântero-superior, ocorrendo o mesmo posteriormente, 
 
 
onde se localiza a espinha ilíaca póstero-superior. Inferiormente a estas duas projeções 
ósseas, apresentam-se incisuras que as separam das espinhas ilíacas póstero-inferior e 
ântero-inferior. A espinha ílica ântero-superior é um ponto de referência importante e serve 
para a fixação do ligamento inguinal. Inferiormente à espinha ilíaca póstero-inferior está 
situada uma concavidade: a incisura isquiática maior. Anteriormente ao terço mais distar 
desta incisura, entre ela e a margem do acetábulo, apresenta-se uma elevação arredondada 
que marca o ponto de fusão do ílio com o ísquio. O corpo do ísquio está situado inferior e 
posteriormente ao acetábulo e se continua diretamente com o tuber isquiático onde têm 
origem músculos da face posterior da coxa. Superiormente ao tuber isquiático, pode-se ver a 
incisura isquiática menor por uma projeção óssea pontiaguda, a espinha isquiática. 
Inferiormente ao acetábulo vê-se uma grande abertura, o forame obturado, assim 
denominado porque no vivo ele é fechado, exceto numa pequena porção superior, pela 
membrana obturadora. Inferiormente, a peça óssea que o limita constitui o ramo do ísquio, 
posterior e o ramo inferior do púbis, anterior. A fusão desses dois ramos, que marca a junção 
do púbis com o ísquio, ocorre aproximadamente na metade da peça óssea, mas não há, no 
adulto, sinal evidente do local de junção; o contorno anterior do forame é formado pelo corpo 
do púbis; o limite posterior, do corpo do ísquio; e o limite superior, do ramo superior do 
púbis. 
 
 
 
 
 Vista Medial 
 
 
Na parte mais superior e posterior do ílio, a face sacropélvica, situa-se uma área articular com 
forma de orelha, donde o seu nome- face auricular -destinada à articulação com o osso sacro. 
Acima da face auricular existe uma área rugosa, a tuberosidade ilíaca, destinada à fixação de 
ligamentos de músculos. Partindo da porção mais anterior da face auricular e dirigindo-se para 
o púbis, há uma projeção óssea bem marcada, de direção oblíqua, que no ílio não é tão aguda 
quanto no ramo superior do púbis. Esta projeção recebe o nome de linha arqueada e se 
continua com a linha pectínea do púbis. Assim, no osso do quadril, a linha arqueada 
constitui-se pela pectínea (porção mais aguda, situada no ramo superior do púbis) e pela 
porção ilíaca da linha arqueada, menos aguda, que se inicia anteriormente à face 
auricular. Anteriormente à linha arqueada, mas antes do seu ponto de continuidade com a 
linha pectínea, encontra-se uma projeção, a eminência iliopúbica, que marca a fusão do ílio 
com o púbis. A linha arqueada divide o osso em duas porções bem distintas; a escavada, 
denominada fossa ilíaca, que no vivente é recoberta pelo m. ilíaco: a porção inferior 
compreende o púbis, o ísquio e a pequena porção do ílio, onde é possível localizar as incisuras 
isquiáticas maior e menor, a espinha isquiática e o forame obturado, estruturas já descritas. 
 
 
Construção da Pelve 
 
Articulados entre si(articulações semimóveis), através da sínfise púbica anteriormente, e do 
sacro posteriormente, os ossos do quadril constituem a pelve. A abertura superior da pelve, 
no nível da linha arqueada (linha formada pela união da linha pectínea do púbis, da linha 
arqueada do ílio e da margem anterior da primeira peça sacral), divide a pelve numa porção 
superior, a pelve maior, e outra inferior, a pelve menor. A pelve maior aloja órgãos 
 
 
abdominais, ao passo que na pelve menor encontramos os órgãos do sistema genital e partes 
terminais do sistema digestório. 
A pelve masculina tende a apresentar ossos mais robustos, com relevos mais salientes e 
cavidade pélvica (pelve menor) mais profunda. A abertura superior apresenta-se como a forma 
de “copas” de baralho e o ângulo subpúbico é mais agudo. Na pelve feminina, os ossos são 
mais leves e delicados, com relevos menos salientes e cavidade pélvica mais rasa. As 
distâncias entre as espinhas isquiáticas e entre os túberes isquiáticos são maiores que no sexo 
masculino. Além disso, na mulher, a abertura superior é redonda ou oval e o ângulo subpúbico 
aproxima-se dos 90°. Nem sempre, entretanto, essas diferenças são marcantes. 
 
A pelve feminina é mais leve, ampla e mais rasa que a masculina, tendo o seu contorno no 
formato redondo ou oval. O sacro e o cóccix são mais planos e menos salientes anteriormente, 
para não estreitar o canal do parto (canal pélvico). As paredes laterais são mais afetadas pelo 
desvio lateral das tuberosidades isquiáticas. No homem, a pelve se encontra em uma posição 
um pouco mais superior do que na mulher (MORENO, 2004). 
Wall (1998) destaca que “a pelve óssea circunda e protege seu conteúdo, mas na realidade, 
por si só, proporciona-lhes pouca sustentação. Os órgãos pélvicos são sustentados 
basicamente pela atividade muscular do assoalho pélvico, auxiliado pelos ligamentos”. 
Existe comunicação entre as cavidades da pelve e do abdome. Porém, a porção caudal da 
pelve é anatomicamente separada do períneo pelas estruturas músculo-fasciais que 
constituem o diafragma pélvico. Assim, as estruturas localizadasacima do diafragma 
pertencem à cavidade pélvica e as que se localizam abaixo pertencem ao períneo (LACERDA, 
1999). 
 
 
 
 
 
Tipos de Pelve 
 
Ginecóide: tem a cavidade arredondada 
 Androíde: tem a cavidade em forma de coração 
Antropoíde: sua cavidade tem o diâmetro anterior maior 
Platipeloíde: sua cavidade tem o diâmetro latero lateral maior 
A pelve pode ser apresentada em quatro tipos diferentes, sendo classificados, de acordo com 
as formas de abertura superior, em: ginecóide, andróide, antropóide e platipelóide (MORENO, 
2004). As três últimas são estatisticamente menos freqüentes que a primeira. A pelve 
ginecóide, que é o tipo mais comum, sendo verificada em 43% das mulheres brancas e negras, 
é considerada a ideal para partos normais, pois é mais espaçosa, tendo sua abertura superior 
uma forma ligeiramente oval, onde o diâmetro transverso se sobrepõe ao sagital (MORENO, 
2004; SILVA e SILVA, 2003). 
Classificação Prevalência Definição 
Ginecóide (T>AP) 45% O estreito superior é 
arredondado, sendo o 
diâmetro transverso (T) 
levemente maior que o 
ântero-posterior (AP). Ideal 
para o trajeto fetal durante 
sua descida. 
 
 
Andróide (T=AP) 30% O estreito superior é 
semelhante ao naipe de 
copas do baralho. O diâmetro 
ântero-posterior é igual ou 
um pouco maior que o 
diâmetro transverso. 
Antropóide (T<<AP) 20% Apresenta aspecto ovalado 
longo. O diâmetro ântero-
posterior encontra-se bem 
maior que o diâmetro 
transverso. 
Platipelóide (T>>AP) 5% De aspecto ovoide. Seu 
diâmetro transverso é muito 
superior ao diâmetro ântero-
posterior. 
 
Ligamentos, Músculos e estruturas de sustentação 
Assoalho Pélvico 
O canal pélvico é fechado por um conjunto de músculos, que criam uma rede de apoio para o 
conteúdo pélvico e abdominal . Os tecidos que se localizam entre a cavidade pélvica e a 
superfície do períneo constituem o verdadeiro assoalho pélvico (DOWNIE, 1983). 
 
 
 
O AP é constituído por músculos, ligamentos e fáscias, tendo como função sustentar os 
órgãos internos, principalmente o útero, a bexiga e o reto; proporciona ação 
esfincteriana para a uretra, vagina e reto, além de permitir a passagem do feto, por 
ocasião do parto (SOUZA, 2002). 
Os MAP, ao contrário dos outros músculos estriados encontrados no corpo, ficam em estado 
constante de contração, permitindo um posicionamento eficiente da junção uretrovesical 
(RETZKY e ROGERS, 1995). 
Músculos do assoalho pélvico 
 Origem Inserção Ação Inervação 
Parede pélvica lateral 
Piriforme Aspecto anterior 
de S2-S4 e 
ligamento 
sacrotuberoso 
Trocanter maior 
do Fêmur 
Rotação lateral, 
abdução da 
coxa em flexão; 
mantém a 
cabeça do fêmur 
no acetábulo 
S1-S2; forma 
leito muscular 
para o plexo 
sacral 
Obturador 
interno 
Ramo púbico 
superior e 
inferior 
Trocanter maior 
do fêmur 
Rotação lateral 
da coxa em 
flexão; auxilia a 
(L5, S1) Nervo 
para o músculo 
obturador 
 
 
manutenção da 
cabeça do fêmur 
no acetábulo 
interno 
Iliopsoas Psoas a partir da 
margem lateral 
das vértebras 
lombares; ilíaco 
a partir da fossa 
ilíaca 
Trocanter menor 
do fêmur 
Flexiona a coxa 
e estabiliza o 
tronco sobre a 
coxa; flexiona a 
coluna vertebral 
ou inclina de 
modo unilateral 
(L1-L3) Psoas 
ramo ventral do 
nervo lombar 
(L2-L3) Ilíaco 
nervo femoral 
contem o plexo 
lombar dentro de 
seu corpo 
muscular 
Diafragma pélvico 
Levantador do 
ânus 
Pubococcígeo 
Pubovaginal 
Puborretal 
Iliococcígeo 
A partir do arco 
tendíneo, 
estendendo-se a 
partir do corpo 
do púbis para a 
espinha 
isquiática 
Tendão central 
do períneo; 
parede do canal 
anal; ligamento 
anococcígeo; 
cóccix; parede 
vaginal 
Auxilia os 
músculos da 
parede 
abdominal 
anterior na 
contenção dos 
conteúdos 
abdominais e 
pélvicos; 
sustenta a 
parede posterior 
da vagina; 
facilita a 
defecação; 
ajuda na 
continência 
fecal; durante o 
parto, sustenta a 
cabeça fetal 
quando ocorre a 
dilatação 
cervical 
S3-S4. O nervo 
retal inferior 
Coccígeo Espinha 
isquiática e 
ligamento 
sacroespinhoso 
Margem lateral 
da quinta 
vértebra sacral e 
cóccix 
Sustenta o 
cóccix e o puxa 
anteriormente 
S4-S5 
Diafragma Urogenital 
 
 
Transverso 
profundo do 
períneo 
Aspecto medial 
do ramo 
isquiopúbico 
Porção inferior 
da parede 
vaginal; fibras 
anteriores se 
misturam 
àquelas do 
esfíncter da 
uretra 
Estabiliza o 
tendão central 
do períneo 
S2-S4; nervo 
perineal 
Esfíncter da 
uretra 
Aspecto medial 
do ramo 
isquiopúbico 
Uretra e vagina Comprime a 
uretra 
S2-S4; nervo 
perineal 
 
No que diz respeito à irrigação sanguínea do AP,os vasos sanguíneos pélvicos suprem as 
estruturas genitais, assim como: sistema urinário e gastrintestinal, músculos da parede 
abdominal, do assoalho pélvico e períneo, dos glúteos e da parte superior da coxa, fáscias, 
outros tecidos conjuntivos e ossos, pele e outras estruturas superficiais.Os principais vasos 
sanguíneos da pelve são: a. ovariana; a. mesentérica inferior (AMI); artéria ilíaca comum; 
artéria femoral ilíaca externa; ateria ilíaca interna (hipogástrica); artéria pudenda interna; 
artéria sacral mediana; artérias lombares. 
Para Moreno (2004), os principais vasos de drenagem são as veias ilíacas internas, que 
drenam as veias pudendas internas, retais e ováricas superiores, sendo ainda composto por 
dois sistemas, um superficial (parietal) e outro profundo (visceral). O Plexo venoso da pelve e é 
rico em valvas; porém, tem seu trabalho facilitado pelas inúmeras anastomoses e pelo trabalho 
muscular da região durante a marcha. 
Bogduk (1996) cita que esse sistema segue o mesmo trajeto do sistema venoso, sendo que os 
vasos linfáticos atuam como tributários dos linfonodos inguinais e os profundos dos linfonodos 
da pelve. 
Os linfonodos pélvicos estão, em geral, arranjados em grupos ou cadeias e seguem o curso 
dos grandes vasos pélvicos, segundo o qual são normalmente nomeados. Ë comum os 
linfonodos menores que estão perto das estruturas viscerais serem nomeados conforme os 
órgãos os quais drenam. Os linfonodos na pelve, que recebem vasos linfáticos aferentes das 
estruturas viscerais e parietais pélvicas e perineais, enviam eferentes linfáticos aos grupos 
linfonodais mais próximos. O número de linfonodos e sua localização exata são variáveis; 
contudo, certos linfonodos tendem a ser relativamente constantes: 
 O linfonodo obturatório no forame obturador, próximo aos vasos e ao nervo 
obturatórios 
 Linfonodos na junção das veias ilíacas internas e externas 
 
 
 Linfonodo ureteral no ligamento largo próximo à cérvice, onde a artéria uterina cruza 
sobre o ureter 
 O linfonodo de Cloquet ou de Rosenmuller – o mais alto dos linfonodos inguinais 
profundos que se situam dentro da abertura do canal femoral. 
Grupos de linfonodos primários que realizam a drenagem das estruturas genitais 
Linfonodos Conexões aferentes primárias 
Aórtico/para-aórtico Ovário, tubas uterinas, corpo uterino 
(superior); drenagem a partir dos linfonodos 
ilíacos comuns 
Ilíaco comum Drenagem a partir dos linfonodos ilíacos 
externo e interno 
Ilíaco externo Vagina superior, cérvice, corpo uterino 
(superior);drenagem a partir do inguinal 
Ilíaco interno 
 Sacral lateral 
 Glúteo superior 
 Glúteo inferior 
 Obturatório 
 Vesical Retal 
 Parauterino 
Vagina superior, cérvice, corpo uterino 
(inferior) 
Inguinal 
 Superficial 
 Profunda 
Vulva, vagina inferior, (raro: útero, tubas, 
ovário) 
 
O plexo lombossacral ( nervos ílio-hipogástrico, ilioinguinal, cutâneo femoral lateral, femoral, 
genitofemoral, obturador, glúteo superior, glúteo inferior, cutâneo femoral posterior, isquiático, 
pudendo) e seus ramos fornecem a inervação somática motora e sensorial para a parede 
abdominal inferior, os diafragmas pélvico e urogenital, o períneo e o quadril e extremidade 
inferior. 
O nervo pudendo inerva os esfíncteres estriados uretral e anal, bem como a musculatura 
perineal profunda e superficial, fornecendo inervação sensorial à genitália externa. Outros 
nervos contribuem para a inervação cutânea do períneo, são eles: 
 Nervos labiais anteriores, ramos do nervo ilioinguinal 
 Ramo genital do nervo genitofemoral 
 Ramos perineais do nervo cutâneo femoral posterior 
 Ramos cutâneos perfurantes dos segundo e terceiro nervos sacrais 
 
 
 Nervos anococcígeos 
Com relação à inervação, os nervos destinados ao períneo são os ramos dos 2°, 3° e 4° 
nervos sacrais (DORCHNER ET AL, 1999). Porém, estes podem receber contribuições 
eventuais de S1 e /ou S5 (PETROS ; VON KONSKY, 1999). 
O assoalho pélvico é formado principalmente pelo diafragma pélvico, que é fechado pelo 
diafragma urogenital (MOORE e DALLEY, 2001). 
Diafragma Pélvico 
O DP é constituído pelos músculos coccígeos e elevadores do ânus (pubococcígeo, 
puborretal,iliococcígeo), conforme discriminados no quadro, que em conjunto são chamados de 
diafragma pélvico. A lesão do músculo elevador do ânus durannte o desprendimento fetal no 
parto leva a ruptura perineal em graus variáveis. 
O assoalho pélvico é formado principalmente pelo diafragma pélvico que é fechado pelo 
diafragma urogenital. 
Músculo Inervação Origem Inervação Ação 
Coccígeo 4 e 5 nervos 
sacrais 
Espinha 
isquiática 
Face anterior do 
sacro e do 
cóccix 
Contenção das 
vísceras 
pélvicas, roda o 
cóccix 
Levantador do 
ânus 
n.pudendo e 4 
nervo sacral 
Espinha 
isquiática, corpo 
do púbis e fáscia 
do m. obturatório 
interno(arco 
tendíneo do 
levantador do 
ânus) 
Centro tendíneo 
do períneo, 
ligamento 
anococcigeo, 
paredes da 
próstata (ou da 
vagina), reto e 
canal anal 
Contenção das 
vísceras 
pélvicas, 
participação nas 
continências 
fecal e urinária, 
esfíncter vaginal 
 
 
 
 
Na porção anterior do músculo coccígeo encontra que é dividido em três ou quatro partes. A 
porção que se mistura com a vagina, chamada de pubovaginal é considerada, algumas vezes, 
como separada do restante das partes do músculo. A puborretal, a pubococcígeo e a 
íliococcígeo são as mais conhecidas divisões desse músculo (STEPHENSON e O’CONNOR, 
2004). 
 O músculo levantador do ânus é o mais importante músculo do AP (CAMARGO, 1998, p. 149 
– 69), e forma uma fina camada muscular que ajuda na sustentação das vísceras pélvicas e na 
compressão da parte inferior do reto, puxando-o para frente e auxiliando na defecação (Figura 
6), suas fibras são dividas em grupos com diferentes inserções: anteriores, intermediárias e 
posteriores. 
• As fibras anteriores compõem o músculo pubovaginal (esfíncter da vagina), que forma um oito 
ao redor da vagina e insere-se no centro tendíneo do períneo. Tem a função de contrair a 
vagina e estabilizar o centro tendíneo do períneo. 
• As fibras intermediárias compõem o músculo puborretal. Formam um oito ao redor da junção 
do reto com o canal anal, inserindo-se no ligamento anococcígeo. 
 
 
• As fibras posteriores compõem o músculo iliococcígeo, que se insere no corpo anococcígeo e 
no cóccix. 
Lacerda (2000) define o músculo elevador do ânus como um par, com simetria bilateral. A 
diferenciação entre os feixes (pubococcígeo, puborretal e iliococcígeo) nem sempre é evidente. 
Sua porção anterior funciona na fixação e prevenção do prolapso das vísceras pélvicas. 
O músculo elevador do ânus é composto por dois tipos distintos de fibras musculares: fibras de 
contração lenta ou tipo I, que têm metabolismo oxidativo aeróbico, responsáveis pela 
manutenção do tônus e do suporte; e fibras de contração rápida ou tipo II, de metabolismo 
glicolítico anaeróbio, de contração rápida, vigorosa e reflexa, que responde aos aumentos 
súbitos da pressão intra-abdominal. As fibras tipo I correspondem a 70% e as do tipo II aos 
30% restantes das fibras da musculatura elevadora do ânus. A musculatura esfincteriana 
estriada é composta basicamente de fibras de mecanismo aeróbio. O tônus se modifica de 
acordo com a postura e estado de alerta do indivíduo (CARRIÈRE, 1999). 
As fibras do tipo I são altamente resistentes à fadiga muscular; porém, possuem menos 
potência. De modo contrário, as fibras do tipo II são facilmente fatigáveis, mas produzem maior 
força, têm velocidade máxima de encurtamento e são capazes de produzir mais potência. 
Desse modo, o músculo elevador do ânus é um músculo esquelético adaptado para a 
manutenção do equilíbrio entre períodos longos de contração e entre o aumento repentino da 
pressão intra-abdominal, como por exemplo, nos momentos de tosse e espirro (POLDEN e 
MANTLE, 2000). É por meio dessa musculatura que o fisioterapeuta consegue potencializar as 
qualidades musculares do assoalho pélvico, reforçando sua ação (GROSSE e SENGLER, 
2002). 
Períneo 
O períneo compreende a região entre o monte de Vênus e as nádegas e é formado por uma 
fáscia superficial e profunda e músculos superficiais e profundos. Numa visão ginecológica, 
seria a área entre o ânus e a vagina que recebe as inserções da musculatura do diafragma 
urogenital. Ë delimitado pelos trígonos urogenital, anteriormente, e anal, 
posteriormente.Representa o conjunto das partes moles que fecham a pelve, suportando o 
peso das vísceras na posição ortostática. O períneo é delimitado por estruturas ósteo-
fibrosas,anteriormente pela sínfise púbica e ramos ísquio-pubianos, posteriormente pelo sacro, 
cóccix e o grande ligamento sacro-ciático (GROSSE e SENGLER, 2002). 
Divisão e estruturas do períneo 
Períneo anatômico Músculo isquioclitoridiano, transverso do 
períneo, elevador do ânus, fossa isquiorretal, 
esfíncter estriado do ânus, bulbo cavernoso 
Períneo posterior Esficter estriado do ânus, fossa isquiorretal 
 
 
 
 
As estruturas que se localizam entre o peritônio pélvico e a pele da vulva oferecem apoio aos 
órgãos abdominais e pélvicos, e possuem a função de manter a continência urinária e fecal e 
possibilitar o coito e o parto (CAMARGO, 1998). 
Moreno (2004), Silva e Silva (2003) apresentam uma divisão didática do períneo em dois 
triângulos, por meio de uma linha transversa que une as extremidades anteriores dos túberes. 
O primeiro é chamado de trígono urogenital e o segundo, de trígono anal. 
Os músculos perineais estão posicionados inferiormente ao diafragma pélvico e possuem uma 
camada superficial, formada pelos músculos bulbocavernoso, isquicavernoso e transverso 
superficial do períneo, e uma camada profunda, composta pelo músculo transverso profundo 
do períneo e pelo esfíncter anal externo. A camada profunda, que possuiu uma fáscia, constitui 
o diafragma urogenital. 
Nas mulheres, o corpo do períneo pode sofrer estiramentos ou lacerações excessivos durante 
o parto, levando assim ao comprometimento da função de sustentação da porção inferior da 
parede posterior da vagina (OLIVEIRA, 2006). 
Os músculos dos diafragmas pélvico e urogenital são semelhantes em homens e mulheres; 
entretanto, os músculos perineaissão bastante diferentes em cada sexo. (GRAAF, 1992). 
 
 
Diafragma Urogenital 
 
 Inclui as estruturas genitais externas e a abertura uretral 
O diafragma urogenital é uma segunda camada muscular externa ao diafragma pélvico, tendo 
a função de dar suporte à região atravessada pelos orifícios da uretra e da vagina 
(STEPHENSON e O’CONNOR, 2004). 
É formado pelos músculos: 
 • Transverso superficial e profundo do períneo 
• Esfíncter da uretra 
• Isquiocavernoso 
 • Bulbo espinhoso 
A porção muscular do diafragma urogenital forma um triângulo a partir do esfíncter uretral e dos 
músculos transversos profundos do períneo; porém, é diferente da região chamada de triângulo 
urogenital. 
Parede Lateral da Pelve 
Formada pelos músculos piriforme, obturador interno e iliopsoas. 
Triângulo Urogenital e Anal 
A divisão didática do períneo em dois triângulos, proposta por Moreno (2004); Silva e Silva 
(2003), conforme acima citado, apresenta um trígono urogenital, o qual contém os órgãos 
genitais externos e na mulher está anterior à linha transversa; o segundo é chamado de trígono 
anal, que contém o ânus e está posterior à referida linha. 
 
 
 
O triângulo urogenital divide-se em dois espaços perineais (Figura 7): o superficial e o 
profundo. O profundo abriga a uretra e a parte inferior da vagina. Já as estruturas superficiais 
são conhecidas como genitália externa, vulva ou pudendo. Esta inclui o monte do púbis, os 
lábios maiores, os lábios menores, o clitóris, o bulbo vestibular, os músculos bulbocavernosos 
(bulboesponjosos), as glândulas de bartholin, os músculos isquiocavernosos e, por fim, os 
músculos transversos superficiais do períneo (STEPHENSON e O’CONNOR, 2004). 
O triângulo anal do períneo é limitado pelos ligamentos sacrotuberais, pelo glúteo máximo e 
pelo triângulo urogenital, contendo o ânus, o músculo esfíncter externo do ânus e as fossas 
isquiorretais. (STEPHENSON e O’CONNOR, 2004). O suprimento sanguíneo ao trígono anal é 
feito a partir da artéria e veia retais inferiores (hemorroidária). A inervação do trígono anal é 
feita a partir do ramo perineal do quarto nervo sacral e do nervo retal inferior (hemorroidária). 
Estrutura Ligamentar da Pelve 
De acordo com Moreno (2004), a pelve necessita de estabilidade para suportar as constantes 
alterações de forças às quais está sujeita, principalmente as produzidas pela locomoção 
humana. Esta estabilidade é conferida pelos ligamentos que unem as partes da pelve óssea. 
As paredes ósseas da pelve são unidas por ligamentos densos, que conferem estabilidade 
funcional suficiente para que a região suporte as constantes alterações de força, conforme 
mencionado acima. 
 
 
Os ligamentos, de uma forma geral, conforme Stephenson e O’Connor (2000), são divididos 
em 5 grupos: 
Ligamentos Abdominopelvicos 
Iliolombar 
Inguial 
Lacunar 
Ligamentos Sacrococcígeos 
Sacrococcígeo anterior 
Sacrococcígeo posterior 
Sacrococcígeo lateral 
Interarticular 
Ligamentos Sacroiliacos 
Sacroiliaco anterior 
Sacroiliaco posterior 
Interosseo 
Ligamentos Púbicos 
Púbico Superior 
Púbico Arqueado 
Pectineo 
Ligamentos Sacroisquiais 
Sacrotuberal 
Sacroespinal 
 
 
 Estruturas de suspensão: ligamentos uterossacro e cervical lateral (cardinal). A lesão e 
o estiramento desses ligamentos levam ao prolapso uterino, e a falha de fixação da 
vagina nessas estruturas durante a histerectomia leva ao prolapso de cúpula. Participa 
também a fáscia (ligamento) pubovesicocervical, que é de grande interesse, pois sua 
lesão leva ao prolapso da parede vaginal anterior. 
 Estruturas de contenção: a contenção é mantida pela fáscia endopélvica e pelo 
ligamento largo. 
 Estruturas de sustentação: compostas pelo diafragma pélvico e urogenital. 
Vascularização e Drenagem Linfática Pélvica 
As principais artérias que irrigam os órgãos pélvicos são: (1) artéria sacral média – originária da 
artéria aorta; (2) artérias ilíacas internas (hipogástricas) – originárias das artérias ilíacas 
comuns, descem em proximidade ao ureter e se ramificam em dois troncos, sendo um anterior 
(ramo parietal), composto pelas artérias glútea, sacral lateral, ramos ilíacos e pudenda interna, 
e outro posterior (ramo vesical), composto pelas artérias uterina, vaginal, retal média, vesical 
inferior e umbilical; (3) artérias ovarianas – originárias da artéria aorta abdominal, unem-se às 
uterinas para formar a artéria tubárica. Em caso de necessidade de ligadura das artérias 
hipogástricas, as artérias ovarianas, sacral média e mesentérica inferior, ramos diretos da 
artéria aorta, cumprirão o dever de suprimento sanguíneo das estruturas pélvicas ora irrigadas 
pelas hipogástricas. 
O sistema venoso acompanha as artérias, exceção feita às artérias ovarianas, cuja direita 
desemboca na veia cava inferior e a esquerda, na veia renal esquerda. Já a drenagem linfática 
é realizada por vasos linfáticos que se originam nas paredes do útero, trompas, ovários e 
 
 
vagina, dirigindo-se para os seguintes agrupamentos: ilíacos internos e externos, ilíacos 
comuns, aórticos (paraórticos) e inguinais superficiais e profundos. Dentre os linfonodos mais 
ilustres, podemos citar o linfonodo de Cloquet (Rosenmuller), que consiste no mais alto dos 
linfonodos inguinais profundos, situado na abertura do canal femoral. 
Linfonodos Estruturas de Drenagem 
Aórticos (paraórticos) Ovários, trompas, corpo uterino (porção 
superior), linfonodos ilíacos comuns 
Ilíacos comuns Linfonodos ilíacos externos e internos 
Ilíacos externos Porção superior da vagina, colo e corpo 
uterino (porção superior), linfonodos inguinais 
Ilíacos internos Porção superior da vagina, colo e corpo do 
útero (porção inferior) 
Inguinais Vulva, porção inferior da vagina 
 
Inervação pélvica 
A pelve é inervada por nervos originários do sistema somático e autônomo. 
A inervação somática é realizada pelo plexo lombossacro, que proporciona inervações motora 
e sensorial para a parede inferior do abdome, diafragmas pélvico e urogenital, períneo, quadril 
e membros inferiores por meio dos nervos (1) ilioipogástrico, (2) ilioinguinal, (3) femorocutâneo 
lateral, (4) femoral, (5) genitofemoral, (6) obturador, (7) glúteos superior e inferior, (8) cutâneo 
posterior da coxa, (9) ciático e (10) pudendo. 
Já a inervação autônoma é realizada pelos plexos (1) aórtico, localizado lateralmente à coluna 
vertebral, (2) ovariano, responsável pela inervação dos ovários, parte das trompas e do 
ligamento largo, (3)mesentérico inferior, que inerva o cólon esquerdo, o sigmoide e o reto, (4) 
hipogástrico superior ou pré-sacral, principal plexo responsável pela inervação pélvica. 
 
 
 
Sistema Genital Feminino 
 
 
O sistema genital masculino, o sistema genital feminino e o sistema tegumentar, este por incluir 
as mamas, constituem o sistema reprodutor. O sistema genital feminino é o conjunto de órgãos 
encarregados da reprodução na mulher. Ele compõe-se de órgãos gametógenos (produtores 
de gametas) e órgãos gametóforos (por onde transitam os gametas), e de um órgão que vai 
abrigar o novo ser vivo em desenvolvimento. Assim, os órgãos do sistema genital feminino 
desempenham as funções de fornecer os gametas femininos, de cópula, de fecundação, de 
receber, alojar e manter o produto conceptual em desenvolvimento e da expulsão no parto. 
Além disso, as mamas, embora pertencentes ao sistema tegumentar, são anexadas a esse 
sistema devido à sua função de lactação para nutrir o lactente. 
Órgãos genitais femininos 
Anatômica e funcionalmente, assim podemos distribuí-los: 
 Gônadas ou órgãos produtores de gametas: são osovários, que produzem ovócitos; 
 Vias condutoras dos gametas: são as tubas uterinas; 
 Órgão que abriga o novo ser vivo: é o útero 
 Órgão de cópula, representado pela vagina; 
 Estruturas eréteis: são o clitóris e o bulbo do vestíbulo; 
 Glândulas anexas: glândulas vestibulares maiores e menores; 
 Órgãos genitais externos, no conjunto também conhecidos pelas expressões pudendo 
feminino ou vulva: monte do púbis, lábios maiores, lábios menores, clitóris, bulbo do 
vestíbulo e glândulas vestibulares. 
 
 
 
 
Comportamento do peritônio na cavidade pélvica 
Os ovários, as tubas e o útero estão situados na cavidade pélvica, entre a bexiga urinária-
anteriormente e o reto posteriormente. O peritônio, após recobrir a bexiga urinária, reflete do 
assoalho e das paredes laterais da pelve sobre o útero, formando uma ampla prega transversal 
denominada ligamento largo do útero. Após recobrir quase todo o útero, o peritônio reflete 
sobre o reto.O ligamento largo divide a cavidade pélvica em um compartimento anterior e outro 
posterior. O anterior fica entre a bexiga urinária e o útero, a escavação vesicouterina, e o 
posterior, entre o útero e o reto, a escavação retouterina. O útero, pois, fica envolvido pelo 
ligamento largo, o mesmo acontecendo com as tubas uterinas, que ficam incluídas na margem 
superior do ligamento. Já os ovários prendem-se à face posterior do ligamento largo por uma 
prega denominada mesovário e,desta forma, projetam-se na escavação retouterina. O 
ligamento largo do útero, juntamente com o ligamento redondo do útero, são os principais 
meios de fixação do útero. Em virtude de sua arquitetura e disposição, o ligamento largo é 
extremamente distensível e acompanha o útero quando este aumenta de volume na gestação. 
Como as tubas uterinas estão incluídas no ligamento largo e os ovários, fixados à sua face 
posterior, também, tubas e ovários acompanham o útero na gravidez. 
 
 
 
Órgãos Genitais Internos 
Ovários 
Par de órgãos ovoides, levemente achatados, com cerca de 3 a 4 cm de comprimento, 2 
cm de largura e 1 cm de espessura, estão localizados no cavo retrouterino, na parte 
lateral da escavação e atrás do ligamento largo, conectados a ele por uma dobra de 
peritônio, o mesovário, não sendo, entretanto, recobertos pelo peritônio. No local onde o 
ovário se liga ao mesovário fica o hilo, através do qual, vasos sanguíneos, nervos 
autônomos e vasos linfáticos entram e saem do ovário. . O volume ovariano sofre 
influência hormonal, apresentando volume médio de 4,2 cm3 na puberdade; 
9,8 cm3 na menacme e 5,8 cm3 na pós-menopausa. Seus diâmetros na mulher 
adulta são: 2,5 - 3,0 cm de comprimento; 1,5-3,0 cm de largura e 0,5-1,5 cm 
de espessura. Pesa de 2 a 3,5 gramas. 
 
 
Produzem os gametas femininos, ou ovócitos, no final da puberdade. Além desta função 
gametogênica, produzem também hormônios, como os estrógenos e a progesterona, que 
controlam o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e atuam sobre o útero nos 
mecanismos de implantação do ovócito fecundado e o inicio do desenvolvimento do embrião. 
Como já foi descrito, os ovários estão fixados pelo mesovário à face posterior do ligamento 
largo do útero, mas não são revestidos pelo peritônio. O ligamento próprio do ovário, outro 
 
 
meio de fixação do órgão, contém tecido conectivo e fibras musculares lisas, estendendo-se da 
extremidade uterina do ovário até o útero. Existe ainda o ligamento suspensor do ovário, 
constituído de vasos e nervos ováricos e tubários, com tecido conectivo e fibras musculares 
lisas. Identificamos no ovário as faces medial e lateral, as extremidades tubária e uterina, e 
as margens livre e mesovárica. Na margem mesovárica, a área onde entram e saem nervos 
é denominada hilo do ovário. Antes da primeira ovulação (expulsão do óvulo através da 
superfície do ovário), o ovário é liso e róseo no vivo, mas depois se torna branco-acinzentado e 
rugoso devido às cicatrizes deixadas pelas subsequentes ovulações. Na velhice, diminuem de 
tamanho. Por volta dos 50 anos, não há mais formação de ovócitos nos ovários. 
O ovário é recoberto por epitélio pavimentoso ou cuboide, abaixo do qual se encontra uma 
camada espessa de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea. O parênquima é constituído 
por duas zonas: córtex, periférico, que contém um grande número de folículos em todos os 
estágios de desenvolvimento, e a medular, composta por tecido conjuntivo frouxo, fibroelástico, 
além de vasos sanguíneos, nervos e linfáticos. 
O suprimento sangüíneo é duplo, por meio da artéria ovárica (parte abdominal da aorta), que 
passa pelo ligamento infundibulopélvico, e por um ramo da artéria uterina (ramo da artéria 
ilíaca interna). Estas duas artérias se anastomosam e nutrem os ovários. 
 
Drenagem sanguínea: as veias emergem do hilo do ovário em forma de plexos (o plexo 
pampiniforme). A veia ovárica é formada por este plexo, e deixa o hilo em companhia da artéria 
ovárica; drena para a veia cava inferior. 
Nervos: derivados dos plexos hipogástrico ou pélvico/uterovaginal e ovariano. 
 
 
 
Tubas Uterinas 
 Dois condutos musculares com cerca de 12-15 cm de comprimento e 1 cm de 
diâmetro, localizados na mesossalpinge 
Transportam os óvulos que romperam a superfície do ovário para a cavidade do útero 
por meio de cílios e peristalse. Por elas passam, em direção oposta, os espermatozoides e a 
fecundação ocorre habitualmente no interior da tuba. A tuba uterina está incluída na margem 
superior do ligamento largo do útero. É um tubo de luz estreita, cuja extremidade medial (óstio 
uterino da tuba) se comunica com a cavidade uterina e cuja extremidade lateral (óstio 
abdominal da tuba) se comunica com a cavidade peritoneal. O óstio abdominal da tuba 
permite a comunicação da cavidade peritoneal com o meio exterior (através da tuba, da 
cavidade uterina, da vagina e do pudendo), comunicação esta inexistente no sexo masculino, 
onde a cavidade peritoneal é dita fechada. A tuba é subdividida em quatro partes, que, do útero 
para o ovário, são: uterina/intersticial (na parede do útero), istmo, ampola (fecundação e 
clivagem inicial do zigoto) e infundíbulo(fimbrias). 
O infundíbulo, a primeira porção e a mais lateral da tuba uterina, é semelhante à parte alargada 
de um funil, em cuja base se encontra o óstio abdominal da tuba e é dotado, em suas margens, 
de uma série de franjas irregulares – as frímbrias da tuba uterina. Entre as fímbrias merece 
destaque a fímbria ovárica, situada ao longo da margem livre do mesossalpinge, à qual adere 
com sua face lateral, alcança a extremidade tubárica do ovário e termina a poço milímetros 
desta. 
A ampola da tuba uterina, considerada a parte principal do órgão, com aproximadamente 7 cm 
de comprimento médio, tem trajeto tortuoso e possui parede delgada. 
O istmo da tuba uterina é a continuação da ampola, apresentando-se curta e estreitada. Com 
trajeto retilíneo, dirige-se para o corpo do útero, que alcança no nível do seu ângulo supero 
lateral, onde se continua com a última porção da tuba uterina. 
A parte uterina da tuba uterina é intramural, isto é, está contida na espessura da parede do 
útero. Tem 1 cm de comprimento médio e abre-se na cavidade uterina pelo óstio uterino da 
tuba uterina. 
A parede das tubas é constituída por três camadas: (1) mucosa – recoberta por epitélio colunar 
simples composto por células ciliadas e não-ciliadas (secretoras), sobrepostas em membrana 
basal muito fina; (2) muscular – composta por fibras musculares lisas, dispostas em uma 
camada longitudinal externa e outra circular interna; (3) serosa – que consiste em tecido 
conjuntivo frouxo coberto por uma camada de mesotélio. 
Supõe-seque contrações rítmicas da tuba uterina podem realizar um movimento do tipo 
sanfona, com as fases alternadas de encurtamento e alongamento/distensão. Esta ação é mais 
 
 
acentuada na parte da ampola e da fímbria ovárica, onde a espiralidade da túnica muscular é 
mais pronunciada, o que favoreceria a captação do ovócito liberado pelo ovário na ovulação. 
O ovócito já fecundado pode ocasionalmente se fixar na tuba uterina e aí dar-se o início do 
desenvolvimento do embrião, fato conhecido com o nome de gravidez tubária, que exige 
intervenção cirúrgica. 
O suprimento sanguíneo do ovário é feito pela artéria ovariana, que se anastomosa com a 
artéria uterina. 
A inervação do ovário é feita pelos plexos ovariano e uterovaginal. 
l
 
Útero 
É o órgão que recebe os ovócitos e, em caso de gravidez, aloja o embrião que aí se 
desenvolve até o nascimento. A cavidade uterina e a vagina, pelas quais o feto, após a vida 
intra-uterina, no fim da gestação, passa para ser liberado, formam no interior da pelve o canal 
do parto. O útero situa-se na pelve, entre a bexiga urinária e o intestino reto.Trata-se de um 
órgão fibromuscular, oco, com cerca de 8 cm de comprimento, 5 cm de largura e 3 cm de 
espessura. Envolvido pelo ligamento largo, tem em geral a forma de uma pera invertida e nele 
se distinguem quatro partes: fundo, corpo, istmo e colo/cérvice. 
 
 
O corpo comunica-se, de cada lado, com as tubas uterinas, e a porção que fica acima da 
desembocadura das tubas uterinas é o fundo do útero, ladeado pelos cornos do útero, 
direito e esquerdo, que são os ângulos superolaterais do corpo do útero, correspondentes às 
entradas das tubas uterinas. O corpo do útero varia em tamanho e forma, dependendo do 
estado hormonal e gestacional. Ao nascimento, a cérvice e o corpo são aproximadamente do 
mesmo tamanho; em mulheres adultas, o corpo tem duas a três vezes o tamanho da cérvice. O 
corpo é a porção principal e estende-se até uma região estreitada inferior que é o istmo, que é 
parte do colo do útero. O istmo liga o corpo ao colo, é uma porção mais estreita e fina que 
facilita o esvaecimento e dilatação. O colo do útero faz projeção na vagina e com ela se 
comunica pelo óstio do útero, em forma de fenda, e que apresenta dois lábios, anterior e 
posterior. Entretanto, a forma do óstio do útero, e mesmo seus lábios, sofre variações com a 
idade e com a fase funcional do órgão. O colo uterino apresenta-se com poucas fibras 
musculares lisas, mas com grade quantidade de tecido conjuntivo fibroso. Sua cavidade 
central, o canal cervical, tem cerca de 3 cm de comprimento e comunica-se acima com a 
cavidade uterina através de uma constrição – o orifício interno-, abrindo-se na vagina através 
do orifício externo. Na sua porção principal, o útero apresenta as faces, anterior e posterior, e 
duas margens, direita e esquerda arredondadas no sentido ântero-posterior. O útero varia de 
forma, tamanho, posição e estrutura. Estas variações dependem da idade, do estado de 
plenitude ou esvaziamento da bexiga urinária e do reto e, sobretudo, do estado de gestação. 
Quando visto lateralmente, o útero está curvado anteriormente sobre si mesmo, de modo que o 
corpo faz um ângulo com o colo: diz-se que o útero está em anteflexão. Por outro lado, versão 
é o movimento de rotação do corpo do útero ao redor de um eixo que passe pelo istmo e que 
permita ao corpo deslocar-se em direção diferente da do colo, sem que mude o ângulo entre o 
corpo e o colo. Se esta rotação for ao redor do eixo transversal, haverá anteversão ou 
retroversão, conforme o fundo do útero se incline para a frente ou para trás. Na posição típica, 
o útero da mulher virgem ou nulípara está em anteversão ou anteflexão, além de discretamente 
deslocado para a direita (dextroposição). Com relação ao eixo da vagina, o eixo do útero faz 
com ele um ângulo de cerca de 90°. 
 
 
 
 
Entre os meios de fixação do útero, devem ser citados o ligamento redondo do útero e o 
ligamento transverso do colo do útero: 
 
 
 O ligamento redondo é uma faixa de tecido fibroso, estreita e achatada, que se 
prende ao útero imediatamente inferior à desembocadura da tuba uterina. Ele passa 
entre as lâminas do ligamento largo, cruza os vasos ilíacos externos e penetra no canal 
inguinal profundo. Às vezes ele pode ser seguido através do canal inguinal até a tela 
subcutânea dos lábios maiores, onde se fixa. Outras vezes, no entanto, o tecido de que 
se compõe se funde com o canal e o ligamento se torna indistinto no interior do canal 
inguinal; 
 O ligamento transverso do colo do útero é uma lâmina fibrosa formada pela fáscia 
subserosa e por tecido adiposo, de cada lado do colo e da vagina. As fáscias das 
paredes anterior e posterior do colo e da vagina unem-se na margem lateral destes 
órgãos e constituem uma lâmina que se estende no soalho da pelve como extensão 
profunda do ligamento largo. A a. uterina passa sobre a face superior do ligamento 
transverso do colo do útero. Parte deste ligamento segue em direção posterior na 
prega reto-uterina e prende-se à face anterior do sacro, formando, assim, o ligamento, 
útero-sacral. 
 
Ligamentos Uterinos (retináculo) 
 Cervicorretal 
 Uterossacros 
 Cardinais 
 Cervicovesical 
 Vesicopúbico 
 Retossacral 
 
 
 
A flacidez dos meios de fixação do útero, particularmente devido às gravidezes múltiplas, 
provoca a “queda” do útero na vagina, uma condição conhecida como prolápso do útero e que 
é corrigida cirurgicamente. 
Na sua estrutura, o útero apresenta três camadas: 
 Interna ou endométrio, que sofre modificações com a fase do ciclo menstrual ou na 
gravidez;corresponde a mucosa ou submucosa; funcionalmente é constituído por uma 
camada funcional, que descama durante a menstruação, e uma camada basal, que 
permanece e regenera uma nova camada funcional; 
 Média ou miométrio, de fibras musculares lisas e constituindo a maior parte da parede 
uterina; os feixes de músculo liso que compõem o miométrio se entrelaçam em todas 
as direções e formam quatro camadas, a saber: estrato submucoso, estrato vascular 
(onde identificamos as artérias arqueadas), estrato supravascular e estrato subseroso; 
sob a influencia do estrogênio, na gestação, o miométrio aumenta muito de tamanho 
em consequência da hiperplasia e hipertrofia das fibras musculares; 
 Externa ou perimétrio, derivada do peritônio e constituída por uma túnica serosa e 
pela tela subserosa. 
As paredes do útero são espessas em razão da musculatura, mas a cavidade uterina é 
relativamente estreita no útero não grávido. Mensalmente, o endométrio se prepara para 
receber o ovócito fecundado, ou seja, o futuro embrião. Para tanto, há um aumento de volume 
do endométrio com formação de abundantes redes capilares, além de outras modificações. 
Não ocorrendo a fecundação, isto é, na ausência de embrião, toda esta camada do endométrio 
que se preparou sofre descamação, com hemorragia, e consequente eliminação sanguínea 
 
 
através da vagina e do pudendo, fenômeno conhecido com o nome de menstruação. 
 
O suprimento sanguíneo do útero é a artéria uterina, com anastomoses com as artérias 
ovarianas e vaginais. No útero propriamente dito, à medida que a artéria uterina ascende pelas 
margens do órgão, origina artérias que penetram no miométrio (artérias arqueadas) e seguem 
depois um trajeto horizontal paralelo à superfície do útero. Delas se originam uma série de 
ramos radiais internos que atravessam o miométrio e chegam ao endométrio. Ao chegarem à 
camada basal do endométrio, denominam-se artérias basais e, quando penetram na camada 
funcional, artérias espiraladas. Esses vasos são terminais e distribuem-se abaixo doepitélio 
superficial em torno das glândulas. O desenvolvimento dos vasos sanguíneos experimenta 
também variações cíclicas. Tem sido demonstrado que apenas na fase secretora as artérias 
espiraladas chegam à proximidade do epitélio superficial (camada funcional). É interessante 
destacar a existência de anastomoses artério-venosas que parecem desempenhar papel 
importante na regulação e produção da hemorragia menstrual. 
A artéria ovariana origina-se da aorta abdominal, segue o ligamento infundíbulo-pélvico 
(suspensor do ovário) e incorpora-se à mesossalpinge até chegar ao ângulo entre a tuba 
uterina e o útero, onde se anastomosa com a artéria uterina. No seu trajeto emite uma série de 
ramos que irrigam o ovário e a tuba uterina. Após a salpingotripsia (ligadura tubária) alguns 
autores relatam distúrbios no ciclo menstrual, os quais podem estar relacionados ao 
comprometimento das anastomoses vasculares entre o útero e o ovário. As veias que drenam 
o sistema genital feminino geralmente acompanham as artérias e estabelecem diversas 
anastomoses, formando plexos venosos importantes. No útero, numerosas veias calibrosas, de 
parede delgada, sem valvas, acompanham as artérias uterinas, comunicam-se com as veias 
ovarianas e formam no perimétrio a veia uterina que drena na veia ilíaca interna. Anastomoses 
com as veias retais superiores são importantes comunicações do tipo porto-cava. 
 
 
Com relação às veias ovarianas, em sua maioria são plexiformes na origem, e superiormente 
desembocam à direita, na veia cava inferior, enquanto à esquerda desemboca na veia renal 
esquerda. Cabe mencionar que por tal disposição cria-se um fator hemodinâmico que 
justificaria maior freqüência das varicoceles à esquerda, sendo descritos casos de algia pélvica 
devido a varizes e congestão pélvica. 
As veias que se originam na rede capilar do endométrio convergem para a região média do 
miométrio, formando uma rede venosa calibrosa. Estas veias, especialmente calibrosas no 
corpo do útero, distinguem-se pela sua parede bem delgada e por aderências no tecido 
muscular, no qual aparecem como que escavações, merecendo o nome de seios uterinos. São 
estes últimos que conferem a camada média do miométrio o seu aspecto característico. 
Os principais troncos de drenagem da camada media do miométrio transitam superficialmente 
sob o peritônio, com direção transversal até as margens laterais do útero; são especialmente 
calibrosos sobre a face posterior do útero, daí numa cirurgia sangrarem bastante. Próximo de 
cada margem se unem para formar um plexo, o qual compreende em sua malha a artéria 
uterina. Como esta última o plexo localiza-se no ligamento largo do útero, e inferiormente, sem 
limites nítidos se continua no plexo das partes posterior e lateral da vagina; chama-se, em seu 
conjunto, de plexo úterovaginal. O sistema de veias do útero possui múltiplas comunicações 
seja com veias dos anexos, com as da bexiga e da vagina, e, por meio destas, com as veias do 
assoalho pélvico, do reto e dos genitais externos; as quais seguem o ligamento redondo do 
útero. Entram em conexão com as veias genitais externas e da parede abdominal. 
De maneira geral a irrigação do útero apresenta maior número de vasos sanguíneos no fundo e 
corpo do útero sendo menor no istmo e no colo. Por essa razão, realiza-se a secção uterina 
durante o parto cesáreo na região do segmento inferior (istmo). 
Os capilares linfáticos iniciam-se individualmente em cada uma das três camadas do útero, 
sendo que a seguir formam respectivamente as redes endometrial, muscular e perimetrial 
(serosa), as quais se anastomosam entre si. Da rede perimetrial partem vasos linfáticos 
coletores eferentes para os linfonodos regionais. 
A linfa do colo do útero é coletada por um plexo formado por três grupos de vasos: um que 
segue a artéria uterina para desembocar nos linfonodos ilíacos externos; outro acompanha a 
artéria vaginal junto com alguns linfáticos da vagina, para desembocar nos gânglios ilíacos 
internos e, finalmente, um grupo que acompanha os ligamentos uterossacrais e atinge os 
linfonodos pré sacrais. 
Os linfáticos do corpo e do fundo do útero mostram trajetos diversos: um grupo de vasos 
linfáticos segue pelo ligamento largo do útero e pelo hilo do ovário, anastomosando-se com os 
linfáticos da gônada, e desemboca nos linfonodos lombares aórticos; uma parte segue os 
vasos uterinos até os linfonodos ilíacos externos, e outro grupo menor segue pelo ligamento 
redondo do útero até os linfonodos inguinais. 
Os linfáticos do útero são unidos por numerosas anastomoses entre si e com linfáticos dos 
órgãos vizinhos, assim como com aqueles da tuba uterina e da vagina. Os do colo do útero têm 
ampla comunicação com os da vagina, e, por seu intermédio, com os linfáticos do reto. 
 
 
O suprimento nervoso do útero é feito pelo plexo uterovaginal (plexo uterovariano e plexo 
hipogástrico). Deve ser salientado que o istmo do útero é a porção mais inervada do útero e a 
única especialmente dolorosa. 
De maneira geral a estimulação das fibras simpáticas causa contração miometrial e também 
vasoconstricção, enquanto que a estimulação das parassimpáticas inibe a contração miometrial 
e causa vasodilatação. 
Histerectomia 
Histerectomia é um termo utilizado para definir a retirada cirúrgica do útero. É uma das 
cirurgias ginecológicas mais realizadas em âmbito mundial, sendo a mais praticada nos 
Estados Unidos, com cerca de 800.000 cirurgias por ano. De acordo com dados históricos, a 
primeira histerectomia vaginal foi feita em 1508 na cidade de Bolonha e, desde então, houve 
um intenso avanço da técnica e das vias de acesso cirúrgico. 
Existem diversas indicações para esse tipo de procedimento, sendo as principais: câncer do 
colo do útero em estágio avançado, câncer de endométrio (corpo do útero), sangramentos 
disfuncionais sem melhora com tratamento clínico, hemorragias obstétricas incontroláveis, 
prolapso uterino, infecção pélvica acentuada ou miomas uterinos (em alguns casos 
específicos). Segundo dados publicados na Capes, cerca de 30% a 60% das mulheres em 
idade reprodutiva apresentam miomas uterinos, fazendo desse número o motivo pelo qual a 
histerectomia é a cirurgia ginecológica mais realizada no Brasil. 
Exercida por um ginecologista, a histerectomia é um recurso utilizado não somente em casos 
de patologias avançados, mas também como medida preventiva de outras doenças. 
As vias cirúrgicas da histerectomia dependem da análise médica individualizada para cada 
paciente, sendo extremamente fundamental esclarecer todas as dúvidas da paciente antes da 
realização do procedimento. 
Basicamente, podemos dividir a histerectomia pela técnica cirúrgica e pela via de acesso: 
 Classificação pela técnica cirúrgica: 
Histerectomia total: consiste na retirada completa de todo o útero, incluindo o corpo e o colo 
do útero; 
Histerectomia subtotal, supracervical ou parcial: nesse tipo de procedimento, é removido 
apenas o corpo do útero, mantendo o colo do útero íntegro; 
Histerectomia radical: é removido todo o útero, os tecidos e ligamentos ao lado do útero, o 
colo do útero e a parte superior da vagina. Geralmente só é feito esse tipo de cirurgia quando 
 
 
existe uma neoplasia maligna (câncer) em estágio avançado. 
 
 Classificação pela via de acesso: 
Histerectomia abdominal: realizada por meio de um corte no abdômen (muito semelhante 
com a incisão Pfannenstiel – de parto cesárea), por onde é retirado o útero da paciente. 
Aproximadamente 65% dos casos são realizadas por essa via; 
Histerectomia vaginal: consiste na retirada do útero por meio do canal vaginal. Esse tipo de 
procedimento envolve menos tempo de internação no hospital, menosdor pós-operatória e 
uma recuperação mais rápida. Não existe incisão aparente no abdome e apresenta uma taxa 
menor de sangramento e de infecção operatória; 
Histerectomia laparoscópica: é uma das vias mais avançadas para realização da 
histerectomia. Realizada através de pequenos cortes no umbigo e na região inguinal da 
paciente. Um fino tubo é inserido por meio das incisões, o qual tem em sua ponta uma câmera 
que possibilita a visualização completa e direta da cavidade do abdome. Geralmente a saída 
do útero ocorre pelo canal vaginal. É a cirurgia com melhor recuperação pós-operatória da 
paciente. 
Histerectomia por robótica: é baseada nos mesmos conceitos que a histerectomia 
laparoscópica, porém neste caso é realizada por um sistema moderno em que aparelhos 
robóticos realizam todo o trabalho. Realizada somente em grandes centros de pesquisa. 
Vagina 
 Órgão músculo-membranoso oco, que se estende do vestíbulo vulvar até o útero e que 
mede cerca de 9-10 cm de comprimento. A parede vaginal posterior é cerca de 3 cm 
mais longa que a parede anterior. 
É o órgão feminino da cópula, recebe o sêmen, serve para o escoamento do sangue menstrual 
e às secreções uterinas e, no parto, dá passagem ao feto. O termo vagina vem do latim e 
significa bainha, nome dado a esta estrutura por analogia funcional, pois a vagina vai atuar 
como uma bainha ao ser penetrada pelo pênis durante a cópula. Estende-se do vestíbulo da 
 
 
vagina até o colo do útero e atravessa o soalho pélvico. A vagina é um tubo cujas paredes 
normalmente se tocam (isto é, estão “colabadas”) e no seu exame clínico (ou no exame do colo 
do útero) o médico coloca um aparelho para afastá-las. Comunica-se superiormente com a 
cavidade uterina através do óstio do útero e inferiormente abre-se no vestíbulo da vagina 
através do óstio da vagina. Chama-se fórnice ao fundo da vagina, cuja extremidade superior 
envolve o colo do útero. É esta relação uterovaginal que permite dividir o colo do útero em 
porção supravaginal, acima da vagina, e porção vaginal, no interior da vagina, onde proemina. 
Neste recesso, o fórnice da vagina, identificam-se partes anterior, posterior e laterais, direita e 
esquerda. 
A parede vaginal é constituída por três camadas: mucosa, muscular e adventícia. A mucosa é 
revestida por epitélio pavimentoso/escamoso estratificado não-queratinizado, sem glândulas. 
Sua lâmina própria, fibroelástica, contém um complexo de pequenas veias que lhe proporciona 
uma considerável vascularização. A mucosa é colonizada por uma flora bacteriana mista com 
predominância de lactobacilos; o pH normal é de 3,5 a 4,5. A camada muscular é composta por 
fibras musculares lisas dispostas em uma camada circular interna e outra longitudinal externa, 
entre as quais encontram-se vasos sanguíneos e fibras nervosas. A adventícia é composta por 
uma delgada camada de tecido conjuntivo frouxo que une a vagina a órgãos vizinhos. O 
suprimento sanguíneo da vagina inclui a artéria vaginal e ramos derivados das artérias uterina, 
retal média e pudenda interna. A inervação da vagina é a seguinte: vagina superior- plexo 
uterovaginal; vagina distal – nervo pudendo. 
Nas mulheres virgens, o óstio da vagina é fechado parcialmente pelo hímen, membrana de 
tecido conectivo forrada por mucosa interna e externamente. O hímen é variável em forma e 
tamanho, e frequentemente é anular ou em crescente. Geralmente tem abertura única, mas 
pode ser cribiforme, isto é, com múltiplos orifícios. Condições raras são a imperfurão, em que o 
hímen fecha completamente o óstio da vagina e que exige intervenção cirúrgica e a agenesia 
(ausência) do hímen. Às vezes o hímen pode persistir após a cópula ou, em casos de hímem 
complacente, distensível, limitando óstio amplo, pode haver penetração do pênis sem ruptura 
do hímen. A presença do hímen não garante o estado de virgindade, fato que deve ser levado 
em consideração em casos que requeiram perícia médico-legal. Pode também ocorrer a 
existência de hímen espesso e resistente, dificultando, ou mesmo impossibilitando, a 
penetração do pênis, exigindo correção cirúrgica para a realização normal e completa do ato 
sexual. A ruptura do hímen (defloração) após o coito (ou devido à manipulação ou durante 
exame de vagina) provoca lacerações que respeitam a margem aderente, com divisões da 
margem livre em fragmentos irregulares, a formação de linguetas ou pequenas elevações, as 
carúnculas himenais. Por se tratar, em geral, de membrana de pequena espessura e de 
vascularização reduzida, o rompimento do hímen durante a cópula embora doloroso, não 
provoca grandes hemorragias como erroneamente tem sido divulgado. Pode ocorrer, ainda, 
uma sensação de ligeiro desconforto nas primeiras relações sexuais, em virtude de músculos e 
 
 
outras estruturas vizinhas do óstio da vagina não terem ainda sofrido um necessário 
relaxamento. 
 
A superfície interna da vagina, na mulher adulta, é lisa na parte superior (proximal), mas 
apresenta rugas vaginais, transversais, na parte inferior (distal), formadas por espessamentos 
da túnica mucosa e pela presença de muitas pequenas veias subjacentes. As rugas diminuem 
com a multiparidade e senescência. As rugas vaginais dirigem-se para as colunas das rugas, 
anterior e posterior, que são relevos longitudinais, próximos do plano mediano das paredes 
anterior e posterior e que, quando a vagina está fechada, ficam em contato uma ao lado da 
outra. As colunas iniciam-se no nível do óstio da vagina e terminam na parte média, ou pouco 
acima, da vagina. A coluna anterior, maior do que a posterior, apresenta um pouco atrás e 
abaixo do óstio externo da uretra uma pequena dilatação, a Carina uretral da vagina. As 
 
 
colunas são determinadas pela presença de tecido cavernoso, erétil. Descreve-se uma área 
erógena da vagina, pequena superfície da vagina cuja estimulação pode resultar em satisfação 
sexual. A lubrificação é realizada pelas glândulas de Bartholin. 
 
 
 
Órgãos Genitais Externos 
Os órgãos genitais externos da mulher são denominados, em conjunto, de pudendo feminino, 
ou vulva. Deste fazem parte o monte do púbis, lábios maiores e menores, vestíbulo da vagina, 
bulbo do vestíbulo, óstio vaginal,óstio uretral,hímen,glândula vestibular maior, glândulas 
vestibulares menores, clitóris e uretra. 
 
 
 
Pudendo Feminino - Monte do Púbis 
É uma elevação mediana, anterior à sínfise púbica e constituída principalmente de tecido 
adiposo, que se continua posteriormente com duas pregas proeminentes, os lábios maiores do 
pudendo. Função de proteção. Apresenta pelos espessos após a puberdade, com distribuição 
característica, que também cobrem a superfície externa dos lábios maiores do pudendo. 
Pudendo Feminino –Grandes Lábios 
São duas pregas cutâneas, alongadas ântero-posteriormente, que se estendem do monte do 
púbis ao períneo e delimitam entre si uma fenda, a rima do pudendo. Situam-se entre o sulco 
interlabial e as pregas inguinoglúteas. Fundem-se com o monte púbico, anteriormente, e com o 
corpo perineal, posteriormente. Na face lateral, a pele, semelhante à do escroto, é pigmentada 
e, após a puberdade, coberta de pelos. Já as faces mediais dos lábios maiores são róseas, 
úmidas, sempre lisas e glabras (sem pelos). A face lateral, convexa, dos lábios maiores está 
separada da face medial da coxa pelo sulco genitofemoral. Possuem glândulas sebáceas e 
sudoríparas, além de gordura subcutânea. 
Pudendo Feminino –Pequenos Lábios 
São duas pequenas pregas cutâneas, localizadas medialmente aos lábios maiores.São 
separados lateralmente dos grandes lábios pelo sulco interlabial. Separam-se anteriormente e 
 
 
se fundem abaixo do clitóris como frênulo e acimacomo prepúcio. No vivo, a pele que os 
recobre é lisa, úmida e vermelha. Ficam escondidos pelos lábios maiores, exceto nas crianças 
e na idade avançada, quando os lábios maiores contêm menos tecido adiposo e 
consequentemente menor volume. Cada lábio menor apresenta abundante tecido conectivo 
elástico, sem gordura, com fascículos de células musculares e numerosas veias calibrosas, o 
que lhe confere, no conjunto, as características de tecido erétil: na excitação sexual os lábios 
menores tornam-se túrgidos. O espaço entre os lábios menores é o vestíbulo da vagina, onde 
se apresentam o óstio externo da uretra, o óstio da vagina e os orifícios dos ductos das 
glândulas vestibulares. 
Pudendo Feminino – Estruturas Eréteis 
 Possui uma porção exposta (glande-sensibilidade), e uma porção não exposta (corpo 
cavernoso-tecido erétil). 
No sexo feminino há formação de tecido erétil, capazes de se dilatar como resultado de 
engurgitamento sanguíneo. O clitóris sendo homólogo ao pênis ou, mais exatamente, aos 
corpos cavernosos, possui duas extremidades fixadas ao ísquio e ao púbis, os ramos do 
clitóris, que depois se juntam formando o corpo do clitóris, e este termina por uma dilatação, a 
glande do clitóris. O clitóris é uma estrutura rudimentar quando comparada ao pênis e apenas a 
glande do clitóris é visível, no local onde se fundem anteriormente os lábios menores. O clitóris, 
e mais particularmente a sua glande, é uma estrutura extremamente sensível e ligada à 
excitabilidade sexual feminina( rico em receptores sensitivos). O bulbo do vestíbulo é formado 
por duas massas pares de tecido erétil, alongadas e dispostas como uma ferradura ao redor do 
óstio da vagina. Não são visíveis na superfície porque estão profundamente situadas, 
recobertas que são pelos músculos bulboesponjosos. São os homólogos rudimentares do 
bulbo do pênis e porção adjacente do corpo esponjoso. Quando cheios de sangue, dilatam-se, 
e desta forma, proporcionam maior contato entre o pênis e o orifício da vagina. O 
engurgitamento sanguíneo das estruturas eréteis da mulher confere-lhe a sensação de edema 
e de peso na região pudenda. 
 
 
 
 
 
Pudendo Feminino – Glândulas Vestibulares 
São em número de duas, situadas profundamente e nas proximidades do vestíbulo da vagina, 
onde se abrem seus ductos. Durante o coito são comprimidas e secretam um muco, que serve 
para lubrificar a porção inferior da vagina. As glândulas vestibulares menores, em número 
variável, têm seus minúsculos ductos se abrindo no vestíbulo, entre os óstios da uretra e da 
vagina. 
De modo geral, as glândulas da pele da região do vestíbulo e as glândulas da mucosa da 
vagina produzem secreção nos momentos preparatórios e durante o coito, visando a tornar as 
estruturas úmidas e propícias à relação sexual. 
Pudendo Feminino - Orifício Vaginal 
O orifício vaginal é circundado pelo hímen, uma membrana mucosa variável em crescente, a 
qual é substituída por carúnculas circulares após sua ruptura. As aberturas dos ductos das 
glândulas vestibulares maiores (Bartholin) estão localizadas em cada lado do vestíbulo. 
Numerosas glândulas vestibulares menores também estão dispersas posteriormente e entre os 
orifícios uretral e vaginal. 
Pudendo Feminino – Orifício Uretral 
O orifício uretral está imediatamente anterior ao orifício vaginal e a uma distância de 2 a 3 cm 
abaixo do clitóris. O ducto da glândula de Skene (parauretral) apresenta uma abertura em sua 
superfície posterior. 
Mamas 
 
 
As mamas são anexos da pele, pois seu parênquima é formado de glândulas cutâneas 
modificadas que se especializam na produção de leite após a gestação. A mama é uma 
proeminência bilateral da parede anterior do tórax, formada por uma porção glandular, por 
tecido conectivo e por variável, mas, em geral, abundante tecido adiposo. Em lactantes, nas 
crianças e nos homens, as mamas são rudimentares. Podem, entretanto, no homem, estar 
anormalmente desenvolvidas, uma condição patológica que se denomina ginecomastia, 
causada por fatores hormonais ou medicamentos. No sexo feminino desenvolvem-se na 
puberdade e atingem o máximo desenvolvimento no fim da gestação e no período do parto. 
As mamas situam-se anteriormente aos músculos da região peitoral (m.peitoral maior, m. 
serrátil anterior e m. oblíquo externo), no estrato areolar da tela subcutânea. A mama direita 
está separada da esquerda pelo sulco intermámario. Na sua arquitetura, a mama é constituída 
de: 
 Parênquima, de tecido glandular ou glândula mamária, composta de 15 a 20 lobos 
piramidais, cujos ápices estão voltados para a superfície e as bases, para a parte 
profunda da mama. Cada um dos lobos é formado por lóbulos e possuem ductos 
lactíferos que se abrem na papila mamária. Ao conjunto destes lobos dá-se o nome de 
corpo da mama, que pode ser sentido pela palpação como uma região de consistência 
mais firme do que a das áreas vizinhas; 
 Estroma, de tecido conectivo, que envolve cada lobo e o corpo mamário como um todo. 
Predomina o tecido adiposo e este é sustentado por inúmeras trabéculas de tecido 
conectivo denso. O tamanho e a forma da mama estão diretamente relacionados com a 
quantidade de tecido adiposo do estroma; 
 
 
 Pele, dotada de glândulas sebáceas e sudoríferas, muito fina e onde se notam, por 
transparência, as veias superficiais. 
 
 
 
 
A forma da mama é geralmente cônica, mas há muita variação, dependendo da quantidade de 
tecido adiposo, do estado funcional (gestação, lactação) e da idade. As mamas iniciam o seu 
desenvolvimento na puberdade, e com as gestações sucessivas ou no avançar da idade 
tornam-se progressivamente pedunculadas, fato explicado pela perda de elasticidade das 
estruturas de sustentação do estroma. 
A papila mamária é uma projeção onde desembocam os 15 a 20 ductos lactíferos dos 
respectivos lobos da glândula mamária. A papila é composta principalmente de fibras 
musculares lisas, podendo se tornar rija. A papila da mama é ricamente inervada. Ao redor da 
papila há uma área de maior pigmentação, a aréola mamária, onde existem glândulas 
sudoríferas e sebáceas, que formam pequenos tubérculos. Durante a gravidez a aréola torna-
se mais escura e retém esta cor posteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vascularização 
 
A mama é irrigada principalmente pela artéria mamária interna, ramo da artéria subclávia, e por 
ramos da artéria axilar.A artéria mamária interna desce verticalmente desde o ápice da pleura, 
passando atrás da margem medial da clavícula e da primeira cartilagem costal até atravessar o 
primeiro espaço intercostal, descendo e margeando lateralmente o esterno até o sexto espaço 
intercostal, onde se vai dividir nos ramos epigástrico e diafragmático.Da artéria mamária interna 
partem os ramos perfurantes que atravessam os quatro primeiros espaços intercostais, 
geralmente em número de dois vasos por espaço, que atravessam o músculo peitoral, 
atingindo a face posterior da mama. 
 
Os ramos axilares da vascularização mamária e de interesse cirúrgico, partindo da porção mais 
lateral para a medial, são: 
 artéria subescapular; 
 artéria torácica lateral ou torácica externa; 
 artéria acromiotorácica. 
A artéria subescapular desce lateralmente à parede do tórax junto ao músculo subescapular, 
formando um feixe vasculonervoso junto com o nervo e a veia toracodorsal; motivo pelo qual 
também é chamada de artéria toracodorsal, que se subdivide em dois ramos menores - artéria 
circunflexa anterior e artéria circunflexa posterior. 
A artéria subescapular não apresenta grande importância do ponto de vista de irrigação da 
mama, porém é importanteponto de referência no esvaziamento ganglionar. 
A artéria torácica lateral ou torácica externa nasce da artéria axilar, emerge sob a veia axilar, 
acompanhando a margem lateral do músculo peitoral menor até aproximadamente o quinto 
espaço intercostal, enviando ramos aos músculos peitorais, serrátil anterior e corpo mamário. 
A artéria acromiotorácica nasce da artéria axilar, perfurando a fáscia clavipeitoral em 
proximidade com a margem medial do músculo peitoral menor, enviando ramos para os 
músculos peitorais e a face profunda da glândula mamária. 
 
Drenagem Venosa 
 
A drenagem venosa da mama basicamente converge para a veia axilar, que representa 
importante referência como limite de dissecção no esvaziamento axilar e, por esse motivo, 
deve ser totalmente dissecada do tecido linfoadiposo que a recobre. 
 
Suas principais tributárias são: 
 veia cefálica; 
 veia subescapular; 
 veia torácica lateral; 
 veia acromiotorácica. 
 
 
 
 
Sistema Linfático da Mama 
A pele, a aréola, o tecido subcutâneo, bem como todo o parênquima mamário, são drenados 
por quatro plexos linfáticos que se dispõem da superfície para a profundidade, apresentando 
uma intensa rede linfática que se comunica entre si: 
 Plexo subpapilar superficial do derma, que recebe os vasos eferentes da papila 
dérmica. 
 Plexo intermédio do derma. 
 Plexo profundo do derma. 
 Plexo fascial profundo, que mantém íntima relação com a fáscia do músculo peitoral 
maior . 
 
 
Esses quatro plexos linfáticos estão ligados entre si, estando o parênquima mamário localizado 
entre os dois mais profundos, ou seja, plexo profundo do derma e plexo fascial, de onde vão 
partir vasos linfáticos coletores que se intercomunicam, atravessando todo o tecido mamário 
para se dirigirem centrifugamente aos linfonodos regionais. 
 
Por essa razão existe a necessidade de, nos eventos radicais, com preservação do músculo 
peitoral maior, ressecar inteiramente toda a fáscia que o recobre. 
 
Grande parte da drenagem linfática da mama segue em direção aos linfonodos axilares que, 
em condições normais, drenariam a linfa proveniente da região centrolateral da mama, 
enquanto a região medial da mama drenaria para os linfonodos da cadeia mamária interna. 
 
 
 
Admite-se também que o sentido da circulação linfática seja craniocaudal, isto é, da base para 
o ápice da axila, de caráter ascendente, como provam inúmeros trabalhos já aceitos 
consensualmente. Entretanto, é importante salientar que em uma porcentagem pequena de 
casos (1,6%) pode existir comprometimentos dos linfonodos apicais sem comprometimento dos 
linfonodos basais, situação chamada de skip metástase. 
 
Grande parte dos tumores da mama, mesmo os localizados nos quadrantes internos, 
apresenta maior comprometimento dos linfonodos axilares em relação aos da cadeia mamária 
interna, considerando-se a cadeia mamária interna como sítio secundário de drenagem linfática 
da mama. 
 
Linfonodos Axilares 
 
O sistema linfático axilar é constituído de grupos de linfonodos situados ao longo dos vasos 
axilares e ao longo dos ramos vasculares da mama. 
A disposição dos linfonodos, bem como o seu número, não é constante, e uma possível 
explicação para essa variação deriva da observação de que na parede dos vasos linfáticos 
mais importantes encontram-se folículos que podem crescer e transformar-se em linfonodos. 
 
No sistema linfático axilar, várias subdivisões dos grupos linfonodais são descritas por 
inúmeros autores, porém, para fins descritivos, a mais utilizada é a seguinte: 
 Grupo lateral está situado em contato com a veia axilar na sua parte mais distal, 
lateralmente à união com a veia subescapular. 
 Grupo subescapular: Varia de seis a sete linfonodos e numerosos grupamentos 
microscópicos de folículos. 
Esses linfonodos estão situados no ângulo formado pela face anterior do músculo 
grande dorsal, do músculo redondo maior e do músculo subescapular e próximos aos 
vasos subescapular e toracodorsal. Drenam a linfa da porção inferior e lateral da mama 
para os linfonodos do grupo central. 
 Grupo peitoral: Varia em número de quatro a cinco linfonodos, macroscopicamente 
evidentes, acompanhando os vasos torácicos laterais em proximidade da margem 
lateral do músculo peitoral menor. Drena a linfa da maior parte da porção superior 
lateral da mama. Esses linfonodos drenam para os linfonodos do grupo central. 
 Grupo interpeitoral (Rotter): Consiste em dois a quatro pequenos linfonodos bastante 
constantes situados em torno da artéria acromiotorácica e dos seus ramos peitorais em 
frente à fáscia clavipeitoral. 
Os linfonodos desse grupo recebem linfa das partes centrais dos quadrantes 
superiores da mama e drenam para o grupo apical. 
 Grupo central: Consiste em cinco a sete nódulos relativamente grandes, situados no 
tecido fibroadiposo da axila, entre a veia subescapular e a torácica lateral e abaixo da 
veia axilar. 
Tais linfonodos recebem a linfa dos grupos peitorais, subescapulares e laterais e 
drenam no grupo dos linfonodos apicais. 
 Grupo apical: Consiste em oito a 10 pequenos linfonodos situados medialmente ao 
músculo peitoral menor, sendo que a maior parte deles localiza-se abaixo da veia 
axilar. 
Os linfonodos recebem a linfa dos grupos central e interpeitoral, e por isso discute-se a 
possibilidade de receber linfa diretamente da glândula mamária. 
 
 
Esta divisão, em grupos linfonodais, é meramente descritiva, pois prefere-se uma divisão do 
ponto de vista topográfico-cirúrgico, que apresenta também significado prognóstico e clínico. 
 
Os linfonodos axilares são subdivididos em três níveis assim descritos: 
 
 
 Linfonodos do primeiro nível axilar - localizados a partir da margem medial do músculo 
subescapular, tendo como limite a margem lateral do músculo pequeno peitoral. 
 Linfonodos do segundo nível axilar - localizados na região abaixo do músculo pequeno 
peitoral. 
 Linfonodos do terceiro nível axilar - localizados a partir da margem medial do músculo 
peitoral menor, tendo como limite o músculo subclávio, considerado o ápice da axila 
em termos de dissecção cirúrgica. 
 
 
Como já citado., na maioria das vezes a drenagem é ascendente e progressiva e o 
acometimento linfonodal começaria inicialmente no primeiro nível para, posteriormente, atingir 
os linfonodos do segundo e do terceiro nível axilar. Por esse motivo, discute-se se há a 
necessidade de se esvaziar ou não totalmente a axila nos estádios iniciais dos tumores da 
mama. 
 
 
Inervação 
 
Para a execução dos procedimentos cirúrgicos nas patologias mamárias, é de fundamental 
importância o conhecimento dos nervos e estruturas por eles inervados, para que nas cirurgias 
conservadoras consiga-se preservá-los. 
 
Dentre os nervos que atravessam a axila, são importantes do ponto de vista anatomocirúrgico 
 
 
 
Nervo Torácico Longo (Nervo de Bell) 
 
Origina-se do quinto e sexto tronco da raiz cervical e, em relação ao ápice axilar, está 
localizado posteriormente ao feixe neurovascular atrás do qual desce verticalmente, aderido à 
parede torácica, em ângulo reto com as fibras do músculo grande denteado que inerva, 
devendo ser sempre identificado e preservado, mesmo nos eventos radicais. 
 
Nervo Toracodorsal 
 
Origina-se da fáscia profunda do feixe neurovascular da axila, descendo em correspondência 
ao músculo subescapular para atingir a fáscia medial do músculo grande dorsal que inerva. 
 
Nervo Subescapular Inferior 
 
Corre paralelo ao nervo toracodorsal na sua parte alta e vai inervar o músculo grande redondo. 
 
Os Nervos Peitorais 
 
Dividem-se em medial e lateral e nascem da superfície anterior do feixe vasculonervoso da

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