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Técnico em Enfermagem Módulo I EPIDEMIOLOGIA E PROCESSOS PATOLÓGICOS EPIDEMIOLOGIA E PROCESSOS PATOLÓGICOS AULA 1 – INTRODUÇÃO À EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA DEFINIÇÃO A palavra “epidemiologia” é derivada das palavras gregas: epi “sobre”, demos “povo” e logos “estudo” Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, Analisa a distribuições e fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva; Propõe medidas específicas de prevenção e controle, fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliações de ações de saúde. EPIDEMIOLOGIA OBJETIVOS Identificar o agente causal ou fatores relacionados à causa dos agraves à saúde. Entender a causa dos agravos à saúde. Definir os modos de transmissão. Definir e determinar os fatores contribuintes aos agravos à saúde. Identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das doenças. Estabelecer os métodos e estratégias de controle dos agravos à saúde. Estabelecer medidas preventivas. Auxiliar o planejamento e desenvolvimento de serviços de saúde. Prover dados para a administração e avaliação de serviços de saúde. EPIDEMIOLOGIA CARACTERES EPIDEMIOLÓGICOS Características relativas a pessoa, tempo e lugar que determinam a forma de apresentação das doenças na comunidade. MÉTODOS EPIDEMIOLÓGICOS Consiste em buscar a resposta aos seguintes questionamentos: Onde ocorreram os agravos? Quem adoeceu? Quando adoeceu? Há grupos especiais mais expostos? Há regiões mais atingidas? Há alguma faixa etária mais atingida? Há uma classe social de maior ou menor risco? Algum elemento hipotético determina o seu surgimento? O OBJETIVO DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA É: “Informação para a ação” DOENÇAS EMERGENTES E REEMERGENTES DOENÇAS EMERGENTES Doenças novas, desconhecidas da população Surgem com impacto significativo sobre o ser humano. São causadas por vírus e bactérias que não tenham sido descritos ou que derivam da mutagenicidade de um microorganismo; Também está associado à doenças que atingem uma região onde até então nunca tenha sido detectada DOENÇAS REEMERGENTES São aquelas doenças bastante conhecidas, que estavam controladas, ou eliminadas de uma determinada região, e que vieram a ser reintroduzidas. FATORES QUE FAVORECEM O SURGIMENTO DESSAS DOENÇAS 🌍 Globalização e transporte rápido de pessoas e produtos ️ Mudanças climáticas ️ Urbanização desordenada e desmatamento 💉 Baixa cobertura vacinal 🐾 Contato humano-animal (zoonoses) 🏥 Resistência microbiana EPIDEMIOLOGIA Fenômenos Epidemiológicos associados a fatores demográficos, ecológicos ambientais, resistência e seleção de agentes antimicrobianos, resistência dos vetores aos inseticidas rapidez e intensidade de mobilização das populações no processo de globalização, desigualdades sociais, precárias condições de saneamento que favorecem a disseminação de doenças, entre outros Situações que necessitam de investigação Epidemiológica. A notificação não é só um papel preenchido. Ela salva vidas e protege toda a comunidade CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA ENDEMIA É a ocorrência de determinada doença que acomete sistematicamente populações em espaços característicos e determinados, no decorrer de um longo período (temporalmente ilimitada), e que mantêm uma incidência relativamente constante, favorecendo variações cíclicas e sazonais; CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIA Ocorrência em uma comunidade ou região, de casos de uma mesma doença, ultrapassando a incidência esperada. As epidemias presentes desde o inicio da historia do homem, fenômeno que atinge grupos de indivíduos provocando alterações no modo de vida. CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA PANDEMIA É quando uma doença ultrapassa as fronteiras de uma nação transforma-se em pandemia. Podendo espalhar-se por mais continentes ou por todo mundo, causando inúmeras mortes. CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA SURTO É o aumento repentino do número de casos de uma doença de um local restrito. VAMOS PRATICAR? TERMO DEFINIÇÃO BREVE EXEMPLO PRÁTICO ENDEMIA SURTO EPIDEMIA PANDEMIA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos, bem como avaliação dessas medidas. OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Identificar novos problemas de Saúde Pública; Detectar epidemias; Documentar a disseminação de doenças; Estimar a magnitude da morbidade e mortalidade causadas por determinados agravos; Identificar fatores de risco que envolve a ocorrência de doenças; Recomendar, com bases objetivas e cientificas as medidas necessárias para prevenir ou controlar a ocorrência de específicos agravos à saúde; Avaliar o impacto de medidas de intervenção por meio da coleta e análise sistemática de informações relativas ao específico agravo; Avaliar a adequação de táticas e estratégias de medidas de intervenção, com base não só em dados epidemiológicos, mas também nos referentes à sua operacionalização; Revisar práticas antigas e atuais de sistemas de vigilância com o objetivo de discutir prioridades em Saúde Pública e propor novos instrumentos metodológicos. FUNÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA • Coleta de dados; • Diagnóstico de casos • Processamento de dados coletados; • Análise e interpretação dos dados processados; • Recomendação das medidas de controle indicadas; • Retroalimentação do sistema. • Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; • Divulgação de informações pertinentes. • Normatização INDICADORES DE SAÚDE Para que a saúde seja quantificada e para permitir comparações na população, utilizam-se os indicadores de saúde. Estes devem refletir, com fidedignidade, o panorama da saúde populacional. É interessante observar que, apesar desses indicadores serem chamados Indicadores de Saúde, muitos deles medem doenças, mortes, gravidade de doenças, o que denota ser mais fácil, às vezes, medir doença do que medir saúde. INDICADORES DE SAÚDE Esses indicadores podem ser expressos em termos de freqüência absoluta ou como freqüência relativa, onde se incluem os coeficientes e índices. Os valores absolutos são os dados mais prontamente disponíveis e, freqüentemente, usados na monitoração da ocorrência de doenças infecciosas; especialmente em situações de epidemia, quando as populações envolvidas estão restritas ao tempo e a um determinado local, pode assumir-se que a estrutura populacional é estável e, assim, usar valores absolutos. INDICADORES DA SAÚDE MORBIDADE Termo genérico usado para designar o conjunto de casos de uma dada afecção ou a soma de agravos à saúde que atingem um grupo de indivíduos. INDICADORES DA SAÚDE PREVALÊNCIA É o número total de casos de uma doença, novos e antigos, existentes num determinado local e período. Como idéia de acúmulo, de estoque, indica a força com que subsiste a doença na população. O coeficiente de prevalência é mais utilizado para doenças crônicas de longa duração, como hanseníase, tuberculose, AIDS e diabetes. Coeficientes de prevalência são valiosos para o planejamento, em função do conhecimento do número de doentes existentes na comunidade. INDICADORES DE SAÚDE INCIDÊNCIA É o número de casos novos dessa doença que se iniciou no mesmo local ou período. Traz a idéia de intensidade com que acontece uma doença numa população e mede a freqüência ou probabilidade de ocorrência de casos novos da doença na população. Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer. INDICADORES DE SAÚDE MORTALIDADE Representa a intensidade com que os óbitos por uma determinada doença ocorrem numa certa população. Mortalidade geral, mortalidadeinfantil, mortalidade materna e por doenças transmissíveis são os mais utilizados para avaliar o nível de saúde de uma população. INDICADORES DE SAÚDE LETALIDADE O coeficiente de letalidade situa transição entre os indicadores de morbidade e mortalidade. A letalidade mede o poder da doença em determinar a morte e também pode informar sobre a qualidade da assistência médica prestada ao doente. FONTES DE DADOS São necessários grande números de informações (relativos à morbidade, mortalidade, estrutura demográfica, estado imunitário e nutricional da população, situação sócio- econômica, saneamento ambiental,...) buscando conhecer, documentar e intervir de modo adequado junto ao problema. FONTES DE DADOS NOTIFICAÇÃO DE DOENÇAS Fonte de informações mais utilizada na maioria dos países. Embasada por leis e decretos que obrigam o médico e outros profissionais de saúde a notificar doenças da maneira mais ágil possível às autoridades locais e estaduais de saúde. Doenças de notificação compulsória em Território Nacional. Doenças de notificação compulsória no Estado de São Paulo FONTES DE DADOS LABORATÓRIOS Fonte indispensável não só para doenças infecciosas, mas para qualquer agravo diagnosticado exclusivamente por meio de análise laboratoriais (salmoneloses por ex; doenças profissionais, etc). HOSPITAIS Fonte importante especialmente nas doenças nas qual o tratamento hospitalar é praticamente obrigatório. Permite o aumento da representatividade da doença ou uma avaliação do nível de subnotificação. FONTES DE DADOS Declaração de óbitos - complementar. Estudos Epidemiológicos: obtenção de dados adicionais junto à população ou aos serviços. Imprensa / Comunidade. ATIVIDADE PROPOSTA: RELATÓRIO EPIDEMIOLÓGICO Elaborar um relatório epidemiológico manuscrito sobre uma doença endêmica da sua região, com base nos conhecimentos adquiridos na disciplina. O aluno poderá utilizar imagens, gráficos, tabelas ou mapas, desde que colados de forma organizada e com legenda. Ao final do trabalho, deverão ser indicadas as referências utilizadas. Não serão aceitos trabalhos digitados ou copiados de colegas. Deverá conter CAPA com as seguintes informações: nome da instituição e do curso, nome completo do aluno, título do trabalho, cidade e ano. Deverão ser respondidas as seguintes questões: 1. Introdução e contextualização da doença 2. Fatores que influenciam a endemia (sociais, ambientais, econômicos) 3. Situação epidemiológica atual 4. Ações de controle e prevenção (que medidas estão sendo realizadas na região para o combate à doença?) 5. Indicadores epidemiológicos (citar e comentar taxas e coeficientes como: incidência, prevalência, mortalidade e etc.) Prazo máximo para entrega: 09/06/2025 ATIVIDADE PROPOSTA: RELATÓRIO EPIDEMIOLÓGICO EPIDEMIOLOGIA E PROCESSOS PATOLÓGICOS PATOLOGIA PATOLOGIA CONCEITO É o estudo de alterações estruturais, bioquímicas e funcionais das células. Através desta ciência, estuda-se como os órgãos e os tecidos de um organismo saudável modificam-se quando o mesmo está doente; Atua como ponte entre as ciências básicas e a medicina clínica, sendo a base científica toda a área médica. PATOLOGIA SAÚDE “ Um estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades” (OMS) PATOLOGIA A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. PATOLOGIA DOENÇA “Alteração ou desvio do estado de equilíbrio de um indivíduo com o meio ambiente” (Ministério da Saúde) É a perturbação da saúde, isto é, um mal-estar causado por distúrbio orgânico, mental ou social PATOLOGIA É um conjunto de relações e variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e doença de uma população, que se modifica nos diversos momentos históricos do desenvolvimento científico da humanidade. Está diretamente atrelado à forma como o ser humano, no decorrer de sua existência, foi se apropriando da natureza para transformá-la, buscando o atendimento às suas necessidades SAÚDE DOENÇA PATOLOGIA CAUSAS DA DOENÇA Exógenas: agentes químicos, físicos, biológicos ou distúrbios alimentares; Endógenas: patrimônio genético, resposta imune e fatores nutricionais e idiopáticas (doença que não tem relação com outra e que se manifesta ou existe sozinha). PATOLOGIAS A doença pode evoluir para a cura (com ou sem seqüelas), cronificação, complicações e óbito. Sendo constituída por: Etiologia (Causas); Patogenia (Desenvolvimento); Alterações morfológicas (Alterações estruturais nas células e órgãos); Desordens funcionais (Manifestações clínicas). LESÃO E ADAPTAÇÃO CELULAR Quando o equilíbrio das células é rompido pelo efeito de uma agressão, a célula pode adaptar-se, sofrer um processo regressivo ou morrer. Nos casos em que a célula agredida não está adaptada, tendo seu metabolismo reduzido e, portanto, sua função celular diminuída, diz-se que a célula apresenta uma alteração regressiva, ou degeneração. LESÃO E ADAPTAÇÃO CELULAR As degenerações se situam entre a célula normal e a morte celular. Como há diminuição da função celular, é compreensível que se acumule dentro da célula, ou mesmo fora dela, uma série de substâncias que são produtos de um metabolismo perturbado. Deste modo, as lesões degenerativas são classificadas de acordo com o tipo de substância acumulada. LESÃO E ADAPTAÇÃO CELULAR ACÚMULO DE ÁGUA (DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA) Essa alteração se caracteriza pelo acúmulo de água no citoplasma e é vista com mais freqüência nas células parenquimatosas, principalmente do rim, fígado e coração; Ocorre em função do comprometimento da regulação do volume celular, que é um processo basicamente centrado no controle das concentrações de sódio e potássio no citoplasma LESÃO E ADAPTAÇÃO CELULAR ACÚMULO DE PROTEÍNAS Este tipo de degeneração resulta da ação de substâncias irritantes com intensidade moderada. Caracteriza-se pela presença de massas translúcidas de formas arredondadas, com parte central de aparência calcificada. LESÃO E ADAPTAÇÃO CELULAR ACÚMULO DE MUCO Ocorre pela hiperprodução de muco pelas células mucíparas dos tratos digestório e respiratório, levando-as a se abarrotarem de glicoproteínas, podendo inclusive causar morte celular ou pela síntese exagerada de mucinas em adenomas e adenocarcinomas, as quais geralmente extravasam para o interstício e conferem ao mesmo aspecto de tecido mucóide. LESÃO E ADAPTAÇÃO CELULAR ACÚMULO DE GLICOSE Anormalidades no metabolismo da glicose ou glicogênio levam a um aumento no depósito intracelular de glicogênio, o qual se mostra como vacúolos claros no citoplasma. Afecções que levam ao acúmulo de glicogênio são principalmente o diabetes melitus e as doenças de armazenamento de glicogênio ou glicogenoses. LESÃO CELULAR CAUSAS MAIS FREQUENTES Hipóxia; Agentes físicos (temperatura, radiações); Drogas e agentes químicos; Agentes biológicos (bactérias, fungos, protozoários); Reações imunológicas (doenças auto-imune); Distúrbios genéticos; Distúrbios nutricionais. LESÃO CELULAR LESÕES CELULARES IRREVERSÍVEIS Ocorrem quando a célula não consegue se adaptar e caminha progressivamente para a morte. Morte celular é definida como a perda irreversível das atividades integradas da célula com consequente incapacidade de manutenção de seus mecanismos de homeostasia, isto é, de equilíbrio da célula com o seu meio. LESÃO CELULAR NECROSE CELULAR Incapacidade irreversível de retorno à integridade bioquímica, funcional e morfológica, a célula passa a desencadear uma série de fenômenos bioquímicos e, conseqüentemente, funcionais e morfológicos. A necrose celular pode ocorrer em conseqüência da atuaçãode enzimas da própria célula (autólise) ou da atuação de enzimas extracelulares (heterólise). LESÃO CELULAR APOPTOSE Também conhecido como Morte Celular Programada é um tipo de "autodestruição celular" que requer energia e síntese protéica para a sua execução. Está relacionado com a homeostase na regulação fisiológica do tamanho dos tecidos. EPIDEMIOLOGIA E PROCESSOS PATOLÓGICOS Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular HIPERTROFIA É o aumento quantitativo dos constituintes e das funções celulares, o que provoca aumento das células e órgãos afetados. Pode ser classificada em: a) Fisiológica: aumento do útero na gestação; b) Patológica: em decorrência de uma doença (cardiomegalia por lesão valvar). Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular ATROFIA É a redução do tamanho e da função da célula. Pode ocorrer por desuso, diminuição do suprimento sanguíneo, insuficiência de nutrientes, envelhecimento e compressão. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular Hiperplasia É uma proliferação celular (aumento do número de células) que conserva o caráter morfofuncional da célula originária; Quando o estímulo é retirado, a proliferação cessa. Metaplasia Pode ser definida como o processo pelo qual uma célula e/ou um tecido perdem suas características específicas e adquirem outras. Próstata normal Hiperplasia de Próstata Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular Displasia Consiste em modificações ou situações em que o transtorno do processo de diferenciação não permite a maturação da célula até seu nível de diferenciação normal, ou a faz parar num nível de diferenciação inferior ao da célula mãe. Pode ser considerada como lesões pré-cancerosas epiteliais. São classificadas da seguinte forma: a) Agenesia: ausência de formação; b) Aplasia: ausência da proliferação; c) Hipoplasia: diminuição da proliferação Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular NEOPLASIAS Neoplasia pode ser descrita como uma proliferação anormal de células com um crescimento relativamente autônomo; Perda de algumas das suas funções especializadas, fazendo com que a célula adquira novas propriedades biológicas, principalmente o crescimento autônomo e descontrolado Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular NEOPLASIAS CLASSIFICAÇÃO Benigna: caracteriza-se por uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao tecido original; Maligna: as células se dividem rapidamente, sendo agressivas e descontroladas, determinando a formação de um acumulo de células cancerosas que recebem o nome de tumor. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular METÁSTASE É caracterizada pela transferência da neoplasia de um órgão para outro não diretamente ligado ao órgão com o tumor de origem; As células cancerígenas crescem e se tornam tumores com capacidade de invadir estruturas vizinhas saudáveis; Elas rompem as membranas basais que tem a responsabilidade de manter as células unidades e em ordem. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular NEOPLASIAS - NOMENCLATURAS A designação dos tumores baseia-se na sua histogênese e histopatologia. Para os tumores benignos, a regra é acrescentar o sufixo "oma" (tumor) ao termo que designa o tecido que os originou. Exemplos: Tumor benigno do tecido cartilaginoso – condroma; Tumor benigno do tecido gorduroso – lipoma; Tumor benigno do tecido glandular – adenoma. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular NEOPLASIAS - NOMENCLATURAS Para tumores malignos, devemos considerar a origem embrionária dos tecidos de que deriva o tumor. Tecidos de revestimento externo e interno: carcinomas. Origem glandular: adenocarcinomas. Tecidos conjuntivos: acréscimo de "sarcoma" ao vocábulo que corresponde ao tecido. Células blásticas: acréscimo de "blastoma" ao vocábulo que corresponde ao tecido. Ex: Glioblastoma (Tumor da célula da Glia) Exemplo Hepatoblastoma - tumor maligno do tecido hepático jovem; Nefroblastoma - tumor maligno do tecido renal jovem. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular NEOPLASIAS – NOMENCLATURAS Exceções Apesar de a maioria dos tumores incluírem-se na classificação pela regra geral, alguns constituem exceção a ela. Os casos mais comuns serão apresentados a seguir. Tumores Embrionários Teratomas (podem ser benignos ou malignos, dependendo do seu grau de diferenciação), seminomas, coriocarcinomas e carcinoma de células embrionárias. Distúrbios do Crescimento e da Diferenciação Celular NEOPLASIAS – NOMENCLATURAS Epônimos São tumores malignos que receberam os nomes daqueles que os descreveram pela primeira vez: linfoma de Burkitt, Doença de Hodgkin, sarcoma de Ewing, sarcoma de Kaposi, tumor de Wilms (nefroblastoma), tumor de Krukemberg (adenocarcinoma mucinoso metastático para ovário). Sarcoma de Kaposi Tumor de Krukemberg EPIDEMIOLOGIA E PROCESSOS PATOLÓGICOS PROCESSO INFLAMATÓRIO PROCESSO INFLAMATÓRIO INFLAMAÇÃO Reação local, de caráter predominantemente vascular, por meio da qual o organismo procura defender-se da ação de agentes lesivos. PROCESSO INFLAMATÓRIO Pode ser definido como mecanismo de defesa do organismo, atua destruindo (fagocitose e anticorpos), diluindo (plasma extravasado), isolando ou sequestrando (malha de fibrina) o agente agressor, abrindo caminho para os processos reparativos (cicatrização e regeneração) do tecido afetado. Pode ser potencialmente danosa, uma vez que sua manifestação pode lesar o próprio organismo, às vezes de forma mais deletéria que o próprio agente injuriante. PROCESSO INFLAMATÓRIO PRINCIPAIS CAUSAS Micro-organismos vivos; Agentes físicos; Agentes químicos; Corpos estranhos e reparação dos tecidos. A nomenclatura é sempre igual ao nome do órgão ou tecido + sufixo ITE. Exemplo: apendicite, meningite, pleurite e artrite. PROCESSO INFLAMATÓRIO SINAIS E SINTOMAS DA INFLAMAÇÃO PROCESSO INFLAMATÓRIO SINAIS E SINTOMAS DA INFLAMAÇÃO CALOR Vasodilatação Aumento do metabolismo celular Rubor Vasodilatação Hiepremia Edema Vasodilatação Extravasamento de fluído (permeabilidade) Dor Liberação de mediadores afetam terminações nervosas Perda da Função FENÔMENOS DA INFLAMAÇÃO Irritativos: conjunto de modificações provocadas pelo agente inflamatório que resultam na liberação de mediadores químicos. Irritabilidade da matéria viva. Vasculares: modificações hemodinâmicas da microcirculação comandadas pelos mediadores químicos liberados durante os fenômenos irritativos . Exsudativos: saída dos elementos do sangue (plasma e células) do leito vascular para o interstício. Alterativos (Degeneração e Necrose): ação direta ou indireta do agente inflamatório. Reparativos: capacidade de reparo da lesão inflamatória. Produtivos: conjunto de modificações morfológicas das células do exsudato no sentido de obter algum produto. CLASSIFICAÇÃO PROCESSO INFLAMATÓRIO AGUDO Tem curta duração, de alguns minutos ou horas ou um a dois dias, dependendo do estímulo causal; Principais características: Exsudação de fluidos e proteínas do plasma e emigração de leucócitos, predominantemente neutrófilos. Vasodilatação, causando aumento do fluxo sanguíneo, responsável pelo calor e rubor. Edema, dor e perda da função. CLASSIFICAÇÃO PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO É processo um pouco mais demorado que a inflamação aguda, ocorre dentro de semanas ou meses e é caracterizada por inflamação ativa com destruição tecidual e tentativa de reparar os danos (cicatrização). Pode ser a continuação de uma reação aguda, mas muitas vezes, acontece de maneira insidiosa, como uma reação pouco intensa e, freqüentemente assintomática. As células apresentadoras de antígenos, os macrófagos, são ativadospara combater esse processo e secretam vários mediadores químicos da inflamação, os quais, se não controlados, podem levar à destruição do tecido lesado e fibrose características desse tipo de inflamação. CLASSIFICAÇÃO PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO Principais Características: Infiltração de células mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos), reflexo de uma reação persistente à lesão; destruição tecidual induzida, sobretudo pelas células inflamatórias; Tentativas de cicatrização por substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, realizada por proliferação de pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e, em particular, fibrose. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO INFLAMATÓRIO Início rápido e duração curta; Principais características: Exsudação de fluído de proteínas plasmáticas; Migração dos leucócitos; • INFLAMAÇÃO AGUDA • INFLAMAÇÃO CRÔNICA • Duração Maior; • Presença de linfócitos e macrófagos; • Proliferação de vasos sanguíneos; • Fibrose e necrose tissular; A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado e os mediadores secretados são destruídos e/ou dispersos EPIDEMIOLOGIA E PROCESSOS PATOLÓGICOS DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA É responsável pelo aporte de nutrientes, remoção de catabólitos, condução de hormônios, manutenção da homeostasia, eliminação renal de eletrólitos e troca de substâncias entre o meio intra e extra celular; A homeostase, equilíbrio, é mantida pelo meio líquido normal (concentração de soluto na sangue, estado endotelial e da membrana basal vascular) e pelo fluxo sanguíneo adequado. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS NO SISTEMA CIRCULATÓRIO No meio líquido: Desidratação e Edema; No fluxo sanguíneo : Hiperemia, Trombose, Embolia e Infarto No líquido intersticial e fluxo sanguíneo: Hemorragia e Choque. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS DESIDRATAÇÃO Estado patológico do organismo, causado pelo baixo nível de líquido (água, sais minerais e orgânicos) no corpo. Principais Causas: Excesso de calor (sem reposição suficiente da água eliminada pelo corpo); Diminuição do consumo de água; Febre (sudorese); Diarréia; Vômitos; Diuréticos. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS EDEMA Acúmulo anormal de líquido no espaço intersticial devido ao desequilíbrio entre a pressão hidrostática e a pressão oncótica; É constituído de uma solução aquosa de sais e proteínas do plasma e sua composição varia conforme a causa do edema; O líquido acumulado no corpo inteiro é denominado edema generalizado; A presença de edema pode ser indicativo de patologias: cardíacas, hepáticas, desnutrição grave, hipotireoídismo, obstrução venosa e ou linfática. Principais Causas: Retorno venoso alterado (estase venosa); Imobilidade prolongada. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS HIPEREMIA Aumento quantidade de volume sanguíneo em um determinado órgão ou tecido; Principais causas: Maior afluxo sanguíneo (hiperemia ativa ou arterial); Deficiente escoamento (hiperemia passiva ou venosa); Classificação: Fisiológica (aumento de da circulação sanguínea em resposta ao estresse provocado por exercício); Patológica (resultado de uma inflamação). DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS TROMBOSE É a solidificação dos elementos do sangue na luz dos vasos ou do coração; Principais Causas: Alteração de pelo menos dois elementos da tríade de Virchow • Disfunções do fluxo sanguíneo; • Estenose vascular; • Defeito nas bifurcações dos vasos Estase Circulatória • Anomalias na cascata de coagulação; • Disfunções plaquetárias Estado Hipercoagulável • Aterosclecose; • Inflamação Vascular; • Demais anomalias do Endotélio Lesão na Parede Vascular DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS ALTERAÇÕES DA PAREDE VASCULAR As lesões das células endoteliais determinam o aparecimento de tromboses; Isto é bem evidente quando a superfície dos vasos, em um ponto específico, fica sem células endoteliais, com exposição do colágeno e/ou fibras elásticas subjacentes; Outro método para produção de trombose, e a presença de uma superfície estranha, tal como um fio cirúrgico, em contato com a corrente sanguínea; Em qualquer uma dessas eventualidades o quadro trombótico se inicia por depósito inicial de plaquetas no sítio da lesão. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS ALTERAÇÕES DO FLUXO DE SANGUE A lesão do endotélio é facilitada e surge mesmo espontaneamente em locais onde há alteração da corrente sanguínea, particularmente quando tem sua velocidade reduzida ou quando se formam correntes ou redemoinhos em torno de obstáculos parciais. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS ALTERAÇÕES NOS CONSTITUINTES DO SANGUE Condições que aumentam o número de plaquetas na circulação predispõem à trombose; Após o parto ou depois de cirurgias, a tendência ao desenvolvimento de trombose é paralela ao progressivo aumento de plaquetas. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS ALTERAÇÕES NOS CONSTITUINTES DO SANGUE EMBOLIA Transporte pelo sangue de fragmentos de trombo, gordura, gases e outros corpos estranhos, a pontos distantes de sua sede de origem; Cerca de 99% das embolias correspondem a deslocamento de trombos (tromboembolismo); São outros exemplos de êmbolo: glóbulos de gordura, fragmentos de medula óssea, massa de gases, fragmentos de placas ateromatosas, células tumorais, parasitas e líquido amniótico. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS ALTERAÇÕES NOS CONSTITUINTES DO SANGUE INFARTO É uma área localizada de necrose isquêmica. A isquemia é definida como deficiência do suprimento de sangue numa determinada área de tecido ou órgão; Geralmente, a isquemia é produzida por trombose ou embolia; Na maioria das vezes o infarto é advindo da oclusão arterial, mas em determinadas circunstâncias, a obstrução venosa também produz infarto. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS ALTERAÇÕES NOS CONSTITUINTES DO SANGUE HEMORRAGIAS É a saída de sangue dos vasos e do coração e ocorre em consequência de inúmeras causas; Pode depender de uma causa vascular localizadas, de fatores extrínsecos (traumas), de fatores intrínsecos ao vaso ou ao organismo (arteriosclerose, aneurisma, hipertensão arterial) ou pode se relacionar a deficiência de plaquetas ou de um ou de mais fatores envolvidos no mecanismo intrínseco e/ou extrínseco da coagulação sanguínea. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS ALTERAÇÕES NOS CONSTITUINTES DO SANGUE LESÕES HEMORRÁGICAS A lesão hemorrágica, conforme o aspecto macroscópico, compreende vários tipos: Petéquias (hemorragias puntiformes); Víbices (hemorragias lineares); Púrpuras (quando maiores, com até 1cm e de bordas regulares); Equimoses (maiores e irregulares); Hematomas (com aspecto tumoral).. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS ALTERAÇÃO CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA COLAPSO CIRCULATÓRIO Alterações na perfusão sanguínea dos tecidos com hipóxia ou anóxia com consequências variadas até a morte; Principais Causas: A diminuição do volume sanguíneo (choque hipovolêmico); A vasodilatação periférica; Diminuição acentuada do débito cardíaco; Obstrução aguda do fluxo sanguíneo.