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ACUMULAÇÃO DE CAPITAL E DEMANDA EFETIVA

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ACUMULAÇÃO DE CAPITAL E DEMANDA EFETIVA 
Capítulo 1 – A longa Vida da Lei de Say 
A Lei de Say não passava de uma concepção pretensiosa do economista francês Jean Baptiste Say 
passada adiante dentro do corpo da Economia Política Clássica por David Ricardo, que não apenas aceitou 
como procurou aplicá-la coerentemente nos estudos de certos problemas que a envolvia. E pela ajuda 
considerável de John Stuart Mill que a incorporou à economia neoclássica. Nem mesmo o nome de Say 
parece aplicável a tal lei, pois 1), segundo Marx, a idéia original seria de James Mill, pai de John Stuart, de 
acordo com o qual existe um “equilíbrio metafísico entre vendedores e compradores” (MIGLIOLI, 1992, p. 
10). 2), a idéia já estava presente em Adam Smith e 3), todo o prestígio que a referida lei gozou se deve 
a Ricardo, e depois a John Stuart Mill. Todo o desprezo de Keynes por Ricardo se deve ao fato de ele ser o 
responsável pela incorporação da Lei de Say ao corpo principal da Economia Política ortodoxa. 
Mas se a Lei de Say foi tão prejudicial ao desenvolvimento da Ciência econômica como poderia ganhar 
tamanha aceitação no campo da teoria e da Economia Política. As razões apresentadas por Kalecki são: 1) 
representar o interesse da classe capitalista; 2) confirmada cotidianamente pela experiência individual[1]; 
3) o simples comodismo intelectual, que leva à rotina e a adoção acrítica dos princípios estabelecidos. Um 
exemplo é a própria lei de Say que insistia em sobreviver mesmo quando cada vez mais agudas crises 
exigiam novas concepções. Ainda assim a Lei de Say exerceu importante influência sobre a formação da 
Economia Política por Ricardo o qual, seguido de John Stuart Mill, foi o teórico que mais conscientemente 
aplicou tal lei. 
Capítulo 2 – Formulação e Significado da “lei” 
A lei[2]: Conhecida como a “Lei de Say”, “Lei dos mercados de Say”, ou “Lei da preservação do poder de 
compra”, é mais conhecida pela seguinte afirmação: “a produção cria sua própria demanda”. Tal princípio 
atualmente é tido como válido para economias de produtores simples, mas a sociedade com que Say, 
Ricardo, Mill estavam lidando não era de economia simples, e sim, uma sociedade capitalista. Lembremos 
que o preço do produto pode ser decomposto em três partes: 1) custo dos meios de produção; 2) 
salários; 3) lucro dos capitalistas. E que o processo de produção física de um bem ou serviço é também 
geração de um determinado valor (preço) correspondente. Assim, cada produto corresponde a um dado 
valor (ou preço). 
Ao vender uma mercadoria, o capitalista obtém um montante de dinheiro de igual valor. A idéia da Lei de 
Say é que toda venda gera uma compra de igual valor. O montante da venda se distribui em meios de 
produção para manter o funcionamento da atividade, e compra de outros capitalistas para manter o seu 
consumo, e o pagamento de salários aos trabalhadores para que estes comprem bens de consumo, de 
forma que o a receita total se distribui em diferentes compras num valor total igual. No final tal processo 
se resume numa troca de produtos por produtos, no qual o dinheiro exerce um meio de troca no processo 
de circulação. Esse mesmo esquema pode ser montado pela dicotomia básica entre EMPRESAS E 
FATORES DE PRODUÇÃO, que vendem às empresas “os serviços de seus fatores”, recebendo em troca um 
pagamento (renda), que permite a compra de bens e serviços produzidos pelas empresas. Tal dicotomia 
cria fluxos reais e monetários que se apresentam iguais, ou seja, uma nova apresentação da Lei de Say. 
As rendas dos capitalistas e trabalhadores são trocadas pelas receitas das empresas. Assim, quanto mais 
as empresas produzem, mais maior será o volume de rendas, e conseqüentemente, maior será o volume 
de vendas das empresas, ou seja, a produção criará sua própria demanda. 
A troca de produtos por produtos. Porque os produtos se trocam por produtos? (ou porque os fluxos 
monetários e reais são iguais?) O dinheiro é visto apenas como um meio de troca, e não influência o 
processo de circulação. Assim, o fluxo monetário é reflexo do fluxo real. Assim, o dinheiro, é simples 
intermediário de troca, logo, o processo de troca é essencialmente de produtos por produtos. Ricardo 
afirma que nenhum homem produz a não ser com o objetivo de vender ou consumir, ou vende sem o 
objetivo de comprar. Ao produzir se torna consumidor, no final as produções são sempre compradas por 
produções[3]. Para Ricardo, o consumo é o objetivo final da produção, como se tratasse de uma sociedade 
de produtores simples e não do capitalismo. Para Ricardo “se o produtor vende sua mercadoria é porque 
ele quer comprar outra; para Say, se o produtor vende sua mercadoria e logo em seguida compra outra é 
porque tanto o valor de sua mercadoria como o do dinheiro por ela obtido são perecíveis”. (p.20). Mas 
eles concordam em três pontos: 1) parecem tratar de uma sociedade de produtores simples, o qual a 
venda é para compra seja de forma direta ou indireta; 2) O dinheiro constitui apenas um simples meio de 
troca; 3) dado isso, os produtos se trocam por produtos. (“a criação de um produto imediatamente abre 
um mercado para outros produtos” – Say; e “as produções são sempre compradas por produções” – 
Ricardo; e se pudéssemos duplicar os poderes produtivos duplicar-se-ia a oferta de mercadoria, e todo 
mundo seria capaz de comprar duas vezes mais, duplicaria assim a demanda – John Stuart Mill). 
A função do Dinheiro. Para Marx o dinheiro leva em si sempre a possibilidade de crise. Para Marx a 
moeda serve 1) expressão do valor do produto; 2) meio de troca; 3) circulação de mercadorias; 4) 
instrumento de acumulação e entesouramento. O simples fato de o dinheiro servir de intermediário de 
troca pode criar um problema: o capitalista pode obter dinheiro pela venda de sua mercadoria e não usar 
imediatamente para a compra, e por isso retarda o processo de circulação. Mas para Say, o dinheiro além 
de meio de troca deve ser gasto imediatamente. Fato perceptível pelo caráter perecível do dinheiro. Para 
Ricardo a explicação reside no fato de que o dinheiro serve apenas para aquisição de mercadorias, por 
isso não há motivo para entesourar. 
Cap2. 4 – Igualdade entre produção e demanda. É certo que um produtor, ao criar determinada 
quantidade de bens ou serviços, cria para si um mesmo potencial de compra de mesmo valor. Mas isso 
não mostra que o poder de compra será efetivamente usado. Assim, para que a demanda efetiva seja 
igual a produção, é preciso que o poder de compra gerado seja realmente utilizado, o que requer 1) uma 
demanda potencial (ou necessidade) ilimitada e; 2) a inexistência de entesouramento. 
a) Demanda Ilimitada: Para não haver excesso de produção, a quantidade produzida deve atender 
exatamente à quantidade demandada. Do contrário, embora houvesse capacidade de compra de toda a 
produção, certos bens poderiam não ser comprados. Nesse caso, há um excesso de produção (ou 
deficiência de demanda). A resposta de Ricardo é que a demanda, no seu conjunto, é ilimitada. A 
demanda por um tipo de bem específico pode estar satisfeita, mas sempre haverá uma demanda 
insatisfeita no mercado, para onde deslocara o poder de compra. Embora possa haver excesso de 
demanda isso ocorre apenas em alguns mercados e em caráter temporário. Considerando dois bens A e B, 
sendo A produzida em excesso, pode-se dizer que a produção de A criou um eventual poder de compra 
que não foi utilizado, mas os consumidores possuem um montante de recursos que pode ser aplicado na 
compra de outras mercadorias. No final, o capital usado na produção da mercadoria A se desloca para a 
produção dos bens de maior demanda e o novo equilíbrio será atingido, no qual não há excesso de 
produção. Para isso supõe-se a plena mobilidadedos fatores e pleno conhecimento. O argumento de que 
a demanda é ilimitada é o que assegura a inexistência de um excesso de produção. Assim, a produção cria 
sua própria demanda. 
b) Inexistência de Entesouramento. Mas o argumento não implica que o poder de compra de um 
indivíduo será de fato gasto na compra de bens e serviços. Afirma-se que todo o poder de compra criado 
pela produção será aplicado nesta mesma produção, não importando quem será o efetivo comprador da 
produção criada. Assim, o indivíduo pode 1) comprar bens de consumo; 2) adquirir bens de capital; 3) 
deixar de gastar uma parte do dinheiro. As duas primeiras não há problema, mas para a segunda Ricardo 
afirma que inexiste entesouramento de dinheiro. Uma parte da renda é para consumo pessoal e outra 
parte para poupança, mas poupança não significa entesouramento, pois ou se emprega diretamente para 
acumular capital, ou empresta-se para outrem (auferindo rendimento), mantendo assim a “lei da 
preservação do poder de compra”. Em resumo, “o poder de compra só pode ser criado pela produção e, 
assim, seu valor não pode ser superior ao valor da produção; agora, depois de criado, o poder de compra 
também não pode ser diminuído”. (p. 26). Assim, o poder de compra só pode ser aumentado ou diminuído 
pelo aumento ou redução da produção. 
Capítulo 3 – Implicações da “Lei” 
Pleno Emprego. Segundo a Lei de Say a demanda potencial é ilimitada, portanto os obstáculos ao 
crescimento da demanda são definidos pelos obstáculos à produção: 1) disponibilidade de força de 
trabalho; e 2) meios de produção. Se o volume de força de trabalho e meios de produção são regulados 
pela produção a economia opera no pleno emprego. Caso houvesse excesso de capacidade produtiva num 
setor, os recursos se deslocariam para outros com demanda suficiente para absorver a oferta adicional. Da 
mesma forma, o excedente de força de trabalho não é possível já que o volume de força de trabalho 
tende a ajustar-se ao processo de acumulação, pois quando intensificada eleva a demanda por trabalho 
por que eleva a taxa de salário. Assim, melhora as condições do trabalhador e conseqüentemente as 
famílias se tornam mais numerosas. A elevação da população estimula a queda dos salários e a volta do 
seu nível ao de subsistência. Nesse montante volta-se ao estado de acumulação equilibrada com igual 
crescimento populacional e salário ao nível do “preço natural do trabalho”. A análise é de longo prazo, 
mas Ricardo o utiliza como um mecanismo contínuo de ajustamento. 
Outros economistas se deram por satisfeitos com a análise de curto prazo para a explicação do pleno 
emprego do trabalho. Assim, os neoclássicos, 1) explicam o nível de salário pelo equilíbrio entre oferta e 
demanda de trabalho; 2) introduziram a concepção de perfeita substituição dos fatores de produção, 
permitindo uma infinidade de combinações. 
Assim, quando ocorre carência de forma de trabalho, os salários sobem o que estimula a substituição de 
trabalho por capital, evitando o aparecimento de capacidade produtiva ociosa. Porém, quando ocorre 
elevação da procura por mão de obra pressiona-se a queda do nível de salário o que estimula a troca de 
capital por força de trabalho, assegurando o pleno emprego. Portanto, dado o estoque de capital, o único 
elemento de preservação do pleno emprego é a taxa de salário. 
Essa concepção se ajusta á lei de Say, 1) porque tal esquema pressupõe que não há insuficiência de 
demanda: haverá mercado para toda produção; 2) o mecanismo também implica a preservação do poder 
de compra. Acontece que no mundo real há desemprego e capacidade ociosa. Como os neoclássicos 
explicavam? Diziam que tais fenômenos eram apenas anormalidades. No caso do desemprego resultado 
das restrições ao livre funcionamento do mercado. Para eles, a perfeita concorrência entre os 
trabalhadores (flexibilidade dos salários) é a condição essencial para manter o pleno emprego. 
Relação entre Salários e Lucros. Os lucros dependem dos preços e dos salários, de modo que os 
lucros constituem uma função direta dos preços e inversa dos salários. Se tomarmos os preços como 
invariáveis os lucros dependem exclusivamente dos salários. Considera os preços dados, por analisar os 
preços em mercados perfeitos. Mesmo supondo elevação nos preços, tal elevação estimula a entrada de 
novos capitalistas e o preço tenderia a cair, até que a taxa de lucro nesse setor se igualasse á taxa de 
lucro médio na economia em geral. Portanto, os lucros dependem exclusivamente dos salários os quais 
dependem dos preços dos bens essenciais, constituídos por produtos agrícolas. Assim Ricardo expressa a 
tendência geral á queda dos lucros, pois no progresso da sociedade capitalista a quantidade adicional de 
alimentação requer sacrifício de mais e mais trabalho, que afetam os lucros. (produção marginal 
decrescente). 
Crises de Produção. Como a produção cria sua própria demanda fica impossível a ocorrência de 
superprodução, de forma que a lei de Say nega a possibilidade de crises. Mas independente da teoria as 
crises ocorrem. Primeira tentativa partiu de J. S. Mill e Alfred Marshall que consideraram as crises como 
problemas eminentemente comerciais e financeiros. Para Mill decorrente de atividades especulativas, isso 
porque “as taxas de juros são muito baixas, durante a fase de euforia, facilitando comerciantes a tomada 
de empréstimos para seus fins especulativos”. (p.39). Já Marshall argumenta que embora os indivíduos 
tenham o poder de comprar eles podem não o fazer, devido a falta de confiança nos negócios. Outro fator 
que ele usa é a alta rigidez dos salários devido a atuação dos sindicatos. 
Mas os economistas viram-se obrigados a dar respostas diante de crises e depressões. Duas respostas 
foram apresentadas: 1) admitir a existência de certos períodos de anormalidade em que a lide Say possa 
ser infringida; 2) o processo gerador da crise se iniciaria com a queda da produção sem que a demanda 
deixe ser igual a essa produção. Jevons atribui essa queda de produção a flutuações econômicas nas 
produções agrícolas, situação de más colheitas. 
Finanças Públicas. A lei de Say incidiu diretamente sobre: 1) papel das despesas governamentais; 2) 
teoria da tributação. Os gastos estatais correspondem apenas a transferências do poder de compra dos 
indivíduos para o Estado. Assim, o poder de compra total não se altera. Porém, quando o governo emite 
moeda ele amplia o poder de compra estatal, mas não o poder de compra total. Ocorre apenas um 
aumento nominal, mas não real do poder de compra. Para os economistas clássicos as atividades 
governamentais eram improdutivas e, portanto suas despesas. Para eles, gastos em consumo eram 
improdutivos e gastos em investimento eram produtivos. Ocorre que o estado ao tributar sobre o consumo 
dos indivíduos se dá apenas transferência de gastos improdutivos. O problema reside na tributação sobre 
os investimentos, que de gastos produtivos tornam-se gastos improdutivos (no Estado), e, portanto, há 
redução na acumulação do capital. Nesse ponto que os clássicos atacam o estado por reduzirem os 
investimentos através da tributação. Por isso os gastos governamentais devem limitar-se ao estritamente 
essencial, sem interferir no estoque de capital. 
Sabe-se que o montante de salários e lucros gerados na produção constitui a renda global, e que não há 
qualquer vazamento dessa renda sendo inteiramente gasta. Qual a implicação para as finanças 
públicas? Os tributos podem incidir sobre salários ou sobre lucros sem afetar o poder de compra, pois 
haverá apenas transferência de renda dos trabalhadores para capitalistas e governo. Segundo Ricardo, 
qualquer tributação sobre salários aumenta o preço da força de trabalho e no final, a tributação sobresalários se torna tributação sobre lucros. Seu argumento é que qualquer mercadoria aumenta de preço ao 
ser tributada, da mesma forma o trabalho. Tal conclusão não era agradável aos capitalistas. 
Acumulação de capital. A) Acumulação como função dos lucros. Somente os capitalistas poupam 
e, portanto acumulam. Os trabalhadores gastam toda a renda em bens essenciais de consumo, enquanto 
a nobreza e proprietários de terra gastam em bens de luxo e bens essenciais. Assim, a acumulação é feita 
por capitalistas, a qual depende dos lucros: 1) em seu volume total; 2) em parcela do lucro poupada, e 
como esta depende do lucro total volta-se ao ponto em que a acumulação é função do lucro. Portanto, a 
demanda não constitui obstáculo á produção e os lucros diminuem com o aumento dos salários, já que é 
inalterável o poder de compra. Toda poupança é investida, desconsiderando a idéia de entesouramento. 
B) Igualdade entre acumulação e Poupança. Um ato de poupança implica um ato de investimento. 
1) Na época da revolução industrial as oportunidades de investimentos eram muitas mas os recursos de 
poupança disponíveis eram limitados. 2) a poupança e o investimento era usualmente feitos pelos mesmos 
capitalistas. Mas o capitalismo desenvolveu-se de forma que os indivíduos que investiam já não eram os 
mesmo que poupavam, pois a captação de recursos se fazia por empréstimos, emissão ações. 
Portanto os neoclássicos precisavam de uma nova explicação que mantivesse a lei de Say, a explicação se 
deu através das taxas de juros (preço do dinheiro) de forma que a poupança corresponde à oferta de 
dinheiro e o investimento à demanda por dinheiro. Supondo que as pessoas e as firmas resolvem poupar, 
que acontece com o poder de compra? Poupando mais as pessoas dispõem de mais recurso para 
emprestar o que cria uma baixa na taxa de juros (preço do dinheiro), o inverso eleva a taxa de juros. 
Capítulo 4 – Os primeiros opositores 
Sismondi. Este autor afirma que o nível da despesa nacional é regulado pelo nível da renda nacional, 
embora essas grandezas não sejam necessariamente iguais. Assim, o desenvolvimento depende do 
crescimento equilibrado da produção, renda e consumo. Sua tese é a de que a produção tenderia a se 
tornar muito maior do que o consumo, logo, este constituiria um freio à produção, deficiência resolvida 
com a venda do excedente de produção ao mercado externo. Os principais erros dessa tese é levar em 
consideração exclusivamente a demanda por bens de consumo e de supor que o consumo se reduz com o 
crescimento da força de trabalho assalariado. Ou seja, mesmo com baixos salários a expansão da força de 
trabalho acompanha a expansão do capitalismo de forma que o capitalismo amplia o mercado de bens de 
produção. Seu mérito se dá por ser um dos primeiros economistas a trabalhar com o princípio da 
demanda efetiva, apesar de incorretamente formulado. 
Malthus. A) Capacidade produtiva e demanda efetiva. De acordo com a lei de Say o crescimento 
econômico de um país depende exclusivamente da capacidade produtiva, pois o que for produzido será 
consumido. Mas para Malthus o crescimento econômico depende da demanda efetiva. Para ele os 
determinantes do aumento da capacidade produtiva: 1) acumulação de capital; 2) fertilidade do solo; 3) 
progresso técnico. Como elementos determinantes da demanda efetiva: 1) divisão da propriedade de 
terra; 2) comércio interno e externo; 3) consumo dos trabalhadores improdutivos. 
B) Acumulação de Capital. É verdade que melhorias do solo, inovações técnicas e acumulação de 
capital elevam a capacidade produtiva. Mas seu objetivo é saber os motivos que levam um país a 
aumentar sua capacidade produtiva. Assim, afirma que o motivo é o desejo em auferir maiores lucros, 
mas para isso é preciso haver maior demanda, ou seja, maior capacidade efetiva de adquirir a produção 
adicional. A demanda efetiva é o real poder de compra que se efetiva no ato da compra. Nesse ponto 
entra em desacordo à Lei de Say, ao afirmar que jamais mercadorias se trocam por mercadorias, isso 
porque os defensores de tal lei incorreram em três erros: 1) supor que toda a renda seria gasta; 2) a 
acumulação asseguraria o consumo da produção adicional; 3) desprezar as características próprias das 
mercadorias em relação às demandas específicas. 
Malthus afirma que o lucro não é inteiramente gasto: uma parte em consumo e outra em acumulação. 
Para ele, há uma parte que não gasta em coisa alguma. A “indolência” princípio da natureza humana, essa 
propensão provocaria carência de demanda. Malthus ainda aceita certo nível de poupança para ser 
transformado em capital, mas a partir de certo nível a poupança provocaria desestímulo à acumulação de 
capital, pois geraria insuficiência de demanda efetiva em relação à capacidade produtiva. 
C) Inovações Técnicas. Se as inovações ampliam a capacidade produtiva, a plena utilização dessa 
capacidade depende da demanda efetiva. O problema surge quando o consumo de uma mercadoria não 
cresce apesar do preço cair pelo emprego de inovações tecnológicas. Supondo produção e consumo 
constantes, o emprego de máquinas provoca desemprego da força de trabalho, e uma queda de consumo 
proporcional ao desemprego. Só não haverá que de consumo se esses recursos forem totalmente 
utilizados pelos capitalistas para consumo próprio ou para acumulação em outros setores. 
D) Modos de ampliar a demanda efetiva. Para Malthus está diretamente relacionado ao processo de 
distribuição da produção (dois grandes elementos da riqueza). Para melhorar a distribuição (aumentar a 
demanda efetiva) Malthus propõe três medidas: 1) redivisão da propriedade da terra; 2) aumento na 
amplitude do comércio; 3) emprego de trabalhadores improdutivos. 
E) Redivisão da propriedade da terra. Tal ação eleva a capacidade de consumo da população 
(parecido com o argumento de Keynes já que a população mais pobre tem maior propensão a consumir), 
mas tal redistribuição não poderia ultrapassar certos limites para não prejudicar o crescimento da 
capacidade produtiva. 
F) Aumento dos salários. Malthus esclarece que o aumento dos salários favorece a ampliação da 
demanda efetiva, portanto, a produção. Malthus coloca que uma queda geral dos preços evidência a 
queda da demanda efetiva, desemprego, e depressão econômica. (polemizando com Ricardo que afirma 
que para o nível de vida do trabalhador é indiferente se seu salário nominal cresce, ou os preços dos bens 
essenciais caem). Mesmo assim, Malthus não coloca a elevação do salário como aumento da demanda 
efetiva, pois percebe isto pelo lado do custo do capitalista, e desestímulo à acumulação. 
G) Comércio interno e externo. Malthus discorda de Ricardo que atribui o valor das mercadorias pela 
quantidade de trabalho nelas contido. Para Malthus, quanto maior a a demanda, maior o preço; este 
sendo maior, e supondo-se constante o custo de produção, maior será o lucro e maior a parcela destinada 
a acumulação de capital. Quanto ao comércio ele afirma que dada a existente capacidade produtiva, a 
magnitude real da produção depende da demanda, logo, quanto mais for vendido no mercado interno e 
no externo, maior será a produção e o progresso da riqueza. 
H) Trabalhadores improdutivos. 1) A produção se divide em bens de consumo (essenciais e de Luxo), 
a renda em salários e lucros (que se inclui a renda da terra); 2) os salários são inteiramente gastos em 
bens de consumo; 3) parte dos lucros aplica-se em consumo e em acumulação de capital, uma terceira 
parte não despendida na compra de bens; 4) isso porque os capitalistas já estão saturados de consumo e 
podem manifestar preferência pela indolência. Então, se essa parcela não for consumida parte da 
produção não Serpa vendida e haverá desestímulo à acumulação de capital.A solução está nos 
trabalhadores improdutivos. Estes servem não só pelos serviços que prestam, mas porque constituem 
compradores de parte da produção que sem eles não seria vendida. Assim, o consumo dos capitalistas 
inclui não apenas consumo de bens, mas o pagamento pelos serviços dos trabalhadores improdutivos. Ou 
seja, seu consumo divide-se: bens de consumo e bens indiretos, adquiridos dos trabalhadores 
improdutivos, na forma de serviços. Quanto maior a riqueza maior a classe de trabalhadores improdutivos. 
Capítulo 5 – O processo de Acumulação 
Circuito do Capital Dinheiro. Todo o segredo desse circuito está no modo como o capitalista 
transforma um montante de dinheiro (D) num montante maior (D’). O segredo se explica dentro do 
processo de produção capitalista. Com o seu dinheiro o capitalista compra meios de produção e força de 
trabalho, ou seja, capital constante e capital variável, de forma que D = M = C + V. A combinação desses 
dois elementos cria novas mercadorias vendidas pelo preço D’. Sendo D’ maior que D = C + V, então a 
diferença entre D’ e D representa a mais-valia ou lucro (P) do capitalista em que D’ = C + V + P. Estes 
lucros provem do trabalho não pago efetuado pelos trabalhadores. O dinheiro arrecadado durante a venda 
por D’ serve para repor o capital constante e o capital variável, porém o montante de trabalho efetuado 
pelos trabalhadores (V + P) não corresponde ao custo do trabalho (V), de forma que essa diferença 
corresponde à mais-valia extraída dos trabalhadores. Neste circuito do capital o que torna D’ maior que D 
é o processo de transformação do capital-mercadoria (M), porque as mercadorias compradas não são as 
mesmas que são vendidas dado o processo de produção que associado aos meios de produção (C) e à 
força de trabalho (V) transforma-se em M’, vendido ao valor de D’. 
Reprodução simples e ampliada do capital. O processo de produção não se encerra ao passar de D 
para D’, nesse processo contínuo de reprodução o capital pode crescer não se alterar ou mesmo diminuir. 
O processo de reprodução simples se dá quando o montante de capital não se altera de um circuito para 
os circuitos seguintes. Assim, D = C + V, transforma-se em D’ = C + V + P, ou seja, no final do processo 
produtivo D’ repõe o capital e aufere lucro. No entanto, no circuito seguinte o capitalista volta a aplicar 
apenas D = C + V. No processo de reprodução ampliado o montante de capital cresce, de forma que o 
capitalista incorpora ao seu capital uma parte de seu lucro. É possível haver um processo de reprodução 
decrescente, no entanto a lógica do capital é direcionada para a constante ampliação do capital, como 
fator de competitividade. 
Condições materiais da reprodução. Para os capitalistas não interessa o valor-de-uso da produção, e 
sim, valor-de-troca já que o interesse do capitalista está na mais-valia. Mesmo assim, em momentos a 
análise capitalista requer a existência de valores-de-uso (condições específicas que incluem as 
características materiais das mercadorias).Supondo a reprodução simples do capital, o capitalista pode 
desejar utilizar a massa de mais-valia para o consumo e o restante (C+ V) para repor o capital adiantado. 
Para isso é preciso que o valor-de-uso das mercadorias seja compatível com sua finalidade, ou seja, para 
consumir o lucro é preciso que haja no mercado bens de consumo que o capitalista deseja consumir, e 
para reiniciar o processo produtivo é preciso que haja meios de produção e trabalho específicos a seu fim 
para de fato reiniciar o processo. Assim, para que o processo de reprodução simples tenha 
prosseguimento, sem desequilíbrios, é preciso que o valor-de-uso das mercadorias seja correspondente à 
sua utilização. Já no processo de reprodução ampliado é necessário que a sociedade precise produzir um 
crescente montante de meios de produção e de bens de consumo para permitir o acréscimo de C e V. Se 
não hpá oferta de trabalho e de meios de produção não há como aplicar os lucros, pois não há condição 
material para ampliação do capital. 
Oferta e demanda por força de trabalho. A) Exército industrial de reserva. A reprodução 
ampliada requer um maior emprego de força de trabalho: cresce o capital constante e o capital variável, 
este cresce ou pela exploração mais infensa dos trabalhadores ou pela ampliação de seu número (exercito 
de reserva). Esta reserva de força de trabalho constitui uma superpopulação relativa às necessidades do 
capital. Isso se dá 1) pelo processo de acumulação em que os níveis de centralização e concentração do 
capital desapropria pequenos proprietários dos meios de produção; 2) pela crescente composição orgânica 
do capital; 3) o próprio sistema de salário preserva um excedente de trabalhadores. 
B) Salários. O salário é o preço da mercadoria força de trabalho determinada pela quantidade de 
trabalho necessário para a produção e sua reprodução. Como a manutenção da força de trabalho é 
determinada pelo consumo, então os salários são determinados pelos meios de subsistência, assegurando 
não apenas a oferta de trabalho como também sua reprodução, permitindo a manutenção da oferta de 
trabalho abundante. 
C) Composição orgânica do Capital. A acumulação de capital eleva a composição orgânica do capital 
por meio de alterações nas técnicas de produção no qual o capital constante se torna cada vez maior. 
Esses avanços técnicos são resultado da ampla competitividade, essencialmente relação entre capital e 
trabalho. Isso permite que a acumulação se processe sem pressionar a elevação do preço da força de 
trabalho (salário), contribuindo para manutenção do exercito de reserva. 
Capítulo 6 – O Dinheiro na Acumulação de Capital 
O dinheiro dentro do processo de acumulação serve a três propósitos: 1) medida de valor; 2) meio de 
circulação; 3) meio de entesouramento. As duas últimas mais se relacionam à acumulação. A circulação de 
mercadorias obedece à equação M-D-M (em que M-D: compra e D-M: venda), e em posição antagônica e 
complementar se dá a circulação do dinheiro: D-M-D. 
Assim, o entesouramento constitui uma interrupção no processo de circulação de mercadorias (M-D-M). 
Portanto, a acumulação como parte do processo de reprodução, é também processo de circulação de 
mercadorias, pois é compra e venda de meios de produção, força de trabalho e bens de consumo, 
interrompendo seu circuito interfere-se na acumulação, já que para obter um valor D’ maior que D, é 
preciso haver a realização (venda) das mercadorias. Assim, a produção não implica sua realização, não há 
nada que garanta que M será totalmente vendida. Esse entesouramento pode ser resultado da “avareza” 
(estagio de fetichismo da moeda); ou mesmo pelo processo de acumulação como reservas para 
acumulação. 
Já o crédito atua em contraposição ao entesouramento: o que um capitalista deixa de gastar, outro 
capitalista o faz por empréstimos. Esse dinheiro provém da mais-valia de outros capitalistas que não 
consumiram ou acumularam, excluindo hipótese de poupança de trabalhadores. Porém, poder-se-ia 
concluir que não haveria problemas à circulação (ou à acumulação) se a parcela não consumida e 
poupada seria emprestada. Mas nada garante que toda a parcela acumulada seja de fato emprestada. Mas 
esse sistema de crédito permite concluir: 1) acelera a circulação de mercadorias (realização de M); 2) cria 
condições para atividades especulativas, obstruindo essa realização. 
Capítulo 7 – O Problema da realização da produção 
Oferta e Demanda. Marx trata do problema das condições materiais da reprodução ampliada, ou seja, 
para haver acumulação é preciso haver mercadorias materialmente utilizáveis como capital: C e V. Há 
também a resistência dos marxistas de aceitar o problema da acumulação pela ótica da demanda. Maso o 
que Marx nega é a explicação dos preços unicamente pela oferta e demanda, mas não deixa de 
reconhecer sua influência sobre as oscilações dos preços no mercado. 
Criação e realização da mais-valia. Como surge o problema da demanda efetiva (ou da realização) no 
sistema capitalista? Primeiro é preciso reconhecer o papel do dinheiro na circulação de mercadorias, o que 
já possibilita uma ruptura do processo de circulação. Mas esse fato sozinho não explica o problema da 
demanda efetiva, portanto é preciso observar que no capitalista o oferta (C + V + S) é naturalmente 
superior a sua demanda (C + V). A demanda é igual a C + V por que para obter um montante de 
mercadorias no valor de C + V + S, o capitalista aplica somente C + V (meios de produção e força de 
trabalho). A mais-valia S não constitui um custo de produção e não entra em sua demanda (C + V)[4]. 
OFERTA: C + V + S = (mC + dC) + (gV + pV) + S 
DEMANDA: C + V = ((mC + dC) + (gV + pV) 
A diferença entre oferta e demanda pode se tornar maior que S quando se considera que 1) os capitalistas 
deixa de repor anualmente a depreciação do capital fixo; 2) e os trabalhadores poupam uma parcela de 
seus salários. Desconsiderando esses fatores o problema da realização da produção se torna um problema 
de realização da mais-valia: bens de consumo e meios de produção, de forma que só há acumulação se os 
gastos direcionarem-se para este último. 
Capítulo 8 – Elementos para uma teoria da demanda efetiva 
Determinação dos níveis de lucro e de produção. 1) Marx chega a conclusão de Kalecki sobre a 
determinação dos lucros; 2) É possível equilíbrio econômico com capacidade ociosa. 
A) determinantes do Lucro. Os capitalistas apresentam no mercado a produção de C + V + S, mas o 
valor de suas compras é de C + V. Portanto, falta a realização da mais-valia. Assim, apenas quando a 
parte vendida é maior que C + V os capitalistas auferem lucros; se a parte vendida é igual a C + V + S 
então o lucro é igual à mais-valia. Mas se a produção vendida é igual a C + V + xS (coeficiente menor que 
a unidade), xS corresponde ao lucro real dos capitalistas. Assim, o lucro depende da demanda e da venda 
superior a C + V. Porém, os trabalhadores não consomem um valor acima de V, portanto somente os 
capitalistas podem adquirir a parte restante da produção. Para auferir lucros o capitalista precisa 
consumir além de C (valor que repõem o capital constante). Portanto o montante de lucros aferido pelos 
capitalistas depende exclusivamente de seus gatos em bens de consumo e meios de produção, consumo e 
acumulação de capital. 
B) Equilíbrio econômico com capacidade ociosa. Ao apresentar o esquema de reprodução: 1) os 
capitalistas consomem toda sua mais-valia (reprodução simples); 2) dividem sua mais-valia em consumo e 
acumulação de capital (reprodução ampliada). Marx está interessado em mostrar como o sistema 
capitalista pode ocorrer sem desequilíbrios, mas não com plena utilização dos recursos. Como 
mencionado, parte da mais-valia pode não ser realizada, devido ao entesouramento. Portanto, a mais-
valia se divide em três partes: bS (bens de consumo); aS1 (acumulação de capital); eS (entesouramento), 
onde a + b + e = 1. O valor da produção de um ano qualquer é W1 = C1 + V1 + S1; onde S1mais valia-
criada. Como uma fração da mais-valia da produção total W1 é entesourada (eS1), constituindo estoque de 
mercadorias. Mesmo assim, a parte da mais-valia aS1 é empregada para acumulação. Portanto a produção 
potencial (W’) no ano 2 será maior que no ano anterior: “W’2 = C2 + V2 + S2, sendo C2 + V2 > C1 + 
V1 porque C2 + V2 = C1 + V1 + aS1, e também S2 > S1, porque supondo constante a taxa de lucro, então 
S2 = p(C1 + V1 + aS1), enquanto S1= p(C1 + V1)” (p.128). 
Embora a produção potencial seja W’2 o que acontece na produção real? Duas possibilidades: 1) crescente 
formação de estoques não vendidos; 2) capacidade ociosa de equipamentos. Considerando a primeira 
possibilidade, e supondo que no ano 2 a produção real W2 seja igual à potencial W’2 (W2 = W’2 = C2 + 
V2 + S2) Se a taxa de entesouramento não se parcela da produção que deixa de ser vendida aumenta a 
cada ano de produção (eS1 + eS2 + …), elevando a grandeza dos estoques, provocando a queda dos 
preços ou mesmo uma crise econômica. 
A segunda possibilidade, supõe que embora a produção potencial seja de W’2, a produção real tende a ser 
menor que a real, gerando capacidade ociosa. Não interessa ao capitalista uma produção real igual a 
potencial, pois uma parcela da produção eS2 servirá apenas para aumentar os estoques de mercadorias 
não vendidas. Assim, procurarão fixar a produção real W2 = (C2 + V2 + S2) – eS2, que é a produção que 
eles efetivamente esperam vender. Essa produção real implica uma capacidade ociosa de equipamento, 
pois é menor que a potencial. Como uma parcela da mais valia continua a ser aplicada aS2, a capacidade 
produtiva cresce (ou seja, cresce W’). Se a parcela ociosa do equipamento acompanha esse aumento da 
capacidade produtiva de forma constante temos um crescimento econômico equilibrado sem plena 
utilização dos recursos. 
Dada a oferta potencial C + V + S, a produção efetiva só Serpa igual a essa oferta se o consumo dos 
capitalistas e sua acumulação de capital forem, juntas, iguais a S. Assim. Os elementos chave para a 
realização dos lucros e da produção são a acumulação de capital e o consumo dos capitalistas.

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