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www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL Direito Administrativo Romoaldo Goulart 1 CERS DIREITO ADMINISTRATIVO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – 2015 PROF. ROMOALDO GOULART Aula 9 Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92). CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONCEITO DE CONTROLE HIERÁRQUICO FINALÍSTICO INTERNO EXTERNO CONTROLE EXTERNO POPULAR PREVENTIVO CONCOMITANTE SUBSEQUENTE LEGALIDADE MÉRITO RESPONSABILIDADE FISCAL CONTROLE ADMINISTRATIVO SUPERVISÃO MINISTERIAL / SECRETARIAS RECURSOS ADMINISTRATIVOS PROCESSO ADMINISTRATIVO COISA JULGADA ADMINISTARTIVAMENTE PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA CONTROLE POR PARTE DO PODER JUDICIÁRIO E DO MINISTÉRIO PÚBLICO CONTROLE PELO LEGISLATIVO CONTROLE PELA SOCIEDADE CONTROLE INFORMAL CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Controlar a Administração pública, nada mais é que FISCALIZAR. Atividade que é realizada por todos os Poderes, pelo Ministério Público e, também, pela sociedade. O controle da administração pública poderá ocorrer de várias formas e em vários momentos. Assim, podemos falar em controle hierárquico, finalístico, interno, externo, preventivo, concomitante, subsequente ou a posteriori, da legalidade e do mérito. Controle hierárquico – Este tipo de controle ocorre dentro da mesma pessoa jurídica, advém da estrutura funcional da administração. Não há de se falar em controle hierárquico de pessoa jurídica para com outra pessoa jurídica, nem tão pouco, controle hierárquico entre autoridades pertencentes a pessoas jurídicas distintas. Controle Finalístico – É o controle realizado na finalidade para qual determinada entidade é instituída. Trata-se do controle realizado pelos Ministérios em suas Entidades vinculadas, ou seja, é o controle realizado pela Administração Direta nas Entidades pertencentes à Administração Indireta. Em sendo assim, dizemos em provas que não hierarquia entre pessoas jurídicas diferentes, mas sim, uma possível VINCULAÇÃO. Logo, os Ministérios/Secretarias não exercem controle hierárquico em suas entidades vinculadas, mas sim um controle finalístico. Não há hierarquia, mas sim VINCULAÇÃO. Controle Interno – no âmbito da própria pessoa jurídica. Controle externo – Pessoa jurídica sofrendo controle por outra pessoa jurídica ou física não pertencente a sua estrutura interna. Também se trata de controle externo a fiscalização que um Poder exerce sobre o outro poder. Quanto ao momento do controle podemos falar em preventivo, concomitante e subsequente, de forma a ser realizado antes, durante ou após a prática de determinado ato. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL Direito Administrativo Romoaldo Goulart 2 Controle da Legalidade – quando a fiscalização do ato refere-se aos aspectos legais, possibilitando, inclusive, a anulação de um ato quando o mesmo não se encontrar em conformidade com a Lei. Este controle poderá ser realizado de um poder em outro poder ou do Poder em si mesmo. No primeiro caso, Princípio da Tutela, no segundo, AUTOTUTELA. Controle do mérito – Refere-se a liberdade para apreciar a conveniência e a oportunidade do ato administrativo. Podemos observar, desta forma, que dois princípios básicos sustentam o que se chama de Controle da Administração pública: o Princípio da Tutela e o Princípio da Autotutela. Dessa forma, poderemos observar, principalmente o controle da administração pública realizado pelo próprio Poder Executivo, o controle realizado pelo Poder Legislativo e Controle da Administração Pública pelo Poder Judiciário. Poder Executivo – Controle da Administração Pública Quando realizado pelo próprio Poder Executivo na Administração Pública estamos, então, diante da autotutela, auto fiscalização. Em várias condutas administrativas podemos visualizar esta possibilidade de controle. Inclusive, nos dias atuais, até com previsão expressa em Lei, pois é o que se observa no art. 53/55 da Lei 9.784/99, que assim diz: “Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar- se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.” Assim, temos a Administração pública controlando a si mesma, através, ora de requerimento à Administração, ora de ofício. Importante salientar que, diferentemente do Poder Judiciário, o Poder Legislativo e o Executivo não precisam ser provocados para agir. Logo o Poder Executivo e o Legislativo podem agir de ofício ou mediante provocação. O Poder Legislativo, ao controlar a Administração Pública, realiza o que chamamos de controle FINANCEIRO e o controle POLÍTICO. O primeiro, realizado com o auxílio do Tribunal de contas, conforme podemos verificar no art. 70/75 da Constituição Federal. Muito importante!!! “ Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL Direito Administrativo Romoaldo Goulart 3 auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I- apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - realizar, por iniciativaprópria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. § 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. § 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. § 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. § 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. § 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL Direito Administrativo Romoaldo Goulart 4 Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. § 1º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; II - idoneidade moral e reputação ilibada; III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública; IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. § 2º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento; II - dois terços pelo Congresso Nacional. § 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 4º - O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal. Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. § 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.” O Controle Político é observado em vários ponto da Constituição Federal. Importante ficar atento aos seguintes artigos: 49/52, CF/88 “Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice- Presidente da República a se ausentarem www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL Direito Administrativo Romoaldo Goulart 5 do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) IX - julgar anualmente as contas prestadaspelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994) § 1º - Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério. § 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994) Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; III - elaborar seu regimento interno; IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL Direito Administrativo Romoaldo Goulart 6 I - processar e julgar o Presidente e o Vice- Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d) Presidente e diretores do banco central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar; IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; XII - elaborar seu regimento interno; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.” Pode Judiciário – O controle neste caso, ocorre apenas no aspecto da legalidade e não no mérito, no mero aspecto de conveniência e/ou oportunidade. Atenção, pois têm-se admitido, em decorrência do princípio da proporcionalidade e razoabilidade anular atos meramente discricionários, pois a Constituição Federal não admite excessos, principalmente pelo governo. Discricionariedade não significa arbitrariedade. www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL Direito Administrativo Romoaldo Goulart 7 Logo, toda vez que se entra com ações judiciais contra o governo, estará havendo a provocação do Judiciário para agir neste controle. Muito comum o uso dos chamados “Remédios Constitucionais” (habeas corpus, habeas datas, mandado de segurança, mandado de injunção e a ação popular) a fim de controlar a atuação do Estado, a atuação da Administração Pública. Na sociedade mais participativa que hoje temos, também, podemos encontrar, cada vez mais frequente, o controle popular, através das manifestações nas ruas, movimentos sociais, entre outros, que cobram uma atuação mais séria, mais célere e mais eficiente de nossas autoridades. Tratam-se de controles informais, porém com relevante importância na sociedade moderna. JURISPRIDÊNCIASTRF-5 - Apelação / Reexame Necessário APELREEX 481 PE 2007.83.04.000217-8 (TRF-5) Data de publicação: 15/10/2008 Ementa: APELAÇÃO E REMESSA EX OFFICIO. CONTROLE JURISDICIONAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRESENÇA DE DISCRICIONARIEDADE. PROVIMENTO. I - A lotação de pessoal em órgão público, como é o caso de delegacia de polícia, é matéria que pertence à intimidade da Administração, sem contar que está sujeita a inúmeros fatores (falta de cargos vagos, cargos não providos pela não aprovação em número necessário em concurso público, número diminuto de cargo cuja elevação depende de lei, inamovibilidade de servidores efetivos, limites orçamentários à ordenação de despesa, entre outros), de modo que não se apresenta correta sentença que impõe a obrigação de ser elevado o número de servidores duma determinada repartição. II - Ausente hipóteses voltadas à concretização de norma constitucional de suficiente densidade de conteúdo e de preservação do mínimo existencial, nas quais é admitido, com maior amplitude, o chamado controle depolíticas públicas. Ativismo judicial que esbarra na separação de poderes, ainda que examinado este princípio em sua acepção hodierna. III - Provimento da apelação e remessa oficial. STF - AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO RE 597366 DF (STF) Data de publicação: 12/04/2011 Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONCURSOPÚBLICO. CONTROLE JURISD ICIONAL. VINCULAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA AO EDITAL. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. PRECEDENTES. 1. Conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não está imune ao controle jurisdicional a análise da compatibilidade entre o conteúdo descrito no edital e as questões apresentadas na prova objeto do certame. 2. Agravo regimental desprovido. Encontrado em: Turma DJe-070 DIVULG 12-04-2011 PUBLIC 13-04-2011 EMENT VOL-02502-02 PP-00305 - 12/4/2011 AGUARDANDO TJ-SP - Apelação APL 1853664020088260000 SP 0185366- 40.2008.8.26.0000 (TJ-SP) Data de publicação: 18/05/2011 Ementa: OBRIGAÇÃO DE FAZER - objetivo de forçar o Poder Público Municipal a executar determinada obra, no caso abertura de via pública para acesso a lotes adquiridos pela autora – inviabilidade. o controle jurisdicional da Administração Pública restringe-se a aspectos de legalidade, não podendo o Judiciário imiscuiu-se em tarefa típica do Executivo, para determinar a realização de determinada obra pública- discricionariedade do Poder Executivo Municipal na escolha de suas prioridades orçamentárias - ação improcedente - recurso improvido. Encontrado em: 1ª Câmara de Direito Público 18/05/2011 - 18/5/2011 Apelação APL 1853664020088260000 SP 0185366-40.2008.8.26.0000 (TJ-SP) Franklin Nogueira www.cers.com.br DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL Direito Administrativo Romoaldo Goulart 8 STF - AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 858635 PR (STF) Data de publicação: 10/09/2013 Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – CONCURSO PÚBLICO – EXAME PSICOTÉCNICO – EXIGÊNCIA DE RIGOR CIENTÍFICO – NECESSIDADE DE UM GRAU MÍNIMO DE OBJETIVIDADE – DIREITO DO CANDIDATO DE CONHECER OS CRITÉRIOS NORTEADORES DA ELABORAÇÃO E DAS CONCLUSÕES RESULTANTES DOS TESTES PSICOLÓGICOS QUE LHE TENHAM SIDO DESFAVORÁVEIS – POSSIBILIDADE DE IMPUGNAÇÃO JUDICIAL DE TAIS RESULTADOS – PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA INAFASTABILIDADE DOCONTROLE JURISDICIONAL DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA QUE O PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RECONHECEU NO JULGAMENTO DO AI 758.533-QO-RG/MG – REAFIRMAÇÃO, QUANDO DA APRECIAÇÃO DE MENCIONADO RECURSO, DA JURISPRUDÊNCIA QUE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMOU NO EXAME DESSA CONTROVÉRSIA – RECURSO IMPROVIDO. Encontrado em: 06.08.2013. Segunda Turma ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-178 DIVULG 10-09-2013 PUBLIC 11-09-2013 - 10/9/2013 TRT-15 - Recurso Ordinário RO 82660 SP 082660/2008 (TRT-15) Data de publicação: 09/01/2009 Ementa: SERVIDOR PÚBLICO - LICENÇA PARA TRATAR ASSUNTOS PARTICULARES - CONCESSÃO -PODER DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO - CONTROLE JURISDICIONAL QUANTO AO MÉRITO - LIMITES. O fato de a lei municipal instituir aos servidores benefício da "licença para tratar de assuntos particulares", não retira da municipalidade o poder de examinar a conveniência e oportunidade de sua concessão, em face dos interesses da Administração Pública.
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