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Universidade Federal de Goiás Instituto de Física Laboratório de Física PÊNDULO SIMPLES Alunos: Lucas Rocha Gabriel Arrates Murillo Hannum Curso: Engenharia Civil Turma: “A” Professora: Rosane Castro Goiânia, 30/10/2014 Introdução O experimento realizado em sala de aula no dia 16 de outubro de 2014 teve como motivação a medição da aceleração da gravidade local. Para isso, montamos um sistema de pêndulo simples (movimento oscilatório harmônico), ou seja, numa extremidade de um fio fino e extenso, em que consideramos sua massa desprezível, foi amarrado um peso, cuja massa adotamos concentrada em seu centro de massa, e à outra foi amarrada a um suporte. Após a montagem do sistema, fizemos o peso da extremidade oscilar numa angulação pequena de 10 graus e foi cronometrado dez vezes o tempo de dez peíodos sucessivos. Calculou-se a média dos períodos encontrados (T=2,45 s) e seu respectivo desvio-padrão (σ=0,02 s), com esses resultados por meio de fómulas e cáculos matemáticos conseguimos estimar o valor da aceleração da gravidade local (9,8 ± 0,1 m/s²). O que dentro da incerteza estatística compreende o valor de 9,782 ± 0,001 m/s², mais aceito atualmente e encontrado em laboratórios com equipamentos e procedimentos com maior precisão, tornando o valor encontrado em sala de aula satisfatório. Teoria Um pêndulo é um sistema composto por uma massa acoplada a um pivô que permite sua movimentação livremente. A massa fica sujeita à força restauradora causada pela gravidade. Existem inúmeros pêndulos estudados por físicos, já que estes descrevem-no como um objeto de fácil previsão de movimentos e que possibilitou inúmeros avanços tecnológicos, alguns deles são os pêndulos físicos, de torção, cônicos, de Foucalt, duplos, espirais, de Karter e invertidos. Mas o modelo mais simples, e que tem maior utilização é o Pêndulo Simples. Este pêndulo consiste em uma massa presa a um fio flexível e inextensível por uma de suas extremidades e livre por outra, representado da seguinte forma: Quando a massa é afastada da posição de repouso e solta, o pêndulo realiza oscilações. Ao ser desconsiderada a resistência do ar, as únicas forças que atuam sobre o pêndulo são a tensão com o fio e o peso da massa m. Desta forma: Como mostra a Figura 2, as forças que atuam no pêndulo são seu peso e a tração no fio. Considerando um sistema de referência onde um dos eixos seja tangente a trajetória circular percorrida pela massa m, e o outro tenha a direção do fio, ou seja, do raio do círculo, veremos que a resultante das forças radiais origina a força centrípeta necessária para manter “m” na trajetória circular. A componente tangencial do peso, igual a m.g.sen constitui a força restauradora que atua em “m” e que faz o corpo tender a voltar à posição de equilíbrio. Logo a força restauradora será: No entanto, o ângulo θ expresso em radianos, por definição é dado pelo quociente do arco descrito pelo ângulo, que no movimento oscilatório de um pêndulo é x e o raio de aplicação do mesmo, no caso, dado por L, assim θ = x/L. Assim é possível concluir que o movimento de um pêndulo simples não descreve um MHS, já que a força não é proporcional à elongação e sim ao seno dela. No entanto, para ângulos pequenos, o valor do seno do ângulo é aproximadamente igual a este ângulo. Então, ao considerarmos os caso de pequenos ângulos de oscilação pode-se escrever a equação (1) como: ou seja, a aceleração é proporcional ao deslocamento. O MHS é um movimento periódico. Sendo f a frequência e T o período, temos: onde a grandeza denomina-se pulsação. A aceleração no MHS é dada por: Logo, substituindo (4) em (5) tem-se: Comparando a equação (3) com a equação (6) podemos escrever: Logo, observa-se que o período do pêndulo simples independe de sua massa e a aceleração da gravidade pode ser obtida da seguinte relação: Com essa relação matemática entre o período de oscilação T e a gravidade g podemos estimar o valor da aceleração da gravidade local por meio das medições de períodos de oscilação de um pêndulo simples, como descrito a seguir. Metodologia Experimental Durante o experimento foi utilizado um fio, de massa desprezivel, preso em um suporte metálico em uma de suas extremidades e uma massa “m”, concentrada no seu centro de massa, presa na outra extremidade. Um cronômetro digital, com precisão de duas casas decimais, utilizado para a medida do periodo do pêndulo. Uma trena para a medida do comprimento do fio e por fim um transferidor para medir o afastamento angular da posição de repouso. 1 - Comprimento do fio (L): Primeiramente, com a trena, foi obtido o comprimento do fio: L = (1,50 + 0,0005)m O erro de + 0,0005 m na medição foi resultado da imprecisão do próprio instrumento utilizado. 2 - Período de oscilação do pêndulo (T): Para a obtenção do período, o fio do pêndulo foi deslocado de sua posição de equilíbrio, com a ajuda do transferidor, por um ângulo de 10° (1/18π rad) e depois a massa foi abandonada, provocando a oscilação do pêndulo. Mediu-se o tempo referente a 10 oscilações (10T) e repetiu esse procedimento 10 vezes afim de diminuir a possibilidade de erro sistemático no resultado. Ao medir o ângulo de 10° teve-se cuidado de olhar para o transferidor perpendicularmente, com o objetivo de evitar a paralaxe (erro de medição ocasionado pela mudança aparente da posição de um objeto observado, causada por uma mudança da posição do observador). E ao colocar o pêndulo em oscilação também houve um cuidado especial para que a massa não girasse em torno do seu centro de massa, o que deixaria o fio enrolado e, consequentemente, acarretaria maiores erros aos resultados. 3 - Gravidade (g): Por último, atravéz da equação (8), obtida acima, e dos dados já conhecidos, como o período e o comprimento do fio, foi possível realizar as operações matemáticas para a obtenção do valor da aceleração da gravidade. Resultados e análise de dados Tabela 1: Tempo de 10 oscilações sucessivas nos 10 lançamentos cronometrados. 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Lançamento 24,56 24,47 24,44 24,47 24,85 24,62 24,56 24,22 24,71 24,32 Tempo (s) Fonte: Dados experimentais. A média e seu respectivo desvio-padrão dos tempos medidos foram calculados pelas fómulas: Os valores obtidos para a média e desvio-padrão de 10 períodos consecutivos foram, respectivamente, tm=24,522 segundos e σt=0,1819 segundos. Para obter o valor médio e o desvio-padrão de um período apenas, bastou-se dividir o valor encontrado por dez. Os valores encontrados foram T=2,4522 segundos e σT=0,01819 segundos, que ao fazer as aproximações necessárias, T=(2,45 + 0,02) segundos. Ainda que com grandes limitações de aparelhagem e inexperiência, o experimento foirealizado com maior precisão possível de tal forma que a cada três lançamentos, os membros do grupo revesaram suas funções na tentativa de minimizar os erros. Dado o período médio e o comprimento do fio, pela fórmula (8) chegou-se a um valor de gmelhor aproximadamente igual a 9,8478 m/s². O erro da gravidade foi obtido a partir da fórmula de propagação de erros a seguir: Onde derivou-se parcialmente a fórmula (8) em relação a L (comprimento do fio) e a T (o período de oscilação) em L=1,50 m e T=2,45 s, chegando a um erro aproximadamente igual a δg = 0,1461 s. A partir do gmelhor e de δg, fazendo as aproximações necessárias, encontrou-se um para o valor para a gravidade aproximadamente igual a 9,8 + 0,1 m/s². O valor encontrado é aceitável e satisfatório, pois compreende o valor de referência (9,784 ± 0,001 m/s²), valor de maior precisão encontrado nessa região, obtido inclusive no próprio Instituto de Física (IF) da UFG, com experimentadores mais especializados, processos mais elaborados e equipamentos mais precisos. Discussão e conclusão No procedimento, enquanto um membro fazia a leitura do tempo, outro realizava as anotações e o terceiro soltava o corpo do repouso. A cada três medições, os integrantes alternavam suas funções e todos realizaram todas as etapas do experimento. Junto disso, foi minimizado o erro sistemático causado pelo tempo de reação de cada um. Como premissas à realização do experimento, para considerá-lo simples, várias considerações tiveram de ser idealizadas por motivos didáticos, com intuito de facilitar os cálculos matemáticos. O corpo fixado ao fio, que neste caso foi adotado inextensível e de massa desprezível, foi considerado puntiforme, isto é, toda sua massa estava concentrada em seu centro de massa. Ainda consideramos que o seno do ângulo de deslocamento é aproximadamente igual ao valor do próprio ângulo. O que ao somatório de todas as aproximações e idealizações consideradas levaram a uma incerteza no resultado, que era esperada. No entanto o objetivo foi alcançado, o valor da aceleração da gravidade foi obtido apesar de toda as limitações técnicas e o valor encontrado, dentro da margem de erro, compreende o valor de referência. Referências bibliográficas Halliday, David; Resnick, Robert; Krane, kenneth S. . Física 2. 4°edição. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1996. SEARS, Francis Weston; ZEMANSKY, Mark Waldo; YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física II:Termodinâmica e Ondas. 12. ed. São Paulo, SP: Pearson Addison Wesley, c2008-2009 vol 3. http://www1.univap.br/rspessoa/aulas/fisicaexp2012/topico08fisicaexp.pdf
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