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Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Aula 01 Prezados, Sejam bem-vindos! Primeiramente, desejo a todos vocês sucesso no concurso. A Consulplan, apesar de ser uma banca menos tradicional do que um Cespe ou uma FCC, é um velha conhecida nossa, nos cursos de discursivas. Com ela, graças a Deus e à nossa esforçada pesquisa, a gente sempre obteve muito sucesso, se comparado aos êxitos dos alunos nas bancas tradicionais. No concurso do TSE, por exemplo, nossos alunos conseguiram notas entre 9 e 10 pontos, ou seja, a maioria deles ficou no campo da excelência textual. No concurso do Senado, apesar de oficialmente a organizadora ser a FGV, mas quem efetivou o certamente foi a Consulplan, as notas altas também se repetiram. Enfim, deixamos para dizer isso na aula 01, em vez de fazê-lo na demonstrativa, porque nossa meta é levar a realidade das provas aos nossos alunos a fim de conseguirmos, pelo menos, o principal, para um primeiro momento: deixá-los informados e tranquilos. Mas, amigos, a leitura da aula da aula 01 e da aula 02 é imprescindível. Todas as informações que vocês terão nestas aulas se alinham pontualmente ao trabalho feito pela Consulplan nos seus concursos mais recentes, em que houve solicitação de composição textual. Então, boa leitura e bom estudo! Júnia MODELO TEMÁTICO DA PROVA DO TRE MG Como nosso edital especificou, dessa vez, a prova discursiva abrangerá algum conhecimento específico do edital, pertinente ao cargo escolhido. A Consulplan possui poucas provas voltadas para essa previsão. A maioria delas é pertinente à Tecnologia da Informação, mas o formato do enunciado e a disposição do tema já nos dão uma pista simples: tema principal, seguido de aspectos, tópicos ou subtemas. Nos demais concursos em que a Consulplan atuou, o tema abordava conhecimentos gerais. Mesmo na prova do TSE, organizada Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br por ela, a banca aproveitou o assunto “voto” e o contextualizou no cenário da participação cidadã, ou seja, ela não pediu algo especificamente pertinente a um dispositivo do direito ou das leis. Além disso, partindo do trabalho que vêm desempenhando outras bancas, essa tendência se reafirma. Por isso, amigos, vou começar com uma abordagem sobre a essência da Consulplan, mas farei, sempre que julgar necessário, um paralelo entre ela e atual cobrança de bancas, experientes no trato com tribunais. Então, resumindo, tudo indica que haverá tema seguido de dois, três ou quatro subtópicos para o desenvolvimento da questão. Na proposição de temas, que começa na aula 03, vamos trabalhar com propostas fechadas em subtópicos e propostas abertas em tema único. Assim, a gente não fica em dívida nem com uma nem outra estrutura. MODALIDADE DISSERTATIVA O edital da Consulplan já deixou claro que a tipologia textual será dissertativa. Então, vou explicar, de modo simples e objetivo, o que isso significa, ok. Dissertar, pessoal, é esclarecer, explicar algo do qual se tem conhecimento. Nos concursos, quando o tema requer conhecimento específico, a submodalidade dissertativa a ser empregada é a expositiva ou informativa. E no que consistiria essa submodalidade? A dissertação expositiva ou informativa está presente nos textos cuja finalidade é informar conhecimento. Não há nestes textos inserção de pontos de vista, acerca de polêmicas ou de situações dúbias. O que há é um pedido objetivo para que seja dada uma resposta também objetiva, clara e fundamentada. Essas três qualidades, derivadas das nomeações objetividade, clareza e fundamentação, são extremamente imprescindíveis de aparecerem na redação do candidato. Então, vamos amadurecer o que quer dizer cada uma delas, em termos práticos: Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br OBJETIVIDADE Na Consulplan, a gente vai fundir a ideia de objetividade com a de precisão vocabular. A banca não fala expressamente neste termo tampouco costuma trazê-lo no espelho de notas da redação. Mas, como nas redações anteriores de nossos alunos isso garantiu excelente nota, aqui vamos repetir a “receita”. Tomemos como exemplo este tema, que foi feito pelo Cespe, mas ilustra bem o que quero dizer: Esse enunciado traz um tema central, que grifei em vermelho, e subtemas, que lá no Cespe são conhecidos como “aspectos”, mas, em geral, nos cursos de redação, eles conhecidos como tópicos. Primeiramente, recomendo que grifem mesmo as palavras- chave do tema (conforme o fiz) e dos tópicos. Por que essa recomendação? Infelizmente, é comum o aluno, por exemplo, falar sobre “controle orçamentário”, mas não abordar exatamente o pedido temático, que não limita a isso, mas pede algo mais: A IMPORTÂNCIA do Controle Orçamentário... Tópicos ou subtemas Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Geralmente, vocês costumam negligenciar os temos iniciais e atacar exatamente o núcleo do tema. Mas é para abordar tudo. Continuemos... O que vocês irão fazer? A Consulplan, diferentemente da tendência atual do Cespe e da Esaf, mas seguindo a linha da FCC, exige INTRODUÇÃO DO TEXTO. E o que haverá na introdução? Ou melhor, o que NÃO PODE DEIXAR DE HAVER NA INTRODUÇÃO? Os termos exatos do tema. Se você trocar, por exemplo, “Importância do Controle Orçamentário” por “Relevância do planejamento Fiscal”, poderá ter sérios problemas com algum examinador disperso. E esse prejuízo é comum. Depois explico por quê. Então, na introdução, é preciso garantir que os termos centrais do tema estejam presentes. Depois disso, você fará uma pequena explanação teórica sobre o significado do tema central, mas tente fazer com que sua explanação consuma entre 4 a 7 linhas. Nem menos que isso, nem muito mais. Há no espelho de notas julgamento quanto à APRESENTAÇÃO DO TEXTO e isso inclui a observação quanto ao tamanho dos parágrafos. O que devemos evitar na introdução? 1º - pergunta retórica. Nos concursos, o texto é lugar de respostas, não de perguntas (isso é coisa de Enem, vestibular). 2º - Explanações muito prévias sobre o tema (seja bem objetivo, nada de compor históricos sobre o assunto). Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 3º - Mecanismos de fundamentação (falaremos sobre isso daqui a algumas linhas, mas a fundamentação é a assunto do desenvolvimento). Depois da introdução, você irá desenvolver os assuntos pertinentes aos tópicos, ou aspectos ou subtemas (tudo a mesma coisa). Também será importante manter a fidelidade aos termos originais de cada ASPECTO. Não os substitua por sinônimos, quando do seu primeiro uso. Depois, para não ficar repetitivo, poderá fazer isso. É importante que a ordem dos ASPECTOS seja obedecida, por mais estranha que a ordem do tema lhe seja. Então, resolva o aspecto 1, depois o 2 e, por último, o 3. Outro aviso: não os misture. De repente, você nota que o aspecto 02 é continuação do aspecto 01 e resolve, por isso, desenvolvê-los no mesmo parágrafo. Esqueça! Não faça isso. Apesar de “costurados” no mesmo assunto, eles possuem, na visão do examinador, certa independência. Portanto, não os emende uns aos outros no mesmo espaço. Quanto aos parágrafos do desenvolvimento, é bom seguir a média de 4 a 7 linhas por parágrafo. Suponhamos que o assunto do primeiro Aspecto seja amplo, ocupe, por exemplo, umas 12 linhas. O que faremos? Optaremos por dividir esse parágrafo longo em dois menores. Não há problemaem fracionar parágrafos para abordar a totalidade de um aspecto. Agora atenção! A redação terá problemas se ocorrer também a seguinte falha: � O aspecto estava no plural, o aluno o respondeu no singular. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Exemplo: na prova da Aneel, para engenheiros, havia um aspecto do tema que pedia “formas de economia de energia”. Naquela prova, um aluno citou uma forma de economia de energia. Conclusão: o aspecto valia três pontos, e o aluno conseguiu apenas 1,6 ponto. Isso aconteceu no Cespe, mas a lição cabe aqui também. Portanto, atenção redobrada ao que estão lendo. Por isso, recomendei que grifem as palavras-chave ainda no enunciado (no texto de vocês, NÃO!!! Pelo amor de DEUS!) Para manter a máxima objetividade A fim de não dar trabalho ao examinador, que não precisará procurar pela abordagem na sua redação, seja bem objetivo. Para isso, a cada abertura de parágrafo no desenvolvimento, já entregue logo na entrada os termos do Aspecto sobre o qual está redigindo. Com isso, você responde o tema, de modo mais objetivo e claro, e, principalmente: poupará o trabalho do examinador, que, em vez de gastar 5 minutos para ler seu texto, ele o fará em menos tempo e lhe dará boa nota. Exemplo: Abin/cargo 2/Cespe Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Trecho introdutório 01: Com fama de ser um país onde impera o risco da criminalidade, o Brasil deve investir mais em políticas públicas que priorizem a defesa do Estado. Tais políticas devem se originar do entrecruzamento de estudos na área de segurança que sejam embasadas na inteligência de organismos responsáveis pela defesa da soberania nacional. Perceba que o candidato começa sua redação, deixando bem clara a abordagem de termos do tema central. Naturalmente isso se chama precisão, e a precisão está intimamente ligada à objetividade. Vejam que o candidato não começa o texto, a partir de históricos, antecedentes de pouca valia, sobre o assunto em tela. Ele traz os temos do tema central, com bastante precisão, ainda nas primeiras linhas. Quero lembrá-los de que, se uma redação começa mal, por certo, o examinador poderá “viciar” a leitura do texto, ou seja, julgar o texto pela primeira impressão. Assim, vamos começar corretamente nossa redação, trazendo para as primeiras linhas o tema central. Está com dificuldades para introduzir o texto? Muito simples... Volte ao tema em tela..., agora veja como fazer uma boa introdução: Para garantir a defesa do Estado é preciso que o governo invista, de fato, em políticas públicas... Agora, complete o restante com a sua criatividade. Mas veja que fui diretamente ao ponto. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br CLAREZA Vocabulário deve ser simples! Não se arrisque, empregando expressões que só ofuscam a informação. É importante também que faça frases mais curtas, mais objetivas. Os examinadores tendem a penalizar a redação, quando as frases ultrapassam 3 linhas. Se você cumprir essas duas sugestões, será raro perder pontos por falta de clareza. FUNDAMENTAÇÃO Tocaremos agora na questão do conteúdo da redação. Como será a abordagem do assunto? Cada parágrafo do desenvolvimento conterá um assunto, extraído de um Aspecto. Assim, o aluno procederá da seguinte forma resumida: Precisão (retomar claramente os termos do tema) + Objetividade (retomar esses termos logo nas primeiras linhas do referido parágrafo) + Ordenação. Explicar o assunto e comprovar sua explicação. Como assim? Sabem aqueles dados que pedi para pesquisarem lá em “Conteúdo”? Eles aparecerão aqui. Servirão a cada aspecto como um elemento de fundamentação. Não podermos deixar nenhuma parte do desenvolvimento sem inserir uma fundamentação. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br As fontes argumentativas, hoje, mais valorizadas são compostas na seguinte escala: citar a CF/88, citar alguma norma infraconstitucional, citar doutrina e jurisprudência. É muito importante que você, ao receber os temas, pesquise o máximo de informações sobre o Aspecto do qual tratará. Por que estou dizendo isso? Pessoal, no último concurso do Senado, em que a Consulplan trabalhou apoiando a FGV, e no último concurso da FCC, as respostas mais valorizadas foram aquelas cuja comprovação excedeu a Constituição ou Lei específica. Por isso, recomendo que você invista mesmo na argumentação. Na FCC, por exemplo, no último concurso, quem, por exemplo, só agregou a Constituição para defender a explicação de um tópico, infelizmente, foi surpreendido pelo decréscimo de pontos, se, para aquele assunto, houvesse uma ou mais fundamentação complementar, regendo o assunto. Então, se isso aconteceu na FCC muito recentemente, a Consulplan poderá se valer de atitude similar para cobrar o empenho argumentativo do candidato no TRE MG. Bom, antes de exemplificar isso, vamos falar um pouco sobre o processo avaliativo da Consulplan. PROCESSO AVALIATIVO Bom, é importante eu ler com vocês o processo avaliativo, porque estou sentindo nitidamente que a Consulplan exigirá mais da fundamentação a ser aplicada a cada item explicado no tema. Então, gente, não vamos dar “bobeira”, tudo o que explicarmos terá que ser motivo de esgotamento argumentativo. É lógico que isso é um Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br pensamento a ser norteado, porque pode haver assuntos cuja argumentação seja muito extensa e isso inviabilizaria o trabalho de defesa; mas, vocês deverão se esforçar mesmo para estudar o tema escolhido e caprichar nas fontes que amparam a explicação. Por que há esse meu temor? Porque, como falei há pouco, a Consulplan é braço direito da FGV em vários certames. Um deles são as provas do Exame de Ordem. E o parecer da OAB tem vindo com respostas amparadas pela Constituição, por norma infraconstitucional, súmula etc. Agora, compare meus dizeres com o que consta na tabela de avaliação Macroestrutural do nosso concurso: Estão vendo que o item 1 – Pertinência de conteúdo e Abordagem do tema – vale metade dos pontos da discursiva? Indo ao edital, temos mais isto: 4. O critério de correção do fator “Pertinência de conteúdo e abordagem do tema” será divulgado juntamente com o resultado preliminar das provas discursivas. Esse critério será o parecer que a Consulplan irá divulgar com as respostas dos Aspectos da questão discursiva. Nesse parecer, ela irá, ao que tudo indica, listar uma série de elementos normativos ou doutrinários que amparam cada parte do assunto, e o candidato perderá pontos à medida que não abordar a maioria desses fundamentos. Agora, é fato que ela aponta fundamentos comuns. Não há preferência, por exemplo, no caso de uma doutrina, por um doutrinador menos evidente. Ela irá apresentar um nome mais evidente e mais comum. Por outro lado, posso até dizer que não vi ainda pareceres com nomes de doutrinadores, nas provas da FGV/Consulplan. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br O que vejo é CF/88, normas infraconstitucionais e súmulas. Bom, agora reparem o item 2 da tabela Macro: Apresentação. Pessoas, vocês terão, não importando o tipo de letra, de se expressar com legibilidade. A redação deve ser fácil de ser lida. As letras maiúsculas deverão se sobressair ao tamanho das minúsculas, para quem está acostumadoa empregar letra “palito” para tudo. Os parágrafos, como já disse, devem manter uma média de 4 a 7 linhas. As margens devem ser bem alinhadas e deve ser dado o recuo para ingressar no parágrafo. Para tal, um espaço generoso deve ser empregado: 2 cm é uma boa extensão. Vamos agora à tabela microestrutural: Na aula 02, vamos abordar os conhecimentos gramaticais mais visados pelos examinadores. É bom também ler esta aula, apesar de estes elementos não representarem grandes perdas de pontos tal como a abordagem Macroestrutural. Como você vê, é feita a soma de erros de português para que total seja descontado da nota Macroestrutural. Bom, então, vamos mostrar exemplos de como operar o que sugerimos neste nosso primeiro e efetivo encontro. EXEMPLOS COMENTADOS Como vocês me viram comentando, a Consulplan esteve à frente da realização de diversos concursos cujo contrato era da FGV. Sendo assim, resolvi trazer um exemplo já desafiante: uma discursiva que conseguiu 100% da nota, exatamente extraída da prova para o cargo de Analista de Processo Legislativo do Senado Federal. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Vou apresentar antes o tema, mas é importante que vocês leiam atentamente a redação e notem como ela obedece aos aspectos da ORDEM PREVISTA, DA OBJETIVIDADE e DA FUNDAMENTAÇÃO. Assim, para facilitar a leitura, vou extrair passo a passo partes do tema e colar acima de cada parágrafo correspondente. FGV-Senado/Analista de Processo Legislativo (2012) Tema Em sede de Comissão Parlamentar de Inquérito instalada no Senado Federal para apurar supostas irregularidades na construção, pelo governo federal, de usina hidrelétrica em determinada região do país, após a oitiva de várias testemunhas, o Presidente da CPI o indaga sobre a possibilidade de adoção das seguintes medidas, sob a justificativa de serem imprescindíveis para o avanço das investigações: I. quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do Presidente da Comissão de Licitação do Órgão encarregado pela contratação das construtoras responsáveis pelas obras, bem como de diversos integrantes da diretoria dessas empresas, solicitando-se, ainda, em caráter sigiloso, a interceptação das ligações telefônicas feitas a partir dos números de celulares pertencentes aos aludidos investigados; II. encaminhamento de ofício à Polícia Federal determinando que proceda à busca e apreensão de documentos e computadores na sede das construtoras contratadas para a realização das obras sob investigação; III. proibição de que advogados de testemunhas e indiciados interfiram, em qualquer circunstância, nos depoimentos ainda a serem prestados por seus clientes à Comissão, embora possam assistir às inquirições; IV. convocação, por via postal ou telefônica, de pessoa envolvida com os fatos para prestar depoimento, a fim de que esclareça tudo o que sabe, sob pena de condução coercitiva, com a advertência de que não poderá se calar sobre fato relevante nem faltar com a verdade. Caso contrário, poderá ser preso em flagrante. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Analise a viabilidade de cada medida pretendida, indicando, se for o caso, as adaptações que se façam necessárias para evitar possíveis questionamentos em sede judicial. Fundamente toda a sua resposta. DISCURSIVA Observem que a redatora retoma o caso fictício, de modo resumido, ainda no primeiro parágrafo da redação. No caso em estudo, o Presidente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI- indagou sobre a possibilidade da adoção de diversas medidas. Consoante à referida autoridade, elas são indispensáveis para as investigações acerca de supostas irregularidades na construção de uma hidrelétrica pelo governo federal. Primeiro aspecto: vocês notarão que cada aspecto do caso fictício foi trabalhado num parágrafo em separado. Aqui, destaquei em amarelo as passagens com palavras-chave, que foram empregadas também na redação da ex-aluna, hoje Analista do Senado. Em verde, destaco os mecanismos de comprovação empregados por ela para fundamentar cada tópico temático. I. quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do Presidente da Comissão de Licitação do Órgão encarregado pela contratação das construtoras responsáveis pelas obras, bem como de diversos integrantes da diretoria dessas empresas, solicitando-se, ainda, em caráter sigiloso, a interceptação das ligações telefônicas feitas a partir dos números de celulares pertencentes aos aludidos investigados; A primeira das providências é a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do Presidente da Comissão de Licitação do Órgão encarregado da contratação das construtoras e de outras autoridades. Isso é possível, desde que a mencionada decisão seja suficientemente fundamentada. Salienta-se, todavia, que a interceptação telefônica das referidas pessoas é inviável. A Constituição Federal – CF/88- considera que esta medida somente pode ser executada por magistrados, em virtude do princípio da reserva jurisdicional. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Aspecto 2: I. encaminhamento de ofício à Polícia Federal determinando que proceda à busca e apreensão de documentos e computadores na sede das construtoras contratadas para a realização das obras sob investigação; Ainda acerca das medidas, afirma-se que foi encaminhado ofício à Polícia Federal, que determinou procedimento de apreensão de documentos. Este também não encontra amparo constitucional, devido à ofensa ao princípio da reserva jurisdicional. Procedimentos de busca e apreensão só podem ser requeridos por juízes, no âmbito dos processos que instruem. Nessas duas situações em que ocorre a impossibilidade de ação pela CPI, deverá o seu Presidente requerer a intervenção do judiciário para que as medidas sejam executadas. Aspecto 3: I. proibição de que advogados de testemunhas e indiciados interfiram, em qualquer circunstância, nos depoimentos ainda a serem prestados por seus clientes à Comissão, embora possam assistir às inquirições; Quanto aos advogados das pessoas inquiridas, menciona- se que eles não podem ter a sua atuação restringida, em qualquer hipótese, pela CPI. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, o causídico tem o dever de defender o seu cliente e o direito de manifestar-se no seu ofício. O inquirido, por sua vez, tem a prerrogativa de ser acompanhado por um advogado. Retirar o direito de manifestação desses profissionais é ofensivo à CF/88 e às determinações legais e jurisprudenciais acerca da CPI. Aspecto 4: I. convocação, por via postal ou telefônica, de pessoa envolvida com os fatos para prestar depoimento, a fim de que esclareça tudo o que sabe, sob pena de condução coercitiva, com a advertência de que não poderá se calar sobre fato relevante nem faltar com a verdade. Caso contrário, poderá ser preso em flagrante. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Acrescente-se que a convocação das pessoas envolvidas com o fato dever ser feita conforme o Código de Processo Penal. Assim, não poderá ocorrer por via telefônica. Caso a testemunha intimada não compareça, poderá ser conduzida coercitivamente. Se se tratar de um indiciado, não caberá condução “sob vara”. Ainda no que tange a esse assunto, esclarece-se que a testemunha deve sempre dizer a verdade, sob pena de prisão, exceto se esta a incriminar ou se se tratar de questão resguardada pelo sigilo profissional. O indiciado, todavia, não é obrigado a fazê-lo, pois tem o direito constitucional de não-incriminação. Conclusão: vejam que esta é a parte queresume o texto. Nada novo é acrescentado a ela. Só há reafirmação de respostas dadas nas passagens anteriores. Diante do exposto, percebe-se que as CPIs têm amplos poderes instrutórios em suas atividades. Devem, porém, respeitar a reserva jurisdicional e os direitos dos investigados e testemunhas – com previsão em lei e em jurisprudência. Caso contrário, suas decisões estarão eivadas de vício. Viram? Não é difícil, gente, é só ter atenção e estudar bem o material. Se fizerem isso, estarão no serviço público, mas é preciso buscar fontes de fundamentação. Então, vou aguardar, depois da aula 03 (que virá com os temas), que vocês reproduzam exatamente uma estrutura similar à desta discursiva. A gente só precisa caprichar um pouco mais na fundamentação, pois hoje isso é muito exigido. No mais, grande abraço a vocês e sejam bem-vindos a esta que pode ser a última escalada de vocês nessa “ralação” da fase preparatória. Tomara Deus! Profa. Júnia Andrade
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