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Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Aula 02 Prezados, Nesta aula, nós vamos abordar os aspectos pertinentes à análise da Expressão. Como mencionei na aula anterior, é muito importante que esses aspectos sejam devidamente estudados, visto que a aplicação dos conhecimentos gramaticais na prova objetiva, em alguns pontos, difere das possibilidades de aplicação desses mesmos elementos na prova discursiva. Portanto, não é recomendável considerar que o estudo do português gramatical para a objetiva seja o suficiente para garantir pontos na prova discursiva. Boa leitura a todos! OS ASPECTOS FORMAIS OU ASPECTOS DE APRESENTAÇÃO � Letra: conforme explicamos na aula 01, a letra precisa ser legível, seja ela qual for. Em 2011, tivemos o primeiro registro, em concurso, de correção de letra: na prova da Infraero, o aluno que não se preocupou em demonstrar a diferença entre maiúsculas e minúsculas, sofreu com os cortes da FCC. E foram rígidos! � Acentos e demais sinais gráficos: alguns candidatos, por hábito ou por insegurança, grafam mal suas vírgulas ou acentos (grave ou agudo). Naturalmente, tal prática impediria um leitor comum de distinguir o sinal. Nos concursos, porém, os examinadores já consideram erro qualquer tentativa de “manobrar” a grafia bem explícita de sinais e de vírgulas. Assim, recomendo que sejam caprichosos na redação desses elementos. Infelizmente, se errarem uma pontuação ou acento na folha definitiva, não terão como apagar esse erro, porque a rasura destes sinais não é aceita pela banca. � Rasura: você já sabe: errou? Apenas dê um risco sobre a palavra incorreta e escreva a forma correta a seguir. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Agora, é risco! Não é rabisco, nem uso de parênteses para isolar o erro! Como disse, isso ainda não causou problema mais sério, mas não vamos “brincar com fogo” na prova. Alguns alunos me perguntam também o seguinte: se eu tiver errado e não houver espaço mais para corrigir o erro, o que pode ser feito? Vale à pena “subir o morrinho e escrever sobre o erro? Infelizmente, a consideração cai no julgo subjetivo do examinador. Há examinadores que veem tal prática como erro formal, porque a palavra não alcança a pauta destinada à escrita. Outros costumam não penalizar isso. Mas é certo um fato: geralmente, eles perdoam, se a redação for excelente. Outra questão: podemos riscar uma linha inteira? Podemos sim! Abaixo deixo um exemplo de um trecho de uma redação, corrigida pela Funiversa, em 2011. O candidato errou uma linha inteira e, numa boa, riscou tudo, sem rasurar: Fonte: redação aprovada no concurso para Fiscal de Atividades Urbanísticas – DF/Funiversa/2011 Uma lição importante sobre a maiúscula: não há letra maiúscula após dois-pontos, nem após ponto e vírgula! Salvo se a palavra for substantivo próprio. OS ASPECTOS GRAMATICAIS MORFOSSINTÁTICOS Esse conjunto de aspectos traz a essência das falhas gramaticais. Falaremos sobre alguns casos importantes que envolvem concordância, emprego e colocação de pronomes, crase, regência, correlação verbal e pontuação. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br � Concordância verbal: vamos trabalhar os casos mais comuns, principalmente extraídos de redações feitas para concursos diversos em 2011 e em 2012. Caso 01 – sujeito distante do verbo Trata-se do caso mais comum que implica erros de concordância. Ele ocorre quando o candidato estende demais a frase – o que é um erro também – e, com isso, perde a noção do sujeito que ficou linhas atrás. Exemplos: a) A competência das polícias civil e militar, em função das diferenças de atuação e de legislação, são caracterizadas, respectivamente, por... b) Assim, o conjunto de normas, que regulamentam a vida social, devem simbolizar o progresso tecnológico, sem ferir os costumes inerentes à sociedade. c) Num concurso, por exemplo, a elaboração do edital e das provas devem ser claros, em observância à publicidade dos atos. Correção: a) A competência das polícias civil e militar,..., é caracterizada... b) ...o conjunto de normas,..., deve simbolizar... c) ...a elaboração do edital e das provas deve ser clara... Tais falhas ocorrem, porque o candidato se esquece do núcleo do sujeito (“competência”, “conjunto” e “elaboração”), termo com que o verbo realmente deveria concordar, e estabelece a concordância com termos acompanhantes dele (os adjuntos adnominais). A possibilidade de plural nesses casos só se manifesta nestas duas formas: � em caso de sujeito composto, deverá haver, pelo menos, o artigo antes do segundo adjunto adnominal. Exemplo: a competência da polícia civil e a da militar,..., são caracterizadas... (ficam implícito realmente, por causa do artigo, que temos duas competências diferentes). � Em caso de sujeito simples – formado por núcleo partitivo (ideia de parcela de um conjunto). Exemplo: a maioria (a minoria, metade etc.) das normas,..., deve simbolizar ou devem simbolizar... Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Quando o núcleo traz ideia de parcela de um conjunto, é possível concordar com o núcleo mais próximo. Sugestão importante: na dúvida, opte pelo singular. Há menos chances de errar um verbo, com esse tipo de flexão! Caso 2 – verbos impessoais Vou me restringir a falar sobre dois verbos impessoais, já que são eles os causadores de problemas nas discursivas. Vamos estudar o uso do verbo HAVER e do verbo pronominal TRATAR-SE. Primeiramente, esclareço que verbo impessoal é aquele que, por motivos de significado, não aceita sujeito. Sendo assim, os verbos impessoais, em geral, não se flexionam no plural, já que não dispõem de sujeito para ordená-los a isso. Assim, o verbo HAVER, quando indica tempo decorrido ou possui sentido de “existir”, deve ser empregado no singular. Isso acontecerá também se ele for o verbo principal de uma locução (o último verbo); inclusive, ele manterá toda a locução no singular. Exemplos: a) Haviam fatores que impediam a fiscalização eficiente das fronteiras... b) Têm havido propostas nesse sentido... Correção: a) Havia fatores... b) Tem havido propostas... Os termos que seguem estes verbos não são sujeitos deles; são meros complementos verbais (objetos) com os quais estes verbos naturalmente não concordam. O verbo TRATAR-SE também só pode ser empregado no singular. Exemplo: trata-se de cláusulas fixas, que amparam o direito. Sugestão importante: recomendo que nem usem o verbo “tratar- se” para que evitem outros problemas além do risco de fazer concordância incorreta. No lugar dele, prefiram “consiste”, “significa” etc. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Outra sugestão: se forem usar o verbo HAVER para indicar tempo decorrido, dispensem o uso do advérbio “atrás”. Isso evita redundâncias, tais como “Há alguns meses atrás, a polícia invadiu...” Caso 3 – verbos seguidos de partícula SE Caso importantíssimo para as provas da FCC! É comum, e é correto, trabalhar a redação em terceira pessoa, como forma de se tornar o discurso impessoal. De posse disso, os candidatos certamente empregarão formatos verbais do tipo: VERBO + partícula SE. O problema é que, por descuido ou desconhecimento da regra, surgem falhas de concordância. Mas o caso é de fácil solução. Para saber se um verbo desse tipo será flexionado no plural, basta reescrever a frase, num movimento da direita para a esquerda. Se houver plural nessa reescrita, isso indica que o verbo deveria, então,estar no plural. Agora, se não for possível reescrever a frase, o verbo deverá permanecer no singular. Confira: a. Acrescenta-se a esse fator os ilícitos... b. Necessita-se de melhorias na saúde e na educação. Correção: A única opção errada nesses exemplos é a letra “a”, pois, como temos “os ilícitos são acrescentados a esse fator”, o correto seria “acrescentam-se ...os ilícitos”. Já o verbo da letra b permanecerá no singular, porque não houve flexão, na medida em que ele não pode ser reescrito. � Concordância nominal Raramente num texto, os candidatos precisam realmente estabelecer concordância nominal. Pelo menos, na maioria das vezes, os casos não apresentam dificuldades. No entanto, destacamos os seguintes, visto que são mais empregados: Caso 1 – é bom, é necessário, é proibido, etc. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Tais expressões estabelecerão concordância, se o substantivo vier precedido de artigo. Do contrário, permanecerão invariáveis. Exemplos: a. É necessário leis que punam tais infratores. b. São necessárias as leis que punham tais infratores. Vejam que no primeiro caso, a ausência de artigo antes de “leis” deixou a expressão invariável. Já no segundo, a concordância foi obrigatória em função do artigo ante de “leis”. Caso 2 – alerta Alerta é advérbio; por isso, deverá ser empregado sempre no singular. Exemplo: os pais devem estar alerta para o comportamento dos filhos. Caso 3 – milhar Milhar e milhão são expressões masculinas. Assim dizemos “alguns milhares de mulheres protestaram”. � Regência verbal Alguns casos de regência verbal praticamente se fazem presentes nas redações da maioria dos candidatos. De todos os casos, os verbos visar, assistir e implicar são os mais presentes e também são os que mais são empregados incorretamente. Assim, aparecem construções errôneas dos seguintes tipos: a. A população assiste atos de violência cada vez mais comuns. b. O papel do legislador visa o estabelecimento da democracia. c. A retirada do amparo social implica na perda de votos. Correção: VTD = verbo transitivo direto – sem preposição no complemento VTI = verbo transitivo indireto – com complemento preposicionado a. A população assiste aos atos de violência (VTI = ver, presenciar) b. O papel do legislador visa ao estabelecimento... (VTI = almejar) Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br c. A retirada do amparo social implica a perda de votos. (VTD = resultar, acarretar). � Crase Infelizmente, há quem erre crase, e este é um erro que não há como disfarçar, pois os examinadores o identificam de pronto. Sem querer prolongar o discurso, mas sem perder a essência do aprendizado, podemos dividir o trabalho com a crase em três grupos: 1º - casos de ocorrência Como a crase é, na maioria dos casos, fruto de uma relação de regência. O primeiro que devemos fazer é observar se há algum nome, exigindo a preposição A. Em seguida, devemos observar a possibilidade de existir outro A, ao qual a preposição A irá se fundir, para formar o que chamamos “crase”. Exemplos: a. No combate à prática de crimes ...(o combate A + A (artigo def. feminino) b. ...destinado àquele mesmo padrão. (destinado A + A do pronome AQUELE) 2º - casos proibidos Vale lembrar que não se usa crase nos seguintes casos: a. Antes de verbo: a partir de hoje,... b. Antes de masculino: a prazo, a despeito de, ... c. Entre palavras repetidas: dia a dia, cara a cara, ponta a ponta,... d. Antes de artigo indefinido: refere-se a uma lei... e. Antes de pronomes indefinidos: cada, toda, nenhuma, alguma, certas, qualquer etc. f. Antes de pronomes em geral: esta, essa, ela, V. Exa., etc. 3º - casos de emprego facultativo a. Antes de possessivos femininos no singular: refere-se a sua ideia = refere-se à sua ideia. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Todo cuidado é pouco! Se a palavra feminina estiver no plural, haverá crase somente se antes dela vier o artigo definido também no plural. Exemplo: refere-se a leis federais/refere-se às leis federais. Reiterando: cuidado com UMA, TODA, CADA, ESTA, ESSA. Tais formas não recebem crase! Obs: distância só recebe crase, se estiver especificada. Exemplos: curso a distância./Moro à distância de 100 metros de sua residência. � Emprego de pronomes a. Em vez de empregar o pronome ONDE, prefira EM QUE, ou NO QUAL, ou NA QUAL. Isso evitará erro comum quanto à referência do pronome ONDE. b. MESMO: não use “o mesmo”, “a mesma”. Apesar do uso comum, é erro usar este pronome apenas para substituir substantivos. Sua função é outra: acompanhar o substantivo. Portanto, está incorreto construção do tipo: “nada foi feito com relação ao mesmo”. � Colocação de pronomes oblíquos átonos a. Quando antes do verbo houver outro pronome, advérbio ou conjunção subordinativa, antecipe o oblíquo para que ele possa estar em posição de próclise. Exemplos: • Estes se dividem em dois grupos. • • Não se deixou abater pelas denúncias. • Certamente se comprometeria... • Embora se opusesse ao grupo,... b. Não use pronome oblíquo átono após qualquer futuro ou no início de frases. Exemplos: • Assim, se manifestando....(errado) • Conquistaria-se o poder...(errado) Correto: Assim, manifestando-se.../conquistar-se-ia o poder... Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br � Pontuação Primeiramente raciocinemos o seguinte: por que empregamos pontuações? Ora, o correto seria não existirem vírgulas, pontos etc., ou seja, a frase deveria fluir livremente entre suas palavras. Mas tais sinais existem para ajudar a frase a indicar que algo está fora da ordem de clareza. Tal termo – clareza – é muito importante para que compreendamos o fator pontuação, de uma vez por todas. Imaginemos a ordem direta do português: Sujeito + verbo + complementos (objetos) Estes três elementos são essenciais e dispostos nessa ordem estão escritos na ordem direta. Vejamos um exemplo para aclarar o ponto a que quero chegar: Eu fiz minhas redações. Pessoal, vejam que a frase é facilmente compreensível, pois ela está na ordem direta e possui os elementos essências da sintaxe. Então, a gramática é justa conosco, pois não teremos de empregar ponto algum neste caso, até porque, se o fizéssemos, estaríamos interrompendo o fluxo da informação. Então para que pontuar? Resposta simples! A pontuação aparece, como opcional ou obrigatória, na medida em que precisamos fazer ajustes nesta ordem direta: quando temos que inverter elementos na ordem ou inserir outros termos sintáticos na frase. Resumindo: a pontuação marca eventos inesperados, tais como perda da ordem e inserção de elementos a mais na frase. Exemplo: eu fiz minhas redações, ontem à noite. Vamos complicar um pouco agora. Suponhamos que temos um período composto por duas orações (conte o número de verbos para saber o total de orações). Exemplo: Choveu bastante/ quando eu estava na rua. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Observando a frase, temos a seguinte ordem: oração principal “choveu bastante” e oração subordinada “quando eu estava na rua”. Nesta ordem “oração principal + oração subordinada”, o máximo que precisaríamos é de uma vírgula, cujo uso seria opcional, já que a ordem direta desse complexo frasal foi mantida. Esta vírgula só serviria para pausar a leitura, visto que temos duas orações com pouca dependência semântica. Exemplo: choveu bastante, quandoeu estava na rua. Por outro lado, se invertermos essa relação, transformando a oração em ordem indireta, teremos de empregar vírgula obrigatoriamente. Exemplo: quando eu estava na rua, choveu bastante. Resumindo tudo o que disse e sendo mais pontual, temos o seguinte: 1º - sempre que a oração começar com preposição ou conjunção ou for intercalada por termos que contenham estas classes, vamos empregar vírgulas, porque são inversões na ordem da clareza. Exemplos: • No Brasil, a taxa de analfabetismo chega a 7%. • Diante dos problemas enfrentados pela população, a internet se tornou um meio... • Para se chegar a tal ponto, é preciso... • Eles podem, por exemplo, questionar a eficácia... • A presidente, apesar das críticas, reconhece... Também temos que lembrar que GERÚNDIO, PARTICÍPIO e INFINITIVO formam orações reduzidas. Tal fator é também uma alterações no modelo frasal e, por isso, precisa ser apontado, a partir da inserção de vírgula. Exemplos: • Sendo assim, é preciso investir em segurança... • A polícia, para treinar seus agentes, precisa de apoio tecnológico,... • São atos e fatos, observados em lei. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Importante saber: a expressão POR EXEMPLO sempre vem entre vírgulas! Exemplos: -Ele, por exemplo, não quis conversar. - Foram feitas algumas mudanças como, por exemplo, ampliar as salas e melhorar a iluminação. ou - Foram feitas algumas mudanças como, por exemplo: ampliar... Importante saber: antes de GERÚNDIO, quando este está “preso à informação anterior, e antes de POIS, empregamos vírgula! Quando usaremos ponto e vírgula? Podemos usar ponto e vírgula para enumerarmos elementos ou orações ou podemos fazer desse sinal um organizador do discurso. Suponhamos que numa enumeração tenhamos que explicar algum dos elementos enumerados. Nesse caso, devemos diferenciar as pontuações para que se estabeleça a clareza discursiva para o leitor. Assim, empregaremos o ponto e vírgula para enumerar e a vírgula para explicar. Teremos, então, uma composição com sinais gráficos diferentes para funções diferentes. Exemplo: a. A extinção do crédito ocorre pelo pagamento do montante apurado pela autoridade fiscal; pela prescrição, quando o que se finda é prazo de cobrança fiscal; pela compensação, quando o contribuinte possuir créditos suficientes para com o fisco e o solicitar; pela transação, que é um acordo entre o contribuinte e o órgão fiscal. Vejam que, quando se vai explicar algum dos elementos enumerados, a vírgula entra em ação, deixando o ponto e vírgula exercer outro ofício, o de enumerar os itens, no caso. Importante saber isto: Se for empregar dois-pontos para enumerar, use antes um pronome de valor catafórico – o seguinte, este, esta. Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Ex.: As funções do TCU são as seguintes: auxiliar o Senado, julgar as contas... As aspas: se for empregar estrangeirismos, latinismos ou neologismos (palavra inventada), use aspas. Exemplo: “Mensalão”, “light”, “ex-tunc”. OS ASPECTOS GRAMATICAIS TEXTUAIS Recomendo muita atenção na leitura desse conjunto de aspectos. Um erro aqui pode comprometer a macroestrutura da redação também. Assim, temos elementos que implicam a perda de pontos em coesão e coerência, clareza e organização frasal. � As conjunções As conjunções, em muitos casos, não só ligam as orações, mas também estabelecem sentido. Assim, saber seu uso correto é imprescindível. Do contrário, melhor optar por frases coordenativas, ou seja, independentes, que possam não precisar desses conectores. Numa dissertação, é comum o uso de conjunções causais, concessivas, finais, conclusivas e adversativas. Nesta aula, não cabe citar todas as conjunções. Mas listo alguns perigos, para os quais recomendo atenção: a. Causais: na medida em que e porquanto são conjunções com o valor de PORQUE. O problema é que muita gente se equivoca com a grafia delas. Assim, recomendo usar s bons e velhos porque, pois, já que. b. Concessivas: posto que é concessiva. Jamais usem posto que para dar sentido de porque!!! c. Finais: para e a fim de (que) são as duas, praticamente, únicas conjunções finais. O cuidado está no uso da final “a fim de que”, cuja grafia correta é essa, em que o “a” fica separado do “fim”. d. Adversativas (mas, porém, no entanto, entretanto, contudo, todavia): não há problemas sérios com o uso de adversativas. No entanto, é bom usar vírgula depois delas! Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br e. Usem conjunções conclusivas para finalizar a redação!!! Alguém espalhou um infeliz boato, dizendo que nos concursos não se pode usar conjunção conclusiva para iniciar a conclusão. Sinceramente!!! Quando um candidato for punido num concurso por causa de uma conjunção conclusiva, empregada para fins de conclusão, vou guardar meu diploma e abrir uma cozinha – outra atividade que adoro! Por favor! É para usar mesmo (portanto, por conseguinte, logo, por isso etc. ). Usem vírgula depois delas, ok. ”Diante do exposto” é típico de texto narrativo. Essa expressão deve ser evitada nas dissertações! � Pronomes anafóricos Assunto de extrema importância para o estudo da coesão. Sempre que forem se remeter à frase (ideia anterior), usem as formas pronominais esse, essa, isso, fazendo-se a devida concordância. Exemplo: houve investimentos na educação. Dessa maneira, as médias nacionais subiram. Por outro lado, se forem fazer referência a nome isolado, usem este, esta. Exemplo: houve investimentos na educação. Esta merecia atenção do governo. � Vocabulário Num concurso, pessoal, a gente emprega um vocabulário simples, sem rodeiros, sem arcaísmos, para que ele transmita a informação de modo claro e coerente. Assim, se me permitam, vou realizar verdadeiros cortes para evitarmos riscos. Meus cortes são didáticos. Na verdade, eu até Analista do TRE MG Professora Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br poderia abrir mão de alguns casos, mas prefiro não arriscar e recomendo que retirem da redação de vocês os seguintes termos: - onde, mesmo, tratar-se, carta magna, dentre, posto que, diante do exposto, acima, abaixo, mister, hodiernamente. Listinha proibida! � Siglas Se forem empregar siglas, devem observar o seguinte: 1º - só empreguem sigla, se realmente forem usá-la ao longo do texto! Assim, não gastem sigla à toa, pois a redação pode ficar com mensagens pouco claras para o receptor. 2º - Só empreguem sigla, após usá-la, lado do nome extensivo. Exemplo: TRE (Tribunal Regional Eleitoral). 3º - Só empreguem sigla oficial. Não criem siglas à toa. Vamos resumir a aula? Recomendo que leiam esse resumo, logo que terminarem de fazer o rascunho da redação de vocês. Isso ajudará vocês a aprenderem a fazer o que chamamos de autocorreção, fator de extrema importância para o momento da prova discursiva. ERROS DE FORMA � Se errar uma palavra ou mesmo uma letra, pessoal, risque a palavra, e escreva a grafia logo a seguir. � Não deixem de acentuar palavras. Muitos de vocês não acentuaram palavras simples, tais como princípios, públicos e consequência. � Não importa a letra que usarão para grafar, desde que ela seja legível e que vocês diferenciem (pelo tamanho mesmo), maiúsculas de minúsculas. � Após dois pontos, a gente usa letra minúscula. � Se usarem estrangeirismos ou latinismos com iniciais minúsculas, usem aspas. Exemplos: light, compliance, modus operandi etc Analista do TRE MG Professora Júnia Andradewww.pontodosconcursos.com.br ERROS GRAMATICAIS � Em lugar de ONDE, usem EM QUE, é menos arriscado. � Evitem conjunções como NA MEDIDA EM QUE, POSTO QUE. Vocês podem se esquecer de palavras delas ou mesmo do sentido restrito que cada uma possui. � Se fizerem frase curta, não sentirão falta de vírgula. � Se forem empregar o sinal de dois pontos, não deixá-lo após verbo ou após conjunção. Exemplo: os princípios são:... � No caso anterior, basta usar um nexo que anuncia a explicação ou enumeração. Exemplo: estes, os seguintes. � A expressão “por exemplo” deve vir entre duas vírgulas. � E para resumir a crase, basta lembrar que não há crase antes de UMA (artigo indefinido), ESTA, ELA, TODA, CADA, QUALQUER, ALGUMA etc. ERROS TEXTUAIS � Há examinadores que julgam que Carta Maior, Carta Magna, sejam jargões de área. E eles têm respaldo na literatura do português jurídico para provar isso. Portanto, evitem esses usos. Usem apenas a sigla CF/88 ou o nome extensivo. � Usem o bom senso para empregar siglas. Não pode haver invenção de sigla. � O certo é usar siglas oficiais, entre parênteses, ao lado de seus nomes extensivos, para depois empregá-las livremente. � Mas há casos em que podemos nos valer somente das siglas. Quando vamos enumerar impostos, ou quando vamos citar uma sigla de nome extensivo longo ou mesmo em idioma estrangeiro, nesse caso basta usar somente a sigla mesmo. � Parágrafos: devem se enquadrar num espaço que não consuma menos que 4 linhas ou mais que 7 linhas. Mais uma vez, fica meu abraço a todos! Júnia Andrade
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