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Ca´lculo II Beto Rober Bautista Saavedra Juazeiro, 02/03/2009 1 . 0. Me´todos de Integrac¸a˜o . • Me´todo das Frac¸o˜es Parciais. • Me´todo da Substituic¸a˜o Trigonome´trica. Me´todo das Frac¸o˜es Parciais. Esta te´cnica nos ensina como integrar func¸~oes racionais pro´prias . Ela e´ baseada na ide´a de decompor uma func¸~ao racional em uma soma de func¸~oes racionais mais simples, que possam ser integrados pelos me´todos ja estudados, como descreveremos a seguir : • Seja a func¸~ao racional pro´pria f(x) g(x) . Isto e´, o grau do polino^mio com coeficientes reais f(x) e´ menor que o grau do polino^mio com coeficientes reais g(x). • Escrevemos g(x) como um produto de fatores reais lineares e fatores reais quadra´ticos.Na teoria geral da A´lgebra, isto sempre e´ possivel. Na pra´tica, pode ser difı´cil encontrar esses fatores. • Seja px−q um fator linear de g(x). Suponha que (px−q)m seja a maior pote^ncia de px− q que divide g(x). Ent~ao , atribua a esse fator a soma de m frac¸~oes parciais: A1 px− q + A2 (px− q)2 + · · ·+ A2 (px− q)m . Fac¸a isso para cada fator linear distinto de g(x). • Seja px2 + qx+ r um fator quadra´tico de g(x). Suponha que (px2 + qx+ r)n seja a maior pote^ncia desse fator que divide g(x). Ent~ao atribua a esse fator a soma de n frac¸~oes parciais: B1x + C1 (px2 + qx + r) + B2x + C2 (px2 + qx + r)2 + · · ·+ Bnx + Cn (px2 + qx + r)n Fac¸a isso para cada fator quadra´tico distinto de g(x) que n~ao pode ser decomposto como produto de fatores lineares com coeficientes reais. 2 • Iguale a frac¸~ao original f(x) g(x) a` soma de todas essas frac¸~oes parciais.E, multiplique a ambos os lados da equ¨ac¸~ao por g(x). Logo, organize os termos, de um lado da equ¨ac¸~ao resultante, em pote^ncias decrescentes de x. • Iguale os coeficientes das pote^ncias correspondentes de x e resolva o sistema de equac¸~oes obtido desse modo para encontrar os coeficientes indeterminados. Assim, nosso problema de integrar frac¸~oes parciais pro´prias se reduz principalmente a encontrar os coeficientes Ai, Bj , Ck, que a priori sabemos existem. 3 . 0.1 Exerc´ıcios. • Decomponha os quocientes dos exercı´cios 1-8 em frac¸~oes parciais. 1. 5x− 13 (x− 3)(x− 2) 2. 5x− 7 x2 − 3x + 2 3. x + 4 (x + 1)2 4. 2x + 2 x2 − 2x + 1 5. z + 1 z2(z − 1) 6. z z3 − z2 − 6z 7. t2 + 8 t2 − 5t + 6 8. t4 + 9 t4 + 9t2 • Ca´lcule as integrais dos exercı´cios 9-27 9. ∫ dx 1− x2 10. ∫ dx x2 + 2x 11. ∫ dt t3 + t2 − 2t 12. ∫ 1 1 2 y + 4 y2 + y dy 13. ∫ 1 0 x3dx x2 + 2x + 1 14. ∫ 0 −1 x3dx x2 − 2x + 1 15. ∫ dt (t2 − 1)2 16. ∫ x2dx (x− 1)(x2 + 2x + 1) 17. ∫ 1 0 dx (x + 1)(x2 + 1) 18. ∫ √3 1 3t2 + t + 4 t3 + t dt 19. ∫ 8x2 + 8x + 2 (4x2 + 1)2 dx 20. ∫ s4 + 81 s(s2 + 9) 21. ∫ 2x3 − 2x2 + 1 x2 − x dx 22. ∫ 9t3 − 3t + 1 t3 − t2 dt 23. ∫ x4 x2 − 1dx 24. ∫ s4 + s2 − 1 s3 + s 25. ∫ etdt e2t + 3et + 2 26. ∫ senθdθ cos2θ + 3cosθ − 2 27. ∫ (x + 1)2arctg(3x) + 9x3 + x (9x2 + 1)(x + 1)2 dx . 28. ∫ (x− 1)4 x2 + 1 29. ∫ x2(x− 1)4 x2 + 1 30. ∫ x4(x− 1)4 x2 + 1 . • A aproximac¸~ao 227 ≈ pi e´ razoa´vel ? Descubra isso expressando ( 227 − pi) como porcentagem de pi. Ver o exercı´cio 30. 4 Me´todo da Substituic¸a˜o Trigonome´trica. Na tabela a seguir listamos substituic¸o˜es trigonome´tricas que sa˜o posivelmente eficazes, para as expresso˜es radicais que envolvem √ a2 − x2, √a2 + x2, √x2 − a2, por causa de certas identidades trigonome´tricas. Em cada caso a restric¸a˜o de θ e´ imposta para assegurar que a func¸a˜o que define a substituic¸a˜o seja um a um. . Tabela de Substituic¸o˜es Trigonome´tricas . Express~ao Substituic¸~ao Identidade √ a2 − x2 x = a.sen θ, −pi2 ≤ θ ≤ pi2 1− sen2 θ = cosθ √ a2 + x2 x = a.tgθ, −pi2 ≤ θ ≤ pi2 1 + tg2 θ = sec2θ √ x2 − a2 x = a.sec θ, 0 ≤ θ ≤ pi2 ou pi ≤ θ < 3pi2 1 + tg2 θ = sec2 θ 5 . 0.2 Exerc´ıcios 1. Calcule a primitiva de ∫ √ 9− x2 x2 dx 2. Encontre a a´rea limitada pela elipse x2 a2 + y2 b2 3. Calcule a primitiva de a) ∫ 1 x2 √ x2 − 9dx b) ∫ x3 √ 9− x2dx c) ∫ 2√3 0 x3√ 16− x2 dx d) ∫ x (x2 + 4) 5 2 dx e) ∫ √ 1− 4x2dx f) ∫ x √ 25 + x2dx g) ∫ 3 0 x √ 9− x2dx h) ∫ x2 √ 4x− x2dx i) ∫ et √ e2t − 9dt j) ∫ √ e2t − 9dt 4. A substituic¸a˜o z = tg( z2 ) reduz o problema de integrar uma expressa˜o racional de sen(x) e cos(x) ao problema de integrar uma func¸a˜o racional de z : (a) Provar que tg(x2 ) = sen(x) 1+cos(x) , cos(x) = 1−z2 1+z2 , sen(x) = 2z 1+z2 e dx = 2dz 1+z2 . (b) Calcular ∫ dx 1+sen(x)+cos(x) (c) Calcular ∫ 2pi 3 pi 2 cos(θ)dθ sen(θ)cos(θ)+sen(θ) (c) Calcular ∫ sec(x)dx (d) Calcular ∫ cosec(θ)dθ. . 6 . 1. Integrais Impro´prias • Limites Infinitos de Integrac¸a˜o . • A Integral ∫ ∞ 1 1 xp dx. • Integrandos com Descontinuidades Infinitas. • Testes para Convergeˆncia e Divergeˆncia. Na definic¸a˜o da integral definida ∫ b a f(x)dx trabalhamos com uma func¸a˜o cont´ınua f definida num intervalo limitado [a, b]. Neste cap´ıtulo estendemos o conceito de integral definida para o caso onde o intervalo e´ infinito e tambe´m para o caso onde f tem um nu´mero finito de descontinuidades. Limites Infinitos de Integrac¸a˜o . . 1.1 Definic¸a˜o . Integrais Impro´prias com Limites de Integrac¸a˜o Infi- nitos Integrais com limites infinitos de integrac¸a˜o sa˜o Integrais Impro´prias. 1. Se f(x) e´ cont´ınua em [a,+∞), enta˜o∫ +∞ a f(x)dx = lim t→+∞ ∫ t a f(x)dx. 2. Se f(x) e´ cont´ınua em (−∞, b], enta˜o∫ b −∞ f(x)dx = lim t→−∞ ∫ b t f(x)dx. 3. Se f(x) e´ cont´ınua em (−∞,+∞), , enta˜o definimos∫ +∞ −∞ f(x)dx = ∫ a −∞ f(x)dx + ∫ +∞ a f(x)dx onde a e´ qualquer nu´mero real. . 7 z Nas partes 1 e 2, se o limite for finito, a integral impro´pria converge e o limite e´ o valor da integral impro´pria. Se o limite na˜o existe, a integral impro´pria diverge. Na parte 3, a integral do lado esquerdo da equac¸a˜o converge se as duas integrais do lado direito tambe´m sa˜o convergentes; se na˜o , a integral diverge. z Qualquer uma das integrais impro´prias anteriores pode ser interpretado como uma a´rea, desde que f seja uma func¸a˜o positiva. A Integral ∫ +∞ 1 1 xp dx. A func¸a˜o y = 1 x e´ a fronteira entre as integrais convergentes e divergentes impro´prias com integrandos da forma y = 1 xp . O seguinte teorema explica. . 1.2 Teorema. A integral ∫ +∞ 1 1 xp dx = 1 p− 1 , se p > 1 ; +∞, se p ≤ 1 . 8 Integrandos com Descontinuidades Infinitas. Outro tipo de integral impro´pria aparece quando o integrando tem uma ass´ıntota vertical - Descontinuidade Infinita - em um limite da integrac¸a˜o ou em algum ponto entre os limites da integrac¸a˜o . . 1.3 Definic¸a˜o . Integrais Impro´prias com Descontinuidades Infinitas 1. Se f(x) e´ cont´ınua em (a, b], e tem uma ass´ıntota vertical em x = a, enta˜o∫ b a f(x)dx = lim t→a+ ∫ b t f(x)dx. 2. Se f(x) e´ cont´ınua em [a, b), e tem uma ass´ıntota vertical em x = b, enta˜o∫ b a f(x)dx = lim t→b− ∫ t a f(x)dx. 3. Se f e´ cont´ınua em [a, b]− {c}, onde a < c < b, e tem ass´ıntota em x = c, enta˜o∫ b a f(x)dx = ∫ c a f(x)dx + ∫ b c f(x)dx . z Nas partes 1 e 2, se o limite for finito, a integral impro´pria converge e o limite e´ o valor da integral impro´pria. Se o limite na˜o existe, a integral impro´pria diverge. Na parte 3, a integral do lado esquerdo da equac¸a˜o converge se as duas integraisdo lado direito tambe´m sa˜o convergentes; se na˜o , a integral diverge. . 1.4 Exerc´ıcio. Encontre os valores de p para os quais a integral abaixo converge e calcule a integral para esses valores de p. . ∫ 1 0 xpln(x)dx Testes para Convergeˆncia e Divergeˆncia. Algumas vezes e´ impos´ıvel encontrar o valor exato de uma integral impro´pria, mas ainda assim e´ importante saber se ela e´ convergente ou divergente. Se a integral diverge, acabou a historia. Se ela 9 converge, podemos enta˜o utilizar me´todos nume´ricos para ter seu valor aproximado. Os principais testes para convergeˆncia ou divergeˆncia sa˜o o Teste de Comparac¸a˜o e o Teste de Comparac¸a˜o no Limite. . 1.5 Teorema. Teste de Comparac¸a˜o a. Sejam f e g cont´ınuas em [a,+∞) com 0 ≤ f(x) ≤ g(x) para qualquer x ≥ a. Enta˜o 1. ∫ +∞ a f(x)dx converge se ∫ +∞ a g(x)dx converge 2. ∫ +∞ a g(x)dx diverge se ∫ +∞ a f(x)dx diverge b. Sejam f e g cont´ınuas em (−∞, b] com 0 ≤ f(x) ≤ g(x) para qualquer x ≤ b. Enta˜o 1. ∫ b −∞ f(x)dx converge se ∫ b −∞ g(x)dx converge 2. ∫ b −∞ g(x)dx diverge se ∫ b −∞ f(x)dx diverge c. Sejam f e g cont´ınuas em (a, b] que teˆm ass´ıntota em x = a tal que 0 ≤ f(x) ≤ g(x) para qualquer a < x ≤ b. Enta˜o 1. ∫ b a f(x)dx converge se ∫ b a g(x)dx converge 2. ∫ b a g(x)dx diverge se ∫ b a f(x)dx diverge d. Sejam f e g cont´ınuas em [a, b) que teˆm ass´ıntota em x = b tal que 0 ≤ f(x) ≤ g(x) para qualquer a ≤ x < b. Enta˜o 1. ∫ b a f(x)dx converge se ∫ b a g(x)dx converge 2. ∫ b a g(x)dx diverge se ∫ b a f(x)dx diverge . 10 . 1.6 Teorema. Teste de Comparac¸a˜o no Limite a. Se as func¸o˜es positivas f e g sa˜o cont´ınuas em [a,+∞) e se lim x→+∞ f(x) g(x) = L, 0 < L < ∞, enta˜o ∫ +∞ a f(x)dx e ∫ +∞ a g(x)dx sa˜o ambas convergentes ou ambas divergentes. b. Se as func¸o˜es positivas f e g sa˜o cont´ınuas em (−∞, b] e se lim x→−∞ f(x) g(x) = L, 0 < L < ∞, enta˜o ∫ b −∞ f(x)dx e ∫ b −∞ g(x)dx sa˜o ambas convergentes ou ambas divergentes. c. Se as func¸o˜es positivas f e g sa˜o cont´ınuas em (a, b] e se lim x→a+ f(x) g(x) = L, 0 < L < ∞, enta˜o ∫ b a f(x)dx e ∫ b a g(x)dx sa˜o ambas convergentes ou ambas divergentes. d. Se as func¸o˜es positivas f e g sa˜o cont´ınuas em [a, b) e se lim x→b− f(x) g(x) = L, 0 < L < ∞, enta˜o ∫ b a f(x)dx e ∫ b a g(x)dx sa˜o ambas convergentes ou ambas divergentes. . 11 . 1.7 Exerc´ıcios. 1. Explique porque cada uma das seguintes integrais e´ impro´pria. a) ∫ +∞ 1 x4e−x 4 dx b) ∫ pi 2 0 sec(x)dx c) ∫ 2 0 x x2 − 5x + 6 2. Quais das seguintes integrais e´ impro´pria ? Porque ? a) ∫ 2 1 1 2x− 1dx b) ∫ 1 0 1 2x− 1dx c) ∫ +∞ −∞ sen(x) 1 + x2 dx 3. Determine se cada integral e´ convergente ou divergente. Avalie aquelas que sa˜o conver- gentes. a) ∫ +∞ 1 1 (3x + 1)2 dx b) ∫ 0 −∞ 1 2x− 5dx c) ∫ +∞ −∞ x3dx d) ∫ +∞ 0 e−xdx e) ∫ −1 −∞ e−2tdx f) ∫ +∞ −∞ x2e−x 3 dx 4. Esboce a regia˜o e encontre sua a´rea ( se a a´rea e´ finita). a. R = {(x, y)/x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ ex} b. R = {(x, y)/x ≥ −2, 0 ≤ y ≤ ex2} c. R = {(x, y)/x ≥ 0, 0 ≤ y ≤ 1√ x+1 } 5. Use o teorema da Comparac¸a˜o para determinar se a integral e´ convergente ou divergente. a. ∫ ∞ 1 cos2(x) 1 + x2 b. ∫ +∞ t 1√ x3 + 1 c. ∫ ∞ 1 dx x + e2x d. ∫ +∞ 1 √ 1 + √ x√ x e. ∫ 1 0 e−x√ x f. ∫ pi 2 0 dx xsen(x) 6. A integral ∫ ∞ 0 1√ x(1 + x) e´ impro´pria por duas razo˜es: o intervalo [0,+∞) e´ infinito, e o integrando tem des- continuidade em 0. Avalie-a expressando-a como a seguir∫ ∞ 0 1√ x(1 + x) = ∫ 1 0 1√ x(1 + x) + ∫ +∞ 1 1√ x(1 + x) . 12 . 2 Aplicac¸o˜es da Integral Definida . • Ca´lculo Volumes por Fatiamento. • Ca´lculo do Volumes de Solidos de Revoluc¸a˜o . • Me´todo da Casca Cil´ındrica. • Comprimento de Curvas Planas • Areas de Superf´ıcies de Revoluc¸a˜o . . Figura 2A Ca´lculo de Volumes por Fatiamento. Seja o so´lido S como o da figura 2A. A secc¸a˜o transversal do so´lido em cada ponto x no intervalo [a, b] e´ uma regia˜o R(x) de a´rea A(x). Se A for uma func¸a˜o cont´ınua de x, poderemos usa´-la para definir e calcular o volume do so´lido como uma integral, da maneira a seguir. 13 . 2.1 Definic¸a˜o . Volume de um so´lido O volume de um so´lido compreendido entre os planos x = a e x = b e cuja a´rea da secc¸a˜o transversal por x e´ uma func¸a˜o integra´vel de a a b de A, V = ∫ b a A(x)dx Para aplicarmos essa fo´rmula, procedemos da maneira a seguir. . 2.2 Como Calcular o Volume pelo Me´todo do Fatiamento Passo 1. Esboce o so´lido e uma secc¸a˜o tranversal t´ıpica. Passo 2. Encontre uma fo´rmula para A(x). Passo 3. Encontre os limites de integrac¸a˜o . Passo 4. Integre A(x) para determinar o volume. . 2.3 Exerc´ıcios. 1. Uma piraˆmide com 3 m. de altura tem uma base quadrada com 3 m. de lado. A secc¸a˜o tansversal da piraˆmide, perpendicular a` altura x m abaixo do ve´rtice, e´ um quadrado com x m. de lado. Determine o volume da piraˆmide. 2. Uma cunha foi obtida por meio do corte de um cilindro de raio 3 por dois planos. Um deles e´ perpendicular ao eixo do cilindro. O segundo cruza o primeiro formando um aˆngulo de 450 no centro do cilindro. Determine o volume da cunha. . 14 Ca´lculo de Volumes de Solidos de Revoluc¸a˜o . . 2.4 Teorema. Um So´lido de Revoluc¸a˜o ( Rotac¸a˜o em torno do Eixo X ) Seja S o so´lido gerado pela rotac¸a˜o da regia˜o entre a curva y = f(x), a ≤ x ≤ b, e o eixo X em torno do eixo X. O volume de S e´ dado pela fo´rmula V = ∫ b a pi[f(x)]2dx . 2.5 Teorema. Um So´lido de Revoluc¸a˜o ( Rotac¸a˜o em torno da reta y = c ) Seja S o so´lido gerado pela rotac¸a˜o da regia˜o entre a curva y = f(x), a ≤ x ≤ b, e o eixo y = c em torno do eixo y = c. O volume de S e´ dado pela fo´rmula V = ∫ b a pi[f(x)− c]2dx . 2.6 Teorema. Um So´lido de Revoluc¸a˜o ( Rotac¸a˜o em torno do Eixo Y ) Seja S o so´lido gerado pela rotac¸a˜o da regia˜o da curva x = f(y), a ≤ y ≤ b, e o eixo Y em torno do eixo Y. O volume de S e´ dado pela fo´rmula V = ∫ b a pi[f(y)]2dy . 2.7 Teorema. Um So´lido de Revoluc¸a˜o ( Rotac¸a˜o em torno do Eixo x = c ) Seja S o so´lido gerado pela rotac¸a˜o da regia˜o entre a curva x = f(y), a ≤ y ≤ b, e o eixo x = c em torno do eixo x = c. O volume de S e´ dado pela fo´rmula V = ∫ b a pi[f(y)− c]2dy 15 . 2.8 Exerc´ıcios. 1. Determine o volume do so´lido com a rotac¸a˜o , em torno da reta y = 1, da regia˜o definida por y = √ x e pelas retas y = 1 e x = 4. 2. Determine o volume do so´lido obtido com a rotac¸a˜o , em torno da reta x = 3, da regia˜o compreendida entre a para´bola x = y2 + 1 e a reta x = 3. . Me´todo da Casca Cil´ındrica. Ha´ uma outra maneira de determinar o volume dos so´lidos de revoluc¸a˜o , que pode ser u´til quando o eixo de revoluc¸a˜o e´ perpendicular ao eixo que conte´m o intervalo natural de integrac¸a˜o . Esta maneira e´ o Me´todo das Cascas Cil´ındricas que nos mune da seguintes fo´rmulas. . 2.9 Teorema. Um So´lido de Revoluc¸a˜o ( Rotac¸a˜o em torno do Eixo x = c ) Seja S o so´lido gerado pela rotac¸a˜o da regia˜o entre a curva y = f(x), a ≤ x ≤ b, e o eixo X em torno do eixo x = c. O volume de S e´ dado pela fo´rmula V = ∫ b a 2pi(x− c)[f(x)]dx . 2.10 Teorema. Um So´lido de Revoluc¸a˜o ( Rotac¸a˜o em torno do Eixo y = c ) Seja S o so´lido gerado pela rotac¸a˜o da regia˜o entre a curva x = f(y), a ≤ x ≤ b,e o eixo X em torno do eixo y = c. O volume de S e´ dado pela fo´rmula V = ∫ b a 2pi(y − c)[f(y)]dy 16 . 2.11 Exerc´ıcios. 1. Provar o teorema 2.9. 2. Provar o teorema 2.10. 3. A regia˜o compreendida pelo eixo x e pela para´bola y = f(x) = 3x − x2 gira em torno da reta x = −1 para gerar o formato de um so´lido S. a. Tente deteminar o volume de S sem usar uma fo´rmula da casca cil´ındrica. b. Deteminar o volume de S usando o teorema 2.9. 4. Um frasco cil´ındrico de raio r e altura L e´ parcialmente cheio com um l´ıquido de volume V. Se o frasco e´ girado ao redor do seu eixo de simetria com uma velocidade angular ω, constante, enta˜o o frasco induzira´ um movimento rotacional do liquido ao redor do mesmo eixo. Eventu- almente, o l´ıquido se tornara´ co´ncava para cima, como indicado na figura 2.B, porque a forc¸a centr´ıfuga nas part´ıculas do l´ıquido aumenta com a distaˆncia do eixo do frasco. Pode-se mostrar que a superf´ıcie do l´ıquido e´ um parabolo´ide de revoluc¸a˜o gerado pela rotac¸a˜o da para´bola y = h + ω.x2 2g ao redor do eixo y, onde g e´ a acelerac¸a˜o da gravidade. Determine h como uma func¸a˜o de ω. L Figura 2B 17 . 2.11.1 Mais Exerc´ıcios. 1. Uma tigela tem um formato que pode ser gerado pela revoluc¸a˜o, em torno do eixo y, do gra´fico de y = x 2 2 entre y = 0 e y = 5. (a) Determine o volume da tigela. (b) Se enchermos a tigela com a´gua a uma taxa constante de 3 unidades cu´bicas por segundo, a que taxa o n´ıvel de a´gua na tigela aumentara´ quando a a´gua estiver com 4 unidades de profundidade. 2. Pediram-lhe que projetasse um peso de metal para prumo com peso aproximado de 190 g, e voceˆ decide dar-lhe o formato de um so´lido de revoluc¸a˜o gerado pelo gra´fico da func¸a˜o y = x12 √ 36− x2, em torno do eixo X, Determine o volume do peso. Se voceˆ especificar um metal com densidade 8, 5gr/cm3, de cuanto sera´ o peso ? 3. A regia˜o entre a curva y = arcsec(x) e o eixo X, de x=1 ate´ x = 2, e´ girada em torno do eixo Y gerando um so´lido. Determine o volume do so´lido. 4. Determine o volume do so´lido gerado pela rotac¸a˜o , em torno do eixo y, da regia˜o delimitada pelos gra´ficos de y = e−x 2 , y = 1, e x = 1. ......................... 18 Comprimento de Curvas Planas. . 2.12 Teorema. Fo´rmula do Comprimento de um Arco de uma Curva Lisa Se f : [a, b] → R for uma func¸a˜o com derivada cont´ınua, enta˜o o comprimento da curva y = f(x), de a a b, e´ o nu´mero L = ∫ b a √ 1 + (f ’(x))2dx (I) . . 2.13 Teorema. Fo´rmula Parame´trica para o Comprimento de um Arco Se uma curva C for descrita por equac¸o˜es parame´tricas x = f(t), y = g(t), α ≤ t ≤ β, onde f ’ e g’ sa˜o cont´ınuas e na˜o simultaneamente nulas em [α, β], e se C for percorrida exatamente uma vez, quando t vai de α a β, enta˜o o comprimento de C sera´ L = ∫ β α √ [f ’(t)]2 + [g’(t)]2dt (II) . z Se houver duas parametrizac¸o˜es diferentes para uma curva, cujo comprimento desejamos deter- minar, importa qual delas vamos usar ? A resposta (do ca´lculo avanzado) e´ na˜o , desde que a parametrizac¸a˜o escolhida se adapte a`s condic¸o˜es que precedem a equac¸a˜o (II). 19 . 2.14 Exerc´ıcios. 1. Seja a curva y = (x2 ) 2 3 de x = 0 a x = 2. a. Verificar que na˜o pode determinar o comprimento da curva usando a fo´rmula do teorema 2.12 se y esta´ em func¸a˜o de x. b. Tentar determinar o comprimento da curva usando a fo´rmula do teorema 2.12 se x esta´ em func¸a˜o de y. 2. Determine o comprimento da curva x = cos(t), y = t + sen(t), 0 ≤ t ≤ pi. 3. Determine o comprimento da curva y = ∫ x 0 √ cos(2t)dt de x = 0 ate´ x = pi4 . 4. Calcular o comprimento da curva y = sen(x)− xcos(x), 0 ≤ x ≤ pi. 5. Calcular o comprimento da curva x = ∫ y 0 √ sec2(t)− 1dt, −pi3 ≤ y ≤ pi4 . 20 A´reas de Superf´ıcies de Revoluc¸a˜o . . 2.15 Teorema. Seja C uma curva da equac¸a˜o y = f(x), onde f e f ′ sa˜o func¸o˜es cont´ınuas em [a, b] e f(x) ≥ 0, ∀x ∈ [a, b]. A a´rea da superf´ıcie de revoluc¸a˜o S, gerada pela rotac¸a˜o da curva C ao redor do eixo dos x, e´ dada pela fo´rmula A = 2pi ∫ b a f(x) √ 1 + [f ′(x)]2dx . 2.16 Exerc´ıcios. 1. Calcular a a´rea da superf´ıcie gerada pela rotac¸a˜o do arco de curva dado, em torno do eixo indicado. a. y = x2, 0 ≤ x ≤ 2; eixo dos x. b. x = √ y, 1 ≤ y ≤ 4; eixo dos y. c. y = √ 4− x2, 0 ≤ x ≤ 1; eixo dos x. d. y = √ 16− x2, −3 ≤ x ≤ 3; eixo dos x. 2. Calcular a a´rea da superf´ıcie obtida pela revoluc¸a˜o do arco da para´bola y2 = 8x, 1 ≤ x ≤ 12, ao redor do eixo dos x. 3. Mostre que a a´rea da superf´ıcie obtida pela rotac¸a˜o da circunfereˆncia x2 + y2 = r2 ao redor da reta y = r e´ dada por 4pi2r2. 21 . 3 Func¸o˜es de Va´rias Varia´veis • Func¸o˜es de Duas Varia´veis. • Tipos de Regio˜es no Plano. • Gra´ficos e Curvas de Nı´vel de Func¸o˜es de Duas Varia´veis. • Curvas de Contorno. • Func¸o˜es de Treˆs ou Mais Varia´veis. • Superf´ıcies de Nı´vel de Func¸o˜es de Treˆs Varia´veis. . Func¸o˜es de Duas Varia´veis. . 3.1 Definic¸o˜es . Seja o subconjunto D ⊂ R2. 1. Uma Func¸a˜o Real f : D → R de duas varia´veis em D e´ uma regra que associa um u´nico nu´mero real w = f(x, y) a cada par ordenado (x, y) ∈ D. 2. O conjunto D e´ o dom´ınio de f, e o conjunto de valores de w assumidos por f e´ a sua imagem. 3. As varia´veis independentes x e y sa˜o as varia´veis de entrada da func¸a˜o , e a varia´vel dependente w e´ a varia´vel de sa´ıda da func¸a˜o . . 22 . 3.2 Exemplos. 1. Func¸a˜o Distaˆncia da Origem a um Ponto no Plano A distaˆncia de um ponto (x, y) a` origem e´ dada pela func¸a˜o dist(x, y) = √ x2 + y2. O valor de dist no ponto (3, 4) e´ dist(3, 4) = √ 32 + 42 = √ 25 = 5. 2. Func¸a˜o Volume de um Cilindro Circular Reto A func¸a˜o V = pi.r2.h calcula o volume de um cilindro circular reto a partir do seu raio e altura. . Tipos de Regio˜es no Plano . . 3.3 Definic¸o˜es . 1. Um ponto (x0, y0) em uma regia˜o (conjunto) R no plano xy e´ um ponto interior de R se e´ o centro de um disco que esta inteiramente em R ( Ver figura 1 ). 2. Um ponto (x0, y0) em uma regia˜o (conjunto) R no plano xy e´ um ponto fronteira de R se todo disco centrado em (x0, y0) conte´m ao mesmo tempo pontos que esta˜o em R e do lado de fora de R. O ponto de fronteira propriamente dito na˜o precisa pertenecer a R ( ver figura 2 ). . 23 R X Y0( )0 , Figura 1: Ponto Interior R X Y0( )0 , Figura 2: Ponto de Fronteira . 3.4 Definic¸o˜es . 1. O interior de uma regia˜o R no plano e´ o conjunto formado por todos os pontos interiores da regia˜o . Denotamos este conjunto por ◦ R . 2. A fronteira de uma regia˜o no plano e´ o conjunto formado por todos os pontos de fronteira da regia˜o .Denotamos este conjunto por Fr[R]. 3. Uma regia˜o R no plano e´ aberta se R = ◦ R . 4. Uma regia˜o R no plano e´ fechada se R ⊇ Fr[R]. 5. Uma regia˜o R no plano e´ limitada se esta´ dentro de um disco de raio fixo. Caso contrario e´ na˜o limitada. . 24 . 3.5 Exercicios. 1. Seja a regia˜o no plano R = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y2 < 1}. • A regia˜o R e´ aberta ? • Encontrar a fronteira de R • A regia˜o R e´ limitada ? 2. Seja a regia˜o no plano R = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y2 ≤ 1}. • A regia˜o R e´ aberta ? • Encontrar a fronteira de R • A regia˜o R e´ limitada ? 3. Descreva o domı´nio da func¸a˜o f(x, y) = √ y − x2. Este domı´nio e´ limitado ? 4. Dar exemplos de regio˜es que na˜o sa˜o abertas nem fechadas ? . Gra´ficos e Curvas de Nı´vel de Func¸o˜es de Duas Varia´veis. Uma maneira-padra˜o de visualizar os valores de uma func¸a˜o f(x, y) e´ identificar e desenhar curvas no domı´nionas quais f tem um valor constante. Logo, usando estas informac¸o˜es , esboc¸ar a superf´ıcie z = f(x, y) no espac¸o. . 3.6 Definic¸o˜es . 1. O conjunto de pontos no plano onde uma func¸a˜o f(x, y) tem um valor constante f(x, y) = c e´ chamado de Curva de N´ıvel de f. 2. O conjunto de todos os pontos (x, y, f(x, y)) no espac¸o, para (x, y) no domı´nio de f, e´ chamado de Gra´fico de f. 3. O gra´fico de f tambe´m e´ chamado de Superf´ıcie z = f(x, y). . 25 . 3.7 Exerc´ıcios. 1. Seja a func¸a˜o f(x, y) = x2 + y2. Determine o domı´nio e a imagem da func¸a˜o . Usando as curvas de n´ıvel, esboc¸e o gra´fico. 2. Seja a func¸a˜o f(x, y) = 4 + x2 + y2. Determine o domı´nio e a imagem da func¸a˜o . Usando as curvas de n´ıvel, esboc¸e o gra´fico. 3. Seja a func¸a˜o f(x, y) = 100 − x2 − y2. Determine o domı´nio e a imagem da func¸a˜o . Usando as curvas de n´ıvel, esboc¸e o gra´fico. 4. Seja a func¸a˜o f(x, y) = x2− y2. Determine o domı´nio e a imagem da func¸a˜o . Usando as curvas de n´ıvel, esboc¸e o gra´fico. 5. Determine o domı´nio e a imagem da func¸a˜o f(x, y) = x. Esboc¸e o gra´fico. 6. Determine o domı´nio e a imagem da func¸a˜o f(x, y) = y. Esboc¸e o gra´fico. 7. Determine o domı´nio e a imagem da func¸a˜o f(x, y) = 5. Esboc¸e o gra´fico. . Curvas de Contorno. A curva no espac¸o na qual o plano z = c corta uma superf´ıcie z = f(x, y) consiste em todos os pontos (x, y, f(x, y) = c). Ela e´ chamada de Curva de Contorno f(x, y) = c para distingui-la da curva de n´ıvel f(x, y) = c no domı´nio de f. Contudo, nem todo mundo faz essa distinc¸a˜o , e voceˆ pode preferir chamar ambos os tipos de curvas por um u´nico nome e se basear no contexto para especificar qual tem em mente. 26 Func¸o˜es de Treˆs Varia´veis. . 3.8 Definic¸o˜es . Seja o subconjunto D ⊂ R3 = R× R× R. 1. Uma Func¸a˜o Real f : D → R de Treˆs varia´veis em D e´ uma regra que associa um u´nico nu´mero real w = f(x, y, z) a cada terna ordenada (x, y, z) ∈ D. 2. O conjunto D e´ o dom´ınio de f, e o conjunto de valores de w assumidos por f e´ a sua imagem. 3. As varia´veis independentes x, y e z sa˜o as varia´veis de entrada da func¸a˜o , e a varia´vel dependente w e´ a varia´vel de sa´ıda da func¸a˜o . . . 3.9 Exerc´ıcios. Encontrar o Domı´nio e a Imagem das seguintes func¸o˜es : 1. dist(x, y, z) = √ x2 + y2 + z2. Esta func¸a˜o fornece a distaˆncia da origem ao ponto (x, y, z) no espac¸o em coordenadas Cartesianas. 2. w = 1 x2 + y2 + z2 . 3. w = x.y.ln(z + 1). 4. f(x, y, z) = z4x2−y2 . 5. f(x, y, z) = xylnz + 3tg z2 . Superf´ıcies de Nı´vel de Func¸o˜es de Treˆs Varia´veis . . 3.10 Definic¸a˜o . O conjunto de pontos (x, y, z) no espac¸o onde uma func¸a˜o de treˆs varia´veis independentes tem um valor constantes f(x, y, z) = c e´ chamado de Superf´ıcie de N´ıvel de f. . 27 . 3.11 Observac¸a˜o . Os gra´ficos de func¸o˜es de treˆs varia´veis consistem em pontos (x, y, z, f(x, y, z)) em um espac¸o quadridimensional na˜o podemos graficar-los de maneira eficaz. Mas, podemos ver como a func¸a˜o se comporta analisando suas superf´ıcies de n´ıvel tridimensionais. . 3.12 Exerc´ıcios. 1. Descreva as superf´ıcies de n´ıvel da func¸a˜o (a) f(x, y, z) = √ x2 + y2 + z2. (b) f(x, y, z) = ln(x2 + y2 + z2). (c) f(x, y, z) = z − x2 − y2. (d) f(x, y, z) = z2 + y2. 2. Encontre uma equac¸a˜o para a superficie de n´ıvel da func¸a˜o que passa pelo ponto dado. (a) f(x, y, z) = √ x− y − lnz, (3,−1, 1). (b) f(x, y, z) = ∫ y x dθ√ 1−θ2 + ∫ z√ 2 dt t √ t2−1 , (0, 1 2 , 2). (c) f(x, y, z) = ln(x2 + y + z2), (−1, 2, 1). . z As definic¸o˜es de interior, fronteira, aberto, fechado, limitado e ilimitado para regio˜es no espac¸o sa˜o similares a`quelas para regio˜es no plano. A u´nica diferenc¸a e´ o uso de esferas so´lidas em vez de discos. z z Para o estudo de Func¸o˜es de Mais de Treˆs Varia´veis, precisamos me´todos matema´ticos mais poderosos que os estudados em Ca´lculo II. Mas, as definic¸o˜es dadas aqui ate´ o momento sa˜o similares : Dom´ınio , Imagem, interior, fronteira, etc. 28 . 4 Limites e Continuidade em Dimenso˜es Maiores . • Limite de uma Func¸a˜o de Duas Varia´veis. • Continuidade de uma Fumc¸a˜o de Duas Varia´veis. • Func¸o˜es de Mais de Duas Varia´veis. • Valores Extremos de Func¸o˜es Cont´ınuas em Conjuntos Fechados e Limita- dos. . Limite de uma Func¸a˜o de Duas Varia´veis. . 4.1 Definic¸a˜o . Limite de uma Func¸a˜o de Duas Varia´veis Independentes A func¸~ao f tem limite L quando (x, y) se aproxima de (x0, y0) se, dado qualquer nu´mero positivo �, existe um nu´mero positivo δ tal que, para todo (x, y) no domı´nio de f, 0 < √ (x− x0)2 + (y − y0)2 < δ ⇒ | f(x, y)− L |< �. Escrevemos lim (x,y)→(x0,y0) f(x, y) = L. . z A definic¸a˜o de limite aplica-se tanto a pontos fronteiras como a pontos interiores do domı´nio de f. A u´nica exigeˆncia e´ que o ponto (x, y) permanec¸a no domı´nio todo o tempo. 29 (x y ) (x,y) Figura 3: Ilustrac¸a˜o Gra´fica da Definic¸a˜o de Limite . 4.2 Teorema. Propriedades dos Limites de Func¸o˜es de Duas Varia´veis As regras a seguir sa˜o verdadeiras se L,M e k sa˜o nu´meros reais e lim (x,y)→(x0,y0) f(x, y) = L e lim (x,y)→(x0,y0) g(x, y) = M 1. Regra da Soma: lim(x,y)→(x0,y0)[f(x, y) + g(x, y)] = L + M 2. Regra da Diferenc¸a: lim(x,y)→(x0,y0)[f(x, y)− g(x, y)] = L−M 3. Regra do Produto: lim(x,y)→(x0,y0)[f(x, y) . g(x, y)] = L .M 4. Regra da Multiplic¸~ao por Constante: lim (x,y)→(x0,y0) k.f(x, y) = k . L (para todo nu´mero k) 5. Regra do Quociente: lim (x,y)→(x0,y0) f(x, y) g(x, y) = L M se M 6= 0. 6. Regra da Pote^ncia: Se m e n 6= 0 forem inteiros, enta˜o lim (x,y)→(x0,y0) [f(x, y)] m n = L m n , desde que L m n seja um nu´mero real. . 30 z Quando aplicamos este Teorema a polinoˆmios e func¸o˜es racionais, obtemos o resultado u´til de que os limites dessas func¸o˜es quando (x, y) → (x0, y0) podem ser calculados determinando- se a func¸o˜es em (x0, y0). A u´nica exigeˆncia e´ que as func¸o˜es racionais sejam definidas em (x0, y0). . 4.3 Exerc´ıcios. Encontre 1. lim(x,y)→(0,1) x− xy + 3 x2y + 5xy − y3 2. lim(x,y)→(0,1) √ x2 + y2 3. lim(x,y)→(0,1) x2 − xy√ x−√y 4. lim(x,y)→( pi 2 ,0) cosy+1 y−senx . Continuidade de uma Func¸a˜o de Duas Varia´veis . 4.4 Definic¸o˜es . Uma func¸a˜o f(x, y) e´ cont´ınua no ponto (x0, y0) se 1. f for definida em (x0, y0); 2. lim(x,y)→(x0,y0) f(x, y) existe; 3. lim(x,y)→(x0,y0) f(x, y) = f(x0, y0). Uma func¸a˜o e´ cont´ınua quando e´ cont´ınua em todos os pontos de seu domı´nio. . z Somas, diferenc¸as, produtos, multiplicac¸a˜o por constantes, quocientes e poteˆncias de func¸o˜es cont´ınuas sa˜o cont´ınuas onde sa˜o definidas. z Em especial, polinoˆmios e func¸o˜es racionais de duas varia´veis sa˜o cont´ınuas em todo ponto onde sa˜o definidas. z Se z = f(x, y) e´ uma func¸a˜o cont´ınua de x e y e w = g(z) e´ uma func¸a˜o cont´ınua de z, enta˜o a composta w = g(f(x, y)) e´ cont´ınua. Deste modo, ex−y, cos( xy x2 + 1 ), ln(1 + x2y2) sa˜o cont´ınuas em todo ponto (x, y). 31 (x y ) (x,y) Figura 4: Ilustrac¸a˜o Gra´fica do Limite de uma func¸a˜o Composta . 4.5 Teorema. Teste dos Dois Caminhos para a Na˜o -Existeˆncia de um Limite Se f(x, y) tem limites diferentes ao longo de dois caminhos diferentes quando (x, y) se aproxima de (x0, y0), enta˜o lim(x,y)→(x0,y0) f(x, y) na˜o existe. . 32 . 4.6 Exerc´ıcios. 1. Mostre que f(x, y) = 2xy x2 + y2 , (x, y) 6= 0; 0, (x, y) = 0 . e´ cont´ınua em todo ponto exceto a origem. 2. Mostre que a func¸a˜o f(x, y) = 2x2y x4 + y2 na˜otem limite quando (x, y) se aproxima de (0, 0). 3. Em que pontos (x, y) no plano as func¸o˜es sa˜o cont´ınuas ? (a) g(x, y) = sen( 1 xy ) (b) g(x, y) = x+y2+cosx 4. Encontre o limite de f quando (x, y) → (0, 0) ou mostre que o limite na˜o existe. (a) f(x, y) = x 3−xy2 x2+y2 (b) f(x, y) = arctg( |x|+|y| x2+y2 ) (c) f(x, y) = 2x x2+x+y2 . . Func¸o˜es de Mais de Duas Varia´veis As definic¸~oes de limite e continuidade para func¸~oes de duas varia´veis e as conclus~oes sobre limites e continuidade para somas, produtos, quocien- tes, pote^ncias e composic¸~oes estendem-se a func¸~oes de tre^s varia´veis ou mais. Func¸~oes como ln(x + y + z) e ysen(z) x− 1 s~ao contı´nuas nos seus domı´nios. Porque ? Limites como lim p→(1,0,−1) ex+z z2 + cos( √ xy) = 1 2 , onde P indica o ponto (x, y, z), podem ser encontrados por meio de substituic¸~ao direta. 33 Valores Extremos de Func¸o˜es Cont´ınuas em Conjuntos Fechados e Limita- dos Sabemos que uma func¸~ao de uma varia´vel que e´ contı´nua em um intervalo fechado e limitado [a, b] assume um valor ma´ximo absoluto e um valor mı´nimo absoluto pelo menos uma vez em [a, b]. O mesmo vale para uma func¸~ao z = f(x, y) que e´ contı´nua em um conjunto R fechado e limitado no plano ( como um segmento de reta, um disco ou um tria^ngulo cheio ). A func¸~ao assume um valor ma´ximo aboluto em algum ponto em R e um valor mı´nimo aboluto em algum ponto em R. Teoremas similares a esses e outros teoremas desta sec¸~ao s~ao verdadeiros para func¸~oes de tre^s ou mais varia´veis. Uma func¸~ao contı´nua w = f(x, y, z), por exemplo, deve assumir valores ma´ximo e mı´nimo absolutos em qualquer conjunto fechado e limitado ( esfera so´lida ou cubo, casca esfe´rica, so´lido retangular ) no qual e´ definida. Posteriormente, aprenderemos como encontrar esses valores extremos !! 34 . 5 Derivadas Parciais . . • Derivadas Parciais de uma Func¸a˜o de Duas Varia´veis • Func¸o˜es de Mais de Duas Varia´veis • Derivadas Parciais e Continuidade • Diferenciabilidade • Derivadas Parciais de Segunda Ordem • Derivadas Parciais de Ordem Superior Derivadas Parciais de uma Func¸a˜o de Duas Varia´veis . 5.1 Definic¸o˜es . Derivadas Parciais em Relac¸a˜o a x e em Relac¸a˜o a y • A derivada parcial de f(x, y) em relac¸a˜o x no ponto (xo, yo) e´ ∂f ∂x |(xo,yo) = d dx f(x, yo)|x=xo = lim h→0 f(xo + h, yo)− f(xo, yo) h • A derivada parcial de f(x, y) em relac¸a˜o y no ponto (xo, yo) e´ ∂f ∂y |(xo,yo) = d dx f(xo, y)|y=yo = lim h→0 f(xo, yo + h)− f(xo, yo) h ♣ Ver as figuras ilustrativas a seguir: 35 Z=f(x,y) Figura 5: Intersec¸a˜o do plano y = y0 com a superf´ıcie z = f(x, y), vista de cima do primeiro quadrante no plano xy 36 Z y X Xo yo (x0 ,y0) (x0,y0 + k) Reta Tangente Curva z= f( )xo,y0 no plano x=x0 P(xo,yo, )f(x0,y0) ) Eixo vertical no plano x=x0 Z=f(x,y) Figura 6: Intersec¸a˜o do plano x = x0 com a superf´ıcie z = f(x, y), vista de cima do primeiro quadrante no plano xy 37 . 5.2 Observac¸o˜es . 1. O s´ımbolo ∂ ( chamado de del ) e´ apenas um outro tipo de d. E´ conveniente ter essa maneira distinta de estender a notac¸a˜o diferencial de Leibniz para um contexto de va´rias varia´veis. 2. O coeficiente angular da curva z = f(x, yo) no ponto P (xo, yo, f(xo, yo)) no plano y = yo e´ o valor da derivada parcial de f em relac¸a˜o x em (xo, yo). 3. O coeficiente angular da curva z = f(xo, y) no ponto P (xo, yo, f(xo, yo)) no plano x = xo e´ o valor da derivada parcial de f em relac¸a˜o x em (xo, yo). 4. A reta tangente L1 a` curva z = f(x, yo) em P no plano y = yo e´ a reta que passa por P com o coeficiente angular ∂f ∂x |(xo,yo). 5. A reta tangente L2 a` curva z = f(x, yo) em P no plano x = xo e´ a reta que passa por P com o coeficiente angular ∂f ∂y |(xo,yo). 6. A derivada parcial ∂f ∂x em (xo, yo) fornece a taxa de variac¸a˜o de f em relac¸a˜o a x quando y e´ mantido fixo no valor yo. Essa e´ taxa de variac¸a˜o de f na direc¸a˜o de i = (1, 0) em (xo, yo). 7. A derivada parcial ∂f ∂y em (xo, yo) fornece a taxa de variac¸a˜o de f em relac¸a˜o a y quando x e´ mantido fixo no valor xo. Essa e´ taxa de variac¸a˜o de f na direc¸a˜o de j = (0, 1) em (xo, yo). 8. Posteriormente, veremos em que condic¸o˜es as retas L1, L2 determinam um plano tangente a` superf´ıcie z = f(x, y) no ponto P (xo, yo, f(xo, yo)). . 38 . 5.3 Notac¸o˜es . A notac¸a˜o para uma derivada parcial depende do que queremos enfatizar: ∂f ∂x (xo, yo), ou fx(xo, yo) Derivada parcial de f em relac¸~ao a x em (xo, yo) ou fx em (xo, yo). Conveni- ente paa enfatizar o ponto (xo, yo). ∂f ∂y (xo, yo), ou fy(xo, yo) Derivada parcial de f em relac¸~ao a y em (xo, yo) ou fy em (xo, yo). Conveni- ente paa enfatizar o ponto (xo, yo). ∂z ∂y ∣∣∣∣ (xo,yo) ou ∂z ∂x ∣∣∣∣ (xo,yo) Derivada parcial de z em relac¸~ao a x, ou em relac¸~ao a y, em (xo, yo). Comum em cieˆncias e engenha- ria quando se lida com as varia´veis e na˜o se menciona a func¸a˜o explicitamente. fx, fy, ∂f ∂x , ∂f ∂y , zx, zy, ∂z ∂x , ∂z ∂y Derivada parcial de f (ou z ) em relac¸~ao a x (ou em relac¸~ao a y). Con- veniente quando se considera a derivada par- cial como uma func¸a˜o . . 39 . 5.4 Exerc´ıcios. 1. Ilustrar por meio de um gra´fico as definic¸o˜es anteriores relacionadas a derivadas par- ciais. 2. Encontre os valores de ∂f ∂x e ∂f ∂y no ponto (4,−5) se f(x, y) = x2 + 3xy + y − 1. 3. Encontre a func¸a˜o ∂f ∂y se f(x, y) = ysen(xy). 4. Encontre ∂z ∂x se a equac¸a˜o yz − ln(z) = x + y definir z como uma func¸a˜o de duas varia´veis independentes x e y e a derivada parcial existir. 5. O plano x = 1 apresenta intersecc¸a˜o com o paraboloide z = x2+y2 em uma para´bola. Encontre o coeficiente angular da tangente a` para´bola em (1, 2, 5). . Func¸o˜es de Mais de Duas Varia´veis As definic¸~oes de derivadas parciais de func¸~oes de mais de duas varia´veis independentes s~ao parecidas com as definic¸~oes para func¸~oes de duas varia´veis. Elas s~ao derivadas comuns em relac¸~ao a uma varia´vel, tomadas enquanto as outras varia´veis independentes s~ao mantidas constantes. 40 Figura 7: Triaˆngulo de lados a,b,c e aˆngulos A,B,C Fonte de Calor Figura 8: Triaˆngulo de lados a,b,c e aˆngulos A,B,C 41 . 5.5 Exerc´ıcios. 1. Ver a figura (7) . Encontre uma relac¸a˜o entre A, a, b, c. Calcular ∂A ∂a e ∂A ∂b . 2. Ver a figura (7) . Encontre uma relac¸a˜o entre A, a, b, B. Calcular ∂a ∂A e ∂a ∂b . 3. Uma Func¸a˜o de Treˆs Varia´veis. Se f(x, y, z) = −2xy2 + yz2 enta˜o calcular ∂f ∂z , usando a definic¸a˜o. 4. Resistores em Paralelo. Se resistores ele´tricos de R1, R2, R3 ohms sa˜o conectados em paralelo para formar um resistor de R ohms, o valor de R pode ser encontrado a partir da equac¸a˜o 1 R = 1 R1 + 1 R2 + 1 R3 Encontre o valor de ∂R ∂R2 quando R1 = 30, R2 = 45 e R3 = 90 ohms. 5. A equac¸a˜o de Laplace Tridimensional ∂2f ∂x2 + ∂2f ∂y2 + ∂2f ∂z2 = 0 e´ satisfeita pela distribuc¸a˜o de temperaturas no estado estacionario T = f(x, y, z). Ver figura 8. Mostre que as seguintes func¸o˜es satisfazem a equac¸a˜o de Laplace. (a) f(x, y, z) = 2z3 − 3(x2 + y2)z. (b) f(x, y, z) = e3x+4ycos(5z). . 42 Derivadas Parciais e Continuidade Uma func¸~ao f(x, y) pode ter derivadas parciais em relac¸~ao a x e y em um ponto sem ser contı´nua nesse ponto. Isso e´ diferente de uma func¸~ao de uma u´nica varia´vel, onde a existe^ncia da derivada implica continui- dade. Contudo, se as derivadas parciaisde f(x, y) existirem e forem contı´nuas em um disco centrado em (xo, yo), ent~ao f sera´ contı´nua, como veremos depois. . 5.6 Exerc´ıcio. Seja a func¸a˜o f(x, y) = 0, se xy 6= 0;1, se xy = 0. a. Fazer um esboc¸o do gra´fico de f b. Encontre o limite de f quando (x, y) se aproxima de (0, 0) ao longo da reta y = x. c. Prove que f na˜o e´ cont´ınua na origem. d. Mostre que ambas as derivadas parciais ∂f ∂x e ∂f ∂y existem na origem. e. esboc¸ar os gra´ficos de ∂f ∂x e ∂f ∂y . . . (♠) Exerc´ıcios Complementares. Antes de definir a Diferenciabilidade, o leitor deve fornecer exemplos de func¸o˜es f : R2 −→ R de duas varia´veis cujos gra´ficos sa˜o planos. Tais func¸o˜es sa˜o chamadas func¸o˜es lineares afim. 43 Diferenciabilidade Agora veremos que a diferenciabilidade implica continuidade . 5.7 Teorema. Teorema do Incremento para Func¸o˜es de Duas Varia´veis Suponha que as derivadas parciais de primeira ordem de f(x, y) sejam definidas em uma regia˜o aberta R que contenha o ponto (xo, yo) e que fx e fy sejam cont´ınuas em (xo, yo). Enta˜o a variac¸a˜o 4z = f(xo +4x, yo +4y)− f(xo, yo) no valor de f que resulta do movimento de (xo, yo) para um outro ponto (xo +4x, yo + 4y) em R satisfaz uma equac¸a˜o da forma 4z = fx(xo, yo)4x + fy(xo, yo)4y + �14x + �24y, na qual �1, �2 → 0 quando 4x,4y → 0. . . 5.8 Definic¸a˜o . Diferenciabilidade de uma Func¸a˜o de Duas Varia´veis A func¸a˜o z = f(x, y) e´ diferencia´vel em (xo, yo) se fx(xo, yo) e fy(xo, yo) existem e 4z satisfaz uma equac¸a˜o da forma 4z = fx(xo, yo)4x + fy(xo, yo)4y + �14x + �24y, na qual �1, �2 → 0 quando 4x,4y → 0. Dizemos que f e´ diferencia´vel se ela e´ diferencia´vel em todos os pontos de seu domı´nio. . 44 . 5.9 Corola´rio. Continuidade de Derivadas Parciais Implica Diferenciabilidade • Se as derivadas parciais fx e fy de uma func¸a˜o f(x, y) sa˜o cont´ınuas em (xo, yo), enta˜o f e´ diferencia´vel em (xo, yo). Logo • Se as derivadas parciais fx e fy de uma func¸a˜o f(x, y) sa˜o cont´ınuas ao longo de uma regia˜o aberta R, enta˜o f e´ diferencia´vel em todos os pontos de R. . . 5.10 Teorema. Diferenciabilidade Implica Continuidade Se uma func¸a˜o f(x, y) e´ diferencia´vel em (xo, yo) enta˜o ela e´ cont´ınua em (xo, yo). . . 5.11 Observac¸a˜o . Como podemos ver nos teoremas 5.9 e 5.10, uma func¸a˜o f(x, y) e´ cont´ınua em (xo, yo) se fx e fy sa˜o cont´ınuas em (xo, yo). Lembre-se, como vimos anteriormente, que n~ao e´ suficiente que existam derivadas parciais fx e fy em (xo, yo). . 45 . 5.12 Exerc´ıcios. 1. Seja f(x, y) = sen(x3+y4) x2+y2 , (x, y) 6= (0, 0) 0, (x, y) = (0, 0) Calcular ∂f ∂x e ∂f ∂y em (0, 0). 2. Utilize a definic¸a˜o para calcular ∂f ∂z em (1,2,3) para f(x, y, z) = x2yz2. 3. Expresse vx em termos de u e y se as equac¸o˜es x = vlnu e y = ulnv definem u e v como func¸o˜es das varia´veis independentes x e y e se existe vx. 4. Uma func¸a˜o f(x,y) com derivadas parciais de primeira ordem cont´ınuas numa regia˜o aberta R deve ser cont´ınua em R? Justifique sua resposta 5. Seja f(x, y) = xy2 x2+y4 , (x, y) 6= (0, 0) 0, (x, y) = (0, 0) Mostre que fx(0, 0) e fy(0, 0) existem, mas f na˜o e´ diferencia´vel em (0, 0). 6. Considere uma caixa retangular fechada, de altura y, com uma base quadrada de lado x. Se x e´ medido com erro no ma´ximo 2 por cento e y e´ medido com erro ma´ximo 3 por cento, utilize uma diferencial para calcular o erro porcentual correspondente no ca´lculo (a) da superficie da a´rea da caixa (b) do volume da caixa. 46 Derivadas Parciais de Segunda Ordem Quando derivamos uma func¸a˜o f(x, y) duas vezes, produzimos suas derivadas de segunda ordem. Essas derivadas sa˜o em geral denotadas por ∂2f ∂x2 del dois f del x dois ou fxx ∂2f ∂y2 del dois f del y dois ou fyy ∂2f ∂x∂y del dois f del x del y ou fyx ∂2f ∂y∂x del dois f del y del x ou fxy As equac¸o˜es de definic¸a˜o sa˜o ∂2f ∂x2 = fxx = ∂ ∂x ( ∂f ∂x ) , ∂2f ∂x∂y = fxy = ∂ ∂x ( ∂f ∂y ) , e assim por diante. Observe a ordem na qual as derivadas sa˜o tomadas: . ∂2f ∂x∂y , Derive primeiro em relac¸a˜o a y, depois em relac¸a˜o a x. . 5.12 Exerc´ıcio. Se f(x, y) = xcos(y) + y ex, encontre ∂2f ∂x2 , ∂2f ∂y2 , ∂2f ∂x∂y , fx, e verifique ∂2f ∂x∂y = ∂2f ∂y∂x . 47 . 5.13 Teorema. Teorema das Derivadas Mistas Se f(x, y) e suas derivadas parciais fx, fy, fxy, fyx, forem definidas em uma regia˜o aberta contendo um ponto (a, b) e todas forem cont´ınuas em (a, b) enta˜o fx,y(a, b) = fy,x(a, b). . Derivadas Parciais de Ordem Superior Apesar de lidarmos na maioria das vezes com derivadas parciais de primeira e segunda ordens, porque elas aparecem com mais frequ¨e^ncia em aplicac¸~oes , n~ao existe limite teo´rico pra o nu´mero de vezes que podemos diferenciar uma func¸~ao desde que as derivadas envolvidas existam. Assim, obtemos derivadas parciais de terceira e quarta ordens que denotamos por sı´mbolos como ∂3f ∂x∂y2 = fyyx, ∂4f ∂2x∂y2 = fyyxx, e assim por diante. Como acontece com derivadas de segunda ordem, a ordem de diferenciac¸~ao e´ irrelevante desde que as derivadas na ordem em quest~ao sejam contı´nuas. 48 . 5.14 Definic¸o˜es . 1. A Linearizac¸a˜o de uma func¸a˜o diferencia´vel f(x, y) no ponto (x0, y0) e´ a func¸a˜o L(x, y) = f(x0, y0) + fx(x0, y0)(x− x0) + fy(x0, y0)(y − y0) A aproximac¸a˜o f(x, y) ≈ L(x, y) e´ a aproximac¸a˜o linear padra˜o de f em (x0, y0) 2. A Linearizac¸a˜o de uma func¸a˜o diferencia´vel f(x, y, z) no ponto (x0, y0, z0, ) e´ a func¸a˜o L(x, y, z) = f(x0, y0, z0, )+fx(x0, y0, z0, )(x−x0)+fy(x0, y0, z0, )(y−y0)+fz(x0, y0, z0, )(z−z0) A aproximac¸a˜o f(x, y, z) ≈ L(x, y, z) e´ a aproximac¸a˜o linear padra˜o de f em (x0, y0, z0). . . 5.15 Teorema. (Erro na aproximac¸a˜o linear padra˜o) 1. Seja a func¸a˜o f que possui derivadas parciais, pelo menos, de segunda ordem sobre um conjunto aberto contendo um retaˆngulo R centrado em (x0, y0). Se existe um nu´mero real M superior aos valores de |fxx|, |fyy|e |fxy| em R, enta˜o o erro e´ estimado como segue |f(x, y)− L(x, y)| ≤ 1 2 M(|x− x0|+ |y − y0|)2 Este erro denotaremos por E(x, y). 2. Seja a func¸a˜o f que possui derivadas parciais, pelo menos, de segunda ordem sobre um conjunto aberto contendo um paralelep´ıpedo R centrado em (x0, y0, z0). Se existe um nu´mero real M superior aos valores de |fxx|, |fyy|, |fzz, |fxy|, |fx,z| e |fyz em R, enta˜o o erro e´ estimado como segue |f(x, y, z)− L(x, y, z)| ≤ 1 2 M(|x− x0|+ |y − y0|+ |z − z0|)2 Este erro denotaremos por E(x, y, z). . 49 . 5.16 Exercicios. 1. Encontre todas as derivadas parciais de segunda ordem das func¸o˜es dadas: (a) f(x, y) = yex 2−y. (b) w = xsen(x2y) (c) V (x, y) = ln(x + y). 2. Encontre a linearizac¸a˜o L e um limitante superior para o erro |E| na aproximac¸a˜o f ≈ L. (a) f(x, y) = x2y2 em P(1,1), no retaˆngulo R: |x− 1| ≤ 0, 1, |y − 1| ≤ 0, 1 (b) f(x, y, z) = xz−3yz +2 em P(1,1,2), no paralelep´ıpedo R: |x−1| ≤ 0, 01, |y−1| ≤ 0, 01, |z − 2| ≤ 0, 02 . 50 . 6 A Regra da Cadeia . • Func¸o˜es Compostas em Dimenso˜es Maiores. • Diferenciac¸a˜o Impl´ıcita Revista. Func¸o˜es Compostas em Dimenso˜es Maiores. Podemos formar func¸~oes compostas de va´rias varia´veis em domı´nios apropriados da mesma maneira que criamos func¸~oes compostas de uma varia´vel. Aqui como usar a Regra da Cadeia para encontrar derivadas parciais de func¸~oes compostas de va´rias varia´veis. . 6.1 Teorema. Regra da Cadeia para Uma Varia´vel Independente e Duas Varia´veis Intermedia´rias Se w = f(x, y) for diferencia´vele x e y forem func¸o˜es diferencia´veis de t, enta˜o w sera´ uma func¸a˜o diferencia´vel de t e dw dt = ∂f ∂x ∂x ∂t + ∂f ∂y ∂y ∂t . . 6.2 Teorema. Regra da Cadeia para Uma Varia´vel Independente e Treˆs Varia´veis Intermedia´rias Se w = f(x, y, z) for diferencia´vel e x, y e z forem func¸o˜es diferencia´veis de t, enta˜o w sera´ uma func¸a˜o diferencia´vel de t e dw dt = ∂f ∂x ∂x ∂t + ∂f ∂y ∂y ∂t + ∂f ∂z ∂z ∂t . 51 . 6.3 Teorema. Regra da Cadeia para Duas Varia´veis Independentes e Duas Varia´veis Intermedia´rias Se w = f(x, y) for diferencia´vel e x = g(r, s), e y = h(r, s) forem func¸o˜es diferencia´veis de r, s enta˜o w tera´ derivadas parciais em relac¸a˜o a r e s, dadas pelas fo´rmulas dw dr = ∂f ∂x ∂x ∂r + ∂f ∂y ∂y ∂r . dw ds = ∂f ∂x ∂x ∂s + ∂f ∂y ∂y ∂s . . 6.4 Teorema. Regra da Cadeia para Duas Varia´veis Independentes e Treˆs Varia´veis Intermedia´rias Se w = f(x, y, z) for diferencia´vel e x = g(r, s), y = h(r, s) e z = k(r, s) forem func¸o˜es diferencia´veis de r, s enta˜o w tera´ derivadas parciais em relac¸a˜o a r e s, dadas pelas fo´rmulas dw dr = ∂f ∂x ∂x ∂r + ∂f ∂y ∂y ∂r + ∂f ∂z ∂z ∂r . dw ds = ∂f ∂x ∂x ∂s + ∂f ∂y ∂y ∂s + ∂f ∂z ∂z ∂s . Vimos va´rias formas diferentes Regra da Cadeia, ma´s voce^ n~ao tem que memorizar todas elas se as vir como casos especiais da mesma fo´rmula geral que apresentaremos a seguir . 6.5 Teorema. Fo´rmula Geral da Regra da Cadeia Suponha que w = f(x, y, z, . . . , v) seja uma func¸a˜o diferencia´vel das varia´veis x, y, z, . . . , v (um conjunto finito de varia´veis ) e x, y, z, . . . , v forem func¸o˜es diferencia´veis de p, q, . . . , t (outro conjunto finito). Enta˜o w sera´ uma func¸a˜o diferencia´vel das varia´veis p, q, . . . , t e as derivadas parciais em relac¸a˜o a essas varia´veis sera˜o dadas dadas pelas fo´rmulas dw dp = ∂f ∂x ∂x ∂p + ∂f ∂y ∂y ∂p + ∂f ∂z ∂z ∂p + · · ·+ ∂f ∂v ∂v ∂p . As outras equac¸o˜es sa˜o obtidas trocando-se por q, r, . . . , t uma de cada vez. . 52 z Uma maneira de lembrar dessa equac¸a˜o e´ pensar no lado direito como o produto escalar de dois vetores componentes ( ∂w ∂x , ∂w ∂y , . . . , ∂w ∂v ) ︸ ︷︷ ︸ Derivadas de w em relac¸a˜o a´s varia´veis intermediarias e( ∂x ∂p , ∂y ∂p , . . . , ∂v ∂p ) ︸ ︷︷ ︸ Derivadas de w em relac¸a˜o a´s varia´veis independentes seleccionadas . 6.6 Exerc´ıcios. 1. Use a Regra da Cadeia para encontrar a derivada de w = xy em relac¸a˜o a t ao longo do caminho x = cos(t), y = sen(t). Qual e´ o valor da derivada em t = pi2 . 2. Grafique o caminho x = cos(t), y = sen(t), z = t. Encontre dw dt se w = xy + z. 3. Expresse ∂w ∂r e ∂w ∂s se w = x2 + y2, x = r − s, y = r + s. . Diferenciac¸a˜o Impl´ıcita Revista A regra da Cadeia do Teorema .1 leva a uma fo´rmula que simplifica muito a diferenciac¸a˜o impl´ıcita. . 6.7 Teorema. Uma Fo´rmula de Diferenciac¸a˜o Impl´ıcita Suponha que F (x, y) seja diferencia´vel e que a equac¸a˜o F (x, y) = 0 defina y como uma func¸a˜o diferencia´vel de x. Enta˜o em qualquer ponto onde Fy 6= 0, dy dx = −Fx Fy . 53 . 6.8 Exerc´ıcios. 1. Provar o teorema 6.7 2. Encontrar dy dx se y2 + x2 − sen(xy) = 0 3. A pressa˜o P (em quilopascal-Kpa), o volume (em litros) e a temperatura T (em Kelvins) de um mol de um gas esta˜o relacionados por meio da fo´rmula PV = 8, 31T (a) Determine a taxa de variac¸a˜o da pressa˜o quando a temperatura e´ de 300K e esta aumentando com a taxa de variac¸a˜o de 0,1 K�s e o volume e´ de 100 L e esta aumenta´ndo a taxa de 0,2 L�s. (b) No outro caso, a pressa˜o e´ aumentada a` taxa de 0,05 Kpa�s, e a temperatura e´ aumentada a` taxa de 0,15 K�s. Encontrar a taxa de variac¸a˜o do volume quando a pressa˜o e´ 20Kpa e a temperatura e´ 320K. 4. Se z = f(x− y), mostre que ∂z ∂x + ∂z ∂x = 0. 5. Se z = f(x + at) + g(x− at), mostre que ∂2z ∂t2 = a2 ∂2z ∂x2 6. Se u = f(x, y), onde x = escos(t) e y = essen(t), mostre que ( ∂u ∂x )2 + ( ∂u ∂y )2 = e−2s [( ∂u ∂s )2 + ( ∂u ∂t )2] 7. Uma func¸a˜o f e´ dita homogeˆnea de grau nse satisfaz a equac¸a˜o f(tx, ty) = tf(x, y) para todo valor de t, onde n e´ um inteiro positivo e f tem segunda de- rivada parcial continua. (a) Verifique que f(x, y) = x2y + 2xy2 + 5y3 e´ homogeˆnea de grau 3. (b) Provar que se f e´ homogeˆnea de grau n, enta˜o x ∂f ∂x + y ∂f ∂y = nf(x, y) (c) Provar que se f e´ homogeˆnea de grau n, mostre que x2 ∂2f ∂x2 + 2xy ∂2f ∂x∂y + y2 ∂2f ∂y2 = n(n− 1)f(x, y) . 54 . 7 Derivadas Direcionais, Vetor Gradiente e Plano Tangente . • Derivadas Direcionais no Plano. • Interpretac¸a˜o da Derivada Direcional. • Propriedades da Derivada Direcional. • Vetor Gradiente e Reta Tangente a uma Curva de Nı´vel. • Propriedades Alge´bricas do Vetor Gradiente. • Func¸o˜es de Treˆs Varia´veis. • Planos Tangentes e Retas Normais. Derivadas Direcionais no Plano. Denotamos os vetores i = (1, 0) e j = (0, 1). Assim qualquer vetor a = (a1, a2) pode ser escrito como a = a1i + a2j Um vetor u = (u1, u2) de comprimento 1 e´ chamado de vetor unita´rio ou versor, isto e´ √ u21 + u 2 2 = 1 A seguir, daremos a definic¸a˜o de Derivada Direcional. . 7.1 Definic¸a˜o . Derivada Direcional A derivada de f em Po(xo, yo) na direc¸a˜o do vetor unita´rio (versor) u = u1i + u2j e´ o nu´mero( df ds ) u,Po = lim s→0 f(xo + su1, yo + su2)− f(xo, yo) s , desde que o limite exista. . 55 z A derivada direcional e´ denotada tambe´m por (Duf)Po , A derivada de f em Po de u Interpretac¸a˜o da Derivada Direcional Suponha que a func¸a˜o f(x, y) seja definida em uma regia˜o R no plano XY, que Po(xo, yo) seja um ponto em R e que u = u1i + u2j seja um versor. Enta˜o as equac¸o˜es x = xo + su1, y = yo + su2 parametrizam a reta que passa por Po paralelamente a u ( Ver figura .1) DireçãodoAumento des u = u I + u j P ( x , y ) Reta??x=?x??+?su??,??y?= + suy A reta que passa por Po paralelamente a u A equac¸~ao z = f(x, y) representa uma superf´ıcie S no espac¸o. Se zo = f(xo, yo), enta˜o o ponto P = (xo, yo, zo) estara´ em S. O plano vertical que passa por Po(xo, yo) e e´ paralelo a u apresenta intersecc¸a˜o com S em uma curva C ( Figura .2 ). Ent~ao , como observamos gra´ficamente, a Derivada de f em Po(xo, yo) na direc¸~ao u, ( df ds ) u,Po , e´ 56 . A Taxa de Variac¸a˜o de f na direc¸a˜o de u e o Coeficiente Angular da Tangente a curva C em P. Superfície Reta?Tangente Curva Figura .2: A Reta Tangente a curva C . 7.2 Exerc´ıcio. Usando a definic¸a˜o , encontre a derivada de . f(x, y) = x2 + xy em Po(1, 2) na direc¸a˜o do versor u = 1√ 2 i + 1√ 2 j 57 Propriedades da Derivada Direcional . 7.3 Definic¸a˜o . Vetor Gradiente ou Gradiente O vetor gradiente ( gradiente) de f(x, y) no ponto Po(xo, yo) e´ o vetor ∇f = ∂f ∂x i + ∂f ∂y j obtido por meio do ca´lculo das derivadas parciais de f em P0. . 7.4 Notac¸a˜o . A notac¸a˜o ∇f e´ lida tanto como grad f quanto como gradiente de f . O s´ımbolo ∇ isolado e´ lido como nabla. Uma outra notac¸a˜o para o gradiente e´ grad f, lida da maneira como esta´ escrita. Agora vejamos sua relac¸a˜o com as Derivadas Direcionais. . 7.5 Teorema. A Derivada Direcional e´ um Produto Escalar Se f(x, y) for diferencia´vel em Po(xo, yo), enta˜o( df ds ) u,Po = ∇f(P0).u,Ou seja, a derivada direccional e´ o produto escalar do gradiente de f em Po e u. . 7.6 Exerc´ıcios. 1. Demonstrar o Teorema 7.5 2. Encontre a derivada de f(x, y) = xey + cos(xy) no ponto (2, 0) na direc¸a˜o de v = 3i− 4j. 58 . 7.7 Teorema Propriedades da Derivada Direcional Duf = ∇f.u = |∇f |cosθ 1. A func¸a˜o f aumenta mais rapidamente quando cos(θ) = 1 ou quando u e´ o versor de ∇f. Isto e´, a cada ponto P no seu domı´nio, f cresce mais rapidamente na direc¸a˜o e no sentido do vetor gradiente ∇f em P. A derivada nessa direc¸a˜o e´ Duf = |∇f |cos(0) = |∇f |. 2. De maneira similar, f decresce mais rapidamente na direc¸a˜o e no sentido de −∇f. A derivada nessa direc¸a˜o e´ Duf = |∇f |cos(pi) = −|∇f |. 3. Qualquer direc¸a˜o u ortogonal ao gradiente e´ uma direc¸a˜o de variac¸a˜o zero em f porque θ = pi2 e Duf = |∇f |cos(pi 2 ) = 0. . 7.8 Exerc´ıcio. Encontre as direc¸o˜es nas quais f(x, y) = ( x 2 2 ) + ( y2 2 ). a. Cresce mais rapidamente no ponto (1, 1); b. Decresce mais rapidamente no ponto (1, 1); c. Quais sa˜o as direc¸o˜es de variac¸a˜o zero de f em (1, 1). 59 Vetor Gradiente e Reta Tangente a uma Curva de Nı´vel . 7.9 Teorema. Em todo ponto (xo, yo) no domı´nio de f(x, y), o gradiente de f e´ normal ( ou perpendicular ) a` curva de n´ıvel por (xo, yo), isto e´, perpendicular a reta tangente a` curva de n´ıvel que passa pelo ponto (xo, yo) (Ver Figura .3). Reta?Tangente Figura .3: O gradiente de uma func¸a˜o diferencia´vel de duas varia´veis em um ponto e´ sempre normal a´ curva de n´ıvel da func¸a˜o naquele ponto. . 7.10 Exerc´ıcios. 1. Provar o Teorema 7.9 2. Encontre uma equac¸a˜o para a tangente da elipse x2 4 + y2 = 2 no ponto (−2, 1). 60 . 7.11 Teorema Propriedades Alge´bricas do Vetor Gradiente. 1. Multiplicac¸~ao por Constante: ∇(kf) = k∇f para qualquer nu´mero k. 2. Regra da Soma: ∇(f + g) = ∇f +∇g 3. Regra da Diferenc¸a: ∇(f − g) = ∇f −∇g 4. Regra do Produto: ∇(fg) = f∇g + g∇f 5. Regra do Quociente: ∇ ( f g ) = g∇f − f∇g g2 61 . 7.12 Exerc´ıcios a. Provar o Teorema 7.11 b. Sejam as func¸o˜es f(x, y) = x− y g(x, y) = 3y, calcular 1. ∇(2f) 2. ∇(f + g) 3. ∇(f − g) 4. ∇(fg) 5. ∇ ( f g ) c. Estimar quanto o valor de f(x, y) = xey variara´ se o ponto P (x, y) se mover 0, 1 unidades de Po(2, 0) em direc¸a˜o a P1(4, 1). d. Duas equac¸o˜es x = eucos(v) e y = eusen(v) definem u e v como func¸o˜es de y e y, isto e´, u = U(x, y) e v = V (x, y) . Encontrar fo´rmulas expl´ıcitas para U(x, y) e V (x, y), va´lidas para x > 0. Provar que os gradientes ∇U(x, y) e ∇V (x, y) sa˜o perpendiculares no ponto (x,y). e. Se r1 e r2 sa˜o as distaˆncias do ponto (x, y) da elipse aos focos dela, provar que T.∇(r1 + r2) = 0, onde T e´ o vetor unita´rio tangente a` elipse. Concluir um fato geome´trico. 62 Func¸o˜es de Treˆs Varia´veis Neste caso, daremos as seguintes notac¸~oes : i = (1, 0, 0); j = (0, 1, 0)); k = (0, 0, 1) Obtemos fo´rmulas para func¸~ao de tre^s varia´veis adicionando os termos em z a´s fo´rmulas para func¸~ao de duas varia´veis. Para uma func¸~ao diferencia´vel f(x, y, z) e um versor u = u1i + u2j + u3k no espac¸o, temos ∇f = ∂f ∂x i + ∂f ∂y j + ∂f ∂z k e Du = ∇f.u = ∂f ∂x u1 + ∂f ∂y u2 + ∂f ∂z u3 A derivada direcional pode ser escrita novamente na forma Duf = ∇f.u = |∇f ||u|cos(θ) = |∇f |cos(θ), Assim as propriedades relacionadas anteriormente para func¸o˜es de duas varia´veis con- tinuam valendo. Em qualquer ponto dado, f aumenta mais rapidamente na direc¸~ao de ∇f e decresce mais rapidamente na direc¸~ao de −∇f. Em qualquer direc¸~ao ortogonal a ∇f, a derivada e´ zero. . 7.13 Exerc´ıcio. a. Encontre a derivada de f(x, y, z) = x3−xy2−z em Po(1, 1, 0) na direc¸a˜o de v = 2i−3j+6k. b. Em que direc¸o˜es f varia mais rapidamente em Po e quais sa˜o as taxas de varic¸a˜o nessas direc¸o˜es ? . 63 Planos Tangentes e Retas Normais Da mesma maneira para os gradientes de duas varia´veis, em todo ponto Po no domı´nio de f(x, y, z) o gradiente ∇f e´ normal a` superfı´cie de nı´vel em Po. Essa observac¸~ao nos leva a`s definic¸~oes a seguir. . 7.14 Definic¸o˜es Plano Tangente e Reta Normal O Plano Tangente no ponto Po(xo, yo, zo) na superf´ıcie de n´ıvel f(x, y, z) = c e´ o plano que passa por Po e e´ normal a ∇f |Po . A reta normal a` suprf´ıcie em Po e´ a reta que passa por Po e e´ paralela a ∇f |Po . . . 7.15 Exerc´ıcio Encontre o plano tangente e a reta normal a` superf´ıcie f(x, y, z) = x2 + y2 + z − 9 = 0 no ponto Po(1, 2, 4). . z Observamos que a equac¸~ao z = f(x, y) e´ equivalente a f(x, y) − z = 0. A superfı´cie z = f(x, y) e´, portanto, de nı´vel zero da func¸~ao F (x, y, z) = f(x, y)− z. Desta observac¸a˜o temos o seguinte teorema: . 7.16 Teorema Plano Tangente a uma Superf´ıcie z = f(x, y) em (xo, yo, f(xo, yo)) O plano tangente a` superf´ıcie z = f(x, y) no ponto Po(xo, yo, zo) = (xo, yo, f(xo, yo)) e´ fx(xo, yo)(x− xo) + fy(xo, yo)(y − yo)− (z − zo) = 0 . 64 . 7.17 Exerc´ıcios a. Provar o teorema 7.16 b. Encontre o plano tangente a` superf´ıcie z = xcos(y)− yex em (0, 0, 0). c. Se ∇f(x, y, z) e´ sempre paralelo ao vetor (x, y, z), provar que f(0, 0, a) = f(0, 0,−a). d. Seja f(x, y) = √|xy|. 1. Verificar que ∂f ∂x (0, 0) = ∂f ∂y (0, 0) = 0. 2. A Superf´ıcie z = f(x, y) tem plano tangente na origem ? e. Computar o vetor V (x, y, z) normal a` superf´ıcie z = √ x2 + y2 + (x2 + y2) 3 2 em qualquer ponto (x, y, z) 6= (0, 0, 0). Computar o cos(θ), onde θ e´ o aˆngulo do vetor V (x, y, z) e o vetor −→ k = (0, 0, 1). Ale´m disso, calcular lim (x,y,z)→(0,0,0) cos(θ) . 65 . 8 Valores Extremos e Pontos de Sela . • Ma´ximo Local e Mı´nimo Local • Ma´ximos e Mı´nimo Absolutos em Regio˜es Fechadas e Limitadas • Limitac¸o˜es do Teste da Derivada de Primeira Ordem. . Ma´ximo Local e Mı´nimo Local . 8.1 Definic¸o˜es . Ma´ximo Local e Mı´nimo Local Seja f(x, y) definida em uma regia˜o R que conte´m o ponto (a, b). Enta˜o 1. f(a, b) e´ um valor ma´ximo local de f se f(a, b) ≥ f(x, y) para todos os pontos do domı´nio (x, y) em um disco aberto centrado em (a, b). 2. f(a, b) e´ um valor mı´nimo local de f se f(a, b) ≤ f(x, y) para todos os pontos do domı´nio (x, y) em um disco aberto centrado em (a, b). . 8.2 Definic¸o˜es . Ponto Cr´ıtico e Ponto Sela 1. Um ponto interior do domı´nio de uma func¸a˜o f(x, y) onde tanto fx como fy sejam zero ou onde fx ou fy ou ambas na˜o existam e´ um ponto cr´ıtico de f. 2. Uma func¸a˜o diferencia´vel f(x, y) tem um ponto de sela em ponto cr´ıtico (a, b) se em todo disco aberto centrado em (a, b) existem pontos do domı´nio (x, y) onde f(x, y) > f(a, b) e pontos do domı´nio (x, y) onde f(x, y) < f(a, b). O ponto correspondente (a, b, f(a, b)) na superf´ıcie z = f(x, y) e´ chamado de ponto de sela da superf´ıcie 66 . 8.3 Teorema. Teste da Derivada de Primeira Ordem para Valores Ex- tremos Locais Se f(x, y) tiver um valor de ma´ximo ou mı´nimo local em um ponto interior (a, b) do seu domı´nio e se as derivadas parciais de primeira ordem existirem la´, enta˜o fx(a, b) = 0 e fy(a, b) = 0. z O Teorema 8.3 diz que os u´nicos lugares onde uma func¸~ao f(x, y) pode ter um valor extremo s~ao 1. Pontos interiores onde fx = fy = 0; 2. Pontos interiores onde fx ou fy ou ambas n~ao existam; 3. Pontos de fronteira do domı´nio da func¸~ao . . 8.4 Exerc´ıcios. 1. Encontre os valores extremos locais de f(x, y) = x2 + y2. 2. Encontre os valores extremos locais ( se existirem ) de f(x, y) = y2 − x2. . z O fato de que fx = fy = 0 em um ponto interior (a, b) da regi~ao R n~ao garanteque f tenha um valor extremo local la´. Se f e suas derivadas de primeira e segunda ordem forem contı´nuas em R, contudo, podemos aprender mais a partir do teorema a seguir. 67 . 8.5 Teorema. Teste da Derivada de Segunda Ordem para Valores Ex- tremos Locais Suponha que f(x, y) e suas derivadas parciais de primeira e segunda ordem sejam cont´ınuas em um disco centrado em (a, b) e que fx(a, b) = fy(a, b) = 0. Enta˜o i. f tem um ma´ximo local em (a, b) se fxx < 0 e fxxfyy − f2xy > 0 em (a, b). ii. f tem um mı´nimo local em (a, b) se fxx > 0 e fxxfyy − f2xy > 0 em (a, b). iii. f tem um ponto de sela em (a, b) se fxxfyy − f2xy < 0 em (a, b). iv. O Teste e´ inconclusivo em (a, b) se fxxfyy − f2xy = 0 em (a, b). Nesse caso, devemos encontrar uma outra maneira de determinar o comportamento de f em (a, b). . . 8.6 Exerc´ıcios. 1. Encontre os valores extremos locais da func¸a˜o f(x, y) = xy − x2 − y2 − 2x− 2y + 4 2. Encontre os valores extremos locais de f(x, y) = xy. . 68 Ma´ximos e Mı´nimos Absolutos em Regio˜es Fechadas e Limitadas Organizamos a procura por extremos absolutos de uma func¸~ao contı´nua f(x, y) em uma regi~ao fechada e limitada R em tre^s passos. Passo 1: Relacione os pontos interiores de R onde f possa ter ma´ximo e mı´nimo locais e calcule f nesses pontos. Esses sa˜o os pontos nos quais fx = fy = 0 ou onde uma ou ambas as derivadas parciais fx e fy deixam de existir (pontos cr´ıticos de f ). Passo 2: Relacione os pontos da fronteira de R onde f tem ma´ximos e mı´nimos locais e calcule f nesses pontos. Passo 3: Procure na Relac¸~ao pelos valores ma´ximo e mı´nimo de f. Estes sera˜o os valores ma´ximos e mı´nimos absolutos ( ou globais ) de f em R. . . 8.7 Exerc´ıcios. 1. Encontre o ma´ximo e o mı´nimo global de f(x, y) = 2 + 2x + 2y − x2 − y2 na regia˜o triangular no primeiro quadrante limitada pelas retas x = 0, y = 0, y = 9− x. 2. Uma empresa de entrega aceita apenas caixas retangulares cuja soma dos per´ımetros das sec¸o˜es transversas na˜o ultrapassem 108 pol. Encontre as dimenso˜es de uma caixa aceita´vel de maior volume poss´ıvel. . 69 Limitac¸o˜es do Teste da Derivada Primeira. A pesar do Teorema 8.3, insistimos na importaˆncia de lembrar de suas limitac¸o˜es . Ele na˜o se aplica a pontos de fronteira no domı´nio de uma func¸a˜o , onde e´ poss´ıvel que a func¸a˜o tenha valores extremos com derivadas diferentes de zero. Tambe´m na˜o se aplica a pontos onde fx ou fy na˜o existem. . Lembrar: Os valores extremos de f(x, y) podem ocorrer apenas em i. pontos de fronteira do domı´nio de f ; ii. pontos cr´ıticos ( pontos interiores onde fx = fy = 0 ou pontos onde fx ou fy na˜o existem ). 70 . 9 Multiplicadores de Lagrange . Introduc¸a˜o . Nesta sec¸a˜o apresentaremos o me´todo de Lagrange para maximizar ou minimizar uma func¸a˜o gene´rica diferencia´vel f(x, y, z) ( ou f(x, y) ) sujeita a uma restric¸a˜o (ou condic¸a˜o ) da forma g(x, y, z) = k (ou g(x, y) = k ). Em termos geome´tricos, o me´todo maximiza ou minimiza uma func¸a˜o gene´rica f sobre a superficie de n´ıvel dada por g(x, y, z) = k ( ou sobre a curva de n´ıvel dada por g(x, y) = k ). A seguir, explicaremos a base geome´trica do me´todo de Lagrange para func¸o˜es de treˆs varia´veis. Suponha que uma func¸a˜o diferencia´vel f tenha um valor extremo no ponto P (xo, yo, zo) sobre a superf´ıcie de n´ıvel S e seja C a curva com equac¸a˜o vetorial −→r (t) = (x(t), y(t), z(t)) que esta incluida em S e passe pelo ponto P. Se to e´ o valor do paraˆmetro correspondente ao ponto P, enta˜o −→r (to) = (xo, yo, zo). A func¸a˜o composta h(t) = f(x(t), y(t), z(t)) fornece os valores de f sobre C. Como f tem um valor extremo em (xo, yo, zo), segue que h tem um valor extremo em to, e portanto h ′ (to) = 0. Usando a Regra da Cadeia podemos escrever 0 = h ′ (to) = ∇f(xo, yo, zo).−→r ′ (to) Isso mostra que o vetor gradiente ∇f(xo, yo, zo) e´ ortogonal ao vetor tangente −→r ′(to) de toda curva C que passa pelo ponto P (xo, yo, zo). Isto e´, o vetor gradiente ∇f(xo, yo, zo) e´ ortogonal ao plano tangente de S no ponto P. Por outro lado, sabemos que ∇g(xo, yo, zo) e´ ortogonal ao vetor tangente −→r ′(to) de toda curva C que passa pelo ponto P (xo, yo, zo). Isto e´, o vetor gradiente ∇g(xo, yo, zo) e´ ortogonal ao plano tangente de S no ponto P. Isso significa que os vetores ∇g(xo, yo, zo) e ∇f(xo, yo, zo) sa˜o paralelos. Portanto, se ∇g(xo, yo, zo) 6= 0, existe um nu´mero λ tal que ∇f(xo, yo, zo) = λ∇g(xo, yo, zo) (1) 71 . Exerc´ıcios Complementa´rios. 1. Dar exemplos de uma func¸a˜o real de duas varia´veis e de treˆs varia´veis. 2. Dar um exemplos de equac¸o˜es de uma curva no plano e no espac¸o. 3. Explicar o que e´ uma curva de n´ıvel e o que e´ uma superf´ıcie de n´ıvel. 4. Determine o valor ma´ximo da func¸a˜o f(x, y) = x2 + y2 na elipse x 2 4 + y2 9 = 1. 5. Explicar a base geome´trica do me´todo de Lagrange para func¸o˜es reais de duas varia´veis. . O nu´mero λ na equac¸a˜o (1) e´ chamado o multiplicador de Lagrange. O procedimento baseado na equac¸a˜o (1) e´ o seguinte . Me´todo dos Multiplicadores de Lagrange. Para determinar os valores ma´ximo e mı´nimo de f(x, y, z) sujeita a` restric¸a˜o g(x, y, z) = k ( supondo que esses valores extremos existam e ∇g(x, y, z) 6= 0 em toda a restric¸a˜o g(x, y, z) = k ): (a) Determine todos os valores de x, y, z e λ tal que ∇f(x, y, z) = λ∇g(x, y, z)g(x, y, z) = k. (b) Calcule f em todos os pontos (x, y, z) que resultaram do passo (a). O maior desses valores sera´ o valor ma´ximo de f, e o menor sera´ o valor mı´nimo de f. 72 . Lembrete. • Teorema do Valor Extremo para Func¸o˜es de Duas Varia´veis. Se f for cont´ınua em um conjunto fechado e limitado B, enta˜o f atinge um valor ma´ximo absoluto f(x1, y1) e um valor mı´nimo absoluto f(x2, y2) para alguns pontos (x1, y1) e (x2, y2), respetivamente, em B. • Para determinar um ma´ximo ou um mı´nimo absoluto de uma func¸a˜o cont´ınua f em um disco fechado D : 1. Determine os valores de f nos pontos cr´ıticos de f no interior de D. 2. Determine os valores extremos de f na fronteira de D. 3. O maior dos valores dos passos 1 e 2 e´ o valor ma´ximo absoluto; o menor desses valores e´ o valor mı´nimo absoluto. . 9.1 Exerc´ıcios. 1. Uma caixa retangular sem tampa e´ feita de 12m2 de papela˜o . Determine o volume ma´ximo dessa caixa. 2. Determine os valores extremos da func¸a˜o f(x, y) = x2 + 2y2 no circulo x2 + y2 = 1. 3. Determine os valores extremos de f(x, y) = x2 + 2y2 no disco x2 + y2 ≤ 1. 4. Encontre os pontos sobre a superf´ıcie z2 − xy = 4 mais pro´ximos da origem. 73 . Me´todo dos Multiplicadores de Lagrange com duas restric¸o˜es . Para determinar os valores ma´ximo e mı´nimo de f(x, y, z) sujeita a duas restric¸o˜es g(x, y, z) = k e h(x, y, z) = c ( supondo que esses valores extremos existam e os vetores gradientes −→ 0 6= ∇h, −→0 6= ∇g sa˜o na˜o paralelos, em toda a intersec¸a˜o das restric¸o˜es .): (a) Determine todos os valores de x, y, z e λ, µ tal que ∇f(x, y, z) = λ∇g(x, y, z) + µ∇h(x, y, z) g(x, y, z) = k h(x, y, z) = c (b) Calcule f em todos os pontos (x, y, z) que resultaram do passo (a). O maior desses valores sera´ o valor ma´ximo de f, e o menor sera´ o valor mı´nimo de f. 9.2 Exerc´ıcios. 1. Explicar de forma precisa a base geome´trica do me´todo de Lagrange para func¸o˜es de treˆs varia´veis com duas restric¸o˜es . 2. Determine o valor ma´ximo da func¸a˜o f(x, y, z) = x+2y +3z na curva da intersecc¸a˜o do plano x− y + z = 1 com o cilindro x2 + y2 = 1.
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