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INTRODUÇÃO Em geral, usamos o termo mancal para definir duas partes que tem movimento relativo entre elas, sem levar em conta sua forma ou configuração. O termo mancal de rolamento descreve a classe de mancal onde a carga principal é transferida por meio de elementos em contato rolante, em vez de contato de escorregamento. Mancais de rolamento podem resistir a cargas radiais, axiais ou uma combinação de ambas, dependendo de como o elemento é projetado e, para esse tipo de projeto, a carga, velocidade e viscosidade de operação do lubrificante afetam diretamente as características do projeto e devem ser levados em conta. Um lubrificante é qualquer substância que, quando inserida entre superfícies móveis, tem o papel de reduzir a fricção, o desgaste e o aquecimento das peças de máquina que se movem relativamente umas às outras. Os lubrificantes podem ser gasosos, líquidos ou sólidos, os dois últimos têm em comum as propriedades de baixa resistência a cisalhamento e alta resistência à compressão. Os lubrificantes líquidos são os mais comumente usados e os óleos minerais são os líquidos mais comuns, os sólidos são utilizados em situações em que os lubrificantes líquidos não podem ser mantidos nas superfícies ou carecem de alguma propriedade requerida, como resistência a alta temperatura; já os lubrificantes gasosos são utilizados para situações especiais para obter atrito muito baixo e retirar calor da interface. Sabendo disso, se torna visível a ligação direta entre os lubrificantes e projetos que envolvem mancais de rolamento tornando importante o estudo cuidadoso e adequado dessas duas áreas de conhecimento. LUBRIFICANTES E LUBRIFICAÇÃO A lubrificação é uma atividade de extrema importância para o funcionamento de máquinas, é ela que assegura a redução de atrito de partes móveis e , assim, garante o bom funcionamento das máquinas e seus dispositivos por um longo período. Existem cinco formas distintas de lubrificação Lubrificação hidrodinâmica As superfícies de carregamento de carga do mancal encontram-se separadas por um filme relativamente espesso de lubrificante, prevenindo o contato entre os metais. Essa lubrificação não depende da introdução do lubrificante sob pressão mas requer a existência de um suprimento adequado constante. A pressão do filme é criada pela superfície móvel puxando o lubrificante para a zona em forma de cunha, a uma velocidade suficiente alta para criar a pressão necessária para separação das superfícies contra a carga do mancal. Lubrificação hidrostática Lubrifica em fluxo contínuo, para a interface de deslizamento a pressão hidrostática elevadas. Para esse tipo de lubrificação torna-se necessário um reservatório um reservatório para guardar o lubrificante, uma bomba para pressurizá-lo e uma tubulação para distribuí-lo. As superfícies são separadas por um filme de lubrificante que, se mantido limpo, reduz a taxa de desgaste e atrito a praticamente zero. Lubrificação elasto-hidrodinâmica Quando as superfícies de contato não são conformantes, então torna-se mais difícil a formação de um filme completo de lubrificante, também pelo fato que esse tipo de junção tende a expulsar o fluxo em vez de prendê-lo. A baixas velocidades, essas juntas estarão em lubrificação de contorno e podem resultar altas taxas de desgaste com possíveis riscos e marca. A carga cria uma área de contato de deflexões elásticas das superfícies, e essa, pode prover tamanho suficiente de superfície plana para permitir a formação de um filme completo hidrodinâmico com a condição de a velocidade relativa de escorregamento ser suficiente alta para isso, fato esse que é conhecido como lubrificação elasto-hidrodinâmica. Lubrificação de contorno Fatores como área insuficiente de superfície, uma queda na velocidade da superfície móvel, diminuição na quantidade de lubrificante enviado a um mancal, aumento na carga do mancal ou na temperatura do lubrificante, resultando em uma diminuição da viscosidade, podem prevenir a construção de um filme espesso o suficiente para a lubrificação por completo. Se o filme lubrificante não for espesso o suficiente para “preencher” as asperezas nas superfícies, ocorrerá contato de metal com metal na interface caracterizando assim a lubrificação de contorno. Pelo fato de haver contato entre as partes e, consequentemente, desgaste entre elas, esse tipo de lubrificação é menos desejável que as outras. Lubrificante de filme sólido Tipos especiais de lubrificantes que são utilizados em temperaturas elevadas onde os lubrificantes convencionais não possuem a mesma eficácia para esse determinado tipo de aplicação. São exemplos desse tipo de aplicação o grafite ou o dissulfeto de molibdênio. Tipos de lubrificantes utilizados na indústria Existe uma grande variedade de lubrificantes utilizados na indústria, porém todos possuem a mesma função: assegurar que as peças móveis funcionem de forma mais suave com redução de atritos que causam danos aos equipamentos ao longo dos anos de uso. Os lubrificantes industriais variam muito em termos de composição química, alguns contêm fluidos a base de silício, mineral ou alguns óleos derivados do petróleo, enquanto outros podem conter óleos naturais. Alguns contêm alto teor de água, esses são conhecidos como fluidos HWCF, eles apresentam alto nível de resistência ao calor e também acelera o processo de resfriamento. Os lubrificantes líquidos e ou fluidos incluem os óleos e refrigerantes, eles possuem uma grande importância e uma vasta aplicação como, por exemplo, no ramo automotivo, onde algumas partes precisam de resfriamento constante. Existem também os lubrificantes sólidos, como por exemplo, o composto o grafite em flocos hexagonais ou nitreto de boro, esses são normalmente eficazes quando se trate de manter a umidade, bem como reduzir o desgaste geral. Alguns lubrificantes industriais são biodegradáveis, resistentes ao fogo ou inibem a oxidação. Muitos são também inodoros e incolores. A maioria dos fluidos sintéticos oferece excelentes propriedades de arrefecimento e de resistência ao fogo, tornando-os particularmente versátil. Os fluidos sintéticos podem ser utilizados de forma diluída, geralmente com concentrações variando de 3% a 10%. MANCAIS DE ELEMENTOS ROLANTES Mancais de elementos rolantes são aqueles cujo o trabalho se baseia no rolamento dos elementos envolvidos, eles podem ser classificados em dois principais grupos: Mancais de esferas e mancais de rolos. Mancais de esferas Esses tipos de mancais são mais adequados para aplicações com cargas leves, tamanho pequeno e de alta velocidade e podem suportar combinações de cargas radiais e axiais em vários ângulos. Esse tipo de elemento é composto por várias esferas de aço endurecido presas entre duas superfícies, uma superior e inferior para mancais axiais ou exterior e interior para mancais radiais. Um separador é utilizado para realizar o espaçamento adequado entre as esferas. A Figura 1 mostra um exemplo de um mancal de esfera Figura 1: Exemplo de mancal de esferas Mancais de rolos Esses tipos de mancais são mais adequados em aplicações envolvendo sistemas grandes e de cargas pesadas, podendo suportar cargas estáticas e dinâmicas maiores que os mancais de esferas. Outra vantagem sobre os mancais de esferas ocorre pelo fato deles serem mais baratos para cargas e tamanhos maiores. A menos que os rolos sejam afunilados ou abaulados, eles suportam cargas apenas em uma direção. Mancais de rolos cilíndricos retos (Figura 2) são projetados para suportar apenas cargas axiais, eles tempouca quantidade de atrito e flutua axialmente levando vantagem para eixos longos. Os mancais de agulhas (Figura 3) apresentam rolos com pequeno diâmetro e podem ou não ter uma pista interna ou gaiola, a vantagem desse tipo de montagem é sua capacidade de suportar carga maiores pela possibilidade da utilização completa de todos os rolos simultaneamente e a dimensão radial compacta. Uma desvantagem desse tipo de mancal é sua alta taxa de desgaste em relação aos demais. Os mancais de rolos cônicos (Figura 4) são projetados para suportar cargas axiais grandes e axiais. Figura 2: Mancal de rolos cilíndricos Figura 3: Mancal de agulhas Figura 4: mancal de rolos cônicos Falha dos mancais de elementos rolantes Se houver lubrificante em quantidade suficiente, a falha ocorrerá por fadiga superficial; o mancal será considerado em estado crítico (prestes a falhar) quando a pista ou as esferas apresentarem a primeira vala, normalmente ocorrendo primeiramente na pista. O início da falha poderá ser identificado através de um ruído audível e da vibração, que são sinais de início falha por cavitação no mancal. CONSIDERAÇÕES PARA PROJETOS DE MANCAIS Para projetos de mancais não podemos avaliar apenas o elemento em si (ou próprio mancal) existem outras variáveis do sistema que devem ser levadas em conta quando um projetista desempenhar sua função. Os elementos imediatamente adjacentes ( o munhão, extremidade de eixo ou orifício de compartimento) têm influência direta no desempenho, assim como outros elementos, posteriormente removidos como engrenagem que produz carga no mancal, desse modo, um esboço de uma consideração de projeto para um mancal deve incluir: Confiabilidade existente para a carga imposta e para vida esperada. Encosto em eixo e compartimento satisfatórios Acabamento de munhão e de compartimento, diâmetro e tolerância compatível Tipo de lubrificante utilizado Pré-cargas Carga dinâmica básica de classificação 𝐶 A carga dinâmica básica de classificação C é definida como a carga que dará vida de 1 milhão de revoluções a pista interna; ela é geralmente maior que qualquer carga prática a qual submeteríamos o mancal específico, porque sua vida desejada é normalmente muito mais alta que 1 milhão de revoluções. Carga estática básica de classificação 𝐶0 O limite do carregamento estático em um mancal é definido como a carga que irá produzir uma deformação total permanente na pista e no elemento rolante em qualquer ponto de contato de 0,0001 vezes o diâmetro d do elemento rolante. Deformações maiores causarão aumento da vibração e barulho, e podem levar a uma falha por fadiga. As tensões requeridas para causar esse tipo de deformação em mancais de aço são muito elevadas, os fabricantes publicam a carga a carga estática básica de classificação 𝐶0 cada mancal de acordo com a padronização. CONCLUSÃO A conclusão obtida através da realização é baseada na importância dos dois elementos abordados. Primeiramente em relação aos lubrificantes a pesquisa nos leva a perceber que a utilização desse tipo de fluido se torna indispensável para determinadas aplicações, tendo ele papel fundamental e direto no funcionamento e prevenção das partes mecânicas de diversas áreas de aplicação. Os mancais também demostram um elemento presente em uma vasta área de atuação onde, a partir do seu emprego, tornar possível a aplicação e utilização de diversos sistemas, facilitando o funcionamento, principalmente quando falamos em esforços e cargas aplicadas. A relação entre lubrificantes e Mancais de rolamentos também fica clara, já que, é de fundamental importância a lubrificação do Mancal para que ocorra um bom funcionamento, diminuindo o atrito entre as superfícies e os rolamentos e assim tornando possível o funcionamento do mesmo. REFERÊNCIAS NORTON, Robert L.. Projetos de Máquinas: uma abordagem integrada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. SHIGLEY, Joseph E.; MISCHKE, Charles R.; BUDYNAS, Richard G.. Projeto de engenharia mecânica. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
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