Buscar

HISTÓRIA-DO-PIAUÍ III

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRÉ-HISTÓRIA DO PIAUÍ
Todos nós aprendemos que a história do Brasil começa com a chegada das caravelas de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro no dia 22 de Abril de 1500. Porém, aqui já existiam habitantes, e em grande quantidade espalhadas por várias regiões.
Podemos afirmar através de conhecimentos e descobertas que existiu a pré-história no Brasil, essa afirmação se deve às novas descobertas feitas nas últimas décadas em nosso território.
Os primeiros habitantes do Brasil não deixaram nada escrito. Mas deixaram muitos vestígios arqueológicos como cavernas com pinturas rupestres, fósseis de bichos pré-históricos, objetos como ponta de flechas, machados, sepulturas, etc. As marcas da pré-história brasileira estão presentes em todos os cantos do país. E o nome do conjunto desses vestígios encontrados em determinada região recebe o nome de sítio arqueológico e o mais conhecido em nosso país é o da Serra da Capivara no estado do Piauí.
Importantes descobertas feitas em São Raimundo Nonato, estado do Piauí, estão ajudando os estudiosos a reconstruir a história dos primeiros habitantes do Brasil. Eles também deixaram suas marcas nas cavernas em que viviam fazendo desenhos e pinturas. Além das pinturas foram encontrados também utensílios de pedra, ossos e restos de fogueiras.
O Parque nacional da Serra da Capivara foi criado em 1975 e tombado em 1991 pela UNESCO, dos 400 sítios arqueológicos do parque, pelo menos dez já foram encontrados vestígios de presença humana que podem alcançar mais de 40.000 anos.
Mas os vestígios mais antigos da presença humana na América foram encontrados em 1969 em São Raimundo Nonato, precisamente na toca do Boqueirão da Pedra Furada. São restos de fogueiras e instrumentos de pedra lascada, vários esqueletos humanos, uma enorme quantidade de ossos de animais hoje extintos como tigres dentes-de-sabre, mastodontes, etc. e pinturas rupestres.
A partir dessas descobertas, várias expedições foram feitas à área coordenada pela arqueóloga Neide Guidom. Em 300 sítios arqueológicos já conseguiram identificar um total de cerca de 9000 figuras em 200 abrigos.
a descoberta mais fantástica provocou uma verdadeira reviravolta nas antigas teorias sobre o povoamento da América. Trata-se de restos de fogões pré-históricos que datam de aproximadamente 48 mil anos. Também fora do Brasil, sítios arqueológicos descobertos indicam que a ocupação humana do continente americano seria mais antiga do que se calculava. Até bem pouco tempo atrás, as datações com mais de 12.500 anos eram questionadas pela maior parte dos cientistas, especialmente os norte-americanos. 
As pinturas encontradas nas conversas de São Raimundo Nonato provocaram muitas discussões entre os arqueólogos, mas as pesquisas continuam e novos achados, novas pistas contribuirão para nos aproximar mais da verdade sobre o início da ocupação das Américas pelos seres humanos.
O POVOAMENTO DO PIAUÍ
“... Portugal, a princípio, não deu maior importância ao território do Piauí. Entregou-o decididamente à ocupação e exploração dos desbravadores. Não se registraram, então, outras providências oficiais. A área imensa e desconhecida ficaria em completo abandono por parte da coroa. A duvidosa condição da Vila da Mocha, ilustra bem essa atitude da Metrópole”. 
		(Brandão, 1981: p: 37)
A colonização do Piauí, fruto de iniciativa privada, processou-se de maneira espontânea e desordenada por fazendeiros e aventureiros, que não recebiam estímulos e proteção dos poderes públicos, estando as autoridades coloniais voltadas para as fabulosas riquezas do Estado de Minas Gerais.
De um modo geral, a historiografia piauiense registra uma confusa legislação de doação de sesmarias que teria provocado uma polêmica sobre o pioneirismo no desbravamento do Piauí. Eis as figuras históricas responsáveis por essa empreitada:
Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista, comprometido com as chamadas Bandeiras de Contrato, responsáveis pelo extermínio de índios e destruição de quilombos.
Domingos Afonso Mafrense que teria partido da Bahia e chegado ao território piauiense nos anos de 1674 a 1676. Construiu diversos currais de gado e fazendas como a de Cabrobó (Fazenda Nossa Senhora da Vitória do Brejo da Mocha do Sertão).
Francisco D’Ávila, proprietário da Casa da Torre, importante empresa pastoril da Bahia, durante os séculos XVII e XVIII. 
O PROCESSO DE OCUPAÇÃO DO PIAUÍ:
As pesquisas sobre a ocupação do território piauiense registram que, diferente de outros territórios nordestinos, a colonização teria sido feita do interior para o litoral, devido a penetração da pecuária. No entanto, surgiu uma polêmica na historiografia piauiense durante a década de 1990, tendo à frente padre Cláudio Melo. Durante suas pesquisas nos arquivos portugueses, ele concluiu que:
“Nossa civilização começou pelo litoral, ainda no século XVI, que Domingos Jorge Velho realmente se antecipou a Mafrense e que a implantação dos primeiros currais teve sua marcha pela Ibiapaba e não pelos vales do Piauí e Gurguéia”.
A pesquisa desenvolvida por Cláudio Melo, o náufrago Nicolau de Resende esteve presente no Delta do Parnaíba, onde teve contato com os índios Tremembés, no final do século XVI.
CONFLITOS ENTRE COLONIZADORES E INDÍGENAS:
As disputas pela terra em território piauiense tiveram a marca do extermínio e da violência protagonizadas por Domingos Jorge Velho que ficou com as terras do Canindé ao Poti, Domingos Afonso Mafrense e Francisco Dias D’Ávila que ficaram com as terras entre o Gurguéia e o Canindé.
As questões de terras e a guerra contínua com índios provocaram sérios conflitos e desassossegos para os habitantes do Piauí. Pelos anos de 1697 havia no Piauí 129 fazendas de gado, habitadas por 441 pessoas entre brancos, negros, índios, mulatos e mestiços.
Em 1774, através de Carta Régia, a Corte Portuguesa estabelecia que as terras doadas em sesmarias deveriam medir somente 3 léguas, o que, no entanto, não impediu a formação de extensos latifúndios e a penetração de extensos latifúndios. 
 
EXTERMÍNIO DOS ÍNDIOS E PECUÁRIA
O Piauí insere-se nas regiões ou zonas do sertão nordestino onde prosperaram grandes fazendas de gado, a principal atividade da capitania durante muitos anos, ocupando as terras dos índios para a implantação e desenvolvimento da economia pecuarista. 
O processo de ocupação da terra do Piauí se deu de forma “anárquica”, ou seja com ausência total do poder metropolitano. Esta, por sua vez, utilizou-se do sistema sesmaria que na prática se constituiu na distribuição da terra a quem empreendesse a conquista. Dessa forma, os criadores expandiram o espaço pecuarista com a criação de grandes fazendas de gado. Esta distribuição aleatória e injusta de terras no Piauí, resultou em conflitos entre sesmeiros e posseiros. Não havia controle social. Cada um defendia-se de acordo com sua maior ou menor capacidade de resistência. Os litígios eram defendidos pela força das armas. Os fazendeiros,muitas vezes eram considerados como usurpadores de terras, criando um grande embaraço para o governante da província.
O isolamento e a falta de recursos material e humano dificultavam as ações governamentais que davam pouca importância aos conflitos. Domingos Jorge Velho, Domingos Afonso Mafrense, assim como Francisco D’Ávila empreenderam a colonização e o povoamento do Piauí através do extermínio dos índios. Durante os séculos XVII e XVIII, os índios do Piauí foram vítimas das maiores atrocidades cometidas pelo homem branco. 
EVOLUÇÃO POLÍTICA DO PIAUÍ
No Piauí do século XVII até meados do século XVIII o processo de povoamento foi demorado, pois os colonizadores não se interessavam em divulgar as riquezas da terra. De acordo com Camilo Filho, os fazendeiros não manifestavam sensibilidade pela abertura, pelo progresso, pelo desenvolvimento, preferindo manter-se longe, distante por uma conveniência natural ao seu domicílio. Juridicamente o Piauí era governado por outros estados. A partir de 1635 até o ano de 1714, as terras do Piauí pertenciama Pernambuco e Bahia. Em 1715 passou por ato régio à jurisdição do Maranhão o que durou até 1811, quando se tornou capitania independente. Em 1717, em plena guerra com os índios em território piauiense, deu-se a instalação, com a provação do governo do Maranhão, a Vila da Mocha.
Em 1758, D. José I cria, a Capitania de São do Piauí e seu primeiro governador foi o Ajudante de Ordens João Pereira Caldas, que tomou posse em 20 de setembro de 1959.
PRIMEIRAS MEDIDAS:
O primeiro governador da Capitania, João Pereira Caldas, recebeu determinação através de Carta Régia de 29 de Julho de 1759, as seguintes missões:
Estabelecer justiça
Proceder a coleta de dinheiro público (Fazenda)
Desenvolver atividades militares
Doutrinação dos habitantes no evangelho cristão
Na opinião de Odilon Nunes “Os primeiros atos governamentais tinham como objetivo: a definição dos limites territoriais da capitania, o processamento da primeira divisão interna, com a criação e a instalação dos termos e suas respectivas vilas e ainda a montagem da máquina administrativa colonial em terras do Piauí”.
AS PRIMEIRAS VILAS:
O rei de Portugal determinou que fosse instalada na capitania uma cidade-sede, na então Vila da Mocha, e elevada a vila seis das freguesias existentes no Piauí. São elas:
São João da Parnaíba
Parnaguá
Jerumenha
Marvão ( hoje Castelo do Piauí)
Valença
Santo Antônio de Campo Maior
A Vila da Mocha passa a ser Oeiras do Piauí em homenagem ao Ministro do rei D. José Sebastião José de Carvalho, Conde de oeiras, depois Marquês de Pombal. 
ECONOMIA E SOCIEDADE PIAUIENSE:
A princípio o gado piauiense se desenvolvia livremente, ocupando todas as terras piauienses. Era a chamada a chamada pecuária extrativista, ou seja, desordenada , predatória e tecnicamente rudimentar. A finalidade era a venda de charque para outras províncias.Com a expansão dos currais de gado para o sertão piauiense, o comércio se desenvolve para os mercados consumidores da Bahia, Minas Gerais, Pará, Ceará e até mesmo a Guiana Francesa. É importante ressaltar que o mercado interno sofria com a escassez de produtos, faltava alimentos básicos e diante desse quadro econômico a pecuária se tornou uma economia secundária e de subsistência de grande importância. 
Na análise de Tânia Brandão a escolha da pecuária como principal atividade econômica foi determinada segundo as características físicas da região e ao fato de os currais já virem adentrando no sertão. Não podendo esquecer que o aspecto relacionado à mão-de-obra e de um mínimo de investimento financeiro para a criação de gado tenha contribuído nessa escolha. 
A atividade agrícola era cultivada em pequenas propriedades, localizada em brejos e vazantes e se resumia em mandioca, milho e feijão. No século XVIII, Parnaíba, juntamente com Caxias, se tornava um dos centros comerciais mais importantes do meio norte do Brasil. Através do porto de Parnaíba o charque era vendido para outras capitanias, produzido por Domingos Dias da Silva. 
A BATALHA DO JENIPAPO
A Batalha do Jenipapo foi decisiva para adesão do Piauí à independência do Brasil. É notável destacar, também, a importância do movimento emancipacionista de Parnaíba, a 19 de outubro de 1822, liderado por João Cândido de Deus e Silva, coronel Simplício Dias da Silva, capital Domingos Dias da Silva, José Ferreira Meireles, capitão Bernardo de Freitas Caldas e o tenente Joaquim Timóteo de Brito. Importante porque afastou de Oeiras, a 13 de novembro, o comandante das Armas da Província do Piauí, o brigadeiro João José da Cunha Fidié, para combater, a 18 de dezembro, os patriotas parnaibanos. Fidié encontrou Parnaíba então ocupada por tropas fiéis ao governo de Portugal, vindas do Maranhão.
         O grito de independência dos líderes parnaibanos, os acontecimentos históricos decorrentes dele que culminaram com a Batalha do Jenipapo, a 13 de março de 1823, deixaram o comandante português preocupado. no dia 13 de dezembro de 1822, seis patriotas atacam a Casa da Pólvora, em Oeiras, e com chibatas surram os guardas lusitanos.
        Leonardo Castelo Branco, a 22 de janeiro de 1823, em Piracuruca, em frente da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, proclama a adesão do Piauí à independência do Brasil, fiel ao imperador Dom Pedro I, depois de prender a guarnição militar portuguesa deixada ali pelo major João José da Cunha Fidié, quando de sua passagem com destino à Parnaíba.
        Com Fidié ausente de Oeiras, cresce a ansiedade dos piauienses na capital da Província. Fica apreensiva, igualmente, a Junta de Governo leal à Corte de Lisboa, que pede a volta do comandante português. A conspiração dos piauienses, liderada pelo brigadeiro Manoel de Sousa Martins, toma corpo na Vila da Mocha e no dia 24 de janeiro de 1823, lança o brado de aclamação da independência e de saudação ao Imperador do Brasil. Fidié deixa Parnaíba, à frente de sua tropa, engrossada por contingentes e peças de artilharia que receberá do Maranhão. Enfrenta escaramuças de 1.500 piauienses e cearenses em Piracuruca.
          Em Campo Maior os patriotas Francisco Inácio da Costa, José Francisco Miranda Osório, José Marques Freire, Luís de Sousa Fortes Bustamante Sá e Meneses Simplício José da Silva, Luís Rodrigues Chaves, João da Costa Alecrim, José Antônio da Cunha Rebelo Cardoso e Alexandre Nery Pereira Nereu, comandando cerca de 3.000 combatentes, entre vaqueiros, juízes, roceiros, agregados, escravos, negros alforriados, índios, mestiços e peões, preparam a resistência a Fidié. Todos sem experiência militar e sem armas apropriadas, mas, sobretudo, a vontade extrema de defender a liberdade do Piauí e da Pátria.
          Por volta das nove horas da manhã do dia 13 de março de 1823, os patriotas enfrentam as tropas portugueses às margens do rio Jenipapo. O major Fidié venceu o combate, encerrado à duas horas da tarde, mas perdeu boa parte de suas peças de artilharia. Sem condições de combate, Fidié desiste de marchar sobre Oeiras, deixa Campo Maior, passa por Estanhado (União), atravessa o rio Parnaíba, e acampa no Morro das Tabocas, hoje Alecrim, em Caxias, no Maranhão.
O Piauí na Confederação do Equador
Em 1823 D. Pedro I se recusou a aceitar o projeto de constituição que ficou conhecido como “Constituição da Mandioca”, pois a mesma limitava seus poderes. Após dissolver a Assembléia Constituinte nomeou uma Comissão de Estado com a função de redigir outra constituição ao seu modo, de caráter autoritário que garantia amplos poderes através do poder Moderador. Por outro lado, uma onda liberal republicana já influenciava algumas províncias do Nordeste. Pernambuco já se tornara um foco irradiador das novas idéias desde a Revolução Pernambucana de 1917 e, portanto, em julho de 1824 através de um manifesto escrito no Recife por Pais de Andrade eclodiu um movimento separatista e republicano denominado Confederação do Equador.
A historiografia atesta uma tímida participação do Piauí nesse movimento, fato que pode ser explicado da seguinte forma:
A proporção da revolta, inserida somente nas províncias do Nordeste. Além disso, a maior parte da elite de Oeiras estava determinada a não participar da conspiração antimonarquista.
OS FATOS:
Manuel de Sousa Martins assume a Junta de Governo Temporária no Piauí após a recusa de Manuel de Sousa Martins. 
Campo Maior era considerado um dos centros propagadores de idéias liberais e positivistas no Piauí. A elite intelectual dessa vila mostrava-se simpática à idéia do movimento republicano.
Em Parnaíba, João Cândido de Deus e Silva e Simplício Dias da Silva assumiram a liderança do movimento.
Em 25 de agosto de 1824, Parnaíba foi proclamada como República aderindo à Confederação do Equador, tendo à frente: João Cândido de Deus e Silva, Miranda Osório, Leonardo Castelo Branco e Domingos Dias da Silva Henrique.
OEIRAS:
Em 19 de setembro de 1824 a Câmara Geral de Oeiras elege como presidente temporário Manuel de Sousa Martins que envia ofícios para outras vilas conclamando-as à “paz e tranquilidade”e para que não viessem a “se corromper pelos inimigos do Imperador”.
D. Pedro I reagiu com bastante violência ao movimento ordenando a prisão e condenação à morte dos revoltos. O comando ficou a cargo de Francisco de Lima e Silva que juntamente com mercenários ingleses sob o comando de Lord Cochrane iniciaram uma terrível repressão aos confederados.
As províncias não resistiram e pouco a pouco foram controladas. Em Parnaíba, os revoltosos voltaram atrás e a Câmara jura fidelidade à Constituição outorgada por D. Pedro I.
A repressão chega à Parnaíba e Campo Maior e os líderes do movimento republicano no Piauí são presos. Manuel de Sousa Martins interveio em favor dos Confederados.
Consequências:
Manuel de Sousa Martins foi o maior beneficiado com a Confederação do Equador, pois assumiu a presidência da Província do Piauí com a recusa de Simplício Dias. Ao apoiar a monarquia e as forças absolutistas de D. Pedro I, Manuel de Sousa Martins permanecerá com o controle político do Piauí por 20 anos. Seu governo se caracterizou por uma forte centralização e mandonismo que lhe garante o título de Barão da Parnaíba. 
A BALAIADA NO PIAUÍ – PERÍODO REGENCIAL (1835-1840)
Durante o Período regencial, a política brasileira era dominada por dois partidos: conservador e liberal. Essas duas correntes políticas não apresentavam muitas diferenças e praticamente defendiam os mesmos interesses. 
A instabilidade política provocada pela deposição do imperador D. Pedro I, provocou revoltas em algumas províncias. No Pará, negros, índios, mulatos e cafuzos pegaram em armas e derrubaram o presidente da província e chegaram a instalar um governo popular denominado Cabanagem. Na Bahia ocorreu a chamada Revolta dos Malês e a Sabinada, no Rio Grande do Sul, a Farroupilha e no Maranhão e Piauí o movimento denominado Balaiada foi conduzido por setores populares como artesãos, vaqueiros, mestiços e mulatos. 
CAUSAS DA BALAIADA:
A Balaiada foi uma insurreição popular com características políticas e sociais que ocorreu no Maranhão e abrangeu praticamente todo o território piauiense. Claudete Dias constata o envolvimento da população piauiense nas lutas travadas pelos “balaios”, em quase a totalidade de seus municípios como Parnaíba, Piracuruca, Campo Maior, Jerumenha e Parnaguá. Ela afirma que a população de baixa renda, e até mesmo fazendeiros como Lívio Castelo Branco, no Piauí não só prestava apoio à população maranhense como também combatia ao seu lado contra o arbítrio de um governo autoritário que vigorava desde a independência.
A historiografia aponta como fatores que contribuíram para a balaiada:
As péssimas condições de vida da maioria da população, decorrente da estrutura política, social e econômica que se consolidara (família patriarcal, grande propriedade, escravidão).
A Lei dos Prefeitos (1840), uma medida autoritária e excludente das oligarquias liberais. O objetivo dessa lei era diminuir ou dobrar a resistência de lideranças políticas locais. Na verdade, essa medida foi criada com fins de vingança e perseguição política, através da qual, os prefeitos eram nomeados pelos Presidentes das Províncias.
O Recrutamento forçado (1830), que provocou um estado de pânico na população, uma vez que era feito de forma arbitrária, ou seja, recrutava-se apenas a população de menor poder aquisitivo que eram tratados como prisioneiros, sob rigorosa vigilância e torturados com cordões e grilhões de ferro.
Jovens agricultores e vaqueiros inexperientes que não conheciam praticamente nada, além dos limites das fazendas e vilas, eram levados à força, como soldados para formar contingentes para reprimir os movimentos rebeldes que ocorreram durante o período regencial.
O movimento se fortaleceu tanto no Maranhão como no Piauí com os rebeldes, superiores quantitativamente, no ano de 1839, invadindo e tomando a cidade de Caxias no Maranhão.
Manuel de Sousa Martins, o “Barão da Parnaíba”, solicitou ajuda aos ministros do Império e governo central, mas não foi atendido. Em 1840 com a chegada no Maranhão de Luís Alves de lima e Silva o futuro Duque de Caxias, a repressão esmagou o movimento e os balaios foram derrotados em 1841.
A Transferência da Capital de Oeiras para Teresina
D. Pedro II torna-se Imperador com o golpe da maioridade, tem início o Segundo Reinado (1841 a 1889). Houve a preocupação de reestruturar a política e a economia brasileiras. O Piauí é uma das províncias que tentam se integrar à economia nacional e um dos seus projetos é transferir a capital da Província.
Em 1850, José Antônio Saraiva, baiano de 27 anos, assume a presidência do Piauí, e tem como objetivo principal a transferência da Capital. Ele ainda não sabia onde seria a nova Capital, mas pretendia construí-la no litoral ou às margens do rio Parnaíba, com isso acabar com o poder comercial que a cidade de Caxias do Maranhão tinha no Piauí. Parnaíba é uma ótima opção, mas Saraiva prefere a Vila Nova do Poti. E Saraiva justifica:
Bem situada graficamente, facilitará a comunicação com o restante da província e de acordo com estudos feitos sobre a região o local é bastante saudável.
À margem do Rio Parnaíba facilitará o escoamento da produção e sem dúvida, destronará Caxias, líder do comércio na região.
Mais perto de Parnaíba pela navegabilidade do rio, será mais fácil contatar politicamente e comercialmente com a Coroa e outras províncias.
Sendo este o mais agrícola dos municípios, uma política de desenvolvimento agrário bem executado tirará o Piauí do atraso econômico em que se encontra.
“Porque é naquela localidade a única que promete florescer a margem do Parnaíba e habituar-se em menos tempo para possuir a Capital da Província”.
As ideias de Saraiva de mudar a Capital do Piauí chocavam-se com interesses dos coronéis oeirenses. Saraiva convocou as Eleições da Assembleia Provincial para 15 de janeiro de 1852, e cuidou para que fossem eleitos deputados favoráveis ao seu projeto. Em 20 de julho de 1852, foi aprovada a Resolução nº. 315 que autorizava a transferência da Capital para Vila Nova do Poti que passaria a ser chamada Teresina, homenagem à Imperatriz do Brasil, Dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias.

Outros materiais