Organização do Estado Brasileiro

Prévia do material em texto

�Universidade Estácio de Sá		Direito Constitucional II
Direito Constitucional II
	OBS: QUERIDO ALUNO,
ESTE TEXTO É APENAS UM RESUMO DAS DISCUSSÕES EM SALA DE AULA, 
COMO FACILITADOR DO ESTUDO.
NÃO DISPENSA, PORTANTO, O ESTUDO ATENTO DA COLETÂNEA, DO LIVRO E DA JURISPRUDÊNCIA.
 Organização do Estado Brasileiro Política-Administrativa - Federação
Regras de organização
Adoção da federação
O Brasil adota a forma federativa de Estado, isto se verifica no próprio nome que a Constituição Federal de 1988 lhe atribui República Federativa do Brasil.
Federalismo é a forma pela qual os diferentes estados membros se unem formando um só Estado dotado de Soberania, uma só unidade nacional. Os estados-membros, por sua vez, mantém autonomia, para se auto gerenciar e organizar.
A adoção da Federação impõe, ainda, a igualdade jurídica entre os membros que a compõem e integram.
Princípio da indissolubilidade do vínculo federativo
O art 10 da CRFB veda expressamente o direito de separação dos membros da federação brasileira. O federalismo não admite o direito de secessão (separação de um dos membros).
Assim, a Constituição Federal de 1988 estabelece que a federação brasileira é formada pela união indissolúvel de estados (membros), municípios e distrito federal.
Capital Federal
A Constituição determina que a capital federal é Brasília. Esta é uma diferença para as demais constituições brasileiras, que apontavam a capital federal como sendo o distrito federal, embora este sempre fosse situado em uma cidade (Brasília e, antes dela, o Rio de Janeiro).
No entanto, ao apontar os entes que formam a federação o Constituinte manteve a tradição e apontou o distrito federal, o que causa uma diferenciação: Brasília é a capital federal, porém, a circunscrição territorial que integra a federação é o Distrito Federal, este, não pode ser dividido em municípios.
União
É pessoa jurídica de direito público interno. Exerce as atribuições da Soberania do estado Brasileiro.
Não pode, no entanto, ser confundido com o Estado Federal, formado pelo conjunto de União, estados-membros, Distrito Federal e municípios, ou seja, pessoa jurídica de direito internacional.
A União é o ente federativo que pode agir em nome próprio ou em nome de toda a federação.
Estados-membros
São membros da federação brasileira, dotados de autonomia. Não tem direito de retirar-se da federação.
Autonomia estadual
A autonomia dos entes federativos se caracteriza pela tríplice capacidade: auto-organização, autogoverno e autoadministração.
Auto-organização e normatização é o exercício do poder constituinte derivado, quando o estado-membro determina sua organização interna através da elaboração da Constituição estadual. No exercício do poder constituinte derivado o estado deve observar e respeitar os princípios constitucionais sensíveis (previstos no art. 34, VII da CRFB), os princípios federais extensíveis (normas centrais, comuns a União, estados, distrito federal e municípios, por exemplo, arts. 10, I a IV, 20, 30, I a IV, etc, todos da CRFB) e os princípios constitucionais estabelecidos (normas que organizam a federação sendo de observância obrigatória pelos estados-membros em sua organização, por exemplo, arts. 23, 24, 25, 27 pár 30, etc, todos da CRFB).
Autogoverno é caracterizado pela escolha, própria e independente, dos membros do poder legislativo e executivo locais pelo povo do próprio estado-membro.
Autoadministração é o exercício das competências administrativa, legislativa e tributária definidas na Constituição.
Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões.
Podem ser criadas pelos estados-membros através da lei complementar e tem o objetivo de agrupar municípios contíguos para integrar o planejamento, a organização e a execução de funções de interesse comum.
Região metropolitana é o conjunto de municípios em continuidade urbana, ao redor de um município-polo.
Microrregião é o conjunto de municípios contíguos, sem continuidade urbana, que apresentam problemas e características comuns. Não há município-polo, mas um será escolhido como sede.
Aglomeração urbana é o conjunto de municípios em continuidade urbana que mantem uma grande concentração de pessoas, ou seja, uma densidade demográfica elevada.
Municípios
A Constituição de 1988 estabelece o município como entidade integrante da federação brasileira. Para isso, dota o município de autonomia, configurada, como nos estados-membros, na tríplice capacidade, auto-organização e normatização, autogoverno e autoadministração.
Lei orgânica municipal
Diferente dos estados-membros, os municípios são regidos por “Lei orgânica”.
A Lei orgânica municipal deverá observar as normas obrigatórias, como estabelecido na Constituição Federal. 
Prefeito municipal - responsabilidade criminal e política
De acordo com o art 29, X da CRFB, os Prefeitos somente serão julgados no Tribunal de Justiça do respectivo Estado.
Assim, esta é uma competência para os processos penais.
Tal competência desloca os julgamentos dos crimes dolosos contra a vida do Tribunal do Júri para o Tribunal de Justiça.
No entanto, quando a competência for da Justiça Federal, ou seja, crimes praticados contra bens serviços ou interesses da União, suas autarquias ou empresas públicas, não haverá deslocamento para o Tribunal de Justiça. O julgamento terá curso no Tribunal Regional Federal, a justiça federal de segundo grau. Neste sentido veja a súmula 702 do STF.
Vereadores - imunidade material
Os vereadores, membros do poder legislativo local, gozam de imunidade material para expressar suas opiniões e votos com liberdade. A Constituição visa garantir o livre exercício do mandato.
Trata-se de imunidade material, e abrange opiniões, palavras e votos, proferidas no exercício do mandato e na circunscrição do município, englobando a responsabilidade penal, civil, disciplinar e política. Esta é a clausula de irresponsabilidade geral de Direito Constitucional material.
Distrito Federal
A Constituição Federal estabelece o Distrito Federal como ente que integra a federação brasileira. No entanto, trata-se de ente híbrido, que acumula as competências de estados e de municípios, uma vez que não pode ser dividido em municípios.
É dotado de autonomia configurada na tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração.
Territórios
Integram a União, sendo apenas uma descentralização administrativa, art.18 pár 20 / CRFB.
Apesar de atualmente não existirem territórios, a Constituição prevê a possibilidade de criação de novos territórios, art. 18 pár 30.
Formação dos Estados
A divisão interna político-administrativa estabelecida na Constituição Federal não é imutável. O próprio texto constitucional prevê a possibilidade de alterações. As alterações possíveis são a Fusão ou incorporação, a subdivisão e o desmembramento.
Requisitos para a alteração:
- consulta prévia às populações interessadas diretamente, através de plebiscito. A negativa da população no plebiscito impede que o processo legislativo tenha continuidade.
- oitiva das respectivas assembleias legislativas dos Estados interessados. As assembleias desempenham papel meramente opinativo.
- Lei complementar federal específica aprovando a incorporação, subdivisão ou desmembramento. O Congresso Nacional, responsável pelo processo legislativo da lei complementar, não poderá agir sem a aprovação no plebiscito. Se, porém, as populações interessadas aprovarem a alteração, o Congresso será livre para desenvolver o processo legislativo. Não haverá vinculação do Congresso nacional ao resultado plebiscitário.
Fusão (incorporação entre si)
Quando dois ou mais estados se unem e formam um novo estado. Os estados anteriores deixam de existir passando a existir somente o estado novo, formado da união dos anteriores. 
Subdivisão
Ocorre quando um estado se divide formando novos estados. O estado anterior deixa de existir, passando a existir somente os estados formados pela subdivisãototal do estado originário.
Desmembramento
Neste caso, parte do território de um estado se divide, mas o estado originário continua existindo, com o restante do território. A parte (ou as partes) desmembrada pode:
- reunir-se a um outro estado já existente. Neste caso não há formação de um novo estado apenas uma redefinição dos limites territoriais.
- tornar-se independente. Neste caso, há a formação de um novo estado membro.
Formação de municípios
Da mesma forma que os estados os municípios também podem redefinir seus limites, desde que atendidos os seguintes requisitos:
- lei complementar federal estabelecendo, de forma genérica, o período onde a alteração será possível.
- lei ordinária federal prevendo os requisitos genéricos exigíveis com o necessário estudo de viabilidades.
- consulta prévia plebiscitária as populações dos municípios diretamente interessados. 
Ressalte-se que, no caso do plebiscito, toda a população do município deverá ser consultada, e nõ somente a da área que pretende se tornar autônoma.
1.1.19.   Vedações constitucionais de natureza federativa
Visam garantir o equilíbrio interno entre os diferentes entes federativos e também o equilíbrio entre as diferentes parcelas da sociedade civil. Encontram-se no art. 19 da CRFB.
�
�
gloriagodoy26@hotmail.com Professora: Glória Godoy