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PlanoDeAula 276340 aula 3

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DIREITO CONSTITUCIONAL II - CCJ0020
Semana Aula: 3
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: INTERVENÇÃO FEDERAL
Tema
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: INTERVENÇÃO FEDERAL
Palavras-chave
Objetivos
Compreender a medida excepcional ao equilíbrio federativo, intervenção federal;
Identificar em que circunstâncias seria cabível a implementação da intervenção 
federal.
Estrutura de Conteúdo
 
1. Intervenção
1.1. Parte geral
1.2. Intervenção federal
1.3. Quadro geral
1.4. Hipóteses
1.5. Procedimento de intervenção federal
1.6. Intervenção estadual nos municípios
Intervenção Federal 
A doutrina[1] brasileira sobre a intervenção federal a apresenta enfatizando três 
elementos. 
1) Conceituar a intervenção federal como o último remédio ou ratio para se 
manter a integridade nacional e da ordem jurídica constitucional;
2) Narrar um processo de continuidade histórica do instituto desde a primeira 
Constituição republicana de 1891, e a sua elaboração por Ruy Barbosa;
3) Apresentar as espécies de intervenção federal: a espontânea e a 
provocada[2]; 
Curioso é notar que todo este discurso é organizado em perspectiva referencial 
ao texto legal constitucional. Em outras palavras, a doutrina, simplesmente, 
apresenta o texto constitucional, sem trazer qualquer informação que não seja a 
discussão da natureza jurídica do instituto e a reprodução dos artigos da 
Constituição. Assim, a perspectiva política do instituto, como também dos 
exemplos jurisprudências que servem para ilustrá-lo não é apresentada. Como 
não mencionar a natureza política de um instituto que atinge diretamente o 
poder político de um ente federado? Como não contextualizar tais decisões 
histórica e politicamente? É de se estranhar...
Como já foi mencionado no início deste texto a doutrina jurídica brasileira tem 
característica marcadamente prescritiva e, por isso, trabalha no plano ideal do 
"dever-ser". A despeito das experiências autoritárias[3], seja da República Velha, 
seja da Era Vargas ou da ditadura militar pós-1964[4], concebe a intervenção 
federal como um instituto jurídico-constitucional, conhecido como garantee 
clauses pelo direito norte-americano e como execução federal pelo direito 
germânico (AGRA, 2007:297), de exceção ao princípio federativo presente em 
nossa ordem jurídica nacional, desde a Constituição de 1891. Ignora, porém, 
que tais institutos são concebidos em contextos históricos e políticos 
complemente diferentes da sociedade oligárquica, patriarcal e pouco 
democrática na qual nasceu a Constituição brasileira de 1891. 
Segundo a doutrina brasileira, já citada, a intervenção federal nada mais é do 
que o afastamento temporário da autonomia de um ente federal que tem por 
objetivo a preservação da própria federação. Assim sendo, trata-se de 
instrumento de direito constitucional de exceção, pois priva o ente federado de 
sua característica essencial: a autonomia. Por ser forte medida coercitiva, só 
pode ser usada estritamente nas situações determinadas taxativamente pelo 
constituinte originário, nos arts. 34 a 36 da CRFB/88.
Nos casos em que o pedido de intervenção federal se fundamenta em 
descumprimento de ordem judicial, na maior parte das vezes está envolvido 
grave desrespeito aos direitos de cidadania, uma vez que tais ordens judiciais, 
no mais das vezes protegem direitos do cidadão.
Nestes casos a intervenção deixa de ser ato discricionário do Presidente da 
República, pois fica o tribunal prolator da ordem desobedecida obrigado a 
comunicar a desobediência ao Supremo Tribunal Federal, que requisitará a 
intervenção se julgar conveniente. 
A intervenção federal, vale se repetir, trata de exceção no equilíbrio federativo 
da autonomia política dos entes, a partir da ingerência de uma entidade em 
assuntos próprios de outra, quando diante de uma das circunstâncias taxativas 
extremas que atentam ao pacto federativo e a supremacia constitucional.
Segundo AGRA (2007:297) a intervenção federal é 
o remédio típico da forma de Estado federativa, constituindo-se no instrumento 
cabível para a sua manutenção, de utilização necessária todas as vezes que um 
Estado-Membro ou um Município desrespeitar os princípios constitucionais 
federativos ou provocar uma instabilidade na normalidade jurídica. 
Já nas palavras de José Afonso da SILVA (1997:460):
A Intervenção Federal é ato político que consiste na incursão da entidade 
interventora nos negócios da entidade que a suporta. Constitui o "puctum 
dolens" do Estado Federal, onde se entrecruzam as tendências unitaristas e as 
tendências desagregantes.
Humberto Peña de MORAES (2005:229) define que a intervenção federal é:
instituto típico da estrutura do Estado Federal, repousa a intervenção no 
afastamento temporário da atuação autônoma da entidade federativa sobre a 
qual a mesma se projeta.
A doutrina classifica que a intervenção federal pode se operar em duas 
espécies: a intervenção espontânea e a intervenção provocada. A primeira é 
uma discricionariedade, juízo de oportunidade e conveniência, do Presidente da 
República, ou seja, ato exclusivo da vontade do Chefe do Poder Executivo que 
deverá obter posterior aprovação por parte do Congresso Nacional, e que na 
atualidade constitucional, está prevista no art. 34, incs. I, II, III e V da CRFB/88.
A intervenção federal será provocada, hodiernamente, nos casos descritos no 
art. 34, incs. IV, VI e VII por solicitação do Executivo e do Legislativo estaduais, 
e, por requisição, por parte dos órgãos do Judiciário[5].
Em ambas as espécies deve ser expedido um decreto presidencial interventivo 
especificando a abrangência (os Estados-Membros que serão atingidos pela 
medida); a amplitude (os poderes que serão cerceados); e o tempo (prazo de 
duração da medida especificado). Deve o Presidente, segundo os arts. 90, I e 91 
§1º da CRFB/88[6] ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa 
Nacional para decretação. "Havendo a omissão do tempo determinado para a 
sua realização, a falta de indicação de cláusula suspensiva, a intervenção 
deverá ser considerada inconstitucional pelo Poder Judiciário" (AGRA, 
2007:300). 
O decreto deve, ainda, justificar as razões de sua amplitude, abrangência e 
tempo. Após a sua redação pelo Presidente da República o decreto será 
publicado gerando automaticamente os seus efeitos e remetido a apreciação do 
Congresso Nacional.
Quanto à função do Poder Legislativo ao controle do ato interventivo não lhe é 
permitido emendar o direito expedido, mas tão somente rejeitá-lo ou aprová-lo 
integralmente por decreto legislativo.
Não cabe apreciação do Legislativo quando for de acinte aos princípios 
sensíveis e para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial - 
arts. 34, incisos VI e VII. Nesses casos, descabe apreciação por parte do 
Legislativo porque os critérios são essencialmente técnico-jurídicos, ocorrendo o 
controle jurídico do processo interventivo. Ele somente se inicia se houver 
requisição dos órgãos judiciais ou se houver o provimento da representação do 
Procurador-Geral da República.
No caso de descumprimento de lei federal, o pedido partirá do Supremo 
Tribunal Federal; nos casos de descumprimento de ordem ou decisão 
judicial, os pedidos poderão partir do Tribunal Superior Eleitoral, do 
Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal; no caso de 
quebra dos princípios sensíveis, o pedido será encaminhado pelo STF.
Portanto, nos casos de acinte aos princípios sensíveis e para prover a execução 
de lei federal, ordem ou decisão judicial, não há necessidade de apreciação pelo 
Poder Legislativo. Entretanto, se o pedido partir do STF para assegurar o livre 
exercício das funções do PoderJudiciário de quaisquer das unidades judiciárias 
estaduais, segundo o art. 34, inciso IV, terá de haver aprovação por parte do 
Poder Legislativo. (grifos nossos) (AGRA, 2007:299-300).
Três são, então, as conseqüências do ato apreciado pelo Poder Legislativo, 
segundo as palavras de LEWANDOWSKI (1994:132):
a)os parlamentares podem aprová-lo, autorizando a continuidade da intervenção 
até o atingimento de seus fins; b)podem, de outro lado, aprová-lo, suspendendo 
de imediato a medida, situação que gerará efeitos ex nunc; c)podem, por fim, 
rejeitá-lo integralmente, suspendendo a intervenção e declarando ilegais, ex 
tunc, os atos de intervenção.
Nas situações que podem ser caracterizadas ou estabelecidas por questões 
meramente da seara jurídica, tais sejam, a inexecução de lei federal, ordem ou 
decisão judicial (art. 34, IV da CRFB/88), ou o desrespeito aos princípios 
constitucionais sensíveis (34, VII da CRFB/88), ficará dispensada a apreciação 
por parte do Poder Legislativo do decreto presidencial, se for suficiente a 
expulsão da norma jurídica que esteja conturbando a supremacia constitucional.
Finalmente, quando as razões que justificaram a intervenção tiverem cessado, 
as autoridades afastadas dos entes federativos, não havendo impedimento de 
nenhuma ordem, retornarão aos seus cargos.
Quanto a figura do interventor, é interessante observar o trecho de AGRA 
(2007:301):
O alcance da intervenção e das prerrogativas do interventor não pode descurar 
dos princípios constitucionais impostos pelo ordenamento jurídico. Não há, como 
no estado de sítio e no estado de defesa, uma flexibilização dos direitos 
fundamentais ou uma excepcionalidade dos direitos e garantias constitucionais.
O Estado Democrático de Direito é mantido em sua inteireza, ocorrendo apenas 
a limitação da autonomia do ente federativo que sofreu a intervenção. Os limites 
da intervenção são expostos preponderantemente pela Constituição Federal e 
pelo decreto presidencial que a estabelece.
A intervenção federal, diz ainda a doutrina, possui duas características: a 
natureza política e a provisoriedade. Importante ressaltar que a doutrina ao se 
referir a natureza política da intervenção federal a reduz a uma questão de 
discricionariedade, não discutindo, portanto, as implicações e a contextualização 
política do ato.
SILVA NETO (2007:260) explica: 
Quando se defende a natureza política do processo de intervenção, está-se a 
firmar, por outro prisma, o entendimento de que os critérios sobre os quais se 
movimenta a autoridade responsável pela expedição do decreto são 
essencialmente políticos. Utiliza-se, portanto, do juízo da conveniência e 
oportunidade da medida. Conveniência é signo que importa na aferição de juízo 
de valor político acerca da efetiva necessidade no adotar-se a providência. 
Oportunidade, por outro lado, significa examinar o momento político da sua 
execução. A autoridade responsável pelo início da intervenção não usa um ou 
outro, mas os dois. Entrecruzam-se conveniência e oportunidade para tornar o 
mais acertado possível a decisão política atinente à intervenção. Outrossim, o 
§4º do art. 36 salienta que "cessados os motivos da intervenção, as autoridades 
afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal". É a 
característica referente à provisoriedade da intervenção. Medida 
excepcionalíssima que vulnera as autonomias estadual e municipal, o 
procedimento interventivo deve durar rigorosamente o tempo apto ao retorno da 
normalidade institucional da entidade federativa atingida.
É importante ressaltar que a decretação deste instituto jurídico representa um 
momento de crise institucional tão sério, que ela configura um limite 
circunstancial ao Poder Constituinte Derivado de emendar a Constituição (art. 
60, §1º da CRFB/88[7]). 
Esta medida de exceção não estabelece uma hierarquia entre os entes 
federativos. Quando a União intervém nos Estados-Membros, o Congresso 
Nacional referenda, ou não, através de um Decreto Legislativo (art. 49, IV da 
CRFB/88[8]), o decreto de intervenção (art. 84, X da CRFB/88[9]) do Presidente 
da República. Por simetria ocorre o mesmo na intervenção estadual (art. 35 da 
CFRB/88) (AGRA, 2007). 
A Intervenção Federal diferentemente dos institutos do Estado de Defesa (art. 
136 da CRFB/88[10]) e do Estado de Sítio (arts. 137 a 141 da CRFB/88[11]) não 
é uma excepcionalidade ao Estado Democrático de Direito visto que a 
Constituição não prevê para aquele instituto a possibilidade de suspensão de 
direitos ou garantias fundamentais. A intervenção será uma restrição a 
autonomia federativa de um ente (AGRA, 2007).
Ocorre, porém, que nada impede o ordenamento constitucional que sendo 
insuficiente a intervenção, passem a ser decretados os Estados de Defesa e de 
Sítio.
Segundo a doutrina, já citada, as formas de controle da intervenção são de duas 
espécies: política e jurídica. A primeira refere-se aquele realizado pelo Poder 
Legislativo dos atos interventivos postos a sua apreciação. A segunda, efetuada 
pelo Poder Judiciário, ocorre pela verificação do respeito a autonomia federativa 
e dos mandamentos constitucionais.
[1] Como exemplo de doutrinadores podemos citar: BARROSO (1998), 
BONAVIDES (2005), FRANCO (1968), LEWANDOWSKI (1994), MORAES 
(2006), SILVA (2006), AGRA (2007), CRETELLA JR (1998), HORTA (1995), 
LENZA (2006), TAVARES (2007) e ZIMMERMANN (2002).
[2] Em relação à lógica taxonômica que estrutura as categorias da doutrina 
jurídica brasileira, significa dizer que a organização dos institutos jurídicos 
apropria-se dos princípios das ciências biológicas dos séculos XVIII e XIX, que 
se preocupava em conhecer a natureza dos animais e das plantas, 
classificando-os em Reinos, Ordens, Classes, Gêneros e Espécies. Sendo 
assim no discurso dogmático jurídico temos como Reino o Sistema Jurídico 
brasileiro, como Ordem o Direito Constitucional, como Classe a Federação, 
como Gênero a Intervenção Federal e como Espécies a Espontânea e a 
Provocada, o que mais uma vez remonta o pensamento selvagem em seu 
discurso totêmico, segundo Claude Levy Strauss, ao naturalizar o discurso 
mítico LÉVY-STRAUSS (1976:56-97).
[3] De acordo com CAMARGOS E ANJOS (2009:93): "Na história do federalismo 
brasileiro é possível notar que a intervenção, notadamente por ser medida 
excepcional, foi utilizada com muita parcimônia, principalmente no período em 
que vivemos certa normalidade política e democrática. Entretanto, na ditadura 
de Getúlio Vargas, de 1937 a 1945, e durante a ditadura militar, de 1964 a 1984, 
a intervenção foi utilizada com maior freqüência. 
[4] Sobre esta experiência histórica autoritária interessante a passagem de 
AGRA (2007:297): Na história dos textos constitucionais brasileiros, o instituto 
da intervenção sempre respeitou os princípios do Estado Democrático de Direito. 
Contudo, o Ato Institucional 5 (AI-5) extrapolou os limites da intervenção, 
tornando-a um instrumento de coação do regime militar. Pelo AI-5 foi permitido 
ao Presidente da República, alegando interesse nacional, intervir nos Estados-
membros e nos Municípios sem respeitar as barreiras legais firmadas pela 
Constituição.
[5] Retratando a discussão quanto ao papel do Presidente da República na 
intervenção federal informa-nos AGRA (2007:301-302): "Controvertida é a 
questão de saber se o Presidente da República tem obrigatoriedade ou não de 
decretar a intervenção quando houver pedido. Na questão acerca da intervenção 
no governo da Bahia, em 1920, Rui Barbosa afirmava que a intervenção 
dependeria do poder discricionário do Presidente, e Epitácio Pessoa defendia a 
tese de que o pedido vincularia o Chefe do Executivo, cabendo a ele apenasdecretar a intervenção. A tese hoje preponderante é a de que o Presidente pode 
ou não decretar a intervenção diante do caso concreto. O pedido não o 
vinculará, cabendo a ele, pelas circunstâncias específicas do caso, analisar a 
conveniência ou não da decretação. Todavia, quando o objetivo da intervenção 
for o de prover à execução de lei federal, ordem ou decisão judicial e de 
assegurar a observância dos princípios sensíveis, a doutrina predominante se 
posiciona no sentido de que o pedido se torna vinculante, obrigatório, porque os 
motivos são eminentemente de cunho jurídico. Os mesmos parâmetros valem 
para a intervenção nos Municípios, nos mesmos casos pertinentes aos Estados-
membros."
[6] Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: I - 
intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; II - as questões 
relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. § 1º - O Presidente 
da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do 
Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo 
Ministério. § 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da 
República.
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da 
República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do 
Estado democrático, e dele participam como membros natos: I - o Vice-
Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o 
Presidente do Senado Federal; IV - o Ministro da Justiça; V - o Ministro de 
Estado da Defesa; VI - o Ministro das Relações Exteriores; VII - o Ministro do 
Planejamento. VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. 
§ 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional: I - opinar nas hipóteses de 
declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição; II - 
opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da 
intervenção federal; III - propor os critérios e condições de utilização de áreas 
indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, 
especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a 
exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; IV - estudar, propor e 
acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a 
independência nacional e a defesa do Estado democrático. § 2º - A lei regulará a 
organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.
[7] Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um 
terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das 
Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada 
uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º - A Constituição não 
poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa 
ou de estado de sítio.
[8] Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: IV - aprovar o 
estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou 
suspender qualquer uma dessas medidas;
[9] Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: X - decretar e 
executar a intervenção federal;
[10] Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República 
e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou 
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública 
ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou 
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º - O decreto 
que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, 
especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, 
as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos 
direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de 
correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; II - ocupação 
e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade 
pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. § 2º - O tempo 
de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser 
prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram 
a sua decretação. § 3º - Na vigência do estado de defesa: I - a prisão por crime 
contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este 
comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, 
facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II - a 
comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado 
físico e mental do detido no momento de sua autuação; III - a prisão ou detenção 
de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada 
pelo Poder Judiciário; IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. § 4º - 
Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, 
dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao 
Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. § 5º - Se o Congresso 
Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de 
cinco dias. § 6º - O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias 
contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar 
o estado de defesa. § 7º - Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de 
defesa.
[11] Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República 
e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização 
para decretar o estado de sítio nos casos de: I - comoção grave de repercussão 
nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada 
durante o estado de defesa; II - declaração de estado de guerra ou resposta a 
agressão armada estrangeira. Parágrafo único. O Presidente da República, ao 
solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará 
os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por 
maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas 
necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão 
suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o 
executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. § 1º - O estado de 
sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, 
nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser 
decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada 
estrangeira. § 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante 
o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará 
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a 
fim de apreciar o ato. § 3º - O Congresso Nacional permanecerá em 
funcionamento até o término das medidas coercitivas. Art. 139. Na vigência do 
estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser 
tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência 
em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinado a acusados 
ou condenados por crimes comuns; III - restrições relativas à inviolabilidade da 
correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à 
liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV - suspensão 
da liberdade de reunião; V - busca e apreensão em domicílio; VI - intervenção 
nas empresas de serviços públicos; VII - requisição de bens. Parágrafoúnico. 
Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de 
parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela 
respectiva Mesa.
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, 
designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e 
fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado 
de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também 
seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus 
executores ou agentes. Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou 
o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo 
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com 
especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos 
atingidos e indicação das restrições aplicadas.
2.3.1. ADIN Interventiva
A ação direta de inconstitucionalidade interventiva (art. 36, III da CRFB/88[1]) é 
uma modalidade de controle de constitucionalidade concreto e concentrado para 
um conflito federativo, proposta no nível federal pelo chefe do Ministério Público 
Federal, o Procurador Geral da República, quando um dos Estados-membros 
desrespeita lei federal ou um dos princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII 
da CRFB/88[2]). (MENDES, 2008).
Apesar de o texto constitucional falar em "representação", trata-se de verdadeira 
ação. Por isso que hoje se chama ação direta interventiva. 
A ação direta interventiva não desencadeia um processo objetivo, ou seja, a 
análise da constitucionalidade da lei em tese. Mas sim, a jurisdição para 
solucionar um conflito federativo entre a União e os Estados (ou Distrito 
Federal).
A função do Supremo Tribunal Federal não é a de responder uma consulta (ou 
afastar lei em tese), mas de decidir um caso concreto (MENDES, 2008).
É importante observar que a consequência do provimento da representação (ou 
procedência da ação direta interventiva) não é a nulidade do ato contaminado, o 
que se quer é a decretação da intervenção federal no Estado. 
O legitimado para figurar no pólo ativo é a União Federal representada pelo 
Procurador Geral da República. No pólo passivo, o legitimado é o Estado 
menbro ou Distrito Federal.
Hoje, o procedimento da ação interventiva está regulado pela Lei n. 12562/11. 
Este é, portanto, o escopo doutrinário da intervenção federal no Brasil, ou seja, 
instituto jurídico de manutenção da supremacia constitucional diante de 
desequilíbrios federativos e desrespeitos aos princípios fundamentais a 
cidadania. 
Esse é, pois, o panorama do que a doutrina constitucional brasileira, e como tal 
o campo jurídico brasileiro representa acerca do federalismo e da intervenção 
federal.
[1] Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III de provimento, pelo 
Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, 
na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.
[2] Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto 
para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) 
forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da 
pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da 
administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da 
receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e 
serviços públicos de saúde. 
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Aplicação: articulação teoria e prática
Prova: 27º Exame de Ordem - 1ª fase
1 - Analise cada item a seguir e informe se as alternativas são VERDADEIRAS 
OU FALSAS: 
I) A chamada representação interventiva tem por objetivo garantir a observância 
dos princípios constitucionais sensíveis; 
II) A intervenção é medida excepcional que restringe a autonomia conferida pela 
Constituição aos Estados, ao DF e aos Municípios; 
III) O Superior Tribunal de Justiça é o órgão competente para apreciação do 
pedido de intervenção fundado em recusa à execução de lei federal; 
IV) A União pode intervir nos Municípios localizados em Território Federal; 
V) Na hipótese de representação interventiva, a apreciação do Congresso 
Nacional ou da Assembleia Legislativa deve se realizar no prazo de vinte e 
quatro horas.
 
a) V; V; F; F; V 
b) V; V; V; V; F 
c) V; V; F; V; F 
d) F; V, F; V; F 
 
Prova: 22º Exame de Ordem - 1ª fase
2 - Aponte, acerca da intervenção federal, a alternativa VÁLIDA: 
A. incumbe ao Presidente da República decretar a intervenção federal nos 
Estados, no Distrito Federal e nos Municípios localizados em Território 
Federal; 
B. a nomeação do interventor, no processo interventivo federal, será sempre 
obrigatória; 
C. constituindo medida excepcional em relação à autonomia das entidades 
federativas, a decretação da intervenção federal não está sujeita a lapso 
temporal prefixado; 
D. o decreto de intervenção federal será submetido, no prazo de cinco dias, 
a título de.controle político, à apreciação do Senado Federal, que o 
aprovará ou rejeitará. 
Caso Concreto: (Cespe/DPE/ES/2006) 30 - A intervenção, como medida 
excepcional, ocorre apenas nas hipóteses e formas estabelecidas na 
Constituição Federal. Em se tratando de intervenção fundada em recusa a 
execução de lei federal, esta depende de provimento do STJ ou de 
representação do procurador-geral da República. Analise justificadamente a 
assertiva.
Considerações Adicionais

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