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Trabalhadores autônomos:
. Todo aquele que presta um serviço pode ser designado pela expressão genérica de “trabalhador”. Mas apenas o “empregado” é o que presta serviço através de um contrato de trabalho. Num critério rigoroso, trabalhador é gênero; empregado, espécie. Por exemplo, o empreiteiro ou profissional liberal são trabalhadores, mas não são empregados.
. Só é empregado quem trabalha por meio de um contrato de trabalho subordinado ou contrato de emprego. Com base nesta distinção, podemos classificar os trabalhadores em duas categorias: autônomos e subordinados. Autônomos são os que não são sujeitos do contrato de trabalho e prestam seus serviços de forma independente, somente comprometidos com o resultado final da tarefa contratada, mas sem que possam ser cobrado quanto a cumprimento de horário fixo e sem que seja controlada a forma de execução do trabalho; só o resultado (ex: profissional da área de informática contratado para criar software para determinada empresa controlar seu estoque de vendas. O compromisso é somente com a entrega do programa, no prazo combinado). Observação: o fato de se contratar um autônomo para prestar serviço de transporte escolar, por exemplo, não obstante o ajuste prever hora para a execução do serviço, não desnatura o instituto.
. Autônomo é o que detém o poder de direção da própria atividade, ao contrário dos empregados subordinados, que alienam esse poder para terceiros (empregadores) em troca de salários, sem que lhes remanesça responsabilidade pelo risco do negócio (alteridade). Falta, portanto, para que se possa considerar o autônomo um empregado nos moldes celetistas o elemento subordinação.
. Lamentavelmente, hoje em dia, muitos empregadores adotam medidas que acabam por transferir ao empregado o risco do negócio (ex: empresa terceirizada, sem capital de giro, que somente paga os salários mensais dos seus empregados se receber o repasse regular das faturas por parte da empresa tomadora dos serviços).
. Em muitos casos, além da subordinação, falta no autônomo, também, a pessoalidade. É justamente por não se exigir a pessoa física do contratado executando o serviço que se pode contratar pessoa jurídica para a realização de determinado trabalho (serviços de consultoria, contabilidade etc.). Evidencie-se que a contratação de autônomo pode ser pessoal, sem que se descaracterize o instituto. É o que se dá com profissionais de níveis mais sofisticados, como os médicos, advogados e artistas.
. Um exemplo, para diferenciarmos o autônomo do empregado subordinado: médico que presta serviços em um hospital (empregado), e no segundo horário trabalha em seu consultório (autônomo). O autônomo é independente no ajuste e execução, sendo considerado um operário modesto, cuja “empresa” consiste em sua atividade pessoal e seus instrumentos de pequeno/médio valor.
. É o trabalho realizado por conta própria, vinculado a uma clientela, que pode mesmo ser habitual, mas há de ser múltipla e o serviço eventual. Se desaparecer uma de suas características, como a multiplicidade da clientela, pode se tratar de contrato de trabalho. 
. Alguns contratos de trabalho autônomos são previstos no Código Civil (prestação de serviços, que é a antiga locação de serviços, do código anterior, empreitada e contrato de agência e distribuição), e em leis esparsas, como o contrato de representação comercial (Lei n.° 4.886/65), e colaborador jornalístico (DL n.° 972/69 c/c Lei n.° 6.612/78 e Decreto n.° 83.284/79).
. Em geral, no pacto autônomo a responsabilidade pelo risco do negócio é do trabalhador contratado para executar o serviço, embora possa ser afastada pelas partes tal responsabilidade, sem que se descaracterize o vínculo autônomo.
. O autônomo é segurado da Previdência Social. 
. Exemplo de trabalhadores autônomos: taxista, corretor de imóveis, representante comercial etc., desde que não prestem seus serviços continuamente e subordinados a terceira pessoa, que lhes remunere regularmente. 
. Uma particularidade processual: o pequeno empreiteiro (operário ou artífice), pessoa física, que executa só ou no máximo com algum auxiliar o serviço contratado, em valor não elevado, embora lhe seja aplicada a lei civil, por ser autônomo, tem sua lide apreciada pela Justiça do Trabalho (art. 652, a, III, da CLT e art. 114, I e IV, da CF). 
. Trabalhadores avulsos:
. Forma peculiar de prestação de serviços subordinados, onde fica afastada a possibilidade do estabelecimento de uma relação de emprego entre o prestador de serviço e a empresa para o qual o serviço é prestado, tendo em vista as particularidades da contratação (trabalho descontínuo).
. Em se tratando dos trabalhadores portuários, a relação de trabalho é regida pela Lei n.º 8.630/93.
. é um tipo de trabalhador eventual, cuja principal características é a oferta de sua mão-de-obra por meio de entidade intermediária e só no mercado específico em que atua.
. Se comparado com seus congêneres, os eventuais, o avulso tem posicionamento mais favorável da ordem justrabalhista, no que respeita ao rol de direitos que lhes são concedidos, o que se deve a sua forte capacidade de organização e reivindicação, o que permeou toda a estória da categoria.
. Avulso é o que presta serviço sem vínculo empregatício, agrupados em entidade de classe, para várias empresas (tomadores de serviço), que requisitam seus serviços à entidade fornecedora da mão-de-obra (sindicato profissional ou órgão gestor de mão-de-obra).
. Suas principais características são: a) intermediação do sindicato ou órgão gestor na colocação de mão-de-obra; b) pequena duração da prestação dos serviços; e, c) remuneração em forma de rateio.
. Por longas décadas a intermediação de mão-de-obra dos avulsos foi feita por meio de seu sindicato profissional. Com a Lei n.° 8.630/93, o Órgão Gestor de Mão-de-obra – OGMO, passou a ser o intermediador de mão-de-obra, sendo apontado pela lei como órgão de utilidade pública. Esse órgão tem representantes dos operadores portuários, dos prestadores de serviços portuários e dos trabalhadores portuários compondo seu conselho. Essa transposição de poder não foi pacífica, havendo, ainda hoje, por parte dos trabalhadores, resistência quanto a escalação dos trabalhadores ser feita pelo OGMO.
. São considerados avulsos: estivadores (inclusive em carvão e minério); operadores, conferentes e consertadores de carga e descarga; trabalhadores em alvarengas; vigias portuários; amarradores; arrumadores; trabalhadores em capatazia; ensacadores de café, cacau e sal; trabalhadores de bloco etc. 
. Dispõe a Constituição Federal que possuem os mesmos direitos concedidos aos trabalhadores em geral (art. 7º, XXXIV, da CF/88). Por leis esparsas, os avulsos já possuíam assegurados os mesmos direitos que os trabalhadores em geral. Mas como algumas das conquistas eram fruto de negociação coletiva, a Constituição veio garantir, de uma vez por todas, tais direitos. 
. Também existem portuários contratados nos moldes celetistas, como empregados, subordinando-se e sendo remunerados pelo operador portuário que promoveu sua contratação.
. Trabalho eventual:
. Figura de trabalhador de trabalho que mais se aproxima do empregado. Nele se reúnem, em geral, todas as características da relação de emprego, menos a não-eventualidade. É um “subordinado de curta-duração”, embora seja possível trabalho eventual autônomo. 
. Para que o trabalhador desfrute da proteção do Direito do Trabalho é preciso que a prestação do serviço não tenha caráter esporádico (eventual).
. Trabalho eventual é o que é prestado ocasionalmente, e não atribui ao executor à condição jurídica de empregado. Seu trabalho é: a) descontínuo; b) executado em benefício de uma pluralidade de empregadores, eis que não se fixa a uma única fonte de trabalho; c) curta duração do trabalho; d) evento certo, determinado e episódico quanto à dinâmica do empreendimento; e) trabalho não correspondente aos fins normais do empreendimento. 
. É o exigido em via absolutamente transitória e acidental, em casode ser necessário um serviço imposto por exigência momentânea da empresa, como o conserto de uma máquina danificada, ou a manutenção da rede elétrica etc.
. Não estão protegidos pela CLT (mas é segurando obrigatório da Previdência Social).
. A eventualidade necessária para a caracterização do vínculo empregatício não se refere a uma definição meramente temporal. O trabalho pode ser periódico, mas sistemático, fazendo parte das necessidades normais da empresa, como é o caso, por exemplo, de vendedora de ingressos em teatro, que trabalhe somente algumas horas por dia, de quinta a domingo; músicos de um restaurante, que trabalhem no horário destinado ao almoço; professora de escola de línguas, que leciona algumas horas por dia etc. Também não devemos considerar eventual o trabalho contratado para reforçar a produção, por trinta dias, por exemplo, ou para executar determinada tarefa, como garantir a produção vendida antecipadamente em determinado contrato e para a qual o empregador tem prazo certo para a entrega. Nesses casos, a contratação deve ser por tempo determinado, mas igualmente protegida pela CLT (art. 443, da CLT). Por fim, também não deve ser considerado eventual o trabalho executado por tempo razoavelmente superior ao que poderíamos considerar “transitório”.

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