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Laicidade nas escolas, ponto de vista

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Laicidade nas escolas
O ensino religioso
A Constituição brasileira, em seu artigo 210, §1º ,e determinou que: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. Esse artigo aparentemente se encontra em contradição com o artigo 19, I, da mesma Constituição, que consagra o nosso Estado laico ao estabelecer que: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou com seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”.
Não se deve contradizer a constituição, mas o que falar quando ela mesmo se contradiz. Quando crianças, entramos na sala de aula e a professora sempre inicia rezando um pai nosso e uma ave-maria com seus alunos, segundo a constituição a criança não é obrigada a assistir as aulas de ensino religioso, mas elas têm uma necessidade enorme de convívio social e acabam assistindo as aulas. E é claro, elas não estão cientes disso.
As aulas de ensino religioso são importantes sim, mas são planejadas e ministradas de maneira errada na maioria das vezes. O único ensino religioso possível de ser praticado em um Estado laico é o não confessional, em que os professores são contratados por meio de concursos públicos, sem que seja levada em conta suas próprias religiões.
Não se trata, portanto, de uma discussão sobre se deve ou não haver ensino religioso nas escolas públicas brasileiras, pois a Constituição estabelece expressamente que ele existe. A questão é saber se o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras deve ou não ser confessional. 
Por outro lado, o programa da disciplina de ensino religioso deve abordar não só as religiões majoritárias como o catolicismo e o protestantismo, mas também o espiritismo, a umbanda, o candomblé e todas as outras religiões praticadas no Brasil, bem como o ateísmo e o agnosticismo. Aos professores da disciplina deve ser vedado todo e qualquer tipo de proselitismo, cabendo a eles tão somente expor a história e os dogmas dessas religiões sem qualquer juízo de valor de qual seria a melhor ou a pior.

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