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Aula 01- Direito do Consumidor

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Direito do Consumidor 
Aula 01 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21) 2223-1327 1 
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Assuntos tratados: 
 Introdução / Princípios do CDC / Princípio da vulnerabilidade / Princípio da 
hipossuficiência / Princípio da confiança / Princípio da boa-fé / Relação de 
consumo 
 
Bibliografia indicada: 
 Flávio Tartuce, Manual de direito do consumidor, Ed. Método. 
 Sérgio Cavalieri Filho, Programa de direito do consumidor, Ed. Atlas. 
 
1. Introdução 
O direito do consumidor é um reflexo do direito constitucional de proteção 
afirmativa dos consumidores. Assegurou-se a proteção ao consumidor tanto como 
direito fundamental no art. 5º, XXXII, como princípio da ordem econômica nacional no 
art. 170, V. Há ainda o art. 48 do ADCT no qual há o mandamento para que o legislador 
ordinário estabelecesse um Código de Defesa e Proteção do Consumidor, o que 
aconteceu em 1990 através da Lei nº 8.078. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: [...] 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] 
V - defesa do consumidor; 
 
Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da 
Constituição, elaborará código de defesa do consumidor. 
O CDC é uma lei especial, subjetivamente, isto é, no que diz respeito a 
consumidores, em suas relações jurídicas com fornecedores. Assim, diante de um 
conflito com normas internacionais, ele irá prevalecer. Exemplo: a jurisprudência 
brasileira adota o CDC, para reparação integral de danos morais, em caso de extravio 
de bagagem durante transporte aéreo. 
STJ / RESP 552.553 
Direito do Consumidor 
Aula 01 
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CIVIL. TRANSPORTE AÉREO. CARGA. MERCADORIA. EXTRAVIO. TRANSPORTADOR. 
INDENIZAÇÃO INTEGRAL. CDC. APLICAÇÃO. CONVENÇÃO DE VARSÓVIA. 
AFASTAMENTO. 
1 - A jurisprudência pacífica da Segunda Seção é no sentido de que o 
transportador aéreo, seja em viagem nacional ou internacional, responde 
(indenização integral) pelo extravio de bagagens e cargas, ainda que ausente 
acidente aéreo, mediante aplicação do Código de Defesa do Consumidor, desde 
que o evento tenha ocorrido na sua vigência, conforme sucede na espécie. Fica, 
portanto, afastada a incidência da Convenção de Varsóvia e, por via de 
conseqüência, a indenização tarifada. 
2 - Recurso especial conhecido e provido para restabelecer a sentença. 
Em uma segunda situação de antinomias, Flávio Tartuce aponta a prevalência 
da eficácia supralegal do CDC sobre normas brasileiras infralegais. 
O diálogo das fontes apresenta-se ainda como uma forma de resolução de 
antinomias. Por entender que o ordenamento jurídico é um sistema harmônico que 
visa o interesse comum, há a aplicação simultânea, coerente e coordenada das 
diversas fontes legislativas. 
Exemplo: O CDC estabelece o prazo máximo de 5 (cinco) anos para que o nome 
do devedor conste em cadastros negativos de crédito. Contudo, há hipóteses que o CC 
estabelece o prazo prescricional de 3 (três) anos. Nesse caso, a legislação civil poderia 
beneficiar o devedor no que se refere à prescrição, mas o prejudicaria em outros 
temas, como a inversão do ônus da prova, aplicação do princípio da hipossuficiência e 
da confiança. A solução será a aplicação do CDC, mas o prazo é transposto do CC, 
protegendo o sujeito concreto vulnerável, em razão de sua inferioridade inerente a 
própria existência. 
 
2. Princípios do CDC 
Os princípios estão descritos no art. 4° do CDC. Sua importância consiste no 
fato de serem os instrumentos usados para interpretar e guiar todas as outras normas 
do microssistema. 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o 
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, 
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua 
qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de 
consumo, atendidos os seguintes princípios: 
 I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no /mercado de consumo; 
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: 
a) por iniciativa direta; 
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b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; 
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; 
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, 
segurança, durabilidade e desempenho. 
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e 
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de 
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos 
quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com 
base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; 
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus 
direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo; 
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de 
qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos 
alternativos de solução de conflitos de consumo; 
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de 
consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e 
criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que 
possam causar prejuízos aos consumidores; 
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; 
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo. 
 
2.1. Princípio da vulnerabilidade 
O princípio da vulnerabilidade estabelece que o consumidor deve ser 
considerado de antemão como a parte mais fraca dentro de uma relação jurídica de 
consumo. 
 
2.2. Princípio da Hipossuficiência 
Consumidor hipossuficiente é aquele que encontra dificuldade em comprovar a 
ocorrência do dano. Desse modo, é possível afirmar que a vulnerabilidade é fática, 
porém a hipossuficiência é processual. Em outraspalavras, todos os consumidores são 
vulneráveis, mas nem todos são hipossuficientes. 
A hipossuficiência pode ser técnica, econômica, fática ou informacional. 
 A hipossuficiência é técnica quando o consumidor não consegue demonstrar 
tecnicamente a lesão sofrida, exemplo, é difícil provar que air bag de veículo não 
funcionou por falha própria quando acionado. 
Há hipossuficiência econômica quando o consumidor não dispõe de recursos 
para comprovar seu direito. 
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Na hipossuficiência fática, por sua vez, o consumidor não consegue demonstrar 
a dinâmica do evento, exemplo, comprovar juros oferecidos em renegociação 
bancária. 
A hipossuficiência informacional é aquela em que o consumidor não se 
encontra pleno para o ato de contratar, em razão de um ruído proporcionado pela 
falta de informação ou pela informação em excesso. 
 
2.3. Princípio da confiança 
O princípio da confiança assegura direito aos consumidores que depositaram 
previamente uma esperança na credibilidade de determinados fornecedores de 
produtos ou serviços. 
Exemplo: O STJ ao julgar o leading case sobre a garantia de produtos 
comprados no exterior. Consolidou-se o entendimento de que os fornecedores de 
marcas mundiais se favorecem de comodismos, logo devem se valer dos ônus da 
garantia pelos seus produtos. 
STJ / AR 2931 
Em julho de 1991, Plínio Garcia viajou aos Estados Unidos. Quando estava na 
cidade de Miami, no estado da Flórida, resolveu comprar uma máquina filmadora 
da marca Panasonic. Plínio escolheu o modelo PV-41-D, recém-lançado no 
mercado norte-americano. Ao chegar ao Brasil, o aparelho apresentou defeito. Em 
razão disso, Garcia procurou a Panasonic do Brasil para consertá-lo. A empresa, 
por desconhecer o produto, alegou não poder fazer nada para ajudá-lo. Ele 
procurou um outro lugar em que pudesse sanar o defeito. Isso ocasionou o gasto 
de uma enorme quantia em dinheiro. Indignado com o ocorrido, Plínio entrou na 
Justiça contra a Panasonic do Brasil Ltda. A questão começou em São Paulo 
quando Garcia entrou com uma ação de indenização que cobrisse os gastos com o 
conserto do aparelho defeituoso. O caso tramitou na primeira e na segunda 
instância, mas o consumidor não teve sucesso. Por intermédio de recurso especial, 
o caso foi levado ao Superior Tribunal de Justiça. Em sua defesa, Plínio se baseou 
na afirmativa de que "a garantia contra defeitos de fabricação é garantia do 
produto e não do território onde ele tenha sido fabricado ou vendido". Segundo 
ele, se as empresas lucram mundialmente, a garantia deve ser global. Em 
contrapartida, a Panasonic do Brasil se defendeu dizendo que esse caso feria os 
dispositivos do Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/90, parágrafo 3°, 
artigo 12): "O fabricante, o construtor, o produtor ou o importador só não será 
responsabilizado quando provar que não colocou o produto no mercado." A 
discussão anterior na Quarta Turma Na Quarta Turma, a discussão do tema gerou 
polêmica à época do julgamento. O ministro Aldir Passarinho Junior, relator do 
Direito do Consumidor 
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processo, entendeu não ser possível aplicar o Código de Defesa do Consumidor 
brasileiro a um negócio feito no exterior. 
[...] 
O ministro Sálvio de Figueiredo, contudo, divergiu. "Tenho para mim que, por 
estarmos vivendo em uma nova realidade, imposta pela economia globalizada, 
temos também presente um novo quadro jurídico, sendo imprescindível que 
haja uma interpretação afinada com essa realidade", afirmou o ministro à 
época. "Não basta, assim, a proteção calcada em limites internos e em diplomas 
legais tradicionais, quando se sabe que o Código brasileiro de proteção ao 
consumidor é um dos mais avançados textos legais existentes, diversamente do 
que se dá, em regra, com o nosso direito privado positivo tradicional", de que são 
exemplos o Código Comercial, de 1.850, e o Código Civil de 1916, que em muitos 
pontos já não mais se harmonizam com a realidade de nossos dias". Dessa forma 
continuou o ministro, se a economia globalizada não tem fronteiras rígidas e 
estimula e favorece a livre concorrência, é preciso que as leis de proteção ao 
consumidor ganhem maior expressão em sua interpretação, na busca do equilíbrio 
que deve reger as relações jurídicas, dimensionando-se, inclusive, o fator risco, 
inerente à competitividade do comércio e dos negócios mercantis, sobretudo 
quando em escala internacional, em que presentes empresas poderosas, 
multinacionais, com sucursais em vários países, sem falar nas vendas hoje 
efetuadas pelo processo tecnológico da informática e do mercado consumidor que 
representa o nosso País. No entender do ministro, não há como dissociar a 
imagem da Panasonic do Brasil da marca internacional Panasonic. Logo, se aquela 
se beneficia desta e vice-versa, devem uma e outra arcar igualmente com as 
conseqüências de eventuais deficiências dos produtos que anunciam e 
comercializam, não sendo razoável que seja o consumidor, a parte mais frágil 
nessa relação, aquele a suportar as conseqüências negativas da venda feita 
irregularmente, porque defeituoso o objeto", concluiu. O entendimento do 
ministro Cesar Rocha foi o de que a globalização beneficia a Panasonic brasileira 
com a credibilidade do nome, portanto a empresa "tem que oferecer algo em 
contrapartida aos consumidores dessa marca, e o mínimo que disso possa 
decorrer é o de reparar o dano sofrido por quem compra mercadoria defeituosa, 
acreditando no produto". O ministro Ruy Rosado de Aguiar concordou, 
aproveitando para afirmar: "Se a Panasonic está em todos os lugares, ela pode 
prestar serviços em todos os lugares". Ele foi acompanhado pelos ministros Cesar 
Asfor Rocha e Ruy Rosado de Aguiar. Marcela Rosa 
 
2.4. Princípio da boa-fé 
É o dever ser, é a conduta esperada por parte do homem médio. 
Direito do Consumidor 
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A boa-fé se subdivide em boa-fé objetiva e subjetiva. Boa-fé subjetiva é a 
ausência de conhecimento do ilícito. Já a objetiva é a esperada no momento das 
contratações. 
 
3. Relação de consumo 
A relação jurídica se caracteriza pelo sujeito ativo, sujeito passivo e o objeto. Na 
relação de consumo, o sujeito ativo é o consumidor, o passivo, fornecedor e o objeto é 
o produto ou serviço. 
O consumidor pode se apresentar de duas formas: standardou por 
equiparação. 
O consumidor standard está previsto no art. 2º e o por equiparação nos art. 17, 
29 e 2º, parágrafo único, todos do CDC. 
 Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto 
ou serviço como destinatário final. 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que 
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. 
 
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as 
vítimas do evento. 
 
 Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores 
todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas. 
O consumidor standard é toda pessoa física ou jurídica que adquire produto ou 
serviço na qualidade de destinatário final. 
Para se entender a definição de consumidor é preciso primeiro analisar as 
correntes existentes acerca do tema: maximalista ou finalista. 
A corrente maximalista entende que para ser consumidor o sujeito ativo deverá 
ser destinatário fático do bem. A seu turno, para finalista o consumidor é destinatário 
fático e econômico. 
Entende-se por destinatário fático aquele que compra o produto. O 
destinatário econômico é quem não vende, não lucra diretamente com o bem. 
A concepção finalista apresenta novos contornos. É chamada de corrente 
finalista mitigada, aprofundada ou corrente teleológica aquela que admite, em caráter 
excepcional, que somente os destinatários fáticos podem se valer das regras protetivas 
do CDC. Para tanto, deverá restar comprovada a vulnerabilidade daquele perante o 
sujeito passivo da relação de consumo (fornecedor). 
Direito do Consumidor 
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 O STJ entende que determinadas pessoas podem se valer do CDC sendo 
destinatários fáticos. Exemplo: taxista que adquire um automóvel para seu trabalho e 
o este apresenta defeitos. 
O consumidor por equiparação está previsto no art. 17, CDC que afirma que tais 
consumidores são as "vítimas do evento", isto é, são pessoas que sofrem dano em 
razão de uma relação de consumo alheia. Nesse caso há responsabilidade 
extracontratual. 
Exemplo: os moradores vizinhos ao aeroporto de São Paulo que presenciaram o 
acidente envolvendo aeronave. 
STJ / REsp 1281090 / SP 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE AÉREO. PESSOA EM SUPERFÍCIE QUE ALEGA 
ABALO MORAL EM RAZÃO DO CENÁRIO TRÁGICO. QUEDA DE AVIÃO NAS 
CERCANIAS DE SUA RESIDÊNCIA. CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO. ART. 17 DO 
CDC. PRAZO PRESCRICIONAL. CÓDIGO CIVIL DE 1916. INAPLICABILIDADE. 
CONFLITO ENTRE PRAZO PREVISTO NO CÓDIGO BRASILEIRO DE AERONÁUTICA 
(CBA) E NO CDC. PREVALÊNCIA DESTE. PRESCRIÇÃO, TODAVIA, RECONHECIDA. 
1. A Segunda Seção sufragou entendimento no sentido de descaber a aplicação do 
prazo prescricional geral do Código Civil de 1916 (art. 177), em substituição ao 
prazo específico do Código de Defesa do Consumidor, para danos causados por 
fato do serviço ou produto (art.27), ainda que o deste seja mais exíguo que o 
daquele (Resp 489.895/SP, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, SEGUNDA 
SEÇÃO, julgado em 10/3/2010). 
2. As vítimas de acidentes aéreos localizadas em superfície são consumidores 
por equiparação (bystanders), devendo ser a elas estendidas as normas do 
Código de Defesa do Consumidor relativas a danos por fato do serviço (art. 17, 
CDC). 
3. O conflito entre o Código de Defesa do Consumidor e o Código Brasileiro de 
Aeronáutica - que é anterior à CF/88 e, por isso mesmo, não se harmoniza em 
diversos aspectos com a diretriz constitucional protetiva do consumidor -, deve ser 
solucionado com prevalência daquele (CDC), porquanto é a norma que melhor 
materializa as perspectivas do constituinte no seu desígnio de conferir especial 
proteção ao polo hipossuficiente da relação consumerista. Precedente do STF. 
4. Recurso especial provido. 
Serão considerados igualmente consumidores por equiparação os terceiros 
expostos às práticas comerciais, nos termos do art. 29 do CDC.

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