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Capítulo 15 Produção e Controle do Concreto em Obra Fernando A. P. Recena – Cientec/PUCRS Fernanda Macedo Pereira – Cientec/ULBRA •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 1 I t d ã • Concreto feito em obra 15.1 Introdução • Concreto feito em obra • Betoneiras estacionárias – carregamento em volume • Centrais gravimétricas • Dosadoras • Misturadoras • Mistura manual – autoconstrução (periferia)ç (p ) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 2 C ité i d d (NBR 12655 2006)15.2 Critérios de dosagem (NBR 12655:2006) • fcm = fck + (1,65 x Sd)( , ) • Classificação conforme os cuidados na produção (quadro 1):(q ) Quadro 1 - Condições de preparo do concreto •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 3 E lh d t i i15.3 Escolha dos materiais • Cimento Portland • Tipo e classe – características exigidas do concreto • Agregados • em geral a escolha é feita dentre os materiaisem geral a escolha é feita dentre os materiais disponíveis a preços adequados • distribuição granulométricadistribuição granulométrica • dimensão máxima característica • forma do grão• forma do grão • impurezas •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia • de ação química – interferência nas reações de pega e edurecimento 15 3 E lh d t i i15.3 Escolha dos materiais • de ação física – aumentando a demanda de água e/oude ação física aumentando a demanda de água e/ou interferindo nas ligações da pasta • Aumento na demanda do cimento • prejuízo técnico • prejuízo econômicoprejuízo econômico • Água de amassamento• Água de amassamento • Água potável – portaria n° 518 do Ministério da Saúde • Água de córregos e poços – NBR 15900:2009 • Monitoramento constante •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 3 E lh d t i i • Aditivos 15.3 Escolha dos materiais • O efeito nem sempre é proporcional à dosagem • O uso não pode ser indiscriminadop • Podem haver efeitos colaterais (superdosagem) • Eficiência é função do tipo e do consumo de cimento• Eficiência é função do tipo e do consumo de cimento • Observar o prazo de validade, agitar antes de usar • Adições minerais • Observar a procedênciaObservar a procedência • quimicamente ativas (pozolanas) • atividade química desprezível (ação física comportamento •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia atividade química desprezível (ação física, comportamento reológico) 15 4 A t d t i i15.4 Armazenamento dos materiais Condições de armazenamento - integridade • Cimento Portland • Material higroscópico - abrigo da umidadeMaterial higroscópico - abrigo da umidade • Empilhamento controlado - evitar compactação (figura 1) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Figura 1 – Recomendações para o armazenamento do cimento – Fonte: www.canteirodeobra.com 15 4 A t d t i i15.4 Armazenamento dos materiais Condições de armazenamento - integridade • Agregados • Separação: compartimentos estanques para evitar mistura (figura 2) • Proteção – cobertura para evitar contaminações •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Figura 2 – Armazenamento de agregados – Fonte: Votorantim Cimentos/Engemix 15 4 A t d t i i15.4 Armazenamento dos materiais Condições de armazenamento - integridade • Água • Reservatórios fechados - elevado consumoReservatórios fechados - elevado consumo • Tambores - pequeno consumo em betoneiras estacionárias (obra) evitar sujeira (lavagem deestacionárias (obra), evitar sujeira (lavagem de equipamentos) Aditi Adi õ i i• Aditivos e Adições minerais • Pó ou líquido, identificação precisa •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 5 D d t i i15.5 Dosagem de materiais • Dosagem ato de estabelecer as proporções de cada material componente do traçop ç • Dosagem em massa: calibração do equipamento de• Dosagem em massa: calibração do equipamento de medição (balança) • Dosagem em volume: controle sobre o número de• Dosagem em volume: controle sobre o número de caixas, padiolas ou latas •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 5 D d t i i15.5 Dosagem de materiais • Dimensionamento das caixasDimensionamento das caixas • Seção transversal fixa, a incógnita é a altura (figura 3) • Figura 3 – Exemplo de caixa para o proporcionamento de agregados • Cálculo direto: h=volume de material/seção transversal da caixa • O volume da caixa não deverá determinar uma massa deO o u e da ca a ão de e á de e a u a assa de material superior a 50 kg (a altura h deve ser dividida, definindo mais de uma caixa) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 6 Mi t15.6 Mistura Mistura Homogeneidade Desempenho • Ordem de carregamento • Betoneira estacionária sem carregador (figura 4a)g ( g ) • agregado graúdo e a maior parte da água • cimentocimento • agregado miúdo • Betoneira estacionária com carregador (figura 4b): a• Betoneira estacionária com carregador (figura 4b): a maior parte da água deverá ser colocada previamente na betoneira, o cimento deverá ser colocado entre ona betoneira, o cimento deverá ser colocado entre o agregado graúdo e o agregado miúdo • Em betoneiras estacionárias empregar um número •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Em betoneiras estacionárias empregar um número inteiro de sacos de cimento 15 6 Mi t15.6 Mistura •Figura 4 – Betoneira de tambor (a) sem carregador, (b) com carregador de materiais - Fonte: www.menegotti.ind.br •(a) •(b) • em centrais gravimétricas a sequência de pesagem deverá permitir que sobre uma quantidade de água g colocada previamente no balão do caminhão possa ser colocada a brita e em seguida o comento, t d últi l d iúd •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia entrando em último lugar o agregado miúdo 15 7 T t15.7 Transporte • S t l l d d ã• Sempre no menor percurso entre o local de produção e o local de lançamento • NBR 7212 2h30 i• NBR 7212: 2h30min • Evitar • segregação • início de pega • perda de trabalhabilidade •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 7 T t15.7 Transporte • E i t f ã d l ti id d• Equipamentos: função da plasticidade • carrinhos de mão, jericas (figura 5) • dumpers (figura 6) • caminhões betoneira • caminhões caçamba • caçamba associada à grua (figura 7) • esteiras • calhas •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 7 T t15.7 Transporte Figura 5 – Transporte com jerica Fonte: ABCP (2011) Figura 6 – Equipamento motorizado para transporte (dumper) Fonte: www.gammacobra.com.br •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Figura 7 – Transporte de concreto com grua - Fonte: ABCP (2011) 15 8 L t15.8 Lançamento • Velocidade de lançamento deve ser compatível com a velocidade de produção • Evitar concreto em espera e interrupção da concretagem • O concreto deve ser lançado o mais próximo possível de sua posição final • Observar • altura de lançamento: até 2m ou até um pé-direitoç p • evitar choque do concreto com as formas e com a armadura • evitar segregação - uso de direcionadores de fluxo (funil) • O lançamento deverá ser feito sobre formas estáveis, •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia O a ça e o de e á se e o sob e o as es á e s, estanques e limpas 15 8 1 Pl j t d t15.8.1 Planejamento da concretagem • Capacidade de produção Capacidade de lançamento Equipe • Prazo Segurança • Alternativas • equipamento • equipeequipe • Plano alternativo: fornecedor •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: GeraldoC. Isaia 15 8 2 O t t t15.8.2 O concreto e a temperatura • Alteração da temperatura alteração na velocidade de reação (hidratação) • Efeito combinado • Temperatura do ar Evaporação • velocidade do ar • umidade do ar Evaporação Perda de trabalhabilidade Retração e fissuraçãoç ç •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 8 3 R t bilid d d t15.8.3 Rastreabilidade do concreto • O destino do concreto deve ser conhecido • peça concretada • nota fiscal • características do concreto • horário final de emprego •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 8 3 R t bilid d d t15.8.3 Rastreabilidade do concreto • Mapeamento do concreto em planta – registro gráfico (figura 8) Figura 8 – Mapeamento da concretagem - Fonte: ABCP (2011) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 9 Ad t15.9 Adensamento • Otimização Redução do número e tamanho dos defeitos • Aumento da densidade Resistência mecânica e durabilidade • Tipos de adensamento • vibração • compactação • centrifugaçãog ç •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 9 Ad t15.9 Adensamento • Tipos de vibradoresp • Imersão • Superfície• Superfície • Vibrador de forma • Vibradores de imersão • Composto por três partes distintas: a fonte de energiap p p g (pneumática, motor elétrico ou a gasolina), a agulha vibrante (cabeça) e a mangueira (figura 9) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 9 Ad t15.9 Adensamento Figura 9 – Vibrador de imersão elétrico - Fonte: Mattos (1997) • Efeito do vibrador de imersão: decorrente da rotação de umEfeito do vibrador de imersão: decorrente da rotação de um excêntrico localizado no interior da agulha • A frequência do vibrador normalmente apresentada emA frequência do vibrador, normalmente apresentada em rotações por minuto (rpm) ou vibrações por minuto (vpm), é o número de ciclos do excêntrico na unidade de tempop • A amplitude é o deslocamento do vibrador em relação ao ponto de origem (distância que o vibrador atinge em •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia p g ( q g relação ao seu ponto de repouso) 15 9 Ad t15.9 Adensamento • NBR 14931:2004: espessura da camada de concreto aNBR 14931:2004: espessura da camada de concreto a ser adensada com vibradores de imersão deve ser aproximadamente igual a 3/4 do comprimento da agulha, sempre considerando que o vibrador deve penetrar em torno de 10 cm na camada subjacente de concretoconcreto • Cuidados a serem observados • utilizar o vibrador de preferência na posição vertical • vibrar o maior número possível de pontos ao longo da d d t if d t dpeça, promovendo um adensamento uniforme de toda a massa de concreto, com atenção aos cantos e arestas para evitar a formação de vazios •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia p ç 15 9 Ad t15.9 Adensamento • vibrar o maior número possível de pontos ao longo da• vibrar o maior número possível de pontos ao longo da peça, promovendo um adensamento uniforme de toda a massa de concreto, com atenção aos cantos e arestas para evitar a formação de vazios • introduzir e retirar lentamente o vibrador, mantendo-o fligado, para que a cavidade formada pela agulha se feche naturalmente • não deixar o vibrador entrar em contato com a forma a• não deixar o vibrador entrar em contato com a forma, a fim de evitar a formação de bolhas de ar na superfície da peça • não vibrar além do necessário, mudando o vibrador de posição quando a superfície apresentar-se brilhante •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 9 Ad t15.9 Adensamento R ib ã d t• Revibração do concreto • Permite a diminuição de fissuras de sedimentação ou de lá iassentamento plástico • Deve ser realizada antes que o concreto apresente fperda de plasticidade significativa • Por garantir a a eliminação de fissuras poderá ser adotada sempre que possível, tendo seu início condicionado ao aparecimento de uma lâmina de água na superfície da peça (como referência é possível citarna superfície da peça (como referência é possível citar um tempo de 30 minutos para o início da operação) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 10 C15.10 Cura • Evitar a fuga prematura da água empregada na produçãog p g p g p ç do concreto • garantia da continuidade das reações de hidratação dog ç ç cimento • minimização dos efeitos da retração • Tipos de cura • água - molhagem direta ou indireta (figuras 10 e 11)água molhagem direta ou indireta (figuras 10 e 11) • produtos químicos - películas de cura (figura 12) • cobertura do concretocobertura do concreto • Cura ativa – interferência na velocidade de reação (vapor, gelo) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 10 C15.10 Cura •(a) •(b)(a) (b) •(c) Fi 10 C á ( ) lh di t (b) lâ i d á ( ) ã F t •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Figura 10 – Cura com água (a) molhagem direta, (b) lâmina de água e (c) aspersão - Fonte: ABCP (2011) 15 10 C15.10 Cura Figura 11 – Cura com recobrimento com manta - Fonte: ABCP (2011) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Figura 12 – Cura com película química - Fonte: ABCP (2011) 15 11 C t l d lid d15.11 Controle da qualidade • Em nível de produção• Em nível de produção • Em nível de recebimento • Controle das operações de concretagem • dosagem • mistura • transporte • lançamentolançamento • adensamento • cura •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia cura 15 11 C t l d lid d15.11 Controle da qualidade • Controle do recebimento • do concreto fresco: trabalhabilidade (abatimento pelo tronco de cone), verificação das informações constantes da nota fiscal, observação do tempo de transporte • d t d id i tê i â i d id d• do concreto endurecido: resistência mecânica, densidade, módulo de deformação •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 11 C t l d lid d15.11 Controle da qualidade C t l d i tê i NBR 12655 2006• Controle da resistência – NBR 12655:2006 • Lote: quantidade de concreto que se supõe homogênea • Unidade de produto: quantidade de concreto que se admite ser igual, correspondendo sempre a uma betonada, independentemente do volume produzido • n: número de unidades de produto • Tipos de controle • Amostragem parcialg p • Amostragem total • Casos Excepcionais •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Casos cepc o a s 15 11 C t l d lid d15.11 Controle da qualidade • Controle por amostragem parcialp g p • São moldados corpos de prova de uma parcela do total de unidades de produto componentes do lotede unidades de produto componentes do lote • quando 6n<20 •Onde: •fi = resistência do exemplar na idade considerada; •m = n/2, adotando-se apenas a parte inteira; •e f1 f2 f3 ...... fm-1 fm ...... fn Nunca deverá ser tomado por fck,est um valor inferior a “6.f1” f1 = a menor resistência obtida em todos os exemplares = valor obtido do Quadro 2 que depende tanto do número de exemplares •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 6 = valor obtido do Quadro 2, que depende tanto do número de exemplares como da maneira como foi produzido o concreto 15 11 C t l d lid d15.11 Controle da qualidade Quadro 2 - valores de 6 Condição de preparo do concreto (NBR 12655) Número de exemplares constituintes da amostra (NBR 12655) 2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 16 A 0,82 0,86 0,89 0,91 0,92 0,94 0,95 0,97 0,98 1,00 1,02 B ou C 0,75 0,80 0,84 0,87 0,89 0,91 0,93 0,96 0,98 1,00 1,02 Q d ≥20• Quando n≥20 •Onde: •fcm = a resistênciamédia dos n exemplares que compõem a amostra; d i d ã t l 1 lt d •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia •sd = o desvio-padrão amostral para n-1 resultados 15 11 C t l d lid d15.11 Controle da qualidade C t l t t t l• Controle por amostragem total • A totalidade das unidades de produto empregadas em l é dum lote é amostrada • quando n20 • quando n>20q •Onde: •i = 0,05 x n, adotando-se o número inteiro imediatamente superior quando i for fracionário •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 15 11 C t l d lid d15.11 Controle da qualidade C i i• Casos excepcionais • Estrutura poderá ser dividida em pequenos lotes com no á i 10 3 li dmáximo 10 m3, e a amostragem realizada com um número de exemplares entre 2 e 5 •Onde: 6 é obtido do Quadro 2 f1 é a resistência mais baixa daquelas obtidas nos exemplares considerados Como a quantidade de exemplares é pequena, o 6 acaba por funcionar como um coeficiente de minoração •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia
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