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Capítulo 20 EFEITOS DA TEMPERATURA SOBRE O CONCRETO Sergio Botassi dos Santos ConsultorSergio Botassi dos Santos – Consultor Rubens Machado Bittencourt - Furnas N t G l t GNewton Goulart Graça – C. C. Belo Monte •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia I t d ã Os efeitos da temperatura no concreto podem ter sua origem: Introdução p p g - Externa: Condições climáticas como o frio e o calor, aliados à baixa umidade do ar e à ação do vento, são osç , fatores que geram ou potencializam problemas no concreto (variações de volume, etc); - Interna: Calor proveniente da hidratação do aglomerante, quando o concreto ainda encontra-se no estado fresco i õ l é iprovoca variações volumétricas na estrutura. A temperatura, portanto, dependendo da sua origem pode interferir no comportamento do concreto desde o estágio inicial de cura até em idades avançadas, quando ocorre o ilíb i té i bi t •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart equilíbrio térmico com o ambiente. Mecanismos de Transmissão de Calor em E t t d C t • Condução térmica: Estruturas de Concreto ç O calor se propaga, dentro de um corpo sólido de concreto, de regiões de temperatura mais elevada para regiões deg p p g temperatura mais baixa, mesmo que o meio seja anisotrópico, desde que estejam em contato direto. A condução no concreto é relativamente inferior a outros materiais (ex.: ligas metálicas, asfalto) o que confere ao id d d d id d d lmesmo capacidade de reter grande quantidade de calor e dissipá-lo gradativamente em taxas distintas, tanto maiores quanto mais próximas as superfícies de contatoquanto mais próximas as superfícies de contato. Sendo assim, em concreto massa a condução térmica é o mecanismo de transmissão preponderante do problema •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart mecanismo de transmissão preponderante do problema térmico. Mecanismos de Transmissão de Calor em E t t d C t • Convecção térmica: Estruturas de Concreto ç Processo resultante de troca de energia térmica de um fluido em contato com uma superfície sólida a uma temperaturap p distinta, podendo ser representada na forma da lei de Newton de resfriamento. É um dos principais fenômenos de troca de calor que potencializam o problema térmico, principalmente em i b l d á biestruturas mais esbeltas onde a área exposta ao ambiente é significativa em relação ao seu volume e proporciona maiores riscos do problema térmico tais como em radiersmaiores riscos do problema térmico, tais como em radiers, grandes lajes, viga-parede, etc. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart Mecanismos de Transmissão de Calor em E t t d C t • Radiação térmica: Estruturas de Concreto O calor é transmitido de um corpo de maior temperatura para outro de temperatura mais baixa através do espaço, mesmo que exista vácuo entre eles. Esse processo de transferência de calor não é considerado para efeito de análise térmica em concreto massa, pois os valores atribuídos ao processo são desprezíveis em l ã t i d t i ã d lrelação aos outros mecanismos de transmissão de calor. Já em estruturas com grandes superfícies expostas, como em l j d t di ã l d dlajes de concreto, a radiação solar pode ser uma grande fonte provocadora de deformações causadoras de fissuras, como também em estruturas de concreto em contato com •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart como também em estruturas de concreto em contato com fornos e caldeiras na área industrial. Hid t ã d Ci t • A hidratação do cimento é uma grande fonte geradora de l i i id d ó l t d t Há Hidratação do Cimento calor nas primeiras idades pós-lançamento do concreto. Há uma reação exotérmica, que pode liberar energia de até 500J/g de cimento e provocar um aumento de temperatura de500J/g de cimento e provocar um aumento de temperatura de até 50° a 60ºC na estrutura de concreto. • O calor de hidratação tem uma maior influência na questãoO calor de hidratação tem uma maior influência na questão térmica quanto maior for o consumo na dosagem de concreto e o tipo de aglomerante. • A adição de escória de alto forno moída ou pozolanas no cimento (CPIII ou CPIV) resulta em menor calor de hid t ã õ d hid t ã dhidratação, uma vez que as reações de hidratação desses produtos são mais lentas. Já os cimentos CPI, CPII-F e CPV, possuem normalmente maiores teores de alita e celita e •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart possuem normalmente maiores teores de alita e celita e, portanto, resultam em maior calor de hidratação. V i õ d T t Essas variações do ponto de vista geométrico na estrutura t d il õ di õ Variações de Temperatura tendem a provocar oscilações em suas dimensões que se impedidas podem gerar fissuras. • Ação do Frio:• Ação do Frio: Pode provocar grande retração capaz de fissurar o concreto, partindo da superfície para o núcleo (macrofissuras)partindo da superfície para o núcleo (macrofissuras). Estruturas mais esbeltas e/ou com pequena espessura estão mais propensas a esse problema.p p p • Há também o problema do congelamento da água a baixas temperaturas que pode gerar microfissuras. Para tanto, deve-te pe atu as que pode ge a c o ssu as a a ta to, de e se evitar a saturação com água do concreto, tornando-o menos poroso (baixa relação a/c e estrutura com boa cura). •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart Outra forma de prevenção é a utilização moderada de incorporador de ar. V i õ d T tVariações de Temperatura • Ação do Calor: A execução de concretos em tempo quente significa submeter as estruturas a elevações de temperatura acima daquelas que seriam suportáveis, podendo gerar como conseqüência a fissuração do concreto, principalmente na fase de queda de temperatura conforme ilustrado na Figura 1temperatura, conforme ilustrado na Figura 1. T (oC) Tmáx1 T1 T2 Tmáx2 •Figura 1 – Modelo de evolução das temperaturas em concretagens noturnas (em azul) e diurnas (em vermelho), podendo-se observar as diferenças dos TL=T2 TL=T1 podendo se observar as diferenças dos gradientes (DT1>DT2), e das temperaturas máximas (Tmáx), em função das diferentes temperaturas de lançamento (TL). •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart Idade (dia) lançamento (TL). V i õ d T tVariações de Temperatura • Ação do Calor: Os efeitos apontados na Figura 1 não se limitam somente ao concreto massa, muito embora seja o problema mais recorrente. Estruturas com espessura da ordem de grandeza de 1 metro ou mais (referente à menor dimensão) e consumo de aglomerante superior a 400kg/m3 podem acumular calorde aglomerante superior a 400kg/m3 podem acumular calor suficiente para que o problema térmico possa ser também significativo nessas situações.significativo nessas situações. Ex.: Blocos, sapatas e radiers de estruturas sujeitas a grandes carregamentos, pilares e vigas-paredes de grandesgrandes carregamentos, pilares e vigas paredes de grandes estruturas e/ou com elevado consumo de aglomerante, etc. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart V i õ d T tVariações de Temperatura • Ação do Calor: Em muitos casos é necessária a refrigeração do concreto para reduzir o pico de temperaturamáxima, seja antes (pré) ou depois (pós) de lançado o concreto: - Pré-refrigeração: Utiliza-se normalmenteg ç gelo em escama na mistura do concreto fresco, conforme Figura 2. •Figura 2. Detalhe do g gelo em escama. - Pós-refrigeração: Utilização de uma rede d t b i t i d t (Fi 3)de tubos no interior do concreto (Figura 3), com circulação de água até que a temperatura do concreto atinja o seu máximo •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart do concreto atinja o seu máximo. •Figura 3. Sistema de distribuição dos tubos nas fôrmas . M d l d P bl Té iModelagem do Problema Térmico Consiste na resolução numérica da equação de propagação de calor em um meio sólido, deduzida da Lei de Fourier e do princípio da conservação da energia, segundo a equação diferencial apresentada na Equação 1diferencial apresentada na Equação 1. •(Equação 1)tTtTaTh //22 •onde: •T = temperatura do elemento de volume considerado; •Ta = elevação adiabática de temperatura do concreto;a ç p •t = variável tempo; •h2 = (k/.c) difusividade térmica; •k = condutividade térmica;; •c = calor específico; � = massa específica. A E ã 1 d l id l Mét d d El t Fi it l Mét d d •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart A Equação 1 pode ser resolvida pelo Método dos Elementos Finitos ou pelo Método das Diferenças Finitas, conforme detalhes apresentados nos trabalhos de Silva (2002) e Santos (2004). M d l d P bl Té iModelagem do Problema Térmico •Para o cálculo do campo das temperaturas, são consideradas as seguintes condições de contorno: - Temperatura ambiente (oC); - Coeficientes de transmissão superficial de calor através das diferentes superfícies: concreto/forma metálica/água; concreto/ar e concreto/água de cura/ar, todos expressos em kcal/(m².h.ºC); T t t b l id h j t t d t t•- Temperaturas preestabelecidas, caso haja contato da estrutura com outro ambiente ou material de temperatura constante. •• •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart M d l d P bl Té iModelagem do Problema Térmico As propriedades térmicas devem sempre que possível serem avaliadas por meio de ensaios. Entretanto, quando não disponíveis pode-se estimá-las dentro dos intervalos sugeridos por Santos (2004) na Tabela 1sugeridos por Santos (2004) na Tabela 1. Propriedade Térmica Definição Faixa de Variação de •Tabela 1 – Propriedades térmicas intervenientes na análise do campo de temperatura (SANTOS, 2004). Propriedade Térmica Definição Valores Calor Específico Quantidade de calor necessária para levar em uma unidade de temperatura uma unidade de massa 1260 (a) (J/kg.K) Condutividade Térmica Facilidade que o material possui em conduzir calor 3,6 (b) (W/m.K) E l id d d d d t t 6 (b)Difusividade Térmica Expressa a velocidade da mudança de temperatura no interior da massa do material 6 (b) (10-3 m2/h) Incremento Adiabático de Temperatura Acréscimo de temperatura do concreto sob condições adiabáticas (c) Coeficiente de Dilatação Variação adimensional do comprimento de um material para 14 (a)Coeficiente de Dilatação Térmica Variação adimensional do comprimento de um material para uma unidade de temperatura do mesmo 14 ( ) (10-6/°C) Notas: (a)Segundo Furnas(1997). (b)Informações obtidas em Neville (1982) e ACI 224.R (ACI, 1990). •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart (c)Devido à alta variação das propriedades que interferem no incremento adiabático de temperatura, não se podem estabelecer limites em intervalo definido de valores. Recomenda-se consultar os trabalhos do ACI 207- 2R (ACI, 2007) e de Faria (2004). M d l d P bl Té iModelagem do Problema Térmico •Se utilizada o método dos elementos finitos •(a) deve-se criar uma malha, como ilustrado na Figura 4.a, contemplando se possível toda a área de análise e seu entorno •(a) área de análise e seu entorno. •Figura 4 - Malha utilizada nos estudos térmicos pelo modelo bidirecional de propagação de calor e isotemperaturas p p g ç p (GAMBALE et. al., 2002). Chega-se assim ao cálculo da temperatura comChega se, assim, ao cálculo da temperatura com o tempo e isotemperaturas (Figura 4.b). Deve-se analisar a temperatura em vários pontos críticos j it fi ã té i t i iã •(b) sujeitos a fissuração térmica, tais como: região onde ocorre a máxima temperatura, próximo à superfície (em torno de 50cm), próximo à •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart supe c e (e to o de 50c ), p ó o à fundação ou local onde o nível de restrição é muito elevado. R t ã Té iRetração Térmica Não basta a análise das temperaturas para se avaliar a segurança contra a fissuração térmica de uma estrutura. Deve-se também realizar análises das tensões e/ou deformações atuantes nessa estrutura, comparando as tensões de origem térmica com a resistência à traçãocomparando as tensões de origem térmica com a resistência à tração do concreto. •Caso as estruturas de concreto tivessem total liberdade para seCaso as estruturas de concreto tivessem total liberdade para se deformar quando sujeitas a uma variação de temperatura, o concreto não seria submetido a nenhum esforço. No entanto, sempre existem t i õ t / i t à d f õ d trestrições externas e/ou internas às deformações do concreto, resultantes da ligação das estruturas com suas fundações ou com outras estruturas, da ligação do concreto com as armaduras (no caso , g ç ( de concreto armado) e também da própria coesão interna do concreto. Tais restrições provocam o surgimento de esforços no interior da estrutura que podem levá la à fissuração caso sejam superiores à sua •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart estrutura, que podem levá-la à fissuração caso sejam superiores à sua capacidade de resisti-los. • R t ã Té iRetração Térmica São muitas as propriedades relacionadas à retração térmica, quais sejam (Tabela 2): • •Tabela 2 – Principais propriedades do concreto relacionadas com a retração térmica. Propriedades Descrição Observações Térmicas Calor específico, condutividade térmica, difusividade térmicas, coeficiente de deformação térmica, l ã di báti Maiores detalhes das propriedades térmicas podem ser obtidos em Calmon (1995), Furnas (1997) e ACI 207- 2R (2007). elevação adiabática. Mecânicas Resistências à compressão e tração. A resistência à tração pode ser obtida por meio de vários ensaios, para determinar o risco de fissuração térmica. Maiores detalhes podem ser obtidos no capítulo 20capítulo 20. Elásticas Módulo de elasticidade, coeficiente de Poisson, capacidade de deformação. Capacidade de deformação é a capacidade de o concreto resistir a uma deformação linear específica sem que ocorra fissuração. Maiores detalhes podem ser obtidos no capítulo 21. Viscoelásticas Fluência, retração, relaxação. Maiores descrições dessas propriedades podem ser encontradas na NBR 6118 (ABNT, 2007), capítulo 22 e nos trabalhos de Santos (2004) e Botassi et. al. (2007). Físicas Massa específica. ------ •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart Físicas Massa específica. R t ã Té iRetração Térmica • Seguindo o modelo simplificado adotado por Gambale et al. (2003), para o cálculo das tensões de origem térmica, considerando o comportamento viscoelástico linear com envelhecimento do concreto,na idade na idade tj:na idade na idade tj: jijj f .1 •(Equação 2) j vetor (n) de deformações de origem térmica = .T = .(Ti-Tl); •Sendo: matriz (n, n) cujo elemento da linha j e da coluna i > j é a fluência do concreto na idade tj com nascimento na idade zi. De uma maneira mais simplificada, pode-se dizer que a matriz fij é triangular com a parte superior nula, cujas colunas são um ensaio de fluência com nascimento em zi, onde a diagonal representa o início do ensaio da fluência, isto é fi,i.= 1/E(zi). .ijf • Considerando o princípio da superposição das tensões válido, pode-se obter a tensão tn jn •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart em qualquer instante tn pela Equação 3. j1 •(Equação 3) R t ã Té iRetração Térmica Para o cálculo das tensões são consideradas as seguintes condições de contorno: - rigidez das estruturas ou maciços ao redor da estrutura li d t d l ód l d l ti id danalisada, representado pelo módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson do material; condições de restrição e ternas às q ais está s jeita a- condições de restrição externas às quais está sujeita a estrutura; solicitações externas (deformações e/ou tensões)- solicitações externas (deformações e/ou tensões). É importante destacar que esse método de predição das tensões não considera o efeito das deformações/tensões do concreto ao redornão considera o efeito das deformações/tensões do concreto ao redor do ponto analisado. Para casos de simulações de tensões internas à estrutura de concreto por meio do Método dos Elementos Finitos, essa i fl ê i é id d tili d i t ã t l t •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart influência é considerada utilizando a interconexão entre os elementos finitos, como apresentado na dissertação de Botassi (2004). R t ã Té iRetração Térmica A restrição, conforme comentado, pode ter origem interna ou externa, e é ela a responsável pelo acúmulo tensional, uma vez que as deformações impedidas se transformam em esforços. R t i ã I t Restrição Interna: O principal mecanismo de restrição interna se deve ao próprio processo de propagação de p p p p p g ç propagação de calor não homogêneo em estruturas de concreto (Figura 5). A não homogeneidade é mais significativa parahomogeneidade é mais significativa para estruturas massivas. •Figura 5 – Restrição interna decorrente da propagação de calor. Restrição Externa: O próprio formato e a forma de contato com o entorno da estrutura podem gerar restrições suficientes para acumular tensões prejudiciais •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart suficientes para acumular tensões prejudiciais ao concreto (Figura 6). •Figura 6 – Restrição externa. R t ã Té iRetração Térmica Alguns fatores que influenciam a retração térmica: Condições climáticas (vento, radiação solar, etc.); Variações sazonais da temperatura ambiente; Temperaturas de lançamento e de estabilização do concreto; Consumo de material aglomerante (cimento+adições); Água empregada (natural, gelada ou na forma de gelo em escamas); Propriedades do concreto endurecido; Dimensões e forma da estrutura; Tipos e tempo de permanência das formas; Altura e intervalos de lançamento de camadas; •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart Tipo e tempo de cura; etc. Fi ãFissuração A principal manifestação patológica relacionada com a retração térmica é a fissuração do concreto, seja em escala macroscópica (observável a olho nu), conforme apresentado na(observável a olho nu), conforme apresentado na Figura 7, ou microscópica (microfissuras na matriz cimentícia). As fissuras de retração térmica se interceptam segundo ângulos aproximadamente retos, com profundidade que pode g p , p q p ser elevada (100 vezes a profundidade da fissura de retração hidráulica), chegando a seccionar toda a estrutura. Sua propagação é relativamente rápida e, após 28 dias, sua abertura pode chegar a décimos de milímetro, sua profundidade a dezenas de centímetros e o espaçamento entre as fissuras é •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart a dezenas de centímetros e o espaçamento entre as fissuras é da ordem de metros. A áli d J tAnálise de Juntas A junta tem o papel principal de aliviar as tensões internas acumuladas na estrutura decorrentes das deformações impedidas pelas restrições internas e externas, permitindo que haja uma “válvula de escape” para que essas deformaçõeshaja uma válvula de escape para que essas deformações ocorram em uma zona livre de restrição. O espaçamento e espessura das juntas são calculados emO espaçamento e espessura das juntas são calculados em função das propriedades do concreto, o formato da estrutura e condições ambientais propulsoras das deformações.condições ambientais propulsoras das deformações. Uma compilação de vários espaçamentos propostos por diversos autores apontam para valores variando de 30m a 45mdiversos autores apontam para valores variando de 30m a 45m, muito embora o ACI 224.3R (1995) apresenta valores em torno de 60m a 90m dependendo da oscilação térmica. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart p ç A áli d J tAnálise de Juntas Há também as juntas construtivas dimensionadas para reduzir as tensões internas que possam resultar em impedimentos a qualquer tipo de movimentação da estrutura, principalmente em decorrência de retração ou redução da temperaturadecorrência de retração ou redução da temperatura. Conforme especifica a NBR 6118 (ABNT,2007) para t t t i l j t d testruturas em concreto simples as juntas de concretagem devem ser previstas pelo menos a cada 15 m. No caso de ser necessário afastamento maior devem ser considerados nonecessário afastamento maior, devem ser considerados no cálculo os efeitos da retração decorrentes de várias origens (térmica e hidráulica).( ) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart Medidas Preventivas e Corretivas da R t ã Té iRetração Térmica Escolher cimento com baixo calor de hidratação e com finura ç adequada; uso de materiais pozolânicos que objetivem reduzir o calor de hidratação; uso de agregados adequados, que lt d tresultem em dosagens com menor consumo e em concretos com menor módulo de elasticidade; Para grandes estruturas, escolher concretos mais adequados, como o CCR em substituição ao concreto massa convencional; Uso de aditivos redutores de água deve ser considerado também para reduzir o consumo de cimento;também para reduzir o consumo de cimento; •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart Medidas Preventivas e Corretivas da R t ã Té iRetração Térmica Realização de estudos de dosagens bem fundamentados e de Realização de estudos de dosagens bem fundamentados e de caracterização das propriedades dos concretos a serem aplicados, de modo que possam subsidiar análises térmicas das p , q p estruturas, ações que indicarão a necessidade de medidas preventivas adicionais como a pré-refrigeração ou a pós- refrigeração do concreto; Zoneamento do concreto massa nas estruturas, de modo que se priorize o uso de concretos com menores consumos de cimento, seja pela adoção de idades de controlemais avançadas como 90 dias 180 dias e até um ano compatíveis com as idadescomo 90 dias, 180 dias e até um ano, compatíveis com as idades de carregamento das estruturas, seja com relação à real solicitação para aquela determinada região; •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart solicitação para aquela determinada região; Medidas Preventivas e Corretivas da R t ã Té iRetração Térmica Estudar alturas de camadas de concretagem máximas g possíveis de serem lançadas, principalmente aquelas próximas à fundação, onde é maior a restrição, assim como os intervalos e t t d l t d d t h i i i dtemperaturas de lançamento, de modo que se tenha minimizada a elevação da temperatura no interior do concreto; Lançamento do concreto no período noturno ou em épocas mais favoráveis, em que não só a temperatura ambiente, mas bé d i i é i b itambém a temperatura dos materiais é mais baixa; Estudo de juntas de contração ou de dilatação adequadas para j ç ç q p as estruturas de concreto de modo que estas possam absorver as deformações de origem térmica; etc. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia•Autores: Sergio Botassi, Rubens Bittencourt, Newton Goulart
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