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Capítulo 32 Análise de Estruturas de Concreto com Problemas de Resistência e Fissuração Luiz Carlos Pinto da Silva FilhoLuiz Carlos Pinto da Silva Filho. UFRGS P l H l PhD E h iPaulo Helene. PhD Engenharia •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 32.1 Introdução e Importância do Tema • Discutir a questão da avaliação de estruturas de concretoq ç com problemas de resistência e perda de integridade por fissuração; • São processos patológicos importantes que necessitam ser adequadamente diagnosticados e tratados, pois podem f t ti t d bilid dafetar negativamente a segurança, durabilidade, funcionalidade e desempenho das estruturas de concreto. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 32.2 Conceitos Básicos Sobre a Resistência à C ã d C t • Num processo de projeto típico de uma estrutura civil, a Compressão do Concreto p p j p , resistência à compressão é usada como base pelo projetista para estimar, através de equações de correlações d fi id t â t ddefinidas nas normas, outros parâmetros de dimensionamento fundamentais, tais como a resistência à tração a resistência ao cisalhamento e o módulo detração, a resistência ao cisalhamento e o módulo de elasticidade. • A questão é que a resistência do concreto vai certamente• A questão é que a resistência do concreto vai certamente variar ao longo de uma estrutura de grandes dimensões, construída durante um período de tempo de vários meses,p p , utilizando diferentes betonadas ou caminhões de concreto, que ficam sujeitas a condições ambientais e carregamentos di ti t •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia distintos. 32.2 Conceitos Básicos Sobre a Resistência à C ã d C t • O boletim 214R-02 do ACI, que discute a avaliação de Compressão do Concreto , q ç resultados de ensaios de resistência do concreto, aponta uma série de fatores que podem causar variações na i tê i d tresistência do concreto: • Variações na relação água/materiais cimentícios; • Variações na demanda de água; • Variações nas características e proporções dos materiaisç p p ç constituintes; • Variações nas condições de mistura, transporte,ç ç , p , lançamento e adensamento; • Variações nas condições ambientais durante o processo de •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia ç ç p cura. 32.2 A visão estatística da resistência à ã • fib (CEB-FIP) Draft Model Code 2010 descreve cinco compressão ( ) formas de verificação dos estados limites de serviço (ELS/SLS) e últimos (ELU/ULS); • As duas principais formas de introduzir a segurança e a vida útil no projeto estrutural, são: o uso de um método probabilístico completo, baseado nos conceitos de confiabilidade e usando o coeficiente de fi bilid d d f lí iconfiabilidade de forma explícita; o uso do método dos coeficientes parciais de segurança (d i d é d i b bilí ) d d l(denominado método semiprobabilísta), adotado pela ABNT NBR 6118:2007. N é d i b bilí i i d d •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia • No método semiprobabilístico, a introdução da segurança no projeto estrutural é efetuada considerando as ações (cargas) e as resistências dos materiais (ou seja 32.2 A visão estatística da resistência à ã • No método semiprobabilísta, a introdução da segurança no compressão p , ç g ç projeto estrutural é efetuada considerando as ações (cargas) e as resistências dos materiais (ou seja, li it õ t t i t t ) iá isolicitações atuantes e resistentes) como variáveis aleatórias, que podem ser representadas pela distribuição de extremos e pela distribuição de Gauss respectivamentede extremos e pela distribuição de Gauss, respectivamente, sendo introduzidos coeficientes de ponderação para “representar” outras variáveis.p • Na prática, somente as resistências dos materiais são usadas como variáveis aleatórias a serem medidas e quantificadas durante o processo de execução e uso da estrutura, pois as cargas estão pré-fixadas em tabelas de édi t t ti •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia cargas médias e textos normativos 32.2 A visão estatística da resistência à ã • fck resistência característica do concreto à compressão. compressão ck p Valor de referência para projeto e produção. Somente 5% do volume do concreto na estrutura pode estar abaixo d l f id di õ d õ id i ddesse valor referido a condições padrões e ideais de adensamento, cura, capeamento, ensaio. No Brasil refere- se à resistência medida num cilindro padrão com h/d = 2se à resistência medida num cilindro padrão com h/d = 2. • fck,ef resistência característica efetiva (real) do concreto na estrutura Impossível de ser conhecida;na estrutura. Impossível de ser conhecida; • fcd resistência de projeto do concreto à compressão (equivalente à f desde que a qualidade da execução(equivalente à fck,ef, desde que a qualidade da execução esteja dentro das tolerâncias. fcd = fck /c • f resistência à compressão do concreto obtida de •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia • fc,ext,j resistência à compressão do concreto obtida de testemunho extraído da estrutura a j dias de idade 32.2 A visão estatística da resistência à ã • fc resistência do concreto à compressão. Obtida a partir compressão c p p de amostragem e ensaio padrão, sob condições ideais. Representa a menor unidade de produto de uma produção d t j t d t d ú ide concreto, ou seja, todo o concreto de uma única amassada. O volume de uma amassada (betoneira ou caminhão betoneira) tem uma única resistência potencial ecaminhão betoneira) tem uma única resistência potencial e deve ser medida sob condições padrões. A variabilidade da resistência dentro de uma amassada tem a mesma ordem de grandeza da variabilidade das operações de ensaio e portanto não considerada. • fck,est resistência característica estimada do concreto à compressão. Valor obtido a partir de conceitos estatísticos f id til d 5% i f i d di t ib i ã •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia referido ao quantil de 5% inferior de uma distribuição normal (Gauss). 32.2 Correções na resistência devido aos efeitos d l d ã • de longa duração •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 32.2 Correções na resistência devido aos efeitos d l d ã • O coeficiente de Rüsch é obtido pelo produto de dois coeficientes: de longa duração 1 que depende da taxa de crescimento da resistência à compressão do concreto a partir da data de aplicação da carga e 2 que depende da taxa de “perda de capacidade resistente por efeito da carga de longa duração” do material (concreto, aço, madeira) também chamado no Brasil de efeito Rüsch. No caso da ABNT NBR 6118:2007, admite-se que o crescimento da resistência à compressão do concreto, a partir de 28 dias até 50 anos, será de apenas = 1 16 e que o decréscimo da resistência àserá de apenas 1 = 1.16 e que o decréscimo da resistência à compressão do concreto devido à carga aplicada aos 28 dias e mantida até 50 anos, o chamado efeito Rüsch, será de 2 = 0.73. O produto (1 16 * 0 73) lt l 0 85 (it 17 2 2 d ABNT NBR(1.16 * 0.73) resulta num valor = 0.85 (item 17.2.2 da ABNT NBR 6118:2007). •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia 32.2 Correções na resistência devido aos efeitos d l d ã • No caso de não se dispor de resultados reais de crescimento da de longa duração resistência do concreto da estrutura em análise, ou seja, de resultados experimentais representativos, pode-se adotar como uma previsão conservadora, o modelo matemático:, )281(sf )1(, jsjc e f f 28,cf • O texto da ABNT NBR 6118:2007, item 12.3.3, adota a mesma formulação, porém restringeseu uso apenas a idades inferiores a 28 dias •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia dias. 32.2 Correções na resistência devido aos efeitos d l d ã • fib (CEB-FIP) Model Code 2010, o modelo matemático que melhor de longa duração representa o efeito deletério da ação das cargas de longa duração é: f j 4 0 , )}(72ln{12,096,0 tj f f jc f = resistência à compressão do concreto sob carga mantida na idade , 0 f tc • fc,j = resistência à compressão do concreto sob carga mantida, na idade j dias, em MPa; • fc t0 = resistência potencial à compressão do concreto na data (idade) t0c,t0 p p ( ) 0 instantes antes de aplicação da carga de longa duração, em MPa; • t0 = idade de aplicação da carga, em dias, considerada significativa; •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia • j = qualquer idade do concreto a posteriori de t0, expressa em dias ou fração de dias. •Problema •cimento •agregados •água •aditivos •Dosagem •mão-de-obra equipamentos•fck,ext,j •fckequipamentos •betoneira fck,ext,j fck •operações de execução da estrutura •operações de ensaio e controle •resistência real ou efetiva do b f •resistência potencial de controle d f •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia concreto na obra fck,ef,j do concreto fck,est •Problema conhecido f k t j como encontrarconhecido fck,ext,j como encontrar o fck de projeto equivalente que ck p j q q será utilizado para fins de ifi ã dverificação da segurança •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia ProblemaProblema fck est j = k1*k2*k3*k4*k5*k6*k7*k8*fc ext jck,est,j 1 2 3 4 5 6 7 8 c,ext,j fck,est = resistência à compressãock,est p característica do concreto equivalente à obtida de corpos de pro a moldadosà obtida de corpos de prova moldados, a j dias de idade; •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia a j dias de idade; k1 geometria do testemunho1 g k1 = correção devida à geometria do testemunho cilíndrico, ou seja, devida à relação h/d. j , ç Esse coeficiente pode ser obtido da ABNT NBR 7680. relação h/d coeficiente k1 2 00 1 002,00 1,00 1,75 0,98 1,50 0,96 1,25 0,93 •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia , 5 ,93 1,00 0,87 k2 broqueamentok2 broqueamento k fi i d id f i d l é i d•k2 = coeficiente devido ao efeito deletério de broqueamento. •Esse coeficiente pode ser obtido do ACI 214:2010 (k2 = 1,06) ou da tese de doutorado de José Orlando Filho (k2 = 1,07). •Esse efeito deletério do broqueamento fica aindaq mais importante ao se considerar a possibilidade do uso de equipamentos velhos, mal conservados, malq p , , fixados no momento da extração e manuseado por operadores mal treinados; •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia p ; k3 curak3 cura •k3 = coeficiente devido a deficiências de cura do3 concreto na obra. Esse coeficiente pode ser obtido de vários textos base de livros de tecnologia de concreto ou até mesmo da norma ACI 214:2010, sendo usual admitir k3 = 1,10, ou seja, a cura deficiente de obra,3 comparativamente àquela padronizada como ideal, pode reduzir muito a resistência do concreto na obra, em até mais de 10%: •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia k4 adensamentok4 adensamento k coeficiente devido a deficiências de•k4 = coeficiente devido a deficiências de adensamento na obra comparativamente ao adensamento enérgico e ideal do corpo de provaadensamento enérgico e ideal do corpo de prova. Segundo ACI 214:2010 e livros texto de concreto, deve ser aumentada a resistência do testemunho dedeve ser aumentada a resistência do testemunho de 5% a 7% para cada 1% a mais de porosidade (volume de vazios) do concreto extraído em relação àde vazios) do concreto extraído em relação à porosidade medida no concreto bem adensado do corpo de prova padrão Isso pressupõe que acorpo de prova padrão. Isso pressupõe que a porosidade (ASTM C 642 ) tenha sido medida no corpo de prova moldado e também no testemunho •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia corpo de prova moldado e também no testemunho extraído; k5 direção de extraçãok5 direção de extração •k5 = coeficiente devido à direção de extração em relação à direção de lançamento e adensamento dorelação à direção de lançamento e adensamento do concreto. Segundo os livros texto de concreto e ACI 214:2010 concreto extraído em direção ortogonal à214:2010, concreto extraído em direção ortogonal à de lançamento deve ser corrigido de k5 = 1,05, ou seja, a resistência do concreto extraído ortogonalmente éa resistência do concreto extraído ortogonalmente é 5% menor que aquela do concreto do corpo de prova onde a moldagem e o ensaio estão na mesma direção;onde a moldagem e o ensaio estão na mesma direção; •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia k6 sazonamentok6 sazonamento •k6 = coeficiente devido às condições de sazonamento do concreto do testemunho antes do ensaio dedo concreto do testemunho, antes do ensaio de compressão. Segundo ACI 214:2010, se rompido imediatamente e na sequência da extração k 1 00imediatamente e na sequência da extração k6 = 1,00. Se mantido sob água por 48h e rompido saturado k6 = 1 09 e se rompido seco em estufa ventilada por 7dias1,09 e se rompido seco em estufa ventilada por 7dias, k6 = 0,98; •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia ProblemãoProblemão passar de fck est jp ck,est,j a para fa para fck,est,28 •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia ProblemãoProblemão passar de fck,est,j a para fck,est,28 •Deve se retroagir a resistência a 28dias?•Deve-se retroagir a resistência a 28dias? •Como retroagir pois em geral o concreto já está parcialmente carregado e portanto sob efeito Rüsch ao mesmo tempo quecarregado e portanto sob efeito Rüsch, ao mesmo tempo que ainda está em crescimento de resistência por efeito da hidratação do cimento.ç •Como são as condições efetivas de hidratação? •Para tal sugere-se adotar os coeficientes k7 e k8 •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia g 7 8 k7 crescimentok7 crescimento •k7 = coeficiente que leva em conta o crescimento livre sem carga e sob condições ideais de umidade elivre, sem carga e sob condições ideais de umidade e temperatura, da resistência à compressão com a idade segundo o modelo de segurança da ABNT NBRidade, segundo o modelo de segurança da ABNT NBR 6118:2007: 28 )281(16,0 , jjc e f 28,c e f •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia , k8 decréscimok8 decréscimo •k8 = coeficiente que leva em conta o decréscimo da resistência à compressão do concreto por efeito daresistência à compressão do concreto por efeito da carga de longa duração, segundo o modelo de segurança da ABNT NBR 6118:2007:segurança da ABNT NBR 6118:2007: f 4, )}28(72ln{12,096,0 j f f jc 28,fc •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia
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