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Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Holmer Savastano Junior – Universidade de São Paulo Sérgio Francisco dos Santos – Universidade de São Paulo Produtos de Fibrocimento Capítulo 31 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Introdução • O fibrocimento é um material à base de cimento, com adições minerais (pozolânicas e/ou calcíticas) e com fibras de reforço distribuídas discretamente pela matriz. • Normalmente, no mercado nacional, o fibrocimento envolve o uso de matriz de cimento Portland e fibras minerais de amianto ou fibras sintéticas como reforço, para produção de telhas de cobertura, caixas d’água, tubos e placas planas. • A função principal das fibras é a de exercer o reforço mecânico da região tracionada da matriz. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Histórico e impacto social • O fibrocimento tem sido largamente produzido desde o início do século XX com o advento do processo Hatschek. • Desde 1938, telhas de cobertura feitas de fibrocimento são utilizadas no Brasil. • Em meados da década de 1960, o fibrocimento já participava com 25% da área coberta por ano no país. • No início dos anos 1970, ele se firmou na indústria da construção civil brasileira, o que perdura até os dias de hoje. • As indústrias do fibrocimento brasileiro geram cerca de 10 mil empregos diretos e 200 mil indiretos. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Fibrocimento sem amianto • Produtos de fibrocimento sem amianto, reforçados com fibras sintéticas e polpa de celulose, curados ao ar, podem ser encontrados no mercado brasileiro atualmente. • O surgimento de fibrocimento sem amianto tem-se consolidado pela implantação de normas vigentes, para placas corrugadas de cobertura (NBR 15210, partes 1, 2 e 3), ou em fase de elaboração, para placas planas (projeto 18:406.03), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Fibrocimento com polpa celulósica • As fibras vegetais, como reforço de matrizes frágeis à base de materiais cimentícios, despertam grande interesse, por causa de seu baixo custo, disponibilidade, economia de energia e pela preservação ambiental. • As fibras sintéticas também são empregadas: polivinil- álcool (PVA), polipropileno (PP) e poliacrilonitrila (PAN). • A produção norte-americana de compósitos cimentícios com reforço de fibras celulósicas, combinadas a fibras sintéticas, estava ao redor de 144 mil t/ano em 2002. • A principal produção de fibrocimento nos EUA é com reforço exclusivo de polpa celulósica em produtos autoclavados. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Matérias-primas: aglomerantes e cargas minerais • O cimento Portland é a matéria-prima de maior proporção em massa do fibrocimento. • Os cimentos, no Brasil, diferenciam-se pela proporção de clínquer, sulfato de cálcio e adições, tais como escórias, pozolanas e material carbonático, acrescentados no processo de moagem. • Pozolanas são utilizadas na forma finamente dividida e na presença de água, reagem com hidróxido de cálcio (CH) para formar compostos com propriedades cimentícias. • Pozolanas incluem produtos recicláveis, tais como cinza volante, cinza de casca de arroz, metacaulim e sílica ativa. São desejáveis também do ponto de vista ambiental. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Matérias-primas: fibras • As principais finalidades de se reforçar a matriz frágil com fibras são o aumento das resistências à tração e ao impacto, a maior capacidade de absorção de energia e a possibilidade de uso no estágio pós-fissurado. • O tipo, a distribuição, a relação comprimento-diâmetro e a durabilidade da fibra, assim como o seu grau de aderência com a matriz, determinam o comportamento mecânico do compósito e o desempenho do componente fabricado. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Matérias-primas: fibras minerais • O amianto é uma fibra mineral natural sedosa, com propriedades físico-químicas diferenciadas (resistência mecânica elevada, incombustibilidade, boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade, resistência ao ataque de ácidos, álcalis e bactérias, facilidade de ser tecida, dentre outras), abundância na natureza e baixo custo. • É extraído de rochas compostas de silicatos hidratados de magnésio, nas quais de 5% a 10% se encontram em sua forma fibrosa de interesse comercial. • Existem dois tipos de amianto: as crisotilas, com alta concentração de magnésio e composição química 3MgOSiO2H2O; e os anfibólios, com alta concentração de ferro, cuja composição química é Na2OFe2O3OSiO2. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Matérias-primas: fibras minerais Figura 1 – Microscopia eletrônica de varredura de fibras minerais de amianto. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Matérias-primas: fibras minerais Fibra Densidade real (kg/m3) Alongamento na ruptura (%) Resistência à tração (MPa) Módulo de elasticidade (GPa) Amianto crisotila 2200 a 2600 2 560 a 750 164 Quadro 1 – Principais características físicas e mecânicas do amianto crisotila. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Matérias-primas: fibras poliméricas • As fibras sintéticas mais usuais são as de polivinil-álcool (PVA) e polipropileno (PP), ilustradas na Figura 2, e, em menor escala, as fibras de poliacrilonitrila (PAN). • As fibras sintéticas são cortadas com comprimento entre 6 e 12 mm, empregam-se em pequenas frações em volume e se distribuem aleatoriamente ou com certo grau de orientação na matriz, de acordo com o processo produtivo. Módulo de elasticidade Tensão máxima Deformação máxima Fibras (GPa) (MPa) (mm/mm) PVA 5,0 a 15 1004 0,10 PP 4,7 727 0,24 Quadro 2 – Propriedades mecânicas de fibras de polivinil-álcool (PVA) e polipropileno (PP) para fibrocimento (Motta, 2006). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Matérias-primas: fibras poliméricas Figura 2 – (a) Seção transversal de fibras de polipropileno (PP); (b) seção transversal de fibras de polivinil-álcool (PVA). (a) (b) Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Matérias-primas: fibras vegetais • O estudo sistemático de fibras vegetais com finalidade de reforço de matrizes começou na Inglaterra em 1970. • No Brasil, uma das pesquisas pioneiras coube ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Ceped), em Camaçari, Bahia, com início em 1980. • Usualmente, no processo Hatschek, as fibras vegetais comerciais são empregadas na forma de polpas celulósicas, produzidas conforme processos dominados pela indústria de celulose e papel, e passam pelo processo de refinamento. • O refino da polpa de celulose é um tratamento mecânico das fibras. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Matérias-primas: fibras vegetais Figura 3 – Microscopia eletrônica de varredura de fibras de sisal nas diferentes intensidades de refino: (a) ausência de fibrilação (16ºSR); (b) remoção completa da parede primária externa da fibra e aparecimento de fibrilas (49ºSR). As setas indicam os diferentes graus de fibrilação (Tonoli, 2006). (a) (b) Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Matérias-primas: fibras vegetais Nome comercial Produtor País de origem Tipo defibra Tipo de tratamento CF-16 Buckeye Technologies EUA Pinus (P. elliottii) BK CF-12 Buckeye Technologies EUA Pinus (P. elliottii) NBK Canfor Canfor Pulp Limited Patnerniship Canadá Pinus (P. glauca e P. contorta) NBK Celco Arauco Chile Pinus (P. radiata) NBK Sappi Sappi África do Sul Pinus (Pinus sp.) NBK Solombala Solombala Pulp Paper Mill Rússia Pinus (P. Elliottii, taeda e P. patula) NBK Tasman Carter Holt Harvey Nova Zelândia Pinus (P. radiata) NBK Lwarcel Lwarcel Celulose e Papel Brasil Sisal (Agave sisalana) NBK VCP Votorantim Celulose e Papel Brasil Eucalipto (Eucalyptus sp.) BK e NBK Quadro 3 – Fibras vegetais comerciais utilizadas na indústria de fibrocimento. BK = fibras obtidas pelo processo Kraft e branqueadas. NBK = fibras produzidas pelo processo Kraft e não-branqueadas. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Processo de fabricação: Magnani • O processo de fabricação industrial de caixas d´água com formato similar ao cilíndrico baseia-se no método conhecido como Magnani modificado. • Essas caixas, no mercado nacional, têm altura na faixa de 595 mm a 797 mm e diâmetro máximo entre 733 mm e 1234 mm. • A massa utilizada nesse processo de fabricação é consistente, pois a concentração de sólidos é de aproximadamente 1:1 em relação à água, e ela é aplicada em uma única camada sobre o molde. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Processo de fabricação: Magnani Figura 4 – (a) Método Magnani para produção industrial de caixas d’água. (b) Acabamento da superfície externa da caixa d’água por meio de roletes (cortesia do Prof. Vanderley Moacyr John, Escola Politécnica da USP). (a) (b) Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Processo de fabricação: Hatschek • O processo Hatschek é o mais empregado na produção de placas planas e onduladas de fibrocimento. • Uma suspensão bem diluída de fibras, cimento e aditivos é misturada em um grande tanque onde cilindros rotatórios captam essa pasta por meio de sucção, removendo a água da mistura até a obtenção de mantas com a espessura desejada (formadas por lâminas de aproximadamente 1 mm cada uma). • A massa utilizada no processo Hatschek contém somente 20% de sólidos. As matérias-primas comumente utilizadas são: cimento Portland, sílica ativa, material carbonático, polpa de celulose, fibras poliméricas ou de amianto. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Processo de fabricação: Hatschek Amianto Produto Cimento e adições Prensa cilíndrica Corte Caixas de tamises Vácuo Preparo do amianto Misturador Película de fibrocimento Feltro sem-fim Água Onduladora Manta de fibrocimento Preparo das fibras Amianto Produto Cimento e adições Prensa cilíndrica Corte Caixas de tamises Vácuo Preparo do amianto Misturador Película de fibrocimento Feltro sem-fim Água Onduladora Manta de fibrocimento Preparo das fibras Figura 5 – Esquema do processo Hatschek para produção de placas planas e onduladas de fibrocimento (adaptado de Dias et al., 2007). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Produtos de fibrocimento Figura 6 – Caixa d´água de fibrocimento com tampa, reforçada com fibras de polivinil-álcool (PVA) (cortesia da Infibra Ltda.). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Produtos de fibrocimento Figura 7 – Peças de concordância (complementares) para cobertura de fibrocimento. (a) Cumeeira lanternim monobloco e (b) cumeeira articulada (cortesia da Infibra Ltda.). (a) (b) Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Produtos de fibrocimento Figura 8 – Peças de concordância (complementares) para cobertura de fibrocimento. (a) Cumeeira normal e (b) cumeeira shed (cortesia da Infibra Ltda.). (a) (b) Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Produtos de fibrocimento Figura 9 – Peças de concordância (complementares) para cobertura de fibrocimento. (a) Cumeeira com ventilação e (b) rufo (cortesia da Infibra Ltda.). (a) (b) Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Produtos de fibrocimento Figura 10 – Telhas de fibrocimento comerciais: (a) telha comum de fibrocimento e (b) telha tipo calha (cortesia da Infibra Ltda.). (a) (b) Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Produtos de fibrocimento Figura 12 – (a) Perfil da telha com espessura nominal de 4 mm. Detalhe de superposição lateral (ao centro) (cortesia da Eternit S. A.). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Produtos de fibrocimento Figura 13 – Perfil da telha com espessura nominal entre 6 mm e 8 mm. Detalhe de superposição lateral (à direita), com as dimensões nominais típicas, em que “e” é a espessura (cortesia da Eternit S. A.). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Instalação de cobertura de fibrocimento (a) (b) Figura 11 – (a) Montagem de cobertura de estrutura metálica com telhas corrugadas de fibrocimento. (b) Ondas que devem ser utilizadas na fixação e sentido da montagem (cortesia da Imbralit Ltda.). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características gerais do fibrocimento: microestrutura • A interface (região de contato entre a fibra e a matriz) desenvolve é importante na transmissão da tensão entre as duas fases, no aumento da energia de fratura do compósito e no deslocamento das fissuras. • A ligação interfacial pode ser química, física ou a combinação entre elas. • O desempenho mecânico do compósito está diretamente relacionado com as propriedades da interface fibra-matriz. • Ligações muito fortes entre fibra e matriz resultam material frágil com resistência elevada, ao passo que ligações fracas resultam em menor resistência e alta energia específica. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características gerais do fibrocimento: microestrutura • A idade do fibrocimento influencia a porosidade e os produtos de hidratação, que se formam na interface. • A degradação das fibras celulósicas e sua relação com a presença de portlandita é importante nas idades mais avançadas. • Fibras de perfil irregular conferem acréscimos de até 10% na resistência à tração do compósito, em comparação à resistência obtida com fibras retas e lisas. • Efeitos semelhantes foram obtidos, quer pela fibrilação, no caso das fibras de amianto, quer pela variação do diâmetro ao longo do comprimento, para as fibras vegetais. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características gerais do fibrocimento: propriedades mecânicas As propriedades mecânicas dos fibrocimentos são o resultado da combinação das características da matriz, das fibras e da interface entre fibras e matriz. Na avaliação do desempenho mecânico dos compósitos fibrosos, observam-se os seguintes parâmetros: • características físicas, químicas e mecânicas dos materiais componentes, ou seja, fibra e matriz; • geometria das fibras, seção transversal e comprimento; • arranjo, orientação e dispersão das fibras; • proporção entre os materiais componentes; • características da interface dos materiais; • quantidade e distribuição de tamanhode poros. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características gerais do fibrocimento: propriedades mecânicas 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 PVA PP Amianto Te ns ão (M Pa ) Flecha Especifica (mm/mm) Figura 14 - Curvas de tensão versus flecha específica de fibrocimento com fibras de polivinil-álcool (PVA), polipropileno (PP) e amianto. Ensaio de tração na flexão (cortesia do Grupo de Construções e Ambiência, FZEA USP Pirassununga). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características gerais do fibrocimento: propriedades mecânicas Figura 15 - Ensaio mecânico de flexão a três pontos de telhas de fibrocimento conforme norma ABNT NBR 6468/93 (cortesia da Imbralit Ltda.). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características gerais do fibrocimento: durabilidade • Telhas de fibrocimento estão sujeitas à degradação causada pelas intempéries, durante os ciclos de calor e chuva por exemplo, no caso de climas tropicais. • Por serem porosas, elas absorvem água durante a chuva e secam ao serem expostas à radiação solar, sob determinadas condições de temperatura e umidade. • O cimento-amianto é altamente resistente à degradação sob intempéries. • Na introdução de um novo material e/ou elemento construtivo, como no caso do fibrocimento sem amianto recentemente lançado no mercado nacional, a demonstração da durabilidade é fundamental. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características gerais do fibrocimento: durabilidade • Diversos fatores promovem alterações no material das telhas de fibrocimento, a saber: atmosféricos, biológicos, de carga, de uso e de incompatibilidade entre fases constitutivas. • Essas alterações podem afetar o desempenho das telhas. • As transformações desfavoráveis ocasionam a degradação das telhas. • Os efeitos da degradação no desempenho dos componentes construtivos resultam da soma dos efeitos da degradação das fases: matriz, fibra e zona de transição fibra/matriz. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características gerais do fibrocimento: durabilidade • Em fibrocimentos com matriz de cimento Portland, a resistência ao meio alcalino é uma propriedade fundamental para os materiais utilizados como reforço. • As fibras sintéticas resistentes a álcalis, como as de polipropileno, PP, e polivinil-álcool, PVA, por sua vez, são consideradas duráveis em matrizes de cimento Portland. • A degradação das fibras de celulose, na matriz alcalina de cimento Portland, tem sido considerada o principal problema de durabilidade dos fibrocimentos sem amianto, e são objeto de vários estudos. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características gerais do fibrocimento: durabilidade • Os ensaios de envelhecimento acelerado dão resposta em curto prazo. • Um dos ensaios mais utilizados para avaliar a durabilidade de fibrocimentos destinados a componentes de cobertura é o de ciclos de calor e chuva, com intuito de reproduzir os principais mecanismos de degradação em situações normais de uso. • Um ciclo é composto de 2 h e 50 min de emissão de calor (em infravermelho) a 70ºC, e aspersão de água em temperatura ambiente por igual período. A metodologia para esse ensaio está padronizada na norma brasileira para telhas onduladas de fibrocimento sem amianto (NBR 15210 parte 2, ABNT, 2005). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características gerais do fibrocimento: durabilidade Figura 16 - Envelhecimento acelerado de calor e chuva, para telhas comerciais de fibrocimento (cortesia do Grupo de Construções e Ambiência, FZEA USP Pirassununga). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Considerações adicionais • A ciência dos materiais colabora para a incorporação eficiente de adições minerais e fibras vegetais e sintéticas, com intuito de incrementar o desempenho e a vida útil, a partir da modificação da microestrutura do fibrocimento. • O domínio de tal conhecimento tem ajudado a fornecer subsídios aos projetos dos elementos construtivos, para que atinjam o melhor comportamento possível em suas diferentes aplicações. • A partir de modelos teóricos e experimentais, têm sido criados novos fibrocimentos e superadas as deficiências daqueles existentes, em resposta às grandes pressões sociais e econômicas do setor habitacional brasileiro.
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