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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS Princípios administrativos são os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração Pública. Representam cânones pré-normativos, norteando a conduta do Estado quando no exercício de atividades administrativas. Bem observa CRETELLA JÚNIOR que não se pode encontrar qualquer instituto do Direito Administrativo que não seja informado pelos respectivos princípios. P R IN C ÍP IO S Os princípios administrativos www.google.com.br PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS Por ter a Constituição Federal enunciado alguns princípios básicos para a Administração, vamos considerá-los expressos para distingui-los daqueles outros que, não o sendo, são aceitos pelos publicistas, e que denominaremos de reconhecidos. P R IN C ÍP IO S A D M IN IS T R A T IV O S Os princípios www.google.com.br PRINCÍPIOS EXPRESSOS A Constituição destinou um capítulo à Administração Pública (Capítulo VII do Título III). Art. 37, deixou expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas administrativas de qualquer dos entes federativos. Convencionamos denominá-los de princípios expressos exatamente pela menção constitucional. IMPORTANTE: Os princípios revelam as diretrizes fundamentais da Administração, de modo que só se poderá considerar válida a conduta administrativa se estiver compatível com eles. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE O princípio da legalidade é certamente a diretriz básica da conduta dos agentes da Administração. Significa que toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei. Não o sendo, a atividade é ilícita. L E G A L ID A D E Lei www.google.com.br DESTAQUE: Todos os agentes públicos, desde o que lhe ocupe a cúspide até o mais modesto deles, devem ser instrumentos de fiel e dócil realização das finalidades normativas". DOUTRINA: Na clássica e feliz comparação de HELY LOPES MEIRELLES, enquanto os indivíduos no campo privado podem fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só pode atuar onde a lei autoriza. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE www.google.com.br PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE Impessoal é "o que não pertence a uma pessoa em especial", ou seja, aquilo que não pode ser voltado especialmente a determinadas pessoas. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE NOTA: Assim, portanto, deve ser encarado o princípio da impessoalidade: a Administração há de ser impessoal, sem ter em mira este ou aquele indivíduo de forma especial. PRINCÍPIO DA MORALIDADE www.google.com.br PRINCÍPIO DA MORALIDADE O princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta. Deve não só averiguar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas ações, mas também distinguir o que é honesto do que é desonesto. A FALTA DE MORALIDADE ADMINISTRATIVA PODE AFETAR VÁRIOS ASPECTOS DA ATIVIDADE DA ADMINISTRAÇÃO. Instrumentos de proteção à moralidade administrativa: Lei nº 8.429, de 2.6.1992; Ação Popular, contemplada no art. 5º, LXXIII; Ação Civil Pública promovida pelo Ministério Público; Resolução nº 7 de 18 de outubro de 2005 CNJ. M O R A L ID A D E Princípio www.google.com.br LEI Nº 8.429, DE 2.6.1992 Prevê as hipóteses configuradoras da falta de probidade na Administração; Estabelece as sanções aplicáveis a agentes públicos e a terceiros, quando responsáveis por esse tipo ilegítimo de conduta; Contempla os instrumentos processuais adequados à proteção dos cofres públicos, admitindo, entre outras: Ações de natureza cautelar de seqüestro de bens; bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras; a ação principal de perdimento de bens. AÇÃO POPULAR Contemplada no art. 5º, LXXIII, da CF. Regulamentada pela Lei nº 4.717, de 29.6.1965. Qualquer cidadão pode deduzir a pretensão de anular atos do Poder Público contaminados de imoralidade administrativa. AÇÃO CIVIL PÚBLICA Prevista no art. 129, III, da CF como uma das funções institucionais do Ministério Público. Regulamentada pela Lei nº 7.347, de 24.7.1985, como outro dos instrumentos de proteção à moralidade administrativa. A Lei Orgânica do Ministério Público (Lei nº 8.625, de 12.2.1993) consagra: A defesa da moralidade administrativa pela Ação Civil Pública promovida pelo Ministério Público. RESOLUÇÃO Nº 7, DE 18 DE OUTUBRO DE 2005 CNJ Vedação a prática do nepotismo RESOLUÇÃO Nº 7 Ficou proibida a nomeação para cargos em comissão ou funções gratificadas de cônjuge (ou companheiro) ou parente em linha direta ou por afinidade, até o terceiro grau inclusive, de membros de tribunais, juízes e servidores investidos em cargos de direção ou assessoramento, estendendo-se a vedação à ofensa por via oblíqua, concretizada pelo favorecimento recíproco, ou por cruzamento. RESOLUÇÃO Nº 7 Excetuam-se da vedação para tais hipóteses, é claro, os casos em que a nomeação recai sobre cônjuge ou parente que ocupam cargos efetivos por efeito de aprovação em concurso público. Ainda assim, porém, não podem exercer funções com subordinação direta ao juiz ou à autoridade administrativa aos quais estejam vinculados por matrimônio, união estável ou parentesco. RESOLUÇÃO Nº 7 A vedação atinge, da mesma forma, a contratação temporária por prazo determinado das mesmas pessoas; Ficou vedada, ainda, a contratação de prestação de serviço com empresa que tenha entre seus empregados cônjuges ou parentes de juízes e de titulares de cargos de direção e assessoramento. N Ã O A O N E P O T IS M O Diversas Faces www.google.com.br SÚMULA VINCULANTE Nº 13 Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. OBSERVAÇÃO: Ficaram, porém, fora da proibição as nomeações de parente para cargos políticos, como os de Ministro ou Secretário Estadual ou Municipal, e isso em virtude de terem esses cargos natureza eminentemente política, diversa, portanto, da que caracteriza os cargos e funções de confiança em geral, os quais têm feição nitidamente administrativa. DOUTRINA: “ Sendo assim, será lícito que Governador nomeie irmão para o cargo de Secretário de Estado, ou que Prefeito nomeie sua filha para o cargo de Secretária Municipal de Educação. De qualquer modo, devem ser evitadas tais nomeações, se possível: independentemente da natureza política dos cargos, sempre vai pairar uma suspeita de favorecimentoilegítimo”. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE www.google.com.br PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Indica que os atos da Administração devem merecer a mais ampla divulgação possível entre os administrados. É para observar esse princípio que os atos administrativos são publicados em órgãos de imprensa ou afixados em determinado local das repartições administrativas, ou, ainda, mais modernamente, divulgados por outros mecanismos integrantes da tecnologia da informação, como é o caso da Internet. O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE PODE SER CONCRETIZADO POR ALGUNS INSTRUMENTOS JURÍDICOS ESPECÍFICOS: o direito de petição pelo qual os indivíduos podem dirigir-se aos órgãos administrativos para formular qualquer tipo de postulação (art. 5º, XXXIV, "a", CF); as certidões (registram a verdade de fatos administrativos), (art. 5º, XXXIV, "b", CF); e P U B L IC ID A D E Transparência www.google.com.br LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO Lei nº 12.527, de 18.11.2011. Incidência sobre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Passou a regular tanto o direito à informação, quanto o direito de acesso a registros e informações nos órgãos públicos. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA www.google.com.br PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA: A EC nº 19/1998 (As regras relativas ao projeto de reforma do Estado); Art. 37. Denominado de "qualidade do serviço prestado” DESTAQUE: O núcleo do princípio é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional. 2- PRINCÍPIOS RECONHECIDOS 2- PRINCÍPIOS RECONHECIDOS Além dos princípios expressos, a Administração Pública ainda se orienta por outras diretrizes que também se incluem em sua principiologia, e que por isso são da mesma relevância que aqueles. 2.1- PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO As atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da coletividade. Mesmo quando age em vista de algum interesse estatal imediato, o fim último de sua atuação deve ser voltado para o interesse público. E se, como visto, não estiver presente esse objetivo, a atuação estará inquinada de desvio de finalidade. IMPORTANTE: Desse modo, não é o indivíduo em si o destinatário da atividade administrativa, mas sim o grupo social num todo. O indivíduo tem que ser visto como integrante da sociedade, não podendo os seus direitos, em regra, ser equiparados aos direitos sociais. EXEMPLOS: A aplicação do princípio da supremacia do interesse público, por exemplo, na desapropriação, em que o interesse público suplanta o do proprietário; ou no poder de polícia do Estado, por força do qual se estabelecem algumas restrições às atividades individuais. 2.2- PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA www.google.com.br PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA ! A Administração Pública comete equívocos no exercício de sua atividade, o que não é nem um pouco estranhável em vista das múltiplas tarefas a seu cargo. Defrontando-se com esses erros, no entanto, pode ela mesma revê-los para restaurar a situação de regularidade. DESTAQUE: Restaurando a situação de regularidade a Administração observa o princípio da legalidade, do qual a autotutela é um dos mais importantes corolários. IMPORTANTE: Não precisa, portanto, a Administração ser provocada para o fim de rever seus atos. Pode fazê-lo de ofício. Aliás, não lhe compete apenas sanar as irregularidades; é necessário que também as previna, evitando-se reflexos prejudiciais aos administrados ou ao próprio Estado. IMPORTANTE: Registre-se, ainda, que a autotutela envolve dois aspectos quanto à atuação administrativa: 1. Aspectos de legalidade, em relação aos quais a Administração, de ofício, procede à revisão de atos ilegais; e 2. aspectos de mérito, em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e oportunidade de sua manutenção ou desfazimento. OBSERVAÇÃO: A capacidade de autotutela está hoje consagrada, sendo, inclusive, objeto de firme orientação do Supremo Tribunal Federal, que a ela faz referência nas clássicas Súmulas 346 e 473. Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. Súmula 473: "A administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial." 2.3- PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE www.google.com.br 2.3- PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE Os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem a seus agentes. Cabe-lhes apenas geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade, esta sim a verdadeira titular dos direitos e interesses públicos. 2.4- PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS www.google.com.br DESTAQUE: Os serviços públicos buscam atender aos reclamos dos indivíduos em determinados setores sociais. Tais reclamos constituem muitas vezes necessidades prementes e inadiáveis da sociedade. A consequência lógica desse fato é a de que não podem os serviços públicos ser interrompidos, devendo, ao contrário, ter normal continuidade. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO Direito de Greve Mesmo no setor privado, o Constituinte, embora tenha reconhecido o direito de greve para os trabalhadores, ressalvou no art. 9º, § 1 º: “ A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade." Tudo isso mostra a preocupação de não ocasionar solução de continuidade nos serviços públicos. OBSERVAÇÃO: É evidente que a continuidade dos serviços públicos não pode ter caráter absoluto, embora deva constituir a regra geral. Existem certas situações específicas que excepcionam o princípio, permitindo a paralisação temporária da atividade, como é o caso da necessidade de proceder a reparos técnicos ou de realizar obras para a expansão e melhoria dos serviços. 2.5 - PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA (PROTEÇÃO À CONFIANÇA) www.google.com.br IMPORTANTE: o princípio em tela comporta dois vetores básicos quanto às perspectivas do cidadão. De um lado, a perspectiva de certeza, que indica o conhecimento seguro das normas e atividades jurídicas, e, de outro, a perspectiva de estabilidade, mediante a qual se difunde a idéia de consolidação das ações administrativas e se oferece a criação de novos mecanismos de defesa por parte do administrado, inclusive alguns deles, como o direito adquirido e o ato jurídico perfeito, de uso mais constante no direito privado. IMPORTANTE: Os princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança passaram a constar de forma expressa no art. 54, da Lei nº 9.784, de 29.1.1999, nos seguintes termos: "O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos, contados dadata em que foram praticados, salvo comprovada má-fé". A norma, como se pode observar, conjuga os aspectos de tempo e boa-fé, mas se dirige essencialmente a estabilizar relações jurídicas pela convalidação de atos administrativos inquinados de vício de legalidade. 2.6- PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO www.google.com.br VISÃO GERAL Consiste em evitar a catástrofe antes que ela ocorra. Origem no âmbito do Direito Ambiental Significa que, em caso de risco de danos graves e degradação ambientais, medidas preventivas devem ser adotadas de imediato, ainda que não haja certeza científica absoluta, fator este que não pode justificar eventual procrastinação das providências protetivas. 3- O PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE www.google.com.br O QUE É RAZOABILIDADE ? Razoabilidade é a qualidade do que é razoável, ou seja, aquilo que se situa dentro de limites aceitáveis, ainda que os juízos de valor que provocaram a conduta possam dispor-se de forma um pouco diversa. IMPORTANTE: O princípio da razoabilidade tem que ser observado pela Administração à medida que sua conduta se apresente dentro dos padrões normais de aceitabilidade. Se atuar fora desses padrões, algum vício estará, sem dúvida, contaminando o comportamento estatal. Significa dizer, por fim, que não pode existir violação ao referido princípio quando a conduta administrativa é inteira- mente revestida de licitude. 4- O PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE www.google.com.br O QUE SIGNIFICA ? Significa que o Poder Público, quando intervém nas atividades sob seu controle, deve atuar porque a situação reclama realmente a intervenção, e esta deve processar-se com equilíbrio, sem excessos e proporcionalmente ao fim a ser atingido. PARA QUE A CONDUTA ESTATAL OBSERVE O PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE, HÁ DE REVESTIR-SE DE TRÍPLICE FUNDAMENTO: 1) adequação - o meio empregado na atuação deve ser compatível com o fim colimado; 2) exigibilidade - o meio escolhido é o que causa o menor prejuízo possível para os indivíduos; 3) proporcionalidade em sentido estrito - quando as vantagens a serem conquistadas superarem as desvantagens. NOTA: “Examinada, conquanto em síntese, a fisionomia dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, chega-se à conclusão de que ambos constituem instrumentos de controle dos atos estatais abusivos, seja qual for a sua natureza. ” PRINCÍPIOS IMPORTANTES www.google.com.br PRINCÍPIO DA CELERIDADE PROCESSUAL (art. 5º, LXXVIII, da CF): assegura a todos, nos âmbitos judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam celeridade na sua tramitação; PRINCÍPIO DA OBRIGATÓRIA MOTIVAÇÃO O princípio da obrigatória motivação impõe à Administração Pública o dever de indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática do ato (art. 2º, parágrafo único, VII, da Lei n. 9.784/99). Assim, a validade do ato administrativo está condicionada à apresentação por escrito dos fundamentos fáticos e jurídicos justificadores da decisão adotada. Trata-se de um mecanismo de controle sobre a legalidade e legitimidade das decisões da Administração Pública. PRINCÍPIO DA FINALIDADE O princípio da finalidade está definido no art. 2º, parágrafo único, II, da Lei n. 9.784/99, como o dever de “atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei”. Seu conteúdo obriga a Administração Pública a sempre agir, visando a defesa do interesse público primário. Em outras palavras, o princípio da finalidade proíbe o manejo das prerrogativas da função administrativa para alcançar objetivo diferente daquele definido na legislação. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE Estabelece o art. 37, § 6º, da Constituição Federal: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. IMPORTANTE: O referido dispositivo enuncia o princípio da responsabilidade, estabelecendo para o Estado o dever de indenizar particulares por ações e omissões de agentes públicos que acarretam danos aos administrados. No exercício da função administrativa, a atuação dos agentes públicos é imputada à pessoa jurídica estatal a que estão ligados, razão pela qual, em princípio, cabe ao Estado reparar os prejuízos decorrentes do comportamento de seus agentes. Somente em sede de ação regressiva é que o agente poderá ser responsabilizado. PRINCÍPIO DA BOA ADMINISTRAÇÃO O princípio da boa administração impõe o dever de, diante das diversas opções de ação definidas pela lei para prática de atos discricionários, a Administração Pública adotar a melhor solução para a defesa do interesse público. De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da eficiência é um desdobramento do dever maior de boa administração. PRINCÍPIO DO CONTROLE JUDICIAL OU DA SINDICABILIDADE Preceitua que o Poder Judiciário detém ampla competência para investigar a legitimidade dos atos praticados pela Administração Pública, anulando-os em caso de ilegalidade (art. 5º, XXXV, da CF: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”). PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE Como são praticados exclusivamente com a finalidade de aplicação da lei, os atos administrativos beneficiam-se da legitimação democrática conferida pelo processo legislativo. Assim, os atos administrativos são protegidos por uma presunção relativa (juris tantum) de que foram praticados em conformidade com o ordenamento jurídico. Por isso, até prova em contrário, os atos administrativos são considerados válidos para o Direito, cabendo ao particular o ônus de provar eventual ilegalidade na sua prática. PRINCÍPIO DA ISONOMIA O princípio da isonomia é preceito fundamental do ordenamento jurídico que impõe ao legislador e à Administração Pública o dever de dispensar tratamento igual a administrados que se encontram em situação equivalente. Exige, desse modo, uma igualdade na lei e perante a lei. Atos administrativos e leis não podem desatender a esse imperativo de tratamento uniforme. IMPORTANTE: Seu fundamento constitucional é o art. 5º, caput, da Constituição Federal: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. PRINCÍPIO DA HIERARQUIA Estabelece as relações de coordenação e subordinação entre órgãos da Administração Pública Direta. A hierarquia é princípio imprescindível para a organização administrativa. De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “a subordinação hierárquica só existe relativamente às funções administrativas, não em relação às legislativas e judiciais”. OUTROS PRINCÍPIOS Republicano (art. 1º, caput, da CF): reforça a idéia da Administração como simples gestora, e não titular, dos interesses públicos, assim considerados aqueles que transcendem os interessesindividuais e coletivos. Democrático (art. 1º, caput, da CF): as decisões tomadas pelo Poder Público devem sempre estar legitimadas pelo consentimento popular, considerando a vontade política primária; CONTINUAÇÃO Dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF): afirma o postulado da supremacia do homem sobre tudo aquilo por ele criado e enfatiza a obrigatoriedade de observância, nas atividades da Administração Pública, dos direitos fundamentais; Realidade: os atos praticados pela Administração Pública devem ter sujeito, motivo, objeto e resultado reais; CONTINUAÇÃO Responsividade: a Administração deve reagir adequadamente às demandas da sociedade; Sindicabilidade: todas as lesões ou ameaças a direito, no exercício da função administrativa, estão sujeitas a algum mecanismo de controle; Sancionabilidade: o Direito Administrativo reforça o cumprimento de comandos jurídicos por meio da previsão de sanções para encorajar ou desencorajar determinadas condutas, utilizando sanções premiais (benefícios) ou sanções aflitivas (punitivas) em resposta à violação das normas; CONTINUAÇÃO Ponderação: é o método para solução de conflitos entre princípios administrativos por meio de um processo de harmonização entre os respectivos conteúdos valorativos; Subsidiariedade: prescreve o escalonamento de atribuições entre os indivíduos e órgãos político- sociais. Em princípio, cabe aos indivíduos decidir e agir na defesa de seus interesses pessoais, restando ao Estado a proteção precípua dos interesses coletivos; CONTINUAÇÃO Consensualidade: favorece a utilização da conciliação, mediação e arbitragem como meios alternativos de tomada de decisão na esfera administrativa; Monocrático: fundamenta as decisões unipessoais da Administração, mais apropriadas, devido à sua rapidez, para soluções in concreto. As decisões monocráticas são maioria no Direito Administrativo brasileiro; CONTINUAÇÃO Colegiado: é o fundamento das decisões tomadas por órgãos coletivos da Administração Pública, como os tribunais de impostos e taxas; Coerência: impõe ao poder central o dever de harmonizar divergências entre órgãos de uma mesma pessoa administrativa quanto ao modo de interpretar ou aplicar disposições normativas a casos similares.
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