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SÍNDROME DA BANDA ILIOTIBIAL Prof. Me. Cíntia A. Garcia DEFINIÇÃO Banda iliotibial: A síndrome é caracterizada pela inflamação da extremidade inferior desta banda. Camada densa e fibrosa de tecidos conectivos, que tem origem na Espinha Ilíaca ântero-superior e se dirige para baixo, pela parte externa da coxa atravessando o lado externo do joelho e se ligando à parte lateral/proximal do osso da tíbia (tubérculo de gerdy) DEFINIÇÃO Acomete principalmente esportes de corrida e ciclismo. Mecanismo do esporte que envolve flexões repetidas dos joelhos (flexão/extensão: BIT é submetida à fricção contra o côndilo lateral do fêmur). ETIOLOGIA Fraqueza do músculo glúteo médio e maior ativação do músculo tensor da fáscia lata; Aumento abruto da intensidade do treinamento - sem orientação de um profissional; Pronação excessiva dos pés; Calçado inadequado para seu tipo de pé; Posicionamento incorreto dos pés no pedal da bike; Corrida em terrenos irregulares, subidas e descidas em excesso; Joelho varo (arqueado para fora), torção tibial ou epicôndilo lateral do fêmur anormalmente saliente. QUADRO CLÍNICO Dor na face lateral do joelho um pouco acima da superfície articular. A dor intensifica-se durante uma atividade física repetitiva, podendo fazer com que o praticante desista de seu treino. Dor irradiada para a face lateral da coxa e para face lateral da perna. Estalido na face externa do joelho. Teste de Ober positivo. IMAGEAMENTO DIAGNÓSTICO Raio X – casos agudos: normal; Ressonância Magnética. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Orientações Carga de treinamento; Superfícies de treino; Calçados adequados; Eletrotermofoterapia (Laser; ultrassom, TENS, crioterapia); Alongamentos (tensor da fáscia lata); Fortalecimentos (abdutores e flexores de quadril). LESÕES MENISCAIS DEFINIÇÃO Estruturas fibrocartilagíneas que servem para aumentar a congruência entre os platôs tibiais e os côndilos femorais. Transmissão de cargas; Reforço da estabilidade; Distribuição do líquido sinovial ao longo da superfície articular (nutrição da cartilagem); Absorção de choques. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES Baseada na localização com referência à vascularização do segmento atingido: Lesões da zona vermelha: periférica e mais vascularizada; Lesões da zona branca: central e avascular; Lesões da zona intermédia: é irrigada apenas na parte periférica. Quanto menos vascularizada for a zona da lesão, menor será a probabilidade de cicatrização da reparação. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES Baseada no padrão (orientação e aparência) da lesões. Longitudinais simples, duplas ou triplas; radiais; “flap” horizontais; Geralmente no corno posterior do menisco medial. Na parte central dos meniscos a tensão é alta e as roturas em asa de cesto são relativamente comuns. Complexas. Apesar de poderem surgir em tecidos saudáveis, ocorrem, geralmente, quando o menisco se encontra em fase degenerativa, devido ao envelhecimento. ETIOLOGIA A lesão meniscal pode ocorrer como parte de um trauma rotacional ou por flexão, como evolução do processo degenerativo da articulação ou, como uma lesão espontânea decorrente da falência estrutural progressiva, sem correlação com trauma ou processo degenerativo. Fatores predisponentes: Frouxidão ligamentar Fraqueza muscular; Alterações posturais; Sobrecarga articular; Lesões degenerativas. QUADRO CLÍNICO Dor importante no momento do entorse, podendo ser acompanhada de sensação de estalido ou mesmo estalido audível (nas lesões em meniscos com alterações degenerativas, o quadro de dor pode não ser muito intenso no início e sim ir piorando progressivamente); Bloqueio da movimentação do joelho (limitação da flexão e/ou extensão); Ressalto durante a movimentação do joelho; Dor aguda ao agachar-se; Edema e derrame articular no joelho podem estar presentes ou não; Teste de McMurray e Apley de Compressão positivos TRATAMENTO CONSERVADOR Artroscopia Meniscectomia parcial e total Transplante de meniscos?? Engenharia de tecidos?? Prótese de mesnisco?? TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Eletrotermofoterapia; (Crioterapia, ultrassom, laser, interferencial) Alongamentos (quadríceps, isquiotibiais, tríceps sural); Fortalecimento isométrico e isotônico (menisco lesionado); Treino proprioceptivo. LESÕES LIGAMENTARES LIGAMENTOS No joelho temos 4 ligamentos importantes: Ligamento cruzado anterior (LCA) Liga-se anteriormente à tíbia e tem função de limitar que a perna se mova para frente do joelho ou gire para a lateral do corpo (rotação externa); Ligamento cruzado posterior (LCP) Liga-se posteriormente à tíbia e limita movimentos da perna para trás do joelho; Ligamentos colateral medial (LCM) e ligamento colateral lateral (LCL) Evitam que o joelho flexione para as laterais e seu equilíbrio evita o joelho varo (pernas em arco aberto) e o joelho valgo (arco fechado). LIGAMENTOS Ligamento cruzado anterior (LCA) é um dos ligamentos mais comumente lesionados no joelho. O grau da lesão depende: Quantidade de fibras rompidas; Luxação causada pela perda estrutural; Capacidade do ligamento em continuar estabilizando a estrutura articular. Quando há comprometimento de mais de um ligamento, ou uma lesão meniscal, ruptura total, ou uma avulsão, a lesão é considerada grave. LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL Ligamento bastante lesionado. Mecanismo de lesão Contato a partir de uma força valga aplicada lateralmente ao joelho. Rotação sobre pé fixado em rotação externa da tíbia. Impacto direto sobre a parte interna do antepé. LIGAMENTO COLATERAL LATERAL Lesão isolada de LCA, rara no ambiente atlético, e quando ocorre a exclusão de outras lesões ligamentares é primordial. Resultam em ruptura na cabeça da fíbula com ou sem avulsão em 75% dos casos. LIGAMENTO COLATERAL LATERAL Mecanismo de lesão Estresse em varo aplicado na região medial do joelho. Rotação sobre pé fixado em rotação interna da tíbia. Impacto direto sobre a parte externa do antepé. LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR Mais de 250 mil atletas são diagnosticados com lesões de LCA a cada ano, tornando o tratamento de lesões relacionadas ao esporte o assunto mais amplamente discutido. Fatores de lesão do LCA: Intrínsecos: incisura intercondilar estreita, LCA fraco, lassidão articular global generalizada e mau alinhamento da extremidade inferior. Extrínsecos: interações anormais do quadríceps e isquiotibiais, controle neuromuscular alterado, interface do calçado com a superfície, superfície de jogo e estilo de jogo do atleta. LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR Lesão de LCA isoladas são raras: Estresse valgo – LCM – LCA; Lesão de menisco-LCA 49%. Mecanismo de lesão Trauma direto sobre a tíbia na póstero-anterior; Hiperextensão do joelho; Desaceleração (rotação interna e externa da tíbia); Forte contração do quadrícpes. LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR Bem menos frequente do que as outras lesões ligamentares do joelho. Mecanismo de lesão Trauma direto sobre a tíbia em direçãoântero-posterior; Hiperextensão com força sobre a tíbia; Hiperflexão dos joelhos, decorrente de queda com joelhos fletidos; Traumas em acidentes automobilísticos e de alta energia. CLASSIFICAÇÃO Grau III Ruptura completa; Grave alteração da habilidade; Edema intenso; Presença de hemartrose; Testes postivos. Grau I Ruptura parcial mínima; Habilidade funcional preservada; Ausência de edema; Testes negativos. Grau II Ruptura parcial moderada; Alteração moderada da habilidade funcional; Edema; Testes podem apresentar-se positivos. QUADRO CLÍNICO Testes especiais Stress em valgo - LCM Stress em varo - LCL Gaveta anterior - LCA Slocum (ântero-medial) – LCA/LCM Slocum (ântero-lateral) – LCA/LCL Lachman - LCA Gaveta posterior - LCP TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Eletrototermofoterapia; (Ultrassom, laser, interferencial) Exercícios de amplitude de movimento; (CPM: mobilização passiva contínua) Alongamentos; Fortalecimentos; Isquiotibiais: previne deslizamento anterior da tíbia; Tríceps sural: previne hiperextensão; Quadríceps: previne deslocamento posterior da tíbia; Poplíteo: previne anteriorização do fêmur; Pata de ganso: previne deslocamento medial; Bíceps Femoral e BIT: previne deslocamento lateral; Treino de propriocepção; Treino da capacidade aeróbica (esteira, bicicleta); Treinamento funcional. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO TRATAMENTO CIRÚRGICO Ruptura ligamentar Perda da elasticidade e dificuldade de reinserção. Ligamentos sintéticos: Degeneração após 2 anos de cirurgia; Irritação da membrana sinovial; Reações inflamatórias. Seleção de enxerto biológico: Tendão patelar; Tendão dos isquiotibiais (semitendíneo) + grácil. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Aspectos relacionados à amplitude de movimento Pré-cirúrgica: eliminação do edema, da dor e a restauração da ADM; Pós-cirúrgica: mobilização precoce e o ganho de mobilidade com a extensão restaurada entre duas e três semanas e a flexão obtida até o terceiro mês são preconizados. (ADM passiva; 0 a 90º) Liberação da descarga de peso (marcha) Muitos protocolos são favoráveis à descarga de peso precoce conforme tolerância do paciente; ou seja, a descarga poderá ser completa nas primeiras semanas de reconstrução TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Fortalecimento muscular Exercícios de cadeia cinética aberta (CCA) X fechada (CCF) Há tendência de utilização dos exercícios em CCF no início dos protocolos e uma complementação com exercícios de CCA na fase mais avançada. Treino sensório-motor Sempre deve ser realizado e a evolução deve ser feita em solos estáveis e de exercícios estáticos para solos instáveis com exercícios dinâmicos e cada vez mais específicos ao objetivo funcional. SÍNDROME DA DISFUNÇÃO FEMOROPATELAR DEFINIÇÃO Dor difusa retro ou peripatelar tipicamente desencadeada ou agravada pela subida e descida de escadas, agachamentos ou períodos prolongados na posição sentada. Designação deve ser aplicada apenas nos casos de gonalgia anterior crônica sem outra causa identificável, nomeadamente patologia intra-articular, tendinite e/ou bursite peripatelar, tenoperiostites de inserção do tendão rotuliano (doença de Sinding- Larsen-Johanson, síndrome de Osgood Schlatter), lesões meniscais ou ligamentares. ARTICULAÇÃO FEMORO-PATELAR Articulação fêmoro-patelar estabelece-se entre a superfície articular da patela e do fêmur. Estabilizadores estáticos Retináculos medial e lateral e a configuração espacial da patela e da tróclea femoral; Estabilizadores dinâmicos Músculos da pata de ganso e semimembranoso (rotação interna da tíbia); Bíceps femoral (rotação externa da tíbia); Quadricípes femoral com as suas quatro cabeças – vasto medial (VM) (tração medial da patela); vasto lateral (VL) (tração lateral da patela); vasto intermédio e reto femoral (tração superior e lateral da patela). ARTICULAÇÃO FEMORO-PATELAR Porção inferior do VM forma um pequeno grupo de fibras musculares com uma orientação oblíqua distinta – vasto medial oblíquo (VMO) – responsável pela produção de uma força dinâmica medial e pela tracção medial da rótula. ETIOLOGIA Multifatorial Englobando uma combinação de variáveis como: anomalias ósseas e/ou alterações biomecânicas do membro inferior; disfunção muscular e de tecidos moles; traumatismos e sobresolicitação. FATORES PREDISPONENTES Anomalias Ósseas Diferentes graus de displasia da tróclea femoral; Assimetria das facetas da patela. Mau Alinhamento do Membro Inferior Anteversão femoral; joelho valgo; torção tibial externa e pronação subtalar excessiva. Aumento do ângulo Q Desequilíbrios Músculo-Tendinosos e de Tecidos Moles Periarticulares Fraqueza ou atraso de ativação do VMO; Anomalias dos tecidos moles peri-articulares; Retrações músculo-tendinosas do quadríceps, isquiotibiais, banda iliotibial e retináculos peripatelares. QUADRO CLÍNICO Dor anterior, peripatelar ou retro-patelar, difusa e mal localizada. De inicio insidioso, pode, no entanto, ser precipitada por um traumatismo. A dor pode ser uni ou bilateral e é agravada pela subida e descida de escadas, agachamentos ou períodos prolongados na posição sentada. Sensações de instabilidade. Contracção ineficaz do quadríceps por inibição reflexa secundária à dor Derrame articular ausente. Sinal de Clarke e McConnel positivo. TRATAMENTO Eletrotermofoterapia; (Crioterapia, TENS, ultrassom) Mobilizações articulares da patela; Alongamentos; Isquiotibiais, tensor da fáscia lata) Fortalecimentos; Quadríceps, equilíbrio das forças do VMO e VL, abdutores e rotadores externos do quadril CCF, nomeadamente entre os 0-30º de flexão, e CCA, entre os 40-90º, de forma a maximizar o trabalho muscular. Estimulação elétrica neuromuscular (quadríceps e VMO); Taping Patelar (McConnel); Bandagens Funcionais; Treino de marcha/ Órteses. OBRIGADA
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