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PATOLOGIAS DO OMBRO SÍNDROME DO IMPACTO Prof. Me. Cíntia A. Garcia SÍNDROME DO IMPACTO SÍNDROME DO IMPACTO Acrômio, lig. Coracoacromial, proc. Coracóide Cabeça do úmero (tuberosidade anterior) Manguito Rotador COMPRESSÃO DAS ESTRUTURAS SÍNDROME DO IMPACTO Neer, em 1972, popularizou o termo “síndrome do impacto”. Durante a elevação do membro superior (acima de 90º), o manguito rotador (principalmente supra-espinhoso) e a cabeça longa do bíceps braquial é submetido à microtraumas de repetição, entre o tubérculo maior do úmero e o arco coracoacromial. Aumento da compressão dentro da cavidade anatômica limitando o espaço e afetando os tecidos cercados. IMPACTO PRIMÁRIO Produzido por compressão mecânica do manguito rotador sob a porção ântero-inferior do acrômio. Quanto mais curvo o acrômio, maior sua capacidade de provocar impacto primário sobre as estruturas subacromiais. IMPACTO PRIMÁRIO IMPACTO SEDUNDÁRIO Relativa redução do espaço subacromial devido à instabilidade funcional glenoumeral ou escapulotorácica. A incompetência dos estabilizadores estáticos e/ou dinâmicos pode levar: Perda da capacidade de manter a cabeça do úmero centralizada durante os movimentos do membro superior Impacto subacromial Ascensão em direção ao arco coracoacromial. IMPACTO SEDUNDÁRIO INCIDÊNCIA CLASSIFICAÇÃO Estágio I: edema e hemorragia (<25 anos); Estágio II: fibrose e tendinite (25 a 40 anos); Estágio III: degeneração grave e rupturas parciais (> 40 anos); Estágio IV: Ruptura completa. ETIOLOGIA Fatores intrínsecos Relacionados com alterações fisiológicas das estruturas do espaço subacromial. Fraqueza muscular Uso excessivo Hipovascularização tendínea Fatores extrínsecos Relacionados com o impacto mecânico nas estruturas do arco coracoacromial. Impacto com o processo coracóide Impacto subacromial primário Instabilidade glenoumeral QUADRO CLÍNICO Dor espontânea (pode se agravar pós-esforço ou durante a noite); Arco doloroso 70 a 120o; Fraqueza muscular; Crepitação; Limitação funcional; Alteração da biomecânica do ritmo escapuloumeral; Alterações posturais. QUADRO CLÍNICO Possibilidade de tendinite do supraespinhal ou bíceps braquial, podendo ou não haver rupturas tendinosas Testes de Neer, Hawkins e Yocum, palm-up test e teste de Yergason; Apley; Confirmam ruptura tendinosa: Testes de Jobe, e Queda do braço. Gerber para o subescapular. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS Inflamação da bursa; Inflamação do tendão do manguito rotador; Edema subacromial; Fraqueza muscular . (rotadores externos) IMAGEAMENTO DIAGNÓSTICO Mais utilizados: Radiografia Desmineralização óssea, focos de calcificação e osteoartrose. Ultrassonografia. Tendinopatia, ruptura parcial ou total de tendões, bursite e tenossinovite. Ressonância Magnética TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Eletrotermofoterapia TENS; ultra-som terapêutico; crioterapia; infravermelho; Mobilizações articulares. Cinesioterapia (de acordo com a fase da síndrome do impacto) Alongamentos; Exercícios para ganho de ADM; Fortalecimentos musculares (rotadores, estabilizadores da escápula); Exercícios proprioceptivos; Exercícios pendulares de Codman; Bandagem Funcional. BURSITE DE OMBRO BURSITE Inflamação da bursa. A bursa (que em latim quer dizer bolsa) é um tecido responsável por diminuir o atrito entre um tendão e uma estrutura óssea. ETIOLOGIA Traumatismos (quedas ou impactos sobre o ombro) €Infecções; Rupturas dos tendões do supraespinhoso; €Lesões por esforço; €Uso excessivo das articulações; €Movimentos repetitivos; €Artrite (inflamação das articulações); Hiperabudção prolongada; Luxação acromio-clavicular; Síndrome do impacto. QUADRO CLÍNICO Dor Região anterior do braço, podendo ser dores irradiadas e dores noturnas. Acompanhada de fraqueza muscular, principalmente, em atividades ocorridas acima do nível cabeça; Movimentos mais acometidos: rotação externa, flexão e abdução do ombro Presença de um arco doloroso entre os 60 e os 120º . Alteração biomecânica do ritmo escapuloumeral; Aumento da sensibilidade à palpação; Teste do botão da bursite + IMAGEAMENTO DIAGNÓSTICO Bursa normal x Bursa Patológica TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Eletrotermofoterapia TENS, ultrassom, crioterapia Alongamentos; Fortalecimentos; Mobilizações articulares; Acupuntura. Ver: Tratamento Síndrome do Impacto TENDINOPATIAS DEFINIÇÕES TENDINITE: inflamação do tecido. TENDINOPATIA: doença do tendão. O tendão doente surge quando o paciente permanece com uma inflamação crônica na região durante muito tempo. TENDINOSE: degeneração, ocorrendo por vezes como consequência da tendinite. RUPTURA: parcial ou total. TENDÕES ACOMETIDOS Os tendões mais frequentemente envolvidos nas tendinopatias do ombro: Supraespinhoso e bíceps braquial TEORIA DA ETIOLOGIA TEORIA MECÂNICA: Carga repetitiva, mesmo dentro da faixa de oscilação de tensão normal-fisiológica de um tendão, causa fadiga e eventualmente leva a falência tendínea, pois há acúmulo de danos no colágeno ou em outros componentes da matriz colágena, com tensionamentos repetitivos, até mesmo dentro dos limites fisiológicos de estresse. TEORIA VASCULAR Tendões são tecidos metabolicamente ativos e necessitam de aporte vascular. Certos tendões têm uma provisão de sangue deficiente, deixando-os mais suscetíveis a degenerações. ETIOLOGIA SUPRAESPINHOSO Relações anatômicas desfavoráveis, levando a isquemia local e degeneração. Causas: movimentos repetitivos, traumas, postura inadequada dos MMSS, movimentação acima do nível do ombro e envelhecimento biológico. QUADRO CLÍNICO Dor localizada na região anterolateral do ombro: mais intensa durante a noite a na posição de decúbito homolateral. Dor exacerba-se durante a abdução do ombro. Pode, nos casos mais graves, irradiar-se para o todo o membro superior. Perda de força muscular e amplitude de movimento. Teste de Apley, Jobe e Queda do Braço positivos. BÍCEPS BRAQUIAL Causa: traumas repetidos. Pode ocorrer ruptura posterior em alguns casos. É muito comum sua associação com a tendinite do manguito rotador. QUADRO CLÍNICO Dor na face anterior do braço e ombro localizada sobre o tendão, principalmente no sulco bicipital. A dor pode ser aguda, porém usualmente é crônica e é relacionada ao pinçamento do bíceps pelo acrômio. Diminuição da força muscular e amplitude de movimento. Teste de Yergason e Speed positivos; TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Eletrotermofoterapia Ultrassom, Laser, TENS Tratamento por ondas de choque?? Ação mecânica, analgésica e vascular Reeducação postural; Massoterapia; Mobilizações articulares; TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Alongamentos e Fortalecimentos (princip.músculo afetado); Músculos da cervical, manguito rotador e escapulares Bandagens Funcionais; Propriocepção; Treino de função (atletas). CAPSULITE ADESIVA CAPSULITE ADESIVA Ombro congelado* Reside sobre a cápsula articular da glenóide, de forma espessa, inelástica e friável, ocasionando a perda dos movimentos ativos e passivos na articulação glenoumeral. CAPSULITE ADESIVA Processo inflamatório dentro da articulação Diminuição progressiva do fundo de saco axilar; Encurtamento de todos os ligamentos; Formação de aderências (pontes entre várias estruturas); Aumento da espessura da capsula a qual perde a sua distensibilidade. Principal característica da doença: limitação da mobilidade passiva (principalmente rotação externa). INCIDÊNCIA E ETIOLOGIA Mais frequente em doentes do sexo feminino entre os 40 e os 60 anos de idade; Doentes diabéticos ou com antecedentes de diabetes na família; Doentes com problemas da tireóide; Causa idiopática; Episódio traumático; Dor ocasional do ombro quadro incapacitante; Pós-cirurgia. ETIOLOGIA QUADRO CLÍNICO Dor mal localizada no ombro; início espontâneo; geralmente sem qualquer história de trauma; Dor torna-se muito intensa, mesmo em repouso, e a noite sua intensidade costuma diminuir em algumas semanas; Mobilidade do ombro torna-se limitada rapidamente em todas as direções (elevação, rotação interna, rotação externa e abdução); Rigidez; ritmo escápulo torácico invertido e fraqueza muscular. Processo inflamatório dentro da articulação: Encurtamento de todos os ligamentos; Formação de aderência; Aumento da espessura da cápsula. FASES DA PATOLOGIA História Natural desta patologia é dividida em 3 fases as quais nem sempre são bem delimitadas uma da outra: Fase congelante e dolorosa (10-36 semanas) - existe um aumento gradual da dor no ombro ao repouso, com a presença de dor aguda nos extremos de movimento. Fase adesiva (4-12 meses) - A dor começa a ceder, porém inicia-se uma progressiva perda de flexão da gleno- umeral, abdução e rotação interna e externa. Fase de resolução (12-42 meses) - Caracterizada por uma melhora progressiva na ADM funcional do ombro. IMAGEAMENTO DIAGNÓSTICO Radiografia Diminuição do espaço articular entre a glenóide e a cabeça do úmero na incidência ântero-posterior verdadeira. Ultrassom Espessamento e menor elasticidade do ligamento coracoumeral e lesões concomitantes do manguito rotador e da cabeça longa do bíceps. Artrografia (exame chave) Integridade do manguito rotador e a capacidade de volume articular do ombro, que estará sempre diminuída. RNM método de diagnóstico eficaz. TRATAMENTO Uso de medicamentos antiinflamatórios, injeção intra-articular de corticosteróide prescritos e em último caso, bloqueio seriado do nervo supraescapular associado a fisioterapia intensiva. TRATAMENTO Senão houver ganho de mobilidade nos primeiros 30 dias deve-se considerar a liberação da cápsula articular por via artroscópica ou método de distensão hidráulica associado com manipulacão sob anestesia. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Eletrotermofototerapia; Calor (bolsas úmidas quentes; ondas curtas; microondas; ultrassom) Crioterapia? Não promove relaxamento muscular. Ultrassom; TENS Mobilizações articulares; Cinesioterapia; Exercícios passivos, autopassivos; ativos; Exercícios de Codman; Alongamentos; Fortalecimentos (manguito rotador, deltóide); Exercícios domiciliares; Hidroterapia. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO SÍNDROME DO DESFILADEIRO CÉRVICO TORÁCICO SÍNDROME DO DESFILADEIRO CÉRVICO TORÁCICO Conjunto de sinais e sintomas decorrentes de compressão contínua ou intermitente do plexo braquial e/ou da artéria e veia subclávias, em seu trajeto no canal (desfiladeiro) cervicotorácico para o membro superior Desfiladeiro Torácico • Plexo braquial • Artéria e veia subclávia • Músculos escalenos e peitoral CLASSIFICAÇÃO Neurogênico (mais de 95% dos casos) Verdadeiro (sinais objetivos clínicos, documentação imagiológica) Inespecífico (não consegue a comprovação) Vascular (arterial 1% ou venoso 4-5%) Raramente: tipo misto TIPOS DA SÍNDROME Síndrome do Escaleno anterior; Compressão pode ser arterial ou nervosa pois a veia subclávia passa anteriormente aos músculos escalenos. Síndrome Costoclavicular A artéria subclávia, a veia subclávia e/ou nervos do plexo braquial podem ser comprimidos. Síndrome da Hiperabdução (ou peitoral menor) A artéria subclávia, a veia subclávia e/ou nervos do plexo braquial podem ser comprimidos. ALTERAÇÕES Adquiridas Alterações posturais; Fraturas de clavícula com consolidação viciosa; Obesidade; Hipertrofia ou gigantismo das mamas; Hipertrofia dos escalenos por atividade física. Congênitas Anormalidades ósseas; Anormalidades de tecido mole. QUADRO CLÍNICO Queixas vagas e inespecíficas. Dor crônica de início insidioso, envolvendo a região cervical, dorso, cintura escapular e membro superior. Dor é mal-caracterizada, comumente descrita como “surda”, “difusa”, “latejante”, em “peso” ou “cansaço”. A Parestesias. Queixas vasculares: sensação de edema, “formigamento”, claudicação e alterações de temperatura também são comuns. Teste de Roos e Adson positivos QUADRO CLÍNICO IMAGEAMENTO DIAGNÓSTICO Raio X Identificar anormalidades ósseas. Tomografia, Ressonância Magnética e Mielograma Excluírem as compressões por hérnia de disco cervical, osteófitos, neoplasias, espondilólise cervical. Ultra-sonografia com Doppler Observação das mudanças arteriais e venosas. Eletromiografia Angiografia Obstrução Vascular TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Orientações: Obesos: programa para perda ponderal; Adequações ergonômicas no trabalho; Evitar hiperabduzir os braços; Evitar carregar objetos pesados e bolsas. Eletrotermofototerapia; Mobilizações articulares (melhora da circulação da mão); Fortalecimento (musculatura escapular); Alongamentos (peitoral e escalenos); Mobilização neural (plexo braquial); Reeducação postural (posicionamento do ombro e da escápula); Acunpuntura. TRATAMENTO CIRÚRGICO Consistem na descompressão dos pontos anatômicos: Ressecção do músculo escaleno anterior, da costela cervical, da primeira costela, da clavícula, de bridas fibrosas ou de outras estruturas que possam comprimir o feixe vasculo- nervoso. Existem basicamente duas abordagens cirúrgicas para a SDCT, a transaxilar e a supraclavicular
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