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Estrutra_das_Demonstracoes_Financeiras

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1 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS 
 
ATUALIZADO PELAS LEIS 11.638/07 E 11.941/09 
 
Prof. Jorge Marcelo Wohlgemuth, Me. 
 
 
 2 
CAPÍTULO I 
 
Nesse capítulo são apresentados conceitos da Ciência Contábil e aspetos sobre a 
atividade profissional do Contador. 
 
1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
A contabilidade é uma ciência social que estuda a riqueza patrimonial das entidades, 
sob os aspectos quantitativos e qualitativos, tendo como objetivos a geração de informações e a 
explicação dos fenômenos patrimoniais, possibilitando o controle, a análise, a avaliação, o 
planejamento e a tomada de decisão. A área de atuação da contabilidade compreende qualquer 
pessoa física ou jurídica que tenha seu patrimônio definido e delimitado. O patrimônio também é 
objeto de estudo de outras ciências, tais como a Economia, o Direito e a Administração. 
Entretanto, estas outras ciências estudam o patrimônio sob aspectos diferentes daquele 
estudado pela Contabilidade. O patrimônio é uma grandeza real cuja constituição deve ser 
conhecida e que se transforma e evolui sob a atividade humana. 
 
No início da civilização, os grupos sociais procuravam bastar-se a si mesmos, 
produzindo os materiais que necessitavam ou se utilizando daquilo que poderiam obter 
facilmente da natureza para sua sobrevivência. As transformações que ocorreram, no decurso 
dos séculos, fizeram as sociedades se organizar, até chegar ao modelo que se conhece 
atualmente. Aqui entra a função da contabilidade de avaliar a riqueza do homem e compreender 
os acréscimos ou decréscimos dessa riqueza. 
 
O homem age em função da satisfação de suas necessidades. Neste sentido, 
destacam-se dois aspectos: a) o homem é levado a atuar em associação com outros homens, 
sendo “forçado”, dessa forma, a viver em sociedade; e b) através do processo de divisão do 
trabalho, o homem não mais se dedica diretamente a obter os elementos que se tornam 
indispensáveis para atender suas necessidades, mas aplica seus esforços em atividades 
particulares, gerando assim sua contribuição à sociedade e recebendo, em contrapartida, uma 
retribuição compensatória que lhe permite adquirir os bens ou serviços de que necessita. 
 
Da associação entre indivíduos que conjugam, na vida em sociedade, esforços e 
recursos, resultou a formação de organismos especiais, com patrimônio independente do 
 3 
patrimônio dos indivíduos que os compõe. Estas entidades têm por objetivo a obtenção, a 
transformação, a compra e a venda de bens ou serviços; gerando e movimentando riquezas para 
seus proprietários como objetivo meio e objetivo fim. Visto tais entidades privadas terem seu 
próprio patrimônio, há necessidade da contabilidade acompanhar e registrar a sua evolução, 
dentro de regras definidas pela sociedade onde estão inseridas. 
 
O homem ao praticar atos de natureza econômica, através de ações administrativas 
sobre um determinado patrimônio carecerá de informações sobre os aspectos qualitativos e 
quantitativos bem como as variações sofridas por ele. Cabe à contabilidade suprir aos 
interessados com estas informações, através do estudo do patrimônio econômico e financeiro, 
observando seus aspectos específicos e as variações por ele sofridas. Todos aqueles que 
tenham interesse na avaliação da situação e da evolução do patrimônio das entidades são 
considerados usuários da contabilidade. Permitir que os usuários conheçam e avaliem a situação 
econômica, financeira e patrimonial das entidades, num sentido estático, bem como fazer 
inferências sobre suas tendências futuras, é o objetivo fundamental da contabilidade. 
 
No mundo contemporâneo, as entidades são fundamentais para o desenvolvimento 
econômico e social das nações. Das organizações depende toda a sociedade, bem como o 
poder público que busca a arrecadação de tributos e conseqüentemente a manutenção da 
soberania, o desenvolvimento e a sobrevivência do estado. A globalização da economia e das 
relações de negócios internacionais cria as condições necessárias para o progresso ou o 
retrocesso das entidades. Qualquer que seja o objetivo da entidade administrada, social ou 
econômico, ela possuirá sempre um patrimônio em movimentação, que requer a contabilidade 
para o seu estudo e controle. Quando a entidade tem objetivo econômico, o controle do 
patrimônio apresenta características especiais, pois o meio e o fim da entidade é a riqueza, 
sendo da maior importância à administração econômica. 
 
Quando a entidade tem fim social, a administração não se resume no aspecto 
econômico, nem este é o mais importante. É, porém, indispensável qualquer que seja a natureza 
da atividade, pois todas elas têm a riqueza como um meio. A administração econômica nessas 
entidades é, entretanto, apenas um meio e não o seu fim, como ocorre com as entidades com 
fins lucrativos – empresas. 
 
 4 
As entidades públicas (primeiro setor) são aquelas que constituem a República 
Federativa do Brasil. Segundo o artigo 1º da Constituição Federal de 1988, a República 
Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel de seus Estados, Municípios e do Distrito 
Federal. As entidades privadas (segundo setor) formam o que usualmente se chama de 
“mercado”. 
 
As organizações não-governamentais (ong’s), formadas a partir das iniciativas de 
pessoas voluntárias, sem fins lucrativos, que se reúnem e atuam coletivamente, no sentido do 
desenvolvimento social e do bem comum, formam o terceiro setor. O Instituto Brasileiro do 
Terceiro Setor1 esclarece que o termo ONG foi usado pela primeira vez em 1950 pela 
Organização das Nações Unidas (ONU), para definir toda organização da sociedade civil que 
não esteja vinculada ao governo e exerça atividades de interesse público. 
 
O ambiente competitivo do século XXI, tanto para as empresas, quanto para as 
entidades públicas, faz com que os usuários da contabilidade tenham necessidades de 
informações diferentes e melhores. Essas mudanças decorrem do surgimento de um espaço 
econômico e político universal, que acabou com as economias nacionais e organizações 
isoladas, e do impacto da potencialização dos meios de comunicação sobre os indivíduos e os 
povos. 
 
A contabilidade, na execução das atividades de registro e acompanhamento da 
evolução do patrimônio das entidades privadas inseridas na sociedade, sempre foi muito 
influenciada pelos limites e critérios legais e fiscais, particularmente os da legislação do imposto 
de renda. Este fato, ao mesmo tempo em que proporcionava à contabilidade contribuições 
importantes e de bons efeitos, também era um fator que dificultava a adoção de princípios 
contábeis adequados. Este problema teve uma tentativa de solução através da Lei das SA´s (Lei 
nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976) que determinou que a escrituração contábil seguisse os 
princípios de contabilidade geralmente aceitos. 
 
 
1 Disponível no site: http://www.institutoterceirosetor.org.br/coluna_3s_150403.htm, acessado em 07/05/2003. 
 
 
 5 
A Lei das SA´s, que possui inspiração na legislação americana, apresenta fatores que 
dificultam a clareza e a fidelidade das demonstrações contábeis. Sendo que fidelidade e clareza 
são requisitos essenciais para a elaboração de balanços nas empresas. 
 
Buscando consolidar as mudanças sociais ocorridas no Brasil nas últimas nove 
décadas, em 11 de janeiro de 2003 passou a viger o novo Código Civil, instituído pela Lei 
Federal, de 10 de janeiro de 2002, publicada no Diário Oficial da União, em 11 de janeiro 
daquele mesmo ano, cujo projeto tramitava no Congresso desde 1975, revogando, assim, a Lei 
nº 3.071, de 1º de janeirode 1916. A proposta originária da Comissão Elaboradora do projeto do 
Novo Código Civil produziu uma formulação apta a captar as mudanças de valores ocorridas no 
século passado e menos adequada a dimensionar os desafios do milênio que inicia. 
 
Em 28 de dezembro de 2007, foi promulgada a Lei nº 11.638/07, que altera, revoga e 
introduz novos dispositivos à Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 
1976), notadamente em relação ao capítulo XV que trata de matéria contábil. 
 
Em 03 de outubro de 2008 o Poder Executivo Federal enviou ao Congresso Nacional 
a Medida Provisória 449/08, que define regras sobre tributação e contabilização das alterações 
promovidas pela Lei 11.638/07. Na exposição dos motivos da MP449/08 o Governo Federal 
entende que no que se refere ao Regime Tributário de Transição - RTT, objetiva-se neutralizar 
os impactos dos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei nº 11.638, de 2007, 
na apuração das bases de cálculo de tributos federais nos anos de 2008 e 2009, bem como 
alterar a Lei nº 6.404, de 1976, no esforço de harmonização das normas contábeis adotadas no 
Brasil às normas contábeis internacionais. A Lei nº 11.638/07 entrou em vigor no dia 1º de 
janeiro de 2008, sem a adequação concomitante da legislação tributária. A alta complexidade 
dos novos métodos e critérios contábeis instituídos pelo referido diploma legal - muitos deles 
ainda não regulamentados - têm causado insegurança jurídica aos contribuintes. 
 
O processo de harmonização das normas contábeis nacionais com os padrões 
internacionais de contabilidade - objetivo maior da Lei nº 11.638, de 2007 - deve prolongar-se 
pelos próximos anos, razão pela qual, há necessidade de que o RTT não seja aplicável apenas 
no ano de 2008, mas também no ano de 2009, e, se necessário, nos anos subseqüentes, 
quando, então, ao se descortinar o novo padrão da contabilidade empresarial a ser adotado no 
 6 
País, possa-se regular definitivamente o modo e a intensidade de integração da legislação 
tributária com os novos métodos e critérios internacionais de contabilidade. 
 
Em 27 de maio de 2009 foi promulgada a Lei nº 11.941 que regulamentou a MP 
449/08. 
 
1.2. TERMINOLOGIA CONTÁBIL 
 
A) PATRIMÔNIO: O Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações que pertencem a 
entidade. 
B) BENS: Bens são todos os elementos, materiais ou imateriais, tangíveis ou 
intangíveis, que possuem valor econômico, que pertencem a entidade e 
dos quais ela necessita para atingir seus objetivos. 
C) DIREITOS: Direitos são valores que a entidade tem a receber de terceiros, 
provenientes da venda ou empréstimo de mercadorias, produtos, serviços 
ou bens. 
D) OBRIGAÇÕES: Obrigações são valores que a entidade tem a pagar a terceiros, 
provenientes da compra ou empréstimo de mercadorias, produtos, 
serviços ou bens. 
E) PATRIMÔNIO LÍQUIDO: A equação fundamental do patrimônio de uma entidade é: 
PL = (B+D) – (OB) 
 
1.3. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO 
 
O Patrimônio de uma entidade assume a seguinte representação gráfica: 
aplicações origens 
OBRIGAÇÕES 
BENS + DIREITOS 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
O Patrimônio de uma entidade, representado como na figura acima, apresenta dois 
lados. O lado esquerdo (bens + direitos) é denominado lado das APLICAÇÕES DE RECURSOS 
 7 
e o lado direito (obrigações + PL) é chamado lado das ORIGENS DE RECURSOS. A ciência 
contábil preconiza que as aplicações de recursos são iguais às origens de recursos. Esse 
preceito científico é conhecido como método das partidas dobradas. 
 
Também se denomina o lado das ORIGENS DE RECURSOS como o lado dos 
CAPITAIS. Diferentemente do aspecto financeiro, sob o aspecto contábil, o termo Capital pode 
encontrar vários sentidos. Observando o lado dos capitais, se conclui que as entidades possuem 
dois tipos de capitais: 
 
a) Capitais de Terceiros 
Representam as dívidas (obrigações) que a entidade assumiu junto a terceiros. Os 
Capitais de Terceiros têm a obrigação de serem pagos pela entidade. Segundo o 
prazo de vencimento dos Capitais de Terceiros, pode-se dividi-los em dois tipos: Curto 
Prazo e Longo Prazo. 
 
b) Capitais Próprios 
Representam a diferença entre (Bens (+) Direitos) (-) (Obrigações). A primeira fonte de 
Capital Próprio de uma entidade denomina-se Capital Social, que é o investimento 
inicial feito pelos sócios. Outra fonte de Capital Próprio de uma entidade é o Lucro 
(R>D) gerado em cada exercício social. 
 
O Patrimônio de uma entidade pode assumir um dos seguintes estados: 
 
A) 
 
OBRIGAÇÕES 
 
 
 
BENS + DIREITOS 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
B + D > OB 
PL > 0 ou positivo (saldo credor) 
 
 
 8 
 
B) 
 
 
BENS + DIREITOS 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
B + D = OB 
PL = 0 ou nulo 
 
 
C) 
 
BENS + DIREITOS 
 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
 
 
B + D < OB 
PL < 0 ou negativo (saldo devedor) 
 
 
D) 
 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
PL = OB 
B + D = 0 (entidade não possui bens ou direitos ??) 
 
 
 
 9 
E) 
 
 
BENS + DIREITOS 
 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
B + D = PL 
OB = 0 (entidade não possui capital de terceiros) 
 
O patrimônio de uma entidade está em constante evolução. As decisões tomadas 
pelos gestores das entidades determinam essa evolução. O conjunto de decisões tomadas pelos 
gestores da entidade, em determinado período, se traduz na Gestão da entidade. A Gestão de 
uma entidade possui três aspectos: 
 
a) aspecto econômico 
b) aspecto financeiro 
c) aspecto patrimonial 
 
Quando os gestores tomam decisões, visando alcançar os objetivos da entidade, e 
essas decisões modificam o seu patrimônio, diz-se que tais decisões são fatos contábeis. Os 
fatos contábeis modificam o patrimônio das entidades no seu aspecto quantitativo, qualitativo ou 
nos dois. 
Os fatos contábeis, além de modificarem os bens, direitos e obrigações das 
entidades, modificam, também, as receitas e despesas. 
 
RECEITAS: Representam os ganhos que a entidade aufere e tendem a aumentar 
seu Patrimônio Líquido. 
 
DESPESAS: Representam os gastos que a entidade tem e tendem a diminuir seu 
Patrimônio Líquido. 
 
LUCRO: Ocorre quando as receitas são maiores que as despesas num 
determinado período. 
 
 10 
PREJUÍZO: Ocorre quando as receitas são menores que as despesas num 
determinado período. 
 
Exercício social é a parcela da gestão compreendida em cada um dos períodos 
administrativos. Está disciplinado no artigo 175, Parágrafo Único, da Lei 6.404/76 e na legislação 
fiscal orientada pela Secretaria da Receita Federal. 
 
A denominação corrente do conjunto de Bens e Direitos de uma entidade é ATIVO e 
do conjunto de Obrigações é PASSIVO. 
 
1.4. ATIVIDADES EXECUTADAS PELO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE 
 
Independentemente da organização em que trabalhará, o profissional da contabilidade 
executará, essencialmente, duas atividades: a) escrituração contábil e b) elaboração e 
interpretação de relatórios contábeis. 
 
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
 
A escrituração é uma técnica contábil que consiste no registro de todos os fatos 
contábeis que modificaram o patrimônio da entidade, tanto no aspecto quantitativo, quanto no 
aspecto qualitativo. 
 
A escrituração contábil deve ser mantida em registros permanentes (Livro Diário e 
Livro Razão), em idioma e moeda corrente nacionais, em forma mercantil, devendo ser 
observados métodos e critérios contábeis uniformes no tempo, com obediência às disposições 
legais pertinentese aos princípios de contabilidade geralmente aceitos. 
 
A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises e mapas gerenciais 
e demonstrações contábeis são de atribuição e responsabilidade exclusiva de Contadores e 
Técnicos em Contabilidade legalmente habilitados, ou seja, inscritos no CRC e em situação 
regular. 
 
A empresa, independentemente de seu porte ou natureza jurídica, tem de manter 
escrituração contábil completa, no Livro Diário, para controlar o seu patrimônio e gerenciar 
 11 
adequadamente os seus negócios. Não se trata exclusivamente de uma necessidade gerencial, 
o que já seria uma importante justificativa. A escrituração contábil consta como exigência 
expressa em diversas legislações. 
 
O Código Civil, que entrou em vigor a partir de janeiro de 2003, menciona a 
obrigatoriedade de seguir um sistema de contabilidade. 
 
Para as entidades manterem a escrituração contábil exigida pela legislação, é 
necessário o entendimento do conceito de conta contábil. Conta contábil é a denominação que 
se dá para cada um dos elementos que formam o Patrimônio das entidades. 
 
O conjunto de contas contábeis necessárias para o acompanhamento da evolução dos 
componentes patrimoniais e para a apuração do resultado de uma entidade é chamado de Plano 
de Contas. O plano de contas é formado pelas seguintes partes: a) elenco de contas; b) função 
das contas e c) funcionamento das contas. 
 
O elenco de contas é a relação ordenada com todas as contas contábeis utilizadas e 
necessárias para a realização da escrituração dos fatos contábeis da entidade. A função das 
contas é a descrição da finalidade desempenhada na escrituração contábil. O funcionamento das 
contas estabelece a relação de cada conta com as demais e evidencia como ela se comportará 
diante da escrituração contábil. 
 
Apresenta-se a seguir, um modelo de Elenco de Contas: 
código nome da conta 
1 ATIVO 
1.1 CIRCULANTE 
1.1.1 DISPONIBILIDADES 
1.1.1.1 caixa 
1.1.1.2 bancos 
1.1.1.3 aplicações financeiras 
1.1.2 CRÉDITOS 
1.1.2.1 clientes 
1.1.2.2 ( - ) duplicatas descontadas 
 12 
1.1.2.3 ( - ) provisão CLD 
1.1.2.4 impostos a recuperar 
1.1.3 ESTOQUES 
1.1.3.1 mercadorias 
1.1.3.2 embalagens 
1.1.3.3 matéria-prima 
1.1.3.4 produtos prontos 
1.1.3.5 produtos em elaboração 
1.1.4 DESPESAS ANTECIPADAS 
1.1.4.1 seguros a vencer 
1.1.4.2 assinaturas de periódicos a vencer 
1.1.5 OUTROS VALORES E BENS 
1.2 NÃO CIRCULANTE 
1.2.1 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
1.2.1.1 créditos e valores 
1.2.1.2 investimentos temporários a LP 
1.2.2 INVESTIMENTOS 
1.2.2.1 participações societárias 
1.2.3 IMOBILIZADO 
1.2.3.1 terrenos 
1.2.3.2 prédios 
1.2.3.3 máquinas 
1.2.3.4 veículos 
1.2.3.5 ( - ) depreciações acumuladas 
1.2.4 INTANGÍVEL 
1.2.4.1 marcas e patentes 
1.2.4.2 direitos autorais 
2 PASSIVO 
2.1 CIRCULANTE 
2.1.1 FORNECEDORES 
2.1.1.1 fornecedores 
2.1.2 TÍTULOS A PAGAR 
2.1.2.1 títulos a pagar 
 13 
2.1.3 ENCARGOS A PAGAR 
2.1.3.1 salários a pagar 
2.1.3.2 INSS patronal a pagar 
2.1.3.3 INSS empregados a recolher 
2.1.3.5 IRRF a recolher 
2.1.3.5 FGTS a pagar 
2.1.3.6 ICMS a pagar 
2.1.3.7 IPI a pagar 
2.1.3.8 PIS/Cofins a pagar 
2.1.3.9 provisão para pagamento de férias 
2.1.3.10 provisão para pagamento de 13º salário 
2.1.3.11 provisão para pagamento do IRPJ 
2.1.3.12 provisão para pagamento da CSLL 
2.1.4 FINANCIAMENTOS E EMPRÉSTIMOS 
2.1.4.1 bancos conta financiamento 
2.2 NÃO CIRCULANTE 
2.2.1 FORNECEDORES A LONGO PRAZO 
2.2.1.1 Fornecedores a longo prazo 
2.2.2 TÍTULOS A PAGAR A LONGO PRAZO 
2.2.2.1 títulos a pagar a longo prazo 
2.2.3 ENCARGOS A PAGAR A LONGO PRAZO 
2.2.4 FINANCIAMENTOS E EMPRÉSTIMOS A LONGO PRAZO 
2.2.4.1 bancos conta financiamento a longo prazo 
2.2.5 RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS 
3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
3.1 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
3.1.1 CAPITAL SOCIAL 
3.1.1.1 capital social 
3.1.1.2 ( - ) capital a integralizar 
3.2 RESERVAS DE CAPITAL 
3.3 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 
3.4 RESERVAS DE LUCROS 
3.4.1 LUCROS ACUMULADOS 
 14 
3.4.1.1 lucros acumulados 
3.5 ( - ) AÇÕES EM TESOURARIA 
3.6 ( - ) PREJUÍZOS ACUMULADOS 
4 RECEITAS 
4.1 VENDAS 
4.1.1 VENDAS DE MERCADORIAS 
4.1.1.1 vendas a vista 
4.1.1.2 vendas a prazo 
4.1.2 VENDAS DE PRODUTOS 
4.1.2.1 vendas a vista 
4.1.2.2 vendas a prazo 
4.1.3 VENDAS DE SERVIÇOS 
4.1.3.1 vendas a vista 
4.1.3.2 vendas a prazo 
4.2 ( - ) DEDUÇÕES SOBRE VENDAS 
4.2.1 ( - ) DEVOLUÇÕES 
4.2.2 ( - ) DESCONTOS INCONDICIONIAS 
4.2.3 ( - ) IMPOSTOS SOBRE VENDAS 
4.2.3.1 ( - ) IPI sobre Vendas 
4.2.3.2 ( - ) ICMS sobre Vendas 
4.2.3.3 ( - ) PIS/Cofins sobre Vendas 
4.3 RECEITAS 
4.3.1 RECEITAS FINANCEIRAS 
4.3.1.1 juros ativos 
4.3.1.2 descontos obtidos 
4.4 OUTRAS RECEITAS 
4.4.1 GANHOS DE CAPITAL 
4.4.2 RESULTADO POSITIVO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
4.4.3 REVERSÃO DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO 
5 DESPESAS 
5.1 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS 
5.1.1 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS 
5.1.1.1 CMV 
 15 
5.2 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS 
5.3 CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS 
5.4 DESPESAS 
5.4.1 DESPESAS COM VENDAS 
5.4.1.1 publicidades 
5.4.1.2 fretes sobre vendas 
5.4.2 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 
5.4.2.1 salários 
5.4.2.2 salários - férias 
5.4.2.3 salários – 13º 
5.4.2.4 INSS patronal 
5.4.2.5 FGTS 
5.4.2.6 água, luz e telefone 
5.4.2.7 material de expediente 
5.4.2.8 serviços técnicos 
5.4.2.9 combustíveis 
5.4.2.10 honorários 
5.4.2.11 despesas com depreciação 
5.4.3 DESPESAS FINANCEIRAS 
5.4.3.1 despesas bancárias 
5.4.3.2 juros passivos 
5.4.3.3 descontos concedidos 
5.4.4 DESPESAS TRIBUTÁRIAS 
5.4.4.1 CPMF 
5.4.4.2 IPTU 
5.5 OUTRAS DESPESAS 
5.5.1 PERDAS DE CAPITAL 
5.5.2 RESULTADO NEGATIVO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
 
 
1.5. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE 
 
Conforme definição do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), os Princípios de 
Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da 
 16 
Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de 
nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo 
objeto é o patrimônio das entidades. A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória 
no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBC). Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a 
essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. 
 
Diversos autores e pesquisadores da Ciência Contábil se dedicam a estudar os 
Princípios de Contabilidade (PC). Verifica-se que alguns autores procuram criar uma hierarquia 
entre os PC. Contudo, apesar de várias pesquisas realizadas e posições diversas, o CFC 
regulamenta como Princípios de Contabilidade os elencados na Resolução nº 750/1993, sem 
nenhuma hieraquização entre eles. 
 
Adicionalmente, as novas demandas sociais exigem um novo padrão de informações 
geradas pela Contabilidade, o CFC editou em 28/05/2010 a Resolução 1.282/10, buscando 
atualizar e consolidar os Princípios de Contabilidade (PC). 
 
Esse trabalho, seguindo a regulamentação do CFC, não tem a intenção de criar uma 
ordem de importância entre os PC. Para fins didáticos, entretanto, classifica os PC em três 
categorias: 
 
a) Postulados Ambientais: enunciados das condições sociais, econômicas e 
institucionais nas quais a Ciência Contábil atua. Os postulados ambientais da 
contabilidade são: 
 
1) da entidadeO Patrimônio é o objeto da Contabilidade e a autonomia patrimonial 
necessita a diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos 
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, 
um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer 
natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, 
nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus 
sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 
 
 17 
O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é 
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não 
resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-
contábil. 
 
2) da continuidade 
O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em 
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos 
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. 
 
b) Princípios Contábeis: delimitam, de maneira ampla, como o profissional da 
contabilidade irá se posicionar diante da realidade social, econômica e 
institucional. Os princípios da contabilidade são: 
 
1) do registro pelo valor original 
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes 
do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais 
das transações, expressos em moeda nacional. As seguintes bases de 
mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao 
longo do tempo, de diferentes formas: 
 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a 
serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos 
recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os 
passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos 
em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em 
caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o 
passivo no curso normal das operações; e 
 
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os 
componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações 
decorrentes dos seguintes fatores: 
 
 18 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou 
ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das 
demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores 
em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam 
necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das 
demonstrações contábeis; 
 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma 
forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e 
equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos 
para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das 
operações da Entidade; 
 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado 
do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo 
item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são 
mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida 
de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso 
normal das operações da Entidade; 
 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um 
passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma 
transação sem favorecimentos; e 
 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da 
moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis 
mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos 
componentes patrimoniais. A atualização monetária não representa nova 
avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para 
determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros 
elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda 
nacional em um dado período. 
 19 
2) da competência 
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e 
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, 
independentemente do recebimento ou pagamento. O Princípio da 
Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e 
de despesas correlatas. 
 
3) da oportunidade 
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações 
íntegras e tempestivas. A falta de integridade e tempestividade na 
produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda 
de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a 
oportunidade e a confiabilidade da informação. 
 
c) Convenções: representam, dentro dos Princípios Contábeis, certos 
condicionamentos de aplicação, numa ou noutra situação prática. A principal 
convenção contábil é: 
 
1) da prudência 
O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de 
precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em 
certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não 
sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam 
subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de 
mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. 
 
1.6. ENTIDADES NACIONAIS E INTERNACIONAIS RELACIONADAS À ATIVIDADE CONTÁBIL 
 
Dentre as várias organizações nacionais e internacionais que se relacionam com a 
atividade contábil, são destacadas: 
 
 
 20 
CFC e CRC’s – CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE e CONSELHOS REGIONAIS DE 
CONTABILIDADE 
 
Representam a entidade de classes dos contadores e tem como principal finalidade o 
registro e a fiscalização do exercício da profissão contábil. 
 
O CFC é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras de Contabilidade, que 
compreendem o Código de Ética Profissional do Contabilista, Normas de Contabilidade, Normas 
de Auditoria Independente e de Asseguração, Normas de Auditoria Interna e Normas de Perícia, 
estabelecem regras e procedimentos de conduta que devem ser observados como requisitos 
para o exercício da profissão contábil. As NBC estabelecem, também, conceitos doutrinários, 
princípios, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados quando da realização dos 
trabalhos previstos nas normas aprovadas por resolução emitidas pelo CFC, de forma 
convergente com as Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB - Comitê 
Internacional de Normas de Contabilidade e as Normas Internacionais de Auditoria e 
Asseguração e as Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público emitidas pela 
IFAC - Federação Internacional de Contadores. 
 
A estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade classifica-se em Profissionais e 
Técnicas. As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais estabelecem preceitos de 
conduta para o exercício profissional. As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas 
estabelecem conceitos doutrinários, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados, sendo 
classificadas em Contabilidade, Auditoria Independente e de Asseguração, Auditoria Interna e 
Perícia. 
 
As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais se estruturam conforme segue: 
a) Geral – NBC PG – são as normas gerais aplicadas aos profissionais da área contábil; 
b) do Auditor Independente – NBC PA – são aplicadas especificamente aos contadores que 
atuem como auditor independente; 
c) do Auditor Interno – NBC PI – são aplicadas especificamente aos contadores que atuem como 
auditor interno; 
d) do Perito –NBC PP – são aplicadas especificamente aos contadores que atuem como perito 
contábil. 
 
 21 
As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica se estruturam conforme segue: 
a) Societária – NBC TS – são as Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes com as 
Normas Internacionais; 
b) do Setor Público – NBC TSP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor 
Público, convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público; 
c) Específica – NBC TE – são as Normas Brasileiras de Contabilidade que não possuem Norma 
Internacional correspondente, observando as NBC TS; 
d) de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica – NBC TA – são as Normas 
Brasileiras de Auditoria convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Independente 
(ISAs) emitidas pela Federação Internacional de Contadores (IFAC); 
e) de Revisão de Informação Contábil Histórica – NBC TR – são as Normas Brasileiras de 
Revisão convergentes com as Normas Internacionais de Revisão (ISREs), emitidas pela IFAC; 
f) de Asseguração de Informação Não Histórica – NBC TO – são as Normas Brasileiras de 
Asseguração convergentes com as Normas Internacionais de Asseguração (ISAEs), emitidas 
pela IFAC; 
g) de Serviço Correlato – NBC TSC – são as Normas Brasileiras para Serviços Correlatos 
convergentes com as Normas Internacionais para Serviços Correlatos (ISRSs) emitidas pela 
IFAC; 
h) de Auditoria Interna – NBC TI – são as Normas Brasileiras aplicadas aos trabalhos de 
auditoria interna; 
i) de Perícia – NBC TP – são as Normas Brasileiras aplicadas aos trabalhos de perícia. 
 
CPC – COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS 
 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de 
esforços e comunhão de objetivos das entidades: a) ABRASCA (Associação Brasileira das 
Companhias Abertas); b) APIMEC NACIONAL (Associação dos Analistas e Profissionais de 
Investimento do Mercado de Capitais); c) BM&FBOVESPA (Bolsa de Valores, Mercadorias e 
Futuros); d) CFC (Conselho Federal de Contabilidade); e) FIPECAFI (Fundação Instituto de 
Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras); f) IBRACON (Instituto dos Auditores 
Independentes do Brasil). 
 
A criação do CPC se deu através da Resolução CFC nº 1.055/05 em função das 
necessidades de convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de 
 22 
elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução 
de custo de capital); centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas 
entidades o fazem); e representação e processo democráticos na produção dessas informações 
(produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo). 
 
O CPC tem como objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos 
Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, 
para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e 
uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da 
Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. 
 
Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiências 
públicas. As Orientações e Interpretações poderão, também, sofrer esse processo. 
 
CVM – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS 
 
É uma entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda que funciona como 
órgão fiscalizador do mercado de capitais no Brasil. 
 
STN – SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL 
 
A Secretaria do Tesouro Nacional foi criada em 10 de março de 1986, conforme 
Decreto nº 92.452, unindo a antiga Comissão de Programação Financeira e a Secretaria de 
Controle Interno do Ministério da Fazenda. Constitui-se órgão central do Sistema de 
Administração Financeira Federal e do Sistema de Contabilidade Federal. 
 
IFAC – (International Federation of Accountants) 
 
A IFAC (Federação Internacional de Contadores) é uma organização mundial que 
representa a profissão contábil. 
 
 
 
 
 23 
IASB – (International Accounting Standards Board) 
 
O IASB (Colegiado de Padrões Contábeis Internacionais) foi criado em 2001 é um 
órgão independente do setor privado que se destina ao estudo de padrões contábeis. O Brasil é 
representado pelo CFC e IBRACON. 
 
O IASB é o responsável pela revisão e publicação das IFRS (International Financial 
Reporting Standard) que são pronunciamentos com normas internacionais de contabilidade. 
 
FASB – (Financial Accounting Standards Board) 
 
O FASB (Colegiado de Padrões de Contabilidade Financeira) é uma entidade privada 
cujo objetivo principal é desenvolver os princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP) nos 
Estados Unidos da América. O FASB é responsável pela publicação dos FAS (Statements of 
Financial Accounting Standars) Normas de Contabilidade Financeira. 
 
1.7. HARMONIZAÇÃO DE NORMAS CONTÁBEIS 
 
A estrutura legal de um país é capaz de influenciar a profissão contábil e o financial 
reporting que está relacionado com o usuário da informação. Nesse sentido, as informações 
requeridas por investidores (acionistas) são diferentes daquelas requeridas por credores e 
Governo. 
 
Países com sólido mercado de capitais tendem a ser mais transparentes até por 
exigência dos investidores. Por outro lado, países com captação de recursos via bancos e 
governo se caracterizam por forte tradição de segredo profissional e como conseqüência, pouca 
transparência aos usuários. Essa estrutura legal pode ser classificada como common law (visão 
não legalística) ou code-law (visão legalística, ou Direito Romano) e tem destacada influência 
nas diferenças internacionais. 
 
Sistema legal classificado com common law é predominante em países como Grã-
Bretanha, EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, onde não é necessário detalhar as regras a 
serem aplicadas. Presume-se que o que não é proibido é permitido. Nesses países, há clima 
 24 
propício para inovações e criatividade. Por outro lado, há possibilidade de maior “gerenciamento” 
de resultados ou flexibilidade (creative accounting). 
 
Sistema legal classificado como code-law é predominante em países como Alemanha, 
França e Japão e é requerido um elevado grau de detalhamento de regras a serem cumpridas. 
Isto não propicia maior flexibilidade na preparação e apresentação de demonstrações 
financeiras. Ênfase maior é atribuída à proteção de credores. 
 
Harmonização contábil é um processo onde vários países, de comum acordo, realizam 
mudanças nos seus sistemas e normas contábeis, tornando-os compatíveis e respeitando as 
peculiaridades e características de cada região. Este processo parte da identificação das linhas 
gerais no marco conceitual e na teoria geral da contabilidade destes países, que fundamentam 
suas normas contábeis. Este processo considera a influência dessas normas na economia, 
dentro de um contexto de unicidade de mercados. 
 
Importante ressaltar que a informação representa um dos bens de maior valor dentro 
de qualquer organização, tendo em vista ser ela a base para qualquer tomada de decisão e, por 
isso, o modelo contábil e de “disclosure”2 exerce um papel importante no fortalecimento dos 
mercados de capitais. A livre movimentação de capitais entre os países, os excedentes de 
poupança em nível mundial, os processos de privatizações, fusões, incorporações e aquisições, 
criação de “joint ventures” envolvendo empresas de diversos países, a busca de recursos via 
mercado de capitais ou via mercado de crédito, são fatores que impulsionaram os órgãos 
reguladores e os organismos profissionais a buscar uma forma de harmonização das práticascontábeis, em nível mundial. 
 
A partir da importância da disponibilização de informações contábeis transparentes e 
comparáveis, compreensíveis a analistas financeiros, investidores, auditores, contabilistas e 
demais usuários, independentemente de sua origem e localização, o CFC emitiu em 10/12/2009 
a Resolução nº 1.255/09 que disciplina as Normas de Contabilidade aplicáveis à pequenas e 
médias empresas. 
 
2 O termo "disclosure" pode ser utilizado com dois significados: 1) dar a conhecer os riscos, benefícios, 
desconfortos e implicações econômicas de procedimentos assistenciais ou experimentais, com o objetivo de que as 
pessoas tomem decisões devidamente esclarecidas, dentro do processo; ou 2) revelação de informações 
confidenciais. 
 
 25 
1.8. ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
Esse capítulo aborda temas relacionados à estrutura das demonstrações financeiras 
de entidades empresariais atualizadas segundo as Leis 11.638/07 e 11.941/09. 
 
As demonstrações contábeis são conseqüentes da escrituração contábil, devendo 
nela estar respaldadas. Os relatórios contábeis podem ser classificados em obrigatórios e 
gerenciais. 
 
Lei 6.404/76 
 
Desde o ano 2000 tramitava na Câmara dos Deputados um Anteprojeto de Lei de 
reforma da Lei 6.404/76 elaborado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O propósito 
dessa alteração era a modernização e harmonização da lei societária em vigor com os princípios 
fundamentais e melhores práticas contábeis internacionais, visando a inserção do Brasil no atual 
contexto da globalização econômica. Segundo a CVM a reformulação foi proposta visando os 
seguintes aspectos: 
 
a) corrigir impropriedades e erros da lei 6.404/76; 
b) adaptar a lei às mudanças sociais e econômicas decorrentes da evolução do 
mercado; e 
c) fortalecer o mercado de capitais mediante implementação de normas contábeis e 
de auditoria internacionalmente reconhecidos. 
 
Lei 11.638/07 
 
Em 28 de dezembro de 2007 foi sancionada a Lei 11.638/07, trazendo significativas 
mudanças para a Lei 6.404/76. As principais alterações à Lei 6.404/76 foram: 
 
a) criação da Demonstração dos Fluxos de Caixa substituindo a Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos (art. 176, IV). Entretanto as companhias fechadas com 
patrimônio líquido inferior a R$2.000.000,00 na data do balanço estão dispensadas da 
elaboração e publicação da Demonstração do Fluxo de Caixa. 
 26 
b) Criação da Demonstração do Valor Adicionado, obrigatória para as empresas de 
capital aberto (art. 176, IV). 
c) Criação de subgrupo Intangível no Permanente, desdobrado do subgrupo 
Imobilizado (art. 179, IV). Ficado assim separados os bens materiais (tangíveis) dos bens 
imateriais (intangíveis). 
d) Classificação no Imobilizado, dos bens adquiridos pelas empresas através de 
arrendamento mercantil, com contrapartida da dívida no Passivo Exigível (art. 179, IV). 
e) Extinção da possibilidade de reavaliação dos bens do Ativo Imobilizado, 
eliminando assim a conta “Reservas de Reavaliação” (artigo 6º). 
f) O uso do subgrupo Diferido fica restrito ao registro das despesas pré-
operacionais e aos gastos de reestruturação (art. 179 IV). 
g) Eliminação da conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados” no Patrimônio Líquido, 
mantendo somente a conta “Prejuízos Acumulados” (art. 178, §2º, d.) 
h) Criação da figura das Sociedades de Grande Porte – sociedades ou conjunto de 
sociedades sob o controle comum que tiverem, no exercício anterior, ativo total superior a R$300 
milhões ou receita bruta anual superior a R$240 milhões (artigo 3º, § único). Às sociedades de 
grande porte ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, aplicam-se as 
disposições da Lei 6.404/76 que está sendo alterada pela referida lei, no que tange a 
escrituração e a elaboração das demonstrações financeiras (art. 3º). 
 
A atualização da Lei das Sociedades por Ações, juntamente com o poder regulatório 
da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e dos estudos e normas emanados pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC), irão levar o Brasil, aos poucos, aos patamares mais altos de 
regulação contábil internacional, quem sabe até colaborando para o aperfeiçoamento das 
normas emanadas pelo IASB (International Accounting Standars Board). 
 
Lei 11.941/09 
 
Em 27 de maio de 2009 foi aprovada a Lei Federal 11.941/09, em complemento a Lei 
11.638/07 e com novas alterações a Lei 6.404/76 no que diz respeito a estruturação das 
demonstrações contábeis. As principais alterações implantadas pela Lei 11.941/09 foram: 
 
a) Nova classificação das contas do Ativo e do Passivo (art. 178 da Lei das S/A) 
em ativo circulante, ativo não circulante, passivo circulante e passivo não circulante. Dessa 
 27 
forma, foi extinto o grupo Ativo Permanente e foi criado o grupo Ativo Não Circulante, composto 
pelo ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 
b) Extinção do subgrupo Ativo Diferido, que já tinha sido restringido pela lei 
11.638/07 (art. 299-A da Lei das S/A). Os gastos pré-operacionais devem, nas entidades em 
fase pré-operacional, ser registrados em contas de resultado, como despesas do período. 
c) Extinção do grupo Resultados de Exercícios Futuros (art. 299-B da Lei das S/A). 
Com isso, os saldos dessa conta devem ser reclassificados para o grupo do passivo não 
circulante, em contas representativas de receitas e despesas diferidas. 
d) Fim da segregação das receitas e despesas em operacionais e não 
operacionais. As receitas e despesas classificadas anteriormente como não operacionais devem 
ser denominadas de Outras Receitas e Outras Despesas. 
e) Estabeleceu em número maior de notas explicativas a fim de fornecer maiores 
informações aos usuários das Demonstrações Contábeis, fazendo com que as sociedades 
tenham que evidenciar as informações utilizadas para elaboração das Demonstrações 
Contábeis. 
 
É importante ressaltar que a Lei 11.941/09 trouxe outras várias alterações, inclusive 
inovações tributárias necessárias à harmonização das normas internacionais de contabilidade, 
mas que não serão aqui comentadas por não ser objeto desse estudo. 
 
As definições da Lei 11.638/07 e da Lei 11.941/09 devem ser observadas pelas 
empresas obrigadas a obedecer a Lei das S/A, compreendendo não só as sociedades por 
ações, mas também as demais empresas inclusive as constituídas sob forma de limitadas, 
conforme Comunicado Técnico – CT 01 do Conselho Federal de Contabilidade. 
 
A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404-76, de 15-12-76), alterada pelas Leis 
11.638 de 28 de dezembro de 2007 e 11.941 de 27 de maio de 2009, aplicável extensivamente 
às demais sociedades, estabelece que, obrigatoriamente ao final de cada exercício, a Diretoria 
fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia: 
1 – Balanço Patrimonial; 
2 – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados; 
3 – Demonstração do Resultado do Exercício; 
4 – Demonstração dos Fluxos de Caixa; e 
5 – Notas Explicativas. 
 28 
No caso de companhias de capital aberto, a Lei 11.638/07 determina a elaboração da 
Demonstração do Valor Adicionado. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) diz que, além 
dessas demonstrações, as empresas de capital aberto devem elaborar a Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido. 
 
a) Balanço Patrimonial 
 
A Lei 6.404/76, art. 178, § 1º e § 2º, determina que o Balanço Patrimonial – que é um 
dos principais relatórios contábeis – tenha a seguinte estrutura: 
 
ATIVO PASSIVO 
 
ATIVO CIRCULANTE 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
 INVESTIMENTOSIMOBILIZADO 
 ( - ) DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS 
 INTANGÍVEL 
 
 
PASSIVO CIRCULANTE 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 CAPITAL SOCIAL 
 RESERVAS DE CAPITAL 
 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 
 RESERVAS DE LUCROS 
 ( - ) AÇÕES EM TESOURARIA 
 ( - ) PREJUÍZOS ACUMULADOS 
 
 
O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e 
qualitativamente, numa determinada data, o patrimônio e a composição do patrimônio líquido da 
entidade. Conforme determina o artigo 178 da Lei nº 6.404-76, “No balanço, as contas serão 
classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a 
facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. 
 
Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei nº 6.404-
76 e segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade. 
 
 29 
A Lei das SA’s estabelece, em seu artigo 178, §1º, que, no ativo, as contas serão 
dispostas em ordem decrescente de liquidez, e, dentro desse conceito, as contas de 
disponibilidades são as primeiras a serem apresentadas no balanço, dentro do ativo circulante. 
Seguem-se os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e aplicações de 
recursos em despesa do exercício seguinte. 
 
A seguir, a descrição de cada grupo: 
 
ATIVO CIRCULANTE - São os recursos financeiros que se encontram à disposição 
imediata da entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras 
espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. 
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Serão classificadas contas da mesma 
natureza das do ativo circulante, porém realizáveis após o término do exercício 
seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a 
sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro, 
que não constituíram negócios usuais na exploração do objeto da companhia. 
 
INVESTIMENTOS – São as participações permanentes em outras sociedades e os 
bens e direitos que não se destinem à manutenção das atividades da companhia ou 
empresa. 
 
IMOBILIZADO – São os bens e direitos, tangíveis e intangíveis, utilizados na 
consecução das atividades-fim da entidade. Bens tangíveis são aqueles que têm 
corpo físico, tais como terrenos, máquinas, veículos, benfeitorias em propriedades 
arrendadas, direitos sobre recursos naturais, etc. Bens intangíveis são aqueles cujo 
valor reside não em qualquer propriedade física, mas nos direitos de propriedade 
legalmente conferidos aos seus possuidores, tais como: patentes, direitos autorais, 
marcas, etc. 
INTANGÍVEL – São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à 
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de 
comércio adquirido. 
 
 
 
 30 
PASSIVO CIRCULANTE - São as obrigações conhecidas e os encargos estimados da 
empresa cuja liquidação se espera que ocorra dentro do exercício social seguinte, ou 
de acordo com o ciclo operacional da empresa, se este for superior a esse prazo. 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE - São as obrigações conhecidas e os encargos 
estimados da empresa cuja liquidação deverá ocorrer em prazo superior a seu ciclo 
operacional, ou após o exercício social seguinte. 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO - O patrimônio líquido representa os recursos próprios da 
entidade, e seu valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (Ativo - 
Passivo). Desta forma, o valor do patrimônio líquido pode ser positivo, negativo ou 
nulo. O patrimônio líquido é dividido em: 
CAPITAL – São os investimentos efetuados na empresa pelos proprietários e os 
decorrentes de incorporação de reservas e lucros. 
RESERVAS DE CAPITAL – Contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o 
valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que 
ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos 
de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias e o produto da 
alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. Será ainda registrado como 
reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto 
não-capitalizado. 
AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL - Serão classificadas como ajustes de 
avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em 
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições 
de valor atribuído a elementos do ativo (§ 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e 
§ 3o do art. 226 desta Lei) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de 
mercado. 
RESERVAS DE LUCROS - Serão classificadas como reservas de lucros as contas 
constituídas pela apropriação de lucros da companhia. 
AÇÕES EM TESOURARIA - As ações em tesouraria deverão ser destacadas no 
balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos 
recursos aplicados na sua aquisição. 
PREJUÍZOS ACUMULADOS – Representam o saldo remanescente dos prejuízos 
líquidos, estes apresentados como parcela redutora do Patrimônio Líquido. 
 31 
No caso de o Patrimônio Líquido ser negativo, será demonstrado após o Ativo, e seu 
valor final denominado de Passivo a Descoberto. 
 
b) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
 
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará o saldo do início do 
período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial, as reversões 
de reservas e o lucro líquido do exercício, as transferências para reservas, os dividendos, a 
parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. Como ajustes de 
exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de 
critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não 
possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. 
 
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do 
dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do 
patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. A DLPA apresentará a seguinte 
estrutura: 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Em 31-12-X0 (Em R$) 
 
Saldo Inicial 
Ajustes de Exercícios Anteriores 
Efeitos da Mudança de Critério Contábil 
Retificação de Erro de Exercícios Anteriores 
Parcela de Lucros Incorporados ao Capital 
Reversão de Reservas 
 De Contingências 
 De Lucros a Realizar 
Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício 
Proposta da Administração de Destinação do Lucro 
Líquido do Exercício 
 Reserva Legal 
 Reserva Estatutária 
 Dividendos a Distribuir ou Lucros a Destinar 
ou Proposta de Absorção do Prejuízo Líquido do 
Exercício 
Saldo Final de Lucros (Prejuízos) Acumulados 
Montante do Dividendo por Ação do Capital Social 
 
c) Demonstração do Resultado do Exercício 
 
A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a 
composição do resultado formado num determinado período de operações da entidade. A 
demonstração do resultado, observado o princípio da competência, evidenciará a formação dos 
 32 
vários níveis de resultados, mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e 
despesas. A seguir, a descrição de cada elemento: 
 
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS - A Lei nº 6.404-76, em seu art. 187, 
determina que a demonstração do resultado do exercício deverá discriminar a receita 
bruta de vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos, 
bem como a receita líquida das vendase serviços. As vendas deverão ser 
contabilizadas pelo valor bruto, incluindo o valor dos impostos. Estes impostos, bem 
como as devoluções e os abatimentos, deverão ser contabilizados em contas 
individualizadas, que serão tratadas como contas redutoras das vendas. 
DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA - São representadas pelas contas de vendas 
canceladas, abatimentos e impostos incidentes sobre vendas. 
a) Vendas Canceladas é conta devedora que deve incluir todas as devoluções de 
vendas. Correspondem à anulação de valores registrados como receitas brutas de 
vendas e serviços. 
b) Abatimentos e descontos sobre vendas e serviços são aqueles concedidos 
incondicionalmente. 
c) Impostos incidentes sobre vendas devem ser deduzidos da receita bruta de vendas. 
A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre 
ela incidentes, com exceção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). 
 
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS - A apuração do custo dos produtos 
vendidos está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois representa a 
baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período. 
 
DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS – São as despesas pagas ou incorridas para 
vender produtos e administrar a empresa; e dentro do conceito da Lei nº 6.404-76, 
abrangem também as despesas líquidas para financiar suas operações; os resultados 
líquidos das atividades acessórias da empresa são também considerados 
operacionais. O art. 187 da Lei nº 6.404-76 estabelece que, para se chegar ao lucro 
operacional, serão deduzidas as despesas com as vendas, as despesas financeiras, 
deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas 
operacionais. 
 
 33 
PARTICIPAÇÕES EM RESULTADO - O artigo 189 da Lei nº 6.404-76 estabelece que 
do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os 
prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto de Renda. O artigo 190 da Lei nº 
6.404-76 dispõe que as participações estatutárias de empregados, administradores e 
partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base 
nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente 
calculada. 
 
Dessa forma, O Demonstrativo do Resultado do Exercício apresentará a seguinte 
estrutura: 
 
1. Receitas de Venda de Mercadorias 
2. ( - ) Deduções da Receita Bruta 
 Vendas Canceladas 
 Abatimentos e Descontos 
 Impostos sobre Vendas 
3. ( = ) Receita Líquida 
4. ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas 
5. ( = ) Lucro Bruto 
6. ( - ) Despesas Operacionais 
 Despesas com Vendas 
 Despesas Administrativas 
 Despesas Financeiras deduzidas das Receitas Financeiras 
7. ( = ) Resultado Operacional 
9. ( + / - ) Outras receitas e outras despesas 
10 ( = ) Resultado antes das Provisões Tributárias 
11. ( - ) Participações e Contribuições 
12 ( = ) Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício 
 
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa 
 
Denomina-se fluxo de caixa de uma organização ao conjunto de ingressos e 
desembolsos de numerário ao longo de um período determinado. O fluxo de caixa consiste na 
representação dinâmica da situação financeira de uma empresa, considerando todas as fontes 
de recursos e todas as aplicações em itens do ativo. Sinteticamente, o fluxo de caixa é o 
instrumento de programação financeira, que corresponde às estimativas de entradas e saídas de 
caixa em certo período de tempo. Esse instrumento possibilita: planejar, organizar, coordenar, 
dirigir e controlar os recursos financeiros da empresa. 
 
 34 
O objetivo do fluxo de caixa é dar uma visão das atividades desenvolvidas, bem como 
as operações financeiras que são realizadas diariamente, no grupo do ativo circulante, dentro 
das disponibilidades, e que representam o grau de liquidez da empresa. A otimização dos fluxos 
de caixa reduz, automaticamente, a necessidade de capital de giro, sendo, portanto, interesse da 
empresa buscar essa otimização. 
 
As operações para produzir e comercializar os produtos/serviços exigem recursos. 
Esses recursos exigem contrapartidas financeiras, ou seja, pagamentos em dinheiro. A diferença 
entre os valores recebidos pelas vendas dos produtos/serviços e os valores pagos pelos 
recursos utilizados forma a geração operacional de caixa de uma empresa. O fluxo financeiro ou 
fluxo de caixa de uma empresa é a movimentação da geração operacional de caixa, acrescido 
das movimentações financeiras de investimento e financiamento. 
 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório que complementa as 
análises obtidas a partir do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE). A DFC pode ser apresentada de duas formas: a) Método Direto e b) Método Indireto. 
 
O método direto é a forma de apresentação da DFC que resgata exatamente os 
valores movimentados no controle do caixa. No método indireto, parte-se do lucro líquido o 
exercício (apresentado na DRE) e a ele são feitas adições e exclusões. Apresenta-se, a seguir, 
modelo de ambos os métodos de acordo com o CPC 03 e Resolução CFC 1.296/10: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
MÉTODO DIRETO MÉTODO INDIRETO 
I - ATIVIDADES OPERACIONAIS 
 1. ENTRADAS 
 Vendas a vista 
 Recebimento de clientes 
 Outros 
 2. SAIDAS 
 Compras a vista 
 Pagamentos a fornecedores 
 Pagamento de tributos 
 Pagamentos de salários e encargos 
 Pagamentos de despesas (exceto financeiras) 
 Outros 
SALDO DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS (1-2) 
 
II – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS 
 3. ENTRADAS 
 Venda de ativo investimentos 
 Venda de ativo imobilizado 
 Venda de ativo intangível 
 Recebimento de principal de empréstimos 
 Receitas financeiras 
 Outros 
 4. SAÍDAS 
 Investimentos no Realizável a Longo Prazo 
 Investimentos no ativo investimentos 
 Investimentos no ativo imobilizado 
 Investimentos no ativo intangível 
 Concessão de empréstimos 
 Outros 
SALDO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS (3-4) 
 
III – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 
 5. ENTRADAS 
 Emissão de ações 
 Integralização de capital 
 Novos empréstimos 
 6. SAÍDAS 
 Amortização de empréstimos 
 Despesas financeiras 
 Distribuição de resultados 
SALDO DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO (5-6) 
 
IV - SALDO DO PERÍODO (I + II + III) 
V - SALDO INICIAL DO DISPONÍVEL 
VI – SALDO FINAL DO DISPONÍVEL (IV + V) 
I - ATIVIDADES OPERACIONAIS 
 Lucro Líquido do Exercício 
 Ajustes 
 ( + ) Depreciações 
 ( + / - ) Equivalência Patrimonial 
 ( + / - ) Ganhos/Perdas de capital 
 ( + / - ) Outros ajustes 
 Variações nos ativos e passivos circulantes 
 ( + ) Aumentos no passivo circulante 
 ( + ) Reduções no ativo circulante 
 ( - ) Aumentos no ativo circulante 
 ( - ) Reduções no passivo circulante 
 
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES 
 
II – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS 
 Venda de ativo investimentos 
 Venda de ativo imobilizado 
 Venda de ativo intangível 
 Recebimento de principal de empréstimos 
 Investimentos no Realizável a Longo Prazo 
 Investimentos no ativo investimentos 
 Investimentos no ativo imobilizado 
 Investimentos no ativo intangível 
 Concessão de empréstimos 
 Outros 
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DE INVESTIMENTOS 
 
III – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 
 Emissão de ações 
 Integralização de capitalNovos empréstimos 
 Amortização de empréstimos 
 Distribuição de resultados 
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DE FINANCIAMENTO 
 
IV - SALDO DO PERÍODO (I + II + III) 
V - SALDO INICIAL DO DISPONÍVEL 
VI – SALDO FINAL DO DISPONÍVEL (IV + V) 
 
 36 
e) Notas Explicativas 
 
Complementam as demonstrações financeiras e devem apresentar informações sobre 
a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas 
selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos. Devem, ainda, divulgar as 
informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas 
em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras e fornecer informações adicionais não 
indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma 
apresentação adequada. As notas explicativas devem: 
 
I - apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das 
práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; 
II - divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam 
apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; 
III - fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e 
consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e 
IV - indicar: 
 a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente 
estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões 
para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de 
elementos do ativo; 
 b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes 
 c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações 
 d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a 
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; 
 e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo 
prazo; 
 f) o número, espécies e classes das ações do capital social; 
 g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; 
 h) os ajustes de exercícios anteriores; e 
 i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou 
possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da 
companhia. 
 
 37 
f) Demonstração do Valor Adicionado 
 
Demonstra o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os 
elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, 
financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. 
 
GERAÇÃO DO VALOR 
ADICIONADO 
R$ % DISTRIBUIÇÃO DO VALOR 
ADICIONADO 
R$ % 
receita de venda de 
mercadorias, produtos e 
serviços 
( - ) custos para obtenção 
de receita de vendas 
outras receitas 
( - ) outros custos 
 distribuição para colaboradores 
 
distribuição pela remuneração 
do capital de terceiros 
 
distribuição ao governo 
 
distribuição aos acionistas 
 
VALOR ADICIONADO 
GERADO 
 VALOR ADICIONADO 
DISTRIBUÍDO 
 
 
 
g) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
 
A demonstração das mutações do patrimônio líquido é aquela destinada a evidenciar 
as mudanças, em natureza e valor, havidas no patrimônio líquido da entidade, num determinado 
período de tempo. A referida demonstração está prevista no art. 186, § 2º, da Lei nº 6.404-76. A 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mediante a Instrução CVM nº 059-86, tornou esta 
demonstração e sua publicação de caráter obrigatório, para as companhias abertas, em 
substituição à demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. A DMPL apresentará a 
seguinte estrutura: 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além dos relatórios contábeis obrigatórios, citados anteriormente, existe o Balancete 
de Verificação, como relatório gerencial. A elaboração do Balancete de Verificação está 
disciplinada na Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T) 2.7. Segundo o Conselho 
Federal de Contabilidade, o Balancete de Verificação deverá ser elaborado, no mínimo, 
mensalmente. 
 39 
1.9. GESTÃO DO CAIXA 
 
O caixa representa o objetivo final dos investidores ao optarem por uma alternativa de 
alocação de recursos. No meio empresarial o caixa é o ativo mais líquido disponível na empresa, 
encontrado em espécie na mesma, nos bancos e no mercado financeiro de curtíssimo prazo. 
 
O termo caixa se refere aos ativos de liquidez imediata, ou seja, recursos monetários 
armazenados pela empresa e saldos em contas correntes bancárias; representa valores que 
podem ser usados a qualquer momento para pagamentos de diversas naturezas. A 
administração de caixa visa manter uma liquidez imediata necessária para suportar as atividades 
da empresa, levando em conta seu fluxo de recebimento e pagamentos. 
 
Diferenciação entre Lucro e Caixa 
 
O caixa de uma empresa gera lucro à medida que sua disponibilidade para aplicação 
permite o recebimento de juros. Da mesma forma, a ausência de caixa impacta o resultado à 
medida que se pagam os encargos cobrados pelos recursos de terceiros, tornando o resultado 
menor. As possíveis diferenças entre o caixa e o lucro são: 
 
a) Capital de giro (prazo de pagamentos e recebimentos). 
b) Não pontualidade de recebimento e não recebimento como perda. 
c) Valores ativados (reconhecimento de amortização e depreciação). 
d) Provisões de qualquer tipo (impostos, contingências). 
e) Receitas reconhecidas e não recebidas. 
f) Impostos sobre a nota fiscal emitida. 
 
Fluxo de Caixa 
 
O fluxo de caixa é um instrumento que possibilita o planejamento e o controle dos 
recursos financeiros de uma empresa. Gerencialmente, é indispensável ainda em todo o 
processo de tomada de decisões financeiras. O fluxo de caixa é de fundamental importância 
para as empresas, constituindo-se numa indispensável sinalização dos rumos financeiros do 
negócio. A insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos, suspensão de entregas 
de materiais e mercadorias, e ser causa de uma séria descontinuidade das suas atividades. 
 40 
O fluxo de caixa de uma empresa deve conter detalhamentos que permitem a adequada 
análise das informações contidas, pois um fluxo de caixa mal estruturado leva a empresa a não 
decidir adequadamente sobre sua liquidez. O fluxo de caixa pode ser identificado em duas 
modalidades: Fluxo de Caixa de Tesouraria e Fluxo de Caixa Contábil. 
 
Fluxo de Caixa de Tesouraria 
 
É elaborado pelo tesoureiro da empresa, disponível em termos de informações previstas 
e realizadas com base nas entradas de cobranças ou vendas a vista e em compromissos a 
cumprir. Tem um nível de detalhamento alto, para que tenha utilidade prática e possibilite 
identificar, por exemplo, até o número da fatura a ser paga. Dessa maneira seu nível de precisão 
é diário e sua projeção tem por objetivo dispor dos valores de entradas e saídas que possam ser 
acompanhado diariamente quando obtido e realizado. 
 
Fluxo de Caixa Contábil 
 
 É elaborado a partir das demonstrações contábeis (BP e DRE). Dessa maneira, feitas as 
movimentações entre contas, deduzidos e ajustados os valores que não representam efetiva 
entrada e saída de caixa, são obtidas informações referentes a geração de liquidez. Seu nível de 
precisão está ligado ao horizonte de repetitividade da avaliaçãodos resultados (mensal, 
semestral, anual, etc.) em função dos balanços. Sua preocupação maior reside na sobra ou valor 
líquido entre entradas e saídas. 
 
 O objetivo da demonstração dos fluxos de caixa é prover informações relevantes sobre 
os pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa durante um determinado período 
de tempo. Essas informações, principalmente quando analisadas em conjunto com as demais 
demonstrações financeiras, podem permitir que investidores, credores e demais usuários 
avaliem: 
a) A capacidade da empresa em gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa. 
b) A capacidade da empresa em honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar 
empréstimos obtidos. 
c) A liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa. 
d) A taxa de conversão de lucro em caixa. 
 41 
e) A performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os distintos 
tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos. 
f) O grau de precisão das estimativas passadas de futuros de caixa. 
g) O efeito sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimento e 
financiamento, etc. 
 
Movimentações de Caixas por Atividade 
 
 O formato adotado nas Demonstrações dos Fluxos de Caixa é o de classificação das 
movimentações de caixa por grupo de atividade. As atividades da empresa para fins de 
estruturação da demonstração de Fluxos de Caixa classificam-se em: 
 
• Atividades Operacionais; 
• Atividades de Investimento; 
• Atividades de Financiamento. 
 
Atividades Operacionais 
 
 As atividades operacionais geralmente envolvem a produção e a entrega dos bens e da 
prestação de serviços. Em outras palavras corresponde às contas da demonstração de 
resultado. Para o autor o detalhamento desse grupo se adapta a cada tipo de empresa, para a 
correta demonstração dos principais pagamentos e recebimentos operacionais. 
 Recebimento Operacional: 
• clientes por venda à vista; 
• clientes por venda à prazo; 
• clientes – adiantamento; 
• rendimentos de aplicações financeiras; 
• juros de empréstimos concedidos; 
• dividendos recebidos; 
• outros recebimentos (que não de origem de transações definidas como atividades de 
investimentos ou financiamento) 
Pagamentos Operacionais: 
• fornecedores de matéria-prima; 
 42 
• fornecedores de mercadorias; 
• adiantamento de fornecedores; 
• salário e encargos; 
• utilidades e serviços; 
• tributos; 
• encargos financeiros (financiamentos comerciais e bancários obtidos); 
• outros. 
 
Atividades de Investimento 
 
As atividades de investimento correspondem normalmente ao aumento e diminuição dos 
ativos de longo prazo que a empresa utiliza para produzir bens e serviços. 
• aplicações financeiras (com prazo maior que três meses); 
• empréstimos concedidos; 
• participações em controladas e coligadas; 
• participações em outras empresas; 
• terrenos; 
• obras civis; 
• móveis, utensílios e instalações; 
• máquinas, ferramentas e equipamentos; 
• veículos em uso; 
• equipamentos de processamento de dados; 
• softwares e aplicativos de informática. 
 
Atividades de Financiamento 
 
Na Demonstração dos Fluxos de Caixa o conceito de financiamento é mais abrangente 
do que o mercado está acostumado a utilizar. Este conceito é mais abrangente e não significa 
somente uma aquisição de bens financiados, mas também inclui os recursos de terceiros e os 
recursos próprios recebidos. 
• empréstimos bancários. 
• financiamentos (leasing). 
• recursos próprios ( - ) dividendos pagos. 
 43 
Métodos 
 
 A demonstração dos fluxos de caixa pode ser elaborada pelo método direto ou indireto. 
Pelo método direto a demonstração é elaborada fazendo os lançamentos de cada transação 
financeira diretamente em uma planilha eletrônica própria ou extraindo os dados do sistema 
contábil. Já pelo método indireto a demonstração é elaborada utilizando-se os dados do balanço 
patrimonial e da demonstração de resultado do exercício. 
 
Método Direto 
 
O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais 
componentes das atividades operacionais, como o recebimento pelas vendas de produtos e 
serviços e os pagamentos a fornecedores e empregados. O saldo final expressa o volume 
líquido de caixa provido ou consumido pelas operações durante um determinado período. É 
bastante simples de ser entendido pelo usuário, pois as movimentações de dinheiro seguem 
uma ordem direta, como se faz com a administração do caixa pessoal. 
 
Ao utilizarem o método direto, as empresas devem detalhar os fluxos das operações, no 
mínimo nas seguintes classes: 
 
• Recebimento de clientes, incluindo recebimento de arrendatários, 
concessionários e similares; 
• Recebimento de juros e dividendos; 
• Outros recebimentos das operações se houver; 
• Pagamentos a empregados e a fornecedores de produtos e serviços, incluindo 
segurança, propaganda, publicidade e similares; 
• Juros pagos; 
• Impostos; 
• Outros pagamentos da operação. 
 
 
 
 44 
Método Indireto 
 
O método indireto faz conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado pelas operações, 
por isso é também chamado de método de reconciliação. A principal utilidade desse método é 
mostrar as origens ou aplicações de caixas decorrentes das alterações temporárias de prazos 
nas contas relacionadas com o ciclo operacional do negócio (normalmente clientes, estoques e 
fornecedores). Outra vantagem é permitir que o usuário avalie quanto de lucro está se 
transformando em caixa em cada período. 
 
Classificação dos Fluxos de Caixa 
Elenco de Contas – ATIVO 
É possível a utilização da planilha a seguir para a associação das contas do Ativo: 
 ELENCO DE CONTAS CONFORME LEI 11.941/09 
ESTRUTRA MODELO 
ATIVO 
1 ATIVO 
1.1 ATIVO CIRCULANTE 
1.1.1 Caixa Disponibilidades 
1.1.2 Banco C/ Movimento Disponibilidades 
1.1.4 Contas a Receber Operacional 
1.1.4.01 Clientes Operacional 
1.1.4.02 Outras Contas a Receber Operacional 
1.1.5 Estoques Operacional 
1.1.5.01 Mercadorias Operacional 
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE 
1.2.1 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
1.2.1.01 Empréstimos a Coligadas Investimentos 
1.2.1.02 Outras Contas a Receber LP Investimentos 
1.2.1.03 Aplicações Financeiras LP Investimentos 
1.2.2 INVESTIMENTOS 
1.2.2.01 Participações Societárias Investimentos 
1.2.3 IMOBILIZADO 
1.2.3.01 Terrenos Investimentos 
1.2.3.02 Construções e Benfeitorias Investimentos 
1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas Investimentos 
1.2.3.04 Veículos Investimentos 
1.2.3.05 Móveis Investimentos 
1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada não afeta o caixa 
1.2.4 INTANGÍVEL 
1.2.4.01 Marcas Investimentos 
1.2.4.02 Softwares Investimentos 
1.2.4.03 Ágio na Aquisição de Ações Investimentos 
1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada não afeta o caixa 
 45 
Elenco de Contas PASSIVO 
No passivo, pode-se utilizar da planilha a seguir para associação das contas: 
 
 ELENCO DE CONTAS CONFORME LEI 11.941/09 
ESTRUTRA MODELO 
PASSIVO 
 
2 PASSIVO 
2.1 PASSIVO CIRCULANTE 
2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher operacional 
2.1.2 Contas a Pagar operacional 
2.1.3 Fornecedores operacional 
2.1.4 Salários e Encargos Sociais operacional 
2.1.5 Empréstimos Bancários financiamentos 
2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
2.2.1 Empréstimos Bancários LP 
2.2.2 Resultados de Exercícios Futuros 
financiamentos 
não afeta o caixa 
2.3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
2.3.1 Capital Social financiamentos 
2.3.2 Reservas não afeta o caixa 
2.3.2.01 Reservas de Capital não afeta o caixa 
2.3.2.02 Reservas de Lucros não afeta o caixa 
2.3.3 Prejuízos cumulados não afeta o caixa 
 
 46 
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