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MÓDULO JURÍDICO PARA TÉCNICO JUDICIÁRIO 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
1 
1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
 A Justiça do Trabalho é composta por: [Art. 111, CF/88] 
 
 TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 
 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 
 JUIZ DO TRABALHO 
Art. 111, CF. São órgãos da Justiça do Trabalho: 
I - o Tribunal Superior do Trabalho; 
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; 
III - Juízes do Trabalho. 
 
O inciso III do artigo 111 foi alterado pela Emenda Constitucional nº 24/1999, extinguindo a figura 
dos juízes classistas (representantes da categoria econômica e profissional) e as juntas de conciliação e 
julgamento. 
 
Tribunal Superior do Trabalho – TST 
 
 O Tribunal Superior do Trabalho tem sede em Brasília, possui jurisdição em todo o território 
nacional, e é composto por EXATOS 27 ministros, que devem ser brasileiros, com mais de 35 e menos de 
65 anos, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado 
Federal. [Art. 690, CLT] 
 
Um quinto de seus membros será composto por advogados e membros do Ministério Público 
(quinto constitucional) com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de efetivo exercício, 
respectivamente. Os demais membros serão desembargadores dos Tribunais Regionais do Trabalho, 
oriundos da magistratura de carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. [Art. 111-A, CF/88] 
 
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MÓDULO JURÍDICO PARA TÉCNICO JUDICIÁRIO 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
2 
 
Funcionarão junto ao TST a ESCOLA NACIONAL DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DOS 
MAGISTRADOS DO TRABALHO e o CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
 
Tribunal Regional do Trabalho – TRT 
 
Os Tribunais Regionais do Trabalho compõe-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando 
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mai de 30 
e menos de 65 anos. Na composição dos membros do TRT também se respeita o quinto constitucional. 
 
Atualmente, há 24 regiões e 24 Tribunais Regionais do Trabalho, sendo dois deles situados no 
estado de São Paulo (um na Capital e outro em Campinas). 
 
Não há Tribunal Regional do Trabalho nos seguintes Estados: Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. 
 
 Os Tribunais Regionais deverão criar a Justiça Itinerante, com a realização de audiências e demais 
funções de atividade jurisdicional, dentro do limite territorial de sua jurisdição, servindo-se de 
equipamento público e comunitários. 
 
Juiz do Trabalho 
 
O Juiz do Trabalho ingressará na carreira como Juiz do Trabalho Substituto, após aprovação em 
concurso público de provas e títulos, sendo designado pelo Presidente do TRT para auxiliar ou substituir 
nas Varas do Trabalho. Após dois anos de exercício, o Juiz do Trabalho substituto torna-se vitalício. 
Alternadamente, por antiguidade ou merecimento, o Juiz será promovido a juiz Titular da Vara do 
Trabalhoe, posteriormente, pelo mesmo critério, a juiz do Tribunal Regional do Trabalho.1 
 
1 SCHIAVI. Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 3ª Ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 147. 
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Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
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Nas Comarcas onde não houver juiz do trabalho, por lei, os Juízes de Direito poderão ser investidos 
da jurisdição trabalhista. Das sentenças que proferirem caberá Recurso Ordinário para o respectivo 
Tribunal Regional do Trabalho. [Art. 112, CF/88 e Art. 668, CLT] 
 
2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
A competência será designada da seguinte forma: em razão da matéria, em razão das pessoas, em 
razão da função ou em razão do território. 
 
2.1 COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E EM RAZÃO DA PESSOA 
 
Compete às Varas do Trabalho processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho como 
determinado pelo art. 114 da Constituição Federal. 
 
Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito 
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da 
relação de trabalho; 
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e 
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II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 
§ 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é 
facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza 
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as 
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as 
convencionadas anteriormente. 
§ 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do 
interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio 
coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
 
A Emenda Constitucional nº 45/2004 foi responsável por uma significativa ampliação da 
competência da Justiça do Trabalho: 
 
 
 
Em seu inciso I, o artigo 114 traz como competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as 
ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de Direito Público externo e da Administração 
Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Contudo, o STF na ADI nº 3395, repetindo o entendimento já expostos na ADI 492,tornou defeso à 
Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e os servidores a ele 
vinculados por típica relação baseada no regime estatutário ou jurídico-administrativo. 
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Conclui-se, que em se tratando de demanda entre o Poder Público e servidor público estatutário,este não poderá ajuizar reclamatória trabalhista na Justiça do Trabalho. Também não poderá demandar na 
Justiça do Trabalho o servidor contratado pelo ente público, temporariamente, por regime especial 
previsto em lei municipal ou estadual, à luz dos artigos 114 e 37, IX, da CF/1988, pois toda contratação 
temporária apresenta índole administrativa, se previsto regime especial em lei própria. 
 
Assim, o processamento de litígios entre servidores temporários e a Administração Pública na 
Justiça do Trabalho afronta a autoridade da decisão exarada na ADI 3.395-MC/DF, o que levou os ministros 
do Plenário do STF, no exame do Recurso Extraordinário nº 573.202-9/AM, em 21/8/2008, a darem 
repercussão geral à referida decisão, implicando, nos termos dos artigos 543-A e 543-B do CPC (Lei 
11.418/2006), a objetivação do julgamento emitido pelo STF, ou seja, os casos análogos serão decididos 
exatamente no mesmo sentido daquele deliberado pelo órgão pleno no RE 573.202/AM. 
 
Dessa forma, o TST cancelou a OJ 205 da SBDI-12, que previa a competência da Justiça do Trabalho 
quando alegado o desvirtuamento em tal contratação, mediante a prestação de serviços à Administração 
para atendimento de necessidade permanente e não para acudir a situação transitória e emergencial. 
Sendo assim, é possível ajuizar RT contra Administração Pública, direta ou indireta, na Justiça do 
Trabalho quando os servidores estiverem a ela vinculados por relação CELESTISTA. 
 
Nos demais casos: 
a) Tratando-se de servidor público federal a ação poderá ser ajuizada na Justiça Federal. 
b) Tratando-se de servidor público municipal ou estadual a reclamatória poderá ser ajuizada na 
Justiça Estadual. 
 
 
2
OJ 205, SDI-1 (cancelada). COMPETÊNCIA MATERIAL. JUSTIÇA DO TRABALHO. ENTE PÚBLICO. CONTRATAÇÃO 
IRREGULAR. REGIME ESPECIAL. DESVIRTUAMENTO (cancelada) – Res. 156/2009, DEJT divulgado em 27, 28 e 
29.04.2009 
I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho dirimir dissídio individual entre trabalhador e ente público se há 
controvérsia acerca do vínculo empregatício. 
II - A simples presença de lei que disciplina a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público (art. 37, inciso IX, da CF/1988) não é o bastante para deslocar a competência da Justiça do Trabalho 
se se alega desvirtuamento em tal contratação, mediante a prestação de serviços à Administração para atendimento de necessidade 
permanente e não para acudir a situação transitória e emergencial. 
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A Justiça do Trabalho é competente para julgar: 
 Dano moral e patrimonial decorrentes das relações de trabalho, inclusive em razão de acidente do 
trabalho. 
 Ações que envolvam o exercício do direito de GREVE 
 Representação sindical (sind. x empregador / sind. x sind. / sind. x empregado) 
 Conflitos de competência entre seus órgãos, salvo nos casos de competência do STJ e do STF. 
 Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data. 
 Penalidades impostas pelos órgãos de fiscalização do trabalho (inclusive MS) 
 Executar, de ofícios, as contribuições sociais decorrentes das sentenças que proferir. Ressalte-se, 
que quanto às contribuições fiscais, tem competência apenas para determinar a sua retenção (súmula 368 
do TST), não podendo executá-las de ofício. 
 
Nos termos da súmula 389, I, do TST, compete a Justiça do Trabalho julgar as ações em que se 
postule indenização substitutiva pelo não fornecimento das guias do seguro desemprego. 
 
Súmula 389, TST. I - Inscreve-se na competência material da 
Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo 
por objeto indenização pelo não fornecimento das guias do 
seguro desemprego. 
II - O não fornecimento pelo empregador da guia necessária 
para o recebimento do seguro desemprego dá origem ao direito 
à indenização. 
 
É competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações decorrentes do não 
cadastramento do empregado no PIS. 
 
Súmula 300, TST. Compete à Justiça do Trabalho processar e 
julgar ações de empregados contra empregadores, relativas ao 
cadastramento no Plano de Integração Social (PIS). 
 
 Ressaltem-se as seguintes súmulas vinculantes em matéria de competência da Justiça do Trabalho: 
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 Súmula Vinculante 22, STF: 
 
Súmula Vinculante 22 do STF. A Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar a ação de indenização por 
danos morais e patrimoniais decorrentes das relações de 
trabalho propostas por empregado contra empregador, 
inclusive aquelas que não possuíam sentença de mérito em 
primeiro grau quando da promulgação da Emenda 
Constitucional 45/2004. DOU de 11/12/2009. 
 
Podemos esquematiza-la da seguinte maneira: 
 
 
Em relação ao acidente do trabalho, vale destacar que a Justiça do Trabalho é competente para 
processar e julgar tanto as ações indenizatórias ajuizadas pelo empregado contra o empregador, como 
também as movidas pelos sucessores contra o empregador. Em sentido contrário era o entendimento do 
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STJ, consubstanciado na súmula 3663, que foi cancelada. Dessa maneira é inquestionável a competência da 
Justiça do Trabalho nos dois casos mencionados. 
Por fim, em razão do acidente do trabalho, 3 ações podem ser movidas: 
a) pelo empregado ou seus sucessores contra o empregador 
b) pelo empregado ou sucessores contra o INSS 
c) pelo INSS contra o empregador 
 
No mesmo sentido é o entendimento do STJ, consubstanciado na súmula 367, para as demais ações 
que se tornaram de competência da Justiça do Trabalho com a EC 45/2004. In verbis: 
Súmula 367, STJ: A competência estabelecida pela EC n. 45/2004 
não alcança os processos já sentenciados. 
 
 Súmula Vinculante 23, STF: 
Súmula Vinculante 23 do STF: A Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar ação possessória ajuizada 
em decorrência do exercício do direito de greve pelos 
trabalhadores da iniciativa privada. DOU 11/12/2009. 
 
Cumpre destacar que a Justiça do Trabalho não tem competência para apreciar controvérsias 
decorrentes do exercício do direito de greve pelo servidor público estatutário, uma vez que o STF, na ADI 
3395, excluiu da competência da Justiça do Trabalho as ações que sejam instauradas entre o Poder Público 
e seus servidores estatutários oriundas das relações de trabalho, tal como é a greve. 
 Súmula 363 do STJ 
Nos termos da súmula 363 do STJ a Justiça Comum é competente para as ações de execução de 
cobrança de honorários de profissionais liberais. Observe-se: 
 Súmula Vinculante 25 e ADI 3684, STF: 
 
 
 
3
Súmula 366, STJ. “Compete à Justiça estadual processar e julgar ação indenizatória proposta por viúva e filhos de empregado 
falecido em acidente de trabalho.” 
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Súmula Vinculante 25 do STF: É ilícita a prisão de depositárioinfiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. DOU 
23/12/2009. 
 
O inciso IV do artigo 114 da CF/88 confere à Justiça do Trabalho competência para processar e 
julgar os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data quando o ato questionado envolver 
matéria de sua jurisdição. Entretanto, vale mencionar que o STF, na ADI nº 3.684, concedeu liminar com 
efeitoextunc para declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações penais. 
 
A incompetência em razão da matéria é absoluta. Pode ser declarada pelo Juízo, de ofício, ou 
mediante alegação das partes em qualquer tempo ou grau de jurisdição (art. 795, § 1º, CLT e Art. 113, 
CPC). 
 
A incompetência material da Justiça do Trabalho deve ser alegada em preliminar de contestação e 
por exceção de incompetência. 
 
2.2 COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
 
 A regra para a definição da competência territorial na Justiça do Trabalho é o LOCAL DA 
PRESTAÇÃO de serviços, tratada no art. 651 da CLT. 
 
Art. 651, CLT: A competência das Varas do Trabalho é 
determinada pela localidade onde o empregado, reclamante 
ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que 
tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 
 
Esse artigo da CLT é composto por três parágrafos que preveem exceções à regra geral apresentada 
pelo caput. 
 
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MÓDULO JURÍDICO PARA TÉCNICO JUDICIÁRIO 
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a) Empregado agente ou viajante comercial (art. 651, § 1º, CLT): 
 
§ 1º – Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, 
a competência será da Vara da localidade em que a empresa 
tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado 
e, na falta, será competente a Vara da localização em que o 
empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
 
b) Competência da Justiça do Trabalho Brasileira para os empregados brasileiros trabalhando no 
estrangeiro: [Art. 651, § 2º, CLT] 
 
§ 2º – A competência das Varas do Trabalho, estabelecida 
neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou 
filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e 
não haja convenção internacional dispondo em contrário. 
 
A grande questão é a seguinte: qual a legislação aplicável quando o empregado brasileiro é 
contratado no Brasil para trabalhar em outro país? São duas as situações: 
 
 Empregado brasileiro contratado para trabalhar no estrangeiro por empresa sem sede no Brasil: a 
legislação aplicável é a do local da prestação dos serviços. 
 Empregado transferido: aplica-se a legislação mais favorável. [Lei 7064/82 – alterada em 2009] 
Considera-se transferido: 
- empregado contratado no Brasil, trabalhando no Brasil e removido para o exterior; 
 
- empregado contratado no Brasil, trabalhando no Brasil , cedido à empresa sediada no exterior, desde que 
mantido o vínculo com o empregador brasileiro; 
 
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- empregado contratado por empresa sediada no Brasil para trabalhar no exterior; 
 
 Nesse sentido é o art. 2º da Lei 7064/82. Observe-se: 
 
Art. 2º, Lei 7064/82. Para os efeitos desta Lei, considera-se 
transferido: 
I - o empregado removido para o exterior, cujo contrato estava 
sendo executado no território brasileiro; 
II - o empregado cedido à empresa sediada no estrangeiro, 
para trabalhar no exterior, desde que mantido o vínculo 
trabalhista com o empregador brasileiro; 
III - o empregado contratado por empresa sediada no Brasil 
para trabalhar a seu serviço no exterior. 
 
Para os empregados transferidos aplica-se a legislação material mais favorável ao empregado, nos 
termos do art. 3º da Lei 7064/82, in verbis: 
Art. 3º, Lei 7064/82. A empresa responsável pelo contrato de 
trabalho do empregado transferido assegurar-lhe-á, 
independentemente da observância da legislação do local da 
execução dos serviços: 
I - os direitos previstos nesta Lei; 
II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao 
trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto 
nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação 
territorial, no conjunto de normas e em relação a cada 
matéria. 
 
 
c) Empregador que promove realização de atividade fora do lugar do contrato: [Art. 651, § 3º, CLT] 
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Processo do Trabalho 
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§ 3º – Em se tratando de empregador que promova realização 
de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é 
assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da 
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos 
serviços. 
 
São exemplos, as companhias teatrais ou circos, de modo que o empregado poderá propor a ação 
onde foi contratado ou em um dos locais da prestação de serviços. A regra do § 3º do art. 651 aplica-se 
também aos motoristas de ônibus, contratados, por exemplo, em Curitiba, para fazer a linha Curitiba – São 
Paulo. Estes poderiam propor a ação tanto em Curitiba como em São Paulo. 
 
Caso a reclamatória trabalhista seja ajuizada em local diverso daquele onde ocorreu a prestação de 
serviços, na audiência de instrução e julgamento pode ser apresentada Exceção de Incompetência 
Territorial. Se esta Exceção não for apresentada, a competência prorroga-se, pois trata-se de competência 
relativa. 
 
Não há compatibilidade entre o artigo 111 do Código de Processo Civil, que permite às partes 
instituírem o foro de eleição, e o Direito Processual do Trabalho . 
 
3. Conflito de Competência 
Nos termos do art. 115 do CPC, o conflito de competência pode ser positivo ou negativo. No primeiro 
caso, dois ou mais juízes se declaram competentes para julgar a causa. Já na segunda hipótese, dois ou 
mais juízes se declaram incompetentes para julgar o processo. Por fim, pode ocorrer conflito de 
competência quando houver divergência entre dois ou mais juízes acerca da reunião ou separação de 
processos. 
 
O conflito de competência originado entre os órgãos da Justiça do Trabalho será solucionado pelas 
normas contidas na própria CLT (artigo 803 e seguintes, que observam o critério de hierarquia) e pelos 
artigos 102, I, “o” e 105, I, “d”, da Constituição Federal. 
 
 Seguem os artigos mencionados: 
 
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MÓDULO JURÍDICO PARA TÉCNICO JUDICIÁRIO 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
13 
Art. 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e 
quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer 
outro tribunal; 
 
Art. 105, CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o 
disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não 
vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; 
 
Art. 803, CLT. Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre: 
a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Juízes de Direito investidos na 
administração da Justiça do Trabalho; 
b) Tribunais Regionais do Trabalho; 
c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária; 
 
Art. 808, CLT.Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão 
resolvidos: 
a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e entre Juízos de 
Direito, ou entre uma e outras, nas respectivas regiões; 
b) pelo Tribunal Superior do Trabalho, os suscitados entre Tribunais 
Regionais, ou entre Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de 
Tribunais Regionais diferentes; 
c) Revogado pelo Decreto Lei 9.797, de 1946 
d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da 
Justiça do Trabalho e as da Justiça Ordinária (esta alínea deve ser 
confrontada com o art. 105, I, “d”, da Constituição, conforme a seguir 
demonstrado). 
 
 Assim, os conflitos serão resolvidos pelos TRT’s e TST e, também, pelo STJ, quando o conflito de 
competência ocorrer entre órgãos de justiças diferentes (entre quaisquer tribunais; entre tribunais e juízes 
a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos, ressalvada a competência do STF 
prevista no artigo 102, I, alínea “o” da CF) e pelo STF quando o conflito envolver tribunal superior (entre o 
STJ e qualquer outro tribunal; entre tribunais superiores e entre tribunais superiores e qualquer outro 
tribunal). 
 
 Segue resumo: 
 
Conflito Observações Órgão Julgador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Conflito entre duas Varas do 
Trabalho 
 
 Conflito entre juiz do trabalho e 
juiz de direito investido da jurisdição 
trabalhista 
 
 
Ambos subordinados ao mesmo 
TRT 
 
TRT 
(art. 808, “a”, CLT) 
 Conflito entre duas Varas do 
Trabalho 
 
 Conflito entre juiz do trabalho e 
juiz de direito investido da jurisdição 
trabalhista 
 
 
 
 
Subordinados 
a TRT diversos 
 
 
TST 
(art 808, “b”, CLT) 
 Conflito entre dois TRT’s 
 
 
TST 
(art. 808, “b”, CLT) 
Conflito entre órgãos de justiças 
diferentes como, por exemplo: 
 Conflito entre juiz do trabalho e 
juiz de direito 
 Conflito entre juiz do trabalho e 
juiz federal 
 Conflito entre TRT e juiz federal 
 Conflito entre TRT e juiz de 
direito 
 
 
 
 
 
STJ 
(art. 105, I, “d”, CF) 
Conflito envolvendo Tribunal 
Superior, como por exemplo: 
 Conflito entre TST e TJ 
 Conflito entre TST e TRF 
 
 
 
 
STF 
(art. 102, I, “o”, CLT) 
 
 
Em razão do princípio hierárquico, não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do 
Trabalho e Vara do trabalho a ele vinculada, sendo nesse sentido a súmula 420 do TST: 
Súmula 420, TST. COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT 
E VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO 
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 115 da SBDI-2) - Res. 
137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005. Não se configura conflito de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele 
vinculada. (ex-OJ nº 115 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003) 
 
4. Serviços Auxiliares da Justiça do Trabalho 
 
Os serviços auxiliares da Justiça do Trabalho são prestados por servidores e órgãos de auxílio. 
 
O capítulo VI da CLT (arts. 710 a 717) é destinado apenas aos serviços auxiliares da Justiça do Trabalho. 
 
3.1. Secretarias 
 
Nos termos do art. 710 da CLT as secretarias são dirigidas pelo Diretor de Secretaria. Segundo Mauro 
Schiavi4 elas são compostas “pelo Diretor de Secretaria; pelo Assistente de Diretor (que substitui o diretor 
em suas ausências); um assistente de Juiz (que auxilia o juiz diretamente); um Secretário de Audiências, 
também chamado de datilógrafo de audiências, a quem compete secretariar as audiências e digitar as atas; 
um assistente de cálculos (a quem compete auxiliar o juiz na elaboração e conferência dos cálculos de 
liquidação); o oficial de justiça avaliador, a quem compete o cumprimento dos mandados e diligências 
solicitadas pelo Juiz; e pelos demais funcionários da Justiça do Trabalho (analistas e técnicos judiciários), 
que ingressam mediante concurso público de provas.” 
 
Compete às secretarias realizar notificações, autuações, atendimento aos advogados e, ainda, sob a 
supervisão do juiz, nos termos do art. 162, §2º, da CPC, atos meramente ordinatórios, como a juntada e a 
vista obrigatória. 
 
Art. 162, § 4º, CPC. Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a 
vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de 
ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. 
 
3.2. Dos Distribuidores 
 
Nas localidades em que houver mais de uma Vara do Trabalho e nos Tribunais, onde houver mais de 
uma turma, haverá um distribuidor. Será de sua competência, entre outras, a distribuição do feito 
rigorosamente por ordem de entrada e o fornecimento de informações sobre os processos distribuídos 
(arts. 713 a 715, CLT). 
 
 
4
 Op. Cit,152. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os distribuidores são designados pelo Presidente do TRT, dentre funcionários das Varas do Trabalho e 
do TRT, ficando subordinados diretamente a ele (art. 715, CLT). 
 
As atribuições do distribuidor estão disciplinadas no art. 714 da CLT. In verbis: 
Art. 714, CLT. Compete ao distribuidor: 
a) a distribuição, pela ordem rigorosa de entrada, e sucessivamente a cada 
Junta, dos feitos que, para esse fim, lhe forem apresentados pelos 
interessados; 
b) o fornecimento, aos interessados, do recibo correspondente a cada feito 
distribuído; 
c) a manutenção de 2 (dois) fichários dos feitos distribuídos, sendo um 
organizado pelos nomes dos reclamantes e o outro dos reclamados- ambos 
por ordem alfabética; 
d) o fornecimento a qualquer pessoa que o solicite, verbalmente ou por 
certidão, de informações sobre os feitos distribuídos; 
e) a baixa na distribuição dos feitos, quando isto lhe for determinado pelos 
Presidentes das Juntas, formando, com as fichas correspondentes, 
fichários à parte, cujos dados poderão ser consultados pelos interessados, 
mas não serão mencionados em certidões. 
 
3.3. Oficiais de Justiça: 
 
A CLT trata dos oficiais de Justiça no art. 721 e seguintes. Observe-se: 
Art. 721 - Incumbe aos Oficiais de Justiça e Oficiais de Justiça Avaliadores 
da Justiça do Trabalho a realização dos atos decorrentes da execução dos 
julgados das Juntas de Conciliação e Julgamento e dos Tribunais Regionais 
do Trabalho, que lhes forem cometidos pelos respectivos Presidentes. 
§ 1º Para efeito de distribuição dos referidos atos, cada Oficial de Justiça 
ou Oficial de Justiça Avaliador funcionará perante uma Junta de 
Conciliação e Julgamento, salvo quando da existência, nos Tribunais 
Regionais do Trabalho, de órgão específico, destinado à distribuição de 
mandados judiciais. 
§ 2º Nas localidades onde houver mais de uma Junta, respeitado o 
disposto no parágrafo anterior, a atribuição para o comprimento do ato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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17 
deprecado ao Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador será 
transferida a outro Oficial, sempre que, após o decurso de 9 (nove) dias, 
sem razões que o justifiquem, não tiver sido cumprido o ato, sujeitando-se 
o serventuário às penalidades da lei. 
§ 3º No caso de avaliação,terá o Oficial de Justiça Avaliador, para 
cumprimento do ato, o prazo previsto no art. 888. 
§ 4º É facultado aos Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho 
cometer a qualquer Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador a 
realização dos atos de execução das decisões desses Tribunais. 
§ 5º Na falta ou impedimento do Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça 
Avaliador, o Presidente da Junta poderá atribuir a realização do ato a 
qualquer serventuário. 
 
5. Princípios Gerais do Processo do Trabalho 
4.1. Princípio da inércia ou dispositivo ou da demanda: 
Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou interessado a requerer, nos casos e 
formas legais (art. 2º, CPC). 
Art. 2o, CPC. Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a 
parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. 
De acordo com o princípio da inércia, só haverá prestação da tutela jurisdicional por iniciativa da parte, 
a qual deve provocar o judiciário. 
No Processo do Trabalho há algumas exceções à aplicação do referido princípio. Observe-se: 
 
 Artigo 856, CLT: o Presidente do Tribunal pode suscitar o dissídio coletivo na hipótese de paralisação 
do trabalho; 
 Artigo 39, CLT: o juiz do trabalho poderá processar e julgar a reclamação encaminhada pela SRT – 
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (antiga DRT), nos casos em que por não ter a sua CTPS 
assinada, o empregado propuser uma reclamação perante SRT e o Órgão Administrativo constatar: a) que 
em sua defesa, o reclamado alega a inexistência do vínculo de emprego ou b) que é impossível verificar 
esta condição pelos meios administrativos. 
4.2. Princípio inquisitivo ou inquisitório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O princípio do impulso oficial determina aos Juízos e Tribunais o dever de impulsionar o processo. 
O art. 262, CPC contempla tal princípio. In verbis: 
Art. 262, CPC. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se 
desenvolve por impulso oficial. 
No Processo do Trabalho tal princípio está previsto principalmente no art. 765 da CLT. Observe-se: 
 Art. 765, CLT: “Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na 
direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo 
determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.” 
4.3. Princípio da Concentração 
Segundo o princípio da concentração, no Processo do Trabalho, em audiência concentram-se os atos de 
conciliação, defesa, provas, razões finais e sentença. 
 A CLT previu a audiência como una ou única, conforme se observa pelos seguintes artigos: 
Art. 849, CLT. “A audiência de julgamento será contínua; mas, se não 
for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz 
ou presidente marcará a sua continuação para a primeira 
desimpedida, independentemente de nova notificação.” 
Art. 852-C, CLT. “As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão 
instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz 
presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar 
simultaneamente com o titular.” 
Na prática, o princípio da concentração foi mitigado, sendo a audiênciadividida, no procedimento 
ordinário, em inicial, instrução e julgamento no procedimento ordinário. 
4.4. Princípio da oralidade 
Apesar de não haver previsão expressa no CPC, nem na CLT, o referido princípio possui grande destaque 
no Processo do Trabalho. Encontra-se implícito nas seguintes hipóteses: possibilidade de se apresentar 
reclamatória trabalhista verbal (artigo 840, §2º, CLT – princípio da informalidade), tentativas conciliatórias 
(art. 846 da CLT e 850, CLT); possibilidade de a defesa ser apresentada de forma oral em audiência (artigo 
847, CLT); nas provas que são produzidas de forma oral (depoimento das partes, oitiva de testemunhas) e 
nas razões finais que são apresentadas de forma oral, em 10 minutos (art. 850, CLT). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.5. Princípio da identidade física do juiz 
Previsto no artigo 132 do CPC, o princípio da identidade física do juiz ensina que o juiz que presidiu a 
causa e concluiu a instrução probatória necessariamente deverá proferir a sentença. 
Art. 132, CPC. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará 
a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer 
motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu 
sucessor. 
Conforme estabelecem as súmulas 136 do TST e 222 do STF, o referido princípio não se aplica ao Processo 
do Trabalho. Tal inaplicabilidade era justificável em razão das Juntas de Conciliação e Julgamento, 
formadas por um juiz presidente e dois classistas, sendo um deles representante dos empregados e outro 
dos empregadores. Tratava-se de um órgão colegiado caracterizado pela grande rotatividade dos juízes 
classistas. 
Com o advento da EC 24/99, extinguiram-se as Juntas de Conciliação e Julgamento, de modo que, 
atualmente, a jurisdição é exercida de forma singular, pelo juiz do trabalho titular e substituto, nas Varas 
do Trabalho. Não há mais a rotatividade que justificava a não aplicabilidade do princípio da identidade 
física do juiz, mas, apesar disso, o TST e o STF continuam entendendo que tal princípio não é aplicável no 
processo do trabalho. 
4.6. Princípio da imediatidade ou da imediação: 
Segundo o princípio da imediatidade as provas deverão ser produzidas com a participação do juiz. 
No CPC este princípio está previsto nos arts. 342, 440 e 446, II do CPC. In verbis: 
Art. 342, CPC. O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, 
determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las 
sobre os fatos da causa. 
Art. 440, CPC. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em 
qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se 
esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa. 
 
Art. 446, CPC. Compete ao juiz em especial: 
I - dirigir os trabalhos da audiência; 
II - proceder direta e pessoalmente à colheita das provas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Pode-se visualizar tal princípio na CLT em seu artigo 820, segundo o qual o juiz participará da colheita do 
depoimento das partes e das testemunhas. Observe-se: 
Art. 820, CLT. As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou 
presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento 
dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados. 
4.7. Princípio da PertetuatioJurisdictionis: 
 
Segundo o princípio da perpetuatiojurisdictionis a competência absoluta (em razão da matéria, da 
pessoa e da função) é imutável, sendo determinada no momento da propositura da ação, salvo nas 
hipóteses do art. 87 do CPC: supressão de órgão judiciário ou alteração da competência em razão da 
matéria e/ou da hierarquia. 
 
Observe-se o art. 87 do CPC: 
 
Art. 87, CPC. Determina-se a competência no momento em que a ação é 
proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito 
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou 
alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia. 
 
 Equipara-se a hipótese de supressão de órgão judiciário a criação de vara no trabalho nas hipóteses 
em que antes eram inexistentes. 
 
 Quando houver supressão do órgão judiciário, criação de vara do trabalho ou alteração da 
competência em razão da matéria,todas as ações deslocar-se-ão para o novo juízo competente, as já 
sentenciadas e as ainda não sentenciadas. Apenas quanto às ações que se tornaram de competência da 
Justiça do Trabalho com a EC 45/2004, por razões de política judiciária, o deslocamento para a Justiça do 
Trabalho dá-se exclusivamente quanto aquelas ainda não sentenciadas. 
 
4.8. Estabilidade da Lide 
 
Esse princípio informa o momento processual limite em que o autor poderá modificar a petição inicial 
após a propositura da ação. 
 
No Processo Civil, antes da citação, o autor terá ampla liberdade para modificar a petição inicial (art. 
294, CPC), após a sua realização, apenas com o consentimento do réu (art. 264, CPC) e após o despacho 
saneador, em nenhuma hipótese (art. 264, parágrafo único). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No Processo do Trabalho não há despacho saneador e a defesa é apresentada em audiência, de modo 
que o último momento para o autor modificar a petição inicial é em audiência, antes da apresentação da 
defesa. Deve o juiz, neste caso, conceder prazo não inferior a cinco dias para que o réu se manifeste 
quanto às alterações. 
 
4.9. Princípio da Eventualidade 
 
 O princípio da eventualidade está previsto no art. 300 da CPC, o qual prevê que “Compete ao réu 
alegar, na contestação, toda matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o 
pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.” 
 
 Assim, de acordo com este princípio toda matéria de defesa deve ser aduzida na contestação. 
 
4.10. Princípio da Finalidade ou da Instrumentalidade das formas 
 
 O princípio da finalidade também é denominado princípio da instrumentalidade das formas, com 
previsão nos arts. 154 e 244 do CPC, os quais em síntese estabelecem que quando a lei prevê determinada 
forma para a prática do ato processual, sem cominar nulidade, o ato será considerado válido, se realizado 
de outro modo alcançar a sua finalidade. Observe-se: 
 
Art. 154, CPC. Os atos e termos processuais não dependem de forma 
determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se 
válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade 
essencial. 
Art. 244, CPC. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação 
de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, 
Ihe alcançar a finalidade. 
4.11. Princípio da Busca da Verdade Real 
 
 O princípio da busca da verdade real equivale ao princípio de direito material denominado primazia 
da realidade, sendo o qual se busca no processo do trabalho a realidade. 
 
 É pela aplicação deste princípio que é possível invalidar recibos de pagamento, quando as 
testemunhas demonstram que não refletem a verdade real. Da mesma forma, quando contraditória a 
prova documental, prevalece a prova testemunhal. 
 
4.12. Princípio da Extrapetição 
 
Autoriza que o juiz condene o reclamado a certos pedidos que não constam na petição inicial do 
reclamante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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É exemplo de aplicação do princípio da extrapetição os juros e correção monetária que serão 
computados ainda que autor não formule pedido nesse sentido e, mais, mesmo que o juiz não os inclua na 
sentença serão incluídos nos cálculos de liquidação. Nesse sentido é o art. 293 do CPC e súmula 211 do 
TST. Observe-se: 
 
Art. 293. Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-
se, entretanto, no principal os juros legais. 
 
Súmula 211, TST. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. 
INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL 
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda 
que omisso o pedido inicial ou a condenação. 
 
4.13. Princípio da Preclusão 
 Como afirma o professor Carlos Henrique Bezerra Leite ( Manual de Direito Processual do Trabalho. 
7ª Ed. p. 69), o princípio da preclusão “...decorre da própria logicidade do processo, que é andar para 
frente, sem retorno a etapas ou momentos processuais já ultrapassados. 
 A preclusão pode ser consumativa (decorre da prática do ato processual); temporal (caracteriza-se 
pela impossibilidade de praticar o ato processual após expirado o prazo processual); preclusão lógica 
(caracteriza-se pela impossibilidade de praticar um ato processual por mostrar-se contraditório com o já 
praticado); preclusão ordinatória (pode ser definida como a impossibilidade de praticar um ato processual 
antes da realização de ato que a legislação prevê como precedente); preclusão máxima (consiste na 
impossibilidade de interposição de qualquer recurso após o transito em julgado); preclusão pro judicato 
(consiste na impossibilidade de o juiz conhecer de questões já decididas, salvo nas hipóteses de embargos 
de declaração e ação rescisória. 
 
5. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS 
 
5.1. Ato Processual 
 
Os atos processuais são acontecimentos voluntários que ocorrem no processo. São, em regra, 
públicos, segundo estabelece o artigo 93, inciso IX da CF, mas correm em segredo de justiçaos processos: 
a) em que exigir o interesse público; e b) que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos 
cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os atos processuais podem ser praticados: a) pelo juiz: despachos, decisões interlocutórias e 
sentenças (art. 162 do CPC) e também a presidência das audiências, a supervisão dos trabalhos da 
secretaria, o atendimento aos advogados e etc.; b) pelas partes: petição inicial, contestação, recursos, 
depoimento pessoal, entre outros; e c) atos dos auxiliares: notificação, penhora, avaliação, perícia, etc. 
 
 Devem ser realizados em dias úteis, das 6h00 às 20h00 (Cuidado para não confundir com o horário 
das audiências, que é das 8h00 às 18h00, com duração máxima de 5 horas, salvo em caso de matéria 
urgente). 
 
A penhoraPODE realizar-se em domingos e feriados mediante expressa autorização do juiz, 
observado o disposto no art. 5°, XI da CF: ninguém pode penetrar na casa, asilo inviolável do morador, 
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por 
determinação judicial. 
 
Art. 770, CLT: Os atos processuais serão públicos, salvo quando 
o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos 
dias uteis das 6 às 20 horas. 
Parágrafo Único. A penhora poderá realizar-se em domingo ou 
dia feriado, mediante autorização expressa do juiz. 
 
Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser 
assinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivo 
justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na 
presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que não houver 
procurador legalmente constituído. 
É possível obter certidão em processo que corre em segredo de justiça, desde que haja despacho 
do juiz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 781, CLT: As partes poderão requerer certidões dos 
processos em curso ou arquivados, as quais serão lavradas 
pelos escrivães ou diretores de secretaria. 
Parágrafo Único. As certidões dos processos que correm em 
segredo de justiça dependerão de despacho do juiz ou 
presidente. 
 
 
5.2. TERMOS 
 
Termo é a redução escrita de umato processual. 
 
Os atos processuais devem ser registrados. O objetivo do legislador é que os registros sejam feitos 
de forma indelével. Logo não se admite termos lançados a lápis. 
 
Na CLT há 3 artigos que tratam de termos processuais: 
 
Art. 771, CLT. Os atos e termos processuais poderão ser 
escritos à tinta, datilografados ou a carimbo. 
 
Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser 
assinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivo 
justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na 
presença de duas testemunhas, sempre que não houver 
procurador legalmente constituído. 
 
Art. 773, CLT. Os termos relativos ao movimento de processos 
constarão de simples notas, datadas e rubricadas pelos Chefes 
de Secretaria ou escrivães. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Mesmo os atos processuais que podem ser praticados de forma oral devem ser reduzidos a termo. 
 
O CPC, em seus artigos 166 a 171, também traz diversas exigências em relação a termos 
processuais, como a numeração e rubrica do escrivão em todas as páginas do processo, a vedação do uso 
de abreviaturas, proibição de espaços em branco, emendas, rasuras (salvo se os espaços em branco forem 
inutilizados e as rasuras expressamente ressalvadas) etc. 
 
5.3. PRAZOS 
 
Devem ser destacados dois momentos quanto aos atos processuais: 
a) O momento do início do prazo: o prazo inicia-se no dia da notificação ou da intimação. 
b) O momento do início da contagem do prazo: o início da contagem ocorre no primeiro dia útil 
subsequente ao dia no início do prazo. 
 
Art. 774, CLT. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos 
neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for 
feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for 
publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente 
da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital 
na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. 
Art. 775, CLT. Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com 
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são 
contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo 
tempo estritamente necessário elo juiz ou tribunal, ou em virtude de 
força maior, devidamente comprovada. 
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo 
ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte. 
 Destacam-se as seguintes súmulas que se referem ao início e a contagem dos prazos processuais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a) Súmula 1, TST. Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, 
ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o 
prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, 
salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do dia útil 
que se seguir. 
 
b) Súmula 262, TST. I - Intimada ou notificada a parte no sábado, 
o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a 
contagem, no subseqüente. 
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do 
Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) 
suspendem os prazos recursais. 
 
 Recesso forense: 20 de dezembro a 6 de janeiro 
 
 Quando a intimação ocorre no sábado, tem-se por realizada na segunda-feira (se dia útil), sendo 
este o dia do início do prazo e terça-feira (se dia útil), o dia do início da contagem do prazo. 
c) OJ 310, SDI-I, TST. A regra contida no art. 191 do CPC é 
inaplicável ao processo do trabalho, em face de sua 
incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao 
processo trabalhista. 
 
O art. 191 do CPC estabelece que litisconsortes com procuradores diferentes tem prazo em dobro. 
Como tal dispositivo legal não se aplica ao no Processo do Trabalho, tem-se que LITISCONSÓRCIO COM 
PROCURADORES DIFERENTES NÃO TEM PRAZO EM DOBRO NO PROCESSO DO TRABALHO. 
 
 Ainda quanto aos prazos, vale destacar que a Fazenda Pública e o Ministério Público tem prazo em 
dobro para recorrer e em quádruplo para contestar. 
 
Art. 188, CPC. Computar-se-á em quádruplo o prazo para 
contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a 
Fazenda Pública ou o Ministério Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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27 
O Decreto Lei nº 779/69 em seu artigo 1º, estabelece que nos processos perante a Justiça do 
Trabalho constituem privilégio da União, dos Estados, do DF, dos Municípios, e das autarquias ou 
fundações de direito publico federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: 
- Inciso II: o quádruplo de prazo fixado no artigo 841, in fine, da CLT. 
- Inciso III: o prazo em dobro para recurso. 
 
Assim, tendo em vis ta que a Fazenda tem prazo em quádruplo para contestar e que a defesa sempre é 
apresentada em primeira audiência, então para a Fazenda a audiência será a primeira desimpedida depois 
de 20 dias. 
 
 
Quando a parte não comparecer a audiência em prosseguimento para prolação da sentença, o prazo 
para recurso será contado da data de sua intimação (súmula 197 do TST). 
 
Entretanto, se embora presente, a ata da audiência de julgamento for juntada ao processo no prazo de 
48 horas, o prazo para o recurso será contado da data em que a parte receber a intimação (súmula 30 do 
TST) 
 
Nos termos do art. 185 do CPC, não havendo previsão legal ou fixação do prazo pelo juiz, será de 5 dias 
o prazo para a prática do ato processual. 
 
Os prazos que se vencerem sábados, domingos ou feriados prorrogam-se para o próximo dia útil 
subsequente. (art. 775, parágrafo único, CLT) 
 
Em algumas hipóteses, os prazos processuais podem ser suspensos (paralisa-se a contagem e quando 
concluída a causa suspensiva o prazo volta a fluir pelo que lhe resta) ou interrompidos (paralisa-se a 
contagem e quando concluída a causa interruptiva o prazo reinicia). 
 
Súmula 262, TST, II. O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros 
do Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os 
prazos recursais. (ex-OJ nº 209 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 180, CPC. Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado 
pela parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 265, I e III; casos 
em que o prazo será restituído por tempo igual ao que faltava para a sua 
complementação. 
 
É possível a interposição de recursopor fac-símile, nos termos da Lei 9800/99 e da súmula 387 do 
TST. 
 
A súmula 387 do TST, alterada pelo Pleno do TST em maio de 2011, estabelece o seguinte: 
 
 
Súmula 387 RECURSO. FAC-SÍMILE. LEI Nº 9.800/1999 (inserido 
o item IV à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 
31.05.2011 
I - A Lei nº 9.800, de 26.05.1999, é aplicável somente a recursos 
interpostos após o início de sua vigência. (ex-OJ nº 194 da SBDI-1 
- inserida em 08.11.2000) 
II - A contagem do quinquídio para apresentação dos originais de 
recurso interposto por intermédio de fac-símile começa a fluir 
do dia subsequente ao término do prazo recursal, nos termos do 
art. 2º da Lei nº 9.800, de 26.05.1999, e não do dia seguinte à 
interposição do recurso, se esta se deu antes do termo final do 
prazo. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - primeira parte - DJ 04.05.2004) 
III - Não se tratandoa juntada dos originais de ato que dependa 
de notificação, pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência 
de seu ônus processual, não se aplica a regra do art. 184 do CPC 
quanto ao "dies a quo", podendo coincidir com sábado, domingo 
ou feriado. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - "in fine" - DJ 04.05.2004) 
IV - A autorização para utilização do fac-símile, constante do art. 
1º da Lei n.º 9.800, de 26.05.1999, somente alcança as hipóteses 
em que o documento é dirigido diretamente ao órgão 
jurisdicional, não se aplicando à transmissão ocorrida entre 
particulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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29 
Dos dispositivos legais e jurisprudenciais extrai-se que: 
 
a) Os originais devem ser juntados no prazo de cinco dias contados do dia subsequente ao término do 
prazo recursal e não do dia subsequente ao envio do fax. Assim, mesmo que o recurso seja enviado ao 
órgão do poder judiciário via fax no terceiro dia do prazo recursal, o quinquídio para apresentação dos 
originais conta-se do dia subsequente ao oitavo dia do prazo; 
b) O primeiro dos cinco dias para a juntada dos originais pode coincidir com sábado, domingo ou feriado. 
c) Caso o último dos cinco dias recair em sábados, domingos ou feriados, o prazo prorroga-se para o 
próximo dia útil subsequente. 
d) O item IV da súmula, recentemente acrescentado pelo Pleno do TST, destaca que a lei 9800/99 permite 
a prática dos atos processuais por fax, mediante o envio do documento diretamente ao órgão jurisdicional. 
Não admite que o documento seja transmitido entre particulares para somente depois, em ato contínuo, 
ser encaminhado ao órgão jurisdicional. Assim, os comprovantes de depósito recursal e de custas 
processuais encaminhados da matriz do escritório de advocacia para a filial via fax e somente depois, ato 
contínuo, encaminhados ao órgão jurisdicional não são reputados autênticos, segundo o entendimento do 
TST. 
 
Seguem os principais prazos trabalhistas: 
 
Principais Prazos Trabalhistas 
Hipóteses Prazo Fundamento 
Audiência Primeira desimpedida 
depois de 5 dias contados 
do recebimento da 
notificação 
Art. 841, CLT 
Defesa Verbal 20 minutos Art. 847, CLT 
Manifestação do Exceto 
em exceção de 
incompetência 
24 horas Art. 800, CLT 
Audiência para instrução e 
julgamento da exceção de 
suspeição e impedimento 
48 horas Art. 802, CLT 
Razões Finais 10 minutos Art. 850, CLT 
Recurso ordinário 8 dias Art. 895, CLT 
Recurso de revista 8 dias Art. 896, CLT 
Embargos ao TST 8 dias Art. 894, CLT 
Agravo de petição 8 dias Art. 897, “a”, CLT 
Agravo de instrumento 8 dias Art. 897, “b”, CLT 
Embargos de declaração 5 dias Art. 897-A, CLT 
Pedido de Revisão 48 horas Art. 2º, § 2º, Lei 5584/70 
Recurso extraordinário 15 dias Art. 102, III, CF e art. 266, § 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1º do Regimento Interno 
do TST 
Embargos a execução 5 dias contados da 
garantia do juízo 
Art. 884, CLT 
Embargos à execução pela 
Fazenda Pública 
30 dias Art. 1º-B, Lei 9494/97 
Ação rescisória 2 anos contados do dia 
subsequente ao trânsito 
em julgado 
Art. 495, CPC e súmula 
100, I, TST. 
Inquérito judicial para 
apuração de falta grave 
30 dias contados da 
suspensão do empregado 
Art. 853, CLT 
Mandado de segurança 120 dias contados da 
ciência do ato impugnado 
Art. 23, Lei 12016/2009 
Prazo para a Fazenda e 
Ministério recorrer 
Prazo em dobro Art. 188, CPC e art. 1º, III, 
Decreto-Lei 
Audiência para a Fazenda e 
Ministério Público na 
condição de parte 
Primeira desimpedida 
depois de 20 dias contados 
do recebimento da 
notificação (prazo em 
quádruplo) 
Art. 188, CPC e art. 1º, II, 
Decreto-Lei 
Prescrição bienal 2 anos contados do 
término do contrato de 
trabalho 
Art. 7º, XXIX e art. 11, CLT. 
Prescriçãoquinquenal 5 anos contados do 
ajuizamento da ação 
Art. 7º, XXIX e art. 11, CLT 
e súmula 308, TST. 
Litisconsortes com 
procuradoresdiferentes 
não tem prazo em dobro Súmula 310, SDI-1, TST 
 
 
6. PARTES E PROCURADORES: 
 
6.1. “IUS POSTULANDI” 
 
É a capacidade de postular pessoalmente em Juízo, sem necessidade de representação por 
advogado. Na Justiça do Trabalho, diversamente do que ocorre no processo civil, a capacidade postulatória 
é facultada diretamente aos empregados e aos empregadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 791, CLT. Os empregados e os empregadores poderão 
reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e 
acompanhar as suas reclamações até o final. 
 
 É importante observar que o referido artigo trata apenas de empregados e empregadores, 
portanto, para as novas ações acrescidas à competência da Justiça do Trabalho pela EC 45/2004, a 
representação das partes por advogado será obrigatória. 
 
O TST firmou posicionamento no sentido de não ser conferida capacidade postulatória aos 
trabalhadores não empregados, como se extrai do art. 5º da IN 27/2005, que trata de normas 
procedimentais aplicáveis ao Processo do Trabalho em decorrência da ampliação da competência da 
Justiça do Trabalho. 
 
 Ressalte-se, entretanto, que o iuspostulandisofreu limitação no entendimento do TST, conforme se 
observa pela redação da recentemente editada súmula 425. 
 
Súmula 425, TST. O jus postulandi das partes, estabelecido no 
art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais 
Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação 
cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência 
do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
Ressalte-se que por força do art. 652, a, III, da CLT aos dissídios resultantes de contratos de empreitadas 
em que o empreiteiro seja operário ou artífice, aplica-se a CLT, inclusive o art. 791, que trata do jus 
postulandi. O mesmo ocorre com o trabalhador avulso, nos termos do art. 643 da CLT:"Art. 643 - Os 
dissídios, oriundos das relações entre empregados e empregadores bem como de trabalhadores avulsos e 
seus tomadores de serviços, em atividades reguladas na legislação social, serão dirimidos pela Justiça do 
Trabalho, de acordo com o presente Título e na forma estabelecida pelo processo judiciário do trabalho." 
 
6.2. REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Na Justiça do Trabalho faculta-se a representação do empregado e do empregador por advogado, 
porém, caso seja esta a opção da parte, o advogado deverá fazer constar nos autos a devida procuração. 
Sem este instrumento de mandato, não poderá ingressar nos autos. 
 
 O artigo 37 do CPC, aplicável ao Processo do Trabalho (segundo o artigo 5º da IN 25/2005 do 
Tribunal Pleno do TST), ensina que sem instrumento de mandato, ao advogado não será admitido ingressar 
em juízo. 
 
Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem 
como intervir no processo para praticar atos reputados urgentes. 
 
Nestes casos, o advogado obrigar-se-á, independentemente de caução, a exibir o instrumento de 
mandato no prazo de 15 dias, prorrogável até outros 15 por despacho do juiz. 
 
Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será 
admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da 
parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, 
bem como intervir,no processo, para praticar atos reputados 
urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, 
independentemente de caução, a exibir o instrumento de 
mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 
(quinze), por despacho do juiz. 
Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão 
havidos por inexistentes, respondendo o advogado por despesas 
e perdas e danos. 
 
 
 
Entretanto, mesmo sem a juntada da procuração, a representação estará regularizada se 
evidenciada a procuração apud acta,para muitos também denominadade mandato tácito. A Lei 12437 de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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33 
06 de julho de 2011 inseriu o parágrafo terceiro ao art. 791, passando a prever expressamente a tal 
procuração. Observe-se: 
 
Art. 791,§ 3º, CLT. A constituição de procurador com poderes 
para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples 
registro em ata de audiência, a requerimento verbal do 
advogado interessado, com anuência da parte representada. 
 
Atenção! O detentor de procuração apud acta (mandato tácito) não tem poderes para 
substabelecer (OJ 200, SDI-1, TST) 
OJ 200, SDI-1, TST. MANDATO TÁCITO. SUBSTABELECIMENTO 
INVÁLIDO. Inserida em 08.11.00 (inserido dispositivo, DJ 
20.04.2005) 
É inválido o substabelecimento de advogado investido de 
mandato tácito. 
 
 A Súmula 395 do TST e a OJ 373, da SDI-1 tratam das condições de validade do mandato. Observe-
se: 
 
Súmula 395, TST. MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. 
CONDIÇÕES DE VALIDADE (conversão das Orientações 
Jurisprudenciais nºs 108, 312, 313 e 330 da SBDI-1) - Res. 
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado 
que contém cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes 
para atuar até o final da demanda. (ex-OJ nº 312 da SBDI-1 - DJ 
11.08.2003) 
II - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo 
para sua juntada, o instrumento de mandato só tem validade se 
anexado ao processo dentro do aludido prazo. (ex-OJ nº 313 da 
SBDI-1 - DJ 11.08.2003) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda 
que não haja, no mandato, poderes expressos para 
substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 2002). 
(ex-OJ nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997) 
IV - Configura-se a irregularidade de representação se o 
substabelecimento é anterior à outorga passada ao 
substabelecente. (ex-OJ nº 330 da SBDI-1 - DJ 09.12.2003) 
 
Súm. 383, TST 
Súmula 383, TST. 
I - É inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de 
procuração, nos termos do art. 37 do CPC, ainda que mediante 
protesto por posterior juntada, já que a interposição de recurso 
não pode ser reputada ato urgente. II - Inadmissível na fase 
recursal a regularização da representação processual, na forma 
do art. 13 do CPC, cuja aplicação se restringe ao Juízo de 1º grau. 
 
 
OJ 373, SDI-1, TST IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. 
PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO INVÁLIDA. AUSÊNCIA DE 
IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE. 
ART. 654, § 1º, DO CÓDIGO CIVIL (DEJT divulgado em 10, 11 e 
12.03.2009) 
Não se reveste de validade o instrumento de mandato firmado 
em nome de pessoa jurídica em que não haja a sua identificação 
e a de seu representante legal, o que, a teor do art. 654, § 1º, do 
Código Civil, acarreta, para a parte que o apresenta, os efeitos 
processuais da inexistência de poderes nos autos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Segundo a OJ 52 da SDI-I do TST, a União, Estados, Municípios e DF, suas autarquias e fundações 
públicas quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas 
da juntada de procuração. 
 
OJ 52, SDI-1, TST. MANDATO. PROCURADOR DA UNIÃO, 
ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS 
E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. DISPENSÁVEL A JUNTADA DE 
PROCURAÇÃO. (LEI Nº 9.469, DE 10 DE JULHO DE 1997). 
(inserido dispositivo e atualizada a legislação, DJ 20.04.2005) 
A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias 
e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e 
passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da 
juntada de instrumento de mandato. 
 
 Não é preciso juntar os atos constitutivos da sociedade para regularizar a representação de pessoas 
jurídicas, salvo se essa regularidade de representação for impugnada, neste caso será necessária à juntada. 
 
OJ 255 SDI-1, TST. MANDATO. CONTRATO SOCIAL. 
DESNECESSÁRIA A JUNTADA. Inserida em 13.03.02 
O art. 12, VI, do CPC não determina a exibição dos estatutos da 
empresa em juízo como condição de validade do instrumento de 
mandato outorgado ao seu procurador, salvo se houver 
impugnação da parte contrária. 
 
 
 
6.3. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
Relação de trabalho diferente de relação de emprego 
IN 27/2005 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 5º Exceto nas lides decorrentes da relação de emprego, os 
honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência. 
 
O TST adota corrente restritiva quanto aos honorários advocatícios sucumbenciais, estabelecendo 
nas súmulas 219 e 329 e na OJ 305 da SDI-1, TST, que, em regra, nas relações de emprego, não cabem 
honorários sucumbenciais no processo do trabalho, exceto em um caso, quandopresentesdois requisitos 
cumulativos: reclamante beneficiário da justiça gratuita + assistido por advogado de sindicato da categoria. 
Nesse caso, os honorários serão de até 15%, reversíveis ao sindicato da categoria. 
 
Súmula 219. I. Na Justiça do Trabalho, a condenação ao 
pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15%, 
não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a 
parte estar assistida por sindicato de categoria profissional e 
comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário 
mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe 
permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da 
respectiva família. 
II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários 
advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista. 
III - São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o 
ente sindical figure como substituto processual e nas lides que 
não derivem da relação de emprego. 
 
 
Súmula 329. Mesmo após a promulgação da CF/88, permanece 
válido o entendimento consubstanciado no Enunciado nº 219 do 
TST. 
 
OJ 305, SDI-I do TST. Na Justiça do Trabalho, o deferimento de 
honorários advocatícios se sujeita à constatação da ocorrência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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concomitante de dois requisitos: o benefício da justiça gratuitae 
aassistência por sindicato. 
 
Ressalte-se que o item II da súmula 219 foi modificado e o III inserido pela Resolução 174 de maio 
de 2011 do Pleno do TST. 
 
Nos termos do art. 5° da IN 27/2005 do TST, cabem honorários em decorrência da mera sucumbência na 
Justiça do Trabalho quando se tratar de ações relativas à nova competência da Justiça do Trabalho, nos 
termos do art. 20 do CPC, a razão de até 20%. 
 
IN 27/2005Art. 5º Exceto nas lides decorrentes da relação de emprego, os 
honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência. 
 
 
6.4. JUSTIÇA GRATUITA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
 
Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária será prestada pelo sindicato da categoria profissional 
a que pertencer o trabalhador. Desta feita, todo aquele que perceber salário igual ou inferior ao dobro do 
mínimo legal terá direito a assistência judiciária prestada pelo sindicato. O benefício também é garantido 
ao trabalhador que perceber maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite 
demandar sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família (art. 14, § 1º, Lei 5584/70) 
 
Importante destacar que na assistência judiciária são cabíveis os honorários advocatícios reversíveis 
ao sindicato assistente. [Art. 16, Lei 5584/70] 
 
Art. 14, Lei 5584/70. Na Justiça do Trabalho, a assistência 
judiciária a que se refere a Lei 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, 
será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que 
pertencer o trabalhador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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§ 1º. A assistência é devida a todo aquele que perceber salário 
igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado 
igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado 
que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem 
prejuízo do sustento próprio ou da família. 
Art 16, Lei 5584/70. Os honorários do advogado pagos pelo 
vencido reverterão em favor do Sindicato assistente. 
 
Os §2º e §3º do artigo 14 perderam sua eficácia, tendo em vista que a OJ 304, SDI – 1 do TST 
dispensa as exigências realizadas por estes dispositivos, firmando a posição de que atendidos os requisitos 
da Lei 5584/70 para a concessão da assistência judiciária, basta simples afirmação do declarante ou de seu 
advogado, na petição inicial, para se considerar configurada a sua situação econômica. 
 
OJ 304, SDI – 1, TST. Atendidos os requisitos da Lei 5584/70 (art. 
14, § 2), para a concessão da assistência judiciária, basta a 
simples afirmação do declarante ou de seu advogado, na petição 
inicial, para se considerar configurada a sua situação econômica. 
 
Portanto, “na assistência judiciária, temos o assistente (sindicato) e o assistido (trabalhador), 
cabendo ao primeiro oferecer serviços jurídicos em juízo ao segundo. A assistência judiciária gratuita 
abrange o benefício da justiça gratuita. 
 
 Ressalte-se que no Processo do Trabalho a assistência judiciária gratuita é regida pela Lei 5584/70, 
de modo que a Lei 1060/50, juntamente com o art. 790, § 3º da CLT, regulamenta a justiça gratuita. 
 Cumpre destacar ainda que desde a LC 132 de 2009, que inseriu o inciso VII no art. 3º da Lei 
1060/50, o beneficiário da Justiça Gratuita é também isento de depósito recursal. 
A justiça gratuita está prevista no artigo 790, §3 da CLT, que faculta aos juízes de qualquer 
instância conceder este benefício, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo 
legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem 
prejuízo do sustento próprio ou de sua família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos 
Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de 
pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções 
que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. 
(...) 
§ 3º. É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos 
tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a 
requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, 
inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que 
perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, 
ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições 
de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio 
ou de sua família. 
 
OJ 305, SDI – 1, TST. Na Justiça do Trabalho, o deferimento de 
honorários advocatícios sujeita-se à constatação da ocorrência 
concomitante de dois requisitos: o benefício da justiça gratuita e 
a assistência por sindicato. 
 
 
Nos termos do art. 18 da Lei 5584/70 o empregado não precisa estar associado para ter direito a 
assistência judiciária gratuita. In verbis: 
Art 18, 5584/70. A assistência judiciária, nos termos da presente lei, será 
prestada ao trabalhador ainda que não seja associado do respectivo 
Sindicato. 
 
 
7. PRINCÍPIOS DAS NULIDADES PROCESSUAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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40 
 
Seguem os princípios que norteiam o sistema de nulidades citadas pela maior parte dos 
doutrinadores: 
 
a) Princípio da convalidação ou da Preclusão 
 Segundo o princípio da convalidação ou da preclusão se a nulidade relativa não for argüida no 
momento oportuno, os atos inválidos se tornarão válidos (serão convalidados), de modo que a parte 
prejudicada não poderá mais argui-laem outra oportunidade. 
 É possível visualizar este princípio no art. 795 da CLT, in verbis: 
Art. 795, CLT. As nulidades não serão declaradas senão 
mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à 
primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos 
autos. 
 
 Este princípio consagrou o usual “protesto judicial”, utilizado em audiência pelas partes e 
procuradores para arguição de nulidade relativa, evitando-se assim a preclusão ou a convalidação. 
 O art. 795, § 1º da CLT, que estabelece que o juiz poderá declarar exofficioa incompetência de foro. 
Não constitui exceção ao princípio da convalidação ou do prejuízo, uma vez que por “incompetência de 
foro” deve-se entender incompetência do foro trabalhista, ou seja, incompetência da Justiça do Trabalho 
(em razão da matéria e das pessoas), portanto, incompetência absoluta, a qual de fato pode ser 
reconhecida de ofício pelo Juiz ou Tribunal. 
Art. 795, § 1º, CLT. Deverá, entretanto, ser declarada exofficio 
a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, 
serão considerados nulos os atos decisórios. 
b) Princípio da instrumentalidade das formas ou da finalidade 
 Pelo princípio da instrumentalidade das formas ou da finalidade, caso a lei prescreva determinada 
forma sem cominação de nulidade, se o ato praticado de forma diversa alcançar a sua finalidade, será 
considerado válido. 
Esse princípio está implícito nos arts. 244 e 154 do CPC: 
Art. 154, CPC. Os atos e termos processuais não dependem de 
forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO JURÍDICO PARA TÉCNICO JUDICIÁRIO 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
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reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe 
preencham a finalidade essencial. 
Art. 244, CPC. Quando a lei prescrever determinada forma, 
sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, 
realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade. 
 
c) Princípio da transcendência ou do prejuízo: 
 Ligado ao princípio da instrumentalidade da formas, o princípio da transcendência, impõe como 
condição para a declaração de nulidade de determinado ato a existência de prejuízo. 
 É possível visualizar tal princípio no art. 794 da CLT, in verbis: 
Art. 794, CLT. Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do 
Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos 
inquinados manifesto

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