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NOÇÕES DE 
TREINAMENTO 
BIO-PSICO-SÓCIO-
DESPORTIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. João José Loureiro 
 
 
 
 
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ÍNDICE 
 
Introdução Pág. 03 
CAPÍTULO I: Evolução Histórica do Treinamento Desportivo Pág. 03 
Surgimento dos Métodos de Treinamento Pág. 10 
 
CAPÍTULO II: Conceituação de Treinamento Pág. 11 
Objetivos e Estruturação de um Processo de Treinamento Pág. 13 
Treinamento e Longo Prazo e suas Etapas Pág. 13 / 14 
Periodização e suas Fases Pág. 15 / 16 
Períodos do Processo de Treinamento Pág. 17 / 18 
Direcionamento e Ciclos de Treinamento Pág. 19 / 20 
 
CAPÍTULO III: Planejamento de Treinamento Pág. 20 / 21 
 
CAPÍTULO IV: Conteúdos do Processo de Treinamento Pág. 21 
Preparação Física Pág. 22 / 23 
Preparação Técnica Pág. 24 / 25 
Preparação Teórica Pág. 25 
Preparação Psicológica Pág. 26 / 27 
Psicologia Aplicada Pág. 27 
Liderança do Árbitro Pág. 28 / 29 
Preparação Social Pág. 28 
Fatores e Relações Sociais Pág.30
 
CAPÍTULO V: Princípios do Treinamento Desportivo Pág. 30 
 
CAPÍTULO VI: Benefícios do Treinamento Físico Pág. 31 
 
CAPÍTULO VI: Alimentação (Nutrição) Pág. 32 
Alimentação (Nutrição) Pág. 33 / 34 
 
CAPÍTULO VII: Fatores do Treinamento 
Estado – Sobre Treinamento – Currículo – Indícios e Sinais Pág. 34 à 36 
Estado – Sobre Treinamento – Currículo – Indícios e Sinais Pág. 34 à 36 
Conclusão Pág. 40 
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INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho objetiva, fundamentalmente, informar e orientar ao árbitro de futebol sobre a 
necessidade de seu treinamento, principalmente físico, seus resultados e benefícios ao organismo. 
A preocupação dos profissionais de educação física ou estudiosos, gira em torno dos 
“sedentários” ou dos atletas. E o Árbitro de Futebol ? Ele se enquadraria em que categoria ? 
Acreditamos que em nenhuma das duas opções. O Árbitro não pode ser um sedentário, 
mesmo que, paralelamente ele exerça outra profissão comum a qualquer cidadão, como: advogado, 
médico, professor, etc. Naturalmente o ideal seria ele realizar um bom treinamento, como se atleta 
fosse. 
Portanto dentro da ótica ÁRBITRO/ATLETA ou ÁRBITRO/SEDENTÁRIO, vemos que, ao 
árbitro de futebol será necessário um simples, porém, constante e responsável treinamento físico, 
para que o seu “trabalho” seja satisfatório durante as competições. 
Assim, este trabalho proporcionará ao Árbitro de Futebol, um conhecimento básico e prático, 
para que ele próprio possa conduzir e avaliar seu treinamento, fora da sua atividade profissional 
cotidiana. 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TREINAMENTO DESPORTIVO 
 
Houve uma grande evolução do Homem com o Desporto. Eis algumas alterações nas 
características dos desportos. Passou a ser tratado como caráter científico e não mais foi tratado 
como Empirismo. Deixou também de ser considerado elitismo e foi massificado, adquirindo uma 
estrutura especializada, ou seja, foi deixada de lado a estrutura integral que existia para todos os 
esportes. 
Na evolução esportiva a Grécia teve um papel muito importante para as mudanças que 
aconteceram, tais como, treinamento, alimentação, regime de vida e preparação atlética. 
Concomitante a esses fatos houve uma significativa melhora na condição social e na capacidade 
econômica do país, tendo dessa forma alcançado com êxito, a finalidade inicial deste trabalho. 
Também nesta época, surgiram novos profissionais que se agregaram neste empreendimento, 
como Treinadores com seus planos de treinamento. 
Os professores de Educação Física também começaram a ganhar status – sócio – político – 
econômico, foram importantes na formação dos cidadãos e adquiriu grande importância na 
formação moral desta carreira. 
A decadência grega aconteceu com as guerras, com a ascensão do Cristianismo e com o 
domínio Romano. 
Como em todos os ramos da atividade humana, a noção da necessidade da preparação do 
indivíduo para apresentar um determinado rendimento, originou-se na mais remota antiguidade. 
Portanto essa necessidade de preparação não é coisa nova, como muitos pensam ou pretendem 
transparecer. 
Para melhor entendimento, podemos afirmar que é a partir da chamada antiga Grécia, que a 
idéia da necessidade de uma preparação sistemática assumiu maior importância, embora se 
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saiba que civilizações mais antigas, já utilizavam diversas formas de atividades objetivando, em 
primeira linha, a preparação de seus exércitos para as guerras; e isso sem dúvidas, caracterizava 
uma preparação sistemática, ou seja, uma forma primitiva de treinamento esportivo. 
Para efeito didático, podemos dividir a evolução histórica do treinamento esportivo em períodos 
cronológicos: 
1. Período das artes; 
2. Período da improvisação; 
3. Período da sistematização; 
3. Período científico 
4. Período do marketing. 
 
1 - Período das Artes: 
 
Pode ser considerado o longo período histórico que se prolonga até a restauração dos jogos 
olímpicos da era contemporânea, em 1896, com as Olimpíadas da Grécia. 
Durante a conferência realizada em Paris, por ocasião da solenidade de criação do Comitê 
Olímpico Internacional (COI), em 23 de junho de 1894, Pierre de Coubertin afirmou, em 
plenária: “senhores, o homem não é um composto de duas partes: corpo e alma; há três: o corpo, o 
espírito e ao caráter; o espírito não forma o caráter; este se modela pelo corpo. Isto, os antigos 
(Grécia) sabiam e nós, a duras penas, estamos a aprender”. 
A preocupação com a cultura, de forma a evidenciar uma íntima ligação com princípios 
educacionais era, na prática, uma obsessão de Coubertin, em todas as suas conferências, 
realizadas antes da reativação dos Jogos Olímpicos, e, principalmente, após o início de uma nova 
fase, simbolizada por Atenas em 1896, a ênfase dada à cultura, representada pelas Letras e pelas 
Artes, expressava o sentimento de um personagem cujos pais alimentavam o desejo de 
proporcionar uma educação refinada ao filho. 
Assim aconteceu um aprofundamento nos estudos de História, de Filosofia e de Sociologia, 
nascendo, daí, a idéia de criar os concursos artísticos e literários que se realizariam em paralelo 
aos Jogos, premiando manifestações ligadas à Arte (pintura, escultura, arquitetura, arte dramática e 
decoração), à música, ao balé e às Letras. Com todas essas ações, desencadeou-se então, um 
importante desenvolvimento do intelecto por meio do aprendizado das Letras e das Artes, em 
consonância com a prática do condicionamento físico, considerando que um corpo bem preparado 
era indispensável ao desenvolvimento do pensamento, ou seja, o raciocínio tornava-se mais lento 
se o corpo estivesse ocioso. 
Referindo-se, ainda, à extrema necessidade de manifestações intelectuais paralelas aos Jogos, 
Coubertin afirmava que: “os Jogos Olímpicos constituem uam manifestação pedagógica que deve 
centralizar, como no passado, em torno do culto à juventude, o pensamento coletivo das provas e 
onde o êxito se medirá em razão da ação que exerça sobre este pensamento”, acrescentandoque 
“a humanidade deve extrair de sua herança do passado todas as forças suscetíveis de serem 
empregadas na constituição do futuro”. 
Rememorando os Jogos de Olímpia, Coubertin, ressaltou que a integração da Arte com o 
Esporte foi o resultado de uma complexa reunião de atletas, escritores, poetas, historiadores e 
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filósofos, concebendo o Esporte como entranha geradora de cultura, rodeado de grandes 
manifestações culturais; afirmando ainda que: “os Jogos Olímpicos não têm por missão única a de 
exaltar somente a potência muscular; pelo contraio, têm de ser também intelectuais e artísticas”. 
É precisamente na Grécia Antiga que se encontram os primeiros aspectos metodológicos em 
termos de preparação de atletas visando a participação em competições. 
Os inúmeros jogos, na maioria dos casos, não apenas de caráter desportivo, eram parte 
importante da cultura helênica. Entre esses inúmeros jogos, destacam-se os jogos olímpicos. 
Registros históricos comprovam que os participantes dos Jogos Olímpicos eram submetidos a 
uma preparação, na qual podem ser destacados os seguintes aspectos: 
a – Preparação Geral e Preparação Especial; 
b – Preparação com Sobre-Carga; 
c – Preparação em “TETRAS”; 
d – Preparação para o Desenvolvimento da Capacidade de Superação. 
 
Esses aspectos da preparação do antigo atleta grego, continuam sendo observados na 
atualidade. por exemplo: 
- Preparação Geral e Especial: continuam sendo a base de qualquer processo de Treinamento, 
para qualquer tipo de atleta ou de modalidade ou disciplina esportiva; 
- Preparação com Sobre-Carga: se constitui em um dos princípios que regem a teoria e 
caracterizam a prática do treinamento esportivo; 
- Preparação em “TETRAS”: corresponde na atualidade à observância dos ciclos de treinamento 
(basicamente: micro e macro-ciclos). è impensável um Processo de Treinamento que não seja 
organizado em ciclos; 
- Preparação para o Desenvolvimento da Capacidade de Superação: corresponde na atualidade 
à imprescindível preparação psicológica do atleta de alto nível. 
Considerando esses rápidos exemplos comparativos, pode ser observado que muitos conceitos 
apresentados como ¨novos¨, são nada mais, nada menos, conceitos em muitos casos 
¨rebatizados¨, e envolvidos em uma ¨nova embalagem¨. 
Na verdade, as bases do treinamento na atualidade apresentadas como “criação” ou 
“descoberta” de autores contemporâneos, já existe há muito tempo. naturalmente, nas últimas 
décadas, em decorrência do crescimento do esporte em geral, em todos os sentidos, como por 
exemplo; 
- sob o aspecto do Desenvolvimento Técnológico que abrange as instalações, equipamentos e 
até mesmo vestuário; 
- sob o aspecto Econômico-Financeiro, e; 
- sob o aspecto Sócio-Político-Cultural. 
 
O Treinamento Esportivo, durante esse longo período da história da humanidade, se 
caracterizou por carecer de bases fisiológicas, derivadas de pesquisas científicas; portanto, era um 
treinamento empírico, intuitivo e baseado na experiência e prática do dia-a-dia, 
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surpreendentemente, muitas práticas dessa época sobrevivem; algumas por se mostrarem boas e 
efetivas, outras, por hábitos sedimentados e ou falta de atualização. 
 
2 – Período do Empirismo: 
 
Este período, cronologicamente, estende-se mais ou menos, da Olimpíada da Grécia em 
1896, até mais ou menos o início da década de 1930. 
Neste período começou o efetivo desenvolvimento do esporte como o reconhecemos hoje em 
dia. Os jogos Olímpicos foram crescendo em importância e grandiosidade, requerendo cada vez 
mais, maiores rendimentos esportivos, o que, obviamente, impulsionou a prática e o progresso do 
treinamento esportivo. 
Neste período, sob o ponto de vista histórico, os treinadores começaram a ser reconhecidos, 
como importantes agentes da melhoria do rendimento de seus atletas e equipes. Dentro deste 
contexto, para ilustração, destacamos o treinador finlandês Lauri Pikhala, que foi o primeiro a 
introduzir o treinamento de velocidade para fundistas, chamando a atenção de seus 
contemporâneos em função do êxito de seus atletas em competições internacionais, naquela 
época, ainda incipientes. entre seus atletas, destaca-se a figura do corredor de fundo Paavo Nurmi. 
É nessa época, que se inicia a tradição finlandesa em corridas de fundo; tradição essa que 
foi aos poucos sendo substituída pelas gerações de corredores africanos que começaram a ganhar 
espaço desde a vitória do maratonista etíope Abebe Bikila, na olimpíada de Roma, em 1960. 
O Treinamento Esportivo, no espaço de tempo chamado de Período do Empirismo, foi 
caracterizado por ainda carecer de bases fisiológicas e científicas e pelo surgimento de treinadores 
famosos, com formas próprias de treinamento, que influenciaram de modo decisivo novas gerações 
de atletas e treinadores. 
 
3 – Período da Sistematização: 
O Treinamento Esportivo durante as décadas de 1930 e 1950 do século passado, no 
historicamente chamado Período da Sistematização, teve uma grande evolução em função do 
surgimento da uma geração de grandes treinadores, que foi influenciada pelos grandes nomes do 
período histórico anterior; ou seja, do período do empirismo, mas que, com base em próprias 
experiências práticas, com acertos e erros, se preocuparam em fundamentar pedagógica e 
metodologicamente suas formas de treinamento. 
Em função desta preocupação, começaram a surgir algumas “doutrinas” de treinamento, entre 
as quais, a mais famosa é o Fartlek, de origem Sueca, e conhecido em inúmeras variantes. É uma 
forma de treinamento até hoje muito utilizada. 
Os treinadores mais conhecidos deste período foram: Gösse Holmer, Gosta Ollander, Toni 
Nett, Woldemar Gerschler e Rauol Mollet. 
O Treinamento Esportivo neste período continua sendo empírico, mas o aspecto pedagógico-
metodológico assume caráter essencial, ocorrendo em função deste fenômeno, a chamada 
“Sistematização do Treinamento”. 
 
4 – Período Científico: 
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O Treinamento Esportivo passou a se fundamentar em Bases Fisiológicas, e por isso, a se 
chamar de “Treinamento Científico”, a partir precisamente do surgimento da doutrina do “Interval 
Training de Freiburg”. Através desta doutrina, foram estabelecidas as chamadas “Bases 
Fisiológicas” ou “Bases Científicas” do Treinamento Esportivo. 
O famoso treinador Woldemar Gerschler e o médico e fisiologista Herbert Reindell, 
caracterizaram a mais perfeita união entre a prática e a teoria, isto é, a união entre a pista, campo, 
piscina, etc... e o laboratório. desta união, surgiu a doutrina acima mencionada. 
A doutrina do Interval Training, baseada em dados colhidos do treinamento do famoso atleta 
tcheco Emil Zatopek, tornou-se famosa por volta de 1952, durante a Olimpíada de Helsinque, em 
função dos resultados alcançados pelos atletas que adotaram esta forma de treinamento. 
A partir portanto de 1952, que é reconhecido como o ano do início do Período Científico do 
Treinamento Esportivo, a Ciência e a Metodologia do Treinamento se desenvolveram com 
grande rapidez, explicando-se assim, de certa forma, as consecutivas “quebra de recordes” ou 
melhoria de nível técnico-tático-físico. 
Fundamentadas em bases fisiológicas e científicas encontradas na doutrina do Interval Training 
de Freiburg, surgiram muitas ¨doutrinas¨ e ¨métodos¨ de treinamento, entre as quais destacam-se: 
Circuit Trainind de Leeds, Power Training, Marathon Training, Altitude Training, Método de 
Cooper, Treinamento Intervalado em suas mais diversas variações, musculaçao, e etc... 
 
5 – Período do Marketing: 
A partir da década de 1980, o esporte em geral, passou a ser mais fortemente influenciado e adepender de ações de “Marketing” e de “Patrocínio”. Isto fez com que alguns autores passassem a 
caracterizar este período como o Período do Marketing do Treinamento Esportivo. Alguns outros 
autores denominam este período de: Período da Tecnologia e Marketing, enquanto outros ainda, 
adotam o nome de Período Tecnológico do Treinamento Esportivo. 
O fato concreto é que, independentemente do nome adotado pelos historiadores esportivos, o 
treinamento esportivo na atualidade tende a se tornar cada vez mais científico, e dependente de 
avanços da tecnologia, e cada vez mais dependente de ações do marketing esportivo e de 
contratos de patrocínio, em suas mais diversas variantes. 
Doutrina de Treinamento é a denominação dada pelos historiadores da educação física, ao 
conjunto de procedimentos e normas estabelecidos por uma pessoa, grupo de pessoas ou 
instituição, baseado em princípios ¨filosóficos¨ e metodológicos, que objetivam orientar a prática do 
treinamento, em busca de rendimento de competição. 
No decorrer da evolução histórica do treinamento esportivo, mais ou menos, a partir da década 
de 1930, surgiram algumas doutrinas de treinamento, das quais, se destacam: 
- Fartlek; 
- Interval Training de Freiburg; 
- Circuit Training de Leeds; 
- Treinamento de Cooper. 
 
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As Doutrinas acima, adquiriram de imediato, grande receptividade no âmbito do público 
especializado e exerceram grande influência na evolução do Treinamento Esportivo, como um 
corpo próprio de conhecimentos. contribuíram também, para a melhoria das performances 
desportivas de um modo geral, de acordo com a época, em que respectivamente surgiram e se 
tornaram conhecidas. 
 
1 - Fartlek: 
 Fartlek : Expressão que significa “Jogo de Velocidade” tem sua origem na Suécia, e se 
tornou conhecido a partir da década de 1930. 
 Sob o ponto de vista histórico, é com a Doutrina do ¨Fartlek¨, que se inicia o “Período da 
Sistematização do Treinamento Esportivo”. 
Seu principal sistematizador foi o treinador sueco Gösse Holmer, que com o sucesso de 
seus atletas, se tornou mundialmente conhecido no ambiente do atletismo. 
A ¨Filosofia de Treinamento¨ de ¨Gösse Holmer¨ se caracteriza basicamente pelos seguintes 
pontos: 
- trabalho de corridas variadas , desenvolvido de forma contínua, objetivando a melhora 
da velocidade e da condição aeróbia; 
- o treinamento deve se desenvolver em contato com a ¨natureza¨; 
- a sessão de treinamento deve ter a duração de até uma hora; 
- as atividades devem se caracterizar pela continuidade e pela variação de rítmos; 
- o atleta deve ter ¨liberdade¨ para alternar fases intensas com fases menos intensas; 
- o treinamento deve ser realizado em terrenos ¨macios¨ , explorando os acidentes naturais do 
terreno: dunas, gramados de diferentes contexturas, areias de praia, etc,,, 
- a freqüência cardíaca, nas fases intensas não deve ultrapassar os 180 bpm, e nas fases 
menos intensas, não deve ser inferior a 120 bpm> 
 
Presentemente, a Doutrina do ¨Fartlek¨ continua sendo utilizada no treinamento de atletas de 
alto nível. Na verdade, a sua ¨filosofia¨ pode ser considerada sob o ponto de vista pedagógico, 
bastante atual; razão maior da sua utilização , com variações fundamentadas nos 
conhecimentos que surgiram após o aparecimento do próprio ¨fartlek¨. 
Existem inúmeras variações de ¨fartlek¨ , a mais conhecida é também de origem sueca, ´o 
também popular ¨Volodalen¨, preconizado pelo treinador Gösta Olander. 
 Esta variação se diferencia do ¨Fartlek¨ de Holmer, pelo que se segue: 
- comparativamente, a sessão de treinamento deve ser realizada em terrenos mais 
acidentados e difíceis; 
- deve ter períodos de intensidades comparativamente mais intensos e mais longos; porém, 
as sessões tendem a ter menor duração; 
- deve ser proporcionada ¨menos liberdade¨ ao atleta, durante o desenrolar da sessão de 
treinamento; isto é, o atleta tem menor possibilidade de adequar o rítmo da sessão à sua 
vontade ou disposição;. 
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o ¨Fartlek¨ com suas inúmeras ¨facetas¨, pode ser utilizado em qualquer fase de um 
Processo de Treinamento, como variação da rotina diária; pois, os objetivos da sessão de 
treinamento devem ser estabelecidos pelo profissional que deve dirigir a prática. De um modo 
geral, o ¨Fartlek¨ é mais utilizado no período das chamadas ¨pré-temporadas¨. 
 
2 – Interval Training de Freiburg: 
Com a doutrina do ¨Interval Training de Freiburg¨, oriunda da Universidade 
de Freiburg, na Alemanha e popularizada a partir da década de 1950; historicamente se inicia o 
¨Período Científico do Treinamento Esportivo.. 
Dois estudiosos alemães, o Professor de Educação Física e Treinador de 
Atletismo Woldemar Gerschler e o Médico-Fiisiologista Herbert Reindell se juntaram, aliando a 
prática à teoria, e produziram na área da preparação de atletas de alto rendimento, a mais 
importante contribuição para a evolução do treinamento esportivo, até os dias atais. 
Eles, através de inúmeros estudos da prática nas pistas de Atletismo e de 
experiências em laboratório, aliadas às observações sistemáticas e análises do treinamento de 
parte dos mais importantes e bem sucedidos atletas de elite da década de 1940, com ênfase 
especial aos treinamentos do excepcional atleta tcheco Emil Zatopek, estabeleceram as bases 
fisiológicas do treinamento esportivo. 
O ¨Interval Training de Freiburg¨ tornou-se mundialmente conhecido na 
Olimpíada de Helsinque - Finlândia, em função dos resultados alcançados por atletas que se 
submeteram ao treinamento de acordo com os Princípios da Doutrina. 
 Como tudo que é novidade, o ¨Interval Training¨ passou a ser utilizado 
indiscriminadamente no treinamento de muitas modalidades esportivas. Entretanto, ele foi criado 
objetivando em primeira linha, o treinamento do atleta de corridas em Atletismo; sendo a corrida 
uma atividade de natureza cíclica,¨ logo o ¨Interval Training de Freiburg¨ foi adaptado com sucesso 
ao treinamento: 
- da Natação; 
- do Remo, e do; 
- Ciclismo, que por se basearem em esforços de natureza cíclica, seus atletas se 
beneficiaram de imediato. 
 
De um modo geral, as performances nessas modalidades esportivas 
acompanharam os progressos alcançados no atletismo, influenciando para que, de uma hora para 
outra, a grande maioria das modalidades esportivas, passassem a adotar o ¨interval training¨, como 
base de todo treinamento de preparação física objetivando o alto rendimento esportivo. 
O tempo demonstrou que nem todas as modalidades esportivas 
poderiam ter como base de sua preparação física, o ¨Interval Training¨ , conforme, preconizado por 
Gerschler e Reindell; pois eles direcionaram seus estudos e esforços no sentido de buscar novos 
conhecimentos e fundamentos, objetivando a melhora das performances nas disciplinas cíclicas 
do atletismo. 
O ¨Interval Training de Freiburg¨ tem suas características básicas 
simplificadas pela expressão = ¨DTRIA¨, na qual estão representadas: 
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- D = distância - a ser percorrida (quantidade); 
- T = tempo - no qual a distância deve ser percorrida (intensidade ); 
- R = repetição - número de vezes que a distância será percorrida (freqüência); 
- I = intervalo - tempo, entre os ¨tiros¨ , ou seja, tempo para recuperação entre as 
distâncias percorridas, e; 
- A = ação - durante o intervalo, o que deve ser feito durante o espaço de tempo entre um 
¨tiro¨ e outro. 
 
A “DTRIA” tem como orientação básica, o s seguintes parâmetros: 
distância = ¨tiros¨ de 100 a 200 metros; 
tempo = de mais ou menos16 a 34 segundos; 
repetição = de 20 a 40 vezes; 
intervalo = de 45 a 90 segundos, e; 
ação = caminhar, trotar, alongar, exercícios ginásticos, simplesmente repousar, etc... 
 
Na atualidade, o ¨Interval Training de Freiburg¨, é pouco utilizado em seu 
estado ¨¨puro¨ , isto é, com a evolução dos conhecimentos na área das ciências da educação 
física, as ¨bases fisiológicas¨ estabelecidas por Gerschler-Reindell, embora continuem sendo os 
¨alicerces¨ sobre os quais, se apoia a preparação da maioria dos atletas, é utlizada na maioria dos 
casos, como variações do ¨Interval Training de Freiburg¨, com o nome de ¨Treinamento 
Intervalado¨. 
 
3 – Circuit Training de Leeds: 
 Diferentemente do Interval Training de Freiburg, que foi criado a partir do esporte de 
rendimento, e para em primeira linha, ser utilizado na preparação de atletas de alto nível, o Circuit 
Trainind de Leeds foi criado para ser utilizado nas escolas inglesas. 
Os professores de educação física da Universidade de Leeds – 
Inglaterra, Adamson e Morgan, estudaram uma forma de atividade física que pudesse ser 
realizada no espaço, às vezes limitado de algumas escolas, mas que ao mesmo tempo, objetivasse 
o desenvolvimento da força, velocidade e resistência. 
 O Circuit Training de Leeds surpreendendo os próprios autores, popularizou-se em todo o 
mundo, e não só na esfera escolar, como inicialmente pensado por seus autores, mas no âmbito do 
treinamento de atletas de competição. 
Esta doutrina de treinamento tornou-se conhecida ao ser apresentada em um congresso de 
educação física em 1952; sendo que a partir daí, começou-se a usar a expressão treinamento em 
circuito, que juntamente com a expressão treinamento intervalado passaram a ser as formas de 
treinamento mais utilizadas, na preparação física de atletas de competição. 
A ¨Filosofia¨ do Circuit Training de Leeds preconiza que os objetivos devem ser os seguintes: 
- fortalecimento muscular geral; 
- desenvolvimento da capacidade cárdio-pulmonar; 
- melhoria da Resistência Geral; 
- desenvolvimento da Coordenação Motora, Flexibilidade e Elasticidade. 
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Na verdade , são objetivos muito ambiciosos quando vistos sob o ponto de vista da preparação 
de atletas de alto nível; porém, são objetivos que, quando vistos sob o ponto de vista da educação 
física escolar, são plenamente factíveis, em função das características do Circuit Training de 
Leeds: 
As características = variabilidade, adaptabilidade e universalidade. 
- Variabilidade = as possibilidades ¨oferecidas¨ pela doutrina, no sentido de atividades 
diferentes possam compor um ¨circuito¨ de acordo com os objetivos da aula de educação física ou 
da sessão de treinamento; 
- Adaptalidade = as possibilidades ¨oferecidas¨ pela doutrina de oferecer, de acordo com a 
clientela, programas de exercícios direcionados às suas capacidades e interesses 
independentemente de: idade, sexo, nível técnico e capacidade física. 
- Universalidade = as possibilidades ¨oferecidas¨ pela doutrina para compor diferentes 
formas de ¨circuito¨ , de acordo com as características da modalidade ou disciplina esportiva. 
O Circuit Training de Leeds pode ser classificado: 
- quanto à intensidade: Leve e Pesado. 
- quanto à duração: Curto e Longo. 
- quanto à qualidade: Físico e Técnico. 
 
O Circuit Training de Leeds normalmente é composto por um ¨programa de exercícios¨ , 
sendo cada exercício chamado de ¨estação¨¨, e os exercícios reunidos compõem uma ¨serie¨. 
em geral, uma sessão de Circuit Training, é composta de 06 a 12 ¨estações¨ e tende a ter de 30 
a 60 minutos de duração.. 
O Circuit Training de Leeds, com a popularidade alcançada, passou a ser conhecido apenas 
como ¨Circuit Training¨, e em função das suas características: variabilidade, adaptalidade e 
universalidade, logo passou , nos dias atuais, a exemplo do ¨Interval Training¨, a ser utilizado, da 
escola ao esporte de alto nível, nas mais diversas variações, chamadas genericamente de 
¨Treinamento em Circuito¨. 
 
4 – Cooper: 
 O Dr. kenneth Cooper, major médico da força aérea norte-americana, na segunda metade 
da década de 1960, divulgou os resultados das pesquisas realizadas com um grande número de 
jovens militares; e como tudo que é novidade, transformou-se em sensação na área da educação 
física e do treinamento de atletas de competição. 
 Como o ¨Circuit Training¨, os estudos que conduziram à formulação do conjunto das normas 
que estabelecem as bases do conjunto de orientações chamado pelo próprio Kenneth Cooper, de 
¨Método de Cooper¨, inicialmente, não foi formulado como Doutrina de Treinamento para atletas 
de alto nível, mas sim, para a massa das pessoas comuns, sob o ponto de vista de 
condicionamento físico. 
No caso específico do Brasil, a ¨Doutrina de Cooper¨ adquiriu uma importância muito grande 
na esfera da preparação física no esporte de competição. porque em 1969, a convite do Prof. 
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Claudio Coutinho, que anos depois seria Técnico do Flamengo e da Seleção Brasileira na Copa 
do Mundo de 1978, disputada na Argentina, o Dr. Kenneth Cooper esteve no Brasil divulgando o 
seu trabalho e conscientizando a população em geral da importância dos exercícios aeróbios para a 
manutenção da saúde e prevenção de algumas doenças degenerativas. 
 
Os efeitos positivos desta visita se fazem sentir até os dias atuais, pois grande parte da 
população brasileira que tem acesso às informações, a partir da visita de Kenneth Cooper, aderiu 
à prática de exercícios aeróbios, como preconizado pelo mesmo. como efeito maior da visita, foi o 
fato de que grande número de pessoas se mobilizou para praticar corridas de rua, hábito que foi 
logo ¨batizado¨ de ¨Cooper¨. 
Ao mesmo tempo, como parte da avaliação prevista para a verificação dos resultados 
alcançados pelas pessoas que treinavam seguindo as recomendações do ¨Método de Cooper¨, 
dois tipos de testes foram divulgados pelo próprio Cooper: 
- o teste de 12 minutos = no qual o testando deve percorrer a maior distância a que possa 
neste período de tempo; 
- o teste de 2.400 metros.= que objetiva verificar em quanto tempo esta distância é percorrida. 
 
A maioria dos profissionais, e as pessoas em geral, acreditam que quando se menciona 
¨Cooper¨; a referência seja um destes testes, o que faz com que a doutrina proposta por Kenneth 
Cooper, seja efetivamente conhecida por poucos. Em verdade, ela consiste em vários programas 
de exercícios pré-estabelecidos, sendo atribuídos para cada exercício, um determinado número de 
pontos, e em função dos pontos obtidos em um espaço de tempo pré-determinado, o praticante 
será classificado em: muito fraco, fraco, regular, bom e muito bom. 
De um modo geral, um programa completo em termos de duração, se estende de 15 a 16 
semanas; isto torna não aconselhável a utilização da Doutrina de Cooper, na preparação física de 
atletas de alto nível, principalmente de equipes de esportes coletivos (Basquetebol, Futebol, Volibol, 
etc...); pois de um modo geral, a progressão da intensidade recomendada pela ¨Filosofia¨ da 
Doutrina, não é adequada às necessidades da evolução da performance do atleta; embora esta 
Doutrina de Treinamento, em termos históricos, tenha sido importante para a evolução do 
Treinamento Esportivo. 
Entretanto, deve ser enfatizado que o Teste de Cooper ainda é empregado como parte da 
avaliação física de atletas de qualquer modalidade esportiva, pois sua simplicidade e eficácia, não 
devem ser ignoradas, principalmente quando não há disponibilidade de recursos para a utilização 
de testes mais sofisticados. 
 
SURGIMENTO DOS MÉTODOS DE TREINAMENTTO 
 
Nas principais escolasnacionais, Inglesa, Americana, Finlandesa, etc... 
A Escola Inglesa foi uma das primeiras que destacou o lado humanista nas atividades 
desportivas, tinham a preferência por corridas atléticas de longa distância. Os entregadores de 
correspondência foram os grandes destaques desta prova, já que por semana eles alcançavam a 
distância de 80 a 150 km por semana. 
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Surge então, a importância do desenvolvimento das funções cardio-respiratórias, ou seja, o 
desenvolvimento da resistência. 
O Capitão Robert Barday Allardice foi o destaque dessa escola. 
A Escola Americana, aproximadamente de 1850 até a I Guerra Mundial. Surgiu nesta 
época, métodos de treinamentos para distâncias mais curtas, com ênfase maior para a velocidade. 
Deu-se também o treinamento de ritmo (tempo-training). Aqui os primeiros conceitos de 
treinamento ajustado sobre o princípio do intervalo. 
Mike Murphy, Dean Cronwell, Larson Robertson foram os destaques da época. 
A Escola Finlandesa, destacou-se do período de 1912 até 1939. Houve a supremacia 
finlandesa nas provas de longa distância, de 1912 à 1946. Paavo Nurmi, conseguiu notoriedade e 
prestígio no Atletismo e desporto finlândes. 
Lauri Pikhala, foi o precursor moderno do Interval Training, maior velocista para fundistas 
(distâncias curtas) intensidade forte e muita quantidade, forma intervalada – Conceito Ondulatório 
– Trote e Sprint, esboço da Periodização do Treinamento; Alternância Ondulatória: 
Trote/Recuperação; Aumento da IT e Diminuição da QT; trabalho especial: Base ampla e geral; 
macrociclo anual. Marcha + treinamento de duração + treinamento de tempo + sprint para fundista e 
tempo training curto para fundista. 
 A Escola Sueca, destacou-se do período de 1930 até II Guerra mundial. Época que a 
natureza foi a grande aliada para esse trabalho. Destaques para Fartlek e Volodalen, o primeiro 
salientava a maior quantidade e menor intensidade para as sessões mais longas. Já o segundo, 
tinha a maior intensidade e menor quantidade para as sessões mais curtas). 
A Escola Alemã, do período de 1939 até 1952. Com o fim da II Guerra Mundial, também 
interrompeu-se a supremacia finlandesa, nas provas de longa distância. Houve uma modificação no 
método de treinamento – máximo expoente – Zatopek – Treinamento de intervalos (int. Training). 
 Também aconteceu a sistematização do treinamento de corredores, nadadores, remadores, 
uma sistematização rigorosa. 
Também podemos destacar as Escolas Neo Moderna, (1960 - Austrália e Nova Zelândia), 
destaque aqui para as competições serem realizadas agora por etapas. 
As Escolas Contemporâneas (saxônicas), destaca-se pelo grande avanço tecnológico dos 
equipamentos de treino, e também no material esportivo de maneira geral, tais como: Atletismo, 
Natação, Basquete, Boxe, Tênis, etc. 
A Escola Socialista, 1972 Mollet – O Governo era o responsável integralmente pela direção 
da educação física e das atividades desportivas. A característica principal nesta era foi a seleção 
biotipológica feita nas crianças direcionando-as às modalidades desportivas indicadas. 
Aqui praticamente todas as modalidades desportivas são visadas. 
A Escola Européia Ocidental, tinha como expoente máximo a ex. Alemanha Ocidental. Os 
principais desportos foram, atletismo, hipismo, handebol, G.O., tênis e etc. 
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A Escola Asiática, era a escola japonesa, que com o apoio industrial – para as equipes 
desportivas – teve um grande progresso neste âmbito (nos desportos de exigiam maior 
flexibilidade). Também tivemos a evolução no material desportivo. 
Principais desportos: Beisebol, Judô, Natação, Voleibol, Tênis de Mesa, etc. 
 
 
 
 
 
CONCEITUAÇÃO DE TREINAMENTO 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS: 
EDUCAÇÃO ↔ EDUCAÇÃO FÍSICA ↔ TREINAMENTO DESPORTIVO 
TREINAMENTO DESPORTIVO: Área de conhecimento da ciência da Educação Física. 
Sistema Educacional Brasileiro - Leis que definem os fins e objetivos da Educação e os objetivos 
da Educação Física. 
Treinamento Desportivo – Pedagogo busca colimar objetivos parciais como base para a condução 
de elevados resultados desportivos. 
 
TREINAMENTO DESPORTIVO – DESPORTO 
O treinamento Desportivo constitui a parte mais ampla do fenômeno chamado desporto (Matveiev, 
1986). 
O entendimento da essência do desporto em seu conjunto é importante para o entendimento da 
problemática do Treinamento Desportivo. 
Conceito de desporto no sentido estrito e amplo da palavra (Matveiev, 1986) 
Ø Sentido Estrito – Define-se como competição propriamente dita; quando são observados 
e tratados apenas coisas relacionadas ao treinamento propriamente dito; isto é, a 
preocupação é centrada na atividade em si, ou seja, apenas o que ocorre no campo, no 
ginásio, na piscina, na pista , etc.. É o que interessa de imediato ao profissional envolvido 
na atividade. Trata apenas da parte visível da preparação 
do atleta ou da equipe. 
Ø Sentido Amplo – Desporto como fenômeno social multifacético, permitindo a consecução 
de objetivos muito mais amplos de que os puramente desportivos; quando são observados 
todos os fatores e elementos que possam ter influência no desenvolvimento do processo 
de treinamento; tudo que possa influenciar na performance do atleta ou da equipe. 
Exemplos: 
Ø Abarca a competição propriamente dita, a preparação para a mesma e as relações 
específicas na área desta atividade tomadas em conjunto. 
Ø Relação entre os fins da Educação e os objetivos do Treinamento Desportivo. 
Ø Características da instituição para a qual será realizada a atividade de treinamento; 
Ø ¨Filosofia” da instituição = cada clube tem sua própria história, sua mentalidade, suas 
potencialidades, 
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suas ambições, e assim por diante; e tudo deve ser considerado na atividade do 
profissional. Isto quer 
dizer,o profissional ao ser contratado por uma instituição, deve, na medida do possível, 
tentar 
¨conhecê-la¨, pois o conhecimento da instituição, poderá facilitar o trabalho do profissional; 
Ø Características da clientela a ser treinada; e todos os outros fatores que possam ter maior 
ou menor influência na atividade do dia-a-dia do treinamento propriamente dito. 
 
Treinar é tornar apto, capaz para determinada tarefa ou atividade, habilitar, adestrar, (Holanda 
Ferreira) – Visão Geral – utilizada nas mais variadas áreas, abrangendo um processo que visa 
através de exercícios atingir um nível mais elevado na área do objetivo proposto. 
O Treinamento Esportivo tem muitas definições, as quais são influenciadas pela formação e 
pela visão do autor. De um modo geral, existem definições bem variadas: 
- algumas abordam aspectos eminentemente PEDAGÓGICOS; 
- algumas se fundamentam em aspectos BIOLÓGICOS e ou FISIOLÓGICOS, e; 
- outras se caracterizam pela abordagem PSICOLÓGICA. 
Apresentamos como definição-síntese: 
¨Treinamento Esportivo é um processo científico e pedagógico que deve conduzir o atleta, de 
acordo com suas 
características e potencialidades, ao seu melhor rendimento esportivo no período de exigência da 
sua melhor performance¨. 
 
De modo geral e concreto – Treinamento visa promover respostas e adaptação – aumento de 
rendimento. O que diferenciaria o trabalho braçal de um operário de um Programa de Treinamento? 
De um modo geral: O treinamento é usado para toda aprendizagem organizada no sentido de obter 
maior rendimento físico, psíquico, intelectual e motórico. 
Para o planejamento do treinamento há a necessidade do conhecimento de: 
1. Status sócio – político e econômico do respectivo esporte. 
2. Política desportiva a nível local, regional e nacional. 
3. Instituição e respectiva filosofia. 
4.Objetivos: Curto, médio e longo prazos. 
5. Nível técnico e cultural dos atletas. 
6. Motivação e ambição dos atletas. 
7. Tipo e nível das competições. 
 
 
 
TREINAMENTO 
↕ 
PREPARAÇÃO DO DESPORTISTA 
↕ 
TAREFAS DO TREINAMENTO DESPORTIVO 
 
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Preparação Física, Preparação Técnico-Tática, Preparação 
Intelectual ou Teórica, Preparação Social e Preparação Psicológica. 
 
CARACTERÍSTICAS DO TREINAMENTO DESPORTIVO NA 
ATUALIDADE 
 Um treinador deve ser capaz de situar o grau de interdependência e de interação entre o 
processo formativo e o processo educacional. 
“Treinamento Desportivo é o processo de aperfeiçoamento do atleta baseado em princípios 
científicos e pedagógicos o qual, através de um planejamento e atuação sistemática, age sobre a 
capacidade e a pré-disposição para um rendimento, conduzindo o atleta à maior performance em 
um determinado esporte ou disciplina esportiva". 
 
OBJETIVOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO 
Em termos de desporto de alto nível, os objetivos são melhorar, manter, reduzir – 
performance desportiva. 
Em termos da atividade física – desportiva para o indivíduo não atleta, a melhoria orgânica 
geral, manutenção da saúde, retardamento do envelhecimento precoce, recreação ativa... 
 
ESTRUTURAÇÃO DE UM PROCESSO DE TREINAMENTO 
Ø Treinamento à longo prazo. 
Ø Periodização do treinamento. 
Ø Macrociclo, mesociclo, microciclo. 
Ø Unidade de treinamento. 
 
TREINAMENTO A LONGO PRAZO. 
 É um dos Princípios Gerais do Treinamento Desportivo. Processo que se prolonga por muitos 
anos (Base do Alto Rendimento). Com a prática desportiva máxima alcançada, entende-se que as 
bases foram lançadas na infância e adolescência – Planificação sistemática a longo prazo do 
processo de treino. Treinos estes que sofrem grandes variações de acordo com a idade e lógico do 
aperfeiçoamento físico. O treinamento à longo prazo busca a determinação dos objetivos e 
conteúdos do treinamento, assim como a precedência dos mesmos. O treinamento à longo prazo 
dura aproximadamente de 8 (oito) à 12 (doze) anos. 
 
OBJETIVOS: 
Aumento progressivo das exigências do treinamento, melhoria contínua da capacidade de 
performance desportiva e o aproveitamento dos momentos ideais para a realização das tarefas do 
treinamento. 
 O início do treinamento à longo prazo dar-se-á, de acordo com a modalidade (características), 
sendo também avaliado as particularidades individuais, como por exemplo, idade em que a 
performance de alto nível é alcançada e o tempo necessário de preparação do atleta de alto nível. 
 
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ETAPAS 
Ø BASE 
Ø DESENVOLVIMENTO ou CONSTRUÇÃO 
Ø ALTO NÍVEL ou OTIMIZAÇÃO 
 
 
 
ETAPAS DE BASE 
Aproximadamente de 3 à 4 anos, tem formação básica polivalente com orientação desportiva. 
Seu treinamento é predominantemente generalizado, com meios e métodos de treinamentos 
múltiplos e de formação geral; aquisição de habilidades técnicas básicas, conquistando desta forma 
ampla base motora; preparação especial pequena; o volume e a intensidade do treinamento nesta 
etapa crescem em ritmos menores sem a preocupação de performances espetaculares. 
 
ETAPA DE CONSTRUÇÃO 
Aproximadamente de 3 à 4 anos, continuação e alargamento das bases lançadas (etapa de 
base) Com orientação mais voltada para as particularidades da especialização desportiva. Cresce 
neste momento a utilização de métodos especiais criando condições para a transição ao 
treinamento com performance máxima, aumentando o volume e intensidade de treinamento. Nesta 
fase adquire-se uma estabilização e automatização motora e especialização. 
 
ETAPA DE OTIMIZAÇÃO 
Aproximadamente de 2 à 4 anos. Condução do indivíduo a máxima performance individual. 
Aumentando as especificações dos meios e métodos de treinamento, aumentando também a 
amplitude e IT no seu ponto máximo. Adquire-se um aperfeiçoamento e uma estabilização variável 
da técnica desportista, melhorando ou mantendo a capacidade de performance desportiva pelo 
melhor e maior tempo possível. Aqui o treinamento é predominantemente especializado. 
 
PERIODIZAÇÃO DO TREINAMENTO 
 
RESUMO: condição geral + ampla experiência psico-motora + Técnica geral + noções de 
tática elementar + desenvolvimento da força de vontade e de atitude para competição. 
RESUMO: fase transitória para o esporte de alto nível variando de modalidade para modalidade, 
e de um modo geral é mais longa em modalidades determinadas (força – resistência) e mais curta 
em modalidades “técnicas”. 
RESUMO: a Periodização busca a cada temporada a melhoria da performance, considerando o 
alcançado na temporada anterior. determinação do melhor rendimento individualizado; refinamento 
e otimização do rendimento específico. 
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INTRODUÇÃO 
Surgimento ↔ Aplicação ↔ Evolução. 
CONCEITUAÇÃO 
Um dos Princípios Gerais do Treinamento Desportivo 
Periodizar – Dividir em períodos, expor em tempos (Aurélio) 
Divisão temporal e estrutural do processo de treinamento (Matveiev, 1981) 
 
OBJETIVOS: 
Preparar o atleta para: 
Ø Conseguir os melhores resultados. 
Ø As principais competições do ano. 
Ø Atingir sua melhor forma na competição mais importante. 
Ø instituição, poderá facilitar o trabalho do profissional; 
 
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DA FORMA DESPORTIVA 
COMO BASE NATURAL DA PERIODIZAÇÃO DO TREINAMENTO 
 Forma desportiva (def.): Estado de pré-disposição ótima (a melhor) para a obtenção de 
elevados resultados desportivos, devido a uma correspondente preparação em cada novo escalão 
do aperfeiçoamento desportivo (Matveiev, 1981). É alcançada fasicamente e não é mantida no 
mesmo nível, no entanto, de ano para ano, os níveis alcançados podem ser melhorados. 
 
 
FASES 
AQUISIÇÃO: 
Compreende a formação e desenvolvimento das premissas da forma desportiva e sua 
consecução imediata. 
Ø Elevação do nível geral das possibilidades funcionais do organismo, desenvolvimento múltiplo 
das qualidades físicas e volitivas do desportista, formação dos hábitos e destrezas motoras 
(novos elementos da técnica e da tática). 
Na Segunda metade: Elevação do nível de treinamento especial, desenvolvimento das 
qualidades de caráter específico, incremento do aperfeiçoamento da técnica e tática 
correspondentes. 
 
MANUTENÇÃO (Estabilização relativa): 
Caracteriza-se pela manutenção das condicões ótimas > bons resultados. 
Reduz-se o grau das reestruturações biológicas, porém ainda transcorre o aperfeiçoamento 
posterior > Resultados desportivos. 
PERDA TEMPORÁRIA DA FORMA DESPORTIVA: 
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Caracteriza-se pela redução da readaptação de diversos aspectos do nível de treinamento,..... 
> Incremento de certos momentos de assimilação dos processos metabólicos plásticos. 
 
PERÍODOS DO PROCESSO DE TREINAMENTO 
Ø Forma Desportiva (fases): influências do treinamento, cujo caráter varia com a fase de 
desenvolvimento da forma > PERÍODOS. 
Ø Fase da Forma Desportiva: Relativas ao processo biológico. 
Ø Períodos do Treinamento: Relativo a um processo pedagógico. 
 
Assim: Os períodos são intervalos sucessivos de desenvolvimento da forma desportiva. 
 
PERÍODO DE PREPARAÇÃO 
Ø Cria as premissas e condições para a aquisição da forma desportiva. 
Ø Objetiva: Preparação básica. O desenvolvimento da performance de competição (forma 
desportiva). 
 
PERÍODO DE COMPETIÇÃO 
 
Ø Assegura a manutenção da forma desportiva e se aplica na obtenção de êxitos desportivos. 
Ø Objetiva: Apuramento da forma mediante a participaçãoem competições, alcançando a melhor 
performance possível. 
 
PERÍODO DE TRANSIÇÃO 
Ø Surge em função da necessidade de descanso ativo, evita o strain e garante a sucessão dos 
escalões do aperfeiçoamento desportivo (repouso ativo). 
Ø Objetiva: A prevenção para o sobretreinamento, a regeneração física e psíquica e a 
manutenção em parte do estado de treinamento. 
 
CONTEÚDO E ESTRUTURA DO TREINAMENTO > PERÍODO DO 
TREINAMENTO 
FASES DA FORMA DESPORTIVA 
PERIODIZAÇÃO e CICLO 
 
Ø Periodização simples ou anual. 
Ø Periodização dupla ou semestral. 
Dependência: Idade, nível do atleta, modalidade e situação específica. 
 
DURAÇÃO DOS PERÍODOS 
Ø Orientação (Desportistas qualificados) 
Ø Preparatório > 3,5 / 4 até 5 / 7 meses. 
Ø Competição > 1,5 / 2 até 4 / 5 meses. 
Ø Transição > 3 / 4 semanas até 6 semanas. 
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FATORES RELATIVOS AO DIRECIONAMENTO DO TREINAMENTO 
 
Ø TIPOS DE EXERCÍCIOS 
Ø Gerais: Carga Global > musculatura e organismo. 
Ø Especiais: Características e capacidades típicas da modalidade. 
Ø Competição: Aceleração no processo de adaptação física e psíquica. Forma complexa de 
treinamento. 
 
Ø RELAÇÃO VOLUME X INTENSIDADE DE TREINAMENTO 
Ø Em cada período > significado especial. 
Ø Em geral > IT deve aumentar gradativamente até o início do período de competição e 
manter-se alta, e o volume aumenta até aproximadamente até a metade do período 
preparatório e depois tente diminuir. 
 
 
 
ESTRUTURA CÍCLICA DO TREINAMENTO 
MEGACICLO, MACROCICLO, MESOCICLO, MICROCICLO 
 
MEGACICLO 
Envolve toda a vida do atleta; dura de 8 – 10 anos adiante. Está constituído por um conjunto 
de Macrociclos; denomina-se de base; de máxima possibilidade e de lastro desportivo (longevidade 
desportiva). 
 
MACROCICLO 
Busca a obtenção da Forma Desportiva. Está constituído por um conjunto de Mesociclos. É a 
grande onda do treinamento, caracterizada pela tendência geral das ondas médias nos períodos de 
treinamento. Sua duração pode ser de 4 à 6 meses, até 1 à 2 anos. Ciclo trimestral, semestral ou 
anual de treinamento. 
 
MESOCICLO ou MEDICICLO 
 São estapas relativamente definidas do processo de treinamento. Sua duração varia entre 3 a 
6 semanas. Está constituído pela união de vários Microciclos. Composto normalmente de 4 
microciclos, sendo que um deles mais intenso que os outros três. Assim, o primeiro microciclo tem 
cargas leves, no segundo a carga aumenta e no terceiro alcança seu máximo. No quarto há uma 
diminuição da carga para o nível do segundo. Com esta carga inicia-se outro ciclo. A utilização dos 
Mesociclos podem ser das segunites formas: 
 
ENTRADAS 
 Utilizado ao iniciar-se processos de esportes de grandes ciclos. 
 
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BÁSICOS 
 Tipo principal do Período de Preparação. Podem ser de Preparação Geral e/ou Especial. São 
estruturados por meio dos Mesociclos. 
 
BÁSICOS DESENVOLVIMENTO 
 Se caracterizam por um aumento da carga do Esporte. Se busca o aumento das capacidades 
funcionais dos sistemas principais; a preparação da técnica e a preparação mental. Se alternam 
com os estabilizadores, a seguir. 
 
 
BÁSICOS ESTABILIZADORES 
 Caracterizados pela interrupção temporal do aumento da carga, para permitir a adaptação às 
exigências do Esporte. 
 
De CONTROLE 
 Representam uma etapa de transição entre os Mesociclos Básicos e Competitivos. Servem 
para descobrir deficiências técnicas e táticas. 
 
PRÉ-COMPETITIVO 
 Utilizados para colocar em ponto o atleta. São próximos a uma competição principal. 
Caracterizados por trabalhos de preparação específica simulando ao atleta a situação de 
competição. 
 
COMPETITIVOS 
 Coincidem com as competições fundamentais. Respeitam horas e situações diretas de 
competições. 
 
De RESTABELECIMENTO ou MANUTENÇÃO 
 São de carga suave. Utilizados em períodos de competições longas. São denominados de 
intermédios. Utilizados também na transição de um ciclo a outro. 
PREPARATÓRIOS DE RESTABELECIMENTO 
 São similares aos Básicos, mas com muitos Microciclos de restabelecimento. 
CARACTERÍSTICAS: 
Ø Desenvolvimento conjunto do volume e intensidade do esforço 
Ø Relação carga repouso é balanceada em termos semanais – A semana de alta carga sucede 
semana com menos carga > De forma a permitir relativa alta carga durante longo tempo e 
relativa baixa carga durante curto tempo. 
 
MICROCICLO 
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É um grupo de unidades de treinamento organizado de tal forma que o ótimo valor de 
treinamento pode ser obtido em cada unidade. Barbante, 1978. 
É um conjunto de atividades e constituem a unidade do treinamento. São as ondas pequenas 
do treinamento. Dura em geral de uma semana ( 2 a 7 dias – 1 semana ), com solicitações variadas 
em termos de Qualidade de Treinamento, variando também a estrutura de esforço (intensidade e 
volume) no seu curso. Os Microciclos subdividem-se das seguintes formas: 
GRADUAIS ou CORRENTES 
 Preparam o organismo para responder aos trabalhos de treinamento. Tem um baixo nível de 
incitação. Se caracterizam por um volume considerável e o nível limitado de intensidade 
(Quantidade de trabalho). É utilizado no período preparatório, principalmente no Geral e também 
em alguns, no Especial. 
 
De CHOQUE 
 Se caracterizam por um grande volume global de trabalho e um elevado nível de incitação. 
Tem como finalidade estimular os processos de adaptação do organismo. Caracterizado pelo 
aumento de intensidade. Utilizado no Período Preparatório Especial. 
De ACERCAMENTO ou de APROXIMAÇÃO 
 Utilizado na preparação do atleta com relação as situações e condições de competição. 
Modelam regimes e programas de competição. Seu conteúdo é variado, e estão relacionados às 
etapas de preparação do atleta. 
De RECUPERAÇÃO ou de RESTABELECIMENTO 
 Utilizado ao final de uma série de Microciclos de Choque ou ao final do período de 
competição. São destinados a assegurar o desenvolvimento ótimo dos processos de recuperação. 
Exercem um grau débil/baixo de incitação (descanso ativo). 
De COMPETIÇÃO 
 Se conformam de acordo ao programa de futuras competições, tendo em conta o número de 
partidas/torneios, e a duração dos intervalos que os separam. Se buscam atuações 
regulamentares, em dias, horas, da própria competição. Se tem em conta o Tapering off 
(diminuição global) da carga de treinamento. 
 
FUNDAMENTA-SE NA RELAÇÃO ESFORÇO (CARGA) E 
RECUPERAÇÃO. 
Sua construção é influenciada: 
Ø Pela particularidade da modalidade esportiva (necessidades). 
Ø Pela etapa do processo de treinamento a longo prazo > Qualificação do atleta: Período da 
periodização. 
Ø Pelo objetivo específico do treinamento. 
Ø Pela capacidade individual de recuperação > Estado de treinamento e 
Ø Pelas condições para o treinamento. 
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NORMAS BÁSICAS PARA COMPOSIÇÃO DOS MICROCICLOS 
Ø As cargas devem ser estabelecidas de modo a permitir o processo de recuperação do atleta, 
independentemente do número de sessões de treinamento. Os conteúdos estabelecidos devem 
ser estabelecidos sem que haja monotonia, ou seja, saturação psíquica. 
Ø Ordenar os objetivos e conteúdos das sessões de treinamento de modo que as exigências de 
coordenação, velocidade, força rápida e máxima ocorram quando a capacidade de rendimento 
se encontre em um ponto alto. 
Ø Colocar o treino forte no meio e no fim da semana > evitar que o atleta comece a semana com 
um cansaço acumulado. 
 
 
 
ESTRUTURA DO CICLO ANUAL DE TREINAMENTO 
 
1. Datas das competições fundamentaise secundárias (calendários de torneios e dats dos 
eventos). 
2. Data de iniciação e finalização de cada período. 
3. Data dos controles médicos e provas de eficiência física e técnica (testes de laboratório e de 
campo). 
4. Meios de controles (testes) e normas a aplicar. 
5. Estrutura do ciclo de preparação (número e tipos de etapas por períodos – Mesociclos). 
6. Distribuição das cargas de treinamento em cada período e etapas. 
. Freqüência de treinamento por semana, por meses, etc. 
. Número de sessões de treinamento, semanais, para cada capacidade (ondas pequenas – 
Microciclos). 
. Acentos diários, semanais, mensais, etc. (planos operativos). 
7. Conteúdos da preparação (seleção dos meios, métodos e sistemas de treinamentos a utilizar 
por períodos, etapas, etc.). 
8. Outros (aspectos da vida do atleta – estudo, trabalho, etc.). 
 
 
UNIDADE DE TREINAMENTO 
CONCEITUAÇÃO 
 É a menor fração do Processo de Treinamento. A estrutura da Unidade de Treinamento 
depende de: 
Ø Objetivos e conteúdo da sessão. 
Ø Utilização das fontes energéticas. 
Ø Especificidade das diferentes modalidades esportivas. 
 
 Na primeira parte são utilizados os exercícios que necessitam para a sua execução de uma 
recuperação completa e estado psicofísico repousado. 
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Ex. COORDENAÇÃO, VELOCIDADE, FORÇA EXPLOSÃO e FORÇA MÁXIMA. 
 
 Na segunda parte são utilizados os exercícios que não necessitam para a sua execução de 
plena recuperação do organismo. 
Ex. EXERCÍCIOS DE RESISTÊNCIA, RESISTÊNCIA DE VELOCIDADE e de FORÇA. 
 
 Na terceira etapa são aplicados os exercícios que podem ser executados em condições de 
estado psicofísico desgastado e sem a recuperação do organismo. 
Ex. RESISTÊNCIA AERÓBICA. 
 
Combinações mais freqüentes: 
VELOCIDADE + RESISTÊNCIA ANAERÓBICA 
FORÇA MÁXIMA (Explosiva) + VELOCIDADE 
RESISTÊNCIA ANAERÓBICA + RESISTÊNCIA AERÓBICA 
FORÇA MÁXIMA (Explosiva) + RESISTÊNCIA DE FORÇA 
TÉCNICA + OUTRAS QUALIDADES FÍSICAS 
 
TIPOS: INDIVIDUAL 
 ORGANIZADA / LIVRE / MISTA 
 COLETIVA 
 
ETAPAS DE UM PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE 
TREINAMENTO 
 
I – DIAGNÓSTICO. 
II – PROGNÓSTICO. 
III – DECISÕES. 
IV – REALIZAÇÃO. 
V – AVALIAÇÃO. 
VI – FEEDBACK. 
 
DIAGNÓSTICO: 
Estudo dos elementos, coletando e tabulando informações com conseqüente análise dos 
dados existentes, onde determina-se as limitações (confronto da visão ideal x realidade). 
 
PROGNÓSTICO: 
O que poderá ser realizado e o que deverá ser alcançado. Projeções do estado atual mais o 
que será aprendido e desenvolvido, aliado com a capacidade do indivíduo. 
 
DECISÕES: 
PRINCÍPIO DA SUCESSÃO DAS CARGAS 
COORDENAÇÃO - VELOCIDADE - FORÇA – RESISTÊNCIA ANAERÓBICA – RESISTÊNCIA AERÓBICA 
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Baseia-se nas etapas anteriores, determinando uma estratégia de atuação, em função das 
etapas, períodos, temporadas. 
 
REALIZAÇÃO: 
Treinamento propriamente dito, ou seja, realização das atividades, com controle e avaliação 
(avaliação formativa). 
 
AVALIAÇÃO: 
 
Estimativa, julgamento, classificação e interpretação dos treinamentos. Medição e análise dos 
resultados quantitativos e qualitativos em relação aos objetivos. É imprescindível no controle do 
treinamento, dando uma idéias clara do grau de efeito e valor dos métodos e meios empregados. É 
um processo de delineação, obtenção e aplicação de informações descritivas e de julgamento 
concernente ao mérito de objetivos, à medida que revelados por suas metas, plano implementação 
e resultados e para fins de tomada de decisões e de responsabilidades. 
FEEDBACK: 
Ajuste, alteração, redistribuição ou redimensionando, com análise da situação e suas 
conseqüências, melhorando dentre muitos aspectos a alimentação, visando a melhoria do 
processo. 
 Assim sendo o PLANEJAMENTO DESPORTIVO exige do pedagogo conhecimento amplo e 
experiência, e objetiva o desenvolvimento da capacidade e pré-disposição de rendimento. 
Para que seu desempenho como Árbitro, no campo de jogo seja satisfatório será necessário 
ter habilidades bem desenvolvidas e um bom preparo físico. Com a prática sistemática de 
exercícios físicos, os órgãos e músculos serão beneficiados, e com isso, coração e pulmões 
passarão a “trabalhar” com maior eficiência. A musculatura tornar-se-á forte, resistente, flexível e 
veloz, adquirindo assim, a almejada “boa condição física”. 
Por ocasião do treinamento, o árbitro deve ser preparar de forma conveniente, esforçando-se 
ao máximo na execução dos exercícios físicos e aprimoramento das habilidades. O 
aperfeiçoamento físico e técnico somente será obtido se o árbitro tiver consciência da sua 
responsabilidade e, ao treinar, observar atentamente todos os movimentos em suas minúcias, 
objetivando superar-se na perfeita realização e utilização de todos os exercícios. 
Um bom treinamento certamente significará um bom desempenho nas competições. É 
importante que o árbitro encare seu treinamento com a mesma seriedade e dedicação como se 
fosse uma competição (jogo). O momento certo para as correções será durante o treinamento. 
 
 
Influência dos Fatores Endógenos e Exógenos sobre o 
Treinamento e a Competição 
O Treinamento e a Competição são influenciados por fatores Endógenos e Exógenos. Essa 
Influência varia em função dos seguintes aspectos: 
Modalidade ou Disciplina Esportiva; 
Características constitucionais do Atleta; 
Características de “personalidade” da Equipe; 
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Meio-ambiente sócio-cultural; 
Condições climático-ambientais. 
 
Principais Fatores Endógenos: 
Idade, Sexo, Estado de Treinamento e Constituição Física. 
Principais Fatores Exógenos: 
Temperatura ambiente, Umidade Relativa do Ar, Pressão Atmosférica, Alimentação, “Status” 
sócio-econômico-cultural. 
 
FATORES ENDÓGENOS: 
IDADE: De modo geral: 
Maior idade cronológica = maior capacidade de rendimento; 
Maior treinabilidade = modificações das características psicofísicas 
 
Conseqüência para o Treinamento e a Competição: 
Estruturação do Processo de Treinamento; 
Determinação da Qualidade e Quantidade de treinamento; 
Adequação de tipo de Competição. 
 
Questão a discutir: Organização e características das competições desportivas nas 
categorias de base do Futebol 
SEXO: De modo geral: 
Homens com maior capacidade de Treinamento do que as Mulheres = diferenças biológicas 
entre os sexos. 
Conseqüência para o Treinamento e a Competição: 
Qualidade de treinamento = ausência de diferenças; 
Quantidade de Treinamento = mulheres suportam menores quantidades de treinamento em 
termos absolutos. 
Como resultado = relativa menor capacidade de performance (menor rendimento). 
 
Estado de Treinamento (ET) e Constituição Física: 
E.T. = condição física, técnico-tática, psicossocial. 
Melhor E.T. = maior treinabilidade. 
Conseqüência para o Treinamento e a Competição: 
Determinação da Qualidade e Quantidade de treinamento em termos gerais e em termos 
individuais; 
Determinação das funções dos atletas dos desportos coletivos. 
 
FATORES EXÓGENOS: 
TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR: 
Elevada Temperatura e Elevada Umidade Relativa do Ar: 
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Dificultam a dissipação de calor = influência negativa sobre o Treinamento dos esforços 
prolongados (Futebol); 
Influencia negativamente a função neuromuscular = prejuízo nos rendimentos desportivos de 
força, velocidade, flexibilidade e de coordenação. 
 
 
Conseqüência para o Treinamento e a Competição: 
Redução da capacidadede treinamento e competição = redução da capacidade de 
rendimento = importância da hidratação e aquecimento, aspectos técnico-táticos. 
PRESSÃO ATMOSFÉRICA: 
Influência negativa sobre os rendimentos desportivos prolongados (Futebol); 
Redução da pressão parcial de Oxigênio e da resistência do ar; 
Influência positiva sobre os rendimentos desportivos de curta duração; 
 
 
 
Conseqüências para o treinamento e competição: 
Privilegiar tipos de treinamento em relação aos aspectos técnico-táticos. 
ALIMENTAÇÃO: 
A Treinabilidade depende em grande escala da Qualidade e Quantidade da Alimentação. 
Equilíbrio: Proteína; Lipídios; Glicídios; Vitaminas e Sais Minerais. 
Insuficiência de Proteína = ausência de aminoácidos essenciais, que o próprio organismo não 
consegue sintetizar. 
Resultado: aumento insuficiente de força r conseqüentemente da performance. 
 
Insuficiência de Hidratos de Carbono = produção de energia através da oxidação biológica de 
gorduras = menor metabolismo muscular. Em outras palavras, o ganho de energia através da 
gordura reduz a capacidade de rendimento de longa duração (Futebol). 
Insuficiência de Vitaminas (Complexos: B. C. E.) = reduzida quantidade de catalizadores 
biológicos para metabolismo muscular; 
Resultado: metabolismo muscular mais lento; redução da treinabilidade e diminuição do 
rendimento. 
Insuficiência de absorção de Sais Minerais = desequilíbrio da concentração fisiológica de sais 
no sangue e nos tecidos = redução da treinabilidade. 
Deficiência de Ferro = redução do nível de hemoglobinas = diminuição de rendimento de 
longa duração (Futebol). 
“STATUS” SÓCIO-ECONÔMICO-CULTURAL: 
Importância do esporte na sociedade; 
Meio-ambiente familiar e social. 
 
Conseqüências para o treinamento e competição: 
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A modalidade esportiva em função de sua importância na sociedade recebe maior ou menor 
respaldo técnico, financeiro e social. Isto significa maior influência positiva ou negativa em relação 
ao próprio treinamento e à performance de competição. Exemplos: 
Guga, antes e depois; Seleção de Futebol, apesar dos resultados e Seleções de Voleibol. 
O meio ambiente familiar e social é de natureza mais individual, mas com repercussões na 
equipe como um todo. 
 
 
DETECÇÃO E SELEÇÃO DE TALENTOS DESPORTIVOS 
O princípio do Treinamento a Longo Prazo é uma proposição que referencia a orientação 
geral do Treinamento, visando a obtenção, a longo prazo, de elevados rendimentos desportivos. 
Propõe um procedimento metodológico para a construção e desenvolvimento a longo prazo, da 
performance desportiva. 
No treinamento infantil, a criança não deve ser vista como um adulto pequeno, porque 
existem diferenças substanciais entre o grau de maturação dos órgãos dos adultos e o das 
crianças. Isto significa que a carga física deve corresponder à tolerância de carga de cada órgão e 
tecido. 
O treinamento geral aumenta as possibilidades funcionais gerais do organismo. Nesse 
sentido, produz o desenvolvimento das características motoras básicas, o aprendizado e o 
aperfeiçoamento de capacidades motoras variadas, o aprendizado de táticas elementares e gerais 
e formação psicossocial geral. 
O treinamento especial determina adaptações orgânicas específicas, isto é, diretamente 
relacionadas às características e exigências da modalidade desportiva. Caracteriza-se pelo 
desenvolvimento dos fatores específicos determinantes da performance. É imprescindível para o 
aumento de rendimento na modalidade desportiva praticada. 
Por isso, as características do treinamento partem do treinamento predominantemente geral 
para o treinamento predominantemente especial, e de uma menor para uma maior quantidade ou 
volume de treinamento. 
A respeito do Talento Desportivo, é possível fazer previsões acertadas? 
Meu filho tem talento para o Desporto de Rendimento? 
“Pedro” é talentoso? 
“João” é mais talentoso do que “Pedro”? 
Quais os requisitos necessários para a correta previsão a respeito do Talento Desportivo? 
 
As Performances Desportivas resultam da combinação de vários fatores. Destacadamente, 
podemos dividi-las em: 
Componentes biológicos (antropométricos, físicos e motores); 
Componentes psicossociais (cognitivos; psicológicos e sociais). 
 
A DSTD na prática tem demonstrado que aos componentes biológicos tem sido dado maior 
valor do que aos psicossociais. Esses, muitas vezes são desprezados como requisitos à DSTD. 
Provavelmente pelo inegável caráter mais abstrato dos fatores psicossociais. A prática do 
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treinamento confirma essa sobrevalorização dos fatores biológicos, já que muitos treinadores 
sequer reconhecem as chamadas preparações teórica, psicológica e social. 
 
CARACTERÍSTICAS MOTORAS 
 
As características motoras nascem com o indivíduo e se desenvolvem até a maturidade 
física e, na maioria das modalidades e/ou disciplinas desportivas determinam ou influenciam 
decisivamente a performance motora. Expressam as características físicas individuais. São a 
Força, a Velocidade, a Resistência e a Mobilidade ou Flexibilidade, as chamadas 
características motoras básicas, e a Força Rápida, Resistência de Força, Resistência de 
Velocidade, entre outras, as chamadas características motoras complexas. 
 
Em processos de treinamento, as características motoras são desenvolvidas mediante 
sobrecargas físicas que influem sobre as propriedades morfológicas e funcionais do organismo, 
o desenvolvimento das características motoras determina a chamada condição ou aptidão física. 
A aptidão física é resultado da interação entre a carga genética herdada e os estímulos para o 
desenvolvimento das características motoras. A aptidão física depende da capacidade de 
adaptação e de rendimento do organismo. As características motoras implicam diferentes 
exigências sobre os sistemas orgânicos. Por exemplo, a capacidade de resistência aos esforços 
de longa duração é influenciada pelo desenvolvimento, principalmente dos sistemas 
cardiovascular, pulmonar e músculo–esquelético; há predomínio do metabolismo aeróbio. A 
capacidade de força muscular é influenciada pelo desenvolvimento, principalmente, dos sistemas 
nervoso e músculo-esquelético; há predomínio do metabolismo anaeróbio. 
 
As fases sensíveis para o desenvolvimento das características motoras não são uniformes, já 
que o desenvolvimento dos sistemas orgânicos ocorrem simultaneamente, porém, não com a 
mesma velocidade. Assim sendo, as características motoras terão graus de desenvolvimento 
diferenciados ao longo do desenvolvimento biológico do ser humano: 
Velocidade 10 - 13 anos; 
Força (vários setores musculares) 13 - 17 anos; 
Força Rápida (saltos) 12 - 13 anos; 
Resistência 10 - 13 anos (aeróbia); 
13 - 16 anos (anaeróbia). 
 
 
 
HABILIDADES OU CAPACIDADES MOTORAS 
 
As habilidades motoras são aprendidas e aperfeiçoadas mediante processo de aprendizagem 
utilizando-se exercícios técnicos de treinamento. São os fundamentos, gestos ou técnicas 
desportivas. O grau de aprendizado e aperfeiçoamento dos gestos desportivos determina a 
chamada habilidade motora ou aptidão motora, ou seja as habilidades, capacidades ou destrezas 
técnicas. 
 
A maior habilidade ou aptidão motora manifesta-se, principalmente, em função do 
desenvolvimento dos sistemas nervoso e muscular, e conseqüentemente do desenvolvimento 
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motor. Os períodos em que ocorre o rápido desenvolvimento do sistema nervoso figuram como as 
bases mais sensíveis ao desenvolvimento motor 
 
Parece haver evidência a respeito de efeitos do treinamento sobre os processos de 
crescimento e desenvolvimento.A qualidade de treinamento e a quantidade de treinamento 
excessiva podem inibir os processos de crescimento e desenvolvimento. Elevado gasto energético 
no treinamento, somado ao gasto de energia de outras atividades inerentes às crianças e 
adolescentes e as práticas dietéticas deficientes podem inibir oas processos de crescimento e 
desenvolvimento. É importante destacar que no Brasil o desporto de base (mirim, infantil e juvenil) 
está organizado e estruturado de forma similar ao desporto de alto rendimento (Profissional), na 
maior parte dos desportos, criando as condições para que ocorra o citado acima. 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS QUE DEVEM ORIENTAR A “DSTD”: 
 
Não deve ser orientada para especificidades; 
O processo deve abranger a população escolar; 
Participação mais ativa de professores e escola; 
Situar a escola como centro avaliador; 
Valorizar a observação pedagógica e não sobrevalorizar os aspectos parciais da aptidão esportiva. 
 
 
 
 
ABORDAGENS: 
 
Diagnósticas Identificação e análise; 
Prognóstica Determinação rendimento; 
Optimizadora Procedimentos maximização. 
 
Nível de performance depende basicamente de: 
Qualidades Individuais: Potencial orgânico; 
 Habilidades motoras; 
 Capacidade Cognitiva; 
 Características Psicológicas. 
 
Fatores Ambientais: Culturais; 
 Sócio-econômicos, etc. 
 
Processos Interativos: Pedagogia e Ciências do Desporto; 
 Recursos Humanos e Materiais; 
 Política Desportivas, etc. 
 
Exemplos: RDA/ RFA – CUBA / E.U.A. BRASIL ??? 
 
A REALIDADE: 
 
Raros esforços em Clubes e Federações; 
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Valorização excessiva e unilateral de componentes biológicos; 
Ausência de preparação desportiva a longo prazo; 
Dissociação trabalho Clube / Escola; 
Conflitos institucionais e pedagógicos entre instituições; 
Inexistência de procedimentos metodológicos estruturados em relação à “DSTD”. 
 
CONTEÚDOS DE UM PROCESSO DE TREINAMENTO: 
1. PREPARAÇÃO FÍSICA. 
2. PREPARAÇÃO TÉCNICO-TÁTICA. 
3. PREPARAÇÃO TEÓRICA. 
4. PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA. 
5. PREPARAÇÃO SOCIAL. 
 
 
 
1. PREPARAÇÃO FÍSICA 
 Visa fundamentalmente elevar as possibilidades funcionais do organismo através do 
desenvolvimento múltiplo das qualidades físicas (Características Motoras Básicas - CMB). 
 É a parte do processo de treinamento que tem como objetivo desenvolver as características e 
qualidades físicas necessárias à prática desportiva. Objetiva oferecer uma aquisição de base física 
para que seja possível, mais tarde, absorver o treinamento específico. 
FORÇA: Predomínio da atividade muscular. Capacidade de exercer tensão contra uma 
resistência. Tipicamente Anaeróbica. Adaptação do Sistema Locomotor. 
DINÂMICA ou ISOTÔNICA - Denota movimento. 
ESTÁTICA ou ISOMÉTRICA - Ex.: Empurrar a parede. 
EXPLOSIVA ou POTÊNCIA MUSCULAR - Máximo de energia num ato explosivo, força 
acrescida de velocidade. 
P (Potência) = F (Força) x V (Velocidade) 
 
VELOCIDADE - Predomínio de reações neuro-musculares. Essencialmente anaeróbica. 
Adaptações dos Sistemas Nervoso e Muscular. 
DE REAÇÃO ou TEMPO DE REAÇÃO - Rapidez de resposta a um estímulo. 
DE DESLOCAMENTO - Capacidade de se deslocar o mais rápido possível de um ponto a 
outro. 
DE MEMBROS - Ex.: Pugilista. 
 
A VELOCIDADE no geral poderá ser desenvolvida através de: 
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· Tiros curtos, variando distâncias entre 40 até 60 metros. 
· Tiros progressivos de 60% - 90% e 100% da máxima velocidade 
· Tiros com ALTERNÂNCIA de RÍTMO. 
 
Ex.: 50 metros a 100%. 50 metros a 50%. 50 metros a 80%. 
FASES DA VELOCIDADE NUMA CORRIDA DE 100 METROS: 
 30 metros 40 metros 30 metros 
 Aceleração Velocidade Máxima Resistência à Velocidade 
 
COORDENAÇÃO (Psico-Motora) - Trabalha através de treinamento técnico. Associação 
da consciência à ação. Controle mental sobre a expressão motriz. 
GERAL - Flexibilidade, Mobilidade, Agilidade, etc. 
ESPECIAL ou ESPECÍFICA - A própria técnica. 
 
EQUILÍBRIO: 
ESTÁTICO - Ex.: Parada de dois apoios. 
DINÂMICO - Ex.: Ciclista. 
RECUPERADO - Ocorre logo após o dinâmico. 
RÍTMO - Variação regular com repetições periódicas. Assegura a consciência muscular e a 
perfeição dos movimentos. Ordenação e a proporção no espaço e no tempo. 
RESISTÊNCIA - Capacidade que o corpo (organismo) possui para suportar uma atividade 
prolongada. Predomínio das atividades dos órgãos internos. Tipicamente Aeróbica. Adaptação do 
Sistema Cárdio-Pulmonar. 
AERÓBICA - Capacidade de resistir à fadiga nos esforços de longa duração e intensidade 
moderada. Trabalho de base, fundamental, utilização “ÓTIMA” de oxigênio. É o trabalho a ser 
efetuado num Processo Progressivo de Treinamento. Treinamento desenvolvido através de 
corridas longas e longos percursos. Manutenção por longo tempo de ESFORÇOS de MÉDIA ou 
FRACA INTENSIDADE. Melhoria do Sistema Cárdio-Pulmonar. Métodos: ENDURANCE, 
CONTÍNUO e FARTLEK. Visa o trabalho INICIAL. É também conhecida como GERAL. 
ANAERÓBICA - Trabalha em “DÉBITO DE OXIGÊNIO”. Pode ser considerada também como: 
ESPECIAL ou ESPECÍFICA. Manutenção durante o maior tempo possível de ESFORÇOS DE 
INTENSIDADE MUITO FORTE, apesar da diminuição progressiva das reservas alcalinas, com o 
débito de oxigênio crescente. O treinamento INTERVALADO ou “INTERVAL-TRAINING” é um 
excelente trabalho para a melhoria da FASE ANAERÓBICA. 
DE VELOCIDADE - É a RESISTÊNCIA à INTENSIDADE DO ESFORÇO. É a resistência à 
velocidade. Deve ser trabalhada com tiros ou piques de curta e média distâncias. 
MUSCULAR LOCALIZADA ou LOCAL - É a capacidade individual de realizar durante 
um período longo a repetição de movimentos, num mesmo ritmo com a mesma eficiência. 
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OBSERVAÇÃO: “STEADY-STATE” é o ponto de equilíbrio entre o gasto (consumo) e 
absorção de oxigênio. 
FLEXIBILIDADE - È composta por duas variáveis: MOBILIDADE ARTICULAR e 
ELASTICIDADE MUSCULAR e LIGAMENTAR. Amplitude dos movimentos de diversas partes do 
corpo. Condiciona a capacidade funcional dos movimentos. 
MOBILIDADE - Exigência de amplitude. Raio de ação das articulações. Predomínio de atividades 
anaeróbicas. Adaptação do Sistema Motor. 
AGILIDADE - Velocidade de troca de direção. Locomoção do corpo, no espaço, o mais rápido 
possível. Depende da “Velocidade de Reação”. 
DESCONTRAÇÃO - (Alongamento / Relaxamento). 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS MOTORAS BÁSICAS MAIS SOLICITADAS NO 
FUTEBOL: 
Coordenação Psico-Motora - Endurance - Equilíbrio - Mobilidade - Agilidade - Flexibilidade 
Velocidade de Deslocamento - Velocidade de Reação - Força Explosiva (Pernas) 
Resistência (Aeróbica e Anaeróbica) - Resistência Muscular Localizada (Tronco/Braços/Pernas). 
 
2. PREPARAÇÃO TÉCNICO-TÁTICA 
O preparo Técnico-Tático deverá ser sempre concebido como uma só unidade, pois as 
opções táticas sempre estarão condicionadas pelas possibilidades técnicas. O êxito será alcançado 
através do treinamento dos fundamentos técnicos individuais acrescidos das estratégias ensaiadas. 
Característica: 
 Obtenção e desenvolvimento da DESTREZA (habilidade técnica assimilada sob condições 
ideais, que deve ser estudada para obter um maior conhecimento teórico da preparação técnica). O 
processo de obtenção da destreza divide-se em três etapas: 
· Caracterizada pela educação do ato motor, ou seja, execução de ações motoras gerais numa 
progressão pedagógica até que comece as específicas. 
· Alcançado o domínio espacial desejado, inicia-se o desenvolvimento do próprio estilo no gesto 
desportivo. 
· Modelagem da Técnica, com a eliminação dos movimentos desnecessários, obtendo-se assim 
uma economia de energia. 
Após a aquisição

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