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Português 2016 Estratégia Aula 1

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Aula 01
Português p/ Senado Federal - Todos os Cargos
Professor: Rafaela Freitas
Português p/ Senado Federal 
 Analista e Técnico Legislativo 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
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AULA 01 
COESÃO E COERÊNCIA 
DISCURSO DIRTEO E INDIRETO 
 
 
Olá, queridos alunos! Que bom tê-los aqui comigo novamente! Sejam 
bem-vindos a mais uma aula! 
 
 
 
O assunto de hoje é muito importante, recorrente em provas e a FGV adora: 
coesão e coerência! Além desse tema, estudaremos os tipos de discurso. 
Além desses temas, escolhi colocar nesta aula também algo sobre 
intertextualidade. Normalmente as provas da FGV trazem essa abordagem 
dentro e fora do texto, vamos trabalhar com cuidado! 
 
 
 
 
Vamos juntos!! 
 
 
 
 
 
 
 
"Sempre há o que aprender, ouvindo, vivendo e, sobretudo, trabalhando. 
Mas só aprende quem se dispõe a rever suas certezas." 
(Darcy Ribeiro) 
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Português p/ Senado Federal 
 Analista e Técnico Legislativo 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 01 
 
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1. COERÊNCIA E COESÃO 
 
O que é para você algo incoerente? Imagine uma pessoa que se diz contra o 
uso de bebidas alcoólicas, mas que é vista bebendo todas em um bar? Atitude 
incoerente, não é? Agora imagine quem diz gostar muito de animais e é visto 
batendo em uma cachorro... incoerente!! Podemos levar este raciocínio para o 
estudo da linguagem, um texto incoerente é aquele que não faz sentido, que 
perdeu o nexo por algum problema interno de remissão, uso dos conectivos ou 
até mesmo de escolha lexical. 
A coesão diz respeito ao modo como ligamos os elementos textuais numa 
sequência; a coerência não é apenas uma marca textual, diz respeito aos 
conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos elementos 
textuais. É fácil perceber quando um texto não é coerente, isso ocorre quando 
ele não faz sentido! Ou quando começa falando sobre um assunto ou aspecto e 
muda completamente sem aviso prévio. Já a falta de coesão nem sempre é 
percebida pelo falante, pode ser um problema de regência ou de concordância, 
por exemplo. 
 
 Vejam: 
Os menino chego, vamo começar! 
 
Esta é uma fala comum na variante social da língua. Tenho certeza de que 
em algum momento você já ouviu algo parecido. O fato é que esta fala está cheia 
de problemas de coesão (concordância, formação de palavras...), mas está 
gramatical, isto é, está coerente, mesmo fora do padrão normativo da Língua 
Portuguesa. 
 
Agora veja outro exemplo: 
 
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Teoria e Questões Comentadas 
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A Joana não estuda nesta Escola. 
Ela não sabe qual é a Escola mais antiga da cidade. 
Esta Escola tem um jardim. 
A Escola não tem laboratório de línguas. 
 
2� WHUPR� ³(VFROD´� p� FRPXP� D� WRGDV� DV� IUDVHV� H� R� QRPH� ³-RDQD´� foi 
substituído pelo pronome ³HOD´, contudo, apenas isso não é suficiente para 
formar um texto, uma vez que não possuímos as relações de sentido que 
unificam a sequência, apesar da coesão individual das frases encadeadas (mas 
divorciadas semanticamente). 
A coerência não é independente do contexto no qual o texto está inscrito, 
isto é, não podemos ignorar fatores como o autor, o leitor, o espaço, a história, o 
tempo, etc. O exemplo seguinte: 
 
O velho abutre alisa as suas penas. 
 
É um verso de Sophia de Mello Breyner Andresen que só pode ser 
FRPSUHHQGLGR� XPD� YH]� FRQWH[WXDOL]DGR� �SHUWHQFH� DR� FRQMXQWR� ³$V� *UDGHV´�� LQ�
/LYUR� 6H[WR�� ������� R� ³YHOKR� DEXWUH´� p� XPD� PHWiIRUD� VXWLO� SDUD� GHVLJQDU� R�
ditador fascista Salazar. Não é o conhecimento da língua que nos permite saber 
isso, mas o conhecimento da cultura portuguesa. 
 
Agora, alunos, nem sempre a relação entre coesão e coerência segue um 
padrão, por exemplo, leia o texto a seguir: 
 
Circuito Fechado 
 
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, 
espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água 
fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, 
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abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, 
documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. 
Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. 
Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, 
papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, 
pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, 
fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, 
cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. 
Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, 
cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, 
cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, 
cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, 
caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, 
telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, 
papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, 
papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, 
cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. 
Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, 
talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e 
fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, 
meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, 
travesseiro. 
(Ricardo Ramos) 
 
Inicialmente o texto lido parece ser apenas um amontoado de palavras 
soltas, mas, ao lermos mais atentamente, percebemos que não é. Embora fuja 
do padrão da língua, com uso de verbos, substantivos, adjetivos, enfim, de todas 
as classes gramaticais conjugadas, o texto Circuito Fechado é uma história que 
representa o dia de um homem, ainda que sua estrutura seja composta apenas 
por substantivos. 
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É possível haver um texto sem coesão, mas coerente? 
 
Sim!! Vejam o exemplo do texto a seguir: 
 
Menino venha pra dentro, olhe o sereno! Vá lavar essa mão. Já escovou os 
dentes? Tome a bênção a seu pai. Já pra cama! 
Onde é que aprendeu isso, menino? Coisa mais feia. Tome modos. Hoje você 
fica sem sobremesa. Onde é que você estava? Agora chega, menino, tenha santa 
paciência. 
De quem você gosta mais, do papai ou da mamãe? Isso, assim que eu 
gosto: menino educado, obediente. Está vendo? É só a gente falar. Desça daí,menino! Me prega cada susto... Pare com isso! Jogue isso fora. Uma boa surra 
dava jeito nisso. Que é que você andou arranjando? Quem lhe ensinou esses 
modos? Passe pra dentro. Isso não é gente para ficar andando com você. 
Avise a seu pai que o jantar está na mesa. Você prometeu, tem de cumprir. 
Que é que você vai ser quando crescer? Não, chega: você já repetiu duas vezes. 
Por que você está quieto aí? Alguma você está tramando... Não ande descalço, já 
disse! Vá calçar o sapato. Já tomou o remédio? Tem de comer tudo: você acaba 
virando um palito. Quantas vezes já lhe disse para não mexer aqui? Esse 
barulho, menino! Seu pai está dormindo. Pare com essa correria dentro de casa, 
vá brincar lá fora. Você vai acabar caindo daí. Peça licença a seu pai primeiro. 
Isso é maneira de responder a sua irmã? Se não fizer, fica de castigo. Segure o 
garfo direito. Ponha a camisa pra dentro da calça. Fica perguntando, tudo você 
quer saber! Isso é conversa de gente grande. Depois eu dou. Depois eu deixo. 
Depois eu levo. Depois eu conto. 
Agora deixa seu pai descansar - ele está cansado, trabalhou o dia todo. Você 
precisa ser muito bonzinho com ele, meu filho. Ele gosta tanto de você. Tudo que 
ele faz é para o seu bem. Olhe aí, vestiu essa roupa agorinha mesmo, já está 
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toda suja. Fez seus deveres? Você vai chegar atrasado. Chora não, filhinho, 
mamãe está aqui com você. Nosso Senhor não vai deixar doer mais. 
Quando você for grande, você também vai poder. Já disse que não, e não, e 
não! Ah, é assim? Pois você vai ver só quando seu pai chegar. Não fale de boca 
cheia. Junte a comida no meio do prato. Por causa disso é preciso gritar? Seja 
homem. Você ainda é muito pequeno para saber essas coisas. Mamãe tem muito 
orgulho de você. Cale essa boca! Você precisa cortar esse cabelo. 
Sorvete não pode, você está resfriado. Não sei como você tem coragem de 
fazer assim com sua mãe. Se você comer agora, depois não janta. Assim você se 
machuca. Deixa de fita. Um menino desse tamanho, que é que os outros hão de 
dizer? Você queria que fizessem o mesmo com você? Continua assim que eu lhe 
dou umas palmadas. Pensa que a gente tem dinheiro para jogar fora? Tome 
juízo, menino. 
Ganhou agora mesmo e já acabou de quebrar. Que é que você vai querer no 
dia de seus anos? Agora não, que eu tenho o que fazer. Não fique triste não, 
depois mamãe dá outro. Você teve saudades de mim? Vou contar só mais uma, 
que está na hora de dormir. Agora dorme, filhinho. Dê um beijo aqui - Papai do 
Céu lhe abençoe. Este menino, meu Deus... 
Menino, de Fernando Sabino. 
 
O texto de Fernando Sabino é perfeitamente compreensível, mas nele 
encontramos diversas frases soltas, sem os conectivos necessários que 
garantiriam a coesão textual. O texto é coerente, mas não é coeso. 
De maneira bem simples, podemos dizer que coerência e coesão é o que faz 
a diferença entre um texto e um amontoado de palavras sem nexo. 
 
 
Coerência é a ligação dos elementos que formam um texto. 
Coesão é a associação consistente desses elementos. 
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1. 1. A REMISSÃO 
 
Uma das modalidades de coesão, e a mais importante para desenvolver uma 
prova de múltipla escolha, é a remissão. Ela se dá de duas maneiras: 
referenciação anafórica ou catafórica, formando-se cadeias coesivas mais ou 
menos longas. 
É a maneira como construímos um texto, como fazemos a progressão 
textual de maneira coerente. 
 
A remissão pode ser endofórica, ou seja, textual, refere-se a elemento 
que estão no texto. A referenciação textual pode ser: 
 
A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de pronomes 
pessoais de 3ª pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes; também por 
numerais, advérbios e artigos. 
Exemplo: André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, 
são diferentes. Este não briga com quem torce para outro time; aquele o faz. 
 
O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de futebol; 
este recupera a palavra Pedro; aquele, o termo André; o faz, o predicado 
briga com quem torce para o outro time - são todos anafóricos, retomam 
algo já citado. 
 
A remissão catafórica (para a frente) realiza-se normalmente através de 
pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas 
pode ocorrer também com os outros pronomes, advérbios e numerais. 
Exemplo: Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o 
abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso 
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primário: era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de 
ombros contraídos. 
 
O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele antecipam a 
expressão o professor - são catafóricos. 
 
Existe ainda a remissão que é feita através de elementos que estão externos 
ao texto, é a chamada exofórica. Em todo texto encontramos circunstâncias 
situacionais, ou seja, ele se desenvolve em um lugar, num determinado tempo, 
há participantes ± locutor e interlocutor. Se pararmos para observar, veremos 
que essas circunstâncias situacionais estão no texto através do emprego de 
SDODYUDV�³YD]LDV´��SDODYUDV�TXH�Vy�DGTXLUHP�VLJQificado quando associadas a um 
referente, que pode estar no próprio texto, como já vimos referenciação textual ± 
Endofórica), ou fora dele referenciação extratextual ou Exofórica, que veremos 
a seguir. 
 
 ³&RLVDV�TXH�YRFr�SUHFLVD�VDEHU�DQWHV�GH�YLDMDU�SDUD�R�H[WHULRU´ 
 
Observe que a palavra você marca um interlocutor, ou seja, a segunda 
pessoa do discurso, mas quem é? O leitor é claro! Como ele está fora do texto é, 
portanto, uma referência extratextual ± Exofórica. 
 
As palavras que se preenchem de significado por meio de referências 
extratextuais são consideradas dêiticas, pois remetem às circunstâncias 
situacionais do processo de comunicação. 
Itens que podem funcionar como dêiticos. 
 
Pronomes pessoais: 
eu ± falante 
você- interlocutor 
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nós ± falante e interlocutor 
 
Pronomes demonstrativos: 
este, esta, estes , estas ,isto ± perto do falante 
esse, essa, esses, essas, isso ± perto do interlocutor 
 
Circunstâncias de lugar: 
Advérbios, - aqui, lá, acolá, ali, aí 
locuções adverbiais: neste lugar, naquele lugar etc. 
 
Circunstâncias de tempo: 
Hoje, amanhã, agora, ontem 
Locuções adverbiais ± neste momento, daqui a um mês etc. 
 
Tempos verbais: 
Presente ± simultaneidade com o momento do processo de comunicação. 
Pretérito ± anterioridade com relação ao momento do processo de 
comunicação. 
Futuro ± posterioridade com relação ao momento do processo de 
comunicação. 
 
 
 
De que trata a coerência textual? Da relação que se estabelece entre as 
diversas partes dotexto, criando uma unidade de sentido. Está, portanto, ligada 
ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê. 
A construção do texto ocorre por meio da ligação de elementos e da relação 
deles. A remissão textual (endofórica e exofórica), quando bem feita, garante um 
texto coerente. 
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A remissão é feita através de diversos conectivos, além do uso dos 
pronomes, que garantem a unidade semântica do texto. Não só o período 
simples precisa estar coerente, a ligação das orações também precisa ser feita de 
maneira coesa e dotada de sentido. As conjunções são importantes elementos 
de coesão e coerência textual. Vejam no exemplo: 
Acabei de lavar a rua assim que continua suja. 
 
É um período coerente para você? Aposto que não! O problema está no uso 
GR� FRQHFWLYR� ³DVVLP� TXH´�� SRLV� D� LGHLD� HVWDEHOHFLGD� HQWUH� DV orações é de 
oposição, não de tempo: 
Acabei de lavar a rua, mas ainda continua suja. 
Acabei de lavar a rua, todavia continua suja. 
 
$Wp� D� FRQMXQomR� ³H´�� TXH� p� WLSLFDPHQWH� DGLWLYD�� SRGHULD� IXQFLRQDU� FRPR�
adversativa neste contexto: 
Acabei de lavar a rua e continua suja. 
 
É isso, o uso equivocado do conectivo torna o texto incoerente, sem nexo! 
 
A seguir, analise um quadro demonstrativo dos principais conectivos: 
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2. QUANDO NÃO HÁ COERÊNCIA TEXTUAL: AMBIGUIDADE 
 
Quando falamos de linguagem escrita ou falada, a primeira coisa sobre a 
qual se pensa é a clareza textual. Toda e qualquer interlocução, seja no plano da 
fala, seja no da escrita, somente se torna materializada se estiver clara, objetiva 
e precisa. 
E quanto tal clareza não ocorre? Caso ela não ocorra, podemos dizer que 
alguns entraves desempenharam sua cota de participação na hora da 
comunicação, e acredite: são vários os que se manifestam nesse sentido. Um 
deles, representando literalmente tal aspecto, é expresso pela ambiguidade 
ocasionada pelo emprego inadequado de alguns pronomes, mais especificamente 
os possessivos. Assim sendo, como fator resultante dessa (a ambiguidade) temos 
tão somente uma dupla interpretação daquilo que ora é proferido, dificultando, 
pois, o entendimento da mensagem. 
 
 
Ambiguidade: dupla interpretação daquilo que foi falado ou escrito, 
dificultando o entendimento da mensagem 
 
Para ilustrar, um exemplo: 
 
Tão logo se encontrou com Marcela, Paulo fez comentários acerca de 
seus excelentes resultados nas provas finais. 
 
A falta de clareza na mensagem tem origem no uso do pronome possessivo 
³VHXV´�� pois os comentários feitos por Paulo podem estar se referindo aos 
resultados de Marcela, aos resultados dele ou até mesmo aos resultados de 
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ambos. De quem foram os excelentes resultados? Como então decifrar do que se 
trata? Parece um pouco confuso, não? 
Nesse sentido, para evitarmos manifestações como essa, a língua 
portuguesa oferece-nos vários recursos para que possamos construir nosso 
discurso com eficácia e precisão, permitindo assim que a interlocução seja 
materializada de forma plausível. Para tanto, em vez de empregarmos o referido 
pronome, podemos utilizar outros, que também são possessivos, representados 
por dele(s) e dela(s). Dessa forma, só nos resta fazer as devidas alterações nos 
enunciados que nos serviram de exemplos, uma vez manifestadas por: 
 
Tão logo se encontrou com Marcela, Paulo fez comentários acerca 
dos excelentes resultados dele nas provas finais. 
Tão logo se encontrou com Marcela, Paulo fez comentários acerca 
dos excelentes resultados dela nas provas finais. 
Tão logo se encontrou com Marcela, Paulo fez comentários acerca 
dos excelentes resultados deles nas provas finais. 
 
3. INTERTEXTUALIDADE 
 
Muito comum em concursos, a Intertextualidade pode ser definida como um 
diálogo entre dois ou mais textos, que podem ser verbais, não-verbais ou mistos. 
Observe os dois textos abaixo e note como Murilo Mendes (século XX) faz 
referência ao texto de Gonçalves Dias (século XIX): 
 
Canção do Exílio 
 
"Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
 
 
 
 
 
 
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Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
 
Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar ² sozinho, à noite ² 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
6HP�TX¶LQGD�DYLVWH�Ds palmeiras, 
Onde canta o Sabiá." 
Gonçalves Dias 
 
 
 
 
 
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Canção do Exílio 
 
Minha terra tem macieiras da Califórnia 
onde cantam gaturamos de Veneza. 
Os poetas da minha terra 
são pretos que vivem em torres de ametista, 
os sargentos do exército são monistas, cubistas, 
os filósofos são polacos vendendo a prestações. 
gente não pode dormir 
com os oradores e os pernilongos. 
Os sururus em família têm por testemunha a 
 [ Gioconda 
Eu morro sufocado 
em terra estrangeira. 
Nossas flores são mais bonitas 
nossas frutas mais gostosas 
mas custam cem mil réis a dúzia. 
 
Ai quem me dera chupar uma carambola de 
 [ verdade 
e ouvir um sabiá com certidão de idade! 
 Murilo Mendes 
 
 
A relação entre os dois textos é evidente! A paródia-piadista de Murilo 
Mendes é um exemplo de intertextualidade, uma vez que seu texto foi criado 
tomando como ponto de partida o texto de Gonçalves Dias. 
No jornalismo, na literatura e até mesmo nas artes (como a PINTURA), a 
intertextualidade é constante. 
 
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A intertextualidade na PINTURA 
 
Veja as várias versões da famosa pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa: 
 
 
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503. 
 
 
 
Mona Lisa, de Marcel Duchamp, 1919. 
 
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Mona Lisa, Fernando Botero, 1978. 
 
 
 
 
Mona Lisa, propaganda publicitária. 
 
 
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Veja exemplos de intertextualidade na propaganda e na pintura. 
 
Neste exemplo temos um anúncio publicitário de um produto alimentício 
(Leite Moça) que faz referência à música de Rita Lee, Mania de você: 
 
 
Agora veja a intertextualidade realizada entre a criação de Matt Groening, 
criador dos Simpsons, e a obra A persistência da memória, de Salvador Dalí. 
 
 
 
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3.1 Tipos de intertextualidade: 
 
Paráfrase x Paródia 
 
A paráfrase, originária do grego para-phrasis (repetição de uma 
sentença), constitui-se na recriação textual, tendo como suporte um texto-
fonte. Ao parafrasearmos um texto, estamos atribuindo-lhe uma nova 
³URXSDJHP´� GLVFXUVLYD�� HPERUD� PDQWHQGR� D� PHVPD� LGHLD� FRQWLda no texto 
original. Vejamos novamente a intertextualidade com a Canção do Exílio, de 
Gonçalves Dias, um dos textos mais usados para a inspiração de outros: 
 
Texto Original ± Canção do Exílio 
 
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o sabiá, 
As aves que aqui gorjeiam 
Não gorjeiam como lá. 
[...] 
Gonçalves Dias 
 
Paráfrase: 
 
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos 
0LQKD�ERFD�SURFXUD�D�µ&DQomR�GR�([tOLR¶� 
&RPR�HUD�PHVPR�D�µ&DQomR�GR�([tOLR¶" 
(X�WmR�HVTXHFLGR�GH�PLQKD�WHUUD« 
Ai terra que tem palmeiras 
Onde canta o sabiá! 
[...] 
Carlos Drummond de Andrade 
 
 
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Podemos notar que Carlos Drummond, pertencente à era Modernista, 
baseando-se na criação de Gonçalves Dias, nos apresenta outra versão, porém 
com o mesmo discurso poético de saudosismo pela belíssima terra natal. 
 
A paródia, de forma tendenciosa, também pauta-se pela recriação de um 
texto, entretanto, utiliza-se de um caráter contestador voltado para a crítica, 
muitas vezes sob um tom cômico, humorístico. Como podemos perceber na 
paródia feita por Oswald de Andrade do texto de Casimiro de Abreu: 
 
MEUS OITO ANOS 
 
Oh! que saudades que tenho 
Da aurora da minha vida, 
Da minha infância querida 
Que os anos não trazem mais! 
Que amor, que sonhos, que flores, 
Naquelas tardes fagueiras 
À sombra das bananeiras, 
Debaixo dos laranjais! 
[...] 
Casimiro de Abreu 
 
MEUS OITO ANOS 
 
Oh que saudades que eu tenho 
Da aurora de minha vida 
Das horas 
De minha infância 
Que os anos não trazem mais 
Naquele quintal de terra! 
Da rua de Santo Antônio 
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Debaixo da bananeira 
Sem nenhum laranjais 
[...] 
Oswald de Andrade 
 
Na leitura dos poemas, percebemos que a intenção de Oswald de Andrade 
foi a de criticar o romantismo e o sentimento nacionalista revelados pelas 
palavras de Casimiro de Abreu. Mesmo porque o ideário modernista trazia 
vigorosamente um repúdio aos moldes anteriormente adotados por outros 
artistas, principalmente àqueles que compuseram o Romantismo e o 
Parnasianismo. 
 
4. TIPOS DE DISCURSO 
 
Em um texto do tipo narrativo (um conto, uma crônica, um romance, uma 
fábula e até mesmo nos relatos, como notícias e reportagens) o narrador 
escolhe como reportará a fala dos personagens envolvidos no enredo, podendo 
ser feito de maneira direta ou indireta. Chama-se discurso o ponto de vista que 
o narrador nos dá da fala dos personagens. 
 
a) Discurso direto: neste caso, o narrador, após introduzir as 
personagens, faz com que elas reproduzam a fala e o pensamento por si 
mesmas, de modo direto, utilizando o diálogo. Não há interferência do 
narrador naquilo que foi dito. 
 
Exemplo: 
 Baiano velho perguntou para o rapaz: 
 ² O jornal não dá nada sobre a sucessão presidencial 
 
 b) Discurso indireto: neste tipo de discurso, não há diálogo; o narrador 
não põe as personagens a falar e a pensar diretamente, mas ele faz-se o 
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intérprete delas, transmitindo o que disseram ou pensaram, sem reproduzir o 
discurso que elas teriam empregado. Neste caso, o narrador se coloca coo 
mediador daquilo que foi falando, podendo fazer interferências e, por vezes, 
marcar até a própria opinião. 
 
Exemplo: 
Baiano velho perguntou para o rapaz se o jornal não tinha dado nada 
sobre a sucessão presidencial. 
 
c) Discurso indireto livre: consiste na fusão entre narrador e 
personagem, isto é, a fala da personagem insere-se no discurso do narrador, 
sem o emprego dos verbos de elocução (como dizer, afirmar, perguntar, 
responder, pedir e exclamar). É a mistura do discurso direto com o indireto. 
 
Exemplo: 
Agora (Fabiano) queria entender-se com Sinhá Vitória a respeito da 
educação dos pequenos. E eles estavam perguntadores, insuportáveis. 
Fabiano dava-se bem com a ignorância. Tinha o direito de saber? 
Tinha? Não tinha. 
 
2EVHUYH�TXH�QRV�WUHFKRV�³E eles estavam perguntadores, insuportáveis´�H�
³Tinha? Não tinha´� PLVWXUD-se a voz do personagem e a do narrador, não 
sabemos qual dos dois está pronunciando a fala! 
 
Veja abaixo as mudanças que ocorrem na mudança do discurso direto 
para o indireto: 
 
 
 
 
 
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Discurso direto Discurso indireto 
Uso da primeira pessoa do discurso Terceira pessoa 
Verbo no presente do indicativo Emprego do pretérito imperfeito do indicativo 
Verbo no pretérito perfeito Pretérito mais que perfeito 
Futuro do presente Futuro do pretérito 
 Modo imperativo Pretérito imperfeito do subjuntivo 
 Adjuntos adverbiais: aqui, cá, aí Adjuntos adverbiais: ali, lá 
 Ontem O dia anterior 
 Amanhã O dia seguinte 
 
 
 
Envolvimento do narrador com o dito. 
 
Se, ao reportara fala de alguém, o narrador utilizar o discurso direto, é 
esperado que ele reproduza a fala do personagem sem se envolver com o dito, 
sem modificar o texto e sem se posicionar a respeito. Da mesma forma, 
espera-se que, em um discurso indireto, no qual o narrador utiliza as próprias 
palavras para reproduzir aquilo que foi dito por terceiros, apareça 
posicionamento, palavras que marcam um envolvimento do narrador com 
aquilo que está sendo reportado, assim: 
 
6XD�PmH� IDORX�³PDQGa esse menino entrar, se não vou buscá-lo à força 
SDUD� ID]HU� R� GHYHU�´� ± Discurso Direto: não há envolvimento com o dito, o 
autor apenas reporta a fala da mãe. 
 
Se eu fosse você, entrava logo, pois sua mãe disse que virá te buscar à 
força pra fazer o dever. ± Discurso Indireto: obverve que, antes de falar o que 
a mãe do menio disse, o narrador-personagem posicionou-se a respeito: se eu 
fosse você... 
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Então: 
Discurso Direto: sem envolvimento. 
Discurso indireto: com envolvimento. 
 
Mas, vejam só, pra ficar legal, tem que haver o MAS... rsrs! 
 
E no caso a seguir? 
 
Sua mãe esbrevejou ³PDQGD�HVVH�PHQLQR�HQWUDU��VH�QmR�YRX�EXVFi-lo à 
IRUoD�SDUD�ID]HU�R�GHYHU�´ 
 
O verbo esbravejar está marcando posicionamento do narrador-
peronagem em relação ao que está sendo reportado! Ele está dizendo que a 
mãe estava muito brava, pois falar é diferente de esbrevejar, certo!? 
 
Então é possível um discurso direto com envolvimento do autor! O 
envolvimenro é marcado pela escolha verbal. 
 
³4XH�VLWXDomR�PDLV�FKDWD�´�± despejou como um desabafo. 
 
³'espejou como um desabafo´ � PDUFD� GH� RSLQLmR� GR� DXWRU� HP� XP�
discurso direto. 
 
 
 
 
 
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A charge a seguir refere-se à questão 01. 
 
 
 
01. (DPE/MS ± 2015 ± Administrador ± FGV) A charge é produzida 
com alusão 
(A) à crise de energia no país. 
(B) à perda de controle da inflação. 
(C) ao aumento geral de preços. 
(D) à falta grave de água. 
(E) ao consumo exagerado de álcool. 
 
Comentário: é preciso compreender a questão extratextual (remissão 
exofórica) da falta de água e do desperdício dela para analisarmos 
corretamente a questão. Ao dizer, o personagem, que o Alaor deve estar muito 
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rico (Maga-sena ou herança) por ter servido água para os convidados da filha, 
durante quatro horas, ele deixa claro que a água em pouco tempo será artigo 
de luxo, irá faltar e só terão acesso aqueles que puderem pagar caro por ela! 
GABARITO: D 
 
 
Os sete erros que devem ser evitados em tempos de seca 
 
2� SULPHLUR� GHVVHV� ³erros´� HUD� ³usar água da chuva para beber, tomar 
banho e cozinhar´��6HJXQGR�R�DYLVR�� ³A água da chuva armazenada em casa 
não pode ser usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém 
uma alta concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à 
saúde. Essa água só é indicada para consumo com tratamento químico, feito 
somente por especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor 
usá-la apenas na limpeza da casa´� 
 
 
02. (DPE/MS ± 2015 ± Administrador ± FGV) O texto mostra três 
ocorrências do pronome demonstrativo. 
 
,��³O primeiro desses µHUURV¶...´ 
,,��³Essa água só é indicada para consumo...´ 
,,,��³Por isso é melhor usá-la...´ 
 
Sobre essas ocorrências, assinale a afirmativa inadequada. 
(A) Todas as ocorrências se referem a termos já citados anteriormente. 
(B) Os erros referidos em I são os sete erros apontados. 
(C) A água citada em II se refere à água da chuva armazenada em casa. 
(D) Em III, o demonstrativo aponta o motivo de evitar-se a água em 
certos casos. 
(E) Todas as ocorrências se referem a termos proximamente citados. 
 
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Comentário: o pronome demonstrativo é um importante elemento 
coesivo, retoma um termo citado anteriormente para evitar repetição 
desnecessária. Vejamos as assertivas: 
,��³O primeiro desses µerros¶...´�± ³GHVVHV´�UHIHUH-se a ³HUURV´�� 
,,��³Essa água só é indicada para consumo...´�± ³HVVD´�UHIHUH-se a ³iJXD´� 
,,,��³Por isso é melhor usá-la...´ ± ³LVVR´�UHIHUH-se a tudo que foi citado 
anteriormente, da água que deve ser evitada por não ser tratada: ³A água da 
chuva armazenada em casa não pode ser usada para beber, (...) Essa água só 
é indicada para consumo com tratamento químico, feito somente por 
HVSHFLDOLVWDV��QmR�EDVWDQGR�IHUYHU�RX�ILOWUDU´� 
Vamos analisar as alternativas: 
(A) Todas as ocorrências se referem a termos já citados anteriormente. ± 
CORRETO. Referem-VH�D�³iJXD´�H�³HUURV´�� 
(B) Os erros referidos em I são os sete erros apontados. ± CORRETA. 
(C) A água citada em II se refere à água da chuva armazenada em casa. 
± CORRETA. Água que deve ser tratada. 
(D) Em III, o demonstrativo aponta o motivo de evitar-se a água em 
certos casos. ± CORRETA. 
(E) Todas as ocorrências se referem a termos proximamente citados. ± 
ERRADA. Os relativos não se referem a algo citado proximamente, mas a algo 
já citado. 
GABARITO: E 
 
 
Observe a charge a seguir. 
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03. (DPE/MS ± 2015 ± Administrador ± FGV) Sobre a charge, 
assinale a opção que indica a leitura inadequada. 
(A) A imagem do chão seco intensifica a seca. 
�%��2�~QLFR�SLQJR�G¶iJXD�LQGLFD�IDOWD�GH�iJXD� 
(C) A gota de água também pode indicar uma lágrima. 
(D) A ausência de água na torneira é uma crítica às autoridades. 
(E) A cor clara do céu mostra a presença do sol intenso. 
 
Comentário: esta questão está aqui (esteve também na aula anterior) 
para mostrar que a temática da falta crise hídrica foi intertextualmente 
trabalhada em toda a prova do DPE/MS de 2015. 
Agora o comentário: a charge faz uma crítica ao desperdício de água, o 
que leva à falta dela. Tal crítica não está direcionada a ninguém ou ao governo 
de maneira específica, mas a todos que contribuem para esse quadro de seca. 
Sendo assim, a alternativa D está incorreta. 
GABARITO: D 
 
 
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Texto 2 - ³$� VDJD�GR� UDSWR�GH�+HOHQD�H�D� VXEVHTXHQWH�*XHUUD�GH�7URLD�
continuam sendo um dos melhores exemplos dos perigos da luxúria. No todo, 
a história sugere quão imprudente é para um hóspede na casa de um homem 
levar consigo, ao partir, a esposa do anfitrião. Acrescentamos aesse erro 
crasso a dupla idiotice da raiva e da inveja, agravadas quando o marido 
abandonado, Menelau, insistiu nos direitos de um velho tratado e arrastou todo 
o seu reino e os dos vizinhos em missão de vingança. Muitos deles demoraram 
quase vinte anos na guerra e no retorno, para não falar na maioria que 
morreu, deixando os lares e as famílias no desamparo e na ruína ± mal 
sobrevivendo, sugerem os registros, a assédios diversos e a desastres 
naWXUDLV�´� 
(Menelau e a esposa perdida, Stephen Weir) 
 
04. (TJ/BA ± 2015 ± Analista Judiciário ± FGV) No texto 2, os 
elementos sublinhados se referem a termos anteriores; a correspondência 
identificada corretamente é: 
(A) consigo / um hóspede; 
(B) esse erro / a imprudência de Helena; 
(C) seu / do hóspede; 
(D) os / os erros; 
(E) que / muitos deles. 
 
Comentário: vamos reler o texto, marcando na mesma cor o antecedente 
do termo grifado. Trata-se de remissão textual endofórica entre os termos. 
³$�VDJD�GR�rapto de Helena e a subsequente Guerra de Troia continuam 
sendo um dos melhores exemplos dos perigos da luxúria. No todo, a história 
sugere quão imprudente é para um hóspede na casa de um homem levar 
consigo, ao partir, a esposa do anfitrião. Acrescentamos a esse erro crasso a 
dupla idiotice da raiva e da inveja, agravadas quando o marido abandonado, 
Menelau, insistiu nos direitos de um velho tratado e arrastou todo o seu reino 
e os dos vizinhos em missão de vingança. Muitos deles demoraram quase vinte 
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anos na guerra e no retorno, para não falar na maioria que morreu, deixando 
os lares e as famílias no desamparo e na ruína ± mal sobrevivendo, sugerem 
RV�UHJLVWURV��D�DVVpGLRV�GLYHUVRV�H�D�GHVDVWUHV�QDWXUDLV�´� 
Consigo = um hóspede 
Esse = erro 
Seu = Marido abandonado, Menelau 
Os = reino 
Que = maioria 
GABARITO: A 
 
Texto 4 ± ³2� FDPLQKR� SDUD� EDL[R� HUD� HVWUHLWR� H� tQJUHPH�� H� WDQWR� RV�
homens quanto os animais não sabiam onde estavam pisando, por causa da 
neve; todos os que saíam da trilha ou tropeçavam em algo perdiam o equilíbrio 
e despencavam no precipício. A esses perigos eles resistiam, pois àquela altura 
já se haviam acostumado a tais infortúnios, mas, por fim, chegaram a um 
lugar onde o caminho era estreito demais para os elefantes e até para os 
animais de carga. Uma avalanche anterior já havia arrastado cerca de 
trezentos metros da encosta, ao passo que outra, mais recente, agravara 
ainda mais a situação. A essa altura, os soldados mais uma vez perderam a 
calmD�H�TXDVH�FDtUDP�HP�GHVHVSHUR�´ 
(Políbio, Histórias) 
 
 
05. (TJ/BA ± 2015 ± Analista Judiciário ± FGV) ³FKHJDUDP�D�XP�OXJDU�
onde R�FDPLQKR�HUD�HVWUHLWR´��QHVVH�VHJPHQWR�GR� WH[WR���RFRUUH�R�HPSUHJR�
correto do vocábulo sublinhado. A frase abaixo em que o emprego do mesmo 
vocábulo também mostra correção é: 
(A) Os soldados sentiram desespero pelo momento onde todos estavam. 
(B) Em função do mau tempo por onde passavam, decidiram mudar o 
caminho. 
(C) No final da tarde, onde as nuvens se escondiam, tudo era mais 
perigoso. 
(D) Na viagem, onde tudo era desconhecido, as surpresas preocupavam. 
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(E) No meio da noite, onde o medo aumenta, o comandante tranquilizava 
a todos. 
 
&RPHQWiULR��R�XVR�FRUUHWR�GR�SURQRPH�³RQGH´�p�ID]HQGR�UHIHUrQFLD�D�XP�
OXJDU�� 1D� IUDVH� ³FKHJDUDP� D� XP� OXJDU� onde R� FDPLQKR� HUD� HVWUHLWR´�� R�
antecedHQWH� GR� ³RQGH´� p� ³OXJDU´�� FRUUHWDPHQWH�� 9DPRV� DQDOLVDU� DV�
alternativas, procurando o uso correto do mesmo termo: 
(A) Os soldados sentiram desespero pelo momento onde todos estavam. 
(55$'2��2�³RQGH´�HVWi�UHWRPDQGR�³PRPHQWR´��TXH�1­2�p�XP�OXJDU�� 
(B) Em função do mau tempo por onde passavam, decidiram mudar o 
caminho. 
&255(72���³2QGH´�UHIHUH-se ao lugar em que estavam e apresentava mau 
tempo. 
(C) No final da tarde, onde as nuvens se escondiam, tudo era mais 
perigoso. 
(55$'2��³2QGH´�OLJDGR�j�³WDUGH´�� 
(D) Na viagem, onde tudo era desconhecido, as surpresas preocupavam. 
(55$'2��³2QGH´�OLJDGR�j�³YLDJHP´ 
(E) No meio da noite, onde o medo aumenta, o comandante tranquilizava 
a todos. 
(55$'2��³2QGH´�OLJDGR�j�³QRLWH´ 
GABARITO: B 
 
 
 
06. (TJ/SC ± 2015 ± Assistente Social ± FGV) Considerando-se a 
relação lógica existente entre os dois segmentos dos pensamentos (Millôr 
Fernandes) adiante citados, o espaço pontilhado que NÃO poderá ser 
corretamente preenchido pela conjunção mas é: 
(A) Guio bem, ............... o motor do meu carro sempre foi pra mim um 
mistério insondável. 
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(B) Condenam-se muito os excessos, ............... também há um limite 
para o mínimo. 
(C) Eu sofro de mimfobia, tenho medo de mim mesmo, ............... me 
enfrento todo dia. 
(D) A pobreza não é necessariamente vergonhosa, ............... há muito 
pobre sem vergonha. 
(E) Pobreza extrema é quando uma pessoa não entra na favela, 
............... acha aquele ambiente grã-fino demais para ela. 
 
Comentário: a melhor forma de resolver uma questão como essa é 
substituir o pontilhado pelo que se sugere (no caso, pelo mas) em cada 
alternativa. Após a substituição, a relação de oposição deve estar bem 
estabelecida: 
(A) Guio bem, mas o motor do meu carro sempre foi pra mim um mistério 
insondável. 
(B) Condenam-se muito os excessos, mas também há um limite para o 
mínimo. 
(C) Eu sofro de mimfobia, tenho medo de mim mesmo, mas me enfrento 
todo dia. 
(D) A pobreza não é necessariamente vergonhosa, mas há muito pobre 
sem vergonha. 
(E) Pobreza extrema é quando uma pessoa não entra na favela, mas acha 
aquele ambiente grã-fino demais para ela. 
A única junção de orações em que a relação de oposição não é possível é 
QD�DOWHUQDWLYD�(��2� LGHDO�p�R�XVR�GD�FRQMXQomR� ³SRLV´�RX�RXWUD�TXH�H[SUHVVH�
explicação. 
(E) Pobreza extrema é quando uma pessoa não entra na favela, pois acha 
aquele ambiente grã-fino demais para ela. 
GABARITO: E 
 
 
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07. (TJ/SC ± 2015 ± Assistente Social ± FGV) Observe a charge 1 
abaixo, publicada por ocasião dos atos terroristas em Paris, em janeiro de 
2015; a afirmativa INADEQUADA sobre a imagem é: 
 
(A) há uma referência clara aos ataques terroristas ocorridos nos Estados 
Unidos há algum tempo; 
(B) as imagens dos lápis indicam metonimicamente a profissão de 
algumas das vítimas; 
(C) a presença do avião indica a rapidez da comunicação com apoio da 
tecnologia nos dias de hoje; 
(D) a imagem mostra um ataque a valores culturais, aqui representados 
pela arte do desenho; 
(E) a imagem representa uma situação temporal anterior aos atentados e 
às mortes. 
 
Comentário: a imagem do avião faz clara referência aos ataques 
terroristas ocorridos nos Estados Unidos, anosatrás (remissão exofórica). Os 
lápis indicam a parte que faz referência ao ataque cultural e à profissão de 
algumas das vítimas (jornalistas), do atentado em Paris, em Janeiro de 2015. 
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Observe que a alternativa C nega o que está sendo falado nas outras, o 
avião não representa a rapidez da comunicação, mas sim faz referência ao 
terrorismo que já não é novidade. 
GABARITO: C 
 
08. (TJ/SC ± 2015 ± Assistente Social ± FGV) Observe, agora, a 
charge 2 a seguir; comparando-se essa imagem com a da charge 1, a 
afirmativa adequada é: 
 
 
(A) a bala à esquerda tem por alvo a Torre Eifell; 
(B) a imagem da Torre Eifell transfere a França para os Estados Unidos; 
(C) os lápis aqui representam as indústrias modernas; 
(D) a Torre Eifell situa os atentados na cidade de Paris; 
(E) as folhas de papel no meio da fumaça mostram a relatividade da arte. 
 
Comentário: observe a relação de intertextualidade desta questão com a 
anterior: o tema é o mesmo. Agora perceba que, nas duas charges, os lápis 
posicionados um ao lado do outro, sendo um menor um pouco que o outro, faz 
referência às torres gêmeas que foram alvo de atentados nos Estados Unidos 
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(remissão exofórica). Há também referência ao atentado que aconteceu em 
Paris ao jornal satírico Charlie Hebdo, em janeiro de 2015. Na ocasião, 12 
pessoas morreram, sendo 10 jornalistas, o que justifica, na charge, os lápis e 
as folhas de papel sendo queimadas em meio à fumaça. 
Vamos analisar cada alternativa, marcando os erros em vermelho, para 
encontrarmos a correta: 
(A) a bala à esquerda tem por alvo a Torre Eifell; 
ERRADA. A bala simboliza o atentado ao prédio do jornal. A Torre Eidell é 
o maior símbolo da França, onde os ataques aconteceram. 
(B) a imagem da Torre Eifell transfere a França para os Estados Unidos; 
ERRADA. A imagem da torre apenas situa o ocorrido na França. 
(C) os lápis aqui representam as indústrias modernas; 
ERRADA. Os lápis representam a profissão da maioria das pessoas que 
morreram no ataque: jornalistas. 
(D) a Torre Eifell situa os atentados na cidade de Paris; 
CORRETA. Perfeita! Exatamente o que eu já comentei nas outras 
alternativas. 
(E) as folhas de papel no meio da fumaça mostram a relatividade da arte. 
ERRADA. As folhas de papel representam, assim como os lápis, a profissão 
da maioria dos mortos. 
GABARITO: D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Observe a tira a seguir. 
 
 
 
09. (AL/BA ± 2014 - Técnico de Nível Superior ± FGV) Uma das 
marcas de textualidade dessa tira é a presença de intertextualidade, presente 
D��QD�UHIHUrQFLD�GH�³DQWLGHPRFUiWLFR´�HP�UHODomR�D�)LGHO�&DVWUR� 
E��QD�SUHVHQoD�GR�YRFiEXOR�³)LGHO´�QR�VHJXQGR�Tuadrinho. 
c) na alusão a textos de cartilha de alfabetização. 
d) na exemplificação dos vocábulos citados no primeiro quadrinho. 
e) na citação de nomes próprios conhecidos socialmente. 
 
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Comentário: questão muito boa e também muito tendenciosa! Poderia 
levar o candidato ao erro facilmente, pois, quando lemos a tira, pensamos logo 
na relação entre o texto e o contexto histórico ligado a Fidel Castro. Isso é 
remissão exofórica, é a relação do texto com um elemento externo a ele e que 
depende do conhecimento de mundo do interlocutor para ficar clara. Porém o 
enunciado pediu a intertextualidade presente! Relação entre textos que, no 
caso, é exatamente entre as falas da Mafalda e a cartilha usada por 
educadores para alfabetizar. Cuidado! Aluno meu não erra uma questão como 
essa! Aprendeu? Rs! 
GABARITO: C 
 
 
TEXTO 1 ± BEM TRATADA, FAZ BEM 
(Base para as próximas três questões) 
 
Sérgio Magalhães, O Globo 
 
2� DUTXLWHWR� -DLPH� /HUQHU� FXQKRX� HVWD� IUDVH� SUHPRQLWyULD�� ³2� FDUUR� p� R�
FLJDUUR�GR�IXWXUR�´�4XHP�SRGHULD� LPDJLQDU�D�Ueversão cultural que se deu no 
consumo do tabaco? 
Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente. Este jornal, em 
uma série de reportagens, nestes dias, mostrou o privilégio que os governos 
dão ao uso do carro e o desprezo ao transporte coletivo. Surpreendentemente, 
houve entrevistado que opinou favoravelmente, valorizando Los Angeles ± um 
caso típico de cidade rodoviária e dispersa. 
Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta geração com o 
futuro da humanidade e contra o aquecimento global ± para o qual a emissão 
de CO2 do rodoviarismo é agente básico. (A USP acaba de divulgar estudo 
advertindo que a poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito.) 
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O transporte também esteve no centro dos protestos de junho de 2013. 
Lembremos: ele está interrelacionado com a moradia, o emprego, o lazer. 
Como se vê, não faltam razões para o debate do tema. 
 
10. (TJ/RJ ± 2014 ± Analista Judiciário ± FGV) Observe o emprego do 
GHPRQVWUDWLYR�³HVWH´�QRV�VHJPHQWRV�D�VHJXLU�� 
 
I ± ³2�DUTXLWHWR�-DLPH�/HUQer cunhou esta IUDVH�SUHPRQLWyULD´��(l. 1) 
II ± ³Este MRUQDO��HP�XPD�VpULH�GH�UHSRUWDJHQV����´��(l. 4) 
III ± ³����nestes dias, mostrou o privilégio que os governos dão ao uso do 
FDUUR�H�R�GHVSUH]R�DR�WUDQVSRUWH�FROHWLYR´��(l. 5) 
IV ± ³D� 218� UHDILUPRX� R� FRPpromisso desta geração com o futuro da 
KXPDQLGDGH´��(l. 9) 
 
As frases acima que apresentam exatamente o mesmo motivo da 
utilização desse demonstrativo são: 
a) I - II; 
b) I - III; 
c) II - IV; 
d) III - IV; 
e) II - III - IV. 
 
Comentário: ao lermos alguns enunciados da FGV, ficamos realmente 
FRQIXVRV��QmR�p"�9HMDP�HVWH��³DV�IUDVHV�DFLPD�TXH�apresentam exatamente o 
mesmo motivo GD�XWLOL]DomR�GHVVH�GHPRQVWUDWLYR�VmR´. Bom, acredito que a 
banca quer saber em qual das frases o uso GR�SURQRPH� ³HVWH´�p�R�PHVPR��
Sendo assim, sabemos que o ³HVWH´�SRGH�VHU�FDWDIyUico, anafórico ou dêitico. 
Tentando simplificar a análise, temos: 
I- ESTA frase = catáfora (referência posterior). Refere-se à oração ³2�
FDUUR�p�R�FLJDUUR�GR�IXWXUR�´ 
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II- ESTE jornal ± anáfora (referência anterior). Refere-VH�D�³2�*ORER´��QD�
referência de quem escreveu e em que mídia, após o título). 
III- nestes dias - referência exofórica (dêitica). Refere-se ao no momento 
em que o artigo foi escrito. 
IV- desta geração - referência exofórica (dêitica). Refere-se a umageração fora do texto, que não tem referência anterior nem posterior. 
Mesmo uso apenas nas opções III e IV. 
GABARITO: D 
 
11. (TJ/RJ ± 2014 ± Analista Judiciário ± FGV) ³$� 863� DFDED� GH�
divulgar estudo advertindo que a poluição em São Paulo mata o dobro do que 
R�WUkQVLWR´�� 
A oração em forma desenvolvida que substitui correta e adequadamente o 
JHU~QGLR�³DGYHUWLQGR´�p� 
a) com a advertência de; 
b) quando adverte; 
c) em que adverte; 
d) no qual advertia; 
e) para advertir. 
 
Comentário: cuidado com a alternativa A, ela não é o gabarito, mas, em 
uma substituição rápida na frase, parece ser! Vou explicar melhor: o uso da 
expressão contida na letra A é adequado e correto do ponto de vista 
gramatical. Porém, não constitui uma oração (toda oração contém um verbo). 
Tentem observar sempre o que pede o enunciado, neste caso, ele questiona 
qual oração pode substituir o gerúndio "advertindo". Deve-se levar em conta 
que o gerúndio assinala uma ação SEMPRE presente e contínua. Nesses 
termos, a única oração nas alternativas que expressa tal noção é a da letra C: 
³HP�TXH�DGYHUWH´��$VVLP��D�IUDVH�FRQWLQXD�FRHVD�H�FRHUHQWH�DSyV�UHHVFULWD� 
Analisemos ainda as outras alternativas: 
a) com a advertência de; 
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ERRADA, pois a expressão não é uma oração, pois não contém um verbo; 
atendo-se ao enunciado, não pode, portanto, ser assinalada como correta. 
b) quando adverte; 
ERRADA, pois a expressão é de cunho temporal, o que, se substituísse a 
expressão original, desnaturaria seu sentido, porque não faria referência ao 
termo antecedente "estudo", tal como deveria fazer. 
d) no qual advertia; 
ERRADA, pois a expressão contém oração no passado, prejudicando a 
noção temporal (contínuo e presente) dado pela expressão original. 
e) para advertir. 
ERRADA, pois a expressão contém sentido finalístico, dando a entender 
que o estudo foi instituído com a finalidade de divulgar, o que não condiz com 
o sentido da expressão original. 
GABARITO: C 
 
12. (TJ/RJ ± 2014 ± Analista Judiciário ± FGV) ³7DOYH]�R�DXWRPyYHO�
não seja descartável tão facilmente. Este jornal, em uma série de reportagens, 
nestes dias, mostrou o privilégio que os governos dão ao uso do carro e o 
desprezo ao transporte coletivo. Surpreendentemente, houve entrevistado que 
opinou favoravelmente, valorizando Los Angeles ± um caso típico de cidade 
URGRYLiULD�H�GLVSHUVD�´� 
Nesse parágrafo do texto 1, a troca de posição de elementos que provoca 
perda de coerência ou incorreção gramatical é: 
a) talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente / talvez o 
automóvel não seja tão facilmente descartável; 
b) este jornal, em uma série de reportagens, nestes dias, mostrou / 
Nestes dias, em uma série de reportagens, este jornal mostrou; 
c) mostrou o privilégio que os governos dão ao uso do carro / mostrou 
que os governos dão privilégio ao uso do carro; 
d) surpreendentemente, houve entrevistado que opinou favoravelmente / 
Houve entrevistado que opinou favorável e surpreendentemente; 
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e) cidade rodoviária e dispersa / cidade dispersa e rodoviária. 
 
Comentário: vamos analisar cada alternativa: 
a) talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente / talvez o 
automóvel não seja tão facilmente descartável; 
1­2�IHUH�D�FRUUHomR�JUDPDWLFDO��QHP�RFRUUH�SHUGD�GH�FRHUrQFLD��2�³WmR´�
DSHQDV�LQWHQVLILFD�R�WHUPR�³GHVFDUWiYHO´��QmR�VHQGR�H[LJLGR�SRU ele. ERRADA. 
b) este jornal, em uma série de reportagens, nestes dias, mostrou / 
Nestes dias, em uma série de reportagens, este jornal mostrou; 
2� DGMXQWR� DGYHUELDO� WHPSRUDO� ³QHVWHV� GLDV´� SRGH� VHU� GHVORFDGR� VHP�
alteração gramatical e/ou semântica. ERRADA. 
c) mostrou o privilégio que os governos dão ao uso do carro / mostrou 
que os governos dão privilégio ao uso do carro; 
De qualquer forma, em qualquer ordem, fica claro que o os governos 
privilegiam o uso do carro. ERRADA. 
d) surpreendentemente, houve entrevistado que opinou favoravelmente / 
Houve entrevistado que opinou favorável e surpreendentemente; 
Aqui é possível perceber uma perda de coerência ao ser reescrito o trecho, 
pois houve alteração de referente. Na primeira oração, o autor fica surpreso 
pelo fato de alguns entrevistados terem opinado de maneira favorável. Na 
segunda, a maneira como o entrevistado se manifestou é que foi 
surpreendente. De uma forma mais simples, o surpreendente (a surpresa) está 
ligada ao autor do texto no primeiro trecho e ao entrevistado no segundo. 
e) cidade rodoviária e dispersa / cidade dispersa e rodoviária. 
A alteração NÃO feriu a correção gramatical, nem incorreu em perda de 
coerência. 
GABARITO: D 
 
 
A maçã não tem culpa 
 
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Pela lenda judaico-cristã, o homem nasceu em inocência. Mas a perdeu 
quando quis conhecer o bem e o mal. Há uma distorção generalizada 
considerando que o pecado original foi um ato sexual, e a maçã ficou sendo 
um símbolo de sexo. 
Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia, Adão e Eva já tinham filhos 
pelos métodos que adotamos até hoje. Não usaram proveta nem recorreram à 
sapiência técnica e científica do ex-doutor Abdelmassih. Numa palavra, 
SURFHGHUDP� GHQWUR� GR� SULQFtSLR� HVWDEHOHFLGR� SHOR� SUySULR� 6HQKRU�� ³Crescei e 
multiplicaivos". O pecado foi cometido quando não se submeteram à condição 
humana e tentaram ser iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. A folha de 
parreira foi a primeira escamoteação da raça humana. 
Criado diretamente por Deus ou evoluído do macaco, como Darwin 
sugeriu, o homem teria sido feito para viver num paraíso, em permanente 
estado de graça. Nas religiões orientais, creio eu, mesmo sem ser entendido 
no assunto (confesso que não sou entendido em nenhum assunto), o homem, 
criado ou evoluído, ainda vive numa fase anterior ao pecado dito original. 
Na medida em que se interioriza pela meditação, deixando a barba crescer 
ou tomando banho no Ganges, o homem busca a si mesmo dentro do universo 
físico e espiritual. Quando atinge o nirvana, lendo a obra completa do meu 
amigo Paulo Coelho, ele vive uma situação de felicidade, num paraíso possível. 
Adão e Eva, com sua imensa prole, poderiam ter continuado no Éden se não 
tivessem cometido o pecado. A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com 
isso. 
Repito: o pecado original não foi o sexo, o ato do sexo, prescrito pelo 
próprio latifundiário, dono de todas as terras e de todos os mares. A 
responsabilidade pelo pecado foi a soberba do homem em ter uma sabedoria 
igual à de seu Criador. 
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo) 
13. (PROCEMPA ± 2014 ± Analista em TI e Comunicação ± FGV) No 
texto há uma série de referências ao mundo atual. Assinale a opção que 
apresenta a frase em que está ausente qualquer referência desse tipo. 
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a) ³não recorreram à sapiência técnica e científica do ex-doutor 
Abdelmassih´�� 
b) ³ou evoluído do macaco, como Darwin sugeriu´�� 
c) ³lendo a obra completa do meu amigo Paulo Coelho´�� 
d) ³A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com isso´�� 
e) ³deixando a barba crescer ou tomando banho no Ganges´�� 
 
Comentário: a questão quer a alternativa que NÃO faz referência ao 
mundo atual. Sendo assim, temos: 
a) ³não recorreram à sapiência técnica e científica do ex-doutor 
Abdelmassih´�� 
Faz referência atual ao Dr. Roger Abdelmassih: é um ex-médico brasileiro, 
especialista em reprodução humana, sendo um dos pioneiros da fertilização in 
vitro no Brasil. 
b) ³ou evoluído do macaco, como Darwin sugeriu´� 
Eis o gabarito! Citar Darwim é uma referência antiga, não atual. 
c) ³lendo a obra completa do meu amigo Paulo Coelho´�� 
Faz referência ao escritor atual Paulo Coelho. 
d) ³A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com isso´�� 
Faz referência ao Steve Jobs. 
e) ³deixando a barba crescer ou tomando banho no Ganges´�� 
A referência aqui é atual, pois, ainda nos dias de hoje, alguns hindus 
acreditam que uma vida não é completa sem um mergulho no rio Ganges pelo 
menos uma vez na vida. É comum e prestigioso muitas famílias hindus 
conservarem um frasco com água do rio em suas casas, para que pessoas à 
beira da morte possam beber de sua água. Os hindus acreditam ainda que o 
Ganges pode limpar uma pessoa de todos os seus pecados, e poderia até 
mesmo curar a doença. 
GABARITO: B 
 
A GRATIDÃO 
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Desta vez, trago-vos algumas histórias e fico grato pelo tempo que possa 
ser dispensado à sua leitura. Falam-nos de gratidão e poderão fazer-nos 
pensar no quanto a gratidão fará, ou não, parte das nossas vidas. Estou certo 
de que sabereis extrair a moral da história. 
Uma brasileira, sobrevivente de um campo de extermínio nazista, contou 
que, por duas vezes, esteve numa fila que a encaminhava para a câmara de 
gás. E que, nas duas vezes, o mesmo soldado alemão a retirou da fila. 
Aristides de Sousa Mendes foi cônsul de Portugal na França. Quando as 
tropas de Hitler invadiram o país, Salazar ordenou que não se concedesse visto 
para quem tentasse fugir do nazismo. Contrariando o ditador, Aristides salvou 
dez mil judeus de uma morte certa. Pagou bem caro pela sua atitude 
humanitária. Salazar destituiu-o do cargo e o fez viver na miséria até o fim da 
vida. Diz um provérbio judeu TXH�³TXHP�VDOYD�XPD�YLGD�VDOYD�D�KXPDQLGDGH´��
Em sinal de gratidão, há vinte árvores plantadas em sua memória no Memorial 
do Holocausto, em Jerusalém. E Aristides recebeu dos israelenses o título de 
³-XVWR�HQWUH�DV�1Do}HV´��R�TXH�HTXLYDle a uma canonização católica. 
Quando um empregado de um frigorífico foi inspecionar a câmara 
frigorífica, a porta se fechou e ele ficou preso dentro dela. Bateu na porta, 
gritou por socorro, mas todos haviam ido para suas casas. Já estava muito 
debilitado pela baixa temperatura, quando a porta se abriu e o vigia o resgatou 
com vida. Perguntaram ao vigia-salvador: Por que foi abrir a porta da câmara, 
se isso não fazia parte de sua rotina de trabalho? Ele explicou: Trabalho nesta 
empresa há 35 anos, vejo centenas de empregados que entram e saem, todos 
os dias, e esse é o único funcionário que me cumprimenta ao chegar e se 
GHVSHGH�DR�VDLU��+RMH�HOH�PH�GLVVH�³ERP�GLD´�DR�FKHJDU��(�QmR�SHUFHEL�TXH�VH�
despedisse de mim. Imaginei que poderia lhe ter acontecido algo. Por isso o 
procurei e o encontrei. 
Talvez a gratidão devesse ser uma rotina nas nossas vidas, algo 
indissociável da relação humana, mas talvez ande arredada dos nossos 
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cotidianos, dos nossos gestos. E se começássemos cada dia dando gracias a la 
vida, como faria a Violeta? 
 
14. (FUNARTE - 2014 ± Contador - FGV) ³$ULVWLGHV�GH�6RXVD�0HQGHV�
foi cônsul de Portugal na França. Quando as tropas de Hitler invadiram o país, 
Salazar ordenou que não se concedesse visto para quem tentasse fugir do 
nazismo. Contrariando o ditador, Aristides salvou dez mil judeus de uma morte 
FHUWD�� 3DJRX� EHP� FDUR� SHOD� VXD� DWLWXGH� KXPDQLWiULD´�� 'HVVH� VHJPHQWR� GR�
texto, o elemento de coesão identificado erradamente é: 
a) Aristides / forma abreviada de Aristides de Souza Mendes; 
b) o país / hiperônimo de Portugal; 
c) o ditador / qualificação de Salazar; 
d) sua / possessivo referente a Aristides de Sousa Mendes; 
e) atitude humanitária / referência a salvar judeus da morte. 
 
Comentário: em todas as alternativas a referência está correta, a não ser 
a B, pois na questão fica evidenciado que Aristides de Sousa Mendes, foi 
cônsul de Portugal, na França. Ou seja, quando o texto diz que as tropas de 
Hitler tentaram invadir o país, está se referindo ao país no qual o sujeito era 
cônsul, a França. Este é o motivo da letra B estar errada, pois afirma que o 
termo ''o país'' se refere a Portugal. 
Só para lembrar: 
O Hiperônimo é uma palavra que apresenta um significado mais 
abrangente do que o do seu hipônimo: 
Doença é o HIPERÔNIMO de Gripe. 
Doença abrange gripe, câncer, malária, dengue, flebite, artrite. Portanto 
GRIPE é o HIPÔNIMO de Doença. 
Gabarito: B 
 
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15. (CGE-MA - 2014 ± Auditor ± FGV) ³7RGDV� DV�XWRSLDV� LPDJLQDGDV�
até hoje acabaram em distopias, ou tinham na sua origem um defeito que as 
FRQGHQDYD´�� 
Sobre os componentes dessa primeira frase do texto, assinale a afirmativa 
correta. 
a) ³DWp´�LQGLFD�XP�SRQWR�OLPLWH�QR�HVSDoR� 
b) ³KRMH´�VH�UHIHUH�DR�PRPHQWR�GH�SURGXomR�GR�WH[WR� 
c) ³VXD´�VH�UHIHUH�D�³GLVWRSLDV´�� 
d) ³TXH´�WHP�SRU�DQWHFHGHQWH�³RULJHP´ 
e) ³DV´�VXEVWLWXL�³XWRSLDV´�H�³GLVWRSLDV´�� 
 
Comentário: a alternativa B é a única correta. 
O advérbio ³KRMH´�UHIHUH-se ao momento em que o texto foi produzido. 
Vejamos o erro das outras: 
a) ³DWp´�LQGLFD�XP�SRQWR�OLPLWH�QR�HVSDoR� 
O ³até´ tem função de tempo, e não de espaço. 
 c) ³VXD´�VH�UHIHUH�D�³GLVWRSLDV´�� 
 O ³sua´ faz referência a ³utopias´. 
Todas as utopias imaginadas até hoje tinham na origem um defeito... 
d) ³TXH´�WHP�SRU�DQWHFHGHQWH�³RULJHP´ 
O pronome relativo ³que´ faz referência a um termo anterior, que, no 
caso, é o substantivo ³defeito´��³Um defeito que (que = defeito) condenava as 
utopias´. 
e) ³DV´�VXEVWLWXL�³XWRSLDV´�H�³GLVWRSLDV´�� 
O ³as´ refere-se apenas ao substantivo ³utopia´. Um defeito que 
condenava as utopias. 
GABARITO: B 
 
 
 
 
 
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A cooperação pela água constrói a paz 
 
A água é essencial para a vida no planeta e para o desenvolvimento 
socioeconômico, porém, é um recurso finito e distribuído de maneira desigual 
no tempo e no espaço. Inclusive no Brasil que é um país com grande reserva 
de água doce. A demanda pela água tem crescido cada vez mais. Ela é 
necessária para satisfazer os mais diversos tipos de necessidades humanas, 
possuindo desde usos domésticos até usos na produção de alimentos, geração 
de energia, produção industrial etc. A pressão por esse recurso ainda se 
agrava em decorrência da rápida urbanização, da poluição e das mudanças 
climáticas. 
(Folha do Meio Ambiente ± abril de 2013) 
 
16. (INEA ± 2013 Assistente Técnico ± FGV) Assinale a alternativa 
cuja frase mostra uma inadequação entre o tempo verbal utilizado e o termo 
adverbial sublinhado. 
a) A demanda pela água tem crescido nos últimos tempos. 
b) A demanda pela água cresce a cada dia. 
c) A demanda pela água cresceu no ano passado. 
d) A demanda pela água tinha crescido nos tempos de agora. 
e) A demanda pela água cresceria nesses tempos futuros. 
 
Comentário: questão muito boa de coerência textual, observe: 
a) A demanda pela água tem crescido nos últimos tempos. 
3(5)(,7$�� $� ORFXomR� YHUEDO� ³WHP� FUHVFLGR´� HVWi� QR� SUHWpULWR� SHUIHLWR� GR�
indicativo e indica uma situação que ultimamente vem acontecendo com 
frequência, o que está em perfeita conformidade com a expressão adverbial 
WHPSRUDO�³QRV�~OWLPRV�WHPSRV´�� 
b) A demanda pela água cresce a cada dia. 
2N��2�SUHVHQWH�GR�LQGLFDWLYR��³FUHVFH´��LQGLFD�XPD�Doão habitual, de cada 
dia! Perfeita conformidade com a expressão adverbial. 
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c) A demanda pela água cresceu no ano passado. 
CORRETA! 9HUER� ³FUHVFHU´� QR� SUHWpULWR� SHUIHLWR� GR� LQGLFDWLYR� e em 
FRQIRUPLGDGH�FRP�R�DGMXQWR�DGYHUELDO�³QR�DQR�SDVVDGR´, indicando igualmente 
tempo passado que não se relaciona com o presente. 
d) A demanda pela água tinha crescido nos tempos de agora. 
 ERRADA!! A IRUPD� YHUEDO� ³WLQKD� FUHVFLGR´� HVWi� QR� SUHWpULWR� PDLV-que-
perfeito composto do indicativo, isso quer dizer que a expressão adverbial 
relacionada a ela deveria estar se referindo ao pretérito também. Não é o que 
RFRUUH�FRP�R�DGMXQWR�³QRV�WHPSR�GH�DJRUD´��TXH�LQGLFD�WHPSR�SUHVHQWH�� 
e) A demanda pela água cresceria nesses tempos futuros. 
&255(7$�� $� IRUPD� YHUEDO� ³FUHVFHULD´� HVWi� Qo futuro do pretérito, que, 
entre outros sentidos, indica incerteza. O verbo está indicando perfeitamente 
XPD�G~YLGD�TXDQWR�DR�TXH�SRGHULD�DFRQWHFHU�³QHVVHV�WHPSRV�IXWXURV´�� 
GABARITO: D 
 
17. (ALEMA ± 2013 - Técnico de Gestão Administrativa ± FGV) 
Assinale a alternativa em que a ordem dos elementos corresponde à premissa 
seguida de uma conclusão, ao contrário das demais. 
a) O leite está transbordando da leiteira / o leite já está fervendo. 
b) Minhas filhas vão sair / Minhas filhas estão vestindoǦse. 
c) Não vou poder sair hoje / Meu carro está quebrado. 
d) A empregada foi ao mercado / a geladeira está cheia de legumes. 
e) Carlos é mau motorista / O carro de Carlos mostra vários arranhões. 
 
Comentário: muito cuidado ao que o enunciado está pedindo: premissa 
seguida de uma conclusão! Vejamos: 
a) PREMISSA: O leite está transbordando da leiteira / CONCLUSÃO: o leite 
já está fervendo. 
b) CONCLUSÃO: Minhas filhas vão sair / PREMISSA: Minhas filhas estão 
vestindoǦse. 
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c) CONCLUSÃO: Não vou poder sair hoje / PREMISSA: Meu carro está 
quebrado. 
d) CONCLUSÃO: A empregada foi ao mercado / PREMISSA: a geladeira 
está cheia de legumes. 
e) CONCLUSÃO: Carlos é mau motorista / PREMISSA: O carro de Carlos 
mostra vários arranhões. 
Ao analisar as possibilidades, entendemos que a alternativa que responde 
ao enunciado é a A, pois o leite estar transbordando é o que faz a pessoa 
chegar à conclusão de que o leite está fervendo. Nas outras alternativas ocorre 
o contrário, a conclusão apareceu antes. 
GABARITO: A 
 
18. (ALEMA ± 2013 - Administrador ± FGV) Assinale a alternativa que 
apresenta uma frase incoerente. 
a) "Uma vida pode não valer nada, mas nada vale uma vida". (André 
Malraux) 
b) "A vida é uma doença incurável". (A. Cowley) 
c) "A vida é a arte de se tirar conclusões de premissas inexistentes". (S. 
Butler) 
d) "Que bela comédia seria essa vida se não fôssemos os protagonistas 
dela!" (Denis Diderot) 
e) "As pessoas não vivem plenamente hoje em dia. Contentam-se com, no 
máximo, uns dez por cento". (Isadora Duncan) 
 
Comentário: estamos diante de uma daquelas questões da FGV que nos 
embaralha a mente. Normal! Não desista, você vencerá cada questão, não o 
contrário! A alternativa correta é a C, veja só: 
c) "A vida é a arte de se tirar conclusões de premissas inexistentes". (S. 
Butler) 
Premissas são informações necessárias para que se desenvolva um 
raciocínio. Se são inexistentes, é impossível tirar qualquer conclusão. 
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Nas outras alternativas não há incoerência: 
a) "Uma vida pode não valer nada, mas nada vale uma vida". (André 
Malraux) 
O autor defende que mesmo o pior da vida tem o seu valor! 
b) "A vida é uma doença incurável". (A. Cowley) 
Pensando que uma doença pode sim ser incurável, fazendo uma metáfora 
com a vida não há incoerência. 
d) "Que bela comédia seria essa vida se não fôssemos os protagonistas 
dela!" (Denis Diderot) 
Se o fato acontece com a gente, não é engraçado, rsrs. 
e) "As pessoas não vivem plenamente hoje em dia. Contentam-se com, no 
máximo, uns dez por cento". (Isadora Duncan) 
As pessoas não vivem plenamente, contentam-se com uma fração da vida 
apenas. 
GABARITO: C 
 
19. (ALEMA ± 2013 - Revisor ± FGV) O vocábulo coisa, nas frases a 
seguir, pode ser substituído por outros de significado mais específico. Indique 
a substituição adequada. 
a) ³A única coisa que o capital e o trabalho têm em comum é o desejo de 
cortar a garganta um do outro�´��Brooks Atkinson) / deficiência. 
b) ³O vício por álcool, maconha e todas as outras coisas abre o caminho 
para crimes mais graves, como a carreira política�´� �Nouailles) / 
contravenções. 
c) ³Ir ao supermercado, arrumar a casa, lavar a roupa e coisas 
semelhantes são deveres da mulher; o homem as realiza por 
condescendência�´��Nouailles) / incumbências 
d) ³O progresso pode ter sido legal, mas eles levaram a coisa longe 
demais�´��Ogden Nash) / dedicação 
e) ³Os anúncios contêm a única coisa em que se pode confiar num jornal�´�
(Thomas Jefferson) / reportagem 
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Comentário: nesta questão, basta substituir cada palavra no lugar da 
SDODYUD�³FRLVD´�H�YHU�VH�D�FRHUrQFLD�H�R�VHQWLGR�SHUPDQHFHP��1D�DOWHUQDWLYD�
que não funcionar, eis o

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