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Português 2016 Estratégia Aula 8

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Aula 08
Português p/ Senado Federal - Todos os Cargos
Professor: Rafaela Freitas
Português p/ Senado Federal 
 Analista e Técnico Legislativo 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 08 
 
Profª Rafaela Freitas www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 151 
AULA 08 
Organização Sintática 
(Termos da oração e período composto) 
 
Olá, alunos! Animados? 
 
Nesta aula vamos falar sobre temas deliciosos da sintaxe: estrutura do 
período simples (termos da oração) e do período composto (orações)!! 
Vamos entender como o período simples funcionada para estudarmos em 
seguida o período composto! 
Sou suspeita para falar, mas acho um dos assuntos mais interessantes e, 
o melhor, cai demais nos concursos! 
 
Ah, não gosto, mas temos aqui uma aulinha longa... não teve jeito! Ficou 
com 150 páginas! Coloquei 30 questões comentadas. A partir da página 95, 
temos apenas repetição das questões (lista de questões comentadas nesta 
aula). Quem for imprimir, pode optar por fazê-lo até a página 94 apenas, que 
compreende todo conteúdo e questões comentadas. 
 
Estudem devagar e chegarão ao objetivo!! 
Contem comigo! Mandem suas dúvidas! 
 
 
 
 
"Se você está no rumo certo, cada passo, por pequeno que seja, o deixa 
mais próximo do seu objetivo." 
H. Jackson Brown 
 
 
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 Analista e Técnico Legislativo 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 08 
 
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Para início de conversa, vamos diferenciar frase, oração e período. 
 
 Frase é um enunciado com sentido completo e capaz de estabelecer 
comunicação! A frase pode ser verbal (com uso de verbo) ou nominal (sem uso 
de verbo). Veja os exemplos: 
- Atenção! (Frase nominal) 
- Que frio! (Frase nominal) 
- Está fazendo frio! (Frase verbal) 
- A luva ficou bem em você. (Frase verbal) 
 
As frases classificam-se em: 
 
Declarativa�� ID]� XPD� GHFODUDomR�� ³2V� ROKRV� OX]LDP� GH� PXLWD� YLGD���´�
(Machado de Assis) 
Interrogativa��XWLOL]D�XPD�SHUJXQWD��³(QWUR�QXP�GUDPD�RX�VDLR�GH�XPD�
FRPpGLD"´��0DFKDGR�GH�$VVLV� 
Exclamativa�� H[SUHVVD� VHQWLPHQWR�� ³4XH� LPHQVR� SRHWD�� '�� *XLRPDU�´�
(Machado de Assis) 
Imperativa�� Gi� XPD� RUGHP� RX� SHGLGR�� ³&KHJXH-VH� PDLV� SHUWR���´�
(Machado de Assis) 
Optativa: expressa um desejo. "Tomara que você paVVH�QD�SURYD´��³9RX-
-PH�HPERUD�´� 
 
 Oração é o enunciado com sentido que se estrutura com base em um 
verbo. Então... na oração é preciso usar verbo ou uma locução verbal. Veja os 
exemplos: 
- A fábrica, hoje, produziu bem. 
- Homens e mulheres são iguais perante a lei. 
 
Período 
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Cada verbo indica uma oração, certo? Se na frase houver apenas um 
verbo, temos uma oração e um período simples. A junção de duas ou 
mais orações configura um período composto. Assim: 
 
Simples: tem apenas uma oração 
- ³$V�VHQKRUDV�FRPR�VH�FKDPDP"´��0DFKDGR�GH�$VVLV� 
 
Composto: tem duas ou mais orações 
- ³8P� GHOHV� SHUJXQWRX-lhes familiarmente se iam consuOWDU� D� DGLYLQKD�´ 
(Machado de Assis) 
 
Dito isso, podemos partir para o estudo do período simples e das 
partes (termos) que o compõem. 
 
TERMOS DA ORAÇÃO 
 
O estudo do período simples é o estudo dos termos que compõem uma 
oração. Separados em essencias, aqueles que não podem faltar para que a 
oração tenha sentido, e acessórios, agregam sentido, mas não são 
obrigatórios na oração, são eles: 
 
A) Termos Essenciais: 
x Sujeito 
x Predicado 
x Objeto Direto 
x Objeto Indireto 
x Complemento Nominal 
x Agente da Passiva 
 
B) Termos Acessórios: 
x Adjunto Adverbial 
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x Adjunto Adnominal 
x Aposto 
 
C) Vocativo ± categoria à parte. 
 
Vamos ver aqui cada um deles! 
 
I ± SUJEITO - é o ser do qual se declara algo e com o qual o verbo, 
normalmente, faz a concordância. Pode ser: 
 
1) Simples: possui apenas um núcleo 
Ex.: Todos os povos do mundo têm problemas. 
$WHQomR�� ³SRYRV´� Q~FOHR� GR� VXMHLWR� VLPSOHV�� (PERUD� R� Q~FOHR� HVWHMD� QR�
plural, é apenas um! 
 
2) Composto: possui mais de um núcleo 
Ex.: Jogarão amanhã Flamengo e Vasco. 
$WHQomR��³)ODPHQJR´�H�³9DVFR´�VmR�RV�Q~FOHRV�GR�VXMHLWR�FRPSRVWR�� 
 
3) Oculto (também chamado de elíptico, desinencial, implícito): não 
vem expresso na oração, embora exista! Conseguimos identificá-lo pela 
desinência do verbo. 
Ex.: Saímos cedo para curtir o sol. 
 (Suj. Implícito ± nós) 
 
Tico e Teco vieram à festa e comeram todas as nozes. 
 
Sujeito do verbo ³YLU´��FRPSRVWR���Tico e Teco 
SujHLWR�GR�YHUER�³FRPHU´� oculto (Tico e Teco) 
 
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4) Indeterminado: não pode ser identificado, embora também 
exista. Existem duas maneiras de indeterminar um sujeito: verbo na terceira 
pessoa do plural ou verbo na terceira pessoa do singular + se (índice 
de indeterminação do sujeito). 
 
Exemplos: 
Roubaram a mulher do Rui. (verbo na 3ª pessoa do plural) 
Vive-se bem em Brasília. (verbo na 3ª pessoa do singular + se) 
Nem sempre se está feliz. (verbo na 3ª pessoa do singular + se) 
Precisa-se de balconistas. (verbo na 3ª pessoa do singular + se) 
 
Os verbos que fazem sujeito indeterminado com SE são Verbos 
Transitivos INDIRETOS, Verbos de Ligação ou Verbos Intransitivos! 
 
 
ATENÇÃO: com verbo transitivo direto não se faz sujeito indeterminado, mas 
voz passiva sintética: 
 
Ex.: Alugam±se apartamentos. (apartamentos são alugados) 
 
Verbo T.D. + SE (pronome apassivador) 
³Apartamentos´ é o sujeito posposto e o verbo deve concordar com ele: 
Alugam-se apartamentos ou aluga-se apartamento. 
 
5) Oração sem Sujeito: não existe sujeito na oração, nem explícito, 
nem implícito. 
 
x HAVER: no sentido de existir ou de tempo decorrido 
 
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Ex.: Ontem houve muitas faltas. 
 O concurso foi realizado há dias. 
 
x VERBOS DE FENÔMENO DA NATUREZA 
Ex.: Choveu muito ontem. 
 
 
No sentido conotativo, os verbos de fenômenos da naturaza terão sujeito 
Ex.: Choveram dólares lá em casa. (sujeito: DÓLARES) 
 
 
x FAZER, SER, ESTAR, PASSAR: indicando tempo 
 
Ex.: Eram seis horas da tarde. 
 Passava das quatro horas! 
 Como está quente hoje! 
 Faz séculos que não vou ao cinema. 
 
x BASTAR e CHEGAR: indicando cessamento 
 
Ex.: Basta de problemas. 
 Chega de miséria. 
 
TIPOS DE PREDICADO 
 
O que é predicado? 
 
Predicado é tudo o que se falasobre o sujeito, ou seja, é tudo que 
há na frase que não é o sujeito. 
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Vamos aos tipos de predicado. São três: 
 
1) Predicado Verbal 
 
É aquele que possui obrigatoriamente um verbo significativo (não pode 
ser de ligação), ou seja, demonstra uma ação, o qual é SEMPRE o núcleo do 
predicado. 
Ex.: Os professores estudam todos os dias para as aulas. 
 
Observe na frase que R� YHUER� ³HVWXGDP´� HYLGHQFLD� XPD� DomR� o ato de 
HVWXGDU�� H� GL]� UHVSHLWR� DR� VXMHLWR� ³os professores´� DR� PHVPR� WHPSR� TXH� p�
FRPSOHPHQWDGR� SHOR� UHVWDQWH� GR� SUHGLFDGR� ³WRGRV� RV� GLDV� SDUD� as aulas´��
Como R�Q~FOHR�GR�SUHGLFDGR�p�R�YHUER�³HVWXGDP´��FKDPDPRV�R predicado de 
verbal. Sendo assim: 
6XMHLWR��³RV�SURIHVVRUHV´ 
Predicado verbal: estudam todos os dias para as aulas 
 
2) Predicado Nominal 
 
No predicado nominal, o núcleo será um nome, o qual exerce a função de 
predicativo do sujeito. 
 
 
 
E o que é predicativo do sujeito? 
 
Predicativo do sujeito é um termo que dá significado, atributo, 
característica ao sujeito ou, ainda, exprime seu estado ou modo de ser. O 
predicativo é conectado ao sujeito sempre através de um verbo de ligação. 
 
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Exemplos: 
1º. Ela está nervosa. 
2º. Os valores continuam elevados. 
 
Observe, na primeira oração, TXH�³nervosa´�p�XP�DWULEXWR�GDGR�DR�VXMHLWR�
³(OD´��2�VXMHLWR� ³(OD´�H�R�SUHGLFDGR�QRPLQDO� ³nervosa´�HVWmR�FRQHFWDGRs pelo 
YHUER�GH�OLJDomR�³HVWi´� 
Na segunda frase, usamos o mesmo processo anterior de análise: 
SHUJXQWDPRV� TXHP� FRQWLQXD"� H� FRQWLQXD� R� TXr"� (� WHPRV� DV� UHVSRVWDV�� ³os 
valores´� �VXMHLWR��H� ³HOHvadoV´� �SUHGLFDGR�QRPLQDO�. A oração só tem sentido 
devido ao FRPSOHPHQWR��SUHGLFDGR��³HOHYDGRV´��R�TXDO�p��SRUWDQWR��R�Q~FOHR�GR�
predicado nominal. 
Assim, temos: 
 
6XMHLWR��³HOD´ 
3UHGLFDGR�QRPLQDO��³HVWi�nervosa´ 
 
6XMHLWR��³RV�YDORUHV´ 
3UHGLFDGR�QRPLQDO��³FRQWLQXDP�elevados´ 
 
 
ATENÇÃO: os verbos de ligação NÃO podem ser o núcleo do predicado, 
SRLV� VmR� ³IUDFRV´� GH� VLJQLILFDomR�� RX� VHMD�� QmR� ID]Hm parte da cadeia 
significativa da oração. Sendo assim, podem ser retirados sem comprometer o 
sentido da frase (embora a prejudique sintaticamente): 
Ela nervosa. 
Os valores elevados. 
 
Predicado verbo-nominal 
 
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O predicado verbo-nominal possui dois núcleos: um verbo nocional (que 
expressa ação ± significativo), como vimos no predicado verbal, e um 
predicativo, que pode referir-se tanto ao sujeito quanto ao verbo. 
 
Os candidatos estudaram cautelosos para o concurso. 
 
Observamos na frase que há dois núcleos: o verbo nocional (estudaram), 
ou seja, o sujeito praticou uma ação, e R� DGMHWLYR� ³FDXWHORVRV´�� TXH� p uma 
predicação, uma qualidade dada ao sujeito, logo, é o predicativo do sujeito. 
Poderíamos desdobrar a última oração em duas: 
 
Os candidatos estudaram para o concurso. Eles foram cautelosos. 
 
Na primeira oração temos um predicado vHUEDO� ³HVWXGDUDP� SDUD� R�
concurso´�� QR� TXDO� R� Q~FOHR� p� R� YHUER� QRFLRQDO� ³HVWXGDUDP´�� -i� QD� VHJXQGD�
oração, R� Q~FOHR� GR� SUHGLFDGR� p� XP� QRPH� ³FDXWHORVRV´� FRQHFWDGR� SRU� XP�
verbo de ligação (foram) ao sujeito (Eles) e, portanto, temos um predicado 
nominal. 
Na união das duas orações é que temos o predicado verbo-nominal: 
6XMHLWR��³2V�FDQGLGDWRV´� 
Predicado verbo-QRPLQDO��³estudaram cautelosos SDUD�R�FRQFXUVR´�� 
 
VAMOS ALÉM... 
E se a oração fosse a seguinte: 
 
Os candidatos cautelosos estudaram para o concurso. 
 
Agora o predicado será apenas verbal: 
6XMHLWR��³2V�FDQGLGDWRV�FDXWHORVRV´ 
3UHGLFDGR�YHUEDO��³estudaram SDUD�R�FRQFXUVR´ 
 
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2� Q~FOHR� GR� SUHGLFDGR� p� ³HVWXGDUDP´� H� R� ³FDXWHORVRV´� FRQWLQXa a ser 
predicativo do sujeito, embora não faça parte do predicado. 
 
 
TRANSITIVIDADE VERBAL 
 
Trata-se da parte da sintaxe que estuda como os verbos comportam-se 
nas orações. A melhor maneira de iniciar uma análise sintática é justamente 
pelo verbo. Temos que identificar o tipo de verbo (significativo ou de ligação), 
buscar o sujeito e, caso seja um verbo significativo, logo vamos perceber se 
pede ou não um complemento. Vamos às análises! 
Todo verbo significativo é o centro das atenções! Ele é assim denominado 
porque traz a significação para a frase, sendo o núcleo do predicado. Apenas 
esse tipo de verbo possui transitividade. 
 
São três transitividades verbais: 
- Verbo Transitivo Direto (VTD) = pede um complemento sem auxílio de 
preposição. 
- Verbo Transitivo Indireto (VTI) = pede um complemento com auxílio 
de preposição (a, de, para, com, sobre...). 
- Verbo Intransitivo (VI) = não pede complemento. Sua significação não 
HVWi�³WUDQVLWDQGR´��HVWi�FRPSOHWD��¬V�YH]HV�SHGH�$GMXQWR�$GYHUELDO� 
 
 
Alguns verbos pedem dois complementos, por isso são chamados 
de Verbos Transitivos Diretos e Indiretos (VTDI) ou Bitransitivos. 
 
Os complementos verbais são dois: 
Objeto Direto (OD) = completa Verbo Transitivo Direto (VTD) 
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Objeto Indireto (OI) = completa Verbo Transitivo Indireto (VTI) 
 
 
Não existe OD que complete um VTI, da mesma forma, pela lógica, 
não existe OI que complete um VTD!! 
 
Vejamos os exemplos que seguem (usarei as siglas para sistematizar a 
análise): 
1) O bandido morreu. 
 Sujeito VI 
 
2) Ele foi à minha casa. 
Sujeito VI Adjunto Adverbial de Lugar 
 
3) Eles amaram o trabalho de ontem. 
 Sujeito VTD OD 
 
4) Eu gosto muito de você. 
Sujeito VTI OI 
 
5) Ofereci um doce à criança. 
 VTDI OD OI 
 
 
MACETE!! 
Para saber se um verbo é Transitivo Direto ou Indireto, sem erro, faça o 
seguinte: 
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O menino comprou o livro. 
Comprou o quê? O livro! 
O menino conheceu o padrasto. 
Conheceu quem? O padrasto! 
 
Comprar e conhecer são VTD! 
 
Fazemos apenas duas únicas peUJXQWDV� SDUD� XP� 97'�� ³R� TXr"´� Ru 
³TXHP"´. 
Caso você faça qualquer outra pergunta para o verbo, saiba que estará 
diante de um VTI, sem a menor dúvida! 
 
Gosto muito de crianças. 
Gosto de quê? De crianças!Refiro-me a você. 
Refiro-me a quem? A você! 
Gostar e referir-se são VTI! 
 
Resumindo: sugiro que decore apenas duas perguntas: 
 
O quê? Sempre 
Quem? VTD 
 
Qualquer outra pergunta indicará tratar-se de um VTI! Faça o teste com 
outros verbos! 
 
 
 
 
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Fique esperto! O verbo de ligação é fraco, serve apenas para ligar o 
sujeito ao seu predicativo, não é núcleo e NÃO tem transitividade, ou seja, 
NÃO PEDE COMPLEMENTO!!! O verbo de ligação indica apenas o estado em 
que o sujeito se encontra, seja ele permanente ou momentâneo. 
 
Eu sou um rio de água limpa. 
Eu = Sujeito 
Sou = verbo de ligação (estado permanente) 
Um rio de água limpa = predicativo do sujeito 
 
Os alunos permaneceram calados. 
Os alunos = sujeito 
Permaneceram = verbo de ligação (estado momentâneo) 
Calados = predicativo do sujeito 
 
Não cometa o erro de chamar um verbo de ligação de VTD e o predicativo 
do sujeito de OD! Cuidado! 
 
Principais verbos de ligação: ser, estar, ficar, permanecer, continuar, 
tornar-se 
 
 
 
 
ATENÇÃO: casos especiais de OD e OI: 
 
x Objeto Direto Preposicionado ± parece estranho, pois, como vimos, 
os objetos diretos não são precedidos de preposição, mas isso pode ocorrer em 
três situações: 
 
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1) Ofenderam a mim. 
A SUHSRVLomR� ³D´� IRL� H[LJLGD� SHOR� SURQRPH� ³PLP´�� FDVR� FRQWUiULR� ILFDULD�
assim: ofenderam mim! 
 
2) Matou ao leão o caçador. 
A preposição ³D´�� DQWHV� GR� DUWLJR� ³R´�� IRL� QHFHVViULD� SDUD� HYLWDU�
ambiguidade, caso contrário, não saberíamos quem matou quem: matou o 
leão o caçador. 
 
3) Ele sacou da arma. 
A prepoVLomR�³GH´� IRL�XVDGD�SDUD�UHIRUoDU�XPD�FRQVWUXomR�HQIiWLFD��SDUD�
dar ênfase ao que se diz). 
 
x Objeto Direto Pleonástico ± ocorre quando há repetição pronominal e 
sempre em oração invertida: 
Estas palavras, não as proferi. (Não proferi estas palavras.) 
 OD OD pleonástico 
 
2�³DV´�UHSHWH�R�2'��p�FKDPDGR��HQWmR��GH�SOHRQiVWLFR� 
 
x Objeto Direto Interno ± ocorre quando um Verbo Intransitivo se 
transforma em Transitivo Direto, resultando em uma construção pleonástica: 
Morrerás infame > Morrerás morte infame ± Morte = OD 
 Dorme tranquilo > Dorme teu sono tranquilo. ± Teu sono = OD 
 
x Objeto Indireto Pleonástico ± assim como ocorre com o OD: 
Aos ricos, nada lhes devo. (Não devo nada aos ricos.) 
 O.I. O.I. pleonástico 
 
COMPLEMENTO NOMINAL ± tem a função de completar nomes: 
substantivos, adjetivos ou advérbios. Vem sempre com preposição. 
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a) Substantivos ± Tenho medo de escuro. 
 Subst. C. Nom. 
b) Adjetivos ± Sempre fora obediente às leis. 
 Adj. C. Nom. 
c) Advérbios ± Reagiu bem ao infortúnio. 
 Advérbio C. Nom. 
 
 
x Complemento Nominal X Objeto Indireto 
 
Objeto Indireto ± é ligado a verbo = Necessitamos de paz. 
 Verbo O.I. 
Complemento Nominal ± é ligado a nome = 
 Temos necessidade de paz. 
 Subst. C. N. 
 
ADJUNTO ADNOMINAL ± função de caracterizar o substantivo 
 
Ex.: Esse assunto delicado pede outra conversa. 
 
x Classes Gramaticais com função de Adjunto Adnominal 
 
a) Artigo ± A garota pediu uma bebida no bar. 
 
b) Adjetivo ± A bela festa encantou a todos. 
 
c) Locução Adjetiva ± Ele tem um rosto de anjo. 
 
d) Pron. Adjetivo ± Minha irmã mora naquela casa. 
 
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e) Numeral ± O primeiro lugar da fila. 
 
 
 
x Complemento Nominal X Adjunto Adnominal 
 
Complemento Nominal ± completa o sentido do nome 
 Ele tem medo da noite. 
 Subst. C. Nom. 
Adjunto Adnominal ± caracteriza o substantivo 
 Ele tem aves da noite. 
 Subst. C. Nom. 
 
 
AGENTE DA PASSIVA ± pratica a ação expressa pelo verbo na voz 
passiva (com preposição DE ou POR) 
 
Ex.: A cidade estava cercada pelo exército. 
 V. Voz Pass. Agente da Passiva 
 
 A terra era povoada de selvagens. 
 V. Voz Pass. Agente da Passiva 
 
ADJUNTO ADVERBIAL - indica circunstância ao verbo (muito usado!) 
 
Ex.: Talvez ele chegue cedo ao clube. 
 Dúvida Tempo Lugar 
 
9 Embora o Adjunto Adverbial seja um termo ligado ao verbo, os 
ADVÉRBIOS DE INTENSIDADE modificam, também, adjetivos e outros 
advérbios. 
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Ex.: Os concursandos estudam muito. 
 Verbo Adv. Intens. 
 
 Aquela mulher era muito bonita. 
 Adv. Intens. Adjetivo 
 
 Os meninos falam muito alto. 
 Adv.Intens Advérbio 
 
 
 
APOSTO ± termo ou expressão de função esclarecedora 
 
Ex.: Única irmã de mamãe, Marcela morreu cedo. 
 Aposto 
 
x Tipos de Aposto: 
 
a) Explicativo: Brasília, a capital do Brasil, fará 45 anos. 
 
b) Enumerativo: Pedro necessita de três coisas: amor, paz e 
carinho. 
 
c) Resumitivo (recapitulativo): Poder, dinheiro, glória, nada o 
seduzia mais. 
 
d) Distributivo: Carlos e José são ótimos alunos; este em Física, 
aquele em Biologia. 
 
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e) Especificativo (denominativo): 
 O presidente Vargas cometeu suicídio. 
 A cidade de Curitiba émuito jovem. 
 
9 Não confundir Aposto Especificativo com Adjunto 
Adnominal. 
 
A cidade de Brasília continua linda. (aposto) 
 (Nome da cidade) 
 
O clima de Brasília continua péssimo. (Adj. Adnominal) 
 (Não é nome do clima) 
 
 
VOCATIVO ± Termo isolado (chamamento), indica com quem se fala. 
 
Ex.: Meninos, estudem para a prova! 
 Falaram, João, mal de você no clube. 
 
9 O Vocativo virá SEMPRE separado por vírgulas, quer no início, no 
meio ou no fim da frase. 
 
 
BLOCO I 
 
Uma ética de mão dupla 
 
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³'HVGH�TXH�D�OHL�GH�FRPEDWH�j�FRUUXSomR�HQWURX�HP�YLJRU��QR�Fomeço do 
ano, o especialista em Direito Público Fábio Medina Osório mergulhou numa 
intensa agenda de viagens para explicar aos grandes empresários brasileiros 
os meandros da norma que propõe punir com rigor as empresas que tiverem 
funcionários envolvidos em escândalos de corrupção. Ex-promotor do 
Ministério Público do Rio Grande do Sul, doutor em direito administrativo e 
presidente do Instituto Internacional de Estudos de Direito do Estado (Iiede), 
Medina vê na lei que impõe severas sanções aos corruptores o início do que 
pode ser uma profunda mudança de costumes ± dos maus costumes. Mas 
DOHUWD��QmR�DGLDQWD�WHQWDU�SXQLU�DSHQDV�R�HPSUHViULR�´ 
(Veja, 20/08/2014) 
 
³0HGLQD�Yr�QD�OHL�TXH�LPS}H�VHYHUDV�VDQo}HV�DRV�FRUUXSWRUHV�R� LQtFLR�GR�
que pode ser uma profunda mudança de costumes ± dos maus costumes´� 
 
01. (Prefeitura de Recife ± 2014 - Auditor do Tesouro Municipal ± 
FGV) Na SDUWH�ILQDO�GHVVH�SHUtRGR��R�VHJPHQWR�³GRV�PDXV�FRVWXPHV´�IXQFLRQD�
como 
a) a intromissão de um elemento humorístico. 
b) a especificação doV�³FRVWXPHV´�DQWHV�PHQFLRQDGRV� 
c) a retificação de uma informação incompleta. 
d) a reafirmação enfática de uma informação já dada. 
e) uma redundância desnecessária de uma informação. 
 
Comentário: a expressão grafada em ³0HGLQD�Yr�QD�OHL�TXH�LPS}H�VHYHUDs 
sanções aos corruptores o início do que pode ser uma profunda mudança de 
costumes ± dos maus costumes´�� WHP� FRPR� IXQomR� ID]HU� HVSHFLILFDomR� GH�
³FRVWXPHV´� TXH� SURYDYHOPHQWH� VRIUDP� XP� PXGDQoD� SURIXQGD�� ³GRV� PDXV�
FRVWXPHV´�p�R�DSRVWR�GR�FRPSOHPHQWR�QRPLQDO�³GH�FRVWXPHV´�� 
GABARITO: B 
 
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ESQUECERAM O PRINCIPAL 
 
Houve um tempo em que os ditos setores progressistas pautavam suas 
ações por filosofias coerentes. Assim, advogados da infância buscavam 
promover os interesses das crianças, feministas visavam a afirmar a 
autonomia das mulheres e militantes dos direitos de homossexuais tentavam 
acabar com a discriminação contra gays, mas sem perder de vista teses mais 
gerais da esquerda não marxista, que incluíam a ampliação das liberdades e a 
despenalização do direito. 
As coisas mudaram. E para pior, a meu ver. Hoje, os defensores das 
criancinhas deblateram para que o Congresso mantenha um mecanismo 
jurídico que permite mandar para a cadeia o pai que não paga em dia pensão 
do filho. Pouco importa que a prisão por dívidas represente um retrocesso de 
2600 anos ± uma das reformas de Sólon que facilitou a introdução da 
democracia em Atenas foi justamente o fim da servidão por dívidas ± e que é 
quase certo que, encarcerado, o pai da criança terá muito menor probabilidade 
de honrar seus compromissos financeiros. 
As feministas agora apoiam o acórdão do Supremo Tribunal Federal que 
retirou das mulheres o direito de decidir se querem ou não processar 
companheiros, tornando agressões leves no âmbito do lar um crime de ação 
pública incondicionada. Pouco importa que isso torne as mulheres menos livres 
e introduza uma diferenciação de gênero (na situação inversa, um homem 
pode decidir se processa ou não). 
 Por fim, homossexuais pedem a edição de uma lei que torne crime 
referir-se a gays em termos depreciativos ou condenatórios. Pouco importa 
que tal medida, se adotada, representaria uma limitação da liberdade de 
expressão, o mais fundamental dos princípios democráticos. 
É natural que grupos de ativistas se especializem e, ao fazê-lo, percam de 
vista as grandes questões, mas fico com a impressão de que estão colocando a 
parte à frente do todo. 
Hélio Schwartsman, Folha de São Paulo, 7/01/2014. 
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02. (DPE/RJ ± 2014 - Técnico Superior Jurídico - FGV) A expressão 
sublinhada que exerce uma função sintática diferente das demais, por ser 
considerada um complemento, e não um adjunto é 
a) interesses das crianças. 
b) autonomia das mulheres. 
c) direitos de homossexuais. 
d) teses da esquerda. 
e) ampliação das liberdades. 
 
Comentário: vejamos cada alternativa: 
a) interesses das crianças. ± (55$'$��1RWHP�TXH�³GDV�FULDQoDV´�SRGH�VHU�
VXEVWLWXtGR�SHOR�DGMHWLYR�TXDOLILFDGRU� ³LQIDQWLV´��6H�HVWi�TXDOLILFDQGR�� WUDWD-se 
de um adjunto adnominal. 
b) autonomia das mulheres. ± ERRADA. Aqui ocorre o mesmo processo da 
DOWHUQDWLYD� $�� ³GDV� PXOKHUHV´� HVWi� TXDOLILFDQGR� ³DXWRQRPLD´�� WDQWR� TXH� SRGH�
VHU�VXEVWLWXtGR�SRU�³IHPLQLQD´�� 
c) direitos de homossexuais. ± (55$'$�� ³GH� KRPRVVH[XDLV´� SRGH� VHU�
VXEVWLWXtGR�SHOR�DGMHWLYR�TXDOLILFDGRU�³KRPRVVH[XDLV´��p��SRUWDQWR��XP�DGMXQWR 
adnominal. 
d) teses da esquerda. ± ERRADA. Pelo mesmo motivo das outras 
DOWHUQDWLYDV�� ³GD� HVTXHUGD´� p� DGMXQWR� DGQRPLQDO� SRUTXH� TXDOLILFD� ³WHVHV´��
SRGHQGR�VHU�VXEVWLWXtGR�SRU�³HVTXHUGLVWDV´�� 
e) ampliação das liberdades. ± CORRETA. Um complemento nominal é 
exigido para completar o sentido do nome a que está ligado. Funciona ainda 
como Termo paciente: ampliar liberdades - as liberdades foram ampliadas. 
GABARITO: E 
 
Leia o texto a seguir: 
 
Tendências para as cadeias no futuro? 
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Na Malásia, uma equipe de designers e arquitetos elaborou um conceito 
de centro de detenção bastante diferente. O projeto consiste em um complexo 
prisional suspenso no ar, o que em teoria dificultaria as tentativas de fuga, 
devido à altura potencialmente fatal de uma queda e à visibilidade que o 
fugitivo teria aos olhos dos pedestres na parte de baixo. 
A cadeia ainda teria espaços para manter um campo de agricultura, onde 
os detentos poderiam trabalhar para se autossustentar e até distribuir o 
excesso de alimento produzido para a sociedade. Fábricas e centros de 
reciclagem também serviriam a esse propósito. 
Visando reduzir os custos necessários para manter dezenas de agentes 
carcerários, o teórico social Jeremy Betham projetou uma instituição que 
manteria todas as celas em um local circular, de forma que fiquem expostas 
simultaneamente. Dessa forma, apenas alguns poucos guardas posicionados 
na torre no centro do prédio já conseguiriam manter a vigilância sobre todos 
os detentos. Embora um presídionesse estilo tenha sido construído em Cuba, 
ele nunca chegou a entrar em funcionamento. 
Outra solução criativa foi pensada e realizada na Austrália, onde um 
centro de detenção foi elaborado a partir de containers de transporte de 
mercadorias em navios modificados para servir como celas temporárias. Outra 
prisão na Nova Zelândia também passou a usar a mesma solução para resolver 
problemas de superlotação. 
Entretanto, o conceito tem causado muita polêmica, pois as condições das 
celas em containers seriam desumanas ² o que temos que levar em 
consiGHUDomR�HP�VH�WUDWDQGR�GH�XP�SDtV�WmR�TXHQWH��³0RUDU´�HP�XPD�FDL[D�GH�
metal sob um sol de escaldar não deve ser nada agradável. 
(Fernando Daquino, 04/11/2012 ± Arquitetura) 
 
03. (SEJAP/MA ± 2013 ± Agente Penitenciário ± FGV) ³2XWUD�VROXomR�
criativa foi pensada e realizada na Austrália, onde um centro de detenção foi 
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elaborado a partir de containers de transporte de mercadorias em navios 
PRGLILFDGRV�SDUD�VHUYLU�FRPR�FHODV�WHPSRUiULDV´� 
 
Assinale a alternativa em que o termo sublinhado apresenta uma função 
textual diferente da exercida pelo segmento ³GH�GHWHQomR´� 
a) Problemas de superlotação. 
b) Caixa de metal. 
c) Equipe de designers. 
d) Containers de transporte. 
e) Transporte de mercadorias. 
 
Comentário: a banca FGV gosta muito de testar se o aluno sabe a 
diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal. Além do exposto 
nesta aula, na parte teórica, podemos acrescentar que: 
 
A adjunto adnominal refere-se a substantivos concretos (aquele do 
qual é possível fazer uma representação mental, imaginar, como bola, saci, 
fada, casa... independente de acreditar se existe ou não) e abstratos (aqueles 
dos quais não podemos fazer representação mental, como estados, qualidades, 
ações e sentimentos: amor, rapidez, alegria, mordida, saudade...), já o 
complemento nominal NUNCA se refere a substantivos concretos. 
3RU� H[HPSOR�� QD� IUDVH� ³FRPSUHL� XP� FRUGmR� GH� RXUR´�� ³GH� RXUR´� QmR�
SRGHUi� VHU� FRPSOHPHQWR� QRPLQDO�� XPD� YH]� TXH� VH� UHIHUH� D� ³FRUGmR´� TXH� p�
substantivo concreto. ³GH�RXUR´�p�HQWmR�XP�DGMXQWR�DGQRPLQDO��HOH�FDUacteriza 
o substantiva, não o completa. 
 
Lembre-se ainda, para matar qualquer questão, que o complemento 
nominal tem sentido passivo, veja: análise de sistemas ± analisar sistemas ± 
sistemas são analisados = sistemas (termo passivo). 
 
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Dentre as alternativas, temos que buscar aquela em que o termo grifado 
tenha função diferente do termo ³GH�GHWHQomR´��TXH�p�adjunto adnominal 
GR� VXEVWDQWLYR� FRQFUHWR� ³FHQWUR´� HP� ³2XWUD� VROXomR� FULDWLYD� IRL� SHQVDGD� H�
realizada na Austrália, onde um centro de detenção foi elaborado a partir de 
containers de transporte de mercadorias em navios modificados para servir 
FRPR� FHODV� WHPSRUiULDV´. Vamos buscar a alternativa que NÃO possua um 
adjunto adnominal: 
a) Problemas de superlotação. ± ³GH� VXSHUORWDomR´� HVWi� FDUDFWHUL]DQGR�
³SUREOHPDV´��p�XP�DGMXQWR�DGQRPLQDO��� 
b) Caixa de metal. ± ³&DL[D´�p�VXEVWDQWLYR�DEVWUDWR��SRUWDQWR��³GH�PHWDO´�
não poderia ser complemento nominal. Observe que está caracterizando 
³&DL[D´��e, então, adjunto adnominal. 
c) Equipe de designers. d) Containers de transporte. ± Nas duas 
alternativas também temos termos sublinhados que estão caracterizando 
termos anteriores, são adjuntos adnominais. 
e) Transporte de mercadorias. ± $7(1d­2��$TXL�WHPRV�³GH�PHUFDGRULDV´�
FRPR� WHUPR� SDVVLYR�� 1­2� FDUDFWHUL]DGRU� GH� ³WUDQVSRUWH´�� WUDQVSRUWDU�
mercadorias ± mercadorias VmR� WUDQVSRUWDGDV���� ³PHUFDGRULDV´� UHFHEHP� D�
ação de serem transportadas. 
GABARITO: E 
 
 
Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica 
 
No Brasil, embora exista desde 1988 o permissivo constitucional para 
responsabilização penal das pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais 
(artigo 225, parágrafo 3º), é certo que a adoção, na prática, dessa 
possibilidade(e) vem se dando de forma bastante tímida, muito em razão das 
inúmeras deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei 9.605, de 1998, 
que a tornam quase que inaplicável neste âmbito. 
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A partir de uma perspectiva que tem como ponto de partida os debates 
travados no âmbito doutrinário nacional, insuflados pelos também acalorados 
debates em plano internacional sobre o tema e pela crescente aceitação da 
possibilidade da responsabilização penal da pessoa jurídica em legislações de 
países de importância central na atividade econômica globalizada, é possível 
vislumbrar que, em breve, discussões sobre a ampliação legal do rol das 
possibilidades desse tipo de responsabilização penal ganhem cada vez mais 
espaço no Brasil. 
É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas 
- principalmente, as transnacionais -, decorrerá também de ajustamentos(b) de 
postura administrativa decorrentes da adoção(d) de critérios de 
responsabilização penal da pessoa jurídica em seus países de origem. Tais 
mudanças, inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas de 
suas congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos de 
responsabilização em sua matriz. 
Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal - que 
atende diretivas da União Europeia sobre o tema - trouxe, no artigo 31 bis, 
não só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por 
delitos que sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por 
conta, nome, ou em proveito delas), mas também estabelece regras de como 
essa responsabilização será aferida nos casos concretos (ela será aplicável 
[...], em função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades 
desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou que agem em seu 
nome). A vigência na nova norma penal já trouxe efeitos práticos no cotidiano 
acadêmico e empresarial, pois abundam, naquele país, ciclos de debates 
acerca dos instrumentos de controle da administração empresarial, promovidos 
por empresas que pretendem implementar, o quanto antes, práticas 
administrativas voltadas à prevenção de qualquer tipo de responsabilidade 
penal. 
Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que dela se pode 
inferir, ganham importância, no espectro de preocupação não só das empresas 
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estrangeiras situadas no Brasil, mas também das próprias empresas nacionais, 
as práticas de criminal compliance. 
Tem-se, grosso modo, por compliance a submissão ou a obediência a 
diversas obrigações(c) impostas às empresas privadas, por meio da 
implementação de políticas e procedimentos gerenciais adequados, com a 
finalidade de detectar e gerir os riscos da atividade da empresa. 
Na atualidade, o direito penal temassumido uma função muito próxima 
do direito administrativo, isto é, vêm-se incriminando, cada vez mais, os 
descumprimentos das normas regulatórias estatais, como forma de reforçar a 
necessidade de prevenção de riscos a bens juridicamente tutelados. Muitas 
vezes, o mero descumprimento doloso dessas normas e diretivas 
administrativas estatais pode conduzir à responsabilização penal de 
funcionários ou dirigentes da empresa, ou mesmo à própria responsabilização 
da pessoa jurídica, quando houver previsão legal para tanto. 
Assim sendo, criminal compliance pode ser compreendido como prática 
sistemática de controles internos com vistas a dar cumprimento às normas e 
deveres ínsitos a cada atividade econômica, objetivando prevenir 
possibilidades de responsabilização penal decorrente da prática dos atos 
normais de gestão empresarial. 
No Brasil, por exemplo, existem regras de criminal compliance previstas 
na Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro - Lei 9.613, de 3 de março de 1998 
- que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas que tenham como atividade 
principal ou acessória a captação, intermediação e aplicação de recursos 
financeiros, compra e venda de moeda estrangeira ou ouro ou títulos ou 
valores mobiliários, à obrigação de comunicar aos órgãos oficiais sobre as 
operações tidas como "suspeitas", sob pena de serem responsabilizadas penal 
e administrativamente. 
Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, 
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui 
operam sujeitas às normas(a) de seus países de origem, não tardará para que 
as práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos 
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outros segmentos da economia. Trata-se, portanto, de um assunto de 
relevante interesse para as empresas nacionais e estrangeiras que atuam no 
Brasil, bem como para os profissionais especializados na área criminal, que 
atuarão cada vez mais veementemente na prevenção dos riscos da empresa. 
(...) 
(Leandro Sarcedo e Jonathan Ariel Raicher. In: Valor Econômico. 29/03/2011 - com 
adaptações) 
 
04. (SEFAZ/RJ ± 2011 - uditor Fiscal da Receita Estadual - FGV) 
Assinale o termo que, no texto, desempenhe função sintática idêntica à de à 
obrigação. 
a) às normas 
b) de ajustamentos 
c) a diversas obrigações 
d) da adoção 
e) dessa possibilidade 
 
Comentário: R�WHUPR�³j�REULJDomR´�GHVHPSHQKD�IXQomR�Ge objeto indireto 
GR� YHUER� ELWUDQVLWLYR� ³VXMHLWDU´� ± sujeitar alguém a algo. A questão quer a 
alternativa que traga termo com a mesma função, vejamos: 
a) às normas ± FRPSOHPHQWR�QRPLQDO�GH�³VXMHLWDV´��± ERRADA. 
b) de ajustamentos ± REMHWR� LQGLUHWR� GR� YHUER� ³GHFRUUHU´� ± 
CORRETA. 
c) a diversas obrigações - FRPSOHPHQWR� QRPLQDO� GH� ³REHGLrQFLD´�� ± 
ERRADA. 
d) da adoção - FRPSOHPHQWR�QRPLQDO�GH�³GHFRUUHQWHV´. ± ERRADA. 
e) dessa possibilidade - FRPSOHPHQWR�QRPLQDO�GH�³DGRomR´��± ERRADA. 
GABARITO: B 
 
 
 
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Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica 
 
No Brasil, embora exista desde 1988 o permissivo constitucional para 
responsabilização penal das pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais 
(artigo 225, parágrafo 3º), é certo que a adoção, na prática, dessa 
possibilidade vem se dando de forma bastante tímida, muito em razão das 
inúmeras deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei 9.605, de 1998, 
que a tornam quase que inaplicável neste âmbito. 
A partir de uma perspectiva que tem como ponto de partida os debates 
travados no âmbito doutrinário nacional, insuflados pelos também acalorados 
debates em plano internacional sobre o tema e pela crescente aceitação da 
possibilidade da responsabilização penal da pessoa jurídica em legislações de 
países de importância central na atividade econômica globalizada, é possível 
vislumbrar que, em breve, discussões sobre a ampliação legal do rol das 
possibilidades desse tipo de responsabilização penal ganhem cada vez mais 
espaço no Brasil. 
É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas 
- principalmente, as transnacionais -, decorrerá também de ajustamentos de 
postura administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização 
penal da pessoa jurídica em seus países de origem. Tais mudanças, 
inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas de suas 
congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos de 
responsabilização em sua matriz. 
Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal - que 
atende diretivas da União Europeia sobre o tema - trouxe, no artigo 31 bis, 
não só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por 
delitos que sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por 
conta, nome, ou em proveito delas), mas também estabelece regras de como 
essa responsabilização será aferida nos casos concretos (ela será aplicável 
[...], em função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades 
desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou que agem em seu 
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nome). A vigência na nova norma penal já trouxe efeitos práticos no cotidiano 
acadêmico e empresarial, pois abundam, naquele país, ciclos de debates 
acerca dos instrumentos de controle da administração empresarial, promovidos 
por empresas que pretendem implementar, o quanto antes, práticas 
administrativas voltadas à prevenção de qualquer tipo de responsabilidade 
penal. 
Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que dela se pode 
inferir, ganham importância, no espectro de preocupação não só das empresas 
estrangeiras situadas no Brasil, mas também das próprias empresas nacionais, 
as práticas de criminal compliance. 
Tem-se, grosso modo, por compliance a submissão ou a obediência a 
diversas obrigações impostas às empresas privadas, por meio da 
implementação de políticas e procedimentos gerenciais adequados, com a 
finalidade de detectar e gerir os riscos da atividade da empresa. 
Na atualidade, o direito penal tem assumido uma função muito próxima 
do direito administrativo, isto é, vêm-se incriminando, cada vez mais, os 
descumprimentos das normas regulatórias estatais, como forma de reforçar a 
necessidade de prevenção de riscos a bens juridicamente tutelados. Muitas 
vezes, o mero descumprimento doloso dessas normas e diretivas 
administrativas estatais pode conduzir à responsabilização penal de 
funcionários ou dirigentes da empresa, ou mesmo à própria responsabilização 
da pessoa jurídica, quando houver previsão legal para tanto. 
Assim sendo, criminal compliance pode ser compreendido como prática 
sistemática de controles internos com vistas a dar cumprimento às normas e 
deveres ínsitos a cada atividade econômica, objetivando prevenir 
possibilidades de responsabilização penal decorrente da prática dos atos 
normais de gestão empresarial. 
No Brasil, por exemplo, existem regras de criminal compliance previstas 
na Lei dos Crimes de Lavagemde Dinheiro - Lei 9.613, de 3 de março de 1998 
- que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas que tenham como atividade 
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financeiros, compra e venda de moeda estrangeira ou ouro ou títulos ou 
valores mobiliários, à obrigação de comunicar aos órgãos oficiais sobre as 
operações tidas como "suspeitas", sob pena de serem responsabilizadas penal 
e administrativamente. 
Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, 
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui 
operam sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as 
práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos 
outros segmentos da economia. Trata-se, portanto, de um assunto de 
relevante interesse para as empresas nacionais e estrangeiras que atuam no 
Brasil, bem como para os profissionais especializados na área criminal, que 
atuarão cada vez mais veementemente na prevenção dos riscos da empresa. 
(...) 
(Leandro Sarcedo e Jonathan Ariel Raicher. In: Valor Econômico. 29/03/2011 - com 
adaptações) 
 
Trata-se, portanto, de um assunto de relevante interesse para as 
empresas nacionais e estrangeiras que atuam no Brasil, bem como para os 
profissionais especializados na área criminal, que atuarão cada vez mais 
veementemente na prevenção dos riscos da empresa. 
 
05. (SEFAZ/RJ ± 2011 - uditor Fiscal da Receita Estadual - FGV) No 
período destacado acima, o SE classifica-se como 
a) pronome reflexivo. 
b) partícula apassivadora. 
c) parte integrante do verbo. 
d) pronome oblíquo. 
e) indeterminador do sujeito. 
 
Comentário: o sujeito indeterminado é aquele que não podemos idicar na 
oração, nem pela desinência do verbo (sujeito desinencial ou oculto). 
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(P�³WUDWD-VH�������GH�XP�DVVXQWR������´��R�YHUER�WUDQVLWLYR�LQGLUHWR�³WUDWDU´�
QD�WHUFHLUD�SHVVRD�GR�VLQJXODU���³VH´�IRUPDP�XP�VXMHLWR�LQGHWHUPLQDGR��VHQGR�
R�³VH´�R�tQGLFH�GH�LQWHWHUPLQDomR�GR�VXMHLWR�� 
GABARITO: E 
 
Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica 
 
No Brasil, embora exista desde 1988 o permissivo constitucional para 
responsabilização penal das pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais 
(artigo 225, parágrafo 3º), é certo que a adoção, na prática, dessa 
possibilidade vem se dando de forma bastante tímida, muito em razão das 
inúmeras deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei 9.605, de 1998, 
que a tornam quase que inaplicável neste âmbito. 
A partir de uma perspectiva que tem como ponto de partida os debates 
travados no âmbito doutrinário nacional, insuflados pelos também acalorados 
debates em plano internacional sobre o tema e pela crescente aceitação da 
possibilidade da responsabilização penal da pessoa jurídica em legislações de 
países de importância central na atividade econômica globalizada, é possível 
vislumbrar que, em breve, discussões sobre a ampliação legal do rol das 
possibilidades desse tipo de responsabilização penal ganhem cada vez mais 
espaço no Brasil. 
É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas 
- principalmente, as transnacionais -, decorrerá também de ajustamentos de 
postura administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização 
penal da pessoa jurídica em seus países de origem. Tais mudanças, 
inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas de suas 
congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos de 
responsabilização em sua matriz. 
Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal - que 
atende diretivas da União Europeia sobre o tema - trouxe, no artigo 31 bis, 
não só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por 
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delitos que sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por 
conta, nome, ou em proveito delas), mas também estabelece regras de como 
essa responsabilização será aferida nos casos concretos (ela será aplicável 
[...], em função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades 
desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou que agem em seu 
nome). A vigência na nova norma penal já trouxe efeitos práticos no cotidiano 
acadêmico e empresarial, pois abundam, naquele país, ciclos de debates 
acerca dos instrumentos de controle da administração empresarial, promovidos 
por empresas que pretendem implementar, o quanto antes, práticas 
administrativas voltadas à prevenção de qualquer tipo de responsabilidade 
penal. 
Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que dela se pode 
inferir, ganham importância, no espectro de preocupação não só das empresas 
estrangeiras situadas no Brasil, mas também das próprias empresas nacionais, 
as práticas de criminal compliance. 
Tem-se, grosso modo, por compliance a submissão ou a obediência a 
diversas obrigações impostas às empresas privadas, por meio da 
implementação de políticas e procedimentos gerenciais adequados, com a 
finalidade de detectar e gerir os riscos da atividade da empresa. 
Na atualidade, o direito penal tem assumido uma função muito próxima 
do direito administrativo, isto é, vêm-se incriminando, cada vez mais, os 
descumprimentos das normas regulatórias estatais, como forma de reforçar a 
necessidade de prevenção de riscos a bens juridicamente tutelados. Muitas 
vezes, o mero descumprimento doloso dessas normas e diretivas 
administrativas estatais pode conduzir à responsabilização penal de 
funcionários ou dirigentes da empresa, ou mesmo à própria responsabilização 
da pessoa jurídica, quando houver previsão legal para tanto. 
Assim sendo, criminal compliance pode ser compreendido como prática 
sistemática de controles internos com vistas a dar cumprimento às normas e 
deveres ínsitos a cada atividade econômica, objetivando prevenir 
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possibilidades de responsabilização penal decorrente da prática dos atos 
normais de gestão empresarial. 
No Brasil, por exemplo, existem regras de criminal compliance previstas 
na Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro - Lei 9.613, de 3 de março de 1998 
- que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas que tenham como atividade 
principal ou acessória a captação, intermediação e aplicação de recursos 
financeiros, compra e venda de moeda estrangeira ou ouro ou títulos ou 
valores mobiliários, à obrigação de comunicar aos órgãos oficiais sobre as 
operações tidas como "suspeitas", sob pena de serem responsabilizadas penal 
e administrativamente. 
Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros, 
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui 
operam sujeitas às normas de seus países de origem,não tardará para que as 
práticas que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos 
outros segmentos da economia. Trata-se, portanto, de um assunto de 
relevante interesse para as empresas nacionais e estrangeiras que atuam no 
Brasil, bem como para os profissionais especializados na área criminal, que 
atuarão cada vez mais veementemente na prevenção dos riscos da empresa. 
(...) 
(Leandro Sarcedo e Jonathan Ariel Raicher. In: Valor Econômico. 29/03/2011 - com 
adaptações) 
 
06. (SEFAZ/RJ ± 2011 - uditor Fiscal da Receita Estadual - FGV) A 
palavra sujeitas exerce, no texto, função sintática de 
a) complemento nominal. 
b) objeto direto. 
c) predicativo do objeto. 
d) predicativo do sujeito. 
e) adjunto adverbial de modo. 
 
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Comentário: QR� WUHFKR�³Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos 
legislativos estrangeiros, assim como estando as matrizes das empresas 
transnacionais que aqui operam sujeitas às normas de seus países de origem, 
não tardará para que as práticas que envolvem o criminal compliance sejam 
estendidas a diversoV� RXWURV� VHJPHQWRV� GD� HFRQRPLD´�� R� WHUPR� ³VXMHLWDV´�
FRQFRUGD�FRP�³empresas transnacionais´�FRP�IXQomR�DGMHWLYD��6H�REVHUYDUPRV�
FRP�FXLGDGR��QR� WUHFKR� ³empresas transnacionais que aqui operam sujeitas 
às normas de seus países de origem´� WHP� XP� YHUER� GH� OLJDomR� LPSOtFLWR��
³empresas transnacionais que aqui operam (e estão) sujeitas às normas de 
seus países de origem´��6HQGR�DVVLP��D�IXQomR�VLQWiWLFD�GR�WHUPR�³VXMHLWDV´�p�
de predicativo do sujeito, pRLV� HVWi� DGMHWLYDQGR�� FDUDFWHUL]DQGR� ³HPSUHVDV�
WUDQVQDFLRQDLV´� 
GABARITO: D 
 
Desafios do crescimento econômico 
 
A crise do sistema financeiro internacional, que ameaça lançar o mundo 
numa profunda recessão, revela a importância do papel do governo no 
funcionamento da economia em diferentes dimensões, sobretudo na promoção 
de uma melhor operação dos mercados, da estabilidade e do crescimento 
econômico. 
Entretanto, após algumas décadas de excessivo crescimento dos gastos 
governamentais e da crise financeira que se abateu sobre inúmeros governos, 
particularmente em países da América Latina, a eficiência da ação pública 
começou a ser questionada. 
Novamente vigoravam ideias de que as economias deveriam ser 
liberalizadas da ação governamental, de que, quanto menos governo, melhor e 
de que o setor privado por si só resolveria todos os problemas. 
Na realidade, o que se notou foi uma grande confusão. Em vez de 
defendermos um governo eficiente, comprometido com o crescimento 
econômico, acabamos por tentar excluir o governo das funções econômicas, 
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esquecendo seu importante papel. Era muito comum a idéia de que a 
privatização e a liberalização dos mercados seriam condições eficientes para 
que os países entrassem numa rota de crescimento econômico. 
Entretanto, a realidade mostrou que essa bandeira não tem sustentação. 
A crise financeira que estamos atravessando - e não sabemos ainda suas reais 
consequências sobre a economia mundial - realça um fato inconteste: faltou a 
presença do governo, mediante uma regulação mais ativa do mercado 
financeiro. 
Recente estudo promovido pela Comissão para o Crescimento Econômico, 
cujo objetivo primordial é entender o fenômeno do desenvolvimento com base 
na experiência mais exitosa dos países durante as décadas de 1950 a 1980, 
transmite informações relevantes para o entendimento do momento que 
vivemos, ainda que seu objetivo seja totalmente distinto. 
Em primeiro lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis 
virtudes que os mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, 
sem interferências externas, na alocação dos recursos. 
Entretanto, não podemos esquecer que as ações tomadas pelos diversos 
agentes econômicos se baseiam em perspectivas de retornos privados e, 
portanto, na ânsia de obter tais retornos, mercados como o financeiro podem 
gerar instabilidades. O papel da regulação, tarefa que deve ser executada por 
autoridades governamentais, não pode ser esquecido. 
Por outro lado, apesar da virtude dos mercados, não se pode esquecer 
que eles não são garantia para a promoção de desenvolvimento econômico ou 
a melhor distribuição de renda. 
O relatório da comissão enfatiza o papel do governo no processo de 
desenvolvimento econômico, mostrando inicialmente que o processo de 
desenvolvimento é um fenômeno complexo e difícil de ser entendido. "Não 
damos aos formuladores de políticas públicas uma receita ou uma estratégia 
de crescimento. Isso porque não existe uma única receita a seguir." 
Mais adiante, afirma: "Não conhecemos as condições suficientes para o 
crescimento. Podemos caracterizar as economias bem-sucedidas do pós-
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guerra, mas não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu 
êxito nem os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas." 
Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos, especialmente 
quando ouvimos as certezas que dominam a maioria dos analistas econômicos 
espalhados pelo mundo, em especial quando tratam de fornecer fórmulas 
prontas para o crescimento dos países. 
A comissão reconhece que a dificuldade do entendimento sobre o 
fenômeno do crescimento dificulta a ação governamental na definição das 
estratégias a serem seguidas. A recomendação dada é a de que o governo 
"não deve ficar inerte, por temor de malograr; os governos devem testar 
diversos programas e devem ser rápidos em aprender quando dão errado. Se 
dão um passo errado, devem tentar um plano diferente, e não submergir na 
inação ou recuar." 
Outra recomendação dada pela comissão se relaciona com a tentativa de 
adoção de receitas prontas de outros países: "Os planos de ação ruins de hoje 
em geral são os bons planos de ontem, mas aplicados por tempo demasiado." 
Em suma, a comissão defende um governo crível, comprometido com o 
crescimento e eficiente. Um governo forte, capaz de realizar investimentos na 
área de educação, saúde e infraestrutura a fim de elevar a rentabilidade dos 
investimentos privados. 
É com uma ação eficiente do governo e do setor privado que certamente 
poderemos promover o desenvolvimento dos países. 
(Carlos Luque. Folha de São Paulo, 30 de setembro de 2008.) 
 
07. (Senado federal ± 2008 - Analista Legislativo ± FGV) 
"Entretanto, após algumas décadas de excessivo crescimento dos gastos 
governamentais e da crise financeira que se abateu sobre inúmeros 
governos..." 
Assinale a alternativa que indique corretamente a quantidade de 
complementos nominais no trecho acima. 
a) nenhum 
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b) dois 
c) um 
d) três 
e) quatro 
 
Comentário: não há nenhum complemento nominalno período em 
questão. 
2� YRFiEXOR� ³GH� H[FHVVLYR� FUHVFLPHQWR´� HVWi� OLJDGR� DR� VXEVWDQWLYR�
intransitivo e absWUDWR�³GpFDGDV´��PDUFando a função de adjunto adnominal ao 
FDUDFWHUL]DU�R�VXEVWDQWLYR��$OpP�GLVVR��RV�WHUPRV�³GRV�JDVWRV�JRYHUQDPHQWDLV´�
H� ³GD� FULVH� ILQDQFHLUD´� HVWmR� OLJDGDV� D� ³FUHVFLPHQWR´� TXH� p� XP� VXEVWDQWLYR�
abstrato de ação, o que também denota função de adjunto adnominal. 
GABARITO: A 
 
Desafios do crescimento econômico 
 
A crise do sistema financeiro internacional, que ameaça lançar o mundo 
numa profunda recessão, revela a importância do papel do governo no 
funcionamento da economia em diferentes dimensões, sobretudo na promoção 
de uma melhor operação dos mercados, da estabilidade e do crescimento 
econômico. 
Entretanto, após algumas décadas de excessivo crescimento dos gastos 
governamentais e da crise financeira que se abateu sobre inúmeros governos, 
particularmente em países da América Latina, a eficiência da ação pública 
começou a ser questionada. 
Novamente vigoravam ideias de que as economias deveriam ser 
liberalizadas da ação governamental, de que, quanto menos governo, melhor e 
de que o setor privado por si só resolveria todos os problemas. 
Na realidade, o que se notou foi uma grande confusão. Em vez de 
defendermos um governo eficiente, comprometido com o crescimento 
econômico, acabamos por tentar excluir o governo das funções econômicas, 
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esquecendo seu importante papel. Era muito comum a ideia de que a 
privatização e a liberalização dos mercados seriam condições eficientes para 
que os países entrassem numa rota de crescimento econômico. 
Entretanto, a realidade mostrou que essa bandeira não tem sustentação. 
A crise financeira que estamos atravessando - e não sabemos ainda suas reais 
consequências sobre a economia mundial - realça um fato inconteste: faltou a 
presença do governo, mediante uma regulação mais ativa do mercado 
financeiro. 
Recente estudo promovido pela Comissão para o Crescimento Econômico, 
cujo objetivo primordial é entender o fenômeno do desenvolvimento com base 
na experiência mais exitosa dos países durante as décadas de 1950 a 1980, 
transmite informações relevantes para o entendimento do momento que 
vivemos, ainda que seu objetivo seja totalmente distinto. 
Em primeiro lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis 
virtudes que os mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, 
sem interferências externas, na alocação dos recursos. 
Entretanto, não podemos esquecer que as ações tomadas pelos diversos 
agentes econômicos se baseiam em perspectivas de retornos privados e, 
portanto, na ânsia de obter tais retornos, mercados como o financeiro podem 
gerar instabilidades. O papel da regulação, tarefa que deve ser executada por 
autoridades governamentais, não pode ser esquecido. 
Por outro lado, apesar da virtude dos mercados, não se pode esquecer 
que eles não são garantia para a promoção de desenvolvimento econômico ou 
a melhor distribuição de renda. 
O relatório da comissão enfatiza o papel do governo no processo de 
desenvolvimento econômico, mostrando inicialmente que o processo de 
desenvolvimento é um fenômeno complexo e difícil de ser entendido. "Não 
damos aos formuladores de políticas públicas uma receita ou uma estratégia 
de crescimento. Isso porque não existe uma única receita a seguir." 
Mais adiante, afirma: "Não conhecemos as condições suficientes para o 
crescimento. Podemos caracterizar as economias bem-sucedidas do pós-
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guerra, mas não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu 
êxito nem os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas." 
Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos, especialmente 
quando ouvimos as certezas que dominam a maioria dos analistas econômicos 
espalhados pelo mundo, em especial quando tratam de fornecer fórmulas 
prontas para o crescimento dos países. 
A comissão reconhece que a dificuldade do entendimento sobre o 
fenômeno do crescimento dificulta a ação governamental na definição das 
estratégias a serem seguidas. A recomendação dada é a de que o governo 
"não deve ficar inerte, por temor de malograr; os governos devem testar 
diversos programas e devem ser rápidos em aprender quando dão errado. Se 
dão um passo errado, devem tentar um plano diferente, e não submergir na 
inação ou recuar." 
Outra recomendação dada pela comissão se relaciona com a tentativa de 
adoção de receitas prontas de outros países: "Os planos de ação ruins de hoje 
em geral são os bons planos de ontem, mas aplicados por tempo demasiado." 
Em suma, a comissão defende um governo crível, comprometido com o 
crescimento e eficiente. Um governo forte, capaz de realizar investimentos na 
área de educação, saúde e infraestrutura a fim de elevar a rentabilidade dos 
investimentos privados. 
É com uma ação eficiente do governo e do setor privado que certamente 
poderemos promover o desenvolvimento dos países. 
(Carlos Luque. Folha de São Paulo, 30 de setembro de 2008.) 
 
08. (Senado federal ± 2008 - Analista Legislativo ± FGV) Assinale a 
alternativa em que o termo indicado, no texto, não exerça função sintática de 
sujeito. 
a) a presença do governo 
b) os fatores 
c) ideias 
d) O papel da regulação 
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e) a ideia 
 
Comentário: após analisar os termos no texto, podemos perceber que o 
único que não é sujeito p�³RV�IDWRUHV´�GD�DOWHUQDWLYD�%�� 
a) a presença do governo ± VXMHLWR�GR�YHUER�³IDOWDU´� 
b) os fatores ± REMHWR�GLUHWR�GD�ORFXomR�YHUEDO�³SRGHPRV�DSRQWDU´� 
c) ideias ± VXMHLWR�GR�YHUER�³YLJRUDU´� 
d) O papel da regulação ± VXMHLWR�GD�ORFXomR�YHUEDO�³SRGH�VHU HVTXHFLGR´ 
e) a ideia ± VXMHLWR�GR�YHUER�³VHU´ 
GABARITO: B 
 
Terra, território e diversidade cultural 
 
O voto do ministro Carlos Ayres Britto sobre a reserva Raposa/Serra do 
Sol evidencia a oportunidade de deixarmos para trás os resquícios de uma 
mentalidade colonial e termos um avanço histórico, rumo a uma política 
contemporânea que contemple o diálogo produtivo entre as diversas etnias e 
culturas que compõem um país de dimensões continentais como o Brasil. O 
voto deixa claro, ainda, que o respeito ao espírito e à letra da Constituição de 
1988 é o caminho. 
O relator trouxe à luz o direito inalienável e imprescritível dos índios de 
viver nas terras que tradicionalmente ocupam e de acordo com suas próprias 
culturas. Trouxe, também, o valor de sua contribuição na formação da 
nacionalidade brasileira. 
O ministro mostrou que a afirmação das culturas dos primeiros enriquece 
a vida de todos nós. Basta lembrar o quanto sua relação positiva com a 
natureza tem ajudado na existência da floresta e da megadiversidade brasileira 
como um todo. Quem convive com eles sabe que os indígenas cooperam com 
as Forças Armadas para proteger a floresta de usos ilegais e ajudam no 
monitoramento das fronteiras. 
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Dois pontos, entre vários outros relevantes abordados pelo voto do 
ministro, merecem destaque por suas implicações para a cultura brasileira. Em 
primeiro lugar, a distinção entre terra e território, que expressa a maneira 
sofisticada e inovadora por meio da qual a Constituição de 1988 solucionou 
juridicamente a relação entre as sociedades indígenas e o ambiente em que 
vivem. 
É sabido que a terra não pertence aos índios; antes, são eles que 
pertencem à terra. Por isso mesmo, a Carta Magna, reconhecendo a 
anterioridade dessa relação ao regime de propriedade, concedeu-lhes o 
usufruto das terras que ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e 
conferiu ao Estado o dever de zelar pela sua integridade. A Constituição de 
1988 selou a convivência harmoniosa entre duas culturas, uma que reconhece 
e outra que não reconhece a apropriação da terra pelos homens. 
O segundo ponto refere-se à relação entre terra e cultura, que concerne à 
continuidade do território ou sua fragmentação em ilhas. Quem conhece a 
questão indígena no Brasil sabe que o rompimento da integridade territorial 
implica a morte do modo de vida e, portanto, da cultura e do modo de ser do 
índio. 
Se, em séculos passados, acreditou-se que os índios eram um arcaísmo, 
não é mais possível nem tolerável sustentar tal ponto de vista no século 21. 
Não só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos povos 
tradicionais para o futuro da humanidade, precisamente em virtude de sua 
relação específica com a terra e a natureza, mas também porque a sociedade 
do conhecimento, acelerada construção, não pode prescindir da diversidade 
cultural para seu próprio desenvolvimento. 
Na era da globalização, da cibernetização dos conhecimentos, das 
informações e dos saberes, não faz mais sentido opor o tradicional ao 
moderno, como se este último fosse melhor e mais avançado que o primeiro. 
Com efeito, proliferam na cultura contemporânea, de modo cada vez mais 
intenso, os exemplos de processos, procedimentos e produtos que recombinam 
o moderno e o tradicional em novas configurações. 
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Se a China e a Índia hoje surgem no cenário internacional de modo 
surpreendente, é porque sabem articular inovadoramente a cultura ocidental 
moderna com seus antiquíssimos modos de pensar e agir, demonstrando que o 
desenvolvimento não se dá mais em termos lineares e que o futuro não se 
desenha desprezando e recalcando o passado. 
Por isso, o Brasil - cuja singularidade se caracteriza tanto por sua 
megadiversidade biológica quanto por sua grande sociodiversidade e rica 
diversidade cultural -, precisa urgentemente reavaliar esse patrimônio. Temos 
trabalhado com os povos indígenas no Ministério da Cultura e promovido a 
diversidade cultural como valor e expressão de uma democracia mais plena, 
em que cenas como a defesa da advogada indígena Joênia Batista de Carvalho 
Wapichna se tornem mais que exceções históricas. 
A soberania não se constrói com fantasmas nem paranóias, mas com a 
atualização de nossas forças e nossos potenciais. O ministro Ayres Britto tem 
razão ao sublinhar que não precisamos de outro instrumento jurídico além da 
Constituição de 1988. 
 (Juca Ferreira e Sérgio Mamberti. Folha de São Paulo, 9 de setembro de 2008) 
 
09. (Senado federal ± 2008 - Analista Legislativo ± FGV) "A 
soberania não se constrói com fantasmas nem paranoias, mas com a 
atualização de nossas forças e nossos potenciais." 
Assinale a alternativa em que o termo grifado tenha mesmo valor 
semântico que o do grifado no período acima. 
a) Tudo ficou resolvido com a ajuda dos mais velhos. 
b) Foi possível embrulhar o presente com aquele papel. 
c) Sempre contamos com seu apoio. 
d) Elas saíram com as amigas. 
e) Ele executou a tarefa com raiva. 
 
Comentário: o trecho destacado em "A soberania não se constrói com 
fantasmas nem paranoias, mas com a atualização de nossas forças e nossos 
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potenciais" é um Adjunto Adverbial de Instrumento. A atualização da 
nossas forças e nossos potenciais é o instrumento através do qual a soberania 
VH�FRQVWUyL��2�PHVPR�RFRUUH�HP�³Wudo ficou resolvido com a ajuda dos mais 
velhos´� �DOWHUQDWLYD� $��� SRLV� D� DMXGD� GRV� PDLV� YHOKRV� IRL� R� LQVWUXPHQWR� SHOR�
qual tudo ficou resolvido. ³&RP� D� DMXGD� GRV� PDLV� YHOKRV´� � $GMXQWR�
Adverbial de Instrumento. 
Vejamos a função dos termos destacados nas outras alternativas: 
b) Foi possível embrulhar o presente com aquele papel. ± Adjunto 
Adverbial de Matéria 
c) Sempre contamos com seu apoio. ± Objeto IndireWR�GR�9HUER�³FRQWDU´� 
d) Elas saíram com as amigas. ± Adjunto Adverbial de Companhia. 
e) Ele executou a tarefa com raiva. ± Adjunto Adverbial de Modo. 
GABARITO: A 
 
Terra, território e diversidade cultural 
 
O voto do ministro Carlos Ayres Britto sobre a reserva Raposa/Serra do 
Sol evidencia a oportunidade de deixarmos para trás os resquícios de uma 
mentalidade colonial e termos um avanço histórico, rumo a uma política 
contemporânea que contemple o diálogo produtivo entre as diversas etnias e 
culturas que compõem um país de dimensões continentais como o Brasil. O 
voto deixa claro, ainda, que o respeito ao espírito e à letra da Constituição de 
1988 é o caminho. 
O relator trouxe à luz o direito inalienável e imprescritível dos índios de 
viver nas terras que tradicionalmente ocupam e de acordo com suas próprias 
culturas. Trouxe, também, o valor de sua contribuição na formação da 
nacionalidade brasileira. 
O ministro mostrou que a afirmação das culturas dos primeiros enriquece 
a vida de todos nós. Basta lembrar o quanto sua relação positiva com a 
natureza tem ajudado na existência da floresta e da megadiversidade brasileira 
como um todo. Quem convive com eles sabe que os indígenas cooperam com 
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as Forças Armadas para proteger a floresta de usos ilegais e ajudam no 
monitoramento das fronteiras. 
Dois pontos, entre vários outros relevantes abordados pelo voto do 
ministro, merecem destaque por suas implicações para a cultura brasileira. Em 
primeiro lugar, a distinção entre terra e território, que expressa a maneira 
sofisticada e inovadora por meio da qual a Constituição de 1988 solucionou 
juridicamente a relação entre as sociedades indígenas e o ambiente em que 
vivem. 
É sabido que a terra não pertence aos índios; antes, são eles que 
pertencem à terra. Por isso mesmo, a Carta Magna, reconhecendo a 
anterioridade dessa relação ao regime de propriedade, concedeu-lhes o 
usufruto das terras que ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e 
conferiu ao Estado o dever de zelar pela sua integridade. A Constituição de 
1988 selou a convivência harmoniosa entre duas culturas, uma que reconhece 
e outra que não reconhece a apropriação

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