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1 Resumo Cronograma do Programa / Avaliações Bibliografia Básica Introdução Requisitos dos Materiais em Geral Revisão sobre Estrutura Atômica Estrutura Cristalina Materiais Metálicos Mecanismos de Deformação Plástica e de Aumento da Resistência •Materiais Poliméricos •Materiais Cerâmicos •Materiais Compósitos •Materiais Especiais (Semicondutores, Dielétricos, Supercondutores, Biomateriais) e Materiais Inteligentes 2 Mecanismo de Deformação Plástica • Quando a tensão supera a de escoamento iniciam-se as rupturas das ligações químicas e os movimentos atômicos no interior dos materiais; • Essa deformação é permanente e não modifica o reticulado atômico já que os movimentos são sempre de um número inteiro de parâmetros de rede; • Como os átomos tem uma tendência a rolarem uns sobre os outros, são os esforços de cisalhamento os responsáveis pelos movimentos atômicos. Estes esforços de cisalhamento que são uma resultante dos esforços externos aplicados como tentativa a deformação; • Desta forma mesmo os esforços externos sendo de tração ou compressão, as tensões responsáveis pela deformação plástica serão as de cisalhamento; • No caso dessas forças, as tensões de cisalhamento responsáveis pela deformação serão componentes desses valores externos. 3 As tensões de tração e compressão externas se transformam em componentes de cisalhamento Mecanismo de Deformação Plástica 4 • Observou-se que a força necessária na prática, para se fazer um plano escorregar sobre outro era 20 X menor que o valor teórico calculado. • Isso se deve a presença de um defeito em linha que todos os materiais cristalinos possuem chamado de discordâncias • As discordâncias são planos incompletos de átomos gerados no momento da cristalização devido a má formação dos planos vizinhos. Há dois tipos de discordâncias, a em cunha (a) e a helicoidal (b) ou em espiral. Quando as duas aparecem juntas no material tem-se as discordâncias mistas ou combinadas Mecanismo de Deformação Plástica 5 a) Um cristal perfeito; b) Um plano extra é inserido no cristal (a); c) O vetor de Burgers ḃ equivale à distância necessária para fechar o contorno formado pelo mesmo número de átomos ao redor da discordância de aresta; d) O vetor de Burgers é perpendicular a linha da discordância. Defeitos em Linha – Discordâncias em Linha ou de Aresta (a) (b) (c) Linha da Discordância Vetor de Burgers Mecanismo de Deformação Plástica 6 a) Um cristal perfeito; b) Um degrau gerado em parte do cristal devido ao deslizamento entre planos numa região do cristal (a); c) O vetor de Burgers ḃ equivale à distância necessária para fechar o contorno formado pelo mesmo número de átomos ao redor da discordância em hélice. d) O vetor de Burgers é paralelo a linha de discordância. Defeitos em Linha – Discordâncias em Hélice (a) (b) (c) Linha da Discordância Vetor de Burgers Mecanismo de Deformação Plástica 7 Mecanismo de Deformação Plástica MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS Plano de escorregamento Direção de escorregamento Uma distância interatômica 8 Mecanismo de Deformação Plástica • Uma das maneiras de representar o que acontece quando um material se deforma é imaginar o deslizamento de um plano atômico em relação a do plano adjacente. 9 Mecanismo de Deformação Plástica 10 Mecanismo de Deformação Plástica 11 - Deformação Plástica em Metais por Deslizamento/Escorregamento - Tensão de cisalham ento Direção do movimento Direção do movimento Mecanismo de Deformação Plástica 12 - Deformação Plástica em Metais por Deslizamento/Escorregamento - Características das discordâncias: Geram tensões de tração e compressão no reticulado próximo, além disso podem se repelir (a) ou se anular (b) dependendo da localização dessas forças. Mecanismo de Deformação Plástica 13 - Deformação Plástica em Metais por Deslizamento/Escorregamento - Sistemas de Escorregamento •As discordâncias se movem preferencialmente em direções e planos de maior densidade atômica entre as existentes no sistema cristalino. •Ao lado tem-se o exemplo de um plano de escorregamento e suas 3 direções possíveis dentro desse plano para o sistema C.F.C. Mecanismo de Deformação Plástica 14 - Deformação Plástica em Metais por Deslizamento/Escorregamento - Sistemas de Escorregamento •Um dos planos de escorregamento e uma direção de escorregamento para o sistema C.C.C. Mecanismo de Deformação Plástica 15 - Deformação Plástica em Metais por Deslizamento/Escorregamento - Número de sistemas de escorregamento/deslizamento e sua influência na deformabilidade dos metais • Os metais com estrutura C.F.C. tem 12 sistemas de alta densidade. • Os metais C.C.C. tem 48 sistemas mas com menor densidade atômica. De maneira geral, esses metais deformam menos até a ruptura que os metais C.F.C. • Os metais HC possuem planos de alta densidade atômica mas em número apenas de 3, o que os torna materiais normalmente frágeis. Mecanismo de Deformação Plástica 16 - Deformação Plástica em Metais por Deslizamento/Escorregamento - Sistema de Deslizamento Mecanismo de Deformação Plástica 17 Sistema de Deslizamento CFC Planos: Direções: Mecanismo de Deformação Plástica 18 Sistema de Deslizamento CCC Planos: Direções: Mecanismo de Deformação Plástica 19 • O mecanismo de escorregamento e de deformação plástica, pode ser, inicialmente, mais facilmente entendido em monocristais podendo-se depois extrapolá-lo para policristais. • As forças causadoras da def. plástica são de cisalhamento mas muitas vezes as forças externas são de tração ou compressão como já foi dito. A intensidade da força de cisalhamento atuante sobre os planos dependerá da força externa e dos ângulos dessa força em relação ao plano e a direção de escorregamento. • Quando qualquer dos ângulos forem 90º a força de cisalhamento responsável pelo escorregamento será nula. Se forem de 45º será máxima. A soma dos ângulos não são em geral 90º uma vez que a força e as duas direções não necessitam estar contidas em um mesmo plano. Mecanismo de Deformação Plástica Considere um monocristal de Fe ccc orientado com a tensão de aplicação do esforço externo ao longo da direção [010]. (a) Calcule a tensão cisalhante resolvida (crss) ao longo do plano (110) e na direção [-111] quando uma tensão externa de tração () de 52 Mpa (7500 psi) é aplicada. (b) Se o deslizamento ocorre no plano (110) e na direção [-111], e a tensão cisalhante critica resolvida (crss) é de 30 Mpa (4350) psi, calcule a magnitude da tensão externa de tração () a ser aplicada para iniciar o escoamento (y). Cálculo da Tensão de Escoamento para a Deformação de Monocristais 20 Mecanismo de Deformação Plástica 21 Cálculo da Tensão de Escoamento para a Deformação de Monocristais (a) Uma célula unitária ccc com a direção e o plano de deslizamento bem como a direção de aplicação da tensão são apresentados no diagrama (1). Como indicado, , o ângulo entre a normal do plano (110) e a direção [010] é de 45o. A partir do triângulo ABC no diagrama (2), , o ângulo entre as direções [-111] e [010] é igual a tg(a(2)1/2/a) = 54,7o, sendo a o parâmetro de rede. Dessa forma: )3060(3,21)7,54)(cos45)(cos52(coscos psiMPaMPa ooR (1) (2) (b) A tensão de escoamento, y, por se calculadapor uma das equações dadas anteriormente, tendo em conta os mesmo valores de e do item (a) )10600(4,73 )7,54)(cos45(cos 30 ))(cos(cos psiMPa MPa oo R y Mecanismo de Deformação Plástica 22 • O escorregamento é mais complexo devido ao grande número de grãos com orientações diferentes. • Cada grão possuirá planos e direções de escorregamentos com ângulos distintos dos vizinhos, mesmo se tratando do mesmo sistema de escorregamento. (orientações cristalinas diferentes em cada grão). • Quando se supera a tensão de escoamento inicia o movimento das discordâncias nos grãos melhores orientados com a tensão externa aplicada em relação ao sistema de escorregamento preferencial.Os grãos vizinhos, não tão bem orientados, terminam dificultando a deformação do primeiro. Além das dificuldades das discordâncias passarem pelos contornos de grão. Essas restrições fazem dos materiais policristalinos, materiais mais resistentes que os monocristais. • A deformação generalizada causa distorções também nos grãos indicando o sentido da deformação. Mecanismo de Deformação Plástica 23 Efeito do contorno de grão na resistência dos materiais • Quando uma discordância encontra um contorno de grão ela tem que mudar de direção já que o sistema de escorregamento também muda. Além disso a região do contorno (de 2 a 10 Å) é conturbada onde os átomos não tem uma organização definida. • Assim quanto menores os tamanhos de grão mais contornos estarão no caminho das discordâncias necessitando de mais força de cisalhamento sobre os planos para realizar a deformação plástica. O material fica mais resistente. Mecanismo de Deformação Plástica 24 Deformação por Maclação maclas em peça de bronze • Maclas podem ser causadas por deformações do material, por tensões térmicas ou mecânicas; • Maclas de deformação ocorrem em metais que possuam estruturas cristalinas C.C.C. ou H.C. a baixas temperaturas e a taxas elevadas de carregamento (cargas de impacto), quando existem poucos sistemas de escorregamento operacionais. A formação da macla pode gerar novos sistemas operacionais. Mecanismo de Deformação Plástica 25 Átomos Intersticiais x Interação no Limite de Escoamento As discordâncias criam campos de tensão elástico no cristal ao redor de si e gera um maior desarranjo atômico próximo a sua extremidade, onde os desarranjos não podem ser descritos elasticamente. Consequentemente, os solutos intersticiais (p.ex. C, N, etc.) que são maiores que os vazios intersticiais da matriz preferem ocupar as posições junto a as extremidades das discordâncias e também outras posições da matriz que estão localizadas em locais onde o campos de tensão elástico da discordância ajudam a maximizar o tamanho do desarranjo. Mecanismo de Deformação Plástica 26 1. Aumento da resistência por adição de elemento de liga (formação de solução sólida ou precipitação de fases) 2. Aumento da resistência por redução do tamanho de grão 3. Aumento da resistência por encruamento 4. Aumento da resistência por tratamento térmico Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência Restringir ou dificultar a movimentação das discordâncias torna os metais mais resistentes, mais duros e menos dúcteis. Isso pode ser obtido por quatro maneiras diferentes: 27 Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência - Solução Sólida - Solução Sólida Substitucional: (a) ordenada, (b) não-ordenada. Solução Sólida Intersticial. 28 1- Aumento da resistência por adição de elemento de liga • Os átomos de soluto podem causar tanto tração (átomos menores) como compressão (átomos maiores) na rede cristalina • Os átomos de soluto se alojam na rede próximo às discordâncias de forma a minimizar a energia total do sistema Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 29 EX: INTERAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS EM SOLUÇÕES SÓLIDAS SUBSTITUCIONAIS Quando um átomo de uma impureza esta presente, o movimento da discordância fica restringido, ou seja, deve-se fornecer energia adicional para que continue havendo escorregamento. Por isso soluções sólidas de metais são sempre mais resistentes que seus metais puros constituintes. Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 30 Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência - Solução Sólida - 31 - Solução Sólida - Exemplo para aços: Os elementos de liga ao lado dissolvidos no Fe- (austenita) ou Fe- (ferrita) aumentam a sua dureza por solução sólida e/ou pela precipitação de novas fases de diminutas dimensões, de estrutura cristalina e composição química distinta quando o limite de solubilidade é excedido. Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 32 Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 2. Aumento da resistência por encruamento • É o mais antigo e provavelmente o mais utilizado dentre os mecanismos de endurecimento de metais. • O encruamento é o mecanismo pelo qual um material dúctil se torna mais duro e resistente depois de ter sido submetido a uma deformação plástica. • Durante a deformação plástica, as discordâncias movimentam-se, multiplicam-se, interagem entre si formando “emaranhados”. Para que a movimentação das discordâncias ocorra passa a haver a necessidade de tensões crescentes. 33 Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 2. Aumento da resistência por encruamento 34 Movimento das discordâncias em analogia com a movimento de um tapete:Antes e após trabalho a frio • INÍCIO DA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA A FRIO • ENCRUAMENTO, INTERAÇÃO ENTRE UM NÚMERO CRESCENTE DE DISCORDÂNCIAS: A FORÇA NECESSÁRIA AUMENTA Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 35 Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 2. Aumento da resistência por encruamento 36 Encruamento e microestrutura • Antes da deformação • Depois da deformação Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 37 O encruamento pode ser removido por tratamento térmico (recristalização) • Se os metais deformados plasticamente forem submetidos ao um aquecimento controlado, este aquecimento fará com que haja um rearranjo dos cristais deformados plasticamente, diminuindo a dureza dos mesmos Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 38 Mecanismos que ocorrem no aquecimento de um material encruado ESTÁGIOS: • Recuperação • Recristalização • Crescimento de grão Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 39 • Para anular os efeitos do encruamento e voltar a ter as propriedades anteriores à deformação plástica deve-se fazer um tratamento térmico chamado de recozimento para recristalização que possui 3 etapas: • Recuperação: ocorre um alívio de parte das tensões internas. • Recristalização: (temperatura entre1/3 e 1/2 da temperatura absoluta de fusão, em K ) Nucleiam novos grãos no material com a forma anterior à deformação e as propriedades mecânicas voltam aos valores originais • Crescimento de grãos: Após a recristalização estar completa, os novos grãos continuarão a crescer, prejudicando as propriedades mecânicas e a resistência ao choque Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 40 Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 41 3- Aumento da resistência por diminuição do tamanho de grão Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 42 Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência• Quando uma discordância encontra um contorno de grão ela tem que mudar de direção já que o sistema de escorregamento também muda. Além disso a região do contorno (de 2 a 10 Å) é conturbada onde os átomos não tem uma organização definida. • Assim quanto menores os tamanhos de grão mais contornos estarão no caminho das discordâncias necessitando de mais força de cisalhamento sobre os planos para realizar a deformação plástica. O material fica mais resistente. 3- Aumento da resistência por diminuição do tamanho de grão 43 Concentração de discordâncias na região adjacente a um contorno de grão. Microscópio eletrônico de transmissão 60.000 vezes Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 44 • Operações de aquecimento de um material a uma dada temperatura e resfriamento após um certo tempo, em condições controladas, com a finalidade de dar ao material propriedades especiais. • São executados por alteração da velocidade de aquecimento/resfriamento e da temperatura de aquecimento ou da temperatura a que são resfriados ou de ambos. • Devido a: cristalização/recristalização ou mudança de fase (transformação e/ou precipitação). • Está associado diretamente ao tipo de material. Portanto, deve ser escolhido desde o início do projeto. Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 4. Aumento da resistência por tratamento térmico 45 Solubilização e Envelhecimento/Precipitação Microestrutura de equilíbrio com o precipitado grosseiro nos contornos de grão Fina dispersão de precipitados no interior dos grãos. 100% solução sólida e após a tempera solução sólida superaturada de Cu Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 46 - Precipitação / Envelhecimento - (a) solução sólida . (b) Envelhecido; a precipitação de está apenas iniciada. Como, neste estágio, as duas estruturas são coerente, existe um campo de tensões ao redor do precipitado. (c) superenvelhecido. Tem-se duas fases distintas e não coerentes, e . Um número limitado de átomos soluto interferem ao máximo com o movimento das discordâncias na situação (b), ou seja, precipitados menores são mais efetivos no endurecimento por precipitação. Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 47 - Precipitação / Envelhecimento - Tempo de Envelhecimento a uma dada Temperatura R e s is tê n c ia e D u re z a Pico do envelhecimento (condição otimizada em tamanho e distribuição de precipitados para promover endurecimento) Solução Sólida Supersaturada Superenvelhecimento (coalescimento de precipitados) Sub-envelhecida (precipitados pequenos e em crescimento) Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 48 Resfriamento mais acerelado Dureza 30 a 40 (HR C) Perlita fina, 3000x. Resfriamento mais lento Dureza 5 a 20 (HR C) Perlita grosseira, 3000x. - Precipitação / Segunda Fase - Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 49 - Tratamento Térmico - Têmpera e Revenido Martensita de Ligas Ferrosas Têmpera: Tratamento térmico que consiste no aquecimento da liga metálica até uma temperatura alta (p.ex. Aços - campo de estabilidade da estrutura cfc – austenita) e por um dado tempo, seguido de resfriamento rápido para de uma fase mais dura, chamada de martensita (tcc), e impede a formação da estrutura ccc. Revenimento: Tratamento térmico posterior a têmpera que faz no aquecimento a martensita reverta reticulado instável ao reticulado estável cúbico centrado, produz reajustamentos internos que aliviam as tensões e, além disso, uma precipitação de partículas de carbonetos que crescem e se aglomeram, de acordo com a temperatura e o tempo. Normalmente diminui a dureza do material e maior será o decréscimo quanto maior for a temperatura do tratamento. Efeito da temperatura de revenido sobre a dureza e a resistência ao choque (expressa em valores Charpy) de um aço 1045 temperado. Propriedade na condição temperada Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 50 - Tratamento Térmico - Têmpera e Revenido Martensita de Ligas Ferrosas Liga de Fe-Ni (Fundo claro austenita e regiões com aspecto de folha/penas referem-se a martensita) Noções sobre Mecanismo de Aumento da Resistência 51 Cronograma do Programa / Avaliações Bibliografia Básica Introdução Requisitos dos Materiais em Geral Revisão sobre Estrutura Atômica Estrutura Cristalina Materiais Metálicos Mecanismos de Deformação Plástica e de Aumento da Resistência Materiais Poliméricos •Materiais Cerâmicos •Materiais Compósitos •Materiais Especiais (Semicondutores, Dielétricos, Supercondutores, Biomateriais) e Materiais Inteligentes Resumo 52 Materiais Poliméricos 53 Materiais Poliméricos 54 Materiais Poliméricos 55 Materiais Poliméricos 56 Materiais Poliméricos 57 Materiais Poliméricos 58 Materiais Poliméricos 59 Materiais Poliméricos 60 - “Definição” - A palavra polímero vem do grego poli (muitas) + mero (partes), e é exatamente isto, a repetição de muitas unidades (poli) de um tipo de composto químico (mero). E polimerização é o nome dado ao processo no qual as várias unidades de repetição (monômeros) reagem para gerar uma cadeia de polímero. Materiais Poliméricos 61 - “Estrutura de Repetição” - Polímero Estrutura de Repetição Polietileno (PE) Polipropileno (PP) Cloro Polivinil (PVC) Politetrafluoretileno (PTFE) Poliestireno (OS) Materiais Poliméricos Este símbolo denota um anel aromático 62 - “Estrutura de Repetição” - Polímero Estrutura de Repetição Polimetil metacrilato (PMMA) Polihexametileno adipamido (Nylon 6.6) Fenol-formaldeído (Baquelite) Materiais Poliméricos 63 - “Tipos de Polímeros” - Existe no mercado uma grande quantidade de tipos de polímeros, derivados de diferentes compostos químicos. Cada polímero é mais indicado para uma ou mais aplicações dependendo de suas propriedades físicas, mecânicas, elétricas, óticas, etc. Os tipos de polímeros mais consumidos atualmente são os polietilenos, polipropilenos, poliestirenos, poliesters e poliuretanos; que devido a sua grande produção e utilização são chamados de polímeros commodities. Outras classes de polímeros, como os poliacrilatos, policarbonatos e fluorpolímeros tem tido uso crescente. Vários outros polímeros são fabricados em menor escala por terem uma aplicação muito específica ou devido ao seu custo ainda ser alto e por isso são chamados de plásticos de engenharia. Uma nova classe de polímeros biológicos (biopolímeros) tem sido o foco deatenção de muitas pesquisas devido a suas aplicações no campo da medicina. Materiais Poliméricos 64 - “Definições Gerais de Polímeros” - a) Monômero Composto químico cuja polimerização irá gerar uma cadeia de polímero. b) Homopolímero Macromolécula derivada de um único tipo de monômero. c) Copolímero Macromolécula contendo dois ou mais tipos de monômeros em sua estrutura. d) Termoplástico Polímero que amolece e pode fluir quando aquecido. Quando resfriado ele endurece e mantém a forma que lhe é imposta. O aquecimento e o resfriamento podem ser repetidos muitas vezes. Materiais Poliméricos 65 - “Definições Gerais de Polímeros” - e) Termofixo Polímero que não pode ser dissolvido ou aquecido até altas temperaturas de forma a permitir deformação contínua. Os termoplásticos se tornamtermofixos através de crosslinks (ramificações). f) Crosslink (ramificações) Ligações químicas cruzadas entre cadeias de polímeros. Muitas cadeias podem se ligar uma nas outras formando uma rede de polímeros. g) Grau de polimerização (DP) É o número de unidades monoméricas presentes na molécula do polímero. Materiais Poliméricos 66 - “Estrutura/Arquitetura Molecular” - Materiais Poliméricos 67 - “Peso Molecular” - Como uma cadeia de polímero é formada pela adição de uma grande quantidade de monômeros, durante a polimerização, cadeias com diferentes comprimentos serão formadas, e portanto, uma distribuição de comprimentos de cadeia será obtida. Conseqüentemente, uma distribuição de pesos moleculares também existirá, não sendo possível obter um valor único e definido para o peso molecular do polímero. Sendo que este deve ser calculado baseado numa média dos pesos moleculares da distribuição. Distribuição de pesos moleculares e representação dos pesos moleculares médios (Mw e Mn). Materiais Poliméricos 68 - “Peso Molecular” - Materiais Poliméricos 69 - “Peso Molecular” - Materiais Poliméricos 70 - “Peso Molecular” - As propriedades mecânicas e o comportamento do polímero durante o processamento são altamente dependentes do tamanho médio e da distribuição de comprimentos das cadeias de polímero. Embora a estrutura química do polímero seja igual, pesos moleculares diferentes podem mudar completamente as propriedades do polímero (propriedades físicas, mecânicas, térmicas, algumas reológicas, de processamento e outras), e por esta razão, os polímeros são caracterizados principalmente por seu peso molecular. Tanto o peso molecular quanto a distribuição de pesos moleculares são determinadas pelas condições operacionais da reação, sendo que diferentes condições operacionais produzirão polímeros com pesos moleculares médio diferentes. Devido à grande competição industrial, são de extrema importância: a habilidade de poder controlar o peso molecular do polímero durante sua produção; e o entendimento de como o peso molecular influencia nas propriedades finais do polímero. Materiais Poliméricos 71 - “Peso Molecular” - Materiais Poliméricos 72 - “Estrutura/Arquitetura Molecular” - Além do peso molecular médio, a arquitetura molecular do polímero e sua conformação molecular irão influenciar as propriedades do polímero e, portanto devem ser entendidas. Os polímeros podem ser lineares, ramificados ou em rede. Polímero Linear Nos polímeros lineares, cada monômero é ligado somente a outros dois monômeros, existindo a possibilidade de ramificações pequenas que são parte da estrutura do próprio monômero. Exemplos: estireno e polimetilmetacrilato Materiais Poliméricos 73 - “Estrutura/Arquitetura Molecular” - Polímero Ramificado Nos polímero ramificados, um monômero pode ser ligar a mais de dois outros monômeros, sendo que as ramificações não são da estrutura do próprio monômero. Exemplo: poliacetato de vinila e polietileno Polímero em Rede Nos polímero em rede (crosslinked), as ramificações do polímero se interconectam formando um polímero com peso molecular infinito. Um polímero é considerado de peso molecular infinito quando seu valor é maior do que o peso molecular que os equipamentos de análise conseguem medir. Materiais Poliméricos 74 - “Estado de Conformação” - Polímero Amorfo As cadeias do polímero estão em estado desorganizado, arranjadas em espirais randômicas e sem que haja um ponto de derretimento fixo. Polímero Cristalino As cadeias do polímero estão em estado ordenado, existindo uma forma definida. Possui um ponto de derretimento definido. Polímero Semi-Cristalino Em geral, os polímeros não são nem totalmente amorfos, nem totalmente cristalinos, se apresentando num estado intermediário. Este estado intermediário é definido pelo grau de cristalinidade do polímero. Materiais Poliméricos 75 - “Amorfo x Cristalino” - Materiais Poliméricos 76 - “Cristalinidade” - Região de alta cristalinidade Região Amorfa Quando maior o grau de cristalinidade, maior é a organização das cadeias de polímero. O conhecimento do grau de cristalinidade de um polímero é importante, pois facilita na seleção do material a ser usado em diferentes aplicações. Em geral, os polímeros não são nem totalmente amorfos, nem totalmente cristalinos. Materiais Poliméricos 77 - “Fatores que Influenciam no Grau de Cristalinidade” - •A natureza química da cadeia do polímero é o principal fator que influencia na probabilidade de um polímero exibir uma estrutura cristalina. •Cadeias de baixo peso molecular favorecem uma maior cristalinidade. •Polímeros capazes de formar ligações intermoleculares distribuídas ao longo da cadeia favorecem um maior grau de cristalinidade. •Homopolímeros possuem maiores condições de formar uma estrutura mais cristalina do que copolímeros randômicos. Isto porque os copolímeros possuem uma distribuição não uniforme de forças intermoleculares. Continua ... Materiais Poliméricos 78 - “Fatores que Influenciam no Grau de Cristalinidade” - Continuação ... •Polímeros de monômeros contendo grupos laterais grandes ou ramificações tem menor grau de cristalinidade, pois o maior empacotamento das cadeias é inibido. •Pressão e temperatura podem influenciar na cristalinidade. •Após a moldagem do polímero, a cristalinidade do polímero ainda pode ser modificada através do processo de annealing, no qual através do aquecimento do polímero as cadeias podem se movimentar mais livremente formando estruturas cristalinas (cristalitos) adicionais. Materiais Poliméricos 79 - “Conformação das Cadeias” - A designação comum para o monômero é dada por: A designação comum para o monômero é dada por: Materiais Poliméricos 80 - “Conformação das Cadeias” - A designação comum para o monômero é dada por: Dependendo da forma com que a ligação entre os monômeros ocorre, podemos ter três tipos diferentes de conformação de cadeias: Materiais Poliméricos 81 - Efeito da Temperatura em Termoplásticos - Efeito da temperatura na estrutura e no comportamento dos termoplásticos Materiais Poliméricos 82 - Efeito da Temperatura em Termoplásticos - Efeito da temperatura no módulo de elasticidade para um termoplástico amorfo. As temperaturas Tg e Tf não ocorrem em temperaturas fixas. Materiais Poliméricos 83 - Efeito da Temperatura em Termoplásticos - Correlação entre a densidade e a temperatura de um polímero. As temperaturas de fusão e vítrea são mostradas. Observe que a Tg e Tf não são fixas, mas sim faixas de temperaturas. Materiais Poliméricos 84 - Deformação de Polímeros - Curva tensão-deformação do Náilon- 6/6, que é um polímero típico. A formação do pescoço polímeros amorfos não é estável, uma vez que o alinhamento das cadeias poliméricas no local aumenta a resistência desta região e reduz a taxa de deformação. Materiais Poliméricos 85 - Deformação de Polímeros - Deformação Tensão -40 ºC Tg = 100 ºC 68 ºC 104 ºC 140 ºC Abaixo Tg Acima Tf Entre Tg e Tf flexível elástico viscoso Tg = temperatura de transição vítrea Tf ou Tm = temperatura de fusão Materiais Poliméricos 86 - Deformação de Polímeros - Materiais Poliméricos 87- Deformação de Polímeros - Efeito da temperatura ao longo do tempo sob o processo de ruptura do polietileno de alta densidade. Curvas de fluencia do acrílico (PMMA) (linhas tracejadas) e polipropileno (linhas contínuas) a 20ºC sob várias tensões. Materiais Poliméricos 88 - Deformação de Polímeros - (a) Elastômero sem reticulações (ligações cruzadas): a aplicação de uma tensão causa deformação tanto elástica quanto plástica. Após a remoção da tensão, o elastômero fica permanentemente deformado. (b) Elastômero com reticulação: o elastômero pode sofrer grande deformação elástica; contudo, quando a tensão é removida, o elastômero retorna à sua forma original. Materiais Poliméricos 89 - Deformação de Polímeros x Métodos de Avaliação - Ensaio de Tração Ensaio de Impacto Ensaio de Dureza Materiais Poliméricos 90 - “Aplicações” - As aplicações dos polímeros são as mais diversas, fazendo parte de nosso cotidiano. Materiais Poliméricos 91 - “Aplicações” - Materiais Poliméricos 92 Resumo Cronograma do Programa / Avaliações Bibliografia Básica Introdução Requisitos dos Materiais em Geral Revisão sobre Estrutura Atômica Estrutura Cristalina Materiais Metálicos Mecanismos de Deformação Plástica e de Aumento da Resistência Materiais Poliméricos Materiais Cerâmicos •Materiais Compósitos •Materiais Especiais (Semicondutores, Dielétricos, Supercondutores, Biomateriais) e Materiais Inteligentes 93 Os materiais cerâmicos são combinações de elementos metálicos e não metálicos, frequentemente óxidos, nitretos e carbetos. Nesta classificação, existe um grande número de materiais, como: argilas, cimentos e vidros. Materiais Cerâmicos - Definição- 94 Apresentam ligações tipo iônicas ou covalentes, sendo isolantes elétricos e térmicos. Os cerâmicos são em geral resistentes e muito frágeis. São resistentes à elevadas temperaturas e muito resistentes a ambientes corrosivos. Materiais Cerâmicos - Definição- 95 Cerâmica (Keramikos) = matéria-prima queimada. As propriedades só são atingidas após um tratamento térmico de alta temperatura – conhecido como ignição. Materiais Cerâmicos - Definição- 96 Classificação dos Materiais Cerâmicos de acordo com a aplicação Materiais Cerâmicos - Classificação quanto a aplicação- 97 Materiais Cerâmicos - Classificação quanto a aplicação- 98 Cerâmicas Cristalinas: O deslocamento de discordâncias é muito difícil – íons com mesma carga elétrica são colocados próximos uns dos outros – REPULSÃO; No caso de cerâmicas onde a ligação covalente predomina o escorregamento também é difícil – LIGAÇÃO FORTE. Cerâmicas Amorfas: Não há uma estrutura cristalina regular – NÃO HÁ DISCORDÂNCIAS; Materiais se deformam por ESCOAMENTO VISCOSO. A resistência à deformação em um material não-cristalino é medida por intermédio de sua viscosidade. Materiais Cerâmicos - Estrutura cristalina - 99 -Características – “Ligação Atômica do Tipo Puramente Iônica a totalmente Covalente” Característica de materiais cerâmicos Célula Unitária Estrutura Cúbica do Diamante Materiais Cerâmicos 100 -Características – “Ligação Atômica do Tipo Puramente Iônica a totalmente Covalente” Percentual de Caráter Iônico Percentual de Caráter Iônico XA e XB eletronegatividade dos respectivos elementos Materiais Cerâmicos 101 -Características – “Ligação Atômica do Tipo Puramente Iônica a totalmente Covalente” Percentual de Caráter Iônico XA e XB eletronegatividade dos respectivos elementos Materiais Cerâmicos 102 Característica de materiais cerâmicos -Características – “Ligação Atômica do Tipo Puramente Iônica a totalmente Covalente” Materiais Cerâmicos 103 -Características – “Número de Coordenação” Estável Estável Instável ânion cátion Materiais Cerâmicos 104 -Características – “Número de Coordenação” Materiais Cerâmicos 105 -Características – “Raio Iônico para Número de Coordenação 6” Cátion Raio Iônico (nm) Ânion Raio Iônico (nm) Materiais Cerâmicos 106 Estrutura AX - NaCl CFC Número de coordenação 6 (Ânion / Cátion) Estrutura AX - CsCl CS Número de coordenação 8 (Ânion/ Cátion) - Estruturas Cristalinas - Materiais Cerâmicos 107 Estrutura AX - ZnS CFC Número de coordenação 4 (Ânion / Cátion) Estrutura AX2 - CaF2 CS Número de coordenação 4 (Ânion) e 8 (Cátion) - Estruturas Cristalinas - Materiais Cerâmicos 108 Estrutura ABX3 - BaTiO3 CFC Número de coordenação 6 (Ânion) e 12(A) e 6(B) (Cátion) - Estruturas Cristalinas - Materiais Cerâmicos 109 - Estruturas Cristalinas - Materiais Cerâmicos 110 Estrutura do Diamante Estrutura do Grafite Átomos de Carbono - Estruturas Cristalinas - Materiais Cerâmicos 111 - Fases Cerâmicas - Os materiais cerâmicos contém fases que são compostos de elementos metálicos e não-metálicos (vidros, tijolos, concretos, refratários, isolantes elétricos, etc.) Ex.: Material Cerâmico – MgO (refratário – funde a 2500ºC) Fases cerâmicas são inúmeras pois: Há muitas possibilidades de combinação de átomos metálicos e não-metálicos. Podem existir arranjos estruturais diferentes para a mesma combinação A maioria das fases cerâmicas são cristalinas (como os metais). Os elétrons são compartilhados por covalência ou são transferidos de um átomo para outro formando ligações iônicas. As ligações covalentes e iônicas conferem: alta dureza (intensa atração entre os átomos), alta resistência química, alto ponto de fusão, baixa condutividade elétrica e térmica não tem e- livres (conduzem melhor em T elevadas) Materiais Cerâmicos 112 - Estrutura Cristalina dos Silicatos - Os silicatos compõem a maioria dos produtos cerâmicos porque são abundantes, baratos e possuem propriedades úteis. A unidade estrutural dos silicatos é o tetraedro SiO4-. Um atomo de Si é cercado tetraedricamente por átomos de O. As forças que unem, estes átomos são intermediárias entre as das ligações covalentes e iônicas, consequentemente, estes átomos estão fortemente ligados Os oxigênios do tetraedro devem compartilhar mais um elétron e isso pode ser feito com outros metais (em silicatos de Al, Mg, Ca, Zr,...) ou com outros tetraedros de Si. Materiais Cerâmicos Várias estruturas de silicatos surgem das diferentes maneiras de segundo as quais as unidades de SiO4 4- podem ser combinadas em arranjos unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais. 113 Para os vários minerais à base de silicato, um, dois ou três dos átomos de oxigênio nos vértices dos tetraedros de SiO4 4- são compartilhados por outros tetraedros para formar algumas estruturas consideravelmente mais complexas, tais como SiO4 4-, Si2O7 6-, Si3O9 6-, e assim por diante. Nessas estruturas, cátions carregados positivamente, como Ca2+, Mg2+ e Al3+ servem a dois propósitos: Compensam as cargas negativas da unidade de SiO4 4- neutralidade de cargas. Esses cátions ligam ionicamente entre si os tetraedros de SiO4 4-. Materiais Cerâmicos 114 - Estrutura Cristalina dos Silicatos - classificação Materiais Cerâmicos 115 - Estrutura Cristalina dos Silicatos - Materiais Cerâmicos116 - Estrutura Cristalina dos Silicatos - Materiais Cerâmicos 117 - Estrutura Cristalina dos Silicatos - Materiais Cerâmicos 118 - Estrutura Cristalina dos Silicatos - Materiais Cerâmicos 119 -Estrutura Cristalina dos Silicatos – “Estrutura Vítrea” Materiais Cerâmicos A sílica também pode ser constituída na forma de um sólido não-cristalino ou vidro, com um elevado grau de aleatoriedade atômica, o que é uma característica dos líquidos; tal maneira é conhecida por sílica fundida ou sílica vítrea. A estrutura tetraédrica é SiO4 4- é a unidade básica (como na sílica cristalina); além dessa estrutura existe uma desordem considerável. (a) (b) Esquemas bidimensionais da estrutura do dióxido de silício cristalino (a) e do dióxido de silício não-cristalino (b). 120 -Estrutura Cristalina dos Silicatos – “Estrutura Vítrea” Materiais Cerâmicos Outros óxidos (p.e. B2O3 e GeO2) podem também formar estruturas vítreas; Esses materiais, como o SiO2, são conhecidos como formadores de rede. Os vidros inorgânicos comuns que são usados para recipientes, janelas, e assim por diante, são vidros à base de sílica, aos quais foram adicionados outros óxidos, tais como CaO e Na2O. Esses óxidos não formam redes poliédricas (seus cátions são incorporados no interior e modificam a rede do SiO4 4-) e são conhecidos como modificadores de rede. 121 Ainda outros óxidos, como o TiO2 e o Al2O3 que não são formadores de rede, substituem o silício e se tornam parte da rede, a estabilizando óxidos intermediários. Qual o efeito deles??? A adição desses modificadores e óxidos intermediários diminui o ponto de fusão e a viscosidade de um vidro, tornando mais fácil a sua conformação a temperaturas mais baixas. -Estrutura Cristalina dos Silicatos – “Estrutura Vítrea” Materiais Cerâmicos 122 -EFEITO DA ESTRUTURA NO COMPORTAMENTO DAS CERÂMICAS– COMPORTAMENTO MECÂNICO: Materiais Cerâmicos 123 -EFEITO DA ESTRUTURA NO COMPORTAMENTO DAS CERÂMICAS– COMPORTAMENTO MECÂNICO: Teoricamente, cerâmicas têm alta resistência à tração; na prática é baixa pois qualquer irregularidade (fissuras, poros, contorno de grão, canto vivo (interno), etc.) produz concentração de tensões e ocorrerá ruptura, se esta ultrapassar o limite de resistência à tração do material. Uma vez iniciada a fratura, esta se propaga facilmente, pois a concentração de tensões é aumentada conforme a fratura progride. Materiais Cerâmicos 124 -EFEITO DA ESTRUTURA NO COMPORTAMENTO DAS CERÂMICAS– COMPORTAMENTO MECÂNICO: Materiais Cerâmicos 125 -EFEITO DA ESTRUTURA NO COMPORTAMENTO DAS CERÂMICAS– COMPORTAMENTO MECÂNICO: As fibras de vidro podem apresentar limites de resistência à tração de até aproximadamente 700 kgf/mm2, provavelmente devido à ausência quase completa de defeitos estruturais. O vidro “temperado” tem grande resistência à tração pois a superfície é resfriada (endurecida) primeiro. quando o centro é resfriado sua contração pressiona a superfície no sentido de “encolher” (compressão) e, para deformá- lo após isto é necessário vencer (anular) esta compressão antes. Devido à tração no interior, uma fissura que chegue lá será autopropagante (como vidro de carro, quando quebra) Materiais Cerâmicos 126 - Processamento - Materiais Cerâmicos 127 Resumo Cronograma do Programa / Avaliações Bibliografia Básica Introdução Requisitos dos Materiais em Geral Revisão sobre Estrutura Atômica Estrutura Cristalina Materiais Metálicos Mecanismos de Deformação Plástica e de Aumento da Resistência Materiais Poliméricos Materiais Cerâmicos Materiais Compósitos •Materiais Especiais (Semicondutores, Dielétricos, Supercondutores, Biomateriais) e Materiais Inteligentes 128 Materiais Conjugados / Compósitos - Introdução - Tecnologias modernas exigem materiais com combinações incomuns de propriedades que não podem ser atendidas pelas ligas metálicas, cerâmicas e materiais poliméricos convencionais. Exemplo: Materiais com baixa densidade mas fortes e rígidos, resistentes à abrasão e ao impacto e que não corroam. Material multifásico possuindo proporções significativas das propriedades de cada uma das fases conseguindo-se uma melhor combinação de propriedades. A madeira é um compósito natural: • Fibra de celulose flexíveis e resistentes • Lignina , resina mais rígida que mantém as fibras unidas 129 - Introdução - Um compósito industrial consiste em um material artificialmente multifásico onde as fases devem ser quimicamente diferentes, separadas por uma interface. Logo todo material compósito apresenta duas fases: •FASE MATRIZ: É contínua e envolve a fase dispersa •FASE DISPERSA As propriedades de um material compósito dependem de: •Propriedades das fases constituintes •Das quantidades relativas das fases constituintes •Da geometria da fase dispersa Materiais Conjugados / Compósitos 130 - Tipos de Compósitos - Compósitos Grandes Partículas Reforçado por Partículas Reforçado por Fibras Estrutural Endurecimento por dispersão Continuas (alinhada) Descontinuas (curta) Alinhadas Randomicamente Orientadas Laminadas Painéis Sanduíches Materiais Conjugados / Compósitos 131 - Compósitos Reforçados com Partículas - Características gerais: Em geral a fase particulada é mais dura e mais rígida que a matriz. A matriz transfere parte da tensão aplicada às partículas que suportam uma fração da carga. Diâmetro das partículas de 0,01 μm até 0,1μm para dispersões com partículas pequenas. Materiais Conjugados / Compósitos 132 - Compósitos Reforçados com Partículas - Concreto: •Cimento-matriz •Areia e brita - particulados Cermetos (metais + cerâmicas): •WC + Co (micrografia ao lado) ou Ni •TiC + Co ou Ni •Dureza (cerâmico)+tenacidade(metal) Materiais Conjugados / Compósitos 133 Materiais Conjugados / Compósitos PROPRIEDADES DA MATRIZ Matrizes poliméricas têm em geral baixa resistência e baixo ponto de fusão Matrizes metálicas têm maior resistência e maior ponto de fusão, mas são mais pesadas Podem ser usadas matrizes cerâmicas para resistência a temperaturas extremamente elevadas, perdendo-se tenacidade LIGAÇÃO FIBRA-MATRIZ Se não houver boa aderência da matriz à fibra, não há distribuição de esforços eficiente O coeficiente de expansão térmica deve ser muito semelhante entre fibras e matriz FRAÇÃO EM VOLUME DE FIBRAS Quanto maior for este valor, maior será a resistência do compósito, até um valor limite de 80%, a partir do qual deixa de haver “molhagem” total das fibras pela matriz. 134 - Compósitos Reforçados com Fibras - Em geral deseja-se nesses materiais alta resistência, tenacidade e rigidez em relação ao seu peso. Exemplo de fibras: • De vidro • De carbono • De aramida Exemplos de matrizes: Em geral metais ou polímeros, pois se deseja alguma dutilidade da matriz, e as fibras já são frágeis, mas pode ser cerâmicas também (matriz frágil e fibras frágeis) Materiais Conjugados / Compósitos 135 - Compósitos Reforçados com Fibras - Compósito reforçado com fibras: •Continuo e alinhado (Fig. (a) ao lado) boa melhora na resistência •Descontínuo (curto): Fibra curta poucamelhora na resistência. • Alinhado (Fig. (b) ao lado) •Orientado aleatoriamente (Fig. (c) ao lado) Materiais Conjugados / Compósitos 136 - Comportamento Mecânico de Compósitos Reforçados com Fibras - Materiais Conjugados / Compósitos 137 COMPÓSITOS DE MATRIZ POLIMÉRICA MATRIZ Termoplásticos Termoendurec. REFORÇO Fibras plásticas Fibras Carbono Fibras Vidro Cerâmicos Metais PET PP etc EP, PF PEEK etc PP Aramid HM HS E S SiC Al2O3 B Arame COMPÓSITOS DE MATRIZ POLIMÉRICA MATRIZ Termoplásticos Termoendurec. REFORÇO Fibras plásticas Fibras Carbono Fibras Vidro Cerâmicos Metais PET PP etc EP, PF PEEK etc PP Aramid HM HS E S SiC Al2O3 B Arame Materiais Conjugados / Compósitos 138 - Compósitos Reforçados com Fibras - Resistências à tração na direção longitudinal e transversal às fibras. Materiais Conjugados / Compósitos 139 - Compósitos com Matriz de Polímeros - Com fibra de vidro: Diâmetro da fibra de 3 a 20 μm (pisos industriais, recipientes para armazenamento tubulações) Com fibra de carbono: (equipamentos esportivos, componentes estruturais de aeronaves, Hélice de helicóptero) Com fibra de aramida: Nomes comerciais Kevlar e Nomex + epoxi ou poliester. (Cordas,coletes a prova de bala, carcaça de mísseis, substituição do amianto em freios, embreagem gaxetas etc) Materiais Conjugados / Compósitos 140 - Compósitos com Matriz de Polímeros - Comparação entre as propriedades de um polímero sem e com o reforço de fibras de vidro Materiais Conjugados / Compósitos 141 - Compósitos com Matriz de Polímeros - Comparação entre as propriedades de um polímero sem e com o reforço de fibras de vidro Materiais Conjugados / Compósitos 142 - Compósitos de Matriz Metálica - Resiste à temperaturas mais altas que com matriz polimérica. FIBRAS: (entre 10 e 60% em volume) • de Carbono • de Carbeto de Silício (SiC). • de Alumina e partículados em geral. MATRIZ: •Superligas: (a base de Niquel, Cobalto, Molibdênio. •Ligas de alumínio •Ligas de magnésio •Ligas de titânio •Ligas de cobre Materiais Conjugados / Compósitos 143 - Compósitos de Matriz Metálica - Comparação entre as propriedades de vários compósitos metal-reforço de fibra. Materiais Conjugados / Compósitos 144 - Processamento dos compósitos reforçados com fibras - Pultrusão: Para produção de formatos de seção reta constante (barras tubos vigas). Mechas ou cabos de fibras são impregnados com uma resina termofixa, sendo então estirados através de um molde de aço aquecido. Passa na seqüência em um molde de cura aquecido que confere a peça sua forma final. Matrizes usuais: Poliésteres, ésteres vinílicos, resinas epoxi. Fibras usuais: De vidro , carbono, aramida Materiais Conjugados / Compósitos
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