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Apostila II - Esplancnologia (3)

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APOSTILA DE ANATOMIA HUMANA 
Esplancnologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático dos Professores: 
Márcio Oliveira 
Régis Correia 
José Roberto Pimenta de Godoy 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORAÇÃO AO CADÁVER DESCONHECIDOORAÇÃO AO CADÁVER DESCONHECIDOORAÇÃO AO CADÁVER DESCONHECIDOORAÇÃO AO CADÁVER DESCONHECIDO 
 
"Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo 
nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o agasalhou, sorriu 
e sonhou os mesmo sonhos das crianças e dos jovens; por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros 
que partiram, acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa, sem que por ele tivesse derramado uma 
lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas o destino inexorável deu-lhe o poder 
e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente" 
 
Karel Rokitansky (1876) 
Ao cadáver, respeito e agradecimento 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
3 
ANATOMIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
1. GENERALIDADES 
O sistema circulatório pode ser separado em sistema cardiovascular e sistema 
linfático. O sistema cardiovascular inclui o coração, que funciona como uma bomba 
propulsora para o sangue, e os vasos sanguíneos, que transportam o sangue através 
do corpo. O sistema linfático consiste de órgãos que participam da resposta imune e 
vasos, que coletam o líquido intersticial e o transportam para o sistema cardiovascular. 
O sistema cardiovascular é um sistema fechado, pois o sangue que o percorre 
não deixa o sistema; é um sistema duplo, pois contém dois tipos de sangue, um arterial 
e outro venoso; e é um sistema completo, pois os dois tipos de sangue não se 
misturam. 
 
2. POSIÇÃO DO CORAÇÃO 
O coração está localizado na cavidade torácica, na região do mediastino médio, 
onde está disposto de forma oblíqua. Aproximadamente 70 a 75% do coração está 
localizado à esquerda do plano mediano, enquanto que 25 a 30% está localizado à 
direita do mesmo. 
Figura 1 –Coração in situ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
4 
A porção central da cavidade torácica, entre as pleuras, é denominada 
mediastino. Estende-se desde a abertura torácica superiormente, até o diafragma 
inferiormente; desde o esterno anteriormente, até os corpos das vértebras torácicas 
posteriormente. O mediastino pode ser dividido em partes superior e inferior, sendo esta 
última subdividida em partes anterior, média e posterior (Figura 2). 
 
Figura 2 – Divisão do Mediastino – Vista Lateral do Tórax Seccionado Sagitalmente 
 
II – VIII – Vértebras Torácicas 
 AE – Ângulo do esterno 
 MS – Mediastino Superior 
 MA – Mediastino Anterior 
 MM – Mediastino Médio 
 MP – Mediastino Posterior 
 
 
 
 
 
 
 
 
DI DIO, L. Tratado de Anatomia Sistêmica Aplicada. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2002. 
 
3. FORMA DO CORAÇÃO 
O coração não possui forma estabelecida quando ativo, porém, quando em 
repouso, possui a forma de um cone invertido, com o tamanho aproximado de uma mão 
fechada. Pesa em média 255 gramas nas mulheres adultas e 310 gramas em homens 
adultos. É descrito como tendo uma base, um ápice e quatro margens: 
 - Base: está voltada para cima, para trás e para direita; 
 - Ápice: está voltado para baixo, para frente e para esquerda; 
 - Margens: superior, inferior, direita e esquerda; 
 - Faces: diafragmática, esternocostal e pulmonar. 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
5 
4. ENVOLTÓRIOS DO CORAÇÃO 
O coração está contido em um saco de parede dupla denominado pericárdio. O 
pericárdio é uma bolsa fibro-serosa que envolve o coração e a raiz ou porção 
justacardíaca (origem ou terminação) dos grandes vasos. Trata-se de um duplo saco, 
ou seja, é formado por um saco fibroso externo chamado pericárdio fibroso, e de um 
saco seroso interno, o pericárdio seroso, ambos dispostos ao redor do coração e das 
raízes dos grandes vasos da base cardíaca, que desta entram ou saem. 
O pericárdio seroso, como os demais sacos serosos (pleuras e peritônio), 
possui dupla parede, a externa denominada lâmina parietal e a interna denominada 
lâmina visceral, que se continuam ao nível das reflexões. 
 
Figura 3 – Envoltórios do Coração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOORE, K. L. Fundamentos de Anatomia Clínica. 1.ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 1996. 
 
O pericárdio fibroso é denso e firme, adere à superfície externa do pericárdio 
seroso e impede a superdistensão do coração. Entre as duas lâminas do pericárdio 
seroso, existe uma cavidade pericárdica virtual contendo de líquido pericárdico, que 
lubrifica as superfícies internas ou cavitárias das lâminas, diminuindo o atrito e 
facilitando o deslizamento das mesmas durante os movimentos (sístole e diástole) do 
coração. 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
6 
5. ANATOMIA DO CORAÇÃO (Figuras Anexas) 
Para funcionar como uma bomba, o coração deve apresentar câmaras de 
entrada e saída, uma parede extremamente compressível a fim de proporcionar força 
suficiente para impelir o sangue, válvulas para direcionar o fluxo sanguíneo através 
destas câmaras e vasos para conduzirem o sangue do coração e para o coração. 
 
5.1 Câmaras Cardíacas 
- Átrios direito e esquerdo (AD;AE): são as menores cavidades, situadas na região 
superior do coração; 
- Ventrículos direito e esquerdo (VD;VE): são as maiores cavidades, situadas na 
região inferior do coração. Constituem o principal volume cardíaco; 
- Aurículas: são expansões em forma de orelha; apêndices; bolsas musculares 
pequenas e cônicas; que ocorrem nos átrios para aumentar a sua área. 
 
Os átrios estão separados pelo septo interatrial e os ventrículos pelo septo 
interventricular. No recém-nascido, há uma comunicação entre os átrios localizada no 
septo interatrial. É a fossa oval, uma remanescência do forame oval e de sua válvula no 
feto. 
 
5.2 Parede do Coração 
A parede do coração está constituída por 3 camadas: o epicárdio, o miocárdio e 
o endocárdio. O epicárdio (pericárdio seroso visceral) é uma membrana serosa muitofina, que adere à superfície externa do órgão. A camada mais espessa do coração é o 
miocárdio, que está constituído por músculo cardíaco. O miocárdio é revestido 
internamente pelo endocárdio. 
 
Dobras do endocárdio formam as valvas que separam átrios de ventrículos – as 
valvas atrioventriculares – e os ventrículos da aorta e do tronco pulmonar – as valvas 
semilunares. 
 
O miocárdio varia consideravelmente em espessura de uma câmara para outra. 
Essa espessura está relacionada à resistência encontrada no bombeamento do sangue 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
7 
pelas diferentes câmaras. Uma vez que a musculatura dos átrios encontra pouca 
resistência para impelir o sangue através das artérias, suas paredes são a parte mais 
fina do miocárdio. Em contraste, os ventrículos devem impelir o sangue através dos 
vasos sanguíneos que se dirigem aos pulmões e para o restante do corpo, possuindo 
desta forma um miocárdio mais espesso que o dos átrios. Além disso, o ventrículo 
esquerdo, responsável pelo envio de sangue para todas as estruturas do corpo, 
apresenta maior espessura de miocárdio em comparação com o ventrículo direito, que 
impele o sangue através de vasos que se dirigem apenas para os pulmões. 
 
A superfície interna do miocárdio dos ventrículos é irregular, apresentando 
dobras e pontes denominadas trabéculas cárneas. 
 
5.3 Valvas Cardíacas 
Existem quatro grupos de válvulas que direcionam o fluxo sanguíneo através 
das câmaras cardíacas – dois grupos formam as valvas atrioventriculares e os outros 
dois, constituídos por válvulas semilunares, formam as valvas da aorta e do tronco 
pulmonar. A tabela demonstra a localização e função das valvas cardíacas. 
 
Tabela 1 – Localização e Características das Valvas Cardíacas 
VALVA LOCALIZAÇÃO CARACTERÍSTICAS 
VALVA 
ATRIOVENTRICULAR 
DIREITA (TRICÚSPEDE) 
Entre AD e VD 
Constituída por três 
cúspides que evitam o 
refluxo de sangue do 
VD para o AD durante a 
contração ventricular 
VALVA DO TRONCO 
PULMONAR 
Entre o VD e tronco 
pulmonar 
Constituída por três 
válvulas semilunares 
que evitam o refluxo do 
sangue do tronco 
pulmonar para o VD 
durante o relaxamento 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.4 Vasos do Coração 
Vários vasos sanguíneos de grande calibre entram ou saem do coração. Estes 
são: 
- Veias cavas superior e inferior: trazem o sangue venoso do corpo para o átrio 
direito; 
- Tronco pulmonar: deixa o ventrículo direito e divide-se em artérias pulmonares direita 
e esquerda, que levam o sangue do para os pulmões; 
- Veias pulmonares (duas direitas e duas esquerdas): trazem o sangue dos pulmões 
para o átrio esquerdo; 
- Artéria aorta: leva o sangue do ventrículo esquerdo para o corpo. 
 
Os vasos sanguíneos que entram ou saem do coração o fazem pela sua base, 
sendo portanto chamados de vasos da base. 
 
 
 
 
ventricular 
VALVA 
ATRIOVENTRICULAR 
ESQUERDA 
(BICÚSPEDE OU 
MITRAL) 
Entre AE e VE 
Constituída por duas 
cúspides que evitam o 
refluxo do sangue do 
VE para o átrio 
esquerdo durante a 
contração ventricular 
VALVA AÓRTICA Entre VE e aorta 
Constituída por três 
válvulas semilunares 
que evitam o refluxo do 
sangue da aorta para o 
ventrículo esquerdo 
durante o relaxamento 
ventricular 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
9 
6. COMPLEXO ESTIMULADOR DO CORAÇÃO 
O coração se contrai aproximadamente 72 vezes por minuto. No interior do 
órgão existem algumas células musculares especializadas que geram os impulsos que 
determinam a contração cardíaca. Além delas, outras células musculares cardíacas se 
especializaram na condução desses impulsos através do miocárdio. Este sistema 
condutor coordena os batimentos cardíacos, produzindo uma ação de bombeamento de 
sangue bastante eficiente. 
 
Nó Sinoatrial 
Na parede do átrio direito, próximo à desembocadura da veia cava superior, há 
uma pequena massa de células musculares cardíacas especializadas, denominada nó 
sinoatrial (SA). Sob condições de repouso, as células deste nó iniciam uma contração 
aproximadamente 70 a 80 vezes por minuto (isto é, a cada 0,8 segundo). 
Outras regiões do coração também podem iniciar a contração muscular, no 
entanto elas o fazem com uma intensidade bem menor que a do nó sinoatrial. Como 
resultado, impulsos do nó sinoatrial se propagam para essas áreas e as estimulam mais 
freqüentemente, de tal modo que elas não chegam a gerar seus próprios potenciais de 
ação. Desta forma, a velocidade de descarga do nó sinoatrial determina o ritmo para 
todo o coração e por esta este é denominado marca-passo cardíaco. A contração 
iniciada no nó sinoatrial chega às regiões superiores dos átrios e segue em direção às 
valvas atrioventriculares. Esta ação contribui na movimentação do sangue dos átrios 
para os ventrículos. 
 
Nó Atrioventricular 
Um impulso produzido pelo nó sinoatrial se distribui de célula para célula 
através do miocárdio dos átrios, determinando a sua contração. Todavia, o esqueleto 
fibroso do coração que circunda as aberturas entre os átrios e os ventrículos, bem como 
as aberturas da aorta e do tronco pulmonar, não permitem a passagem desses 
impulsos. Desta forma, um impulso transmitido do nó sinoatrial pelos átrios, não pode 
passar diretamente para o miocárdio dos ventrículos. Com isso, o impulso chega aos 
ventrículos por meio de um sistema condutor especializado. 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
10 
Um grupo de células musculares cardíacas especializadas denominado nó 
atrioventricular se localiza no interior do septo interatrial, logo acima da transição 
atrioventricular. Do nó atrioventricular, um feixe de células musculares especializadas, 
denominado fascículo atrioventricular (feixe de Hiss) passa para os ventrículos. O 
fascículo penetra no septo interventricular e se divide em ramos direito e esquerdo, que 
descem pelo interior do septo, em direção ao ápice. Pequenos grupos de células 
condutoras terminais, os ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje), se destacam dos 
ramos direito e esquerdo e terminam na musculatura cardíaca dos ventrículos. No ápice 
do coração, essas fibras passam para a parede externa dos ventrículos e se dirigem 
para a base do coração. 
 
7. SONS CARDÍACOS 
Os fechamentos das valvas AV e semilunares produzem sons que podem ser 
auscultados na superfície do tórax com um estetoscópio. Estes sons são verbalizados 
freqüentemente como “lab-dab”. O “lab”, ou primeiro som, é produzido pela oclusão das 
válvulas das valvas AV. O “dab”, ou segundo som, é produzido pelo fechamento das 
válvulas das valvas aórtica e do tronco pulmonar. Assim sendo, o primeiro som é 
auscultado quando os ventrículos se contraem na sístole, e o segundo quando os 
ventrículos se relaxam no começo da diástole. 
 
Os sons cardíacos são de importância clínica porque proporcionam informações 
sobre as condições das valvas e podem indicar problemas do coração. 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
11 
FIGURAS ANEXAS 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
Figura 1 – Estrutura Interna do Coração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
12 
Figura 2 – Coração (Base) – Vista PosteriorFigura 3 – Coração (Face Diafragmática) – Vista Póstero-Inferior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
13 
Figura 4 – Saco Pericárdico com coração removido – Vista Lateral Esquerda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Valvas Cardíacas na Diástole 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
14 
Figura 6 – Valvas Cardíacas na Sístole 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
15 
ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
1. GENERALIDADES 
Para que as células do corpo possam desempenhar as suas atividades 
metabólicas em condições aeróbicas, elas necessitam de um suprimento constante de 
oxigênio e uma maneira eficiente de remover o dióxido de carbono produzido nas suas 
atividades. O suprimento de oxigênio e a remoção de gás carbônico são feitos pelo 
sistema respiratório, complementado pelo sistema circulatório. O sistema respiratório 
também torna possível a vocalização, que nos possibilita falar, rir ou cantar pela 
variação da tensão das cordas vocais quando o ar exalado passa através delas. 
 
2. TIPOS DE RESPIRAÇÃO 
 - EXTERNA: ventilação e troca de gases (oxigênio e gás carbônico) entre o ar e o 
sangue; 
 - INTERNA: trocas de gases entre o sangue e os demais tecidos 
 
Um adulto em repouso respira em média 15 vezes por minuto e ventila 
aproximadamente 6 litros de ar durante esse período. Isso equivale a mais de 8.000 
litros em um período de 24 horas. 
 
3. FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 - Fornece oxigênio para a circulação sanguínea e remove o gás carbônico; 
 - Possibilita a produção de som ou vocalização quando o ar expirado passa através 
das pregas vocais; 
 - Torna possível movimentos aéreos protetores e reflexos, como na tosse e no espirro, 
para manter limpa a passagem do ar. 
 
 
 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
16 
4. ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
4.1. Elementos Constituintes 
 - Nariz 
 - Cavidade Nasal 
 - Faringe 
 - Laringe 
 - Traquéia 
 - Brônquios, Bronquíolos e Alvéolos 
 - Pulmões 
 
Figura 1 – Componentes do Sistema Respiratório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003. 
 
Em termos de sua função geral, o sistema respiratório e dividido 
freqüentemente em uma zona condutora e uma zona respiratória. A zona condutora 
inclui todas as cavidades e estruturas que transportam gases para e dos alvéolos 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
17 
pulmonares. A zona respiratória consiste nos alvéolos pulmonares que são unidades 
funcionais do sistema respiratório onde ocorrem as trocas gasosas entre o ar e o 
sangue. 
 
4.2. Nariz 
O nariz é o órgão do sistema respiratório encarregado de proteger a cavidade 
nasal. Inclui uma porção externa que se projeta na face e uma cavidade interna para a 
passagem de ar. 
 
Elementos Constituintes do Nariz 
• Pele 
• Glândulas (sudoríparas e sebáceas) 
• Gordura 
• Pêlos (vibrissas) 
• Cartilagens Laterais 
 Alares maiores e menores 
 Septal 
 
• Ossos Nasais 
 Etmóide 
 Vômer 
 Maxila 
 
- Cartilagem do septo: articula-se superiormente com os ossos nasais, inferiormente 
com o vômer e maxila e posteriormente com a lâmina perpendicular do etmóide. Forma 
o septo do nariz, que divide a cavidade em câmaras direita e esquerda. 
 
 
 
 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
18 
 
Figura 2 – Cartilagens do Nariz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
As cartilagens mantém o nariz aberto, melhorando assim a condução 
respiratória. 
 
O ar entra no sistema respiratório através das narinas, que o conduzem ao 
vestíbulo do nariz. A parte inferior do vestíbulo contém pêlos (vibrissas), que retém as 
maiores partículas que podem penetrar o nariz durante a respiração. 
 
4.3. Cavidade Nasal 
A cavidade nasal é a parte inferior do nariz que se comunica com o meio 
externo através das narinas. Possui as seguintes funções: 
• O revestimento do nariz é altamente vascularizado e cobre uma extensa área de 
superfície, promovendo o aquecimento do ar inalado. Por outro lado, o mesmo 
revestimento satura o ar de água quando de sua passagem. Dessa maneira, as 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
19 
membranas da cavidade nasal e as delicadas porções dos pulmões estão assim 
protegidas de ficarem congeladas ou secas; 
• Localizando-se na porção superior da cavidade nasal, logo abaixo da lâmina 
crivosa do osso etmóide, se encontra o epitélio olfatório, relacionado a função sensorial 
do olfato; 
• A cavidade nasal interfere na voz, funcionando como uma câmara de ressonância. 
 
Limites da Cavidade Nasal 
• Anterior: narinas 
• Posterior: coanas 
• Superior: frontal, etmóide e esfenóide 
• Inferior: Palatos ósseo e mole 
• Medial: septo nasal 
• Lateral: conchas e meatos nasais 
 
Figura 3 – Parede lateral do nariz – estrutura óssea 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
20 
Conchas e Meatos Nasais 
Nas paredes laterais da cavidade nasal encontram-se três saliências ósseas, as 
conchas nasais superior, média e inferior. As partes das vias aéreas entre as conchas 
chamam-se meatos nasais. Células caliciformes muco-secretoras estão presentes em 
grande abundância ao longo de ambas as regiões. 
 
Figura 4 – Cavidade Nasal – Parede Lateral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
Seios Paranasais 
Pares de espaços aéreos em certos ossos (penumáticos) do crânio são 
chamados de seios paranasais. Esses seios são denominados de acordo com os ossos 
no quais eles se encontram; assim, temos os seios maxilar, frontal, esfenoidal e células 
etmoidais. Cada seio comunica-se via ductos de drenagem, com o interior da cavidade 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
21 
nasal de seu próprio lado. Os seios paranasais podem ajudar a aquecer e umedecer o 
ar inspirado. Esses seios são responsáveis por um pouco de ressonância do som, mas 
mais importante, eles funcionam na diminuição do peso do crânio enquanto fornecem 
resistência estrutural. 
 
Figura 5 – Seios Paranasais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003. 
 
Há várias aberturas de drenagem na cavidade nasal. Os ductos paranasais 
drenam o muco dos seios paranasais e os ductos nasolacrimais drenam as lágrimas 
dos olhos. Uma secreção excessiva de lágrimas faz com que elas escoem para dentro 
da cavidade nasal.A tuba auditiva da cavidade timpânica entra nas vias aéreas 
superiores, posteriormente à cavidade nasal, na parte nasal da faringe. Com todas 
essas conexões adicionais, não é nenhuma surpresa que infecções possam se 
propagar tão facilmente de uma câmara para outra ao longo de toda a área facial. 
 
As mucosas da cavidade do nariz podem tomar-se inflamadas por causa de 
infecções (como a gripe comum) ou alergias. Quando inflamada, os vasos sangüíneos 
se dilatam, as membranas se intumescem, e aumenta a secreção de muco. A 
congestão resultante interfere na respiração e deixa o "nariz escorrendo". Essas 
infecções podem se espalhar pelas mucosas dos seios paranasais, bloqueando suas 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
22 
conexões com a cavidade do nariz, fazendo com que fiquem cheias de muco. Como os 
seios agem como uma câmara de ressonância, a congestão muda o som da voz e pode 
causar um aumento de pressão nos seios, resultando forte dor de cabeça. As infecções 
da mucosa da cavidade do nariz também podem se estender através do ducto 
nasolacrimal até a conjuntiva do olho. Assim, não é incomum aparecer olhos 
avermelhados e úmidos ao longo de um resfriado. É também possível que a infecção 
atinja a faringe, causando "dor de garganta". Da faringe, a infecção pode se espalhar 
para os brônquios e pulmões, causando tosse e possivelmente bronquite, ou se 
espalhar através da tuba auditiva para o ouvido médio. Isto ocorre particularmente nas 
crianças, nas quais a abertura das tubas auditivas é relativamente maior que no adulto. 
 
4.4 Faringe 
A faringe é órgão de aproximadamente 13 cm de comprimento que conecta as 
cavidades nasal e oral com a laringe do sistema respiratório e esôfago do sistema 
digestório. Serve, portanto aos sistemas respiratório e digestório: 
- Comunica-se com a cavidade nasal através das coanas, com a cavidade da boca 
através do istmo das fauces, com o ouvido médio através das tubas auditivas, com a 
laringe através da glote e com o esôfago de forma contínua; 
 
� As paredes de sustentação da faringe são constituídas de músculo esquelético. 
 
Divisão 
A faringe é dividida com base na localização e função em três regiões: 
 
Parte Nasal (Nasofaringe) 
É a parte superior da faringe, localizada imediatamente atrás da cavidade nasal 
(comunica-se com esta através das coanas) e acima do palato mole e úvula palatina. 
Serve apenas como passagem para o ar, pois está localizada acima do ponto de 
entrada dos alimentos no corpo (cavidade da boca); 
São encontradas as seguintes estruturas nas suas paredes: 
• Óstio faríngeo da tuba auditiva (2): localizam-se nas suas paredes laterais e 
conectam a nasofaringe com a cavidade do ouvido médio; 
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23 
• Tonsilas tubárias (2): pequenas massas de tecido linfóide localizadas perto da 
abertura das tubas auditivas; 
• Tonsila faríngea (1): localiza-se na parede posterior. 
 
Quando estas tonsilas tornam-se aumentadas como resposta a uma infecção 
são chamadas adenóides. Esse aumento pode ser crônico e pode interferir com a 
respiração pelo nariz, tornando necessária a respiração pela boca. 
 
Parte Bucal da Faringe (Oro ou Bucofaringe) 
É a porção média da faringe, situada entre o palato mole e o nível de passagem 
do osso hióide. Comunica-se com a cavidade da boca através do istmo das fauces. 
Alimentos e líquidos deglutidos e ar inalado passar por essa região. Nas suas paredes 
laterais estão localizadas as tonsilas palatinas. 
 
Durante o exame médico de rotina, o médico comumente abaixa a língua do 
paciente e examina a condição das tonsilas palatinas. 
 
Parte Laríngea da Faringe (Laringofaringe) 
Estende-se desde o nível do osso hióide até a laringe, comunicando-se também 
com o esôfago. Em sua porção inferior os sistemas respiratório e digestório se 
separam: alimentos e líquidos deglutidos são conduzidos posteriormente ao esôfago, 
enquanto o ar inalado é dirigido anteriormente para a laringe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
24 
 
Figura 6 – Divisão da Faringe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
4.5 Laringe 
A laringe é a continuação da divisão condutora que conecta a parte laríngea da 
faringe com a traquéia. Localiza-se na linha mediana anterior do pescoço no nível de 
C4 a C6. Sua função principal é impedir que o alimento ou os líquidos entrem na 
traquéia e nos pulmões durante a deglutição e permitir a passagem do ar durante a 
respiração (qualquer substância sólida que entre na laringe é geralmente expelida por 
uma tosse violenta). Um papel secundário é a produção de sons; 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
25 
 - Proeminência Laríngea: particularmente visível nos homens após a puberdade, 
quando a laringe torna-se maior do que nas mulheres, representa a projeção superficial 
da cartilagem tireóidea. 
 
Esqueleto da Laringe 
A laringe é formada por nove cartilagens que são mantidas juntas e unidas ao 
osso hióide acima e à traquéia abaixo, por ligamentos e músculos: 
 
 Tireóidea 
Cartilagens Ímpares Epiglote 
 Cricóidea 
 
Cartilagens Pares Aritenóideas 
 Corniculadas 
 Cuneiformes 
 
 
Figura 7 – Cartilagens da Laringe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003. 
 
 
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26 
- Epiglote: Com a forma de uma folha, está fixada por sua extremidade mais estreita na 
face interna da região anterior da cartilagem tireóidea. Sua porção livre projeta-se como 
uma aba atrás da base da língua. Durante a deglutição, a laringe e puxada para cima, 
encostando-se na epiglote, que tende a desviar sólidos e fluidos para longe da abertura 
da laringe, em direção ao esôfago; 
- Aritenóideas: a extremidade posterior das cordas vocais fixa-se nas cartilagens 
aritenóideas e o movimentos destas é responsável pela variação de tensão nas cordas 
ou pregas vocais. 
 
Pregas Vocais 
Localizam-se na abertura superior da laringe, entendendo-se de cada lado, 
desde a cartilagem tireóidea anteriormente até as cartilagens aritenóideas 
posteriormente. O par superior é chamado de pregas vestibulares (falsas cordas vocais) 
e o par inferior de pregas vocais (cordas vocais verdadeiras). As pregas vestibulares 
não são utilizadas para a produção de sons, mas dão suporte às pregas vocais e 
produzem muco que mantém ambas úmidas. A abertura entre as pregas vocais através 
da qual o ar passa é chamada glote. 
 
Os ligamentos vocais elásticos podem ser retesados ou relaxados pela ação de 
certos músculos intrínsecos da laringe. Estes músculos também produzem a rotação 
das cartilagens aritenóideas, fazendo então variar o grau de tensão das cordas vocais. 
Como resultado, a glote pode ser estreitada ou alargada e o ar passando através desta 
provoca a vibração das cordas e produz som. 
 
Apesar de se originarem na laringe, outras estruturas são necessárias para 
converter o som em fala reconhecível. Por exemplo, sons vocálicos são produzidos por 
constrição das paredes da faringe. A faringe, os seios paranasais e as cavidades oral e 
nasal agem comocâmaras de ressonância. A pronúncia final das palavras é realizada 
por movimentos da língua e dos lábios. 
 
 
 
 
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27 
4.6 Traquéia 
A traquéia é um órgão tubular, semi-rígido, com aproximadamente 12cm de 
comprimento e 2,5cm de diâmetro. Encontra-se aplicada à face anterior do esôfago, 
estendendo-se desde a laringe até o nível de T6, onde se divide em brônquios 
principais direito e esquerdo. Uma série de 16 a 20 cartilagens em forma de C forma as 
paredes de suporte da traquéia e impedem que a mesma se colabe; 
O tecido de revestimento da traquéia contém numerosas glândulas e cílios, que 
se movem para cima e tendem a carregar partículas estranhas e excessiva secreção 
para fora, desde os pulmões até a faringe, onde são deglutidos ou podem ser 
expelidos. 
O ponto de bifurcação da traquéia para formar os brônquios principais direito e 
esquerdo é denominado Carina. 
 
Quando a passagem de ar pelas partes aéreas superiores é impedida, pode-se 
criar cirurgicamente um caminho direto para o ar na traquéia, através da parede anterior 
do pescoço, entre o segundo e terceiro anéis cartilaginosos. Este procedimento é 
chamado traqueostomia. 
 
4.7 Árvores Bronquial – Brônquios, Bronquíolos e Alvéolos 
A árvore bronquial é assim denominada porque está composta de uma série de 
tubos respiratórios que se ramificam progressivamente em tubos mais estreitos que se 
estendem no interior dos pulmões. 
A traquéia se bifurca em brônquios principais direito e esquerdo (primários) no 
nível do ângulo do esterno, atrás do manúbrio. Cada brônquio principal possui anéis de 
cartilagem hialina no interior de suas paredes envolvendo o lume para mantê-Io aberto 
quando se estende pelo pulmão. Por causa da posição mais vertical do brônquio 
principal direito, corpos estranhos entram nele mais provavelmente do que no brônquio 
principal esquerdo. 
O brônquio principal divide-se mais profundamente nos pulmões para formar os 
brônquios lobares (secundário) e brônquios segmentares (terciários). A árvore bronquial 
continua se ramificando em túbulos cada vez menores chamados bronquíolos. 
Numerosos bronquíolos terminais conectam com bronquíolos respiratórios que se 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
28 
dirigem aos ductos alveolares e em seguida aos sacos alveolares. A porção condutora 
do sistema respiratório termina nos bronquíolos terminais, e a porção respiratória 
começa nos bronquíolos respiratórios. 
As paredes dos brônquios principais, como na traquéia, estão reforçados por 
anéis incompletos de cartilagem. No interior dos pulmões, os anéis são substituídos por 
pequenas placas de cartilagem que circundam o brônquio completamente. Músculos 
lisos também circundam os brônquios. Com prosseguimento das ramificações, as 
placas de cartilagem tornam-se progressivamente menores e em menor numero, 
formando anéis incompletos, e os músculos lisos que circundam as passagens aéreas 
tornam-se prevalentes. As paredes dos bronquíolos não contém cartilagens e são 
circundadas por músculos lisos. 
 
Figura 8 – Laringe, Traquéia e Árvore Bronquial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003. 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
29 
A asma é uma afecção infecciosa ou alérgica que envolve os brônquios. 
Durante um ataque de asma, há um espasmo dos músculos lisos nos bronquíolos 
respiratórios. Por causa da ausência de cartilagem nesse nível, a passagem do ar é 
constringida. 
 
4.8 Alvéolos Pulmonares 
Os ductos alveolares se abrem nos alvéolos pulmonares invaginando-se ao 
longo de suas extensões. Sacos alveolares são agrupamentos de alvéolos pulmonares. 
Os ductos alveolares, alvéolos pulmonares e sacos alveolares compõem a porção 
respiratória dos pulmões. As trocas de gases ocorrem através das paredes dos 
minúsculos alvéolos pulmonares; conseqüentemente, essas minúsculas expansões 
(0,25-0,50 mm de diâmetro) são as unidades funcionais do sistema respiratório. O 
grande número dessas estruturas (aproximadamente 350 milhões por pulmão) 
propiciam uma área de superfície muito grande (60 a 80 metros quadrados) para a 
difusão dos gases. 
 
Figura 9 – Alvéolos Pulmonares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003. 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
30 
Embora a distância entre cada ducto alveolar e seu alvéolo pulmonar terminal 
seja apenas em torno de 0,5 mm, essas unidades no conjunto compõem a maioria da 
massa dos pulmões. 
 
4.9 Pulmões 
Os pulmões são órgãos pares, grandes e esponjosos, situados no interior da 
cavidade torácica, onde ocupam a maior parte do seu espaço. 
Cada pulmão se estende do diafragma a um ponto acima da clavícula e suas 
superfícies são limitadas pelas costelas anterior e posteriormente. Os pulmões estão 
separados um do outro pelo coração e outras estruturas do mediastino. 
Figura 10 – Topografia Pulmonar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003. 
 
Todas as estruturas do sistema respiratório após os brônquios principais, 
incluindo a árvore brônquica e os alvéolos pulmonares, estão contidas no interior dos 
pulmões. 
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31 
Cada pulmão tem quatro faces que se adaptam ao contorno da cavidade 
torácica. A face mediastinal (medial) do pulmão é ligeiramente côncava e contém uma 
fenda vertical, o hilo, através do qual os vasos pulmonares, linfáticos, nervos e 
brônquios penetram em sua estrutura. A face inferior do pulmão, chamada base do 
pulmão, é côncava para se ajustar sobre a cúpula convexa do diafragma. A face 
superior, chamada ápice (cúpula) do pulmão, estende-se acima do nível da clavícula. 
Finalmente, a larga e arredondada face em contato com as membranas que cobrem as 
costelas é chamada de face costal do pulmão. 
Embora os pulmões direito e esquerdo sejam basicamente semelhantes, eles 
não são idênticos. O pulmão esquerdo é um pouco menor que o direito e apresenta 
uma incisura (impressão) cardíaca em sua face mediastinal para acomodar o coração. 
O pulmão esquerdo é subdividido em lobos superior e inferior por uma única fissura. O 
pulmão direito é subdividido por duas fissuras em três lobos: superior, médio e inferior. 
Cada lobo do pulmão é dividido em muitos pequenos lóbulos que por sua vez contêm 
os alvéolos pulmonares. As divisões lobulares do pulmão compõem os específicos 
segmentos broncopulmonares. Cada segmento broncopulmonar tem seu próprio 
suprimento de sangue e é suprida por um especifico brônquio segmentar. Isso é 
importante, pois se vier a adoecer pode ser cirurgicamente isolado. O pulmão direito 
contém 10 segmentos broncopulmonares e o pulmão esquerdo contém 9. 
 
Figura 11 – Pulmões in situ 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de 
Anatomia Humana, 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
32 
5. PLEURA 
As pleuras são membranas serosas que envolvem os pulmões e revestem a 
cavidade torácica. A pleura visceral adere à superfície externa do pulmão e se estende 
em cada uma das fissuras interlobares. A pleura parietal reveste as paredes torácicas e 
a superfície torácica do diafragma. Uma continuação da pleura parietal entre os 
pulmões forma os limites do mediastino.Entre a pleura visceral e a pleura parietal 
encontra-se a cavidade pleural semelhante a uma fresta, que contém um líquido 
lubrificante que permite às membranas deslizarem facilmente uma em relação à outra 
durante a respiração. 
As membranas serosas umedecidas da pleura visceral e parietal estão 
normalmente em contato direto uma com a outra como dois pedaços de vidros 
molhados e, dessa forma, os pulmões estão aderidos à parede torácica. A cavidade 
pleural (espaço intrapleural) entre as duas membranas umedecidas contém apenas 
uma fina camada de líquido secretada pelas membranas serosas. A cavidade pleural 
em uma pessoa com saúde é um espaço virtual em lugar de real, apenas se tornará 
real em situações anormais quando entra ar no espaço intrapleural. Em razão de os 
pulmões normalmente permanecerem em contato com a parede torácica, eles 
aumentam e diminuem juntamente com a cavidade torácica durante os movimentos 
respiratórios. 
Figura 12 – Pleura e Cavidade Pleural - Esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003. 
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33 
6. MECÂNICA DA RESPIRAÇÃO 
Para manter uma concentração de oxigênio e dióxido de carbono no ar alveolar 
que seja favorável para sua difusão através para a corrente sangüínea, é necessário 
constantemente fazer chegar aos pulmões ar fresco e remover o ar do seu interior. 
Cerca de 500ml de ar entra e sai do pulmão em cada respiração. Como a respiração é 
repetida cerca de 16 vezes por minuto, o oxigênio de 8.000ml de ar entra no sistema 
respiratório por minuto. 
A cavidade torácica é hermética, com paredes laterais (caixa torácica) e 
assoalho flexíveis (diafragma). Os pulmões, envolvidos pela pleura, estão suspensos 
nessa cavidade hermética. Os alvéolos e as vias aéreas pelas quais os pulmões se 
comunicam com a atmosfera passam pela traquéia. 
Na criança recém-nascida, os pulmões enchem completamente a cavidade 
pleural sem estarem distendidos. Durante a infância, entretanto, a caixa torácica cresce 
mais depressa que os pulmões. Na verdade, não fosse a presença de uma pequena 
quantidade de fluido pleural na cavidade pleural, entre a superfície dos pulmões e a 
parede interna do tórax, a parede torácica poderia se afastar dos pulmões. À medida 
que a caixa torácica em crescimento tende a se afastar dos pulmões, faz com que a 
pressão na cavidade pleural fique abaixo da pressão do ar atmosférico (pressão 
atmosférica) nos pulmões. Como conseqüência, os pulmões se expandem e se 
alongam juntamente com a caixa torácica. 
Por causa da pressão negativa na cavidade pleural mais a tensão superficial 
causada pela pequena quantidade de fluido pleural presente na cavidade – a pleura 
visceral – e como conseqüência a superfície do pulmão – está firmemente encostada 
na pleura parietal. Estas membranas podem deslizar uma na outra, mas não são 
facilmente separáveis. Daí o fato de os pulmões não entrarem em colapso, a despeito 
de sua tendência para isso por causa da natural retração do tecido conjuntivo elástico 
em suas paredes e divisões. 
O ar move-se através da traquéia para dentro dos pulmões quando a pressão 
nos pulmões (pressão intrapulmonar) é menor do que a pressão atmosférica. O ar 
move-se para fora dos pulmões quando a pressão nos pulmões é maior que a pressão 
atmosférica. Entre as respirações, a pressão nos pulmões é igual à pressão 
atmosférica. Pelo fato de a rígida parede torácica não acompanhar os pulmões quando 
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34 
as fibras elásticas deles tendem a se retrair afastando-os da parede, cria-se um vácuo 
parcial na cavidade pleural. A pressão nessa cavidade (intrapleural ou intratorácica) é 
mantida um pouquinho abaixo da pressão atmosférica. Esta reduzida pressão 
intrapleural representa a “força de colapso” dos pulmões. Durante o desenvolvimento 
fetal, entretanto, a pressão na cavidade pleural não é menor do que a pressão 
atmosférica; como conseqüência, os pulmões do feto estão colapsados e não contêm 
ar. Como a respiração começa imediatamente após o nascimento, a caixa torácica se 
expande puxando os pulmões consigo. Uma vez estirados e cheios de ar, os pulmões 
se mantêm durante toda a vida. 
 
Inspiração 
A inspiração se refere ao movimento do ar em direção aos pulmões. Como já 
indicado anteriormente, tal movimento ocorre quando a pressão nos pulmões cai abaixo 
da pressão atmosférica. O ar então se move para os pulmões e restabelece o equilíbrio 
da pressão. Uma pequena queda na pressão dos pulmões é acompanhada por 
aumento do volume da cavidade torácica. 
Há dois caminhos pelos quais o volume da cavidade torácica pode ser 
aumentado. Um deles é a contração do diafragma. Quando contraído, o diafragma se 
achata, abaixando a sua cúpula. Esta ação aumenta a dimensão longitudinal da 
cavidade torácica. O segundo caminho é a elevação das costelas. Na posição de 
descanso, as costelas estão dirigidas por baixo e para diante com relação à coluna 
vertebral. A contração de músculos tais como os intercostais puxa as costelas para 
cima, aumentando conseqüentemente as dimensões internas da cavidade torácica e o 
seu volume. 
Durante a respiração normal, em repouso, a contração do diafragma é o meio 
dominante para aumentar o volume da cavidade torácica e diminuir a pressão dentro 
dos pulmões. A elevação das costelas é mais evidente durante a inspiração forçada. 
 
Expiração 
A expiração se refere aos movimentos do ar para fora dos pulmões, de volta à 
atmosfera. Ocorre quando o volume da cavidade torácica decresce, fazendo com que a 
pressão nos pulmões seja maior do que a pressão atmosférica. Durante a respiração 
em repouso, o volume da cavidade torácica é diminuído por processos passivos que 
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35 
não envolvem contrações musculares. Quando os músculos envolvidos na inspiração 
relaxam, a retração elástica dos pulmões, a parede torácica e as estruturas abdominais 
retornam as costelas e o diafragma à sua posição de descanso. Esta atividade reduz o 
volume da cavidade torácica e aumenta a pressão nos pulmões até que fique um 
pouquinho superior à pressão atmosférica. A pressão aumentada nos pulmões força a 
saída do ar até que as pressões intrapulmonar e atmosférica entrem novamente em 
equilíbrio. 
Durante a expiração forçada, como ocorre no exercício, há músculos envolvidos 
na redução ulterior do volume da cavidade torácica. Os intercostais auxiliam na redução 
do volume da cavidade torácica, deprimindo a caixa torácica. Mais ainda, os músculos 
da parede abdominal anterior ajudam na expiração forçada exercendo pressão nas 
vísceras abdominais, forçando assim o diafragma para cima. 
A figura 13 ilustra a mecânica ventilatória: 
Figura 13 – Mecânica da Respiração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998.
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36 
SISTEMA GENITAL FEMININO 
 
1. GENERALIDADES 
Os órgãos dos sistemas genitais feminino e masculino e feminino asseguram a 
continuidade da espécie. Executam tal função produzindo gametas, ou células 
germinativas, e por meio de um método que assegura que os gametas do homem 
(espermatozóides) possam ser introduzidos no corpo da mulher, aonde um deles irá se 
fundir com um gameta feminino (óvulo). Esta penetração de um óvulo pelo 
espermatozóide é chamada fertilização. Os órgãos reprodutores femininos 
proporcionam um meio adequado no qual o óvulo fertilizado (zigoto) pode se 
desenvolver até umestágio no qual é capaz de sobreviver fora do organismo materno. 
Os órgãos que produzem os gametas são referidos como órgãos sexuais 
principais ou essenciais: são as gônadas – os testículos no homem e os ovários na 
mulher. Além da produção de gametas, os órgãos sexuais principais também produzem 
hormônios que influem no desenvolvimento das características sexuais secundárias 
masculinas ou femininas e regulam o ciclo reprodutivo. No homem, células 
especializadas nos testículos produzem um grupo de hormônios chamados 
andrógenos. O andrógeno mais ativo é a testosterona. Na mulher, os ovários produzem 
estrógenos e progesterona. 
As estruturas que transportam, protegem e nutrem os gametas após terem 
deixado as gônadas são chamados de órgãos sexuais acessórios. 
 
2. ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO (Figuras 1 e 2) 
Os órgãos genitais femininos podem ser divididos quanto a sua localização em 
órgãos internos e externos: 
 
2.1 Órgãos Femininos Externos 
 - Monte Púbico ou Pubiano (1): elevação mediana situada à frente da sínfise púbica. 
Forma-se a partir do depósito de tecido adiposo influenciado pela secreção de 
estrógenos. A pele sobre o monte púbico torna-se coberta com pêlos até a puberdade. 
 
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37 
 - Lábios Maiores (2): duas dobras cutâneas arredondadas, ricas em tecido adiposo, 
que se estendem para trás do monte púbico. A superfície externa dos lábios maiores é 
pigmentada e coberta com pêlos. A superfície interna é lisa, sem pêlos e úmida, por 
causa da presença de numerosas glândulas sebáceas. 
 
 - Lábios Menores (2): são duas dobras menores localizadas medialmente aos lábios 
maiores. Anteriormente rodeiam o clitóris. Os lábios menores são altamente 
vascularizados, sem pêlos e não contém tecido adiposo. 
 
 - Vestíbulo da Vagina (1): não se trata de um órgão, mas da região compreendida 
entre os lábios menores, onde se abrem os óstios uretral externo e vaginal. 
 
A abertura vaginal no vestíbulo pode estar parcialmente fechada pelo hímem. 
 
Figura 1 – Períneo e órgãos genitais femininos externos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
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 - Órgãos Eréteis (3) 
Clitóris (1) : pequena estrutura alongada que se localiza na junção anterior dos lábios 
menores. Possui três partes: glande, corpo e raiz. A maior parte do corpo do clitóris está 
envolvida por um prepúcio formado pelos lábios menores. A porção livre e exposta do 
clitóris é chamada glande e a raiz do clitóris está fixada às partes púbica e isquiática 
dos ossos do quadril. 
 
Bulbo do Vestíbulo (2): são duas massas alongadas de tecido erétil que se estendem 
de cada lado do orifício vaginal. Durante o estímulo sexual, o bulbo torna-se repleto de 
sangue, estreitando a abertura da vagina e comprimindo o pênis durante o intercurso 
sexual. 
 
O clitóris, que é formado de tecido erétil, é muito sensível ao toque e torna-se 
ingurgitado com sangue e rígido quando estimulado, contribuindo para o estímulo 
sexual da mulher. 
 
 - Glândulas Anexas: diversas glândulas se abrem no vestíbulo deixando suas paredes 
úmidas. Os ductos das glândulas vestibulares maiores abrem-se no vestíbulo, de cada 
lado da vagina. De cada lado do óstio externo da uretra estão as aberturas das 
glândulas vestibulares menores. As glândulas vestibulares maiores e menores 
lubrificam o vestíbulo e facilitam o intercurso sexual. 
 
Quando considerados em conjunto, os órgãos genitais externos femininos são 
conhecidos como vulva ou pudendo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático dos Professores Márcio Oliveira - Régis Correia - José Roberto Pimenta de Godoy 
 
39 
 
Figura 2 – Dissecação Profunda do Períneo Feminino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
2.2 Órgãos Femininos Internos (Figuras anexas) 
 
2.2.1 Ovários 
Os ovários formam o par de órgãos sexuais primários da mulher que produz 
gametas, ou óvulos, e os hormônios sexuais, estrógenos e progesterona. Os ovários de 
uma mulher sexualmente madura são estruturas sólidas, ovóides com 
aproximadamente 3,5 cm de comprimento, 2 cm de largura e 1 cm de espessura. 
A cor e textura dos ovários variam de acordo com a idade e o estágio 
reprodutor da mulher: os ovários de uma menina jovem são lisos e róseos; em seguida 
à puberdade, os ovários tornam-se rosa acinzentados e têm uma superfície irregular por 
causa das cicatrizes causadas pelas ovulações. Na porção medial de cada ovário está 
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40 
o hilo, que é o ponto de entrada dos vasos e nervos ováricos. A porção lateral do ovário 
está posicionada próximo à extremidade aberta da tuba uterina. 
O par de ovários está posicionado na parte superior da cavidade da pelve, 
lateralmente ao útero. Cada ovário está situado em uma depressão rasa da parede 
posterior do corpo, a fossa ovária, e mantido em posição através de várias fixações 
membranosas. A principal membrana de sustentação do sistema genital feminino é o 
ligamento largo do útero. O ligamento largo do útero é o peritônio parietal que sustenta 
as tubas uterinas e o útero. O mesovário é uma extensão posterior do ligamento largo 
específica que se prende a um ovário. Cada ovário é ainda mantido em posição pelo 
ligamento próprio do ovário, que está ancorado ao útero, e um ligamento suspensor do 
ovário, que está preso à parede da pelve. 
 
� O ovário não é totalmente peritonizado, de modo que os óvulos podem sair do 
mesmo para penetrar nas tubas uterinas. 
 
2.2.2 Tubas uterinas 
O par de tubas uterinas, antigamente conhecidas como trompas de Falópio, 
transportam os óvulos dos ovários para o útero. Cada tuba uterina tem 
aproximadamente 10 cm de comprimento e 0,7 cm de diâmetro e está posicionada 
entre as pregas do ligamento largo do útero. A parte terminal aberta e em forma de funil 
da tuba uterina, o infundíbulo, encontra-se próxima ao ovário, mas não está fixa. 
Várias franjas, saliências semelhantes a dedos chamadas fímbrias, projetam-se 
das margens do infundíbulo sobre a face lateral do ovário. Movimentos ondulatórios das 
fímbrias captam um óvulo liberado para o lume da tuba uterina. Do infundíbulo, a tuba 
uterina se estende medial e inferiormente para se abrir na cavidade do útero. A ampola 
da tuba uterina é sua porção mais longa e mais larga. 
 
Contrações peristálticas e a atividade ciliar da camada de revestimento das 
tubas movimentam o óvulo em direção ao útero. 
 
O óvulo leva de 4 a 5 dias para se deslocar ao longo da tuba uterina. Caso um 
número grande de espermatozóides viáveis seja ejaculado na vagina durante o coito, e 
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41 
se houver um óvulo na tuba uterina, a fertilização acontecerá dentro de horas depois da 
descarga do sêmen. O zigoto se dirigirá em direção ao útero, onde irá ocorrer a 
implantação. 
 
Se o embrião em desenvolvimento implanta-se na tuba uterina em lugar de 
fazê-lo no útero, a gravidez é denominada de gravidez ectópica e significa uma 
implantação de um óvulo em um local diferente do útero. 
 
2.2.3 Útero 
O útero recebe o óvulo que se desenvolveu e proporciona o local para sua 
implantação. O desenvolvimento pré-natal continua no interior do útero até que a 
gestação se complete, quando então o útero desempenha um papel ativo no parto. 
O útero é um órgão que possui uma cavidadeenvolvida por espessa musculatura 
com a forma de uma pêra invertida. Está localizado perto do assoalho da cavidade 
pélvica, anteriormente ao reto e póstero-superiormente à bexiga urinária. Embora a 
forma e a posição do útero se modifiquem bastante durante a gravidez, no estado não 
gravídico tem aproximadamente 7 cm de comprimento, 5 cm de largura (em sua região 
mais larga) e 2,5 cm de diâmetro. As regiões anatômicas do útero incluem a porção 
mais superior em forma de cúpula, por onde entram as tubas uterinas, chamada fundo 
do útero; a porção maior e mais larga, chamada corpo do útero; a porção inferior mais 
estreita, chamada istmo; e a porção que se abre na vagina, chamada colo do útero. 
 
O colo do útero projeta-se posteriormente e inferiormente unindo-se à vagina 
quase em ângulo reto. 
 
As camadas peritoneais que recobrem o útero anterior e posteriomente fundem-
se ao longo de suas margens laterais e se estendem para as paredes laterais e 
assoalho da cavidade pélvica como ligamento largo. 
 
Parede do Útero 
A parede do útero é composta de três camadas: o perimétrio, o miométrio e o 
endométrio. O perimétrio, a camada serosa externa, consiste no fino peritônio visceral. 
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42 
A porção lateral do perimétrio é contínua com o ligamento largo. Uma bolsa rasa 
chamada escavação vesicouterina forma-se quando o peritônio se reflete sobre a 
bexiga urinária. A escavação retouterina (fundo de saco de Douglas) forma-se quando o 
peritônio se reflete sobre o reto. 
 
A escavação retouterina é o ponto mais baixo da cavidade pélvica e fornece um 
local para acesso cirúrgico na cavidade peritoneal. 
 
O espesso miométrio é composto de três espessas camadas, pouco definidas, de 
músculo liso dispostas em sentido longitudinal, circular e espiral. O miométrio é mais 
espesso no fundo do útero e mais fino no colo do útero. Durante o parto, os músculos 
desta camada são estimulados a se contrair vigorosamente. 
O endométrio, o revestimento mucoso interno do útero, é composto de duas 
camadas distintas. A camada funcional superficial, composta de epitélio colunar e 
glândulas secretoras, é eliminada durante a menstruação e reconstruída sob estímulo 
de hormônios esteróides ovarianos. A camada basal mais profunda é altamente 
vascularizada e serve para regenerar a camada funcional depois de cada menstruação. 
 
2.2.4 Vagina 
A vagina é o órgão tubular, fibromuscular, que recebe o esperma da uretra do 
pênis ereto durante o coito. Também atua como canal do parto e passagem para o 
material menstruado para fora do corpo. A vagina tem aproximadamente 9 cm de 
comprimento e se estende do colo do útero até o vestíbulo da vagina. Está situada 
entre a bexiga urinária e o reto e é contínua com o canal do colo do útero. O colo do 
útero se fixa à vagina em um ângulo aproximado de 90 graus. O recesso profundo que 
cerca a protusão do colo do útero na vagina é chamado de fórnice. 
A abertura da vagina para o exterior, em sua extremidade inferior, é chamada de 
óstio da vagina. Uma prega fina de membrana mucosa chamada hímen pode cobrir o 
óstio da vagina parcialmente. A luz da vagina é geralmente pequena e as paredes que 
a rodeiam usualmente estão em contato entre si, só se abrindo na porção superior 
vaginal. 
 
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43 
Com um pH de 4,0, o ambiente ácido da vagina representa uma barreira contra 
o crescimento de micróbios. Os elementos aditivos do sêmen, contudo, neutralizam a 
acidez da vagina temporariamente para ajudar a sobrevivência dos espermatozóides 
depositados no interior da vagina após o coito. 
 
2.3 Períneo Feminino (Figuras anexas) 
O períneo feminino pode ser subdivido por uma linha transversal entre os 
túberes isquiáticos, em triângulo urogenital, anterior, que contém os genitais externos, e 
triângulo anal, posterior, que contém o ânus. 
A região entre a vagina e o ânus é referida como períneo clínico, porque esta 
área é muitas vezes rompida pela distensão que ocorre durante o nascimento. Muitas 
vezes as lacerações podem até lesar o esfíncter anal. Para prevenir tais lacerações, 
faz-se freqüentemente uma incisão chamada episiotomia no períneo durante a 
expulsão do feto. Esta incisão alarga o vestíbulo e torna o nascimento mais fácil. Por 
outro lado, uma incisão cirúrgica é mais fácil de reparar do que uma laceração. 
 
2.4 Glândulas Mamárias (Figuras anexas) 
Cada mama está posicionada sobre as costelas da 2ª a 6ª e encobre os 
músculos peitoral maior e peitoral menor e partes dos músculos serrátil anterior e 
oblíquo externo do abdome. O limite medial da mama pode chegar à margem lateral do 
esterno, e a margem lateral da mama segue a margem anterior da axila. O processo 
axilar da mama se estende para cima e lateralmente em direção à axila, onde se 
aproxima dos vasos axilares. Essa região da mama é clinicamente importante por 
causa da alta incidência de câncer da mama e da drenagem linfática do processo axilar. 
Cada glândula mamária está composta de 15 a 20 lobos, cada um com sua 
própria via de drenagem para o exterior. Os lobos estão separados por quantidades 
variáveis de tecido adiposo. A quantidade de tecido adiposo determina o tamanho e a 
forma da mama, mas não tem relação com a capacidade de uma mulher para 
amamentar. Cada lobo é subdividido em lóbulos que contêm os alvéolos mamários 
glandulares. Os alvéolos mamários são as estruturas que produzem o leite de uma 
mulher lactante. Os ligamentos suspensores da mama entre os lóbulos se estendem da 
pele à fáscia profunda que recobre o músculo peitoral maior e dão sustentação às 
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44 
mamas. Agrupamentos de alvéolos mamários secretam leite no interior de uma série de 
ductos mamários que convergem para formar os ductos lactíferos. O lume de cada 
ducto lactífero se expande próximo à papila mamária para formar um seio lactífero. O 
leite é armazenado nos seios lactíferos antes de escoar para a extremidade da papila 
mamária. 
A papila mamária é uma projeção cilíndrica da mama que contém tecido erétil. 
A aréola circular e pigmentada contorna a papila mamária. A superfície da aréola pode 
apresentar saliências por causa das glândulas areolares sebáceas próximas à 
superfície. As secreções dessas glândulas mantêm a flexibilidade das papilas 
mamárias. A cor da aréola e da papila mamária varia com a aparência da mulher. 
Durante a gravidez, a aréola fica mais escura na maioria das mulheres, e aumenta um 
pouco de tamanho, presumivelmente para se tornar mais notável para um lactente. A 
irrigação sangüínea da glândula mamária é feita pelos ramos perfurantes da artéria 
torácica interna que entram na mama pelo segundo, terceiro e quarto espaços 
intercostais, bem próximo à lateral do esterno, e pelos ramos mamários laterais, mais 
superficiais, que são ramos da artéria torácica lateral. O retorno venoso se faz através 
de uma série de veias que acompanham as artérias correspondentes. Um plexo venoso 
superficial pode estar aparente através da pele da mama, especialmente durante a 
gravidez e a lactação. 
A mama é inervada principalmente por neurônios somáticos sensitivos que são 
derivados dos ramos cutâneos anteriores e laterais do quarto, quinto e sexto nervos 
torácicos. Terminações nervosas sensitivas da papila mamária e da aréola são 
especialmente importantes para a estimulação e liberação do leite pelas glândulas 
mamárias para amamentar uma criança em fase de lactação. 
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45 
FIGURAS ANEXAS 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo deAnatomia Humana, 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SISTEMA GENITAL MASCULINO 
 
1. GENERALIDADES 
O sistema genital masculino inclui os testículos, que produzem 
espermatozóides; alguns ductos que reservam, transportam e nutrem os 
espermatozóides; diversas glândulas acessórias que contribuem para a formação do 
sêmem; e o pênis, através do qual o sêmem é transportado para fora do corpo. 
 
2. ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL MASCULINO 
 
2.1 Componentes do Sistema Genital Masculino (Figuras Anexas) 
Os órgãos genitais masculinos podem ser divididos quanto a sua localização 
em órgãos internos e externos: 
 
Órgãos Masculinos Externos 
 - Pênis (1) 
 - Escroto ou bolsa testicular (1) 
 
Órgãos Masculinos Internos 
 - Testículo (2) 
 - Epidídimo (2) 
 - Ducto ou canal deferente (2) 
 - Ducto ejaculatório (2) 
 - Uretra (1) 
 - Glândulas anexas: vesícula seminal (2); próstata (1) e glândula bulbo-uretral (2). 
 
2.2 Testículos 
Os testículos são os órgãos gametógenos do sistema genital masculino, ou 
seja, são eles os responsáveis pela produção das células germinativas masculinas - 
espermatogênese. São órgãos pares, esbranquiçados e ovóides, com 
aproximadamente 4 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Cada testículo pesa 
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entre 10 e 14 g. Duas camadas de tecidos, ou túnicas, cobrem os testículos. A externa 
túnica vaginal é um saco seroso fino derivado do peritônio durante a descida do 
testículo. A túnica albugínea é uma membrana fibrosa e dura que encapsula 
diretamente cada testículo. Expansões fibrosas internas da túnica albugínea dividem o 
testículo em 250 a 300 lóbulos do testículo em forma de cunhas. 
 
Figura – 1 Testículo, Epidídimo e Ductos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
Cada lóbulo do testículo contém túbulos seminíferos firmemente enrolados que 
podem exceder 70 cm de comprimento se forem desenrolados. Os túbulos seminíferos 
são as unidades funcionais do testículo porque neles que ocorre a espermatogênese. 
Espermatozóides são produzidos aos milhares por segundo - mais de 100 milhões por 
dia - ao longo da vida de um homem saudável, sexualmente maduro. 
Entre os túbulos seminíferos encontram-se células endócrinas especializadas 
chamadas células intersticiais (células de Leydig). A função dessas células é produzir e 
secretar os hormônios sexuais masculinos. Os testículos são considerados glândulas 
mistas (exócrinas e endócrinas) porque produzem espermatozóides e andrógenos. 
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50 
Uma vez produzidos, os espermatozóides movem-se pelos túbulos seminíferos 
e entram em uma rede de túbulos chamada rede do testículo para maturação 
complementar. Cílios estão localizados em algumas das células da rede do testículo. 
Os espermatozóides são transportados para fora do testículo e para o interior do 
epidídimo através de uma série de dúctulos eferentes do testículo. 
 
Figura 2 – Testículo, Epidídimo e Ductos - Esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
Nos ductos espermáticos, os espermatozóides podem permanecer férteis 
durante vários meses, em um estado de animação latente. Se eles não forem 
ejaculados, degeneram e são absorvidos pelo sangue. 
 
Funções Endócrinas dos Testículos 
A testosterona é sem dúvida o principal andrógeno secretado pelos testículos 
adultos. Os andrógenos, às vezes, são chamados de esteróides anabolizantes porque 
estimulam o desenvolvimento dos músculos e de outras estruturas. O aumento da 
produção de testosterona durante a puberdade também é necessário para o 
desenvolvimento dos órgãos sexuais acessórios, principalmente glândulas seminais e 
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51 
próstata. A remoção dos andrógenos através da castração resulta em atrofia desses 
órgãos. 
Os andrógenos estimulam o desenvolvimento da laringe (resultando em tom 
grave de voz), a síntese de hemoglobina (os homens têm níveis de hemoglobina mais 
altos que as mulheres) e o crescimento ósseo. Contudo, o efeito dos andrógenos no 
crescimento dos ossos é autolimitante, porque os andrógenos são os responsáveis 
finais pela conversão da cartilagem em osso na lâmina epifisial e, assim, o fechamento 
das lâminas impede a continuação do crescimento dos ossos. 
 
Descida dos Testículos (Figuras Anexas) 
Como já visto anteriormente, os testículos começam seu desenvolvimento como 
estruturas retroperitoneais na cavidade abdominal, logo abaixo dos rins. Á medida que 
o desenvolvimento prossegue, os testículos movem-se caudalmente em direção às 
dobras da parede abdominal chamadas dobras ou eminências labioescrotais. Estas 
estão localizadas logo abaixo do pênis, na porção anterior do triângulo urogenital do 
períneo e se desenvolvem em escroto. Ao mesmo tempo em que os testículos se 
movem em direção às eminências labioescrotais, uma evaginação do peritônio 
chamada processo vaginal se forma acima do ramo superior do osso púbis e se 
estende atrás do canal inguinal para as duas câmaras do escroto. Os testículos, que 
permanecem atrás do peritônio, seguem o processo vaginal para fora da cavidade 
abdominopélvica através do canal inguinal até o escroto. À medida que os testículos 
descem até o escroto a partir de sua posição original na cavidade abdominopélvica, seu 
suprimento sanguíneo os acompanha. 
Após os testículos terem adentrado o escroto, o canal inguinal estreita-se por 
contrição da porção superior do processo vaginal. A porção inferior de cada processo 
vaginal forma um saco de paredes duplas que cobre o testículo. Esta porção é 
chamada túnica vaginal. 
 
Se a porção superior do processo vaginal não se fecha completamente, torna-
se possível que pequenas alças intestinais possam se protrais no canal inguinal. Esta 
condição é conhecida como hérnia inguinal. Mesmo que o processo vaginal se feche 
completamente, está é uma área de maior fraqueza nos homens, e assim um local de 
potencial hérnia. Pelo fato de que, nas mulheres as gônadas não passarem através das 
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52 
paredes do corpo, e não tornarem mais fracos os músculos que rodeiam os canais 
inguinais, as hérnias inguinais são menos comuns que nos homens. 
 
2.2 Escroto ou Bolsa Testicular 
É uma bolsa coberta de pele, que consiste dessa camada externa recobrindo 
uma delgada camada de músculo liso chamada túnica dartos. O escroto situa-se 
posteriormente ao pênis, abaixo da sínfise púbica. 
 
Figura 3 – Escroto – Conteúdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
A contração da musculatura que forma a túnica dartos confere ao escrotouma 
aparência enrugada. 
 
 
 
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53 
2.3 Epidídimo 
O epidídimo, que está localizado no escroto, é a primeira porção do sistema de 
ductos que transporta os espermatozóides para o exterior do corpo. Cada epidídimo é 
um órgão alongado, fixo na margem posterior do testículo. Se fosse desenrolado, 
mediria cerca de 5,5 m. A porção da cauda tubular altamente encaracolada contém 
espermatozóides em suas fases finais de maturação. A porção superior dilatada é a 
cabeça, e a seção média cônica é o corpo. A cauda é contínua com a porção inicial do 
ducto deferente; ambos armazenam os espermatozóides que serão liberados durante a 
ejaculação. O tempo necessário para produzir espermatozóides maduros - desde a 
meiose nos túbulos seminíferos ao armazenamento no ducto deferente - é de 
aproximadamente 2 meses. 
 
Figura 4 – Epidídimo in situ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
Há músculos na parede do epidídimo que se contraem durante a ejaculação. 
Essas contrações movimentam os espermatozóides em direção ao ducto deferente. 
 
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54 
2.4 Ducto Deferente 
O ducto deferente é a continuação do epidídimo. Trata-se de um tubo 
fibromuscular com aproximadamente 45 cm de comprimento e 2,5 mm de espessura 
que conduz espermatozóides do epidídimo para o ducto ejaculatório. Cada ducto 
deferente passa ao longo da fosse posterior do testículo, medialmente ao epidídimo, e 
sobe através do escroto. Este canal passa pela parede do corpo na região inguinal e, 
após atravessá-la, entra na cavidade abdominopélvica. 
No seu trajeto que vai do epidídimo até a entrada na cavidade abdominopélvica, 
o ducto deferente está justaposto aos vasos e nervos que suprem o testículo. Todas 
estas estruturas estão revestidas por uma bainha de fáscia, chamada cordão ou 
funículo espermático. Incluídos no funículo espermático, ao longo do ducto deferente, 
estão a artéria testicular, a veia testicular, vasos linfáticos e nervos. As veias que 
retornam dos testículos formam uma rede de ramos que conectam entre si chamada 
plexo pampiniforme, ao redor da artéria testicular. Acredita-se que este plexo absorva 
calor do sangue da artéria testicular, fazendo co que a temperatura do sangue arterial 
que vai para os testículos seja mais baixa, ajudando a manter a temperatura dos 
testículos abaixo da temperatura central do corpo. Esta temperatura mais baixa é 
essencial para a espermatogênese normal. 
 
Pelo fato de a porção do ducto deferente no funículo espermático ser de fácil 
acesso cirúrgico, a seção dos dois ductos deferentes tornou-se um meio comum de 
controle da natalidade. Este procedimento é chamado vasectomia e se faz através de 
uma pequena incisão de cada lado do escroto, abertura dos dois funículos 
espermáticos e secção de cada ducto deferente em dois lugares. A região entre os 
cortes é retirada. A vasectomia não interfere na produção de hormônios ou 
espermatozóides pelos testículos, mas impede a passagem dos espermatozóides dos 
testículos para a uretra. 
 
Dentro da cavidade abdominopélvica, os ductos jazem abaixo do peritônio, ao 
longo da parede lateral da cavidade, cruzam assim de cada ureter e descem ao longo 
da face posterior da bexiga urinária, onde se alargam para formar uma ampola. Ao 
alcançar a face inferior da bexiga urinária, cada ducto está ligado por um pequeno canal 
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55 
a uma vesícula seminal, formando um curto ducto ejaculatório, que passa através da 
glândula próstata até alcançar a porção prostática da uretra. O ducto deferente, assim 
como o epidídimo, apresenta cílios no seu revestimento, além de uma parede formada 
de três camadas de musculatura lisa, que entram em contrações peristálticas durante a 
ejaculação, propelindo os espermatozóides para o ducto ejaculatório. 
 
Figura 5 – Vísceras Pélvicas e Períneo Masculino – Secção Sagital 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
 
2.5 Glândulas Genitais Acessórias 
As glândulas genitais acessórias do homem incluem as glândulas seminais, a 
próstata e as glândulas bulbouretrais. Os conteúdos das glândulas seminais e da 
próstata se misturam com os espermatozóides durante a ejaculação para formar o 
sêmen (líquido seminal). O líquido das glândulas bulbouretrais é liberado em resposta à 
estimulação sexual que antecede a ejaculação. 
 
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2.5.1 Glândulas Seminais 
As glândulas seminais são duas bolsas membranosas localizadas lateralmente 
aos ductos deferentes na face posterior da bexiga urinária. O ducto excretor de cada 
vesícula seminal liga-se com o ducto deferente para formar um ducto ejaculatório. Estes 
penetram na próstata e abrem-se na uretra, logo abaixo do ponto de saída da bexiga 
urinária. Contrações dos ductos ejaculatórios impelem os espermatozóides 
provenientes do ducto deferente e as secreções das vesículas seminais para a uretra. 
Cada glândula têm aproximadamente 5 cm de comprimento e apresenta-se 
enovelada, na base da bexiga urinária, à frente do reto. Elas secretam uma substância 
amarelada, viscosa e ligeiramente alcalina que contribui para a mobilidade e viabilidade 
dos espermatozóides. A secreção das glândulas seminais contém uma variedade de 
nutrientes, inclusive frutose , que proporciona uma fonte de energia para os 
espermatozóides. Também contém ácido cítrico, proteínas de coagulação e 
prostaglandinas. A descarga das glândulas seminais constitui mais de 60% do volume 
do sêmen. 
Figura 6 – Glândulas Masculinas Acessórias – Vista Posterior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
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2.5.2 Próstata 
A próstata é um órgão ímpar que abraça a uretra logo abaixo da bexiga urinária. 
Apresenta consistência firme e possui o tamanho e da forma de uma castanha. Tem 
aproximadamente 4 cm de largura e 3 cm de espessura e é recoberta por uma cápsula 
fibrosa. Está dividida em lobos formados pela uretra e ductos ejaculatórios que se 
estendem através da glândula. Os ductos dos lobos se abrem na uretra. Extensos 
feixes de músculo liso situam-se ao longo da próstata para formar uma malha que 
sustenta o tecido glandular. A contração do músculo liso expele o conteúdo da glândula 
e fornece parte da força de propulsão necessária à ejaculação do sêmen. A fina 
secreção prostática da cor de leite ajuda na motilidade dos espermatozóides e sua 
alcalinidade protege o esperma em sua passagem pelo meio ácido da vagina da 
mulher. A próstata também secreta a enzima fosfatase ácida, que com freqüência é 
medida clinicamente para avaliar a função prostática. A descarga da próstata ocupa 
aproximadamente mais de 40% do volume do sêmen. 
Figura 7 – Glândulas Masculinas Acessórias – Secção Sagital 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: NETTER - Atlas Interativo de Anatomia Humana, 1998. 
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A próstata tem tendência para aumentar de tamanho nos homens mais velhos e 
pode causar dificuldades para a micção pelo estreitamento da porção prostática da 
uretra. 
 
2.5.3 Glândulas Bulbouretrais 
As

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