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CONCURSO DE CRIMES 
 1 
O concurso de crimes acontece quando há a prática de 
uma ou mais ações ou omissões, e na prática dois ou 
mais delitos por um agente ou grupo de agentes 
(concurso de pessoas), sendo possível a junção desse 
conteúdo penal. 
 
Sistemas de Aplicação da Pena no Concurso de 
Crimes 
Destacam-se, no Brasil, três sistemas de aplicação da 
pena no concurso de infrações penais: cúmulo material, 
exasperação e absorção. 
Cúmulo material (princípio da cumulatividade) 
Aplica-se ao réu o somatório das penas de cada uma das 
infrações pelas quais foi condenado, e aplicável também 
a somatória das multas. 
Concurso material (pluralidade de conduta) 
 
Quando o agente, mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes, deve ser punido 
pela soma das penas privativas de liberdade em que haja 
incorrido. Vide art. 69, CP. 
Concurso material: 2 ações = 2 crimes 
 
Espécies 
a) Homogêneo: resultados idênticos. 
b) Heterogêneo: resultados diversos. 
 
Sistema da acumulação material 
 
Atenção! O concurso material pode ser homogêneo, 
quando há a prática de crimes idênticos ou heterogêneo 
quando há prática de crimes não idênticos. 
O juiz antes de proceder à soma das penas deve 
individualizá-las, levando em consideração as 
peculiaridades de cada ação criminosa. 
 
Concurso material e prescrição 
 
O prazo prescricional deve ser contado separadamente 
para cada uma das infrações penais, uma vez que dispõe 
o art. 119 do Código Penal: “no caso de concurso de 
crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena 
de cada um, isoladamente. 
 
Concurso Formal (conduta única) 
 
Quando o agente, mediante uma única ação ou omissão, 
provoca dois ou mais resultados típicos, deve ser punido 
pela pena mais grave, ou por uma delas, se idênticas, 
aumentada de um sexto até a metade. 
Concurso formal: 1 ação = 2 ou mais crimes 
 
 
Sistema da exasperação 
 
Atenção! O concurso formal pode ser homogêneo, 
quando os crimes idênticos, ou heterogêneo quando os 
crimes não idênticos. 
Concurso formal perfeito e imperfeito 
 
1) Perfeito (próprio) – O agente pratica duas ou 
mais infrações penais através de uma única 
conduta. Neste caso, o agente tem em mente 
uma só conduta, pouco importando quantos 
delitos vai praticar; por isso, recebe a pena do 
mais grave com o aumento legal. Vide art. 70, 
in limine, CP. 
EX. um sujeito, dirigindo um automóvel, atropela três 
pessoas, matando uma e causando ferimentos graves nas 
outras. Com uma só ação, praticou um homicídio e duas 
lesões corporais. 
O agente não tinha a intenção de praticar nenhum 
dos delitos, tendo todos eles ocorrido por culpa. 
 
2) Imperfeito (impróprio) – O agente pratica 
conduta dolosa e os delitos concorrentes 
resultam de desígnios autônomos. O objetivo 
legal é retirar o benefício daquele que, tendo por 
fim deliberado e direto atingir dois ou mais bens 
jurídicos, cometer os crimes com uma só ação 
CONCURSO DE CRIMES 
 2 
ou omissão. Neste caso, são somadas as penas. 
Vide art. 70, in fine, CP. 
EX. João quer matar Pedro e José, seus inimigos. Para 
tanto João instala uma bomba no carro utilizado pelos 
dois, causando a morte de ambos. João matou dois 
coelhos com uma paulada só. 
O sujeito age com dolo em relação a todos os crimes 
produzidos. 
 
No concurso formal podem-se ter as seguintes 
situações: 
 
1) Tentativa de homicídio (concurso formal 
perfeito) 
EX. um delinquente passa em frente à casa do 
seu desafeto, e dispara vários tiros em direção à 
residência. 
Diante desse fato, os tiros disparados em direção da à 
residência, foi praticado apenas por uma ação, mas, 
não tinha um alvo certo, porém atirou em direção do 
imóvel e nem um pouco se importando em quem 
pegasse o tiro. 
 
2) Havendo dolo (vontade) quanto ao delito 
desejado e dolo eventual (não querendo o 
resultado, mas não se importa se vier acontecer) 
no tocante aos outros resultados da mesma ação, 
há concurso formal imperfeito; 
 
3) Havendo dolo quanto ao delito desejado e 
também em relação aos efeitos colaterais, deve 
haver concurso formal imperfeito. 
 
4) Direito penal. Concurso formal impróprio. Dolo 
eventual. 
Os desígnios autônomos que caracterizam o 
concurso formal impróprio referem-se a 
qualquer forma de dolo, direto ou eventual. A 
segunda parte do art. 70 do CP, ao dispor sobre 
o concurso formal impróprio, exige, para sua 
incidência, que haja desígnios autônomos, ou 
seja, a intenção de praticar ambos os delitos. O 
dolo eventual também representa essa vontade 
do agente, visto que, mesmo não desejando 
diretamente a ocorrência de um segundo 
resultado, aceitou-o. Assim, quando, mediante 
uma só ação, o agente deseja mais de um 
resultado ou aceita o risco de produzi-lo, devem 
ser aplicadas as penas cumulativamente, 
afastando-se a regra do concurso formal 
perfeito. Precedentes citados do STF: HC 
73.548-SP, DJ 17/5/1996; e do STJ: REsp 
138.557-DF, DJ 10/6/2002. HC 191.490-RJ, 
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 
27/9/2012. 
Concurso material benéfico 
Tal hipótese acontece caso seja mais favorável a 
aplicação da regra do concurso material do que do 
formal. Vide art. 70, parágrafo único, CP. 
 
Exemplificação - se o réu está respondendo por 
homicídio doloso e lesões corporais culposas, em 
concurso formal, valendo-se da regra do art. 70, CP, a 
pena mínima seria de 6 anos(pelo homicídio simples) 
acrescida de 1/6, diante da exasperação prevista, 
resultado em 7 anos de reclusão. 
 
Se neste mesmo caso fosse aplicada a pena seguindo a 
regra do concurso material, a pena ficaria em 6 anos de 
reclusão e 2 meses de detenção. Assim, já que o 
concurso formal é um benefício ao réu, deve ser aplicada 
a pena como se fosse concurso material. 
Foi criada para beneficiar o réu (in bonam partem), 
assim, se na comparação com a soma, a exasperação 
for desvantajosa, as penas deverão ser somadas, 
evitando que venha ser maléfica (in malam partem). 
Sabemos que no momento da execução da pena, ser 
haver benefícios ao réu, elas terão que ser aplicadas 
pelo Juiz. 
 
 
CONCURSO DE CRIMES 
 3 
Crime continuado 
 
Quando o agente, mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, 
em condições de tempo, lugar, maneira de execução 
semelhante, cria-se uma suposição de que os 
subseqüentes são uma continuação do primeiro, 
formando o crime continuado. Vide art. 71, CP. 
 
Atenção: Para que seja entendido como crime 
continuado deverá as infrações ocorrer em até 30 dias,passando desse ponto, não será mais crime continuado, 
porém deverá aplicar a pena de um só dos crimes. 
EX. um roubo em janeiro, e o outro em julho, não 
deverão ser entendidos como crime continuado. 
 
Requisitos 
1) Crime da mesma espécie (mesmo tipo penal – 
no mesmo artigo), não importa se na forma 
simples, qualificada ou privilegiada. 
 
2) Semelhantes condições de tempo, não superior a 
30 dias, assim positivada na jurisprudência 
majoritariamente. 
 
3) Semelhantes condições de lugar, quando os 
crimes tiverem sido praticados na mesma 
comarca ou em comarcas vizinhas (comarcas 
distantes desaparecem a continuidade delitiva). 
 
4) Semelhante modo de execução, quando os 
crimes tiverem sido praticados por meio do 
mesmo modus operandi (modo de operação, 
maneira de agir). 
 
Crime continuado comum 
SEM violência ou grave ameaça, aplica-se a pena do 
crime mais grave aumentada de 1/6 a 2/3. 
 
Crime continuado específico 
COM violência ou grave ameaça, aplica-se a pena do 
crime mais grave aumentada de 1/6 até o triplo. 
 
Natureza jurídica conforme o CP 
 
Trata-se de uma ficção jurídica – O crime continuado é 
uma pluralidade de crimes apenas porque a lei conferiu 
ao concurso material um tratamento diferenciado, dando 
ênfase à unidade de desígnio. 
 
Atenção! O ordenamento jurídico pátrio não exige prova 
da unidade de desígnios (de propósitos) para se ter a 
prática de crime continuado, sendo necessária, tão 
somente, a demonstração de requisitos objetivos, tais 
como prática de crimes de mesma espécie, perpetrados 
em semelhantes condições de lugar, tempo e modo de 
execução, por exemplo. 
 
Espécies de crime continuado 
Há duas espécies de crime continuado: 
 
1) Crime continuado simples – previsto no caput 
do art. 71, CP; 
 
2) Crime continuado qualificado ou específico – 
previsto no parágrafo único do art. 71, CP.

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