Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUALDE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DISCIPLINA 3320 – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I CLASSIFICAÇÃO DE COMPOSTOS ATRAVES DA SOLUBILIDADE Acadêmicas e acadêmico: Amanda PiniSemensate R.A.: 83260 Letícia Utiyama R.A.: 88941 Rômulo Luzia de Araújo R.A.: 82193 Docente: Prof. Me. Expedito Leite Silva MARINGÁ FEVEREIRO DE 2016 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3 2 OBJETIVOS ................................................................................................. 4 3 MATERIAIS E PROCEDIMENTOS ............................................................. 5 3.1 Materiais ................................................................................................ 5 3.1 Procedimentos ...................................................................................... 5 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................. 7 5 CONCLUSÃO ............................................................................................ 10 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 11 3 1 INTRODUÇÃO A solubilidade de uma substância é uma propriedade física muito importante, na qual se baseiam certos métodos de separação de misturas, de extração de produtos naturais e de recristalização de substâncias. Também é uma propriedade muito empregada nas indústrias de tintas, perfumes,sabão e detergente, açúcares e plásticos. A solubilidade depende da natureza do soluto,do solvente e da temperatura.Para prever o comportamento de certos solutos em relação a certos solventes (à temperatura constante) é necessário se analisar as suas estruturas moleculares, ou melhor, o tipo de interação que há entre soluto e solvente. De acordo com as Regras de Solubilidade, uma substância polar tende a dissolverem um solvente polar, e uma substância apolar também num solvente apolar. Ou seja,semelhante dissolve semelhante. Por esse motivo as substâncias orgânicas em geral, só se dissolvem em líquidos também orgânicos, como, por exemplo, álcool, éter, benzeno,gasolina, etc. Esses líquidos recebem o nome de solventes orgânicos. Após muitos anos de estudos, chegou-se a conclusão que é conveniente distribuir os compostos orgânicos alguns grupos de solubilidade, com base em: 1. Sua solubilidade em relação à água, éter, solução aquosa de hidróxido de sódio a 5%,ácido clorídrico a 5%, ácido concentrado frio. 2. Nos elementos que eles contêm além do carbono e hidrogênio. Os grupos resultantes desta classificação são: Tabela 01: Grupos de classificação perante solubilidade. S2 Sais de ácidos orgânicos, hidrocloretos de aminas, aminoácidos, compostos polifuncionais (carboidratos, poliálcoois, ácidos, etc.). SA Ácidos monocarboxílicos, com cinco átomos de carbono ou menos, ácidos arenossulfônicos. SB Aminas monofuncionais com seis átomos de carbono ou menos. 4 S1 Álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, nitrilas e amidas monofuncionais com cinco átomos de carbono ou menos. A1 Ácidos orgânicos fortes: ácidos carboxílicos com menos de seis átomos de carbono, fenóis com grupos eletrofílicos em posições orto e para, -dicetonas. A2 Ácidos orgânicos fracos: fenóis, enóis, oximas, imidas, sulfonamidas, tiofenóis com mais de cinco átomos de carbono, - dicetonas, compostos nitro com hidrogênio em a, sulfonamidas. B Aminas alifáticas com oito ou mais carbonos, anilinas e alguns oxiéteres. MN Diversos compostos neutros de nitrogênio ou enxofre contendo mais de cinco átomos de carbono. N1 Álcoois, aldeídos, metil cetonas, cetonas cíclicas e ésteres contendo somente um grupo funcional e número de átomos de carbono entre cinco e nove; éteres com menos de oito átomos de carbono; epóxidos. N2 Alcenos, alcinos, éteres, alguns compostos aromáticos (com grupos ativantes) e cetonas (exceto as citadas em N1). I Hidrocarbonetos saturados, alcanos halogêneos, haletos de arila, éteres diarílicos, compostos aromáticos desativados. 2 OBJETIVOS Esta prática experimental visa verificar a solubilidade de compostos orgânicos em diferentes solventes e, com isso, poder dizer qual a identidade de cada amostra utilizada 5 3 MATERIAIS E PROCEDIMENTOS 3.1 Materiais Tubo do ensaio; Suporte para tubo de ensaio; Proveta 10ml; Papel tornassol azul; Pipeta 2ml. 3.1 Procedimentos Iniciou-se a experiência com a apresentação dos diferentes compostos orgânicos desconhecidos, chamados simplesmente de amostras A, B, C, D, E e F com o intuito de verificar a classificação dos mesmos em grupos distintos e sua identidade através de testes de solubilidade. Figura 01: Classificação dos compostos orgânicos pela solubilidade 6 Então, 6 gotas de cada amostra foram colocadas em tubos de ensaio. Segundo os caminhos descritos pela figura 01, solventes específicos foram individualmente adicionados à amostra pura, dependendo do resultado da solubilidade para cada um. Anotou-se o que foi observado nas tabelas 02 e 03, presentes na seção de resultados e discussões. 7 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Realizou-se o teste para as amostras A, B, C, D, E e F. Para melhor fins de compreensão, o que foi observado será separado em: materiais que não se solubilizaram em água e materiais que se solubilizaram em água. Além disso, há uma coluna que indica o grupo de solubilidade (GS) de cada amostra, segundo os sugeridos pela figura 01. Os resultados obtidos encontram-se nas tabelas 01 e 02: Tabela 01: Materiais que não se solubilizaram em água Amostra NaOH 5% NaHCO3 5% HCl 5% H2SO4 96% H2PO4 85% GS A Insolúvel - Insolúvel Solúvel Solúvel N1 B Insolúvel - Insolúvel Insolúvel - I E Insolúvel - Insolúvel Insolúvel - I F Solúvel Solúvel - - - A1 Tabela 02: Materiais que se solubilizaram em água Amostra Papel tornassol 1 Éter Papel tornassol 2 GS C Azul → rosa Solúvel Azul → rosa SA D Azul → rosa Insolúvel - S2 O fato das moléculas solubilizarem-se ou não em água diz respeito à sua polaridade. Isto já é um caráter que facilita a separação e conseqüente identificação do composto constituinte de cada amostra. Os possíveis compostos são os listados a seguir: Anilina Benzaldeído β-naftol Naftaleno Etanodiol Ác. propiônico Figura 02: Moléculas a serem descobertas no experimento A priori, separaremos as moléculas quanto à sua solubilidade em água. É possível afirmas que apenas o etanodiol e o ácido propiônico seriam solúveis 8 em água. Isto é, devido às forças intermoleculares que estas moléculas podem realizar com o solvente. Por mais que quase todas as substâncias possuam (com exceção do naftaleno e benzaldeído) possibilidade de realizarem ligações hidrogênio, apenas o etanodio e o ácido propiônico possuem cadeias carbônicas pequenas suficiente para serem solúveis em H2O. Assim, eles representam as amostras C e D. Para saber qual deles representa qual, basta olhar a solubilidade com éter. Ele, por ser um solvente apolar, poderia apenas solubilizar um composto com cadeia carbônica disponível para realizar interações dipolo induzido-dipolo induzido, como o ácido propiônico. A cadeia carbônica do etanodiol já não realizaria estas interações, por encontrar-se entre dois grupamentos–OH. Desta forma, é possível dizer que a substância C trata-se do ácido propiônico e, consequentemente, a D é o etanodiol. Agora, serão discutidas as moléculas que foram insolúveis em água, portanto passaram pelos processos de adição de ácidos e bases nas rotas propostas pela figura 01. Pela tabela 01 é possível perceber que as amostras B e E não se solubilizaram em nenhum meio nos quais elas foram introduzidas. Desta forma, elas serão discutidas mais pela frente. Agora será o momento de deliberar-se sobre A e F, que em um momento ou outro puderam ser solubilizadas. A amostra A não se solubilizou quando adicionado NaOH, nem quando posto HCl, porém, solubilizou-se apenas quando um outro ácido, o H2SO4 96% foi posto no tubo de ensaio. Isso ocorre pois a substância em questão não deveria reagir com o grupo –OH, assim, quando o HCl foi posto no meio, ocorreu uma reação de neutralização entre ele e o NaOH, impedindo que os H+ atacassem a molécula. Assim, quando o ácido fosfórico foi introduzido, ele pode reagir com a amostra. A única substância que poderia não ter reagido com o NaOH, mas sim com uma base era a anilina, segundo a reação: NH2 + NH3 + H + 9 Importante notar que na reação acima houve a produção de um íon. Como o sistema é uma solução aquosa, haverá interação íon-dipolo permanente entre a molécula e a água, que é fortíssima, justificando o porquê dela ser solúvel. Levando isto em consideração, para identificar F, é necessário encontrar, das substâncias dadas, a que poderia reagir com o grupo –OH formando íon. Para que isso ocorra, ela deverá ter um hidrogênio que possa ser retirado facilmente, como o de uma hidroxila. A única molécula restante que possui este ligante é o β-naftol, que reage com a hidroxila da seguinte maneira: OH + OH - O - + OH2 Assim, pode-se descobrir que a amostra A era a anilina e a amostra F era o β-naftol. Sobraram então apenas as amostras que não foram solúveis em nada, que, por eliminação, referem-se ao naftaleno e o benzaldeído. Uma das razões pelo qual o naftaleno não ter reagido está representada por: + OH - C - + OH2 O produto possui uma carga negativa localizada num anel aromático, o que é muito instável; logo a reação não ocorre. Porém, ambas moléculas não reagiram com nada que foi utilizado desta prática. Usou-se então outro método para diferenciá-las: o odor que cada uma apresentava. A amostra B tinha forte odor de balas de cereja, que é o cheiro característico do benzaldeído. Diante do exposto, identificou-se a amostra B como sendo benzaldeído e a E sendo o naftaleno. 10 5 CONCLUSÃO A partir dos métodos experimentais, analisamos cada amostra e de acordo com o a conclusão das tabelas 02 e 03 foi possível determinar o qual amostra com os respectivos produtos contidos. Amostra A – Anilina Amostra B – Benzaldeido Amostra C – Ácido propiônico Amostra D – Etanodiol Amostra E – Naftaleno Amostra F – β-naftol 11 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOLOMONS, T. W. G. , FRUHLE, C. B. , Química Orgânica, Volume 2, 9ª edição, LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S. A ., Rio de Janeiro, 2009,p. 374. BRUICE, PAULA Y.. Química Orgânica. 4.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. v. 2 The Merk Index, BUDAVARI, S., editora, 12ed. MERCK & Co. Inc., 1996.
Compartilhar