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FEBRE AMARELA E DENGUE VIROLOGIA Prof. Fernando Figueredo Arbovírus Vírus cuja transmissão se dá através da picada de um vetor artrópode. Histórico – Febre Amarela 1901 - 1ª doença que se comprovou a transmissão por um vetor artrópode; 1927 – Isolamento do vírus em macacos Rhesus; 1937 – Atenuação do vírus em embrião de galinha, utilizada para imunização; Histórico - Dengue Século XVIII – Descrição 1779, 1780 - Epidemias simultâneas; 1943 – Isolamento do vírus; 1906 – Transmissão pelo Aedes aegypti; 1906 – Etiologia viral; 1926 – Foi estabelecido o período de incubação; 1943 – Isolamento de dois sorotipos; 1950 – Isolamento de mais dois sorotipos. Classificação e Morfologia Família: Flaviridae Gênero: Flavivirus Febre Amarela: 1 sorotipo; Dengue: 4 sorotipos (1,2,3,4); Morfologia Tamanho: 40 a 60nm; RNA fita simples (+) Capsídeo: icosaédrico; Envelopado; Proteína M; Glicoproteína E Características Gerais O vírus é inativado por solventes lipídicos, como éter, clorofórmio; aldeídos; uréia; lipases; proteases e radiação ultravioleta e aquecimento a 56°C durante 30 minutos. FEBRE AMARELA Febre Amarela - Patogenia Penetração do vírus através da pele pela picada do mosquito infectado Nódulos linfáticos regionais Fígado, rins, medula óssea, coração, SNC, pâncreas, baço e linfonodos Replicação no órgão alvo com posterior necrose Replicação local Corrente sanguínea Febre Amarela - Patogenia Mosquito pica/ Adquire o vírus Mosquito pica/ Transmite o vírus Período de incubação extrínsico Período de incubação intrínsico viremia viremia Doença Ser humano 1 0 5 8 12 16 20 24 28 Doença Ser humano 2 DIAS Febre amarela Manifestações Clínicas Após a picada. nos três primeiros dias ocorre viremia, quando é transmissor para outro mosquito. Tríade característica: icterícia, hemorragia (vômito escuro), insuficiência renal aguda (albuminúria intensa). Existem 4 graus de severidade clínica: Forma muito leve; Forma leve: Forma severa ou grave Forma maligna Forma muito leve: febre e cefaléia por horas a dois dias, principalmente nas crianças ainda com imunidade passiva (anticorpos maternos) Forma leve: cefaléia e febre mais intensas, mal-estar geral, dor retroorbital, fotofobia, náusea, vômito, bradicardia relativa pode ocorrer. Febre amarela Manifestações Clínicas Febre amarela Manifestações Clínicas Forma severa ou grave: em 15% dos casos: com um ou mais dos sintomas clássicos: período de infecção: inicia abruptamente com febre alta, calafrios, cefaléia intensa, mialgia generalizada, anorexia, náuseas e vômitos alimentares ou mucosos, congestão da face, pescoço e parte superior do tórax, desconforto pronunciado, irritabilidade, insônia, hemorragias gengivais leves, bradicardia relativa à temperatura; por três dias, o vírus está presente; Febre amarela Manifestações Clínicas Forma severa ou grave: período de remissão: ocorre um abrandamento do quadro clínico por algumas horas ou até dois dias, com declínio da temperatura no início, regressão da cefaléia, mialgias, náuseas, vômitos, sensação de melhora; fase ausente nas formas abortivas e fulminantes - formas malignas; período de intoxicação: agravamento do sintomas e sinais clínicos, elevação da temperatura, prostração, vômitos mais freqüentes, epigastralgia,, icterícia, diátese hemorrágica (por 5 a 7 dias): com hematêmese (vômito negro), melena, metrorragias, hemorragias escrotais, petéquias, equimoses, sangramentos difusos pelas mucosas; Febre amarela Manifestações Clínicas Forma severa ou grave: período de intoxicação: desidratação pelos vômitos e perdas sensíveis elevadas que podem levar à hemoconcentração; aparecimento súbito de albuminúria e diminuição do débito urinário, usualmente sem hemoglobinúria; aparecem os anticorpos e não há viremia; Óbito: ocorre em 20 - 50% dos casos graves, em geral do 7°-10º dia de doença precedido por piora da icterícia, hemorragias, taquicardia, hipotensão. prenunciam o êxito letal: hipotermia, agitação, delírios, soluços intratáveis, hipoglicemia, anúria, estupor, coma. Febre amarela Manifestações Clínicas Forma severa ou grave: Convalescença: freqüentemente prolongada com profunda astenia, que pode durar até duas semanas. as transaminases hepáticas podem elevar-se por pelo menos dois meses. neste período o óbito é raro, ocorrendo por complicações cardíacas ou insuficiência renal. a recuperação é completa exceto quando houve complicações hemorrágicas. Forma maligna: todos sinais e sintomas clínicos. Febre Amarela - Diagnóstico Testes Laboratoriais Testes específicos para dengue OBS? Hemograma completo. Albumina. Testes da função hepática. Testes de função renal. Sumário de urina. Isolamento viral. Sorologia (ELISA para anticorpos da classe IgM). Febre Amarela - Diagnóstico Isolamento e Identificação viral Material de escolha é o sangue ou soro do paciente infectado coletado até o 4º-5° dia de doença. O sangue ou soro podem ser inoculados em cultura de células de animais, de mosquitos, camundongos recém- nascidos. A identificação pode ser feita através de Teste de Neutralização (TN), Inibição da Hemaglutinação (HI), Fixação do Complemento(FC), ensaio Imunoenzimático (ELISA) e Imunofluorescência (IF). Febre Amarela - Diagnóstico Sorologia Pode-se empregar sorologia pareada empregando TN, HI ou FC e pesquisa de anticorpos da classe IgM através de IF ou ELISA. Detecção do ácido nucléico. Emprega-se a reação de transcrição reversa seguida da reação em cadeia de polimerase (RT-PCR). Febre Amarela Epidemiologia, Prevenção e Controle O mosquito A. aegypti prolifera-se dentro ou nas proximidades de habitações, em recipientes contendo água limpa, e possuem o hábito de picar de dia. A Febre Amarela ocorre em toda América do Sul, principalmente na Bolívia, Equador, Peru, Colômbia e Brasil, e na África, como uma doença zoonótica. Febre Amarela Epidemiologia, Prevenção e Controle •O vírus multiplica-se nos mosquitos, que permanecem infecciosos por toda a vida, sendo necessário um intervalo de 12-14 dias para se tornar infectante ( período de incubação extrínsico). • Todos os grupos etários são susceptíveis. • Ocorre grande número de infecções inaparentes. Febre Amarela Epidemiologia, Prevenção e Controle Doença que pode evoluir com surtos até possíveis epidemias. O controle da doença é feita através do extermínio do mosquito. A vacinação com vírus vivo atenuado,é dada em dose única, com eficácia de 95%, e perdura por 10 anos. A vacina deve ser feita pelo menos 10 dias antes de sua entrada ou saída de uma zona endêmica. DENGUE Dengue Características Gerais É um arbovírus. Transmitido por mosquitos ( Aedes aegypti e albopictus). Pertencente à família Flaviviridae,gênero Flavivirus. Composto de RNA de filamento único. Possui 4 sorotipos (DEN-1, 2, 3 e 4). Dengue – Características Gerais Cada sorotipo proporciona imunidade permanente específica e imunidade cruzada a curto prazo. Todos os sorotipos podem causar doenças graves e fatais. O vírus é inativado por solventes lipídicos, como éter clorofórmio; uréia; aldeídos; lipases; proteases e radiação ultravioleta e aquecimento a 56°C durante 30 min. Dengue Possui um capsídeo protéico de simetria icosaédrico. Apresenta um envelope lipídico associado a proteínas de membrana e espículas de glicoproteínas. O genoma viral codifica três proteínas estruturais: proteína do capsídeo ( C ) e proteínas de envelope, pré-M, precursora da proteína de membrana ( M ) e E. O genoma codifica sete proteínas não estruturais, de função indefinida. Dengue - Patogenia 1 2 3 4 4. O vírus se libera e circula no sangue. 3. O vírus infecta as células brancas do sangue e os tecidos linfáticos. 2. O vírus se multiplica em órgãos-alvo. 1. O vírus é transmitido para o homem na saliva do mosquito. Dengue - Patogenia 6 7 5 5. O segundo mosquito ingere o sangue com o vírus. 6. O vírus se multiplica no intestino médio e em outros órgãos do mosquito, infectando as glândulas salivares. 7. O vírus se multiplica nas glândulas salivares. Dengue - Patogenia Mosquito pica/ Adquire o vírus viremia 0 5 Doença Ser humano 1 8 12 16 20 24 28 Período de incubação extrínsico Mosquito pica/ transmite o vírus viremia Período de incubação intrínsico Doença Ser humano 2 DIAS Dengue Aedes aegypti Dengue – Manifestações Clínicas Febre não diferenciada; Febre clássica da dengue; Febre hemorrágica da dengue; Síndrome do choque da dengue; Síndromes Clínicas do Dengue Dengue Manifestações Clínicas Infecção Assintomática: mais freqüente nas crianças; Febre da Dengue: mais freqüente em crianças, a febre indiferenciada acompanha-se de exantema maculopapular. Dengue Manifestações Clínicas Febre da Dengue “Clássica”: 1 Início súbito com: febre alta, calafrios, prostração, mialgias (região lombar e membros inferiores), artralgias, cefaléia, dor retroorbitrária, dor de garganta, náuseas e vômitos, anorexia, epigastralgia, diarréia, depressão, hiperemia conjuntival e da pele: por 3 - 7 dias; Dengue Manifestações Clínicas Febre da Dengue “Clássica”: 2 Tipicamente mas não inevitavelmente: ocorre remissão de poucas horas a 2 dias. Segunda fase febril: mesmo quadro da primeira fase febril: mas mais brando, em 80% dos casos, no 3º ou 4º dia: exantema centrífugo ou petequial: dura de 2 h a vários dias e pode seguir-se de descamação e prurido, fenômenos hemorrágicos discretos: petéquias gengivorragias. Febre da Dengue “Clássica”: a Convalescença pode ser prolongada por semanas: com astenia e depressão. Exame físico, encontra-se: micropoliadenopatia, menos freqüentemente hepatomeglia. Laboratorialmente: leucopenia com linfocitopenia após o segundo dia de doença. plaquetas normais ou diminuídas. Elevação sérica de aminotransferases. Tratamento sintomático. Dengue Manifestações Clínicas Dengue hemorrágica: Início abrupto, similar à forma clássica, com: febre alta, náuseas e vômitos, mialgias e artralgias, faringite; fenômenos hemorrágicos: 2º - 3º dia de doença: petéquias: face, véu palatino, axilas e extremidades, outros: equimoses, gengivorragias, metrorragias e hemorragias digestivas moderadas. Dengue Manifestações Clínicas Dengue hemorrágica: Dengue Manifestações Clínicas Dengue hemorrágica: Maculopatia exsudativa Dengue hemorrágica Dengue Manifestações Clínicas Dengue hemorrágica: Exame físico: pequena hepatomegalia dolorosa: esplenomegalia: alguns casos. Tratamento: sintomático de manutenção considerando: sinais vitais, hidratação, dores, hipertermia. antiviral: inexiste. Prognóstico e Evolução: Convalescença prolongada. Óbitos são raros. Dengue Manifestações Clínicas Síndrome do choque da Dengue: em geral aparece: entre o 3º e o 7º dia de doença, mantendo-se este estado crítico por 12 a 24 h, agitação psicomotora, dor abdominal, letargia, normotermia, sinais de insuficiência circulatória; pele fria, manchada e congesta; cianose perioral, pulso rápido e sudorese fria; pressão arterial convergente, baixa ou imensurável; acidose metabólica, coagulação intravascular disseminada; sem tratamento precoce, óbito em 4 a 6h. Dengue Manifestações Clínicas Formas Clínicas menos freqüentes: comprometimento do SNC: como encefalites e polineuropatias quadros de hepatite com icterícia. Dengue Manifestações Clínicas Dengue - Diagnóstico • Testes laboratoriais • Hemograma completo • Albumina • Testes da função hepática. • Urina para verificar a existência de hematúria microscópica. • Testes específicos para a dengue • Isolamento viral. • Sorologia (ELISA para anticorpos da classe IgM). Dengue - Diagnóstico Isolamento viral Cultura de Células Teste de Ac. fluorescente Dengue - Diagnóstico Inoculação do mosquito Dengue - Diagnóstico Sorologia pelo método de ELISA Dengue Epidemiologia, Prevenção e Controle Dengue transmitido pelo mosquito fêmea infectado. Mosquito pica durante o dia. Vive próximo de habitações humanas. Deposita ovos e produz larvas preferencialmente em recipientes artificiais. ð Larvicidas podem ser úteis para matar fases aquáticas imaturas. ð O ultra baixo volume de pulverização é ineficiente contra mosquitos adultos.
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