Buscar

Med Resumos - Fisiologia Gastrintestinal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
1
FAMENE 
NETTO, Arlindo Ugulino.
FISIOLOGIA II
FISIOLOGIA GASTROINTESTINAL
(Professora Mônica)
O trato alimentar fornece ao organismo suprimento cont€nuo de gua, eletr‚litos e nutrientes. Para o 
desempenho dessa funƒ„o, … necessrio o movimento do alimento ao longo do tubo digestivo, a secreƒ„o de sucos 
digestivos e a digest„o do alimento.
BOCA
A boca representa a primeira porƒ„o do trato digestivo. A cavidade oral … revestida, internamente, pela mucosa 
oral. † delimitada, anteriormente, pelos lbios; lateralmente, pelas mucosas jugais (bochechas); superiormente, pelo 
palato; e inferiormente, pelos m‡sculos do assoalho da boca. A avaliaƒ„o da boca de um paciente … um procedimento 
indispensvel, avaliando o cuidado com a higiene e cuidado com esta estrutura.
A cavidade bucal encontra-se dividida em duas regiˆes: vestíbulo (espaƒo entre os lbios e as gengivas e 
dentes) e cavidade oral propriamente dita.
LÍNGUA
A l€ngua … a maior estrutura da cavidade oral. ‰rg„o 
muscular recoberto por mucosa, de participaƒ„o ativa na gustaƒ„o, 
deglutiƒ„o e na fala (articulaƒ„o da palavra). Observa-se no dorso 
da l€ngua uma divis„o – o sulco terminal – que separa a l€ngua em 
duas porƒˆes: corpo (parte anterior) e raiz (posterior, fixada na 
parede).
Observam-se tamb…m as papilas linguais, onde se 
localizam os receptores gustativos. † atrav…s desses receptores 
que informaƒˆes sobre o sabor dos alimentos s„o repassadas aos 
nervos facial (via nervo lingual), glossofar€ngeo e vago (nervos 
cranianos relacionados com a gustaƒ„o).
A anlise da l€ngua dos pacientes pode revelar o 
desenvolvimento de certas doenƒas, como c‹nceres e infecƒˆes. 
O paladar … uma funƒ„o desses botˆes gustativos com 
contribuiƒ„o da olfaƒ„o, uma vez que o centro do olfato e do paladar
no SNC s„o pr‚ximos e interligados (isto justifica o fato de que nas 
gripes e resfriados ocorre uma diminuiƒ„o da apreciaƒ„o do gosto 
dos alimentos).
O gosto … percept€vel aos botˆes devido aos seus receptores qu€micos, ou seja, receptores de s‚dio, potssio, 
cloro, adenosina e enosina. A percepƒ„o qu€mica … diferenciada em est€mulos nervosos para as respectivas sensaƒˆes: 
doce, amargo, salgado e cido.
As c…lulas gustat‚rias propriamente ditas est„o divididas nas 
seguintes partes: poro gustat‚rio e fibras nervosas gustat‚rias, que v„o 
transmitir o impulso nervoso da gustaƒ„o. Na superf€cie de cada uma das 
c…lulas gustativas, observam-se prolongamentos finos como pŒlos, 
projetando-se em direƒ„o da cavidade bucal; s„o chamados 
microvilosidades. 
Para que haja a propagaƒ„o do impulso nervoso, as c…lulas devem 
ser previamente despolarizadas e enviem o impulso nervoso para as vias 
de transmiss„o at… o tronco enceflico e, da€, ao tlamo e c‚rtex cerebral. 
Inicialmente, os est€mulos captados pelas papilas gustativas 
passam, primeiramente, pelo nervo lingual, depois pela corda do t€mpano, e 
alcanƒam o nervo facial, para por fim, chegar ao n‡cleo do trato solitrio, 
localizado no bulbo (estrutura do tronco cerebral). Os nervos 
glossofar€ngeo e vago tamb…m participam da sensaƒ„o do paladar no terƒo 
posterior da l€ngua. Em seguida, os est€mulos s„o transmitidos ao tlamo; 
do tlamo passam ao c‚rtex gustativo primrio e, subsequentemente, s 
reas associativas gustativas circundantes e  regi„o integrativa comum 
que … responsvel pela integraƒ„o de todas as sensaƒˆes.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
2
OBS1: Qualquer les„o em n€vel das estruturas nervosas relacionadas com a gustaƒ„o (nervos facial, glossofar€ngeo e 
vago; n‡cleo do trato solitrio; tlamo; c‚rtex gustativo), pode haver uma parada na percepƒ„o dos gostos.
PAPILAS LINGUAIS
Com base em sua estrutura e funƒ„o, as papilas linguais s„o divididas em quatro tipos: filiformes, fungiformes, 
foliadas e circunvaladas. Todas elas est„o localizadas anteriormente ao sulco terminal.
 Papilas filiformes: estruturas delgadas que d„o aspecto aveludado  superf€cie dorsal. N„o possuem botˆes 
gustativos.
 Papila fungiforme: assemelha-se a um cogumelo. Possuem corp‡sculos gustativos no aspecto dorsal de seu 
chap…u.
 Papilas foliadas: apresentam sulcos verticais que lembram pginas de um livro. Possuem corp‡sculos 
gustativos apenas na inf‹ncia.
 Papilas valadas: dispostas em V imediatamente anteriores ao sulco terminal. Possuem botˆes gustativos.
DENTIÇÃO
Os dentes s„o estruturas r€gidas e esbranquiƒadas implantadas na maxila e mand€bula responsveis pela 
mastigaƒ„o e por dar forma  porƒ„o inferior da face. Est„o divididos em trŒs partes: coroa, raiz e colo.
No adulto, encontram-se 32 dentes, sendo eles 
divididos em quatro tipos, de acordo com as suas formas e 
funƒˆes:
 Incisivos: oito dentes, com margem cortante e raiz 
‡nica.
 Caninos: quatro dentes, com coroa cŽnica 
terminando em ponta e raiz ‡nica.
 Pré-molares: oito dentes, com coroa apresentando 
dois tub…rculos e raiz ‡nica ou b€fida.
 Molares: doze dentes, coroa com trŒs a cinco 
tub…rculos e duas a trŒs ra€zes.
SALIVAÇÃO
O volume dirio de saliva produzida … cerca de 1000ml, com pH entre 6,0 a 7,0 (isto …: favorvel a aƒ„o digestiva 
da ptialina). A saliva cont…m dois tipos principais de secreƒ„o prot…ica:
 Secreção serosa: cont…m ptialina (α-amilase), uma enzima responsvel pela digest„o de amidos.
 Secreção mucosa: cont…m mucina para lubrificaƒ„o e proteƒ„o de superf€cies.
As glândulas parótidas secretam exclusivamente o tipo seroso, enquanto as glândulas submandibular e 
sublingual secretam tanto seroso quanto mucoso.
Íons na saliva.
A saliva possui quantidade particularmente grande de €ons potssio e de €ons 
bicarbonato. Por outro lado, a concentraƒ„o de €ons s‚dio e cloreto … 
consideravelmente mais baixa do que no plasma. Isso acontece pois os íons sódio s„o 
ativamente reabsorvidos a partir de todos os ductos salivares, que, por sua vez, 
secretam íons potássio ativamente em troca do s‚dio. Com isso, a concentraƒ„o de 
Na+ na saliva fica reduzida, enquanto a de K+ aumenta. Por…m, a reabsorƒ„o de s‚dio 
… bastante excessiva em relaƒ„o a sa€da de K+ dos ductos, o que cria uma grande 
negatividade nesses ductos, fazendo com que haja absorƒ„o passiva de íons cloreto. 
Por isso que a concentraƒ„o de Na+ e Cl- nos ductos … baixa, e na saliva, … alta.
J os €ons bicarbonato s„o secretados pelo epit…lio ductal para o l‡men do 
ducto por um processo secretor ativo. Esses €ons s„o, em parte, responsveis por 
manter o pH estvel.
Funções da saliva.
 O fluxo de saliva ajuda a remover as bact…rias patogŒnicas, bem como part€culas alimentares.
 Cont…m diversos fatores capazes de destruir bact…rias: €ons tiocianato, lisozinas e anticorpos (combatem, 
inclusive, bact…rias que causam cries).
 Participa no processo conhecimento como clareamento do esôfago, que consiste na lubrificaƒ„o e limpeza da 
mucosa esofgica a partir da saliva deglutida.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
3
Regulação nervosa da secreção salivar.
A regulaƒ„o da secreƒ„o salivar … feita por sinais nervosos parassimpticos dos n‡cleos salivat‚rios superior e 
inferior no tronco cerebral (na ponte e no bulbo, respectivamente). Pode ser estimulada ou inibida por sinais nervosos
que chegam aos n‡cleos salivat‚rios provenientes dos centros superiores do SNC. O n‡cleo salivat‚rio superior envia
fibras via nervo facial e nervo lingual para inervar as gl‹ndulas submandibular e sublingual; o n‡cleo salivat‚rio inferior 
envia fibras para inervar a gl‹ndula par‚tida via nervo glossofar€ngeo.
Os sinais nervosos parassimpticos que induzem a salivaƒ„o copiosa tamb…m dilatam moderadamente os vasos 
sangu€neos. Por esta raz„o, o suprimento sangu€neo das gl‹ndulas afeta a secreƒ„o salivar, j que a secreƒ„o sempre 
requer um nutriƒ„o adequada. Aescassez de saliva pode estar associada a lesˆes no sistema nervoso perif…rico ou 
lesˆes vasculares.
A estimulaƒ„o simptica tamb…m pode aumentar a salivaƒ„o em grau moderado. Esses nervos simpticos se 
originam dos g‹nglios cervicais superiores.
MASTIGAÇÃO
Os dentes s„o admiravelmente constru€dos para a mastigaƒ„o. Nesse processo, o alimento … convertido em 
pedaƒos menores, por…m permite uma maior atuaƒ„o de enzimas digestivas, aumentando as reas de contato. Al…m 
disso, a mastigaƒ„o estimula o centro da saciedade.
DEGLUTIÇÃO
 Fase voluntária: quando o alimento est pronto para ser deglutido, e … voluntariamente empurrado pela l€ngua 
para a faringe.
 Fase faríngea da deglutição: o alimento … empurrado involuntariamente para o esŽfago. Nesse processo, uma 
s…rie de m‡sculos … ativada para o fechamento das vias a…reas e abertura do esf€ncter superior do esŽfago
(m‡sculo cricofar€ngeo). Esta estimulaƒ„o … intermediada por receptores na faringe para os nervos 
glossofar€ngeo, vago e acess‚rio, controlado pelo centro da deglutiƒ„o no bulbo (n‡cleo amb€guo).
ESFAGO
O esŽfago … um tubo muscular com aproximadamente 25cm de comprimento, que transporta o bolo alimentar da 
faringe oral para o estŽmago.
ESFINCTER SUPERIOR DO ESÔFAGO
Est localizado na junƒ„o faringoesofagiana, tendo como base anatŽmica os m‡sculos e a musculatura esofgica 
abaixo dele. Tem como funƒ„o manter fechada a extremidade superior do esŽfago, impedindo a passagem de ar para o 
mesmo e o refluxo do alimento para a faringe. A contraƒ„o tŽnica do ESE … feita pela excitaƒ„o de fibras somticas 
vagais. O seu relaxamento … feita pela inibiƒ„o transit‚ria dos neurŽnios centrais. Tal excitaƒ„o e inibiƒ„o s„o 
coordenadas pelo centro da deglutiƒ„o, localizado no bulbo.
O M. constrictor inferior da faringe exibe uma atividade el…trica constante com a freqŒncia de descarga proporcional 
ao tŽnus do M. em repouso. Quando ocorre o relaxamento, essas descargas cessam, possibilitando a passagem do 
alimento. O tŽnus … controlado pelas aferŒncias neurais que coordenam o relaxamento do m‡sculo, ocorrido com a 
deglutiƒ„o.
CORPO DO ESÔFAGO
† limitado proximalmente pelo esf€ncter superior do esŽfago e distalmente pelo esf€ncter inferior do esŽfago. † 
inervado por plexos oriundos do nervo vago.† a porƒ„o responsvel pelo transporte do bolo alimentar pela aƒ„o da 
gravidade e de ondas peristlticas.
Doença do refluxo: normalmente, o esf€ncter crdico (esofgico inferior), enquanto n„o nos alimentamos, ele permanece 
fechado. Pessoas que sofrem de refluxo (sensaƒ„o de asia, pirose) n„o possuem controle no fechamento dessa vlvula, podendo 
causar regurgitaƒ„o. † uma doenƒa crŽnica e multifatorial (aumento de peso – aumenta a press„o das v€sceras sobre o 
estŽmago; gen…tico; anatŽmico) de per€odos de melhora e piora.
Esofagite: inflamaƒ„o causada devido aos cidos 
do estŽmago quando h regurgitaƒ„o. Apresenta 
grande vermelhid„o no esŽfago diagnosticado por 
endoscopia, que pode evoluir para o esôfago de 
Barret, que … uma condiƒ„o pr…-neoplsica.
Hérnia de hiato: … o deslizamento do estŽmago 
em direƒ„o ao esŽfago, fazendo com que o 
estŽmago se projete sobre o diafragma. Esta 
alteraƒ„o anatŽmica ocorre devido  diferenƒa 
entre a alta press„o dentro do abdome em 
relaƒ„o  baixa press„o dentro do t‚rax.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
4
OBS2: Mecanismo Anti Refluxo. Refluxo gastroesofágico é o retorno do conteúdo do estômago, como o suco gástrico 
(ácido) e alimentos, para o esôfago. Quando este refluxo se apresenta de forma intensa e em vários episódios durante o 
dia, ele é chamado de refluxo gastroesofágico patológico. A doença do refluxo gastroesofágico ocorre devido ao 
funcionamento precário dos mecanismos anti-refluxo. Esses mecanismos podem ser de natureza anatômica e fisiológica.
 Mecanismos funcionais
 Pressão do esfíncter inferior do esôfago: o tônus normal do esfíncter inferior do esôfago bloqueia o 
retorno de qualquer substância gástrica para o esôfago. O aumento acentuado da pressão intra-
abdominal comprime o esôfago neste ponto. Esse fechamento tipo valvular da porção inferior do esôfago 
evita que a elevada pressão no estômago force o conteúdo gástrico na direção do esôfago. A pressão 
exercida pela musculatura diafragmática contribui no reforço deste esfíncter.
 Peristaltismo do esôfago: a peristalse primária é simplesmente a continuação da onda peristáltica que 
se inicia na faringe e se propaga para o esôfago durante a fase faríngea da deglutição. A peristalse 
primária, portanto, está diretamente ligada com a digestão. Se a onda peristáltica primária for insuficiente 
para movimentar todo o alimento que entra no esôfago em direção ao estômago, ondas peristálticas 
secundárias causam da distensão do esôfago pelo alimento retido. Estas ondas são idênticas às 
primárias, a não ser pelo fato de se originarem no próprio esôfago, e não na faringe. As ondas 
peristálticas secundárias mantêm-se até que todo o alimento tenha passado para o estômago. Doenças 
que afetem o peristaltismo do esôfago (como a esclerodermia ou o megaesôfago chagásico) predispõem 
ao desenvolvimento de DRGE.
 Ação da saliva e clareamento do esôfago: limpeza do tubo pela ação da saliva deglutida, permitindo a 
este órgão uma maior capacidade de empurrar o ácido através de suas contrações. O alto teor de 
bicarbonato e proteínas tamponantes neutraliza o ácido no esôfago. Doenças que afetem a produção de 
saliva podem influenciar de maneira negativa neste mecanismo (como a síndrome de Sjrögren, doença 
reumatológica que influencia na produção e secreção de saliva).
 Volume e tempo de esvaziamento do conteúdo gástrico: deve acontecer rapidamente e com pouco 
volume.
 Resistência da mucosa do esôfago: A resistência tissular não é um fator isolado, mas representa um 
conjunto de estruturas e funções que se dispõem em camadas e interagem para formar uma barreira 
dinâmica. Desta forma, temos:
 Defesa pré-epitelial (muco esofágico): ação do muco produzido pelo próprio epitélio esofagiano, 
que reduz a ação do ácido clorídrico. O muco, com suas propriedades e viscoelasticidade, forma 
uma excelente barreira à penetração de macromoléculas, como pepsina (não bloqueia, contudo, 
a passagem de íons H+).
 Defesa epitelial (epitélio escamoso do esôfago): ação exercida pelo tecido epitelial de 
revestimento (T.E.R.) Estratificado Pavimentoso Não-queratinizado que reveste o esôfago, um 
epitélio bastante resistente. Este epitélio escamoso apresenta células firmemente aderidas entre 
si (por junções intercelulares muito firmes) que não permitem a passagem de íons entre as 
células. Contudo, ele não é resistente à agressão contínua exercida por enzimas pancreáticas, 
sais biliares e ácido clorídrico. 
 Defesa pós-epitelial (vascularização): função exercida pelo suprimento sanguíneo esofágico, 
responsável por carrear os radicais livres formados neste órgão.
 Mecanismos anatômicos:
 Entrada oblíqua do esôfago no estômago: tal fenômeno ameniza o impacto da deposição do bolo 
alimentar no estômago e promove o seu fechamento quando está cheio.
 Roseta da mucosa gástrica: pregas resistentes presente na porção inicial do estomago (a nível da
cárdia) que dificulta o refluxo funcionando como uma engrenagem.
 Elementos de fixação do estômago: artéria gástrica esquerda e ligamentos frênico-esofágico 
(membrana fibroelástica que se origina de uma condensação da fáscia abdominal; quando lesado, pode 
haver hérnia de hiato), pilares diafragmáticos ao nível do hiato.
 Musculatura diafragmática: as fibras do diafragma auxiliam no mecanismo funcional de defesa 
exercido pelo esfíncter inferior do esôfago.
OBS3: O esôfago não possui a ultima camada serosa, o que o deixa mais vulnerável a perfurações.
OBS4: Ao se ingerir medicamentos via oral, deve tomar líquidos para que o comprimido,no caso, não fique aderido às 
paredes do esôfago, podendo irritá-las e perfura-las.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
5
PRINC‚PIOS GERAIS DA MOTILIDADE GASTRINTESTINAL
As paredes do trato GI … composto, basicamente, por 5 camadas, sendo 
elas, de fora para dentro (luz): serosa, camada muscular longitudinal, camada 
muscular circular, submucosa (possui uma parte nervosa: plexo de Meissner) 
e mucosa. O esŽfago n„o possui a camada serosa, e o estŽmago possui uma 
camada circular m…dia a mais.
Essas paredes tŒm funƒˆes motoras (por se tratar de ‚rg„os responsveis 
por motilidade e mistura do bolo alimentar) bem como funƒ„o de sins€cio, isto 
…, quando um potencial de aƒ„o … desencadeado em qualquer parte no 
interior da massa muscular, percorre, geralmente, todas as direƒˆes pelo 
m‡sculo.
FUNÇÃO DE ATIVIDADE ELÉTRICA DO M. LISO
O aparelho digestivo possui uma certa atividade elétrica 
intrínseca, ou seja, seu potencial de aƒ„o … gerado por si pr‚prio, 
como ocorre no automatismo do coraƒ„o.
Essa atividade apresenta dois tipos bsicos de ondas el…tricas: 
ondas lentas (3/min) e ondas em ponta.
As ondas lentas n„o se tratam de potencial de aƒ„o, mas sim, 
alteraƒˆes lentas ondulantes no potencial de repouso da 
membrana. As ondas em ponta s„o verdadeiros potenciais de 
aƒ„o, que se d pela abertura de canais lentos de clcio-s‚dio, o 
que explica a longa duraƒ„o dos potenciais de aƒ„o. Para que haja 
a contraƒ„o, … necessrio que aconteƒa uma alteraƒ„o m€nima na 
voltagem do potencial de repouso da membrana, como uma 
distens„o muscular (chegada do alimento) ou est€mulos 
parassimpticos (acetilcolina) e simpticos (norepinefrina).
OBS5: Por isso, quando o indiv€duo n„o se alimenta, acontecem as chamadas contrações de fome, pois, toda 
contraƒ„o de um ‚rg„o oco, gera dor.
OBS6: Quando uma pessoa est nervosa ou ansiosa, h uma descarga adren…rgica, fazendo com que o parassimptico 
estimule a produƒ„o de cido clor€drico, gerando dores semelhantes a gastrites. Ou seja, o stress emocional pode 
desencadear alteraƒˆes na voltagem do potencial de repouso do M. liso, causando dispepsia (sintomas semelhantes  
gastrite).
OBS7: N„o comer tamb…m engorda, por isso que … aconselhvel a uma pessoa em regime se alimentar em per€odos 
regulares. Isso acontece porque, caso o indiv€duo passe muito tempo sem se alimentar, o organismo assimila a uma 
escassez, e quando o indiv€duo se alimenta depois de um longo per€odo, o ele ret…m nutrientes desnecessrios para 
burlar essa “falta” de alimento.
CONTROLE NEURAL DA FUNƒ„O GASTRINTESTINAL
O trato gastrintestinal tem um sistema nervoso pr‚prio, denominado de sistema nervoso ent…rico. Esse sistema 
localiza-se inteiramente na parede do intestino, comeƒando no esŽfago at… o ‹nus.
O sistema nervoso ent…rico … composto basicamente por dois plexos: 
 Plexo de Auerbach (mioentérico): situado entre as camadas longitudinal e circular.
 Plexo de Meissner (submucoso): localizado na submucosa.
Existem doenƒas que atacam primordialmente estes plexos. O Trypanossoma cruzi, de indiv€duos portadores da 
doença de chagas, destr‚i os plexos nervosos, causando dist‡rbios motores como: a dilataƒ„o do esŽfago, que 
perde a capacidade de se contrair, causando problemas de motilidade em todo tubo digestivo; doença do 
megacólon chagásico; problemas de constipaƒ„o; etc.
ÍONS CALCIO E CONTRAÇÃO MUSCULAR
A contraƒ„o do m‡sculo liso ocorre em resposta a entrada de clcio na fibra muscular. Os €ons clcio, ao 
atuarem atrav…s do mecanismo de controle da calmodulina, ativam os filamentos de miosina na fibra, gerando forƒas de 
atraƒ„o que se desenvolvem entre os filamentos de miosina e os de actina, causando, assim, a contraƒ„o muscular.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
6
As ondas lentas não são responsáveis pela entrada de cálcio na fibra muscular lisa (apenas a entrada de íons 
sódio). Em contrapartida, é durante os potenciais de ponta gerados nos picos das ondas lentas, que grande quantidade 
de íons cálcio penetra nas fibras, causando a maior parte de sua contração.
TIPOS FUNCIONAIS DE MOVIMENTOS NO TRATO GASTRINTESTINAL
O trato gastrintestinal apresenta dois tipos de movimento: propulsivo 
(movimentos peristálticos propriamente ditos) e mistura (ajudam os peristaltismos, mas 
tem uma função de misturar e homogeneizar o bolo alimentar).
Além disso, a peristalse do esôfago pode acontecer de três formas: a peristalse 
primária, provocada pelo estímulo da deglutição; a peristalse secundária, que não está 
relacionada à deglutição; e a peristalse terciária, mais comum no idoso, caracterizada por 
contrações do esôfago não relacionada à deglutição nem a nenhum outro fenômeno de 
distensão ou de refluxo, de forma que as contrações são ineficazes, isto é, sem função 
alguma. As contrações terciárias estão bem relacionadas com algumas patológicas, mas 
podem acontecer sem que haja qualquer doença associada.
ESTMAGO
O estômago, região mais dilatada do canal alimentar, é uma estrutura semelhante a um saco que, no adulto 
médio, pode acomodar aproximadamente 1500ml de comida e suco gástrico, em sua distensão máxima. O bolo 
alimentar passa pela junção gastresofágica e penetra obliquamente no estômago onde é processado, transformando-se 
em um fluido viscoso denominado quimo.
FUNÇÕES MOTORAS DO ESTÔMAGO
O estômago é tido como um órgão de armazenamento a partir do momento que o alimento chega (por via 
reflexo vago vagal) ao esfíncter esfoágico inferior, o qual relaxa, permitindo a entrada e o acúmulo de alimento no 
estomago, o qual se acomoda, progressivamente, ao volume recebido.
OBS8: Quanto mais o indivíduo se alimenta em proporções cada vez maiores, mais o estômago cresce (dilatação 
receptiva).
A função de mistura realizada pelo estômago, por intervenção das ondas constrictoras peristálticas fracas, faz
com que a porção média da parede deste órgão se mova em direção ao antro no intuito de realizar uma maior 
homogeneização do quimo com as secreções gástricas. Esse movimento é associado aos movimentos de retropulsão, 
em que o piloro se fecha, fazendo com que o alimento não ultrapasse para o duodeno, retornando para cima, para 
continuar sofrendo mistura, até que o quimo esteja bastante homogênio.
OBS9: Contração de fome: sinal que o estômago envia ao sistema nervoso ao perceber uma baixa concentração de 
açúcar no sangue, gerando tônus gástrico.
A função de esvaziamento se dá por contrações intensas justamente por ser responsável a expulsar o alimento 
do estômago. A maior parte das contrações estomacais são fracas, intensificando-se, justamente, no momento da 
evacuação.
O esvaziamento é controlado por fatores:
 Gástricos: liberação de gastrina, hormônio produzido na mucosa do antro, que aumenta a produção de suco 
gástrico pelas glândulas fúndicas e estimula a ação da bomba pilórica.
 Duodenais: reflexo enterogastrico (quando o alimento sai do estomago para o intestino, começam as ondas 
peristálticas no intestino); liberação de hormônios intestinais, como o CCK, inibidor do esvaziamento; presença 
de gordura retarda o esvaziamento, para que haja tempo de assimilação desses nutrientes; grau de acidez do 
quimo.
OBS10: A digestão deve ser feita calmamente, pois caso haja uma surpresa moral, todo sangue destinado à receber os 
nutrientes será desviado para a cabeça e músculos, paralisando o esvaziamento do estômago.
OBS11: Quanto maior o volume do estômago, maior será retardado o esvaziamento deste órgão. Por isso não se deve 
ingerir muito líquido durante as refeições. Há um provérbio chinês que dita: “Saia da mesa ainda com fome”.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
7
REGIÕES DO ESTÕMAGO DO PONTO DE VISTA ANATÔMICO
Anatomicamente, a observação macroscópica mostra que o estômago tem quatro regiões:
 Cárdia: região estreita, situadana junção 
gastroesofágica. Possui glândulas responsáveis pro 
produzir muco contra ação do ácido clorídrico.
 Fundo: uma região em forma de cúpula à esquerda 
do esôfago, frequentemente cheia de gás. Presença de 
células endócrinas produtoras de gastrina.
 Corpo: a maior região, responsável pela formação do 
quimo. Assim como o fundo, há um maior predomínio 
de células parietais (produtoras do HCl) e células 
principais (produção de pepsionogênio) situadas nas 
glândulas fundicas.
 Antro: porção final do estômago, dotada do espesso 
esfíncter pilórico, que controla a liberação intermitente 
do quimo para o duodeno. Há predomínio de glândulas 
produtoras de muco que reveste a mucosa do 
estômago que o protege da autodigestão.
Células parietais
Presentes, principalmente, no corpo do estômago, são as responsáveis pela produção de 
ácido clorídrico. Estas células possuem receptores diferenciados (figura ao lado) que 
estimulam a produção do ácido: receptores de histamina, gastrina e acetilcolina, que 
ativam essas células a secretarem ácido clorídrico.
Na região basal dessas células, existe uma enzima chamada bomba hidrogênio-
potássio-ATPase. Essa enzima, quando ativada, elimina o H+ na luz do canalículo em troca 
de K+. Esse H+ se une ao Cl- , previamente bombeado para fora da célula, onde se 
combinam em HCl. A água captada do líquido extracelular chega ao canalículo devido à 
osmolaridade gerada nessa região. O HCl é importante por conveter o pepsinogênio (inativo) 
em pepsina (ativo).
OBS12: É possível realizar o bloqueio dessa bomba de prótons inibindo os receptores de histamina, gastrina ou 
acetilcolina por meio de medicamentos, porém não é aconselhável, pois, do ponto de vista fisiológico, existem outros 
receptores de histamina em variados tecidos mais importantes do corpo, que seriam inibidos também. Pode-se então 
utilizar medicamentos que inibam diretamente e temporariamente a bomba, como o Omeprazol, muito utilizado para 
doenças relacionadas à hiperacidez (ácido peptídicas, como gastrite, ulceras gástricas ou duodenas, duodenites, doença 
do refluxo).
OBS13: Antiinflamatórios reduzem o número de prostaglandinas, responsáveis pela produção de muco e estimulação da 
irrigação sanguínea da parede gástrica, tornando o estomago vulnerável a ação do ácido clorídrico. A administração de 
antiinflamatórios deve ser feita associada a inibidores da acidez.
OBS14: Ulceras gástricas podem ser causadas pela bactéria H. pylori (considerado um carcinógeno tipo 1 pela OMS)
presente em 70% da população mundial, mas que só se torna patogênica em pessoas com predisposição genética. Essa 
bactéria provoca um desequilíbrio fisiológico, resultando em uma produção desordenada de HCl, bem como na redução 
da produção de muco. Por isso, utiliza-se antibióticos e inibidores da bomba de prótons. Essa bactéria sobrevive a ação 
do ácido clorídrico por se esconder abaixo da camada de muco e por ter uma enzima urease que alcaliniza o meio.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
8
OBS15: As células parietais produzem ainda o fator intrínseco, glicoproteína produzida na mucosa gástrica, que se liga 
a vitamina B12 (responsável pela maturação de células da linhagem vermelha) para que ela não seja degradada no 
duodeno para ser absorvida no íleo.
A Helicobacter pylori é considerada pela Organização Mundial de Saúde como um carcinógeno tipo 1, ou seja, 
dependendo da cepa dessa bactéria no estômago, relacionado a uma predisposição genética, o indivíduo está 
propenso a adenocarcinoma gástrico. Essa bactéria, nesses casos, provoca uma reação inflamatória, em que o 
organismo passa a se defender por meio de citotoxinas, substância tóxicas que tentam combater a bactéria, mas 
destroem as próprias células da mucosa, desenvolvendo gastrites crônicas e ulceras. Para combater essas 
patologias, deve-se combater primeiramente a bactéria com antibióticos.
Gastrites crônicas, por levarem a degradação da mucosa estomacal, diminui a formação do fator intrínseco, o 
que prejudica a absorção da vitamina B12. Isso gera a anemia perniciosa, devido a falta de maturação e eritrócitos 
pela medula vermelha.
REGIÕES DO ESTÔMAGO DO PONTO DE VISTA FISIOLÓGICO
Fisiologicamente, o estômago está dividido em duas regiões apenas: porção oral (2/3 iniciais) e porção caudal 
(que corresponde ao corpo e antro).
HORMÔNIOS RELACIONADOS AO FUNCIONAMENTO GASTRICO
 Gastrina: hormônio produzido pelas células G do estômago e intestino delgado.
 Estimula a produção de HCl pelas células parietais do estômago, que possuem um recptor específico 
para esse hormônio.
 Crescimento da mucosa gastrintestinal: a gastrina tem função trófica que estimula a proliferação e 
diferenciação celular. Isso justifica a razão de não usar medicamentos que poderiam bloquear os 
receptores das células parietais para esse hormônio, uma vez que bloquearia a renovação da mucosa 
gastrica.
 Estimula a motilidade gástrica, especialmente a contração da região pilórica (bomba pilórica) e o 
relaxamento do esfíncter pilórico regulando o esvaziamento gástrico.
 Secretina: hormônio antagonista da gastrina, produzido pelas células S do intestino delgado. Sua secreção 
pode ser estimulada pela acidez do quimo.
 Estimula a produção de suco pancreático (solução alcalina, rica em bicarbonato) pelo pâncreas, que 
neutraliza, de certa forma, a acidez com que o quimo chega ao duodeno.
 No estômago, estimula a produção e secreção de pepsina (quebra proteínas) e inibe a secreção de 
ácido clorídrico.
 No fígado, estimula a produção da bile.
 No duodeno, estimula a produção de suco entérico.
 Colecistocinina (CCK): hormônio produzido pelas células I do intestino delgado (mucosa do jejuno)
 Estimula o crescimento celular do pâncreas e a secreção do suco pancreático.
 Provoca o esvaziamento da vesícula biliar.
 Ação inibitória no estômago.
OBS16: O stress emocional pode estimular a secreção de HCl devido a sobrecarga do sistema nervoso simpático (reduz 
a vascularização da parede gástrica) e parasimpático (estimula a produção de acetilcolina), estimulando a secreção de 
acetilcolina e diminuindo a vascularização do estômago, podendo gerar gastrites nervosas que evoluem para ulceras.
UNIDADE SECRETORA PANCRE…TICA
O pâncreas, situado paralelamente abaixo do estômago, é uma grande glândula composta cuja estrutura interna 
se assemelha à das glândulas salivares, apresentando um amplo sistema de ductos e ácinos pancreáticos (originam-
se nas células acinares, completando-se nos ductos extra-lobulares), responsáveis pela produção e secreção das 
enzimas digestivas pancreáticas.
SUCO PANCREÁTICO
O pâncreas em atividade secreta soluções que vão agir sobre o quimo (bolo alimentar que já sofreu a ação de 
enzimas desde a boca ao estômago), que é extremamente ácido, e chega ao duodeno, podendo ter sua mucosa lesada 
por essa propriedade.
É por esta razão que o suco pancreático é composto de uma grande quantidade de água, enzimas e grandes 
quantidades de bicarbonatos, com função de neutralizar a natureza ácida do quimo.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
9
Funções.
O suco pancretico … responsvel pela hidr‚lise da maioria das mol…culas de alimento, bem como, continuar a 
digest„o de carboidratos (atrav…s da aƒ„o da amilase pancreática, que fragmenta o amido em maltose) iniciada na 
boca pela amilase salivar; prote€nas (enzimas proteases: quimiotripsina e tripsina); gorduras (lípases) e cidos 
nucl…icos (nucleases).
A secretina … o hormŽnio pr‚-estimulante do p‹ncreas, que ativa sua funƒ„o eletrol€tica (bicarbonatos). Em 
contrapartida, … um hormŽnio inibidor do estŽmago: com o intuito de parar a funƒ„o do estŽmago e iniciar a aƒ„o 
pancretica.
Componentes.
A secreƒ„o do suco pancretico consiste em dois componentes:
 Componente aquoso rico em HCO3- : neutraliza o H+que chega ao duodeno.
 Componente enzimtico: digere carboidratos, prote€nas e lip€dios, que s„o ativadas apenas na luz do intestino. 
Essas enzimas s„o recobertas com uma membrana lisossomal para se manterem inativas at… a chegada no 
intestino.
Inervação do pâncreas exócrino.
 Est€mulo parassimptico: estimula a secreƒ„o.
 Est€mulo simptico: inibe a secreƒ„o.
Indiv€duos alcoolistas podem desenvolver um quadro de pancreatite aguda, pois o lcool estimula a ativaƒ„o 
precoce das enzimas pancreticas, causando necrose do tecido pancretico. Indiv€duos que continuam 
bebendo, desenvolvem pancreatite crŽnica, com o tecido pancretico totalmente destru€do. Desse modo, o 
indiv€duo ser incapaz de quebrar nutrientes e nem assimil-los, gerando quadros de desnutriƒ„o prot…ico-
cal‚ricas graves. O tratamento … feito atrav…s de reposiƒ„o de enzimas pancreticas ou c…lulas tronco.
Amilase Pancreática (pH entre 7,8 e 8,2).
Continua a digest„o dos carboidratos que foi iniciada na boca. Sua aƒ„o … semelhante ao da ptialina, 
transformando o amido (cana, frutas, leite, batata, arroz, trigo) em maltose e glicose. Essa etapa da digest„o … 
importante pois esses carboidratos s„o fonte de energia em nosso organismo.
OBS17: A digest„o do amido … completada no intestino porque, como o alimento permanece pouco tempo na boca, a 
ptialina n„o … capaz de quebra-lo totalmente.
Tripsina e Quimiotripsina (pH 7,8 e 8,2).
S„o enzimas proteol€ticas produzidas em forma inativa (tripsinogŒnio e quimiotripsinogŒnio) para n„o atacar as 
prote€nas do pr‚prio ‚rg„o produtor (p‹ncreas). A atuaƒ„o do tripsinogŒnio … ativada pela enteroquinase, enzima 
produzida pelo pr‚prio duodeno, que por sua vez, j como tripsina, converte quimiotripsinogŒnio em quimiotripsina. 
Essas enzimas transformam as prote€nas decompostas no estŽmago em subst‹ncias mais simples – os aminocidos. As 
fontes de prote€nas s„o: carne, queijo, leite, ervilha, etc.
Lipase Pancreática.
Atua na digest„o dos lip€dios, transformando triglicer€dios em glicerol e cidos graxos. Dissociado dessa 
maneira, os enter‚citos podem absorver esses nutrientes. 
Ribonucleases (RNAse) e Desoxirribonucleases (DNAse).
Atuam na digest„o inicial dos cidos nucl…icos que s„o adquiridos na alimentaƒ„o.
TripsinaEnteroquinaseTripsinogŒnio
QuimiotripsinogŒnio Tripsina Quimiotripsina
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
10
HORMÔNIOS REGULADORES DA SECREÇÃO PANCREÁTICA
As c…lulas acinares, assim como as parietais gstricas, s„o estimuladas por trŒs mediadoes: acetilcolina, 
secretina e CCK. Quando o quimo ainda est no estŽmago, h a secreƒ„o de gastrina para a realizaƒ„o das funƒˆes do 
estŽmago. Quando o quimo chega  luz do duodeno, a secretina … liberada, retardando a secreƒ„o da gastrina e 
estimulando a secreƒ„o de suco pancretico. A CCK, al…m de, juntamente a secretina, inibem a secreƒ„o de gastrina, 
estimula a secreƒ„o da ves€cula biliar para que a bile seja secretada juntamente ao suco pancretico, fazendo com que 
ambas atuem simultaneamente no quimo.
FASES DA SECREÇÃO PANCREÁTICA
OBS18: † por isso que dizem que “a digest„o comeƒa na vis„o”, pois ao observar um alimento, por est€mulo vagal, 
enzimas comeƒam a ser secretadas, como ocorre com a salivaƒ„o (“gua na boca”).
Secre†‡o biliar
A ves€cula biliar armazena (no mximo 30 a 60ml), secreta e concentra (retira gua) da bile, secreƒ„o digestiva 
produzida pelo f€gado (600 a 1000ml por dia) .
A bile possui importantes funƒˆes: ajuda a emulsificar grandes part€culas de gorduras, bem como ajuda no 
processo de absorƒ„o dos produtos terminais dessa gordura digerida; serve como meio de excreƒ„o de vrios produtos 
importantes de degradaƒ„o de c…lulas sangu€neas: bilirrubina e excesso de colesterol. A primeira dessas funƒˆes n„o … 
realizada por meio de enzimas, uma vez que s„o inexistentes na bile, mas sim, pela aƒ„o dos ácidos biliares.
Icterícia: excesso de bilirrubina no sangue devido a defeitos metab‚licos. Os sintomas s„o pele e escler‚tica amarelados.
Pode ser causada por dist‡rbios ainda no metabolismo da bilirrubina (nas funƒˆes dos hepat‚citos) ou por obstruƒ„o nos 
ductos de excreƒ„o (icter€cia obstrutiva)
Icterícia neonatal: rec…m-nascidos, geralmente, n„o conseguem excretar a bile, elevando os n€veis de bilirrubina no sangue. 
† necessria a fototerapia, responsvel por transformar a bilirrubina de uma forma pouco excretvel para uma forma mais 
facilmente excretvel. Se n„o for tratado, a bilirrubina trar problemas neurol‚gicos, por ser t‚xica e capaz de atravessar a 
barreira hematoenceflica.
Cálculos biliares: o colesterol, que tamb…m … excretado pela bile, em condiƒˆes anormais pode sofrer precipitaƒ„o 
resultando na formaƒ„o de cálculos biliares de colesterol. A concentraƒ„o de colesterol presente na bile … determinada, em 
parte, pela quantidade de gordura ingerida pelo indiv€duo (uma vez que o colesterol … um dos produtos do metabolismo das 
gorduras). Indiv€duos que adotam dietas ricas em gorduras durante per€odos de muitos anos, est„o sujeitos  formaƒ„o de 
clculos biliares.
OBS19: clculos biliares podem se desenvolver a partir da cristalizaƒ„o do excesso de qualquer um dos componentes da 
bile concentrada (sais biliares, lecitina, bilirrubina e colesterol).
OBS20: A bilirrubina … o produto da destruiƒ„o do grupamento heme de hemcias velhas, e … excretada pelo f€gado 
(onde … conjugada, sendo transformada de bilirrubina indireta n„o-excretvel e insol‡vel, em bilirrubina excretvel e 
sol‡vel) e transportada junto  albumina (por ser t‚xica) para ser excretada pela urina ou feses (urobilina).
FASE ESTÍMULO SECREÇÃO
CEFÁLICA
(pouco importante)
Vagal Pequeno volume
Rico em enzimas
GÁSTRICA
(m…dia import‹ncia)
Contraƒˆes gstricas
Gastrina (j sinaliza a secreƒ„o
de secretina para estimular
o p‹ncreas)
Volume m…dio
Rica em enzimas
FASE INTESTINAL
(muito importante)
“cido no duodeno
Secretina
CCK (contraƒ„o da ves€cula biliar)
Grande volume
Rica em HCO3-
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
11
SECREÇÃO DA BILE PELO FÍGADO
Os hepatócitos captam a bilirrubina e a elimina pelos canalículos biliares até a luz intestinal. Até chegar à 
vesícula biliar, a bile sofre modificações. Até na vesícula, haverá alterações estruturais e bioquímicas na bile como a sua 
concentração (retirada de água, Na+ e Cl- tornando-a mais espessa e osmótica) pela mucosa da vesícula, restando na 
bile os seguintes componetes:
 Sais biliares
 Lecitina (lisina, que forma micelas)
 Colesterol
 Bilirrubina
OBS21: Circulação Entero-hepática dos Sais biliares: Os sais biliares percorrem cerca de 18 vezes o circuito êntero-
hepático antes de serem reabsorvidos para o sangue, ou seja, ao serem liberados na luz do intestino, são novamente 
reabsorvidos pelo sangue, retornando ao fígado, onde são devolvidos às células hepáticas e secretados novamente na 
bile.
O aumento de qualquer um dos componentes acima pode causar cálculos na vesícula, inclusive o excesso de 
bilirrubina por meio de cálculos de bilirrunatos. Pacientes com anemia hemolítica, anemia falciforme,
talassemia ou eristroblastose, por terem uma grande demanda de bilirrubina, passam a apresentar grandes 
concentrações de bilirrubina indireta gerando icterícia. Conclui-se, então, que indivíduos ictéricos estão 
propensos a desenvolver pedras na vesícula.
Indivíduos com problemas de tireóide, por terem problemas no metabolismo de cálcio, podem gerar cálculos.
A ausência de sais biliares, responsáveis pela digestão de gorduras, também causam distúrbios metabólicos ao 
organismo: o colesterol é necessário para formação de hormônios; e os ácidos graxos são indispensáveis na 
formação das membranas celulares.
ESVAZIAMENTO DA VESÍCULA BILIAR
Quando o alimento começa a ser digerido na porção superior do TGI, a vesicular biliar também começaa se 
esvaziar, sobretudo quando alimentos gordurosos chegam ao duodeno, cerca de 30 minutos depois da refeição. O 
esvaziamento acontece pelas contrações rítmicas da parede da vesícula e pelo relaxamento simultâneo do esfíncter de 
Oddi. Toda essa série de acontecimentos é estimulada pela CCK. Trata-se da mesma colecistocinina que induz a 
secreção de enzimas digestivas pelas células acinares do pâncreas, para que ambas secreções ajam juntas no alimento.
Bile Gordura emulsificada(Bile + Agitação)
Gordura 
emulsificada
Lipase pancreática Ác. Graxos
2-monoglicerídios
HORMÔNIOS REGULADORES DA SECREÇÃO BILIAR
A secretina, assim como é estimulante do pâncreas, também vai atuar estimulando a secreção de bile, para 
neutralizar o quimo ácido pela ação do bicarbonato.
A colecistocinina estimula o esvaziamento da vesícula biliar, cerca de 30 minutos depois da refeição, ocorre 
concentrações da parede da vesícula e o relaxamento do esfíncter de Oddi (do colédoco para o duodeno). O pico de 
CCK é atingido com a chegada de gordura no estômago. 
ESTÍMULO NERVOSO
A vesícula é estimulada por fibras nervosas do sistema nervoso autônomo parassimpático, através da liberação 
de acetilcolina, dos nervos vagos e do sistema nervoso entérico.
FISIOLOGIA HEP…TICA
O fígado, pesando cerca de 1500 g, trata-se da maior glândula do corpo. Está situado no quadrante superior 
direito da cavidade abdominal, logo abaixo do diafragma. Esta glândula apresenta inúmeras funções relacionadas ao 
metabolismo.
Assim como o pâncreas, o fígado tem funções exócrinas e endócrinas; entretanto, ao contrário do pâncreas, a 
mesma célula (o hepatócito) do fígado é responsável pela sua secreção exócrina (a bile) e por seus diversos outros 
produtos endócrinos. Além disso, os hepatócitos convertem substâncias nocivas em materiais não tóxicos, que são 
secretados na bile, como a bilirrubina.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
12
OBS22: Do ponto de vista histol‚gico, esses hepat‚citos est„o organizados em trab…culas distribu€das de forma radial, 
onde no centro do lobo heptico est presente a veia hepática central, e nas regiˆes angulares tŒm-se as art…ria e veia 
heptica. Em certas patologias que acometam o f€gado, incidem geralmente na regi„o central ou na circulaƒ„o portal.
FUNÇÕES RELACIONADAS AO METABOLIMSO INTERNO
 Metabolismo da bilirrubina: transformando-a em bilirrubina conjungada, que … mais sol‡vel e excretvel.
 Metabolismo dos carboidratos: armazenamento de energia em forma de glicogŒnio; transformaƒ„o desse 
glicogŒnio em glicose para ser usado pelo corpo.
 Metabolismo dos lip€dios: produƒ„o de outros lip€dios, fosfolip€dios de membrana e colesterol para hormŽnios.
 Metabolismo das prote€nas
 Metabolismo da bile
 Metabolismo de drogas e subst‹ncias ex‚genas: toda subst‹ncia ex‚gena (que n„o … t€pica do corpo) … 
metabolizada por um complexo enzimtico. Alteraƒˆes nesse funcionamento heptico, o indiv€duo apresentar 
quadros de intoxicaƒ„o.
 Funƒ„o de reservat‚rio sangu€neo
 Funƒ„o de manutenƒ„o do equil€brio hidroeletrol€trico: manutenƒ„o da homeostase.
 Funƒ„o de defesa imunol‚gica: c…lulas de Kupfer.
 Propriedade de regeneraƒ„o.
METABOLSMO DA BILIRRUBINA
As hemcias velhas v„o passar por um sistema de hem‚lise 
(que pode ser no f€gado, rins e ossos longos), sofrendo degradaƒ„o 
de seu grupo heme, tendo como subproduto a bilirrubina, que vai ser 
transportada pelo sangue juntamente a albumina, por ser uma 
subst‹ncia t‚xica.
Ao chegar aos hepat‚citos, essa bilirrubina vai sofrer a aƒ„o 
dos seguintes processos: processo de captura (feito por uma prote€na 
espec€fica, que houver defeitos, pode desenvolver icter€cia), sistema 
metab‚lico (convertendo-se em um metab‚lito conjugado e de fcil 
eliminaƒ„o) e liberaƒ„o nos canal€culos para ser excretado para a 
ves€cula, para depois ser enviado ao intestino pelo canal col…doco.
METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS
Na dieta humana normal, … ingerido na forma 
de polissacar€deos (amido) e dissacar€deos (sacarose, 
lactose). Esses aƒ‡cares sofrer„o aƒ„o enzimtica na 
luz do intestino transformando-se em 
monossacar€deos (glicose, frutose e ribose) de fcil 
absorƒ„o. A partir da€, atingiram os vasos 
mesent…ricos, para que, por meio da veia porta, 
chegem at… o f€gado para serem metabolizados em 
energia. Nos hepat‚citos, ocorre a fosforilaƒ„o (glicose 
sendo transformada em glicose-6-fosfato), sendo 
armazenada em forma de glicogŒnio. Com isso, 
dependendo das necessidades fisiol‚gicas, o f€gado 
comandar a glicogŒnese ou a glicogen‚lise.
OBS23: Defeitos na mucosa do intestino causar„o d…ficits de absorƒ„o de glicose. 
OBS24: Defeitos na enzima glicogênio-6-fosfatase comprometem o metabolismo adequado dessa glicose.
METABOLISMO DAS GORDURAS
Os triglicer€dios (…steres do glicerol com cidos graxos) sofrem hidr‚lise parcial na luz intestinal pela aƒ„o das 
l€pases, com transporte do glicerol, que … hidrossol‡vel, ao f€gado.
Os cidos graxos podem formar complexos hidrosol‡veis com sais biliares e penetrar na parede intestinal, 
podendo haver nova s€ntese de TGs. Podem se ligar a lipoprote€nas para ser transportado pelo sangue.
† no f€gado que os lip€dios s„o destinados s suas funƒˆes nas diversas vias metab‚licas do organismo, como a 
β-oxidaƒ„o mitocondrial (via na qual a gordura … convertida em energia) ou na produƒ„o de colesterol (ester‚ides, cidos 
biliares, corpos cetŽnicos).
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
13
COLESTEROL
† um esterol sintetizado em diferentes tecidos, inclusive no f€gado, mucosa intestinal, supra-renal e parede 
arterial, sendo excretado na bile como esterol neutro. Pode ser convertido em cidos biliares primrios; … armazenado no 
f€gado na forma estratificada.
OBS25: A aterosclerose pode ser desenvolvida pela ingest„o excessiva de colesterol ou pela produƒ„o exagerada desse 
esterol na parede dos vasos.
METABOLISMO DE PROTEÍNAS
O f€gado … a sede principal do metabolismo dos aminocidos intermedirios e de s€ntese de prote€nas. Os AA 
existem na forma livre em diversos tecidos, a maioria dos AA no f€gado n„o … essencial (que s„o produzidos pelo pr‚prio 
corpo: alanina, cido glut‹mico, glutamina, glicina).
Ap‚s a alimentaƒ„o ocorrem picos de aminocidos no sistema porta, que foram ingeridos na forma de prote€nas, 
desintegradas pelo processo digestivo em aminocidos. Ao chegar ao f€gado, esses aminocidos s„o transformados em 
novas prote€nas para realizarem novas funƒˆes.
OBS26: A amŽnia (subst‹ncia t‚xica) produzida por bact…rias intestinais … absorvida pela mucosa do intestino, para ser 
excretado pelo trato digestivo ou pela respiraƒ„o.
OBS27: A ur…ia … o produto do metabolismo do nitrogŒnio, sendo facilmente excretvel pelo rin. Pode ser hidrolisada 
para amŽnia no TGI, sendo um meio eficaz de detoxificaƒ„o desta. Indiv€duos podem ter intoxicaƒ„o pelo aumento de 
amŽnia ou por ur…ia, no caso de insuficiŒncia renal ou heptica.
Pacientes com cirrose hepática em estado avanƒado apresentam dist‡rbios mentais (encefalopatia hepática), 
por n„o conseguir metabolizar e eliminar amŽnia, que atravessa a barreia hematoenceflica, deixando o 
indiv€duo confuso mentalmente, podendo melhorar por uso de antibi‚ticos, que v„o atacar as bact…rias 
intestinais que transformam ur…ia em amŽnia.
A maioria das prote€nas plasmticas … sintetizada no f€gado, como albumina, fibrionogŒnio, fatores (V, VII, IV, X; 
ligados a vitamina K), fator VIII (parcialmente), hepatoglobinas, transferrina (transporta o ferro no sague), ceruloplasmina
(prote€na que anula o efeito t‚xico do cobre e excreta esse metal pesado), globulinas α-1 e α-2 (sistema imunol‚gicos) e 
as lipoprote€nas (HDL, LDL e VLDL) que transportam a gordura no sangue.
OBS28: InsuficiŒncia heptica que traga falta de albumina, pode acarretar edemas devido o extravio de l€quidospara o 
tecido. Al…m disso, a falta de fibrinogŒnio e os fatores ligados  vitamina K trar malef€cios  coagulaƒ„o sangu€ena.
METABOLISMO DE DROGAS E SUBSTÂNCIAS EXÓGENAS
A maior parte do metabolismo das drogas e outros compostos ex‚genos ocorrem no f€gado, atrav…s da aƒ„o de 
enzimas localizadas nos microssomos do ret€culo endoplasmtico liso e de co-fatores, como o NADPH, citocromo P450 
(liga-se a subst‹ncia promovendo o seu metabolismo).
Toda droga ingerida tem seu endereƒo certo para ser metabolizada no f€gado pelo sistema P450, para que se 
torne uma subst‹ncia n„o t‚xica, apta para a eliminaƒ„o. Esta desintoxicaƒ„o est dividida em duas fases:
 1• fase: oxidaƒ„o, reduƒ„o, hidr‚lise.
 2• fase: conjungaƒ„o com cido glicurŽnico ou AA (glicina, glutamina), tornando a droga ou metab‚lito mais 
sol‡vel ou mais polar (mais facilmente eliminado), com diminuiƒ„o da atividade biol‚gica do composto.
OBS29: Existem medicamentos que competem com o f€gado, ou seja, o indiv€duo pode estar fazendo uso de dois 
medicamento em que um bloqueie a aƒ„o das enzimas, impedindo a desintoxicaƒ„o do outro. Com isso, o segundo 
medicamento, ser considerado t‚xico.
FUNÇÃO DE RESERVATÓRIO DE SANGUE
As grandes dimensˆes do f€gado, ‚rg„o ricamente vascularizado e localizado entre as circulaƒˆes porta e 
sistŒmica, conferem-lhe a propriedade de reservat‚rio de sangue e l€quido extra-celular, podendo aumentar ou diminuir a 
sua capacidade em resposta a situaƒˆes patol‚gicas e fisiol‚gicas (Ex: insuficiência cardíaca congestiva, em que o 
coraƒ„o n„o d conta de bombear o volume de sangue a ser bombeado, gerando uma hepatomegalia).
OBS30: Indiv€duos que sofrem hemorragias intensas, geralmente apresentam hepatomegalia e esplenomegalia, para 
manter a press„o sangu€nea aproximadamente constante.
FUNÇÃO DE MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO
Considerando que toda gua e eletr‚litos ingeridos e absorvidos passam atrav…s do f€gado, este ‚rg„o 
apresentar papel importante na manutenƒ„o do equil€brio hidroeletrol€tico. Al…m disso, o f€gado produz subst‹ncias 
hormonais responsveis pela homeostase.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
14
FUNÇÃO DE DEFESA IMUNOLÓGICA
O f€gado exerce funƒ„o imunol‚gica atrav…s de macr‚fagos nomeados de células de Kupfer (representantes do 
sistema ret€culo endotelial do f€gado) que est„o relacionados com a produƒ„o de gamaglobulinas, anticorpos e atividade 
fagoc€tica.
Essa aƒ„o … importante por neutralizar bact…rias e toxinas oriundas do sistema porta, vindas junto aos 
nutrientes. † por isso que o f€gado … tido como um ‚rg„o de filtraƒ„o.
OBS31: Indiv€duos com funƒ„o heptica reduzida est„o propensos ao desenvolvimento de infecƒˆes.
PROPRIEDADES DE REGENERAÇÃO
Os hepat‚citos s„o c…lulas com elevada atividade metab‚lica, mesmo ap‚s a remoƒ„o de 70% de sua massa 
parenquimatosa. Ap‚s a hepatectomia parcial, observa-se aumento das mitocŽndrias, da atividade lisossomal e intensa 
atividade mit‚tica.
Essa propriedade … importante em ressecaƒˆes de tumores, transplantes, etc.
OBS32: Nódulo no f€gado … uma elevaƒ„o s‚lida, enquanto cisto … de conte‡do l€quido. O emangiŽma … um n‚dulo 
benigno de origem vascular heptico.
INTESTINO DELGADO
† o ‚rg„o mais longo do trato alimentar. O intestino delgado est divido em trŒs 
regiˆes: duodeno (porƒ„o proximal do intestino delgado, que recebe secreƒˆes pancreticas 
e biliares para neutralizar o quimo cido do estŽmago e continuar o processo digestivo do 
alimento), jejuno (regi„o m…dia, mais longa e onde ocorre maior absorƒ„o de nutrientes) e 
íleo (porƒ„o final, em contato com o intestino grosso). Esse ‚rg„o digere material alimentar e 
absorve finais do processo digestivo.
FUNÇÕES
Do ponto de vista digestivo, o intestino delgado … responsvel por neutralizar a acidez 
do quimo proveniente do estŽmago, adicionar enzimas digestivas e bile a este quimo, quebrar 
prote€nas, carboidratos e lip€dios para a maior absorƒ„o desses materiais. 95% da absorƒ„o 
acontece nesse ‚rg„o.
OBS33: A mucosa (T.E.R. Simples Cil€ndrico com Vilosidades) intestinal … dotada de 
vilosidades altamente irrigadas especializadas na absorƒ„o dos alimentos. Indiv€duos com 
falta de vilosidades, com mucosa lisa, apresentar„o desnutriƒ„o devido  absorƒ„o deficiente.
MOVIMENTOS DO INTESTINO DELGADO
 Movimentos segmentares (Contrações de Mistura): o quimo no ID provoca um tipo de contraƒ„o chamada de 
segmentar, por ser cido e hiperosmolar, que causa pequenas septaƒˆes no intestino misturando o quimo com 
as secreƒˆes intestinais liberadas.
 Movimentos propulsivos (movimentos peristálticos): a distens„o do ID pelo quimo desencadeia ondas 
peristlticas que se deslocam em direƒ„o ao ‹nus, numa velocidade de 0,5 a 2 cm/s. S„o contraƒˆes fracas, 
fazendo com que o quimo se desloque lentamente para ter o tempo necessrio para absorƒ„o realmente efetiva, 
durante cerca de 3 a 5h do piloro at… a vlvula €leo-cecal. Este tipo de movimento … controlado de duas 
maneiras:
o Mecanismo nervoso: o sistema nervoso autŽnomo parasimptico (estimula, por participar de um sistema 
pr‚-digest„o) e simptico (retardando, atrav…s de adrenalina, desviando o sangue da digest„o para 
“‚rg„os nobres”: coraƒ„o, musculos e c…rebro) controlam esses movimentos. Os reflexos gastrent…ricos, 
desencadeados pela distens„o do estŽmago, estimulam o plexo mioent…rico aumentando a intensidade 
dos movimentos peristlticos.
o Mecanismo hormonal: reflexo da gastrina, CCK, serotonina, insulina; os quais estimular„o, da mesma 
forma, o plexo mioent…rico.
OBS34: Caso haja uma maior necessidade metab‚lica de gorduras, prote€nas e carboidratos, as vilosidades do ID 
aumentam para acontecer uma maior absorƒ„o de nutrientes.
Amebíase: o protozorio ameba atravessa a mucosa do ID recobrindo as vilosidades, impedindo a absorƒ„o 
eficaz dos nutrientes. Os indiv€duos acometidos apresentar„o diarr…ia e desnutriƒ„o.
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
15
SECREÇÕES DO INTESTINO DELGADO
A mucosa do intestino delgado secreta o suco ent…rico, 
soluƒ„o rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma 
dessas enzimas … a enteroquinase. Outras enzimas s„o as 
dissacaridases, que hidrolisam dissacar€deos em 
monossacar€deos (sacarase, lactase, maltase). No suco ent…rico 
h enzimas que d„o seqŒncia  hidr‚lise das prote€nas.
INTESTINO GROSSO
Est subdivido em ceco, c‚lon (ascendente, transverso, descendente e 
sigm‚ide), reto e ‹nus; tendo aproximadamente 1,5m de comprimento.
Ele n„o est ligado a absorƒ„o de micronutrientes, mas sim, pela maior 
absorƒ„o de gua e €ons do quimo provenientes do intestino delgado, compactando o 
quimo em fezes que ser„o elminadas. Al…m da produƒ„o de vitamina K e B por 
bact…rias simbi‚ticas.
As funƒˆes do cólon s„o:
 Absorƒ„o de gua e de eletr‚litos do quimo – c‚lon direito.
 Armazenamento da mat…ria fecal at… que possa ser excretada (colon 
esquerdo).
OBS35: O vibri„o col…rico produz uma toxina que bloqueia a absorƒ„o de gua e 
s‚dio pelos enter‚citos, gerando uma diarr…ia volumosa.
MOVIMENTOS DO INTESTINO GROSSO
 Movimentos de mistura (haustrações): … semelhante aos movimentos do ID, por…m de forma mais lenta.
 Movimentos porpulsivos (de massa): quando o colo fica excessivamente cheio, ocorre contraƒ„o de um 
segmento do colo forƒando o conte‡do fecal a deslocar-se em massa colo abaixo em 30 segundos, com 
relaxamento de 2 a 4 minutos at… um novo movimento. Esse movimento de massa perdura por apenas 10 a 30 
minutos, e se n„o houver defecaƒ„o, um novo movimento vir em torno de 12 a 24h.
ESTÍMULOS PARA OS MOVIMENTOS DE MASSA
Existem alguns est€mulos intr€nsecos do aparelho intestinal que fazem com que a massa fecal seja deslocada.
 Reflexo gastrocólico: Desencadeado pela distens„o do estŽmago ap‚s uma refeiƒ„o. Caso o indiv€duo receba 
um sinalgastroc‚lico, percebendo a necessidade de defecar, e tente regula-lo voluntariamente, esse reflexo 
pode ser perdido ao longo do tempo, causando constipaƒ„o.
 Reflexo duodenocólico: Desencadeado pela distens„o do duodeno ap‚s uma refeiƒ„o, que ocorre em 
seqŒncia do reflexo gastroc‚lico.
 Estimulação parassimpática
DEFECAÇÃO
Normalmente, o reto n„o cont…m fezes, uma vez que o esf€ncter funcional (junƒ„o do colo sigm‚ide e do reto) 
est a 20 cm do ‹nus. Quando o movimento de massa forƒa a passagem de fezes para o reto, ocorre um tipo especial 
de reflexo – o reflexo da defecação – que provoca:
 Contraƒ„o reflexa do reto: encurtam-se as fibras do reto
 Relaxamento do esf€ncter anal
 Prensa abdominal: press„o do diafragma e v€sceras abdominais.
OBS37: A defecaƒ„o pode ser inibida at… certo ponto devido a contraƒ„o da musculatura estriada esquel…tica do 
esf€ncter anal externo. O controle da defecaƒ„o … feita justamente pela constriƒ„o do esf€ncter anal interno (m‡sculo liso) 
e esf€ncter anal externo (m‡sculo estriado).
Arlindo Ugulino Netto – FISIOLOGIA – MEDICINA P2 – 2008.1
16
REFLEXO DA DEFECAÇÃO
O enchimento das porções finais do intestino grosso estimula terminações nervosas presentes em sua parede, 
através da distenção da mesma. Impulsos nervosos parassimpáticos são, então, em intensidade e frequência cada vez 
maior, dirigidos a um segmento da medula espinhal (sacral) e acabam por desencadear uma importante resposta motora 
que vai provocar um aumento significativo e intenso nas ondas peristálticas por todo o intestino grosso, ao mesmo tempo 
em que ocorre um relaxamento no esfincter interno do ânus. 
Desta forma ocorre o reflexo da defecação. Se, durante este momento, o esfinter externo do ânus também 
estiver relaxado, as fezes serão eliminadas para o exterior do corpo, através do ânus. Caso contrário, às fezes 
permanecem retidas no interior do reto e o reflexo desaparece, retornando alguns minutos ou horas mais tarde.
CˆLULAS ENTEROEND‰CRINAS
O tubo gastrointestinal contém um número pequeno de células endócrinas ou endocriniformes, denominadas 
células enteroendócrinas ou argentafins, concentradas especialmente no estômago e no intestino delgado. Essas células 
enteroendócrinas recebem nomes individuais de acordo com a substancia produzida. Em geral, um único tipo de célula 
secreta somente um agente, apesar de tipos celulares ocasionais poderem secretar dois agentes diferentes. Há pelo 
menos 13 tipo de células enteroendócrinas, das quais alguns estão localizados na própria mucosa gástrica.
São classificadas quanto a presença de microvilosidades ou não no seu ápice:
◦ Tipo aberto: ápice com microvilos (fariam a secreção exócrinas).
◦ Tipo fechado: ápice recoberto com células epiteliais (fariam à secreção endócrina) sendo elas a grande 
maioria no TGI.
Órgão Célula Hormônio 
Produzido
Ação do Hormonio
Estômago e 
Intestino 
Delgado
A
Glucagon 
(enteroglucagon)
Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando assim, os 
níveis de glicose do sangue
Estômago, 
intestinos 
delgado e 
grosso
Enterocromafim Serotonina Aumenta os movimentos peristálticos
Estômago Semelhante à 
Enterocromafim
Histamina Estimulação e secreção de HCl
Estômago, 
intestinos 
delgado e 
grosso
D Somatostatina
Inibe a liberação de hormônios pelas células DNES em sua 
vizinhança
Estômago e 
Intestino 
delgado
Produtora de gastrina
Gastrina
Estimula a secreção de HCl, a motilidade gástrica (especialmente 
a contração da região pilórica e o relaxamento do esfíncter 
pilórico regulando o esvaziamento gástrico) e a proliferação das 
células regeneradoras do corpo do estômago
Estômago, 
intestinos 
delgado e 
grosso
Produtora de 
glicentina
Glicentina
Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando os níveis de 
glicose do sangue.
Estômago e 
Intestino Grosso
Célula produtora de 
polipeptídeo 
pancreático
Polipeptídeo 
pancreático
Estimula a liberação de enzimas para as células principais. 
Diminui a liberação do HCl pelas células parietais. Inibe a 
liberação do pâncreas exócrino.
Estômago, 
intestinos 
delgado e 
grosso
Produtora de peptídeo 
intestinal vasoativo
Peptídeo intestinal 
vasoativo
Aumenta a ação peristáltica dos intestinos delgado e grosso e 
estimula a eliminação de água e íons pelo trato GI
Intestino 
delgado
I Colecistoquinina 
(CCK)
Estimula a liberação do hormônio pancreático e a contração da 
vesícula biliar.
Intestino 
delgado
K Peptídio inibidor da 
gastrina
Inibe a secreção de HCl
Intestino 
delgado
Célula produtora de 
motilina
Motilina Aumenta o peristaltismo intestinal
Intestino 
delgado
Célula produtora de 
neurotensina
Neurotensina Aumenta o fluxo sanguíneo para o íleo e diminui a ação 
peristáltica dos intestinos delgado e grosso
Intestino 
delgado
S Secretina Estimula a liberação de fluido rico em bicarbonato pelo pâncreas

Outros materiais