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INQUÉRITO POLICIAL:
INVESTIGAÇÃO A CARGO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
 Amanda Louise Nóbrega Flor*
José Guilherme Soares Lemos**
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso tem como tema a investigação criminal a cargo do Ministério Público, onde o enfoque será a possibilidade deste órgão intervir e participar do inquérito policial que é um procedimento administrativo, onde em regra é feito pelas Policias Civis e Federais, chamada de policia judiciária. Entretanto na própria Constituição o órgão ministerial de forma expressa, no Art. 127, VIII, elenca a possibilidade de esta instituição requisitar e participar de diligências e no Código de Processo Penal também atribui função de polícia a outros órgãos. Por se tratar de tema que possui divergências doutrinarias no campo jurídico, se faz necessário que se faça uma análise do que vem a ser inquérito policial, os tipos de procedimentos administrativos que a legislação permite sempre buscando o enfoque sobre órgão ministerial que é titular exclusivo da ação penal e uns dos órgãos essenciais a justiça. Como vemos este órgão, possui determinadas funções e poderes que são de competência exclusiva, levando determinados doutrinadores a questionar a possibilidade da investigação. Nesse sentido o presente estudo busca demostrar que é perfeitamente possível à investigação, uma vez que não se pretende mudar a presidência do inquérito e sim fazer com que haja o recolhimento de diligências, trabalhando não de forma superior e sim ajudando e fazendo com que a investigação seja mais eficaz e célere, sempre visando que o individuo seja tratado de acordo com os princípios e normas fundamentais, sempre que for necessária a colheita de provas.
Palavras-chave: Inquérito Policial. Ministério Público. Investigação. Polícia. Inquéri-
 to Extrapolicial.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................	2
2 INQUÉRITO POLICIAL.....................................................................................	5
2.1 HISTÓRICO ...................................................................................................	5
2.2 CONCEITO.....................................................................................................	6
2.3 TIPOS DE INVESTIGAÇÕES CRIMINAIS.....................................................	8
2.3.1 Inquéritos policiais.....................................................................................	8
2.3.2 Inquérito extrapolicial ...............................................................................	9
2.3.2.1 Inquérito feito pelas comissões parlamentares(CPI).................................	10
2.3.2.2 Inquérito para foro privilegiado em razão da função ................................	11
2.3.2.3 Investigações a cargo do Ministério Público.............................................	11
3 MINISTÉRIO PÚBLICO ....................................................................................	14
3.1 HISTÓRICO....................................................................................................	14
3.2FUNÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.............................................................	15
	
4 INVESTIGAÇOES A CARGO DO MINISTÉRIO PÚBLICO..............................	17
4.1 POSICIONAMENTOS A FAVOR DA INVESTIGAÇÕES ..............................	17
4.2 POSICIONAMENTOS CONTRÁRIOS DAS INVESTIGAÇÕES......................	20
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................	20
NOTAS DE RODAPÉ...........................................................................................	22
REFERÊNCIAS ...................................................................................................	23
1 INTRODUÇÃO 
O presente estudo busca um olhar sobre o Estado Democrático de Direito, onde a sociedade não aceita mais que crimes e contravenções sejam praticados, sem que se conheça a autoria dos fatos e que o individuo que os praticou fique sem a punição cabível pela legislação penal. O Estado pode e dever punir o autor do ilícito penal, quem praticou a infração, em decorrência do poder de policia, para que se tenha assim a garantia de segurança coletiva e estabilidade. 
O ente estatal buscando coibir que o individuo fosse atrás de justiça por conta própria ou descobrir a autoria da infração penal criou um instituto de investigação preliminar, o inquérito policial que é de competência estatal, devido ao Direito de Punir, onde se busca fornecer meios que comprovem ou venha ser base para a fase processual.
Para que se tenha a aplicação da sanção penal é necessário que se tenha a autoria dos atos ilícitos. Entretanto para que se tenha a condenação e aplicação da sanção, em que muitos casos vão ser a limitação da liberdade do individuo é necessário o devido processo legal e o contraditório, onde estas garantias são exteriorizadas através do procedimento penal, chamada de fase processual que se tem inicio com a denúncia, que é uma peça acusatória, na qual irá dar inicio ao processo penal propriamente dito, onde é feita pelo Ministério Público (M.P.).
A fase que será objeto do estudo é aquela que antecede a denúncia, que possui natureza jurídica de caráter administrativo, procedimental, e de natureza inquisitiva, não sendo obrigatório ao exercício da ampla defesa, uma vez que não é algo imprescindível para o ajuizamento da ação penal, pois se o titular da ação já possuir elementos suficientes para a propositura este poderá ser dispensado.
Quando for necessário, o procedimento administrativo que busca a colheita de elementos que identifica a autoria do ilícito penal, não é procedimento obrigatório, pois se existir fatos, elementos suficientes que comprovem a autoria o inquérito poderá ser dispensado. Entretanto em decorrência do direito de punir que o órgão estatal possui, se faz necessário que haja um disciplinamento no ordenamento jurídico para que a criação e qual os órgãos que serão competentes para fazer essa colheita. 
No sistema jurídico atual podemos observar que a Carta Magna dispõe que a polícia judiciária (policia civil e policia federal) serão os titulares da ação penal. Entretanto é perfeitamente possível que se tenha o inquérito não policial ou o chamado inquérito extrapolicial, como se observa no art. 4º § único do Código de Processo Penal (CPP). 1 
É através do inquérito extrapolicial que o trabalho irá se focar, pois quando a lei dispõe que os órgãos administrativos poderão requisitar e realizar diligências, com isso participando das investigações, surge uma instituição que tem papel fundamental no andamento do processo penal e do direito que é o MP.
Sendo portanto o enfoque do trabalho analisar uma das formas que é elencada no CPP, a investigação à cargo do Ministério Publico , surgindo assim uma divergência doutrinária a cerca do tema e da possibilidade deste requerer a colheita de provas.
Pois parte da doutrina entende que não se deve ter a participação do órgão ministerial na fase da investigação preliminar, uma vez que esse órgão já é titular da ação penal o que poderia trazer uma série de prejuízos ao investigado e com isso ao devido processo legal. 
Os doutrinadores que defende essa tese levam em consideração uma característica do inquérito o sigilo, que por se tratar de procedimento administrativo não é necessário que haja a comunicação que esta sendo realizada a colheita de provas e elemento, o que leva esses doutrinadores a se preocupar com o alcance das investigações e com a intimidade e posteriormente com o andamento do processo penal, em decorrência desta instituição ser o titular da ação penal.
Para muitos o Ministério Público por ser um órgão independente e ter a titularidade quando este passa a exercer a investigação criminal, não tem nenhuma instituição que venha a fiscalizar e observar como está sendorequisitadas essas diligências, o que poderia trazer prejuízo ao acusado.
Para os defensores desta corrente levam em consideração o art.144 da Constituição Federal (CF) 2 que incube a polícia civil e federal a função da polícia judiciária, onde defende a exclusividade e o monopólio.
A controvérsia se dá uma vez que existem teses que defendem que a policia judiciaria não detém o monopólio das investigações sendo perfeitamente possível Investigação pelo Ministério Público, vale ressaltar que aqui não se quer modificar a presidência da investigação, o que se pretende é que o órgão ministerial promover a colheita de materiais que refute indispensável para que se tenha a propositura da ação.
Uma base para quem defende a investigação é a Súmula de nº234 3 do Superior Tribunal de Justiça e a própria constituição no art.127, quando dispõe as funções desta instituição, possibilitando a requisição de diligências, sem trazer nenhum prejuízo ao acusado. Uma outra fonte para os defensores desta corrente é que não se existe uma lei que proíba a participação deste órgão. 
O tema é bastante atual, pois dispõe diversas teses e batalhas acerca da possibilidade ou não do órgão ministerial participar do inquérito, uma vez que se existe a discussão a cerca da constitucionalidade para requisitar e participar de diligências.
Sendo assim, faz-se necessário, perante o interesse da ordem democrática atual para que se tenha a punição e conhecimento da autoria do ilícito que se venha a descrever o que é inquérito policial e o seu surgimento, fazer uma analise a cerca da legislação vigente no sistema jurídico atual a cerca do tema, bem como a possibilidade ou não do Ministério Publico realizar a investigação preliminar, buscado elementos que justifiquem a propositura da ação penal.
Através do qual para melhor entendimento do tema a ser estudado é necessário uma abordagem histórica do Ministério Publico, organização funcional e a legislação que vem a regulamentar esse órgão, bem como o que é inquérito policial e o seu surgimento e a possibilidade de investigações a cargo do Ministério Público.
INQUÉRITO POLICIAL
O inquérito é um procedimento administrativo que é feito, via de regra pela policia judiciaria, aqui vamos buscar trazer como este procedimento de natureza administrativa surgiu no nosso ordenamento jurídico e bem como o conceito e sua classificação ou tipos de inquéritos que a legislação brasileira permite.
Em virtude da possibilidade do inquérito extrapolicial é que vai se basear a possibilidade de investigações criminais a cargo do MP.
2.1 HISTÓRICO DO INQUÉRITO POLICIAL 
O berço do instituto que hoje no sistema jurídico atual chamamos de inquérito policial é a Grécia Antiga, onde se buscava apurar a probidade do indivíduo e seus familiares, entretanto essa prática é de forma peculiar, rústica, onde ao acusado não se tinha o direito ao um devido processo legal, nem a ampla defesa.4
Em Roma já se tem um instituto um pouco diferente, pois existia o “Inquisitio”, que correspondia a uma delegação de poderes dada pelos magistrados para os familiares da vitimas, onde esses se tornavam os acusadores, passados algum ano a inquisitivo sofre mudanças no seu procedimento, onde o acusado poder buscar elementos que traga a sua inocência. 
Como demostrado era uma forma bem peculiar de investigar, pois não se tinha o poder estatal para garantir um procedimento digno e os familiares da vitima eram os acusadores, ou seja, se tinha um estado de influencia sobre a condenação ou não do acusado.
No decorrer dos séculos, na época dos imperadores foi introduzida a ex-officio, onde na falta de uma acusação escrita ou na falta do acusador, um oficial público, seria o encarregados de percorrer todo o território a fim de investigar os crimes.
O instituto que buscava a colheita de provas chegou ao Brasil, através da Ordenação Filipinas, durante o período da colonização e que foram trazidos por Portugal.5
No Brasil, as primeiras diretrizes a cerca do inquérito surgiu com o Código de Processo, em 1832, onde só elencava diretrizes sobre como o procedimento seria adotado. O instituto de inquérito policial como conhecemos hoje surge com a decretação da lei 2.033 de 20 de setembro de 1871, onde essa lei era regulada pelo decreto-lei de nº4. 824 de novembro de 1871.6
Com a Constituição Federal de 88, surgi o poder estatal forte, onde este é possuir do “Jus Puniendi”, ou seja, o Estado poderá punir o autor do crime, agora sempre respeitando o devido processo penal e as garantias constitucionais. Na própria CF de 88, elenca o que vem a ser policia judiciaria e o seu papel perante essa nova sociedade e a democracia, também preceituando o tema temos, o Código de Processo Penal e leis especificam que atribuem para órgãos específicos, admistrativos a mesma função que da policia judiciaria, a exemplo temos o MP.
2.2 CONCEITO
O inquérito policial, como dito anteriormente é um mecanismo que não é obrigatório, porém este serve como um instrumento que o Estado tem para garantir a democracia e a paz, pois só após o cometimento do ilícito penal é vamos ter a investigação, essa que é um procedimento de natureza administrativa, onde se busca a colheita de provas para se chegar à autoria do ilícito e com isso se ter a denúncia (fase processual).
Este procedimento tem como finalidade buscar a autoria e comprovar a materialidade do fato para dar subsídios ao titular da ação penal e se ter o devido processo legal. 7
O objetivo e a finalidade do inquérito é investigar as infrações penais, sempre buscando elementos que comprovem autoria ou que venha a servir de prova para o titular da ação penal fazer a denúncia e também serve como meio de embasamento para o Magistrado durante o curso do processo penal ou antes mesmo da denúncia, como exemplo as 8medidas cautelares, prisão preventiva, habbes corpus, entre outras.
Como ensina Tourinho Filho, o inquérito é “o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma infração penal e sua autoria a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.” 9
O inquérito policial tem características que são inerentes a este procedimento administrativo, no qual é preliminar e tem caráter inquisitório, não sendo obrigatória a ampla defesa, pois nessa fase procedimento o que se busca são elementos que demostrem a autoria e forneça subsídios para o titular da ação penal.
	Assim, apresentam-se como características do inquérito policial: 
Dispensabilidade, o inquérito policial poderá ser dispensado se o titular da ação penal já possuir subsídios suficientes para a propositura da denúncia;
Indisponibilidade, uma vez que se é iniciado as investigações preliminares, não poderá a autoridade competente dispor do inquérito, ou seja, não poderá fazer o arquivamento por vontade própria, uma vez que trata de matéria de ordem pública; 
Discricionariedade, as investigações podem ser feitas da melhor forma que a autoridade competente achar, ficando livre para escolher as diligências cabíveis para cada caso concreto;
Sigiloso, que tem como principal função manter o sigilo necessário para a colheita total de provas, pois não comporta a ampla defesa por se tratar de investigação; 
Inquisitivo, nessa fase não se tem espaço para o contraditório e ampla defesa, pois o que se busca aqui é colheita de provas, sendo procedimento eminentemente administrativo para a colheita de subsídios para o ajuizamento da ação penal;
Oficiosidade a autoridade deve atuar de oficio na instauração, dispensando qualquer autorização para agir, em decorrência do imperativo legal (art. 5º, I, CPP), não sendo obrigatório informar à parte que esta sendo objeto da investigação;
Vale esclarecer que o inquérito possui essas características, por se tratar de um procedimento que é antecede a ação penal, visando à descoberta da autoria para propiciar a denúncia e com isso garantir a ampla defesa.
2.3 TIPOS DE INVESTIGAÇÕES CRIMINAIS
Como visto anteriormenteo procedimento para a condenação de individuo, a apuração de fatos que são delimitados delituosos e o poder de policia são exercidos pelo Estado. 
O ente estatal buscou meios para garantir a democracia e a paz social, fazendo com que os fatos delituosos não ficassem a punição. Entretanto para se punir o fato é necessário que a autoria do ato seja explicita, ou seja, tem que se ter a determinação do crime para que só assim se tenha a denúncia.
De acordo com as normas que o Estado criou, ele é o titular do direito de punir, ou seja, o Estado vai garantir que haja a punição ao fato que foi descrito como delituoso no Código Penal. Para essa punição e exercício que o ente estatal possui é necessário seguir determinados parâmetros e leis que devido ao Estado Democrático temos como, por exemplo, a dignidade da pessoa humana, o devido processo legal e ampla defesa, que são direitos fundamentais elencados na Constituição de nosso país. 
No sistema jurídico atual existem dois tipos de inquéritos, que poderá ser o policial quando realizado pela policia judiciária e o extrapolicial que são feitos pelos órgãos administrativos que atuam de forma semelhante e buscando a colheita de provas para se determinar se o fato delituoso foi praticado ou não e a autoria. 
2.3.1 Inquéritos policiais
Para o exercício desse direito, o de punir o individuo da infração penal foi que o Estado criou órgãos que possam realizar praticar atos incumbidos de descobrir a autoria dos fatos, sendo essa fase dita como fase preliminar e inquisitiva é chamada de inquérito policial, no qual garantindo com isso a estabilidade e a segurança coletiva que foi idealizada no texto da Constituição. 10
Este órgão atua de forma diferenciada de acordo com o andamento do ato, pois esta poderá atuar de forma preventiva, visando que o ato delituoso não seja praticado e com isso garantir a população um ambiente de tranquilidade, chamada de Polícia Administrativa ou de Policia Militar.
Entretanto quando o fato delituoso é praticado, só podendo atuar após a ocorrência da infração penal, para que se tenha a aplicação da sanção penal vinda o Estado atuar de forma repressiva, chamada de Polícia Cível ou Federal.
Para o inquérito policial é necessário que o crime já tenha sido praticado, com isso, o Estado só poderá atuar de forma repressiva, com as Polícias Judiciarias, na qual tem amparo legal na própria Constituição Federal.
No artigo 144 da CF é atribuída a segurança pública e a preservação da paz social função, sendo exercido pelas polícias civil e federal. No § 4º do mesmo artigo também temos previsão expressa: 
§4º as polícias civis, dirigidas pelos delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, a função de policia judiciaria e a apuração de infrações penais, exceto as Militares. 11
De acordo com a Constituição a polícia Judiciaria será exercida pela polícia, e em decorrência deste artigo doutrinadores falam que o inquérito policial é de competência exclusiva da Policia Judiciaria.
É de competência desta instituição uma série de diligências, tais como: exames de corpo delito, interrogatórios, depoimentos do acusado ou de testemunhas, entre outros sempre buscando a descoberta da autoria do ilícito penal.
 Diante dos fatos exposto podemos concluir que todas as características do inquérito policial são inerentes à polícia judiciaria, uma vez que como demostrada a polícia judiciária é a entidade que irá presidir o inquérito.
Inquérito extrapolicial
O inquérito, em regra, é policial, todavia órgãos que têm o poder de instaurar procedimentos que têm a mesma função do inquérito policial, autorização dada pelo parágrafo único do art. 4º do CPP “a competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função”. 12
 Portanto o chamado extrapolicial é aquele como o próprio nome traz, a requisição para apuração de determinados fatos delituosos não esta concentrada com a policia judiciária. Nesse tipo de investigação quem irá proceder à requisição, a colheita do material probatório são órgãos administrativos que a lei concede que exerça a mesma função da polícia judiciaria. 
Os órgãos administrativos, que poderão atuar requisitando, fazendo a colheita das provas, geralmente já possuem essa função descrita, disciplinada na Carta Magna.
Quando a CF disciplinou estes órgãos administrativos já traz elementos que demostram e possibilita a atuação destes órgãos na investigação preliminar. Vamos destacar alguns, sempre buscando dar ênfase as investigações a cargo do Ministério Público.
2.3.2.1Inquérito feito pelas comissões parlamentares(CPI)
Inquéritos parlamentares, ou Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é uma investigação que visa a apurar fato que tem a sua origem no apelo popular, uma vez que o fato delituoso atinja o interesse público e de ordem política, econômica e administrativa, realizada por casas legislativas, que realizam atividades próprias das autoridades judiciais. 
Disciplina a Constituição Federal : 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes
e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no
respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
[...] § 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.[...] 13
Sendo, portanto as investigações feitas por uma comissão que tem origem no Congresso Nacional, onde poderá ser feita em conjunto pelas casas ou de forma separada, mediante requerimento de um terço de seus membros, após finalizar a apuração e se tiver a ciência de fato ilícito deverá encaminhar e notificar o Ministério Público para dar inicio ao processo penal.
2.3.2.2 Inquérito para foro privilegiado em razão da função
Nas investigações envolvendo acusado que gozem do foro privilegiado, não poderá o delegado de polícia instaurar o inquérito, nem indiciar o acusado, pois as investigações irão tramitar perante o Tribunal em que autoridade vem a desfrutar, gozar da garantia do foro. 14
No nosso ordenamento jurídico o foro privilegiado é um instituto que leva em consideração a função e o cargo que o individuo ocupa, no Brasil existe um grande número de cargos que são julgados de acordo com a prerrogativa de sua função, onde em sua maioria é em decorrência da função que exerce perante o legislativo, possuindo assim garantia constitucional. 
É garantido para quem exerce função no legislativo, sendo assim os deputados e senadores serão investigados e julgados perante o tribunal que estes possuem o foro, sendo garantia constitucional.
Art. 53, § 1.º, os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o STF, pela prática de qualquer tipo de crime, seja de natureza penal comum stricto sensu, seja crimes contra a vida, eleitorais, contravenções penais. 15
Existe outras formas de foro privilegiado pelo cargo, mais nesse tipo de investigação, não haverá a participação da policia judiciária, pois a apuração dos fatos e o julgamento se dará mediante o Tribunal do respectivo foro.
2.3.2.3 Investigação a cargo do Ministério Público 
Investigações a cargo do Ministério Público, será melhor aprofundado por se tratar do tema do presente estudo, onde irá fazer uma analise detalhada acerca do tema, sempre trazendo elementos que comprovem possibilidade desta instituição atuar, recolhendo elementos que repute indispensável à propositura da ação penal. O que se busca não é a mudança da presidência da titularidadedo inquérito, pois como já demostrado temos a titularidade de via de regra com a polícia judiciária, havendo uma permissão pelo Código de Processo Penal para que outros órgãos administrativos venham a participar.
Este tipo de investigação é que tem maior divergência doutrinária acerca da possibilidade do inquérito extrapolicial, uma vez que existem correntes que dizem que é possível que o MP requisite, atue colhendo prova, fazendo interrogatórios de acusados, tudo isso sem ferir o principio da ampla defesa e sem trazer prejuízo ao acusado, e sem trazer prejuízos ao andamento do processo em decorrência da sua titularidade.
Vale destacar quando se tem atuação do órgão ministerial não ser quer mudar a titularidade, ou seja, não se quer que este órgão atue de forma independente, ou sendo um superior a polícia judiciária. 
A investigação ministerial possui respaldo nos artigos constitucionais, como tanto a legislação infraconstitucional traz dispositivos a cerca da possibilidade deste atuar requisitando e participando de forma direta na investigação. 
Uma ressalva que é feita é a possibilidade deste órgão atuar na área civil do direito brasileiro, então seria algo contraditório negar ao titular da ação penal pública requisitar, participar de maneira ativa dentro do contexto procedimental para se tiver subsídios para a denúncia.
A atuação do MP na investigação está diretamente ligada a defesa do interesse social que é uma das funções deste órgão. Quando se tem a pratica de um ato delituoso existe uma pratica contra a sociedade e seus interesse e quem melhor para representar o interesse da sociedade do que aquele que atua como sendo o titular da ação penal, aquele que busca a reparação e a condenação do individuo. 
Existe legislação infraconstitucional que será destacada para garantir o pensamento e demostrar que é perfeitamente possível que o órgão ministerial desenvolva, requeira e participe da fase do inquérito.
Quando se falar de legislação infraconstitucional devemos destacar a Lei nº 8.625/93 (Lei orgânica do Ministério Público) 16 em seu artigo 26 dispõe as seguintes funções aos membros desta instituição:
"I- instaurar inquéritos civis e outras medidas e procedimentos administrativos pertinente;
II - requisitar informações e documentos a entidades privadas, para 
instruir procedimentos ou processo em que oficie;
V - praticar atos administrativos executórios, de caráter preparatório;
Em decorrência da legislação que define algumas das funções que são exercidas pelos promotores está a de requisitar documentos e informações, temos o Código de Processo Penal em seu artigo 4º, parágrafo único elenca que não serão excluídas autoridades administrativas, na qual a lei concedida a mesma função. 
Quando se falar da participação desta instituição na investigação preliminar devemos basear-se na ideia da Súmula 234 do Superior Tribunal de Justiça 17 “ a participação de membro do Ministério Público na fase investigatória não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia”.
Observamos que diante da legislação brasileira é perfeitamente possível que o MP atue na investigação, pois de modo algum se busca mudar a presidência do inquérito, o que se busca quando este órgão atua é ajudar, a fazer com que o procedimento administrativo seja célere e que seja eficaz.
Segundo Aury Lopes Jr.
 “ No sistema de investigação preliminar a cargo do MP, o promotor é o diretor da investigação, cabendo-lhe receber diretamente a noticia–crime ou indiretamente (através da policia) e investigar os fatos nela constantes.” 18
Portanto, podemos observar o promotor poderá atuar na investigação, praticando atos que julgue indispensável para a colheita de provas. Entretanto destacamos que existe uma limitação na atuação do promotor, para que este pratique determinados atos, como medidas cautelares e buscas domiciliares é necessário que haja autorização judicial (juiz), garantindo assim direitos constitucionais do acusado e até mesmo impondo uma limitação para a atuação deste órgão.19
Outra argumentação para a investigação a cargo do órgão ministerial seria a imparcialidade do membro do Ministério Público, uma vez que é este quem irá propor a ação penal e ele deverá estar convicto das provas, então ele agirá de forma cautelosa ao investigar um acusado e o fato delituoso.
Quando o promotor requisita a diligência e atua diretamente na investigação ele fica mais próximo do fato e em decorrência dessa proximidade uma maior celeridade processual, pois ele mesmo atua na investigação e observa se deve ou não dar continuidade ao procedimento, a ação penal.
Para entender melhor a possibilidade desta instituição atuar na investigação preliminar é necessário que haja uma conceituação e descrição das principais funções deste órgão.
3 MINISTÉRIO PÚBLICO 
O Ministério Público é um do órgão independente, porém está diretamente ligado ao Poder Judiciário, pois a Carta Magna disciplina que este é um dos órgãos essenciais ao andamento da justiça e que atua sempre buscando defender o interesse social, a democracia e atuando de forma direta no direito penal brasileiro, sendo assim indispensável tanto no âmbito da justiça como no andamento do processo penal e da ação penal.
Esta instituição exerce e atua em diversos campos do direito, porém vamos estudar e definir de forma mais especifica a atuação deste órgão no âmbito da esfera processual penal, onde este é o titular da ação penal pública e em decorrência desta atribuição, vai atuar como sendo parte da ação penal.
 É atribuição também desta instituição fiscalizar o andamento e aplicação da lei processual penal no caso concreto, dispõe o artigo 257, I e II do CPP. 20
Sendo assim, se faz extremamente importante saber como surgiu e quais as funções desempenhadas pelos membros desta instituição.
3.1 HISTÓRICO 
O MP. com garantias constitucionais e com poderes para exercer determinadas funções só foi possível com a Constituição Federal de 88, pois somente com o Estado Democrático de Direito foi que se buscou criar uma instituição visando o interesse e bem-estar da sociedade e que pudesse lhe representar. 21
No Brasil, e na nossa legislação a instituição foi introduzida aos poucos de forma simples e podemos falar que era precária, durante o período colonial, onde o Brasil estava sobre o poder econômico e jurídico de Portugal, onde grande parte do direito brasileiro se baseia na legislação Lusitana.
No período das Ordenações Manuelinas e Filipinas temos menção do que viria a ser hoje os promotores que também naquela época já tinha função de fiscalizar e acusar criminalmente os indivíduos, esses promotores eram instituídos pela Coroa de Portugal, onde eles defendiam os interesses do Colonizador. 22
Durante o Império, com a criação do Código Penal do Império é que se veio a sistematizar e a se ter as primeiras organizações do que viria a ser a instituição que vemos.
Durante a República em 1890, teve a criação do Ministério Publico Federal, onde já houve criação de cargos como o de Procurador Geral e que este desenvolveria função relativa ao interesse da república e ao bem-estar da sociedade.
Somente em 1981 com a implementação da lei complementar nº40 23que foi instituída garantias, atribuições e vedações aos membros deste órgão.
Após anos de lutas pela democracia e para que o Brasil se tornasse um Estado democrático de Direito, que somente foi possível com a promulgação da CF de 88 é que chegamos à estruturação que vemos hoje, pois é na Carta Magna que se traz de forma expressa a função, as suas garantias e vedações. 
O MP é tratado na constituição para garantir que a democracia seja assegurada, pois este órgão atua como representante do povo, buscando defender seus interesses e o seu bem-estar.
 FUNÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
O órgão ministerial é um órgão que tratado de forma expressa pela Constituição no Capítulo IV- Das funções essenciais à justiça é definido sua estruturação,abrangência, garantias e de forma mais importante para nosso estudo as suas funções, dos art. 127 a 130. 24
Onde é um órgão permanente, pois é indissociável do Estado Democrático de Direito e essencial à justiça, no qual é sua atribuição defender a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses individuais e coletivos. Como se observa esta instituição não é subordinado a nenhum dos três poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) que se tem no âmbito jurídico do país.25
A característica de permanente e essencial para a justiça se dá em virtude deste ser um órgão autônomo, como dito anteriormente e para sempre assegurar o Estado Democrático, pois ele representa a sociedade e seus interesses. 
Sendo assim esta instituição foi introduzida na legislação vigente através do art. 127 da CF/88:
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 26
Diante deste artigo da Carta Magna observamos o MP é uma instituição que tem papel fundamental perante a sociedade e o gozo de alguns direitos fundamentais e a democracia da sociedade.
O órgão ministerial atua em quase todas as áreas do campo jurídico, entretanto nosso enfoque será na área penal e processual penal, como promover de forma exclusiva a ação penal pública; promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; requisitar diligencia investigatório e a instauração do inquérito policial.
Para o trabalho as funções exercidas pelo MP que vai complementar o estudo são as elencadas no art.129, I, III e VIII da CF.
Art.129. São funções institucionais do Ministério Público:
I – promover, privativamente a ação penal pública, na forma da lei;
III – promover o inquérito civil e ação civil pública, para proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
VIII – requisitar diligências investigatórias e instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais (...) 27
De acordo com a descrição destes incisos é possível observa que esta instituição se faz presente na atuação do direito penal brasileiro, tendo papel fundamental como o titular da ação mais também ao poder requisitar diligências e participar do procedimento administrativo, sendo também função do MP atuar fiscalizando a aplicação da lei penal e andamento do processo penal, por ser parte do processo. 
Entretanto para alguns doutrinadores a forma que a CF expressa a sua função e garantias veem esta instituição podendo ter uma supremacia, pois como dito anteriormente é uma instituição independente, não é vinculada a nenhum dos poderes.
Uma discussão que se tem a cerca da possibilidade da requisição de diligências e promover o inquérito seria o controle destes atos, uma vez que é ele quem possui a titularidade da ação e da possibilidade da denúncia levando o individuo a um processo que necessita de ampla defesa e do contraditório.
Quando a Carta Magna atribui ao Ministério Público à titularidade ação penal, também lhe foi introduzida de forma implícita meios para que a denúncia seja oferecida de forma correta.
É necessário fazer um breve comentário acerca das vedações aos membros do órgão ministerial, pois o legislador quando disciplinou estas vedações foi buscando garantir a imparcialidade e com isso exercer a sua função sem trazer prejuízos a nenhum acusado ou quando se der inicio ao processo penal. 
Estas vedações estão elencadas de forma direita no art.128 § 5º, II 
II- as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas na lei.
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 28
Quando o legislador elencou estas vedações foi para que o membro do órgão ministerial fosse o mais imparcial possível, para que não traga prejuízos ao acusado e em decorrência de ser parte no processo penal.
4 INVESTIGAÇOES A CARGO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
A investigação a cargo do MP é um tema controverso na doutrina, vez que existem dois posicionamentos, os que são a favor e os que negam ao titular da ação penal esse poder investigatório. 
O tema é bastante controverso atualmente na doutrina, cabendo comentários e opiniões dos mais variados, vez que não existe uma lei especifica que autoriza esse órgão a exercer a atividade investigatória, alguns doutrinadores afirmam que é inconstitucional, enquanto a outra parte da doutrina acolhe a tese de que é possível a investigação.
Antes de demostramos as correntes acerca do tema, fizemos uma análise do que vem a ser o inquérito policial, onde delimitamos o conceito, características e o seu surgimento, como também foi demostrado o que vêm a ser este órgão e qual o seu papel no âmbito jurídico atual.
Destacamos também as suas funções e vedações e a possibilidade deste órgão atuar na investigação preliminar, sem que traga prejuízos a titularidade da ação penal. 
Agora iremos buscar demostrar o pensamento das correntes, pois servirá como base para o estudo. 
4.1 POSICIONAMENTOS A FAVOR DAS INVESTIGAÇÕES
Após tecer o que vem a ser o inquérito policial e a sua função, o que vem a ser Ministério Público e a sua importância para o exercício da justiça, qual o seu papel no direito penal, e elencando as suas funções, vemos que é perfeitamente possível que este órgão venha a fazer as investigações.
Para os defensores e que apoiam esta corrente a possibilidade da investigação por parte dos membros do MP se dá em decorrência do texto constitucional que já disciplinou dando os poderes, elenca as funções que este órgão irá exercer e ainda disciplina as vedações, que serão pertinentes aos membros desta instituição para que através desta tenhamos uma limitação da função, para que será exercido de forma imparcial, o que não acarretará prejuízos ao acusado.
Se baseando na legislação vigente, o doutrinador Aury Lopes se posiciona de forma favorável a investigação quando afirma: 
“o Ministério Público não só está legalmente autorizado a requerer abertura como também acompanhar a atividade policial no curso do inquérito; mas também poderá investigar e a realizar sua própria investigação preliminar, vista como um procedimento administrativo pré-processual”. 29
Como o nosso direito se baseia na redação constitucional e não existe nenhum impedimento ou norma que venha a proibir este órgão de fazer a investigação, essa corrente também fala do princípio da legalidade.
Este princípio da legalidade é um princípio constitucional, que encontra respaldo no Art.5, II “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”,30 no qual irá buscar garantir que o individuo e a sociedade não venham a sofrer penalizações arbitrarias por parte do Estado e com isso garantir o Estado Democrático de Direito que buscamos ao longo de nossa história.
 No direito penal ele serve como base para garanti-la o direito do individuo, para que esse não venha a sofrer pela criação, fato esse que é necessário para esse principia que a norma venha a estabelecer o fato que esta sendo praticado. Em virtude deste principio é que muitos doutrinadores iram formular suas ideias a cerca da possibilidade desta instituição investigar os fatos delituosos,pois não existe no nosso ordenamento jurídico uma lei que venha a proibir.
Deparamo-nos com uma grande quantidade de normas que falam sobre o tema, onde garantem a participação do titular da ação penal nas investigações. Com base na legislação infraconstitucional temos o CPP que não exclui os órgãos administrativos que possuem a mesma função da policia judiciaria, a própria lei que disciplina a instituição.
O Supremo Tribunal Federal já se posicionou de maneira favorável, a cerca do tema em debate, como observamos:
Processo: HC 90099 / RS - RIO GRANDE DO SUL 
Relator: Min. Celso de Melo
Julgamento: 27/10/2009
Órgão Julgador: 2ª Turma
Publicação: DJe-228 DIVULG 03-12-2009 PUBLIC 04-12-2009
EMENT VOL-02385-03 PP-00472
 E M E N T A: "HABEAS CORPUS" - CRIME DE TORTURA ATRIBUÍDO A DELEGADO E A AGENTES POLICIAIS CIVIS - POSSIBILIDADE DE O MINISTÉRIO PÚBLICO, FUNDADO EM INVESTIGAÇÃO POR ELE PRÓPRIO PROMOVIDA, FORMULAR DENÚNCIA CONTRA REFERIDOS INTEGRANTES DA POLÍCIA CIVIL - VALIDADE JURÍDICA DESSA ATIVIDADE INVESTIGATÓRIA - CONDENAÇÃO PENAL IMPOSTA AOS POLICIAIS CIVIS - LEGITIMIDADE JURÍDICA DO PODER INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - MONOPÓLIO CONSTITUCIONAL DA TITULARIDADE DA AÇÃO PENAL PÚBLICA PELO "PARQUET" - TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS - CASO "McCULLOCH v. MARYLAND" (1819) - MAGISTÉRIO DA DOUTRINA (RUI BARBOSA, JOHN MARSHALL, JOÃO BARBALHO, MARCELLO CAETANO, CASTRO NUNES, OSWALDO TRIGUEIRO, v.g.) - OUTORGA, AO MINISTÉRIO PÚBLICO, PELA PRÓPRIA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, DO PODER DE CONTROLE EXTERNO SOBRE A ATIVIDADE POLICIAL - LIMITAÇÕES DE ORDEM JURÍDICA AO PODER INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - "HABEAS CORPUS" INDEFERIDO. NAS HIPÓTESES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA, O INQUÉRITO POLICIAL, QUE CONSTITUI UM DOS DIVERSOS INSTRUMENTOS ESTATAIS DE INVESTIGAÇÃO PENAL, TEM POR DESTINATÁRIO PRECÍPUO O MINISTÉRIO PÚBLICO”. 31
Como vemos a maioria dos Tribunais já se posicionam aceitando a possibilidade da investigação tanto em decorrência da titularidade da ação penal, como através da possibilidade dada pela legislação vigente nosso ordenamento.
4.2 POSICIONAMENTOS CONTRÁRIOS A INVESTIGAÇÃO
Para os doutrinares que seguem esta corrente o promotor quando investiga o acusado de forma preliminar, poderá acarretar prejuízos em virtude de este órgão ser o titular da ação penal e ser parte no processo penal. Para essa doutrina a investigação a cargo do membro ministerial poderá deixar uma concentração grande de exercício sobre este órgão. 
Muitos defendem que pelo o fato deste não fazer parte, nem se subordinar a nenhum dos três poderes, ele poderá agir de forma sem nenhuma fiscalização, o que poderia ocasionar uma hierarquia deste órgão perante a polícia judiciaria quanto aos outros órgãos. 
Para os que formulam tese contrarias defendem a ideia de que por esta instituição ser independente e não ser subordinada a nenhum poder os seus membros poderão atuar de forma que se poderá ser em excesso e vir a agir de forma que afetaria a sua impessoalidade e o distanciamento que o membro do Ministério Público deve manter no momento de decidir pelo oferecimento ou não da denúncia. 
Ainda pelo fato dele ser o titular da ação penal, poderia estar impedido de atuar no processo, pois para esses doutrinadores somente a policia judiciaria é competente em virtude do texto constitucional do art.144.
Para essa doutrina o inquérito é um procedimento que deve ser realizado pela policia judiciária, em virtude do texto da Carta Magna que concede a policia judiciaria a competência, eles afirmam que é de forma exclusiva, não podendo uma instituição que não seja a competente vir a presidir o inquérito. Portanto se tendo prejuízos e podendo levar a um conflito com os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O objetivo deste trabalho de conclusão de curso foi demostra a possibilidade da investigação criminal por parte do Ministério Público, na fase pré- processual, por se tratar de tema que existe divergência doutrinaria.
O presente trabalho, sempre buscou trazer elementos para que pudessem demostrar a possibilidade desta instituição participar da investigação, requerendo diligencias. Como também trouxemos a conceituação do quem vêm a ser inquérito policial, suas características, os tipos de inquérito, que pode ser feitos, que são o policial e o extrapolicial. 
Podemos concluir que é possível que o órgão ministerial realize as diligências e participe das investigações sem trazer prejuízos ao acusado, em decorrência da legislação constitucional, onde disciplina a possibilidade deste órgão realizar e requerer diligências, com isso vindo a desenvolver a função investigativa, através da colheita, requerimentos de provas.
A investigação por parte do MP será possível, pois o que se pretende e o que se tem quando a instituição atua não é a mudança da presidência do inquérito policial. Quando esse órgão atua na investigação criminal é participando na colheita das provas, para que forneça subsídios e com isso a autoria do fato ilícito, sempre tendo objetivo fazer a denúncia e a entrada do processo penal.
Trouxemos a possibilidade dessa investigação através da legislação que está elencado no CPP, se adequando no inquérito extrapolicial. Para que esta instituição atue na investigação tem que seguir os mesmos procedimentos e atue respeitando os limites das diligências e de acordo com as normas procedimentais do CPP para o requerimento. 
Essas limitações são impostas quando se faz necessário a autorização judicial para praticar determinados atos contra o acusado, como citamos como exemplo diligencias de busca e apreensão e ainda temos as próprias vedações existentes no texto constitucional aos membros deste órgão.
Concluímos este trabalhando, após a analise das correntes doutrinarias existentes acerca do tema, verificando que é possível que o MP atue na investigação criminal, pois não se quer retirar a presidência do inquérito policial, o que se pretende quando este órgão atua é ajudar na investigação, dando celeridade e buscando sempre elementos que venha a convencer a propositura da denúncia por parte desta instituição.
POLICE INVESTIGATION: 
RESEARCH CHARGED TO THE PROSECUTOR
ABSTRATCT
This work of completion is themed criminal investigation by prosecutors, where the focus will be the ability of this body to intervene and participate in the police investigation which is an administrative procedure, which is usually done by civilian police and Feds. However in the Constitution it expressly ministerial body, in Article 127, VIII, lists the possibility of this institution to request and participate in due diligence and the Code of Criminal Procedure also assign function to other police agencies. Because it is a theme that has doctrinal differences in the legal field, it is necessary to make an analysis of what happens to be a police investigation, the types of administrative procedures which the law permits the focus on always seeking ministerial body that is unique holder prosecution and essential justice’s bodies. As we see this body, have certain functions and powers that are of exclusive competence, leading some scholars to question the possibility of research. In this sense the present study seeks to demonstrate that it is perfectly possible to research, since it is not intended to change the chair of the inquiry but cause there gathering steps, working not at top form but helping and making research be more effective and speedy, always seeking that the individual is treated in accordance with the fundamental principles and standards, whenever the harvest of evidence is required.
NOTAS DE RODAPÉ
_______________
1 TAVORÁ, Nestor Código de Processo Penal para concursos. Salvador: Jus Podivm, 2012.
 p. 15.
2 VADE Mecum. 14. ed. São Paulo: Ridel, 2012. p. 58
3 Ibid.,p. 55
4 JURISWAY. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=156>. Acesso em: 02 de janeiro de 2014.
5 TOURINHOFILHO, Fernando da Costa. Processo Penal – volume 1. São Paulo: Saraiva, 2009. p.198.
6 Ibid. p. 198.
7 Ibid. p.200.
8 LOPES Jr, Aury. Sistemas de Investigações Preliminar no Processo Penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001. p.78.
9 op. cit. p.198.
10 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2010. p. 142.
11 loc. cit. p. 58
12 op. cit. p. 15
13 op. Cit. ps. 42 e 43.
14 Idem. Curso de Direito Processual Penal. Salvador: Jus Podivm, 2011. p.92.
15 op. cit. p. 41.
16 op. cit. p.1068
17BRASIL. STJ. Disponível em: <http://www.stj.jus.br/SCON/sumulas/enunciados.jsp?&b=SUMU&p=true&t=&l=10&i=271>. Acesso em: 20 de janeiro de 2014.
18 LOPES Jr, Aury. Sistemas de Investigações Preliminar no Processo Penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001. p. 78.
19 Ibid. p.78.
20 “art. 257. Ao Ministério Público cabe: I- promover privativamente a ação penal pública, na forma estabelecida neste código: e II – fiscalizar a execução da lei”.
21 BRASIL. Ministério Público da União. Histórico do MPU. Disponível em : 
 <http://www.mpu.mp.br/navegacao/institucional/historico> Acesso em: 18 de fevereiro de 2014.
22 Ibid. acesso em 18 de fevereiro de 2014.
23 Ibid. acesso em 18 de fevereiro de 2104.
24 CHIMENTI, Ricardo Cunha. Capez, Fernando. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 434.
25 Ibid. p. 434.
26 op. cit., p. 55.
27 Ibid. p. 55.
28 Ibid. p. 55.
29 Id. LOPES Jr, Aury. Direito Processual Penal e a sua Conformidade Constitucional. Rio de Janeiro:Lumen Juris, 2009, p. 259.
30 op. cit. p. 22.
31 Brasil. Supremo Tribunal Federal. Disponível em: 
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28HC+89%2E837%2FDF%29&base=baseAcordaos> Acesso em: 10 de março de 2014.
REFERÊNCIAS
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______. Ministério Público da União. Histórico do MPU. Disponível em : 
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 75f.
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Direito) – 
 Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ 
 
Contrato. 2. Serviços. 3. Qualidade. 4. Norma.
I. Título.
UNIPÊ / BC CDU – 343.5 
___________________
*Bacharelanda no 10º período do curso de direito do unipê, �HYPERLINK "mailto:amanda_louise_flor@hotmail.com"�amanda_louise_flor@hotmail.com� 
 Onde agradeço a Deus e aos meus familiares que sempre ajudaram e estavam presentes na conquista de mais uma etapa. Agradeço também ao professor que esta me orientando neste trabalho pela ajuda e disponibilidade.
** José Guilherme Soares Lemos, professor e membro do Ministério Público da Paraíba.

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