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Slides - Alimentos

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P R O F E S S O R E D G A R D A U D O M A R M A R X N E T O 
N O V E M B R O D E 2 0 1 3 
ALIMENTOS 
CAUSA JURÍDICA 
•  Parentesco 
•  Casamento ou união estável 
CAUSA JURÍDICA 
ALIMENTOS NO DIREITO DE FAMÍLIA: tratamento indistinto quanto 
à origem: 
 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros 
pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver 
de modo compatível com a sua condição social, inclusive para 
atender às necessidades de sua educação. 
 
“O legislador de 2002 não se preocupou em distinguir os 
alimentos se originários das relações de parentesco, como 
aqueles destinados aos descendentes ou ascendentes ou do 
rompimento da sociedade conjugal ou da extinção da união 
estável". (PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Rio de 
Janeiro: Forense, 2009, v. 5, p. 529). 
NECESSIDADE X POSSIBILIDADE 
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende 
não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, 
à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode 
fornecê-los sem desfalque do necessário ao seu sustento. 
 
NECESSIDADE = não ter bens suficientes E não poder prover o 
próprio sustento. 
 
POSSIBILIDADE = poder fornecê-los sem o desfalque do 
necessário ao próprio sustento. 
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO 
•  Necessidade 
•  Possibilidade 
•  Proporcionalidade 
CÓDIGO CIVIL 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros 
pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver 
de modo compatível com a sua condição social, inclusive para 
atender às necessidades de sua educação. 
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das 
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa 
obrigada. 
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, 
quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem 
os pleiteia 
ALIMENTOS TRANSITÓRIOS 
Para ex-cônjuge: EMENTA: SEPARAÇÃO JUDICIAL. ALIMENTOS PARA A EX-
ESPOSA. TEMPORARIEDADE.- A pensão alimentícia para a ex-mulher, ainda 
jovem, deve ser concedida por tempo razoável para que a mesma possa se 
inserir no mercado de trabalho, pois, "o instituto dos alimentos foi criado para 
socorrer os necessitados, e não para fomentar a ociosidade ou estimular o 
parasitismo. Eles se dão "pietatis causa, ad necessitatem", não "ad utilitatem", e, 
muito menos, "ad voluptatem". (TJMG - 6ª CÂMARA CÍVEL - APELAÇÃO CÍVEL N° 
1.0145.04.155555-1/002 - Relator: Des. ERNANE FIDÉLIS - Data do julgamento: 
25.10.2005) 
 
Para filha: APELAÇÃO CÍVEL – FILHA – MAIORIDADE – CAPACITAÇÃO 
PROFISSIONAL – EXERCÍCIO DA PROFISSÃO CONDICIONADO À REALIZAÇÃO DE 
ESTÁGIO, PELO PERÍODO DE SEIS MESES – FIXAÇÃO DE ALIMENTOS TRANSITÓRIOS 
– CESSAÇÃO FUTURA DO ENCARGO ALIMENTAR – ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA 
PLEITEADA NAS RAZÕES RECURSAIS (TJMG – Apelação Cível n. 
1.0079.04.175002-1/002, 2ª Câmara Cível, Rel. Des. Brandão Teixeira, j. 
04/08/2009) 
ALIMENTOS ENTRE 
CÔNJUGES 
ALIMENTOS ENTRE CÔNJUGES 
•  Dever recíproco entre os cônjuges 
•  Não decorrente do parentesco 
•  Independe de o regime de bens 
•  Não configuração da obrigação no casamento 
inexistente 
CASAMENTO NULO OU ANULÁVEL 
•  Alimentos até trânsito em julgado da anulatória 
•  Casamento putativo 
•  Obrigação subsiste para cônjuge de má fé (Washington de 
Barros e Sílvio Rodrigues) 
•  Extinção com trânsito em julgado da anulatória 
RUPTURA DA “COMUNIDADE 
CONJUGAL” 
•  Sob o mesmo teto 
•  Inadimplemento da obrigação de assistência 
•  Cabimento excepcional de pedido de alimentos 
SEPARAÇÃO DE FATO 
•  Animus revertendi 
•  Abandono do lar e culpa 
•  Princípio da ruptura 
A QUESTÃO DA CULPA 
Art. 1.694. (...) §1º. Os alimentos serão apenas os indispensáveis à 
subsistência, quando a situação de necessidade resultar de 
culpa de quem os pleiteia. 
 
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a 
necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los 
mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido 
declarado culpado na ação de separação judicial. 
 
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a 
necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de 
prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será 
obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à 
sobrevivência. 
DECISÃO DO TJMG ANTES DA EC 66, SEM DISCUTIR CULPA: 
ANÁLISE DO CASO CONCRETO E PROPORCIONALIDADE 
EMENTA: DIREITO DE FAMÍLIA. SEPARAÇÃO. LITIGIOSA. CULPA. PARTILHA DE BENS. 
ALIMENTOS. Entende-se que nos dias atuais já se mostra de grande 
consideração a irrelevância de se aferir CULPA na separação judicial. Para que 
discutir CULPA, se o amor, o respeito, o carinho, a admiração e a fidelidade que 
nutriam o casal se perdeu na rotina da convivência. Além de não ter sentido, é 
totalmente desnecessário quando demonstrada a insuportabilidade da vida 
conjugal. É facultado ao magistrado remeter as partes para as vias ordinárias, 
se constatado o conflito quanto à partilha, podendo estas a qualquer tempo, 
requerer, em juízo de família sucessivo, a partilha dos bens com espeque na 
legislação pertinente. O critério objetivo para a fixação da pensão alimentícia, 
que deve ser livremente apreciado pelo julgador de acordo com as 
peculiaridades do caso concreto e o princípio da proporcionalidade, busca o 
equilíbrio entre as necessidades do alimentado e a capacidade econômica do 
al imentante. (TJMG - 5ª CÂMARA CÍVEL - APELAÇÃO CÍVEL N° 
1.0694.08.045139-6/001 – Rel. DESª. MARIA ELZA – j. 11/02/2010) 
PRINCÍPIO DA RUPTURA NA SEPARAÇÃO ANTES 
DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 66: LEADING 
CASE DO STJ 
O abandono da discussão de culpa na dissolução da 
s o c i e d a d e c o n j u g a l , b a s t a n d o c o n f i g u r a r - s e a 
insuportabilidade da vida em comum já havia sido consagrado 
no STJ, desde 2002: 
 
SEPARAÇÃO. Ação e reconvenção. Improcedência de ambos 
os pedidos. Possibilidade da decretação da separação. 
Evidenciada a insuportabilidade da vida em comum, e 
manifestado por ambos os cônjuges, pela ação e 
reconvenção, o propósito de se separarem, o mais 
conveniente é reconhecer esse fato e decretar a separação, 
sem imputação da causa a qualquer das partes. Recurso 
conhecido e provido em parte. (STJ. Quarta Turma, Rel. Min. 
Ruy Rosado de Aguiar, REsp 467184/SP, j. 05/12/2002) 
EMENDA CONSTITUCIONAL N. 66/2010 E A 
EXTINÇÃO OU MANUTENÇÃO DA SEPARAÇÃO NO 
TJMG 
PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL: (APELAÇÃO CÍVEL N°1.0220.08.010761-2/001, Rel. Des. ALBERTO 
VILAS BOAS, j. 28/06/2011): 
 
Em relação à parte da sentença que imputou ao réu a culpa pela separação, é 
cediço que deve prevalecer a saudável tendência de se adotar a separação 
conjugal pelo princípio da ruptura objetiva do matrimônio à apuração da 
motivação causal da separação judicial, ainda mantida pelo legislador. 
Saliento, por necessário, que por medida de economia processual, determinei, 
nesta instância recursal e em duas ocasiões distintas (f. 263 e 267), a intimação das 
partes para se manifestarem sobre o interesse de se divorciarem em face da 
superveniência da EC n. 66/2010, que deu nova redação ao art. 226, § 6º, da CR. 
Como somente a varoa se pronunciou quanto a sua vontade de se divorciar do 
varão (f. 277/278), tendo este se mantido silente sobre o tema nas duas ocasiões, 
entendo não ser possível a decretação do divórcio nestes autos, pois coaduno da 
tese que a EC n. 66/2010 não extinguiu o instituto da separação judicial; apenas a 
eliminou como requisito do divórcio a separação judicial. 
2ª CÂMARA CÍVEL: 
(APELAÇÃO CÍVEL N°1.0028.10.001401-9/001, REL. DES. AFRÂNIO VILELA, 
REL. DO ACÓRDÃO DES. RONEY OLIVEIRA, J. 22/03/2011) 
EMENTA: DIREITO DE FAMÍLIA - Ação de Separação Litigiosa proposta antes do 
adventoda EC nº 66/2010, que deu nova redação ao §6º do art. 226, da CF. 
Citação e audiência realizadas quando já em vigor o novo e simplificado 
divórcio, imotivado e com dispensa dos prazos de separação de fato ou de 
direito. Convivência da nova ordem constitucional com a antiga separação, 
ainda não escoimada da legislação civil e processual civil. Possibilidade de a 
separação, após a citação, ser convertida em divórcio direto, via emenda 
conjunta dos cônjuges à inicial, ou por mútuo consenso, reduzido a termo em 
audiência preliminar de conciliação, em que foi prolatada, pelo juiz, decisão 
homologatória do acordo de conversão. Sentença confirmada. Recurso a que 
se nega provimento. 
2ª CÂMARA CÍVEL: 
(APELAÇÃO CÍVEL N°1.0028.10.001401-9/001, REL. DES. AFRÂNIO VILELA, 
REL. DO ACÓRDÃO DES. RONEY OLIVEIRA, J. 22/03/2011) 
V.V. APELAÇÃO CÍVEL - SEPARAÇÃO JUDICIAL - EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 
6 6 / 2 0 1 0 - A B O L I Ç Ã O D O I N S T I T U T O - I N O C O R R Ê N C I A - 
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO DO TEMA - LIBERDADE DE REGULAMENTAÇÃO 
PELO LEGISLADOR ORDINÁRIO - DIVÓRCIO - DECRETO DIRETO - ARTIGO 1580 DO 
CC - LAPSO TEMPORAL - INOBSERVÂNCIA - SENTENÇA REFORMADA. A emenda 
constitucional nº: 66/2010 não aboliu a separação judicial do ordenamento 
jurídico pátrio, limitando-se à desconstitucionalização do tema, conferindo ao 
legislador ordinário liberdade para sua regulamentação, em consonância com 
os reclamos da sociedade pós-moderna. Deve ser reformada a sentença que 
converte a ação de separação judicial em divórcio, sem observância do lapso 
temporal exigido pelo artigo 1580 do Código Civil. (Des. Afrânio Vilela) 
3ª CÂMARA CÍVEL: 
(AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 1.0702.10.044765-6/001, 
REL. DES. ALBERGARIA COSTA, J. 13/01/2011) 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DE FAMÍLIA. CONVERSÃO DA 
AÇÃO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL EM DIVÓRCIO. POSSIBILIDADE. NOVA 
ORDEM JURÍDICA. EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 66. Após a Emenda 
Constitucional n.º 66 de 2010, a dissolução conjugal opera-se com o 
divórcio, sem que seja necessária a prévia separação judicial por mais 
de um ano ou a comprovada separação de fato por mais de dois 
anos.E inexistindo oposição dos cônjuges, cabível a conversão da 
ação de separação judicial em divórcio pelo magistrado, de forma a 
regularizar a situação perante a nova ordem constitucional, em nome 
da economia processual e instrumentalidade das formas.Recurso 
conhecido e não provido. 
4ª CÂMARA CÍVEL: 
(APELAÇÃO CÍVEL N°1.0487.06.021825-1/001, 
REL. DES. DÁRCIO LOPARDI MENDES, J. 20/01/2011) 
Apelação Cível - Direito de Família - Separação Judicial Litigiosa - Conversão 
em Divórcio - Emenda Constitucional nº 66/2010 - Possibilidade - Regime de 
Comunhão Parcial - Artigos 1.658 e 1.659 do Código Civil - Bens Adquiridos Após 
a Separação de Fato - Incomunicabilidade - Litigância de Má-Fé - Não 
Configurada.- Embora permaneçam, ainda, no Código Civil, alguns dispositivos 
que tratam da separação judicial (artigos 1.571 e 1.578), a partir da edição da 
Emenda Constitucional nº 66/2010, não há mais a possibilidade de se buscar o 
fim da sociedade conjugal por meio deste instituto, mas, tão somente, a 
dissolução do casamento pelo divórcio.- Verificando que o bem objeto do 
litígio foi adquirido após a separação de fato do casal, e, considerando o 
disposto nos artigos 1.658 e 1.659 do Código Civil, que tratam do regime da 
comunhão parcial de bens, não há que se falar em partilha.- O abuso do 
direito de demandar resta configurado, apenas, quando patente a vontade 
de causar prejuízo à parte contrária. 
4ª CÂMARA CÍVEL: 
(APELAÇÃO CÍVEL N°1.0295.08.021505-2/001, 
REL. DES. HELOISA COMBAT, J. 31/03/2011). 
 
APELAÇÃO CÍVEL - SEPARAÇÃO JUDICIAL - DECLARAÇÃO DE CULPA - AUSÊNCIA DE 
INTERESSE JURÍDICO - ROMPIMENTO DA VIDA EM COMUM - PARTILHA DE BENS - MOMENTO 
POSTERIOR - POSSIBILIDADE - ALIMENTOS - AUSÊNCIA DE PEDIDO EM MOMENTO OPORTUNO.- 
Caracterizada a hipótese de separação judicial autorizada pelo art. 1572, § 1º do CCB/02, 
estando demonstrada a impossibilidade de manutenção da vida em comum, descabe a 
declaração de culpa de um dos consortes pelo rompimento do vínculo. O 
reconhecimento da culpa, no caso concreto, não acarretará qualquer benefício para o 
cônjuge supostamente inocente, inexistindo interesse jurídico nesse provimento.- A 
separação judicial pode ser decretada sem que ocorra a partilha dos bens que, diante da 
existência de controvérsia sobre a delimitação do patrimônio, pode ser postergada para 
momento posterior à sentença.- Recurso não provido. 
Obs. Voto da Des. Combat: “Inicialmente destaco que tenho externado entendimento 
segundo o qual o instituto da separação continue válido após o advento da EC nº 66/10, 
como uma alternativa para aqueles que não pretendam a dissolução do vínculo 
matrimonial, mas apenas o fim da sociedade conjugal e que, por motivos pessoais, 
simplesmente não optem pelo divórcio ou vislumbrem a possibilidade de reconciliação; é 
incontestável que a alteração constitucional passou a permitir o divórcio direto, sem 
estabelecimento de qualquer requisito para tanto. 
5ª CÂMARA CÍVEL: 
(APELAÇÃO CÍVEL N°1.0515.08.034477-0/001, 
REL. DES. MAURO SOARES, J. 25/08/2011). 
DIREITO DE FAMÍLIA. SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO. EMENDA CONSTITUCIONAL N. 66/2010. 
APLICABILIDADE IMEDIATA. ALIMENTOS. CRITÉRIOS FIXAÇÃO. Com o advento da emenda 
constitucional n. 66/2010, o sistema dual (separação e divórcio) de rompimento do 
vínculo legal da sociedade conjugal, de matizes indiscutivelmente religiosas, foi 
suplantado em nosso ordenamento, cedendo espaço ao sistema único, mais condizente 
com o Estado laico aqui adotado. Deste modo, data vênia às posições contrárias, a 
partir da modificação supra foi extirpada de nosso ordenamento a figura da separação, 
existindo, tão somente, o divórcio, que não mais apresenta como requisito prévio a 
separação de fato por mais de 2 (dois) anos ou a decretação da separação judicial. 
Destarte, considerando-se tais assertivas e em atendimento aos princípios da celeridade 
e da economia processual, deve ser decretado o divórcio, ainda que o pedido inicial da 
ação seja de separação, posto que as normas constitucionais são autoaplicáveis. O 
critério jurídico para se fixar o montante que deve ser pago a título de pensão 
alimentícia é a conjugação proporcional e razoável da possibilidade econômica do 
requerido e da necessidade do requerente, nos termos do que prescreve o artigo 1.694 
do Código Civil de 2002. Neste diapasão, demonstrada a necessidade da requerente e 
a capacidade dos obrigados, hão de serem fixados os alimentos proporcionalmente. 
6ª CÂMARA CÍVEL: 
(APELAÇÃO CÍVEL N°1.0024.10.150966-9/001, 
 REL. DES. EDIVALDO GEORGE DOS SANTOS, J. 19/07/2011) 
EMENTA: A regra trazida ao nosso ordenamento jurídico pela EC nº. 
66/2010 não tem o condão de revogar as disposições legais que 
tratam da separação e da separação de corpos, não obstante não se 
possa negar que, realmente, esse último instituto tenha, de fato, 
perdido algumas de suas implicações a partir da vigência daquela. - 
Sentença que não aprecia todos os pedidos formulados na inicial pelo 
autor é nula pelo vício de ser infra petita. 
•  
 
 
7ª CÂMARA CÍVEL: 
 (TJMG - REL. DES. WANDER MAROTTA – APELAÇÃO CÍVEL N° 
1.0672.07.245243-2/004 - J. 31/01/2012) 
 
DIVÓRCIO CONSENSUAL - PROVA DE CULPA IRRELEVANTE NO CASO 
CONCRETO - FIXAÇÃO DA PENSÃO ALIMENTÍCIA. Com o advento da 
Emenda Constitucional nº 66, em vigor a partir de 14/7/2010, 
suprimiram-se as disposições sobre a separação judicial, tornando 
inócua, em princípio, a discussão sobre o preenchimento do requisito 
temporal ou da culpa de um dos cônjuges para a decretação do 
divórcio, embora possa ser considerada na fixação ou deferimento de 
pensão alimentícia. Os alimentos devem ser arbitrados com 
razoabilidade,observados os mesmos parâmetros estabelecidos para 
sua fixação, ou seja, as possibilidades do alimentante e as 
necessidades do alimentando, valendo destacar que a obrigação de 
sustentar os filhos cabe a ambos os pais na medida de suas 
possibilidades. Em se tratando de pensão alimentícia é imprescindível 
que seja observada não apenas possibilidade econômica do 
alimentante, mas, e ainda, a necessidade da alimentada. 
8ª CÂMARA CÍVEL: 
(APELAÇÃO CÍVEL N° 1.0699.08.086809-3/001, REL. DES. BITENCOURT 
MARCONDES, REL. P/ ACÓRDÃO DES. FERNANDO BOTELHO, J. 26/05/2011) 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - SEPARAÇÃO JUDICIAL - DIVÓRCIO - EMENDA CONSTITUCIONAL 
Nº 66/10. 1 - Este novo direito, ainda que incidental ao presente julgamento, não produz 
ausência de direito, razão porque não me parece, respeitosamente, que o pedido fático 
do caso presente incorra em impossibilidade jurídica, a desmerecer enfrentamento 
meritório. 2 - Indispensável a aplicação meritória da Emenda Constitucional nº 66 ao caso 
presente, o que obriga análise, de fundo, do recurso interposto, nos termos, exatamente, 
do art. 462/CPC. 
 V.V.P. APELAÇÃO CÍVEL. SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA. PROMULGAÇÃO DA EMENDA 
CONSTITUCIONAL Nº 66/10. NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA IMEDIATA. CARÊNCIA 
SUPERVENIENTE DA AÇÃO. OFERTA DE ALIMENTOS. BINÔMIO ALIMENTAR. MANUTENÇÃO. 
EXTINGUIR, DE OFÍCIO, A AÇÃO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL C/C PARTILHA. RECURSO 
CONHECIDO E NÃO PROVIDO. I - A separação judicial não é mais possível em nosso 
ordenamento jurídico devido à promulgação da Emenda Constitucional nº 66/10, norma 
de eficácia imediata, razão pela qual deve ser extinta a ação, por impossibilidade jurídica 
superveniente da demanda. II - Não obstante a extinção da ação de separação e, via de 
consequência, prejudicada a partilha de bens do casal, o mesmo não acontece em 
relação à oferta de alimentos, considerando a existência do cúmulo objetivo de ações. II - 
Respeitado o binômio necessidade/possibilidade, o valor fixado em sentença deve ser 
mantido, porquanto atende às necessidades do alimentando e às possibilidades de quem 
tem o dever alimentar. 
INTUITU PERSONAE X FAMILIAE 
•  Direito de acrescer 
POR ESCRITURA PÚBLICA 
•  Mesma eficácia da decisão judicial 
DIVÓRCIO E ALIMENTOS NO TJMG 
(ANTES DA EC 66/2010) 
EMENTA: AÇÃO DE ALIMENTOS. DIVÓRCIO. ROMPIMENTO DO VÍNCULO. DESCABIMENTO DO 
PEDIDO DE VERBA ALIMENTAR. DIREITO NÃO RESSALVADO. Findo o casamento, com o 
rompimento dos vínculos legais entre os cônjuges pelo divórcio, e inexistindo qualquer 
ressalva na separação judicial ou na conversão em divórcio quanto aos alimentos, 
rompidos ficam todos os liames entre os cônjuges, marido e mulher - que não são parentes 
- não subsistindo assim o dever de mútua assistência própria do casamento. Daí que, 
independente da possibilidade ou não de dispensa ou renúncia aos alimentos, não tem a 
ex-mulher legitimidade para reclamar do ex-marido o pagamento de pensão alimentícia. 
Recurso provido. (Número do processo: 1.0687.06.043698-1/001(1), Relator: Des. JOSÉ 
FRANCISCO BUENO, j. 28/05/2009) 
 
EMENTA: DIREITO DE FAMÍLIA - ALIMENTOS - DIVÓRCIO DIRETO - ROMPIMENTO DE TODOS OS 
VÍNCULOS ENTRE OS CÔNJUGES - DESCABIMENTO DO PEDIDO - RECURSO IMPROVIDO. 
Decretado o divórcio, opera-se o rompimento dos vínculos legais entre os cônjuges, 
descabendo à mulher receber alimentos se tal direito não veio estipulado ou ressalvado na 
separação judicial ou na conversão em divórcio. (Número do processo: 
1.0456.06.040573-9/001(1), Relator: Des. CARREIRA MACHADO, j. 10/06/2008) 
DIVÓRCIO E ALIMENTOS NO TJMG 
(APÓS A EC 66/2010) 
DIREITO DE FAMÍLIA - AÇÃO DE ALIMENTOS - PRETENSÃO FORMULADA 
POSTERIORMENTE A EXTINÇÃO DO VÍNCULO CONJUGAL - IMPROCEDÊNCIA DO 
PEDIDO - MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. 1 - A extinção do vínculo conjugal põe 
fim ao dever de assistência mútua existente entre os cônjuges, implicando, 
assim, improcedência da pretensão alimentar pleiteada pela ex-esposa tão 
somente após o divórcio. 2 - Recurso não provido. (8ª CÂMARA CÍVEL - Rel. Des. 
EDGARD PENNA AMORIM - APELAÇÃO CÍVEL N° 1.0313.07.230486-5/001 – j. 
27/01/2011) 
 
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ALIMENTOS - DIVÓRCIO ANTERIOR AO 
AJUIZAMENTO DA AÇÃO - PROVA - CESSAÇÃO DO DEVER DE MÚTUA 
ASSISTÊNCIA - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL - PROVIMENTO. (5ª CÂMARA 
CÍVEL - Rel. Des. BARROS LEVENHAGEN - APELAÇÃO CÍVEL N° 
1.0153.08.076286-4/001 – j. 13/01/2011) 
 
6ª CÂMARA CÍVEL , Rel. Des. Antônio Sérvulo, APELAÇÃO CÍVEL N° 
1.0701.09.284555-4/001, j. 29.06.2010. 
ALIMENTOS 
ENTRE EX-
CÔNJUGES: PARA 
O STJ, 
EXCEPCIONAIS E 
TEMPORÁRIOS 
 
 
 
 
16/09/2012 
A emancipação da mulher pode ser considerada 
uma das maiores conquistas sociais dos últimos 
tempos. A Constituição de 1988 trouxe para a 
prestação de alimentos entre cônjuges e 
companheiros o reflexo da nova sociedade, em que 
a mulher ganhou isonomia de tratamento e maior 
espaço para sua independência financeira. Antes 
confinada às tarefas domésticas, a mulher passou a 
exercer, com liberdade e independência, papéis-
chave na sociedade. 
 
O artigo 1.694 do Código Civil de 2002 estabelece a 
obrigação recíproca (podendo recair tanto sobre 
homens quanto sobre mulheres), observando-se para 
sua fixação a proporção das necessidades daquele 
que pede e dos recursos do que é obrigado – o 
chamado binômio necessidade-possibilidade. A 
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem 
dado atenção à questão dos alimentos para ex-
cônjuges, considerando a obrigação uma exceção à 
regra, incidente apenas quando configurada a 
dependência do outro ou a carência de assistência 
alheia. 
 
Quando ainda era outra a sociedade brasileira, a 
legislação assegurava alimentos em qualquer 
circunstância. A pensão alimentar aparecia 
obrigatoriamente nos processos de desquite e, depois 
de 1977, nas separações e divórcios. No processo, 
buscava-se até mesmo o responsável pelo fracasso 
do casamento. E isso era determinante na fixação do 
valor dos alimentos. 
“A mulher da atualidade não é mais preparada 
culturalmente apenas para servir ao casamento e aos 
filhos, mas tem consciência de que precisa concorrer 
no mercado de trabalho e contribuir para a 
manutenção material da família.” A análise é do 
advogado e professor de direito de família Rolf 
Madaleno. Diretor nacional do Instituto Brasileiro de 
Direito de Família (IBDFAM), ele afirma que doutrina e 
jurisprudência vêm construindo entendimento de que 
os alimentos entre cônjuges são cada vez mais raros. 
 
No STJ, muitos precedentes são claros ao definir que 
os alimentos devidos entre ex-cônjuges serão fixados 
por tempo certo, a depender das circunstâncias 
fáticas próprias da hipótese sob discussão. 
 
Em 2008, a Terceira Turma consolidou a tese de que, 
“detendo o ex-cônjuge alimentando plenas 
condições de inserção no mercado de trabalho, 
como também já exercendo atividade laboral, 
quanto mais se esse labor é potencialmente apto a 
mantê-lo com o mesmo status social que 
anteriormente gozava ou, ainda, alavancá-lo a 
patamares superiores, deve ser o alimentante 
exonerado da obrigação” (REsp 933.355). 
Prazo certo 
 
O raciocínio dos julgadores do STJ é o da efetiva 
necessidade e conspira contra aqueles que, mesmo 
exercendo ou tendo condições de exercer atividade 
remunerada, insistem em manter vínculo financeiro 
em relação ao ex-cônjuge, por este ter condição 
econômica superior à sua. 
 
Ao julgar um recurso oriundo do Rio de Janeiro, em 
2011, a Terceira Turma reafirmou que o prazo fixado 
para o pagamento dos alimentos deve assegurar ao 
cônjuge alimentando tempo hábil para sua inserção, 
recolocação ou progressão no mercado de trabalho, 
que lhe possibilite manter pelas próprias forças status 
social similar ao período do relacionamento (REsp 
1.205.408).No STJ, o recurso era do ex-marido. Ele queria a 
exoneração da obrigação de pagar quatro salários 
mínimos à ex-mulher, que já se prolongava por dez 
anos. Para tanto, argumentou que passou a viver 
nova união, em que foi gerada uma filha com 
necessidade de cuidados especiais (síndrome de 
Down), o que lhe exigia maior capacidade financeira. 
Disse, também, que a ex-mulher era arquiteta 
autônoma e que não precisaria do recebimento de 
pensão para sobreviver. 
Necessidade-possibilidade 
 
Ao avaliar o caso, a ministra Nancy Andrighi 
reconheceu a possibilidade de os valores dos 
alimentos serem alterados, ou a obrigação extinta, 
ainda que não houvesse mudança na situação 
econômica dos ex-cônjuges. Não sendo os alimentos 
fixados por determinado prazo, o pedido de 
desoneração, total ou parcial, poderá dispensar a 
existência da variação necessidade-possibilidade, 
quando demonstrado o pagamento de pensão por 
período suficiente para que o alimentando reverta a 
condição desfavorável que detinha, no momento da 
fixação desses alimentos. 
 
Trata-se, portanto, de alimentos temporários. Para a 
ministra, o alimentando não pode deixar de agir e 
deixar ao alimentante a obrigação eterna de 
sustentá-lo. “Decorrido esse tempo razoável, fenece 
para o alimentando o direito de continuar recebendo 
alimentos, pois lhe foram asseguradas as condições 
materiais e o tempo necessário para o seu 
desenvolvimento pessoal, não se podendo albergar, 
sob o manto da Justiça, a inércia laboral de uns, em 
detrimento da sobrecarga de outros”, advertiu a 
ministra. A Turma decidiu desonerar o ex-cônjuge da 
obrigação e condenou a ex-mulher ao pagamento 
de custas e honorários. 
Obrigação perene 
 
No mesmo julgamento, a 
ministra Andrighi, advertiu, no 
entanto, que a obrigação é 
perene quando a 
incapacidade para o trabalho 
for permanente ou quando se 
verificar a impossibilidade 
prática de inserção no 
mercado de trabalho. Aí 
incluídas as hipótese de 
doença própria ou quando, em 
decorrência de cuidados 
especiais que algum 
dependente comum sob sua 
guarda apresente, a pessoa se 
veja impossibilitada de 
trabalhar. 
Tempo hábil 
 
Naquela sessão, processo similar foi decidido com 
base no mesmo entendimento, a fim de exonerar ex-
marido de pensão paga por mais de dez anos. Ele 
sustentava que tinha se casado novamente e que 
assumira a guarda do filho em comum. Disse que a 
ex-mulher trabalhava como funcionária pública, com 
renda média de R$ 3 mil. Na sentença, o pedido foi 
negado. A segunda instância também entendeu que 
não houve variação negativa na condição 
econômica do ex-marido e negou o recurso. 
 
“Não se evidencia a existência de uma das exceções 
à regra da temporalidade dos alimentos devidos a ex-
cônjuge, que são a impossibilidade prática de 
inserção no mercado de trabalho ou a incapacidade 
física ou mental para o exercício de atividades 
laborais”, afirmou a ministra Andrighi. A Turma 
concluiu que a ex-esposa teve “tempo hábil para que 
melhorasse sua condição socioeconômica” e 
atendeu ao recurso do ex-marido (REsp 1.188.399). 
 
Para o professor Rolf Madaleno, é difícil imaginar que 
uma pessoa vá enriquecer recebendo apenas uma 
pequena percentagem daquilo que o outro precisa 
na íntegra para sua subsistência (em geral, de 15% a 
20%). “No entanto, o enriquecimento sem causa está 
presente quando efetivamente a pessoa que ganha 
pensão alimentícia já está trabalhando ou formou 
novo relacionamento e ainda assim segue 
percebendo os alimentos”, explica. 
Exoneração 
 
Nesses casos, deve ser proposta ação de exoneração de 
alimentos. A Terceira Turma também já enfrentou o tema e 
definiu que a sentença que extingue a obrigação não retroage 
à data da citação. O caso, de Minas Gerais, foi julgado em 
2008. O relator, ministro Sidnei Beneti, entendeu que efeitos da 
ação de exoneração de alimentos apenas têm incidência a 
partir do trânsito em julgado da decisão (REsp 886.537). 
 
A decisão favoreceu a ex-mulher, que pediu judicialmente o 
pagamento de alimentos atrasados, no total de R$ 5 mil. O ex-
marido opôs embargos à execução alegando que, como ele 
estava desempregado e não recebia mais salário, não poderia 
pagar a pensão. Além disso, argumentou que, em agosto de 
1998, ingressou com ação de exoneração de alimentos e o 
pedido foi julgado procedente, desobrigando-o do 
pagamento. O tribunal estadual deu razão ao ex-marido, mas 
ela recorreu ao STJ. 
 
Segundo o relator, no caso da ação de exoneração não houve 
notícia de liminar ou antecipação de tutela que liberasse o ex-
marido do dever de pagar as prestações de pensão 
alimentícia. 
 
Em diversos precedentes, o STJ também definiu que a 
desoneração da obrigação de alimentos não pode ser pedida 
por meio de habeas corpus, mas em ação própria. “A 
obrigação alimentar, sua redução ou desoneração não podem 
ser discutidas no âmbito do habeas corpus; só no juízo cível, 
mediante ação própria, é possível fazê-lo”, afirmou o ministro Ari 
Pargendler no julgamento do RHC 21.514, em 2007. A falta de 
pagamentos de obrigação alimentar é causa de prisão civil do 
devedor. 
Desaparecimento da necessidade 
 
Em seu Curso de Direito de Família, o professor Rolf Madaleno 
explica que a falta do exercício da ação de cobrança das 
prestações vencidas e não pagas não importa na automática 
exoneração do direito alimentar. O professor admite, no 
entanto, que o fato pode representar forte indicativo do 
desaparecimento da necessidade alimentar do credor. “Não é 
crível que possa o credor deixar de cobrar os alimentos 
essenciais à sua sobrevivência, devendo a discussão acerca da 
manutenção dos alimentos ser aferida em demanda específica 
de revisão ou de exoneração alimentar”, diz ele. 
 
Em 2011, ao julgar o HC 187.202, a Terceira Turma afastou a 
possibilidade de prisão de um homem executado pela ex-
mulher por dívidas de alimentos. A relatora, ministra Andrighi, 
constatou que o direito não foi exercitado ao longo de mais de 
30 anos. “A necessidade não se mostra tão premente assim”, 
concluiu. 
 
Em 1987, o casal havia firmado acordo de partilha pelo qual a 
ex-mulher renunciaria aos alimentos com o pagamento de 
certa quantia, pelo ex-marido. No período de mais de 20 anos, 
houve vários pagamentos que alcançariam a quantia de R$ 
1.660.900. Considerando que a obrigação do acordo não havia 
sido integralmente cumprida, a mulher ajuizou ação de 
cobrança de alimentos. 
 
A ministra destacou que “não se pode deixar de considerar que 
a credora de alimentos, além de receber substanciais valores a 
título de cumprimento de acordo de partilha de bens e 
renúncia de alimentos”, fez a cobrança da pensão alimentícia 
após mais de 30 anos de inércia. A relatora ainda ressaltou que 
a discussão sobre a manutenção dos alimentos não poderia ser 
feita em habeas corpus. 
Benefícios indiretos 
 
O artigo 1.708 do Código Civil de 2002 diz que “com o 
casamento, a união estável ou o concubinato do 
credor, cessa o dever de prestar alimentos”. Seguindo 
essa norma, a Terceira Turma desobrigou um homem 
de pagar despesas de IPTU, água, luz e telefone de 
imóvel habitado pelos seus filhos e pela ex-mulher, 
que já vivia com novo companheiro (REsp 1.087.164). 
 
Na origem, o ex-marido pediu a exoneração do 
pagamento de alimentos à ex-esposa. O Tribunal 
local atendeu ao pedido, mas manteve a obrigação 
de pagamento das despesas da casa. No STJ, o 
recurso atacou esse ponto. A ministra Andrighi 
ponderou que “a desoneração de alimentos 
prestados a ex-cônjuge, por força da constituição de 
novo relacionamento familiar da alimentada, abrange 
tanto os alimentos pagos em dinheiro como aqueles 
prestados diretamente, por meio de utilidades ou 
gêneros alimentícios”. 
 
Os ministros entenderam que a beneficiária principal 
dos pagamentosera a proprietária do imóvel, sendo 
o benefício aos filhos apenas reflexo. “Os benefícios 
reflexos que os filhos têm pelo pagamento dos 
referidos débitos da ex-cônjuge são absorvidos pela 
obrigação materna em relação à sua prole, que 
continua a existir, embora haja pagamento de 
alimentos pelo pai”, afirmou a ministra, destacando 
que a obrigação de criar os filhos é conjunta. 
Renúncia 
 
Apesar de não constar expressamente em lei, está pacificado 
pela jurisprudência que os alimentos entre adultos (ex-cônjuges 
e ex-conviventes) são renunciáveis. O tema foi analisado em 
junho deste ano, quando a Terceira Turma, por maioria, definiu 
que não há direito à pensão alimentícia por parte de quem 
expressamente renunciou a ela em acordo de separação 
caracterizado pelo equilíbrio e pela razoabilidade da divisão 
patrimonial (REsp 1.143.762). 
 
No caso, uma mulher que renunciou formalmente aos alimentos 
teve rejeitado na Justiça paulista o direito de produzir provas de 
que havia recebido do ex-marido R$ 50 mil por um período de 
dez meses após a separação, até que ele cessou o 
pagamento. Ela reivindicava a continuidade porque, a seu ver, 
ao assumir o encargo, mesmo diante da renúncia, o ex-cônjuge 
teria desistido da liberação acordada. 
 
Contudo, o processo foi extinto, sem resolução de mérito, antes 
da fase de produção de provas. O juiz entendeu que, em razão 
de a mulher ter dispensado os alimentos, a interrupção do 
pagamento feito por liberalidade do ex-companheiro não lhe 
traria nenhum prejuízo. 
 
No STJ, o entendimento que prevaleceu foi o do ministro 
Massami Uyeda, que divergiu da relatora, ministra Andrighi. 
Afora a força jurídica da renúncia, feita por escritura pública, os 
fatos demonstrariam que a ex-companheira teve motivos 
suficientes para renunciar, pelo que recebeu na divisão 
patrimonial. E esses fatos – a renúncia e a razoabilidade do 
patrimônio recebido –, segundo Uyeda, tornavam dispensável o 
prosseguimento do processo, pois não poderiam vir a ser 
contestados. 
Alimentos transitórios 
 
Os chamados alimentos transitórios são largamente 
aplicados pela jurisprudência e recomendados pela 
doutrina, no sentido de assegurar a subsistência 
material por certo tempo e não mais, como era no 
passado, por tempo ilimitado. São cabíveis quando o 
alimentando for pessoa com idade, condições e 
formação profissional que lhe possibilitem a provável 
inserção (ou reinserção) no mercado de trabalho. A 
tese foi definida pela Terceira Turma no julgamento de 
outro recurso especial, analisado em 2010 (REsp 
1.025.769). 
 
De acordo com o professor Rolf Madaleno, é prática 
jurisprudencial fixá-los por um ou dois anos ou até a 
partilha dos bens. “Existem estudos ingleses 
comprovando que uma mulher que deixa o mercado 
de trabalho em função do casamento precisa de dez 
anos para voltar a receber aquilo que recebia ao 
deixar de trabalhar”, conta. 
 
O ministro Marco Buzzi, integrante da Quarta Turma do 
STJ, em seu livro Alimentos Transitórios: uma obrigação 
por tempo certo, afirma que os alimentos são devidos 
apenas para que o alimentando tenha tempo de 
providenciar sua independência financeira. 
“Atualmente, não mais se justifica impor a uma das 
partes integrantes da comunhão desfeita a 
obrigação de sustentar a outra, de modo vitalício, 
quando aquela reúne condições para prover a sua 
própria manutenção”, pondera o ministro Buzzi. 
A conclusão foi a mesma da ministra Andrighi. 
Ao atingir a autonomia financeira, “o ex-
cônjuge se emancipará da tutela do 
alimentante – outrora provedor do lar –, que 
será então liberado da obrigação, a qual se 
extinguirá automaticamente”. 
 
O processo teve origem em Minas Gerais. O 
casamento durou cerca de 20 anos e, para 
embasar o pedido de alimentos, a ex-esposa 
alegava ter deixado seu emprego a pedido 
do marido, médico, que prometera 
proporcionar-lhe elevado padrão de vida. 
Considerando que a ex-mulher tinha 51 anos e 
era apta ao trabalho, a segunda instância 
definiu a pensão alimentícia pelo prazo de 
dois anos, contados do trânsito em julgado, 
sem adotar índice algum de atualização 
monetária. No STJ, ela pretendia afastar o 
prazo predeterminado da pensão mensal e 
instituir o reajuste das parcelas pelo salário 
mínimo. 
Autossustento 
 
A ministra relatora refletiu sobre a dificuldade do 
julgador de avaliar a real necessidade dos alimentos. 
Para ela, há um “fosso fático entre a lei e o contexto 
social”, que exige do juiz a análise de todas as 
circunstâncias e peculiaridades no processo, para 
concluir pela capacidade ou não de autossustento 
daquele que pleiteia alimentos. “A realidade social 
vivenciada pelo casal ao longo da união deve ser 
fator determinante para a fixação dos alimentos”, 
afirmou. 
 
A decisão estabeleceu também que, ao conceder 
alimentos, o julgador deve registrar expressamente o 
índice de atualização monetária dos valores. Diante 
da ausência dessa previsão no caso analisado, o STJ 
seguiu sua jurisprudência para fixar o valor em número 
de salários mínimos, convertidos pela data do 
acórdão. 
 
Fazendo menção à boa-fé objetiva, a relatora 
afirmou que a fixação de alimentos conforme 
especificada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais 
adota caráter motivador para que o alimentando 
busque efetiva recolocação profissional, e não 
permaneça indefinidamente à sombra do conforto 
material propiciado pelos alimentos prestados pelo 
ex-cônjuge, antes provedor do lar. 
Alimentos compensatórios 
 
O professor Madaleno destaca que a 
jurisprudência e a doutrina vêm construindo a 
figura jurídica dos alimentos compensatórios, 
cuja instituição é regulada em outros países e 
assegura alimentos para aquele cônjuge que 
trabalhe ou não, mas cujo padrão de vida 
pode sofrer brusca queda na comparação 
com o estilo de vida proporcionado durante o 
casamento pela maior remuneração do outro 
cônjuge. 
 
De acordo com o jurista, sua aplicação tem 
maior escala de incidência, em especial, nos 
regime de separação de bens e notadamente 
quando a esposa se dedicou exclusivamente 
à família, não tendo renda própria ou tendo 
renda que é insuficiente para manter seu 
status social. O STJ ainda não apreciou essa 
matéria. 
ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS: 
DOUTRINA BRASILEIRA FAVORÁVEL 
Maria Berenice Dias: “Produzindo o fim do casamento desequilíbrio econômico 
entre o casal, em comparação com o padrão de vida de que desfrutava a 
família, cabível a fixação de alimentos compensatórios. (...) Faz jus a tal verba o 
cônjuge que não perceber bens, quer por tal ser acordado entre as partes, 
quer em face do regime de bens adotado no casamento, que não permite a 
comunicação dos aquestos”. (Manual de Direito das Famílias. 8ª ed., São Paulo: 
RT, 2011, p. 548) 
 
Rolf Madaleno: “A finalidade da pensão compensatória não é a de cobrir as 
necessidades de subsistência do credor, como acontece com a pensão 
alimentícia regulamentada pelo artigo 1.694 do Código Civil e sim, corrigir o 
desequilíbrio existente no momento do divórcio, quando o juiz compara o status 
econômico de ambos os cônjuges e o empobrecimento de um deles em razão 
da dissolução da sociedade conjugal, podendo a pensão compensatória 
consistir em uma prestação única, por determinados meses ou alguns anos, 
como pode abarcar valores mensais e sem prévio termo final”. (Curso de Direito 
de Família. 4ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2011, p. 956-957) 
ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS NA 
JURISPRUDÊNCIA: DECISÕES FAVORÁVEIS 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO 
ESTÁVEL. PARTILHA DE BENS. ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS. CABIMENTO. 
Considerando que os litigantes estão separados de fato e estando o requerido na 
posse exclusiva dos bens do casal, em especial do microônibus, detendo maior 
capacidade de exploração econômica,sendo ele quem, desde aquela data, 
usufrui do rendimento amealhado, mostra-se correta a fixação em favor da 
agravada de alimentos compensatórios, até que se efetive a partilha de bens. (TJRS 
– 8ª Câmara Cível – Agravo de Instrumento nº 70046238671 – Rel. DES. RICARDO 
MOREIRA LINS PASTL – j. 16.02.2012). 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL E PARTILHA. ALIMENTOS 
COMPENSATÓRIOS. OBRIGAÇÃO EM VALOR FIXADO PELO JUÍZO A QUO PARA 
REMUNERAR A SEPARANDA EM DECORRÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO EXERCIDA PELO 
VARÃO. Correta a decisão que estabeleceu uma espécie de indenização provisória 
pela exploração do patrimônio comum enquanto não ultimada a partilha de bens, 
conforme precedentes da Corte. (TJRS - 8ª Câmara Cível – Agravo de Instrumento 
nº70034501189, Rel. Des. ALZIR FELIPPE SCHMITZ – j. 29.04.2010) 
ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS NA 
JURISPRUDÊNCIA: DECISÕES CONTRÁRIAS 
MANDADO DE SEGURANÇA. FAMÍLIA. ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS. CONCESSÃO DE 
EFEITO SUSPENSIVO ATIVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. MÉRITO. - FUNÇÃO 
COMPENSATÓRIA DOS ALIMENTOS. MANUTENÇÃO DO PADRÃO SOCIAL DA VIDA 
CONJUGAL. INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS PARA FINS TAIS. 
INDENIZAÇÃO POR USO EXCLUSIVO DE BENS COMUNS. DESVIRTUAMENTO DOS FINS DA 
VERBA ALIMENTAR. PRETENSÃO A SER BUSCADA POR MEIOS PRÓPRIOS. MAJORAÇÃO 
OPERADA INDEVIDAMENTE. - SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJSC - Grupo de Câmaras de 
Direito Civil – Rel. Des. Henry Petry Junior - Mandado de Segurança n. 2011.038328-3 – j. 
09.03.2012) 
 
EMENTA: Agravo de Instrumento. Ação de ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS entre excônjuges. 
Expedição de ofícios. Apuração da capacidade contributiva do alimentante. 
Manutenção. Prestação provisória arbitrada. Descabimento. O sigilo de informações 
bancárias e fiscais, que é regra, pode ser suspenso em ações da espécie, no interesse da 
apuração das possibilidades do devedor de ALIMENTOS. Segundo a orientação 
jurisprudencial, encerrado o vínculo jurídico entre os cônjuges pelo DIVÓRCIO, sem que 
tenha havido ressalva em torno da fixação de ALIMENTOS, não cabe à mulher 
posteriormente postular tal direito, especialmente quando não comprovada sua 
necessidade. Recurso provido em parte. (TJMG - 4ª CÂMARA CÍVEL – Rel. Des. Almeida Melo - 
AGRAVO DE INSTRUMENTO CÍVEL N° 1.0338.09.095931-7/001 – j. 21/10/2010) 
ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS NO DIREITO 
COMPARADO 
Os autores brasileiros se basearam (pelas referências bibliográficas em que se 
ampararam) na figura da prestación compensatoria, regulada pelo art. 97 do 
Código Civil espanhol, que determina, na ocasião do divórcio, seja compensada a 
perda de pretensões a pensões, mediante outros bens patrimoniais, criando-se uma 
espécie de compensação das expectativas de aposentadoria para o cônjuge que 
não trabalha e não receberá bens, por não haver aquestos a partilhar ou devido ao 
regime de separação escolhido pelas partes (LACRUZ, Berdyo, SANCHO, Rebullida. 
Derecho de Familia. Barcelona, 1982, p. 260). 
 
A prestación compensatoria do Direito Espanhol, por sua vez, inspirou-se na 
compensação de amparo (Wertausgleich von Anwartschaften oder Aussichten auf 
eine Versorgung), prevista no §1587 do BGB, que cuida da compensação das 
expectativas (Anwartschaften) e previsões (Aussichten) de obtenção de um amparo 
fundadas em idade e na incapacidade para o exercício da profissão ou 
incapacidade para o trabalho, do cônjuge sem capacidade laborativa, pelo 
período de duração do casamento e necessariamente estabelecida no momento 
do divórcio – nunca depois (CAMPOS, Míriam de Abreu Machado e. Família no 
Direito Comparado: divisão das expectativas de aposentadoria entre cônjuges. Belo 
Horizonte: Del Rey, 2003, p. 165 e passim). 
LEI 5.478/68 
Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo 
alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, 
salvo se o credor expressamente declarar que deles 
não necessita. 
 
Parágrafo único. Se se tratar de alimentos provisórios 
pedidos pelo cônjuge, casado pelo regime da 
comunhão universal de bens, o juiz determinará 
igualmente que seja entregue ao credor, 
mensalmente, parte da renda líquida dos bens 
comuns, administrados pelo devedor. 
 
 
CÓDIGO CIVIL 
Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o 
concubinato do credor, cessa o dever de prestar 
alimentos. 
 
Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, 
também, o direito a alimentos, se tiver procedimento 
indigno em relação ao devedor. 
 
 
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DE FAMÍLIA. 
EX-CÔNJUGE. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. ALTERAÇÃO DO BINÔMIO 
POSSIBILIDADE DO ALIMENTANTE E NECESSIDADE DO ALIMENTADO. 
COMPROVAÇÃO. SÚMULA 07 DO STJ. 
1. "Em linha de princípio, a exoneração de prestação alimentar, estipulada quando 
da separação consensual, somente se mostra possível em uma das seguintes 
situações: a) convolação de novas núpcias ou estabelecimento de relação 
concubinária pelo ex-cônjuge pensionado, não se caracterizando como tal o simples 
envolvimento afetivo, mesmo abrangendo relações sexuais; b) adoção de 
comportamento indigno; c) alteração das condições econômicas dos ex-cônjuges 
em relação às existentes ao tempo da dissolução da sociedade conjugal" (REsp 
111.476/MG, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ 10.05.1999). 
2. A verificação do binômio necessidade do alimentado/possibilidade do alimentante 
recai no revolvimento de material fático-probatório, procedimento incabível de ser 
feito na via especial, a teor da Súmula 07 desta Corte Superior. 
3. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no Ag 1159453/DF, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 15/02/2011, DJe 21/02/2011) 
•  Restauração da pensão suspensa 
•  Recuperação da pensão perdida 
ALIMENTOS ENTRE 
COMPANHEIROS 
ALIMENTOS ENTRE COMPANHEIROS 
•  Do concubinato à união estável 
•  A posição das uniões homoafetivas 
LEI 8.971/94 
Art. 1º A companheira comprovada de um homem 
solteiro, separado judicialmente, divorciado ou viúvo, 
que com ele viva há mais de cinco anos, ou dele 
tenha prole, poderá valer-se do disposto na Lei nº 
5.478, de 25 de julho de 1968, enquanto não constituir 
nova união e desde que prove a necessidade. 
Parágrafo único. Igual direito e nas mesmas 
condições é reconhecido ao companheiro de mulher 
solteira, separada judicialmente, divorciada ou viúva. 
 
LEI 9.278/96 
Art. 7° Dissolvida a união estável por rescisão, a 
assistência material prevista nesta Lei será prestada 
por um dos conviventes ao que dela necessitar, a 
título de alimentos. 
Parágrafo único. Dissolvida a união estável por morte 
de um dos conviventes, o sobrevivente terá direito 
real de habitação, enquanto viver ou não constituir 
nova união ou casamento, relativamente ao imóvel 
destinado à residência da família. 
 
 
EMENTA: APELAÇÃO - UNIÃO ESTÁVEL - RECONHECIMENTO - 
PENSÃO ALIMENTÍCIA - AUSÊNCIA DE PROVAS DE SEUS 
PRESSUPOSTOS - ALIMENTOS INDEVIDOS - RECURSO A QUE SE NEGA 
PROVIMENTO "IN SPECIE". 
 
- É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o 
homem e a mulher, traduzida na convivência pública, notória, 
contínua, duradoura e firmada com o objetivo de constituição de 
família. 
 
- A mulher perfeitamente apta para o trabalho, não faz jus ao 
recebimento de pensão alimentícia, máxima se não comprova sua 
dependência econômica em relação ao companheiro, haja vista 
não ser presumida a obrigação alimentar entre protagonista da 
união estável.   (Apelação Cível  1.0024.11.202993-9/001, Rel. Des.
(a) Belizário de Lacerda, 7ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 
14/05/2013, publicação da súmula em 17/05/2013) 
 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO DE FAMÍLIA - DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL - 
ALIMENTOS - EX-COMPANHEIRA - DEVER DE ASSISTÊNCIA MÚTUA - PROVA DA 
NECESSIDADE - AUSÊNCIA - MULHER QUE SE ENCONTRAEM IDADE PRODUTIVA - FILHO 
MENOR - FIXAÇÃO - ATENDIMENTO AO TRINÔMIO "PROPORCIONALIDADE-
POSSIBILIDADE-NECESSIDADE. 
1. Os alimentos devidos pelo ex-cônjuge se baseiam no dever de "mútua assistência", 
que se prolonga para além do rompimento do vínculo conjugal, quando há fundada 
necessidade de quem os pleiteia, que, por motivos alheios a sua vontade, não possui 
condições de se manter por suas próprias expensas. 
2. Incumbe, àquele que pleiteia a pensão alimentícia, a demonstração da 
necessidade, configurada na impossibilidade de arcar com sua própria subsistência 
(art. 333, I do CPC). 
3. Mulher que se encontra em idade produtiva. Necessidade não comprovada. 
4. Respeitada a proporcionalidade do encargo fixado em benefício do filho do 
casal, em observância às necessidades do alimentando e à possibilidade do 
alimentante, deve ser mantido o valor fixado em sentença. 
5. Recursos não providos.   (Apelação Cível  1.0701.11.018680-9/001, Rel. Des.(a) 
Áurea Brasil, 5ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 25/04/2013, publicação da súmula 
em 03/05/2013) 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL - 
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA DA EX-COMPANEHIRA COMPROVADA - 
ALIMENTOS JÁ FIXADOS EM AÇÃO PRÓPRIA - CONTINUIDADE DA SITUAÇÃO 
DE DEPENDENTE DO PLANO DE SAÚDE. - EX-COMPANHEIRA PORTADORA DE 
DOENÇA GRAVE (CÂNCER DE MAMA). 
 
- Comprovada a dependência econômica da ex-companheira, bem 
como que está acometida por doença grave, tem-se que deve ser 
mantida como dependente do autor, titular do plano de saúde. 
 
- Agravo retido não provido, uma vez não caracterizado o cerceamento 
de defesa. 
 
- Apelação não conhecida em parte. 
 
- Apelo parcialmente provido, na parte conhecida.   (Apelação Cível  
1.0035.10.014925-7/001, Rel. Des.(a) Heloisa Combat, 4ª CÂMARA CÍVEL, 
julgamento em 25/04/2013, publicação da súmula em 30/04/2013) 
 
EMENTA: FAMÍLIA. UNIÃO ESTÁVEL. ALIMENTOS PROVISÓRIOS. SEPARAÇÃO 
APÓS QUATORZE ANOS DE CONVIVÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE PROVA 
OBJETIVA DE ATIVIDADE REMUNERADA DA EX-COMPANHEIRA. PENSÃO 
MENSAL DEVIDA. 
- Não se pode recusar alimentos provisórios à ex-companheira que 
conviveu com o agravante por mais de quatorze anos, especialmente 
quando não há prova idônea de que exerça atividade remunerada e que 
apta a permitir sua subsistência. 
V.V. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALIMENTOS PROVISÓRIOS - PEDIDO DE 
FIXAÇÃO - EX-COMPANHEIRA - IMPOSSIBILIDADE - AUSÊNCIA DE PROVAS DA 
NECESSIDADE. RECURSO NÃO PROVIDO. 
Para a fixação dos alimentos não basta apenas demonstrar a condição 
positiva do alimentante, mas, também, a necessidade do alimentando. 
Deve ser mantida a decisão que indeferiu a fixação de verba alimentar à 
ex-companheira, em caráter provisório, quando ainda precárias as provas 
da real e efetiva necessidade da autora.>   (Agravo de Instrumento Cv  
1.0704.12.007738-0/001, Rel. Des.(a) Armando Freire, 1ª CÂMARA CÍVEL, 
julgamento em 16/04/2013, publicação da súmula em 25/04/2013) 
MULHER QUE 
RENUNCIOU A 
ALIMENTOS NÃO 
CONSEGUE 
MANTER PENSÕES 
PAGAS POR 
LIBERALIDADE DO 
EX-COMPANHEIRO 
 
 
 
 
 
15/06/2012 
Não há direito à pensão alimentícia por parte de quem 
expressamente renunciou a ela em acordo de separação 
caracterizado pelo equilíbrio e pela razoabilidade da divisão 
patrimonial. O entendimento majoritário é da Terceira Turma do 
Superior Tribunal de Justiça (STJ), para a qual essa circunstância 
impede o direito tanto na dissolução do casamento quanto no 
caso de união estável. 
 
Uma mulher que renunciou formalmente aos alimentos do ex-
companheiro teve na Justiça paulista rejeitado o direito de produzir 
provas do recebimento de valores por dez meses após a 
separação. Ela reivindicava a continuidade dos pagamentos 
porque, a seu ver, ao assumir o encargo, mesmo diante da 
renúncia, ele desistiu da liberação acordada. 
 
O casal, que viveu junto por aproximadamente oito anos, desfez a 
união estável por escritura pública, em que foi dividido o patrimônio 
e registrada a renúncia expressa da mulher a alimentos. Mesmo 
assim, o ex-companheiro teria pago R$ 50 mil por dez meses, ditos 
como pensão, até o dia em que interrompeu o pagamento. A 
mulher entrou com ação para que a pensão voltasse a ser paga, 
apesar da renúncia. Sustentou que seu ex-companheiro havia 
reconhecido a obrigação de ajudá-la. 
 
Contudo, o processo foi extinto, sem resolução de mérito, antes da 
fase de produção de provas. O juiz entendeu que, em razão de a 
mulher ter dispensado os alimentos, a interrupção do pagamento 
pelo ex-companheiro não lhe traria nenhum prejuízo adicional. 
 
Inconformada, ela recorreu, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo 
(TJSP) manteve a decisão, ao entendimento de que, no momento 
da separação, a mulher havia admitido que teria condições para o 
próprio sustento. Para o tribunal local, a liberalidade do homem ao 
fornecer pensão, mesmo sem necessitar, não o obriga a fazê-lo 
para sempre. 
Controvérsia 
 
No STJ, a relatora do recurso especial, ministra Nancy Andrighi – cuja 
posição ficou vencida –, destacou que o possível acordo verbal que teria 
resultado nos pagamentos não é o principal no caso. A afirmação foi feita 
pela mulher, mas negada pelo ex-companheiro, gerando controvérsia. As 
alegações não foram comprovadas nas outras instâncias, já que a 
sentença extinguiu o processo sem a resolução do mérito. 
 
A ministra afirmou que, em princípio, a renúncia impossibilita o pleito de 
novos alimentos. Quando a mulher renunciou ao recebimento, deixou de 
ter o direito de discutir a respeito da obtenção de novas pensões. “Mas não 
impossibilita que a parte a quem a renúncia beneficie os preste por 
liberalidade”, disse. O ex-companheiro podia conceder, por vontade 
própria, o benefício. Fosse durante alguns momentos de necessidade, fosse 
para sempre. “Tudo depende de prova”, destacou. 
 
Por outro lado, no entendimento da ministra, uma pessoa que perdeu o 
direito ao benefício, por algum motivo, pode recuperá-lo a partir de novo 
compromisso das partes, seja ele escrito, verbal ou pelo “comportamento 
reiterado das partes, que pela sua repetição venha a indicar uma intenção 
duradoura de instaurar uma nova relação jurídica”. 
 
Para a ministra Andrighi, o compromisso assumido voluntariamente pelo ex-
companheiro, se comprovado, teria sido gerado por “boa-fé objetiva pós-
contratual”. Ou seja, após a separação, a manutenção do pagamento 
mensal de R$ 50 mil, mesmo com a renúncia da mulher, seria, pelo menos 
em princípio, uma forma de amparar os interesses de ambos os parceiros. 
 
Ela entende ser possível chegar a essa conclusão a partir da “existência do 
comportamento reiterado, dos motivos desse comportamento, do seu 
conteúdo, da sua duração, das promessas a ele inerentes, enfim, de todas 
as circunstâncias fáticas dos pagamentos alegadamente feitos” pelo ex-
companheiro. Segundo a ministra, é impossível afirmar o ocorrido sem que a 
mulher tenha o direito de comprovar suas alegações. Razão pela qual 
votou no sentido de permitir à mulher produzir a prova necessária. 
Entendimento vencedor 
 
O entendimento que prevaleceu, contudo, foi o do 
ministro Massami Uyeda, que divergiu da relatora. Ele, 
junto com os outros três ministros que integram a 
Terceira Turma, negou provimento ao recurso. 
 
Ao acompanhar a divergência, o ministro Sidnei 
Beneti destacou que, afora a força jurídica da 
renúncia, feita por escritura pública, os fatos 
demonstram que a ex-companheira teve motivos 
suficientes para renunciar, pelo que recebeu na 
divisão patrimonial. E esses fatos – a renúncia e a 
razoabilidade do patrimônio recebido –, a seu ver, 
tornavam dispensável o prosseguimento do processo, 
pois não poderiam vir a ser contestados. Qualquer 
fato subjacente a esses levaria ao fracasso do 
recurso, diante da incidência da súmula 7 doSTJ, 
segundo a qual não é permitida a reanálise de fatos e 
provas. 
 
Para a maioria dos ministros, também não houve 
ofensa aos dispositivos apontados como violados a 
permitir a análise do recurso pelo STJ. 
 
Segundo o entendimento divergente, em caso de 
renúncia a alimentos futuros, por escritura pública, 
que ponha fim a união estável, a orientação a ser 
seguida é a de extinção do processo sem julgamento 
do mérito. 
 
ALIMENTOS PARA OS FILHOS 
MENORES 
ALIMENTOS PARA OS FILHOS MENORES 
•  Dever de sustento e obrigação alimentar 
•  Alimentos gravídicos (Lei 11.804/2008) 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COM PRETENSÃO DE REVISÃO DE 
ALIMENTOS. FILHA MENOR. FIXAÇÃO DO MONTANTE. 
PROPORCIONALIDADE. CAPACIDADE DO ALIMENTANTE E 
NECESSIDADE DO ALIMENTADO. 
São devidos alimentos, nos moldes do art. 1695 do Código Civil, 
quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode 
prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem 
se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao 
seu sustento. 
Para a fixação de alimentos, o Magistrado deve avaliar os 
requisitos estabelecidos pela lei, considerando-se a 
proporcionalidade entre a necessidade do alimentando e a 
possibilidade de pagamento pelo requerido a fim de estabilizar as 
micro relações sociais.   (Apelação Cível  1.0145.10.021925-5/004, 
Rel. Des.(a) Fernando Caldeira Brant, 5ª CÂMARA CÍVEL, 
julgamento em 02/05/2013, publicação da súmula em 16/05/2013) 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS - INEXISTÊNCIA DE 
CERCEAMENTO DE DEFESA E NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL - FILHOS MAIORES DE IDADE - 
NECESSIDADE NÃO COMPROVADA - EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA - EX-CÔNJUGE - 
PESSOA IDOSA COM PROBLEMAS DE SAÚDE - PERCEPÇÃO DE RENDIMENTOS PARCOS - 
IMPOSSIBILIDADE EM PROVER A PRÓPRIA SUBSISTÊNCIA - NECESSIDADE EM RECEBER ALIMENTOS. 
- Inexiste cerceamento de defesa se a ausência de especificação de provas e apresentação de 
alegações finais ocorreu por inércia da própria parte. 
- O entendimento do MM. Juízo a quo de que o advogado incorreu em error in procedendo ao 
protocolar peça de exceção de incompetência junto aos autos da ação principal, não deve ser 
confundido com negativa de prestação jurisdicional 
- A obrigação dos pais em prestar alimentos aos filhos menores decorre do exercício do poder 
familiar, persistindo enquanto presente a menoridade, mas podendo alcançar a situação de 
maioridade, como obrigação derivada do parentesco, desde que demonstrada a necessidade 
do alimentado em continuar a perceber a pensão e sua impossibilidade em prover seu sustento 
próprio. 
- Embora a maioridade dos filhos não seja causa "pura e simples" para a exoneração da 
obrigação alimentar, nesta hipótese transfere-se ao alimentado o ônus de demonstrar a 
necessidade da manutenção dos alimentos e a impossibilidade de prover seu sustento por esforço 
próprio. 
- Diante da prova de que ambos os filhos são capazes de se sustentarem, devem, com relação a 
eles, serem extintos os alimentos. 
- Se a prova dos autos, por outro lado, demonstra que, mesmo exercendo atividade econômica, a 
ex-cônjuge, devido a sua idade e estado de saúde, é incapaz de prover sua própria subsistência, 
deve ser mantido, com relação a ela, a prestação alimentícia.   (Apelação Cível  
1.0024.11.170680-0/001, Rel. Des.(a) Versiani Penna, 5ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 09/05/2013, 
publicação da súmula em 16/05/2013) 
 
EMENTA: AÇÃO DE GUARDA - PEDIDO FEITO PELO GENITOR - 
PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA - ANÁLISE DO CASO 
CONCRETO - PEDIDO IMPROCEDENTE - ALIMENTOS - DEVER DE 
SUSTENTO INERENTE AO PODER FAMILIAR - OBRIGAÇÃO QUE SE 
IMPÕE - RECURSO DESPROVIDO. 
- Sendo a guarda um instituto que visa à proteção dos interesses da 
criança, esta deve ficar com aquele que tiver melhor condição de 
propiciar o seu bom desenvolvimento. Nessa orientação, e tendo 
em vista a robusta prova dos autos, defere-se a guarda dos 
menores, no caso sub examine, à genitora/apelada. 
- 'Deixando pai e filho de conviverem sob o mesmo teto e não 
sendo o genitor o seu guardião, passa a dever-lhe alimentos', em 
decorrência do dever de sustento inerente ao poder familiar. 
- Recurso desprovido.   (Apelação Cível  1.0024.08.006160-9/001, 
Rel. Des.(a) Eduardo Andrade, 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 
30/04/2013, publicação da súmula em 09/05/2013) 
STJ – TERCEIRA TURMA – REL. MIN. NANCY ANDRIGHI – 
RESP 1218510/SP – J. 27/09/2011 
 
PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE ALIMENTOS. CURSO SUPERIOR 
CONCLUÍDO. NECESSIDADE. REALIZAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO. POSSIBILIDADE. 1. O 
advento da maioridade não extingue, de forma automática, o direito à percepção de 
alimentos, mas esses deixam de ser devidos em face do Poder Familiar e passam a ter 
fundamento nas relações de parentesco, em que se exige a prova da necessidade do 
alimentado. 2. É presumível, no entanto, - presunção iuris tantum -, a necessidade dos filhos 
de continuarem a receber alimentos após a maioridade, quando frequentam curso 
universitário ou técnico, por força do entendimento de que a obrigação parental de 
cuidar dos filhos inclui a outorga de adequada formação profissional. 3. Porém, o estímulo 
à qualificação profissional dos filhos não pode ser imposto aos pais de forma perene, sob 
pena de subverter o instituto da obrigação alimentar oriunda das relações de parentesco, 
que tem por objetivo, tão só, preservar as condições mínimas de sobrevida do alimentado. 
4. Em rigor, a formação profissional se completa com a graduação, que, de regra, permite 
ao bacharel o exercício da profissão para a qual se graduou, independentemente de 
posterior especialização, podendo assim, em tese, prover o próprio sustento, circunstância 
que afasta, por si só, a presunção iuris tantum de necessidade do filho estudante. 5. 
Persistem, a partir de então, as relações de parentesco, que ainda possibilitam a 
percepção de alimentos, tanto de descendentes quanto de ascendentes, porém desde 
que haja prova de efetiva necessidade do alimentado. 6. Recurso especial provido. 
FILHA MAIOR E 
FORMADA, 
FAZENDO PÓS-
GRADUAÇÃO, 
NÃO TEM DIREITO 
A PENSÃO 
ALIMENTÍCIA 
 
 
 
 
 
21/03/2013 
A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) exonerou 
um pai do pagamento de pensão alimentícia para a filha de 27 
anos, formada em direito e com pós-graduação em 
andamento. 
 
A Turma, seguindo voto do relator, ministro Luis Felipe Salomão, 
entendeu que a filha – maior de idade, em perfeita saúde física 
e mental e com formação superior – deveria ter buscado o seu 
imediato ingresso no mercado de trabalho, não mais subsistindo 
para seu pai a obrigação de lhe prover alimentos. 
 
Pensão reduzida 
 
Em fevereiro de 2010, o pai ajuizou ação de exoneração de 
alimentos. Alegou que estava sendo obrigado pela Justiça a 
pagar pensão de 15 salários mínimos a sua filha maior de idade 
e formada em direito. 
 
O juízo de primeira instância julgou procedente o pedido. A filha 
apelou da sentença. O Tribunal de Justiça proveu parcialmente 
o recurso para manter a pensão no valor de dez salários 
mínimos. 
 
Sacrifício 
 
Inconformado, o pai recorreu ao STJ sustentando que sempre 
cumpriu a obrigação alimentar, porém sua situação financeira 
não mais permite o pagamento sem sacrifício do sustento 
próprio e de seus outros filhos. 
 
Alegou que sua filha, naquele momento, já estava formada 
havia mais de dois anos e deveria prover seu próprio sustento. 
Contudo, o tribunal estadual manteve a pensão alimentícia no 
valor de dez salários mínimos. 
Segundo ele, em nenhum momento a filha demonstrou que 
ainda necessitava da pensão, tendo a decisão do tribunal 
presumido essa necessidade. Porém, com a maioridade civil, 
essa presunção não seria mais possível. 
 
Por fim, argumentouque a pensão não pode nem deve se 
eternizar, já que não é mais uma obrigação alimentar absoluta 
e compulsória. 
 
Estudo em tempo integral 
 
A filha, por sua vez, afirmou que a maioridade não extingue 
totalmente a obrigação alimentar e que não houve alteração 
do binômio possibilidade-necessidade, pois necessita dos 
alimentos para manter-se dignamente. Além disso, alegou que 
o pai tem amplas condições de arcar com a pensão. 
 
Argumentou que a exoneração requer prova plena da 
impossibilidade do alimentante em fornecer alimentos e de sua 
desnecessidade para a manutenção do alimentando. 
 
Disse que, embora tenha atingido a maioridade e concluído 
curso superior, não possui emprego e permanece estudando, já 
que frequenta curso de pós-graduação em processo civil. 
 
Por fim, afirmou que utiliza seu tempo integralmente para seu 
aperfeiçoamento profissional e necessita, mais do que nunca, 
que seu pai continue a pagar a pensão alimentícia. 
Solidariedade 
 
Ao analisar a questão, o ministro Luis Felipe Salomão 
destacou que os alimentos decorrem da 
solidariedade que deve haver entre os membros da 
família ou parentes, visando a garantir a subsistência 
do alimentando. Para isso, deve ser observada sua 
necessidade e a possibilidade do alimentante. 
 
“Com efeito, durante a menoridade, quando os filhos 
estão sujeitos ao poder familiar – na verdade, 
conjunto de deveres dos pais, inclusive o de sustento 
–, há presunção de dependência dos filhos, que 
subsiste caso o alimentando, por ocasião da extinção 
do poder familiar, esteja frequentando regularmente 
curso superior ou técnico, todavia passa a ter 
fundamento na relação de parentesco, nos moldes 
do artigo 1.694 e seguintes do Código Civil”, 
acrescentou o relator. 
 
O ministro citou ainda precedentes do STJ que 
seguem o mesmo entendimento do seu voto. Em um 
deles, ficou consignado que “os filhos civilmente 
capazes e graduados podem e devem gerir suas 
próprias vidas, inclusive buscando meios de manter 
sua própria subsistência e limitando seus sonhos – aí 
incluídos a pós-graduação ou qualquer outro 
aperfeiçoamento técnico-educacional – à própria 
capacidade financeira”. 
 
A exoneração de alimentos determinada pela Quarta 
Turma terá efeitos a partir da publicação do acórdão. 
ENTRE DEMAIS PARENTES 
•  Maioridade e cessação do dever alimentar 
•  S 358-STJ: “O cancelamento de pensão alimentícia 
de filho que atingiu a maioridade está sujeito à 
decisão judicial, mediante contraditório, ainda que 
nos próprios autos.” 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE 
ALIMENTOS - MAIORIDADE - BINÔMIO NECESSIDADE/
POSSIBILIDADE - INCAPACIDADE DO ALIMENTANDO DE 
PROVER O PRÓPRIO SUSTENTO - AUSÊNCIA DE 
COMPROVAÇÃO - RECURSO IMPROVIDO. 
- Incumbe ao beneficiário da pensão alimentícia que 
atingiu a maioridade a prova da necessidade do 
pensionamento. Não comprovada a manutenção do 
estudo e a necessidade do pensionamento em favor do 
filho, a extinção do encargo é medida que se impõe. 
- Recurso improvido.   (Apelação Cível  
1.0434.09.017405-4/001, Rel. Des.(a) Barros Levenhagen, 5ª 
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 09/05/2013, publicação 
da súmula em 16/05/2013) 
ORDEM DOS ALIMENTOS ENTRE PARENTES 
Àqueles unidos pelos laços de parentesco, sejam eles 
ascendentes descendentes ou, ainda, colaterais, impõe-se o 
dever recíproco de socorro, mas é imprescindível observar-se a 
ordem de prioridade de chamamento à prestação alimentícia 
legalmente delimitada: 
 
1º) pais e filhos (art. 1.696 do CC/02); 
2º) ascendentes, na ordem de proximidade (art. 1.696 do CC/
02); 
3º) descendentes, na ordem de sucessão (art. 1.697 do CC/02); 
4º) irmãos, germanos ou unilaterais (art. 1.697 do CC/02) – ou 
por adoção, considerado o princípio da igualdade. 
ALIMENTOS ENTRE PARENTES NO STJ 
"Na ausência ou na impossibilidade do parente mais próximo, 
os de grau imediato serão chamados para suprir as 
necessidades do alimentando, respeitada a capacidade 
econômica daqueles. Na insuficiência, os parentes de grau 
imediato serão chamados a concorrer com os devedores 
prioritários, na proporção dos respectivos recursos. Como se vê, 
a natureza conjunta e divisível da obrigação de prestar 
alimentos fundados no parentesco lastreia-se no fato de que 
cada devedor obriga-se de forma autônoma em relação ao 
credor de alimentos, observada a equação da capacidade de 
prestar e a correspondente necessidade do credor de 
alimentos." (STJ - Terceira Turma - Relatora: Min. NANCY 
ANDRIGHI - REsp 1170224/SE - Data do julgamento: 23/11/2010 - 
DJe 07/12/2010) 
ALIMENTOS ENTRE PARENTES NO STJ 
HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL. PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS. TIOS E SOBRINHOS. 
DESOBRIGAÇÃO. DOUTRINA. ORDEM CONCEDIDA. I - A obrigação alimentar decorre 
da lei, que indica os parentes obrigados de forma taxativa e não enunciativa, sendo 
devidos os alimentos, reciprocamente, pelos pais, filhos, ascendentes, descendentes 
e colaterais até o segundo grau, não abrangendo, conseqüentemente, tios e 
sobrinhos. II - O habeas corpus, como garantia constitucional contra a ofensa à 
liberdade individual, não se presta à discussão do mérito da ação de alimentos, que 
tramita pelas vias ordinárias, observando o duplo grau de jurisdição. III - 
Posicionando-se a maioria doutrinária no sentido do descabimento da obrigação 
alimentar de tio em relação ao sobrinho, é de afastar-se a prisão do paciente, sem 
prejuízo do prosseguimento da ação de alimentos e de eventual execução dos 
valores objeto da condenação. (STJ – Quarta Turma – Rel. Min. Sálvio de Figueiredo 
Teixeira - HC 12079/BA – j. 12/09/2000) 
ALIMENTOS ENTRE PARENTES E 
PREJUDICIALIDADE 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - AÇÃO DE ALIMENTOS 
PROPOSTA CONTRA O AVÔ PATERNO - RESPONSABILIDADE SUCESSIVA 
DOS AVÓS - ANTERIORES AÇÕES PROPOSTAS CONTRA O PAI - JUÍZO 
DIVERSO - IMPOSSIBILIDADE - CONFLITO IMPROCEDENTE. Já que a 
responsabilidade dos avós em prestar alimentos aos netos deve ser 
reconhecida no caso da impossibilidade dos pais em arcar com a 
pensão de forma integral, sendo a obrigação sucessiva e não 
solidária, deve a ação de alimentos proposta contra o avô paterno ser 
processada e julgada perante o mesmo juízo que processar e julgar as 
ações intentadas contra o pai da menor, em vista da prejudicialidade 
das demandas anteriores ao conhecimento dessa ação, o que impõe 
a rejeição do conflito suscitado pelo juízo da 2ª Vara Cível da 
Comarca de Araguari. (TJMG - 8ª CÂMARA CÍVEL - CONFLITO 
NEGATIVO DE COMPETÊNCIA N° 1.0000.07.463011-2/000 - Relatora: 
Desª. TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO – j. 06.03.2008) 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. FAMÍLIA. ALIMENTOS. 
PRELIMINAR DE VÍCIO INSANÁVEL. SENTENÇA "EXTRA 
PETITA". Havendo manifestação judicial fora das 
pretensões formuladas pela parte autora, impõe-se o 
reconhecimento de que a sentença é "extra petita", e, 
por conseguinte, há de ser decretada sua nulidade. É o 
que ocorre quando assestada ação de alimentos contra 
o avô paterno, o julgador decide a lide como se fosse 
revisional de alimentos ajuizada contra o pai do 
alimentando.   (Apelação Cível  1.0049.10.001272-0/001, 
Rel. Des.(a) Peixoto Henriques, 7ª CÂMARA CÍVEL, 
julgamento em 14/05/2013, publicação da súmula em 
17/05/2013) 
 
 
 
DIREITO DE FAMÍLIA - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE 
INSTRUMENTO - AÇÃO DE ALIMENTOS - AÇÃO DIRECIONADA 
CONTRA O AVÔ PATERNO - CONCURSO DE OUTROS PARENTES - 
NÃO OBSERVAÇÃO - RECURSO DESPROVIDO. 
 
- Os avós só estão obrigados a prestar alimentos aos netos, se 
demonstrada a inexistência ou impossibilidade dos pais de fazê-
lo; sendo, ainda, indispensável que aqueles que integram o 
mesmo grupo na relação de parentesco sejam igualmente 
responsabilizados.   (Agravo de Instrumento Cv  
1.0024.12.341739-6/001, Rel. Des.(a) Moreira Diniz, 4ª CÂMARACÍVEL, julgamento em 02/05/2013, publicação da súmula em 
08/05/2013) 
 
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ALIMENTOS - GENITORA IMPOSSIBILITADA DE 
SUPORTAR SOZINHA TODAS AS DESPESAS DO FILHO - PAI INADIMPLENTE - PRISÃO 
DECRETADA - OBRIGAÇÃO DO AVÔ PATERNO DE COMPLEMENTAR A PRESTAÇÃO 
ALIMENTÍCIA - FIXAÇÃO DA PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA - VALOR ADEQUADO - CRITÉRIOS 
- OBSERVÂNCIA. 
A obrigação de prestar alimentos não repousa apenas na relação pai e filho, mas 
entre os filhos, genitores, avós e ascendentes em grau superior. Assim, subsiste a 
obrigação do avô de complementar essa obrigação, se demonstrada a 
impossibilidade dos pais em prestá-la adequadamente. Contudo, o parágrafo 
primeiro, do artigo 1.694 do Código Civil de 2002, determina que os alimentos devem 
ser fixados na proporção das necessidades dos reclamantes e dos recursos da 
pessoa obrigada. Demonstrada nos autos a capacidade do réu de prestar alimentos 
ao neto, deve a pensão ser fixada de modo que possibilite, por um lado, o 
complemento das necessidades básicas do alimentando e, por outro, o afastamento 
do risco de comprometer a própria subsistência do alimentante. Para tanto, o valor 
equivalente a 1/2 (meio) salário mínimo, como fixado na r. sentença, afigura-se 
razoável e suficiente.   (Apelação Cível  1.0024.12.064442-2/001, Rel. Des.(a) Armando 
Freire, 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 02/04/2013, publicação da súmula em 
11/04/2013) 
 
 
EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - AÇÃO 
DE ALIMENTOS PROPOSTA CONTRA AVÓ PATERNA - 
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS INTENTADA CONTRA O GENITOR 
AINDA EM TRÂMITE - PREJUDICIALIDADE. 
A obrigação dos avós não é solidária, mas sucessiva, 
verificando-se efetivamente que a ação de alimentos 
contra a avó paterna tem caráter subsidiário à ação 
contra o pai da postulante, aquela deve ser julgada no 
mesmo juízo desta, sob pena de prejudicialidade.   
(Conflito de Competência  1.0000.12.052428-5/000, Rel. 
Des.(a) Fernando Caldeira Brant, 5ª CÂMARA CÍVEL, 
julgamento em 04/04/2013, publicação da súmula em 
10/04/2013) 
 
ESTATUTO DO IDOSO – LEI 10.741/2003 
CAPÍTULO III 
Dos Alimentos 
 
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil. 
 
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os 
prestadores. 
 
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante 
o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão 
a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil. 
(Redação dada pela Lei nº 11.737, de 2008) 
 
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas 
de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no 
âmbito da assistência social. 
ENTRE COLATERAIS 
Código Civil: 
 
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a 
obrigação aos descendentes, guardada a ordem de 
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim 
germanos como unilaterais. 
 
 
HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL. PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS. TIOS E 
SOBRINHOS. DESOBRIGAÇÃO. DOUTRINA. ORDEM CONCEDIDA. 
I - A obrigação alimentar decorre da lei, que indica os parentes obrigados 
de forma taxativa e não enunciativa, sendo devidos os alimentos, 
reciprocamente, pelos pais, filhos, ascendentes, descendentes e colaterais 
até o segundo grau, não abrangendo, conseqüentemente, tios e 
sobrinhos. 
II - O habeas corpus, como garantia constitucional contra a ofensa à 
liberdade individual, não se presta à discussão do mérito da ação de 
alimentos, que tramita pelas vias ordinárias, observando o duplo grau de 
jurisdição. 
III - Posicionando-se a maioria doutrinária no sentido do descabimento da 
obrigação alimentar de tio em relação ao sobrinho, é de afastar-se a 
prisão do paciente, sem prejuízo do prosseguimento da ação de alimentos 
e de eventual execução dos valores objeto da condenação. 
(HC 12.079/BA, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA 
TURMA, julgado em 12/09/2000, DJ 16/10/2000, p. 312) 
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE ALIMENTOS - ALIMENTOS 
PROVISIONAIS - IRMÃOS UNILATERAIS - FALECIMENTO DO GENITOR - 
INVENTÁRIO EM ANDAMENTO - NECESSIDADE DO MENOR - BINÔMIO 
NECESSIDADE/POSSIBILIDADE - MAJORAÇÃO. 1. Segundo 
estabelece o artigo 1.694 e seu § 1º do CC/02, podem os parentes, 
cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de 
que necessitam para viver, de modo compatível com sua 
condição social, devendo os alimentos ser fixados na proporção 
das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa 
obrigada. 2. A despeito de considerar que a obrigação alimentar 
atinente aos parentes colaterais não alberga vida de luxo, certo é 
que deve atender à necessidade do alimentado para uma 
sobrevivência digna, razão pela qual o valor fixado a título de 
pensão alimentícia deverá ser majorado, em atendimento ao 
binômio necessidade/possibilidade. 2. Recurso provido 
parcialmente.   (Agravo de Instrumento Cv  1.0024.08.278414-1/002, 
Rel. Des.(a) Teresa Cristina da Cunha Peixoto, 8ª CÂMARA CÍVEL, 
julgamento em 09/02/2012, publicação da súmula em 17/02/2012) 
 
DIREITO DE FAMÍLIA - AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO 
DE ALIMENTOS PROVISIONAIS - PARENTESCO COLATERAL - 
TIO - OBRIGAÇÃO EXCLUÍDA . - O fato de ser sucinta a 
decisão, não a caracteriza como desprovida de 
fundamentação, a não justificar a decretação de sua 
nulidade. - Os tios não são obrigados, na forma do art. 
1.697 do Código Civil, a prestar alimentos aos sobrinhos, 
eis que a obrigação somente se estende aos parentes 
colaterais de segundo grau. - Recurso provido.   (Agravo 
de Instrumento  1.0024.09.521270-0/001, Rel. Des.(a) Barros 
Levenhagen, 5ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 
27/08/2009, publicação da súmula em 09/09/2009) 
AFINIDADE 
•  Não, como regra 
•  Posições doutrinárias isoladas 
FAMÍLIA - ALIMENTOS - ENTEADA - MERA LIBERALIDADE 
- SUSPENSÃO A QUALQUER TEMPO - PARENTESCO POR 
AFINIDADE - OBRIGAÇÃO SUBSIDIÁRIA E 
COMPLEMENTAR EM RELAÇÃO AOS PARENTES 
CONSANGUINEOS.   (Apelação Cível  
1.0702.07.343818-7/002, Rel. Des.(a) Vanessa Verdolim 
Hudson Andrade, 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 
30/10/2007, publicação da súmula em 29/11/2007) 
 
DIREITO DE FAMÍLIA - ALIMENTOS - PEDIDO FEITO PELA 
ENTEADA - ART. 1.595 DO CÓDIGO CIVIL - EXISTÊNCIA 
DE PARENTESCO - LEGITIMIDADE PASSIVA. O Código 
Civil atual considera que as pessoas ligadas por 
vínculo de afinidade são parentes entre si, o que se 
evidencia pelo uso da expressão ""parentesco por 
afinidade"", no parágrafo 1º. de seu artigo 1.595. O 
artigo 1.694, que trata da obrigação alimentar em 
virtude do parentesco, não distingue entre parentes 
consangüíneos e afins.   (Apelação Cível  
1.0024.04.533394-5/001, Rel. Des.(a) Moreira Diniz, 4ª 
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 20/10/2005, 
publicação da súmula em 25/10/2005) 
 
GUARDA E TUTELA 
•  Obrigação do responsável 
•  Patrimônio do menor 
•  Contra os demais parentes 
SUSPENSO 
MANDADO DE 
PRISÃO EXPEDIDO 
CONTRA AVÓS 
QUE NÃO 
PAGARAM 
PENSÃO 
ALIMENTÍCIA 
 
 
 
 
 
11/06/2012 
O ministro Antonio Carlos Ferreira, do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), deferiu o pedido 
liminar em habeas corpus impetrado pela 
defesa de um casal de idosos para suspender 
mandado de prisão expedido contra eles por 
falta de pagamento de pensão alimentícia ao 
neto. 
 
Em novembro de 2009, o neto ajuizou ação de 
alimentos alegando não cumprimento das 
obrigações pelo pai. Os avós sustentaram 
impossibilidade de pagamento, mas o juízo 
fixou os alimentos no valor de um salário 
mínimo. 
 
Então, em julho de 2010, foi ajuizada 
execução de alimentos e os avós intimados a 
pagar o valor devido, sob pena de prisão civil. 
Eles impetraram habeas corpus no Tribunal de 
Justiça do Rio Grande do Sul, que negou o 
pedido, sob o fundamento de não ser

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